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PT Missa de abertura com Dom Stefan Ackermann, Bispo de Treves

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Academic year: 2021

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Missa de abertura com Dom Stefan Ackermann,

Bispo de Treves

Homilia

Queridos membros da Família de Schoenstatt Internacional, estimados convidados, caros irmãos e irmãs na fé que nos une!

Permitam-me que comece a minha homilia com uma confissão pessoal: Fiquei profundamente tocado que na celebração de boas-vindas, antes do início desta Eucaristia se falou muitas vezes do “voltar ao lar“ de Schoens-tatt. E sempre de novo foi dito: Bem-vindos “à casa!” Sinto gratidão e ale-gria e também um certo orgulho, sendo Bispo da Diocese, na qual se encon-tra Schoenstatt e na qual teve início o Movimento de Schoenstatt difundi-do no mundifundi-do inteiro. Por isso, também eu, de todifundi-do o coração, vos difundi-dou as boas-vindas aqui na Diocese de Treves, na qual não apenas Schoenstatt tem as suas raízes. É também a diocese mais antiga da Alemanha e as suas origens remontam ao século III.

Queridos peregrinos, nestes dias viestes de todas as partes do mundo a Schoenstatt e, com isso, voltais à origem da vossa comunidade. De fato, faz parte do âmago de todo jubileu recordar com gratidão as origens para, a partir desse início, dirigir o olhar, de modo novo, para o presente e o futu-ro.

Aos inícios da vossa comunidade pertence, de forma inseparável, a antiga capela de São Miguel que vós designais como o vosso “Santuário Original”. Nela, o Pe. Kentenich fez, em 18 de outubro de 1914, diante dos seus alu-nos, a conferência que hoje é considerada o “Documento de Fundação” do Movimento de Schoenstatt. Até os dias de hoje, o Santuário Original de Schoenstatt tem uma importância e uma atração especiais para todo o Movimento. Por isso quero refletir convosco um pouco sobre a importância de um santuário, sim, sobre a santidade como tal.

No sentido original, por “santuário” designa-se um local inteiramente con-sagrado a Deus e, por isso, retirado, sim, por assim dizer extraído do mun-do. Lugares sagrados não estão mais disponíveis para os homens.

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cem inteiramente a Deus. Não podem mais ser usados como locais onde se produz algo, onde se compra e vende, onde as pessoas se reúnem a não ser para louvar a Deus. Lugares sagrados não podem mais ser usados para outros fins senão para a veneração de Deus. Isso faz a sua especial digni-dade e santidigni-dade. Essa é uma convicção comum a todas as religiões. Quando algo deve ser consagrado, sejam objetos ou pessoas, muitas vezes é levado ao santuário. Não é por acaso que como meta de peregrinações se põem muitas vezes lugares sagrados. No Antigo Testamento o lugar sagrado, o santuário como tal, era o Templo de Jerusalém. Juntamente com o Monte Sião figurava, na imaginação do povo de Israel, como uma espé-cie de ponto de atração magnético, como o centro do mundo inteiro. Por isso, o profeta Isaías vê na sua grande visão do fim dos tempos, não ape-nas Israel, mas todos os povos da terra em peregrinação para Sião (Is 2,1-5 / 25,6-9).

A leitura da Missa de hoje, tirada do profeta Ezequiel, pelo contrário, colo-ca outro acento: Aqui, o Templo não é o fim de todo o movimento, mas o ponto de partida, a fonte da qual jorra a água que cura tudo o que vive. Na força de Deus, o próprio Templo, o santuário de Israel, por assim dizer, entra em ação, transbordando para o mundo inteiro, não parando nem sequer diante das situações difíceis e hostis à vida. É precisamente este o movimento de que, mais tarde, Jesus incumbirá os seus discípulos. Jesus é também aquele que, como mais ninguém, pôs em causa o Templo de Jeru-salém, ou seja, o lugar mais sagrado de Israel. Pois Ele fala do “templo do seu corpo” (Jo 2,21). Este templo não é mais estático e inflexível, mas

cami-nha junto. Aqui vale: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura!” (Mc 16,15). Jesus não diz: “Ficai onde estais! Não deixeis o

santuário! Esperai até que o mundo venha até vós!”. Não! Ele diz: “Ide! Anunciai o Evangelho!” O mesmo quer dizer: ponde o mundo em contato com a minha presença salvadora.

Caríssimos irmãos e irmãs, se por ocasião do vosso Jubileu peregrinais até aqui, ao Santuário Original de Schoenstatt, então recebereis precisamente neste lugar a incumbência de partir para o mundo com novo entusiasmo e nova coragem, assim como Jesus no-lo disse. O Pe. Kentenich compreen-deu e assimilou muito bem esta incumbência: se ele dá aos membros do seu Movimento o programa: “Não podemos fugir do mundo, mas mergu-lhar no mundo”, então isso significa não ter medo do mundo, mas colocar

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sentido compreendo também o seu apelo à “santidade da vida diária”: os schoenstattianos não devem santificar apenas o dia que é consagrado expressamente à veneração de Deus. Não, eles devem santificar todos os dias, todas as situações da vida e todos os lugares onde se encontram. Por isso é bom que não exista apenas o Santuário Original em Schoenstatt e que não existam apenas os muitos Santuários Filiais, mas também o san-tuário interior do coração de cada um. Não deve haver mais nenhum setor da vida que não esteja ligado a Deus. Nada deve ser excluído. Permitamos, numa decisão livre e consciente, que Deus tome parte em todos os setores da nossa vida. Convidemo-l’O para todas as situações da nossa vida: nada é tão vulgar, tão pequeno, tão difícil ou tão escuro, nada é tão impuro, tão sem perspectiva, tão corrompido ou tão fraco que não possa ser posto em contato com a força salvadora do Senhor.

Esta é também a convicção do Papa Francisco quando nos desafia a não termos medo de ir às “periferias” da vida. Não existe lugar algum que não possa ser santificado por Deus. Mais ainda: Não há lugar algum que não tenha necessidade de ser santificado pela presença salvadora de Deus! Queridos irmãos e irmãs, lembremo-nos mais uma vez que “santo” no sentido original significa pertencer inteiramente a Deus e não estar sujeito a outros objetivos. Isso dá uma dignidade inabdicável ao que é santificado. Quanto o nosso mundo necessita de uma nova santificação!? Quantas vezes é espezinhada a dignidade da criação do homem! Onde o homem é compreendido apenas a partir das suas funções, é lhe retirada a sua santi-dade e a sua dignisanti-dade. Quantas vezes isto acontece: o homem é visto apenas como força de trabalho, como consumidor com poder de compra, como cidadão, cujo voto é interessante sobretudo para a política … E quando o homem não é mais útil, não mais “funciona”, perde muito rapi-damente a sua dignidade e está em perigo: Isto atinge especialmente os fracos, os indefesos, os desempregados, os doentes e os idosos. O Papa Francisco fala do homem considerado pela sociedade como “descartável” quando não for mais útil (p. ex. EG 53). Não podemos assistir a tal

“mentalida-de do “mentalida-descartável” sem fazer nada! Pois a vida do homem, “mentalida-de todo o homem, é sagrada aos olhos de Deus e por isso intocável.

Caríssimos irmãos e irmãs de Schoenstatt, peço-vos que compreendeis a peregrinação ao vosso Santuário Original como um chamamento renovado

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à santidade. Ao mesmo tempo com o Jubileu de 100 anos da Fundação de Schoenstatt, a Igreja universal comemora o Jubileu de 50 anos do Concílio Vaticano II. Precisamente este Concílio aumentou a consciência de que a tarefa mais essencial da Igreja e de todos os fiéis é a santificação do mundo. Para isso, a Igreja é sacramento, ou seja, sinal e instrumento.

Para terminar, lancemos ainda um olhar ao Evangelho. Segundo o evange-lista São João, Jesus realiza o primeiro sinal público do seu poder em Caná, por ocasião de um casamento. Se não tivéssemos ouvido já muitas vezes esta narrativa, poderíamos ficar admirados: Jesus usa a sua omnipotência divina para livrar um casal do seu aperto na festa da boda! Não será des-medido? Não terão razão os outros evangelistas quando põem no início da vida pública de Jesus a sua pregação do Reino de Deus (cf. Mt 5-7 / Mc 1,14-15 / Lc 4,16-30) e como primeiro sinal do seu poder uma cura (Mt 8,1-4 / Mc 1,21-28 / Lc

4,31-39)? Não será um exagero que Maria importune Jesus com um pedido

secundário por um reabastecimento de vinho? Embora seja desagradável quando num casamento acaba o vinho, não é, de maneira alguma, uma situação de perigo de vida.

Assim como a narrativa das Bodas de Caná pode nos levar a uma admira-ção, mais belo ainda é que no quarto Evangelho se veja o começo da vida pública de Jesus neste acontecimento. Pois deste modo se torna evidente que Jesus – e n’Ele Deus mesmo – não se volta a nós homens apenas em situações de perigo de vida e quando humanamente não há mais saída. Não, Deus quer que a nossa vida, desde o princípio, seja uma festa. Ele não é mesquinho. Ele dá mais do que o absolutamente necessário. Ele dá até aquilo que possa parecer supérfluo e sem utilidade. (Provavelmente não necessitaram mais dos 600 litros de vinho, uma vez que a festa já tinha avançado…) Mas justamente porque o Filho de Deus age assim, reluz toda a dignidade e santidade da vida: A vida não é apenas preciosa quando serve determinados objetivos (ainda que sejam muito nobres). A vida hu-mana tem o seu valor, a sua dignidade, sim, a sua santidade em si mesma porque é dom de Deus. Como é belo que Maria já em Caná e não apenas em situações de aflição extrema se torna a intercessora maternal!

Queridos peregrinos jubilares! Juntamente com muitas, muitas pessoas, alegro-me com o vosso Jubileu e felicito-vos, de coração, como Bispo da Diocese a que pertence Schoenstatt. Convosco agradeço a todos aqueles que, nos passados 100 anos, fizeram caminho no Movimento de

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Schoens-ram avante o impulso fundacional do Pe. José Kentenich, também em tempos difíceis. Desejo-vos que, neste tempo jubilar que agora começou, possam experimentar algo da alegria festiva de Caná. Como os convidados das bodas, colocai Jesus e a sua Mãe Maria no centro. Estais abertos para as surpresas generosas da graça de Deus e descobri novamente a santida-de e a dignidasantida-de da vida, à qual Deus nos chamou. Amém.

Referências

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