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Avaliação Ambiental Estratégica no âmbito da Revisão do Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos RELATÓRIO AMBIENTAL

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Avaliação Ambiental Estratégica

no âmbito da Revisão do

Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos

RELATÓRIO AMBIENTAL

(3)

R A |A 2018

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 8

2. METODOLOGIA ... 9

2.1. ABORDAGEM METODOLÓGICA ... 9

2.2. ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO ... 13

2.3. PROGRAMA DE TRABALHOS ... 14

3. OBJETO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ... 16

4. FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO ... 19

4.1. QUESTÕES ESTRATÉGICAS ... 20

4.2. FATORES AMBIENTAIS ... 22

4.3. QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO ... 23

4.4. IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO ... 28

5. ANÁLISE E AVALIAÇÃO ... 30

5.1. QUALIDADE AMBIENTAL E PAISAGÍSTICA ... 30

5.1.1. Elementos de base estratégica e critérios de avaliação ... 30

5.1.2. Análise tendencial ... 31

5.1.3. Análise SWOT ... 55

5.1.4. Análise de oportunidades e riscos ... 57

5.2. QUALIDADE DE VIDA E COESÃO SOCIAL ... 60

5.2.1. Elementos de base estratégica e critérios de avaliação ... 60

5.2.2. Análise tendencial ... 61

5.2.3. Análise SWOT ... 75

5.2.4. Análise de oportunidades e riscos ... 76

5.3. VITALIDADE ECONÓMICA ... 78

5.3.1. Elementos de base estratégica e critérios de avaliação ... 78

5.3.2. Análise tendencial ... 79

5.3.3. Análise SWOT ... 87

5.3.4. Análise de oportunidades e riscos ... 88

5.4. RISCOS NATURAIS E TECNOLÓGICOS... 90

5.4.1. Elementos de base estratégica e critérios de avaliação ... 90

5.4.2. Análise tendencial ... 91

5.4.3. Análise SWOT ... 107

5.4.4. Análise de oportunidades e riscos ... 108

6. DIRETRIZES DE MONITORIZAÇÃO E GOVERNAÇÃO ... 112

6.1. DIRETRIZES DE MONITORIZAÇÃO ... 112

6.1.1. Medidas de planeamento e gestão ... 112

6.1.2. Medidas de controlo ... 115

6.2. QUADRO DE GOVERNAÇÃO ... 118

7. CONCLUSÕES ... 120

ANEXOS ... 122

ANEXO I. QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO – MATRIZES DE COERÊNCIA ... 123

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Procedimento de Avaliação Ambiental definido pelo Decreto-Lei n.º 232/2007 ... 11

Figura 2 – Enquadramento territorial do Concelho de Câmara de Lobos ... 16

Figura 3 – Fatores Críticos para a Decisão como elemento integrador e estruturante em Avaliação Ambiental Estratégica ... 19

Figura 4 – Áreas Protegidas na Região Autónoma da Madeira, 2015 ... 32

Figura 5 – Rede Natura 2000 na Região Autónoma da Madeira, 2015 ... 33

Figura 6 – Área Protegida do Cabo Girão ... 34

Figura 7 – Uso e Ocupação do Solo na Ilha da Madeira, 2008 e 2015 ... 37

Figura 8 – Áreas de floresta e outras áreas arborizadas na Ilha da Madeira, 2008 e 2015 ... 37

Figura 9 – Espécies de floresta natural na Ilha da Madeira, 2015... 38

Figura 10 – Espécies dominantes na floresta cultivada na Ilha da Madeira, 2015 ... 38

Figura 11 – Explorações agrícolas (culturas permanentes e temporárias) por classes de área, na RAM, entre 1989 e 2009 . 39 Figura 12 – Número de explorações agrícolas (culturas permanentes e temporárias, na RAM, entre 1989 e 2009 ... 39

Figura 13 – Uso e Ocupação do Solo em Câmara de Lobos, 2010 ... 40

Figura 14 – Superfície florestal natural e introduzida, e espécies florestais introduzidas em Câmara de Lobos, 2010 ... 41

Figura 15 – Áreas dos usos do solo no agrupamento Central (concelhos de Câmara de Lobos e Funchal), em 2008 e 2015 41 Figura 16 – Áreas dos tipos de Floresta no Agrupamento Central (concelhos de Câmara de Lobos e Funchal), em 2008 e 2015 ... 41

Figura 17 – Explorações agrícolas (culturas permanentes e temporárias) por classes de área, em Câmara de Lobos, entre 1989 e 2009 ... 42

Figura 18 – Número de explorações agrícolas (culturas permanentes e temporárias, em Câmara de Lobos, entre 1989 e 2009 ... 42

Figura 19 – Superfície ocupada pelos vários tipos de culturas permanentes, em Câmara de Lobos, em 2009 ... 43

Figura 20 – Superfície ocupada pelos vários tipos de culturas temporária, em Câmara de Lobos, em 2009 ... 43

Figura 21 – Pressões Qualitativa com Origem Pontual com Descargas nas Massas de água de Superfície, em 2016 ... 47

Figura 22 – Tipos de pressões sobre as águas subterrâneas, em 2016 ... 48

Figura 23 – Evolução da qualidade das águas balneares de Câmara de Lobos, entre 2013 e 2015 ... 49

Figura 24 – Evolução da água segura, entre 2012 e 2014 ... 50

Figura 25 – Alojamentos com água canalizada proveniente da rede pública, em 2001 e 2011 ... 51

Figura 26 – Alojamentos com água canalizada proveniente da rede pública, por freguesia, em 2001 e 2011 ... 52

Figura 27 – Evolução da população servida por sistemas de drenagem de águas residuais, entre 2001 e 2006 ... 52

Figura 28 – Resíduos sólidos recolhidos, em 2001 e 2014 (ton.) ... 54

Figura 29 – Resíduos sólidos recolhidos seletivamente, em 2001 e 2014 (ton.) ... 55

Figura 30 – Evolução dos resíduos urbanos recolhidos seletivamente por habitante (kg/hab.), entre 2001 e 2014 ... 55

Figura 31 – Evolução do poder de compra per capita, entre 1993 e 2011 ... 61

Figura 32 – Evolução dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção, da segurança social por 1.000 habitantes em idade ativa (‰), entre 2007 e 2015 ... 62

Figura 33 – Vulnerabilidade social no concelho de Câmara de Lobos ... 65

Figura 34 – Alojamentos familiares clássicos equipados com água, retrete e instalação de banho, em 2011 (%) ... 67

Figura 35 – Alojamentos familiares clássicos equipados com água, retrete e instalação de banho, nas freguesias de Câmara de Lobos, em 2011 (%) ... 67

Figura 36 – Evolução da proporção de edifícios com necessidade de grandes reparações, entre 2001 e 2011 ... 68

Figura 37 – Evolução da proporção de edifícios muito degradados, entre 2001 e 2011 ... 68

Figura 38 – Evolução da proporção de edifícios com necessidade de grandes reparações, nas freguesias de Câmara de Lobos, entre 2001 e 2011 ... 69

Figura 39 – Evolução da proporção de edifícios muito degradados, nas freguesias de Câmara de Lobos, entre 2001 e 2011 ... 69

Figura 40 – Evolução da proporção de alojamentos vagos, entre 2001 e 2011 ... 70

Figura 41 – Evolução da proporção de alojamentos vagos, nas freguesias de Câmara de Lobos, entre 2001 e 2011 ... 71

Figura 42 – Fogos licenciados em construções novas para habitação familiar, entre 1995 e 2015 ... 71

Figura 43 – Fogos licenciados em construções novas para habitação familiar, nas freguesias de Câmara de Lobos, entre 1995 e 2015 ... 72

Figura 44 – Reconstruções concluídas por 100 construções novas concluídas, entre 1995 e 2015 ... 73

Figura 45 – Evolução do número de fogos de habitação social reabilitados, entre 2009 e 2015 ... 74

Figura 46 – Peso relativo dos estabelecimentos, por localização, segundo a CAE Ver.3, em 2014 ... 79

Figura 47 – Número de estabelecimentos no Concelho de Câmara de Lobos, segundo a CAE Ver.3, em 2011 e 2014 ... 80

Figura 48 – Taxa de sobrevivência das empresas nascidas 2 anos antes, entre 2006 e 2015 ... 81

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Figura 50 – Evolução da taxa de analfabetismo nas freguesias de Câmara de Lobos, entre 1991 e 2011 ... 83

Figura 51 – Evolução da taxa de desemprego, entre 2001 e 2011 ... 84

Figura 52 – Evolução da taxa de desemprego, nas freguesias de Câmara de Lobos, entre 2001 e 2011... 84

Figura 53 – Evolução do número de incêndios florestais na RAM e em Câmara de Lobos, entre 2010 e 2015 (n.º) ... 95

Figura 54 – Evolução da taxa de superfície florestal ardida na RAM e em Câmara de Lobos, entre 2010 e 2015 (%) ... 95

Figura 55 – Grau de risco indicativo, no concelho e nas freguesias de Câmara de Lobos ... 97

Figura 56 – Evolução do número de alojamentos na freguesia de Curral das Freiras, entre 1991 e 2011(n.º) ... 98

Figura 57 – Evolução da população residente na Freguesia de Curral das Freiras, entre 1991 e 2011 (n.º) ... 98

Figura 58 – Estado de conservação do edificado na RAM e em Câmara de Lobos, em 2011 (%) ... 101

Figura 59 – Época de construção dos edifícios na RAM e em Câmara de Lobos, em 2011 (%)... 101

Figura 60 – Edifícios com necessidade de reparações em Câmara de Lobos, em 2011 (%) ... 101

Figura 61 – Estado de conservação do edificado nas freguesias de Câmara de Lobos, em 2011 (%) ... 101

Figura 62 – Localização da Central Térmica da Vitória e da Unidade Autónoma de Gás Natural ... 103

Figura 63 – Evolução da emissão de poluentes em Câmara de Lobos, 2005, 2009, 2015 (Ton/km2) ... 104

Figura 64 – Evolução da emissão de GEE em Câmara de Lobos, 2005, 2009, 2015 (Ton/km2) ... 104

Figura 65 – Emissão de poluentes por sector de atividade em Câmara de Lobos, 2015* (Ton/km2) ... 105

Figura 66 – Emissão de GEE por sector de atividade em Câmara de Lobos, 2015* (Ton/km2) ... 105

Figura 67 – Resumo das principais alterações climáticas projetadas para o Concelho do Funchal ... 106

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Articulação entre o processo de Revisão do PDMCL e a respetiva Avaliação Ambiental Estratégica ... 15

Quadro 2 – Análise global da coerência da Revisão do PDMCL com o seu quadro de referência estratégico ... 25

Quadro 3 – Relação entre fatores críticos para a decisão, fatores ambientais e questões estratégicas relevantes para a avaliação ambiental da Revisão do PDMCL... 29

Quadro 4 – Elementos de base estratégica e critérios de avaliação para o FCD “Qualidade ambiental e paisagística” .... 30

Quadro 5 – Áreas Protegidas e Rede Natura 2000, 2015 (ha e %)... 33

Quadro 6 – Áreas Protegidas e Rede Natura 2000 com incidência no Concelho de Câmara de Lobos, 2015 ... 34

Quadro 7 – Sítios da Rede Natura 2000 no Concelho de Câmara de Lobos ... 35

Quadro 8 – Principais espécies de avifauna que ocorrem em Câmara de Lobos ... 36

Quadro 9 – Condicionantes estabelecidas no PDM de Câmara de Lobos – classes e % de área ocupada, 2002 ... 45

Quadro 10 – Sistema de Abastecimento de Água da ARM em Câmara de Lobos ... 51

Quadro 11 – Análise SWOT para o FCD “Qualidade ambiental e paisagística” ... 56

Quadro 12 – Síntese das oportunidades e riscos associados ao FCD “Qualidade ambiental e paisagística” ... 57

Quadro 13 – Elementos de base estratégica e critérios de avaliação para o FCD “Qualidade de vida e coesão social” .. 60

Quadro 14 – Análise SWOT para o FCD “Qualidade de vida e coesão social” ... 75

Quadro 15 – Síntese das oportunidades e riscos associados ao FCD “Qualidade de vida e coesão social” ... 76

Quadro 16 – Elementos de base estratégica e critérios de avaliação para o FCD “Vitalidade económica” ... 78

Quadro 17 – Análise SWOT para o FCD “Vitalidade económica” ... 87

Quadro 18 – Síntese das oportunidades e riscos associados ao FCD “Vitalidade económica” ... 88

Quadro 19 – Elementos de base estratégica e critérios de avaliação para o FCD “Riscos naturais e tecnológicos” ... 90

Quadro 20 – Suscetibilidade a fenómenos de origem natural, por dimensão territorial, no Concelho de Câmara de Lobos (Km² e %) ... 92

Quadro 21 – Ocupação do solo associada à suscetibilidade a fenómenos de origem natural, por dimensão territorial, no Concelho de Câmara de Lobos (Km² e %) ... 92

Quadro 22 – Equipamentos coletivos na Freguesia de Curral das Freiras ... 99

Quadro 23 – Graus de risco mais significativos e principais vulnerabilidades aos riscos tecnológicos no Concelho de Câmara de Lobos ... 100

Quadro 24 – Análise SWOT para o FCD “Riscos naturais e tecnológicos” ... 107

Quadro 25 – Síntese das oportunidades e riscos associados ao FCD “Riscos naturais e tecnológicos” ... 109

Quadro 26 – Indicadores selecionados para o controlo da AAE ... 116

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SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AAE Avaliação Ambiental Estratégica

APA Agência Portuguesa do Ambiente

AREAM Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira

ARM Águas e Resíduos da Madeira

CAE Classificação das Atividades Económicas

CEDRU Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda.

CO2 Dióxido de Carbono

COVNM Compostos Orgânicos Voláteis não Metânicos

DREM Direção Regional de Estatística da Madeira

DROTA Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente

EMAAC Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas

ENAAC Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas

ENCNB Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade

ENDS Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável

ENE Estratégia Nacional para a Energia

EPERAM Entidade Pública Empresarial da Região Autónoma da Madeira

ERAE Entidade com Responsabilidades Ambientais Específicas

ETA Estação de tratamento de Águas

ETAR Estação de tratamento de Águas Residuais

FA Fator Ambiental

FCD Fator Crítico para a Decisão

GEE Gases com Efeitos de Estufo

IFCN Instituto das Florestas e Conservação da Natureza

IHM Investimentos Habitacionais da Madeira

INE Instituto Nacional de Estatística

IP-RAM Instituto Público da Região Autónoma da Madeira

ISSM Instituto de Segurança Social da Madeira

MPE Madeira Parques Empresariais, SA

MPG Medida de planeamento e gestão

OE Objetivo estratégico

PDF Portable Document Format

PDM Plano Diretor Municipal

PDMCL Plano Diretor Municipal de Câmara de Lobos

PEAASAR Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais

PECL Parque Empresarial de Câmara de Lobos

PENSAAR Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais

PENT Plano Estratégico Nacional do Turismo

PERSU Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos

PESRS Plano Estratégico do Sistema Nacional de Saúde 2011-2016

PEZO Parque Empresarial da Zona Oeste

PGRH Plano de Gestão de Região Hidrográfica

PIETRAM Plano Integrado e Estratégico dos Transportes da Região Autónoma da Madeira

PMEPCCL Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de Câmara de Lobos

PNA Plano Nacional da Água

PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas

PNACD Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação

PNAEE Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética

PNAER Plano Nacional de Acão para as Energias Renováveis

PNDFCI Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios

PNEPC Plano Nacional de Emergência e Proteção Civil

PNEUA Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água

PNM Parque Natural da Madeira

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POT Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira

POTRAM Plano de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira

PRAM Plano Regional da Água da Região Autónoma da Madeira

PREPC Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira

PRGH Plano de Gestão da Região Hidrográfica

PRPA Plano Regional da Política de Ambiente

QE Questão estratégica

QRE Quadro de referência estratégico

RAM Região Autónoma da Madeira

RAN Reserva Agrícola Nacional

REN Reserva Ecológica Nacional

RH Região Hidrográfica

RNAP Rede Nacional de Áreas Protegidas

RSI Rendimento Social de Inserção

SESARAM Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira

SIC Sítio de Importância Comunitária

SNAC Sistema Nacional de Áreas Classificadas

SRPC Serviço Regional de Proteção Civil

SWOT Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats)

UAG Unidade Autónoma de Gás Natural

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

UOPG Unidade Operativa de Planeamento e Gestão

ZEC Zona Especial de Conservação

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1. INTRODUÇÃO

1. O presente documento foi desenvolvido pelo CEDRU – Centro de Estudos e Desenvolvimento Urbano, Lda. e constitui o Relatório Ambiental previsto no âmbito da Revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Câmara de Lobos (PDMCL).

2. A estrutura do documento e os conteúdos apresentados têm por base o Relatório de Definição de Âmbito elaborado em julho de 2016, que foi sujeito ao processo de consulta às entidades com responsabilidades ambientais específicas a que possam interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação da Revisão do PDMCL.

3. O presente Relatório Ambiental englobou os pareceres emitidos pelas entidades consultadas e apresenta os conteúdos previstos no Caderno de Encargos, procurando fornecer uma avaliação ambiental sucinta e objetiva, em estreita conformidade com os vários aspetos considerados no Decreto-Lei nº 232/2007, de 15 de junho (alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio), que estabelece o regime a que fica sujeita a avaliação dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente, transpondo para a legislação nacional as Diretivas 2001/42/CE e 2003/35/CE.

4. De acordo com este imperativo legal, o presente relatório não pretende ser uma mera descrição final da situação ambiental do território concelhio de Câmara de Lobos, tendo antes como finalidade constituir uma análise inicial de base a todo esse procedimento de elaboração, cujo conteúdo se destina a ser tido em consideração na redação da versão final da Revisão do PDMCL.

5. Neste sentido, o presente relatório encontra-se organizado de forma a apresentar os seguintes conteúdos:

 Metodologia – onde se apresenta a abordagem metodológica adotada para o processo de Avaliação

Ambiental Estratégica que acompanha a elaboração da Revisão do PDMCL;

 Objeto da Avaliação Ambiental – onde se identifica o instrumento de gestão territorial objeto da avaliação ambiental e, entre outros aspetos relevantes, se apresenta o seu histórico e os fundamentos subjacentes à decisão da sua revisão, assim como os objetivos específicos da sua promoção;

 Fatores Críticos para a Decisão – onde são identificados os fatores críticos para a decisão, que resultam da análise integrada dos elementos de base estratégica determinados pelas ligações entre as questões estratégicas do Plano, as questões ambientais e de sustentabilidade (fatores ambientais) relevantes que refletem as questões críticas associados ao Plano, e o quadro de referência estratégico, que sistematiza as macropolíticas relevantes definidas em estratégias, planos e programas aos níveis europeu, nacional, regional e local;

 Análise e Avaliação – onde, para cada um dos fatores críticos para a decisão identificados, são apresentados os elementos de base estratégica subjacentes à avaliação ambiental, se procede à análise das tendências recentes de evolução dos critérios ambientais de avaliação, sendo identificadas as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças associadas a cada fator crítico e, por fim, analisadas as oportunidades e os riscos decorrentes da concretização dos objetivos estratégicos da Revisão do PDMCL;

 Diretrizes de Monitorização e Governação – onde se apresentam as diretrizes para a implementação da AAE da Revisão do PDMCL, divididas em duas componentes distintas: Medidas de planeamento e gestão, que correspondem a um conjunto de medidas destinadas a prevenir, reduzir e eliminar os efeitos adversos no ambiente e; Medidas de controlo, que consubstanciam os indicadores do sistema de monitorização da AAE, focados nos resultados e tendo em conta as questões críticas antes identificadas;

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R A |A 2018

2. METODOLOGIA

2.1.

A

BORDAGEM METODOLÓGICA

6. A Diretiva 2001/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de junho de 2001, relativa à avaliação de determinados planos e programas no ambiente, foi adotada com o “objetivo de estabelecer um nível elevado de proteção do ambiente e contribuir para a integração das considerações ambientais na preparação e aprovação de planos e programas, com vista a promover um desenvolvimento sustentável”(artigo n.º 1 da Diretiva 2001/42/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de junho de 2001), tendo em conta as necessidades de mitigação das alterações climáticas (artigo 55.º do Regulamento (UE) n.º 1303/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro). Para o efeito, visa garantir que determinados planos e programas, suscetíveis de induzir efeitos significativos no ambiente, sejam sujeitos a uma avaliação ambiental.

7. A Diretiva 2001/42/CE foi transposta para o direito nacional pelo Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio.

8. De acordo com o n.º 1 do artigo 3º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, estão sujeitos a avaliação ambiental:

a) Os planos e programas para os setores da agricultura, floresta, pescas, energia, indústria, transportes, gestão de resíduos, gestão das águas, telecomunicações, turismo, ordenamento urbano e rural ou utilização dos solos e que constituam enquadramento para a futura aprovação de projetos mencionados nos anexos I e II do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de maio, na sua atual redação;

b) Os planos e programas que, atendendo aos seus eventuais efeitos num sítio da lista nacional de sítios, num sítio de interesse comunitário, numa zona especial de conservação ou numa zona de proteção especial, devam ser sujeitos a uma avaliação de incidências ambientais nos termos do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro (e alterado segunda vez pelo Decreto-Lei n.º 156-A/2013, de 8 de novembro);

c) Os planos e programas que, não sendo abrangidos pelas alíneas anteriores, constituam enquadramento para a futura aprovação de projetos e que sejam qualificados como suscetíveis de ter efeitos significativos no ambiente.

9. O Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, define ainda que é competência da entidade responsável pela elaboração do plano ou programa averiguar se o mesmo se encontra sujeito a avaliação ambiental, e, sempre que tal se verifique, determinar o âmbito da avaliação ambiental a realizar, bem como determinar o alcance e nível de pormenorização da informação a incluir no relatório ambiental.

10. Ainda segundo o citado diploma legal, o processo de avaliação ambiental compreende as seguintes fases:  Definição do âmbito da avaliação ambiental, que consiste na solicitação de parecer sobre o âmbito da avaliação e o alcance da informação a incluir no relatório ambiental, por parte da entidade responsável pela elaboração do plano, "às entidades às quais, em virtude das suas responsabilidades ambientais específicas, possam interessar os efeitos ambientais resultantes da aplicação do plano ou programa.” As entidades dispõem de 20 dias para a emissão de parecer. Os pareceres emitidos serão alvo de ponderação;

 Elaboração de um relatório ambiental contendo as informações necessárias para a realização da avaliação ambiental;

 Realização de consultas: às entidades com responsabilidades ambientais específicas com interesse nos efeitos ambientais resultantes da aplicação do plano (com prazo de 30 dias para se pronunciarem); ao

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público em geral (associações, organizações, grupos não governamentais e população) que tenha interesse ou possa ser afetado pela aplicação do plano (este processo deve decorrer por um período de 30 dias);

 Ponderação dos resultados obtidos nas consultas realizadas (pública e às entidades com responsabilidades ambientais específicas), na decisão final sobre o plano ou programa. As participações consideradas relevantes e enquadradas no âmbito da avaliação ambiental serão incorporadas na versão final do plano ou programa a aprovar;

 Elaboração da declaração ambiental contendo a forma como as considerações ambientais e o relatório ambiental foram integrados no plano, as observações apresentadas nas consultas realizadas e a respetiva ponderação, as razões que fundamentaram a aprovação do plano e as medidas de controlo previstas;

 Divulgação pública da informação respeitante à decisão final;

 Avaliação e controlo dos efeitos no ambiente decorrentes da aplicação e execução do plano.

11. O relatório ambiental a desenvolver posteriormente à definição e estabilização do âmbito da avaliação, inclui (n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-lei n.º 232/2007):

 Descrição geral do conteúdo, dos principais objetivos do plano e das suas relações com outros planos ou programas pertinentes;

 Características ambientais das zonas suscetíveis de serem significativamente afetadas, os aspetos pertinentes do estado atual do ambiente e a sua provável evolução se não for aplicado a revisão do PDM;

 Problemas ambientais pertinentes para o PDM (incluindo, em particular, os relacionados com todas as zonas de especial importância ambiental);

 Objetivos de proteção ambiental estabelecidos a nível internacional, comunitário ou nacional que sejam pertinentes para o PDM e a forma como estes objetivos e todas as outras considerações ambientais foram tomadas em consideração durante a sua preparação;

 Eventuais efeitos significativos no ambiente, decorrentes da avaliação do PDM, atualmente em revisão;  Medidas destinadas a prevenir, reduzir, e, tanto quanto possível, eliminar quaisquer efeitos adversos

significativos no ambiente, resultantes da aplicação da revisão do PDM;

 Resumo das razões que justificam as alternativas escolhidas e descrição do modo como se procedeu à avaliação, incluindo todas as dificuldades encontradas na recolha das informações necessárias;  Descrição das medidas de controlo previstas, designadamente para correção dos efeitos negativos

imprevistos que forem atempadamente identificados;  Resumo não técnico dos conteúdos referidos anteriormente.

12. Em síntese, a Avaliação Ambiental inclui as seguintes fases:

 Estabelecimento do contexto, objetivos e âmbito da Avaliação Ambiental;

 Consulta de carácter institucional nomeadamente às entidades com responsabilidades ambientais específicas a que possam interessar os efeitos ambientais decorrentes da aplicação do Plano;

 Ponderação dos pareceres emitidos pelas entidades;

 Identificação dos objetivos ambientais e de sustentabilidade nos quais se baseia a Avaliação Ambiental;  Definição e avaliação das opções estratégicas tendo em vista os objetivos da revisão do PDM;

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 Identificação e avaliação dos efeitos da Revisão do PDMCL em termos ambientais e de sustentabilidade;

 Proposta de medidas tendo em vista a potenciação das oportunidades geradas pela Revisão do PDMCL e de controlo e gestão de eventuais ameaças geradas pela sua aplicação;

 Desenho das medidas de avaliação e controlo dos efeitos significativos no ambiente, tendo em vista a identificação e correção atempada desses mesmos efeitos após a aprovação da revisão do PDM;  Realização de consulta pública e consulta institucional às entidades com responsabilidades ambientais

específicas;

 Elaboração da Declaração Ambiental;

 Divulgação dos elementos finais da Revisão de PDM e dos documentos finais da AAE. Figura 1 – Procedimento de Avaliação Ambiental definido pelo Decreto-Lei n.º 232/2007

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13. A realização da Avaliação Ambiental Estratégica no âmbito do processo de Revisão do PDMCL será norteada pelos seguintes objetivos:

 Integrar os objetivos e a dimensão ambiental na visão estratégica do Concelho de Câmara de Lobos, potenciando a oportunidade que representa a revisão do PDM;

 Promover uma abordagem sistémica do ambiente, integrando os vários fatores com relevância (naturais, de ordenamento do território e de desenvolvimento social e crescimento económico);  Avaliar potenciais constrangimentos ao ambiente e propor medidas mitigadoras com vista à sua

resolução ou supressão;

 Estruturar um programa de monitorização com vista a assegurar um adequado e eficaz acompanhamento do PDM;

 Promover um processo participativo e transparente, envolvendo o público em geral e as entidades com responsabilidades em matérias ambientais, em toda a construção da presente avaliação ambiental;  Contribuir para a estruturação de propostas de planeamento e gestão do território no Município de

Câmara de Lobos coadunadas com um desenvolvimento integrado e sustentável.

14. Atendendo aos objetivos indicados, a Avaliação Ambiental Estratégica apresenta um contributo tripartido no processo de Revisão do PDMCL, designadamente:

 Na fase inicial do plano, de modo a que as questões ambientais possam ser devidamente equacionadas e os impactos negativos mitigados;

 Na fase final do plano, contribuindo para a adoção de uma estratégia de desenvolvimento territorial em estreita articulação com a prossecução de objetivos de desenvolvimento integrado;

 Na fase de implementação do plano, uma vez que é proposta uma estratégia de monitorização de

forma a assegurar a integração e respeito pelos múltiplos fatores ambientais no decurso da operacionalização do PDM.

15. A metodologia adotada para a presente avaliação teve como base o "Guia das Melhores Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica - orientações metodológicas para um pensamento estratégico em AAE" e o “Guia de Boas Práticas para a Avaliação Ambiental Estratégica - Orientações metodológicas", publicado pela Agência Portuguesa do Ambiente, com as devidas adaptações às especificidades da presente avaliação ambiental, em estreita articulação com o Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho (alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio) e com o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de dezembro e Lei n.º 316/2007, de 19 de setembro e posteriormente revogado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio.

16. Durante a primeira fase do processo de Avaliação Ambiental Estratégica são desenvolvidos os trabalhos conducentes à definição do âmbito da avaliação, designadamente, a proposta dos aspetos metodológicos e a estratégia de comunicação da avaliação, a descrição do objeto de avaliação (seus antecedentes, objetivos, questões e opções estratégicas) e a proposta dos fatores críticos de decisão. No final desta fase, é produzido o Relatório de Definição de Âmbito, que é submetido a consulta por parte de entidades com responsabilidades ambientais específicas.

17. Na segunda fase, o objetivo consiste na realização dos estudos técnicos necessários para cada um dos fatores críticos, com a finalidade de se efetuar uma caraterização da situação atual de cada um desses fatores, bem como de analisar as tendências de evolução, com e sem a Revisão do PDMCL e a avaliação das oportunidades e riscos associados. As principais tarefas a desenvolver são a avaliação, por fator crítico para a decisão, das tendências de evolução e dos riscos e oportunidades associados às opções

(13)

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estratégicas, assim como a elaboração de análises de síntese e recomendações no quadro da monitorização. No final desta fase são produzidos o Relatório Ambiental Preliminar e o respetivo Resumo Não-Técnico, os quais são submetidos ao segundo processo de consulta pública.

18. A terceira e última fase tem início com a aprovação do Relatório Ambiental. Nesta fase é preparada uma Declaração Ambiental na qual consta a forma como as considerações ambientais apresentadas no Relatório Ambiental foram integradas no PDM, os resultados da ponderação das observações apresentadas durante a consulta realizada, assim como as medidas de controlo previstas. De acordo com o Artigo 165.º do Decreto Legislativo Regional n.º 18/2017/M, de 27 de junho, após a publicação no Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira do plano territorial sujeito a avaliação ambiental, a entidade competente pela respetiva elaboração envia à direção regional com a tutela do ambiente (Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente), uma declaração contendo os elementos referidos no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio.

2.2.

E

STRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

19. A comunicação e a participação pública configuram mecanismos fundamentais na escalabilidade do potencial da Avaliação Ambiental Estratégica, para que a revisão de um instrumento de planeamento municipal como o PDM contemple a necessária e adequada consensualidade em matéria de desenvolvimento sustentável do território. Com efeito, devem ser criadas as condições necessárias para garantir que o processo de comunicação da Avaliação Ambiental Estratégica seja disseminado e participado, assegurando-se a máxima transparência.

20. De acordo com as disposições estabelecidas na legislação referente à Avaliação Ambiental Estratégica (Decreto-lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei nº58/2011, de 4 de Maio), em articulação com o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de dezembro e Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de setembro e revogado pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio), a participação institucional e do público em geral no processo de Avaliação Ambiental Estratégica da revisão do PDMCL é assegurada, respetivamente, através da:

 consulta às entidades às quais em virtude das suas responsabilidades ambientais específicas, possam interessar os efeitos resultantes da aplicação do plano ou programa (ERAE - Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas), as quais dispõem de 20 dias (no caso do Relatório de Definição de Âmbito), e de 30 dias (no caso do Relatório Ambiental), para se pronunciarem e apresentarem as suas observações (n.º 3 do artigo 3.º, e n.os 1, 2, 3, 4, 5 e 6 do artigo 7.º, do Decreto-lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Decreto-lei n.º 58/2011, de 4 de maio);

 consulta pública da Revisão do PDMCL, que incluirá o respetivo Relatório Ambiental, aberta à participação do público em geral, nos termos do disposto n.os 6 a 9 do artigo 7.º do Decreto-lei n.º

232/2007, de 15 de junho, articulado com os n.os 3 a 8 do artigo 74.º do Decreto-lei n.º 316/2007, de 19

de setembro.

21. As Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas consultadas para efeitos de determinação do âmbito foram as designadas no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-lei n.º 58/2011, de 4 de maio, com as devidas alterações decorrentes da reestruturação das várias entidades, designadamente:

 Agência Regional da Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira;

 Direção Regional de Pescas;  Direção Regional de Agricultura;

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 Direção Regional do Comércio, Industria e Energia;  Direção Regional da Economia e Transportes;

 Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente;

 Direção Regional do Turismo;

 Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP – RAM.;  Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM;  Serviço Regional de Proteção Civil, IP – RAM.

22. Assim, os Relatórios (de Definição de Âmbito e o Relatório Ambiental) são enviados via correio eletrónico, em formato PDF (Portable Document Format), para cada uma das ERAE anteriormente indicadas, solicitando-se o envio do seu parecer escrito.

23. No decorrer do período de consulta pública e antes da aprovação do plano, as ERAE e o público em geral têm acesso ao Relatório Ambiental, podendo dar contributos e sugestões no sentido da melhoria da qualidade deste instrumento e da salvaguarda de eventuais interesses cuja potencial afetação tenha sido descurada ou subavaliada.

24. A consulta pública é anunciada com uma antecedência mínima de 5 dias e tem a duração mínima de 30 dias. Durante este período, todos os elementos para consulta devem ser disponibilizados através do sítio na Internet do Município de Câmara de Lobos e estarão disponíveis para consulta nos serviços da autarquia e na sede das juntas de freguesia, afixando-se nesses lugares as sessões de esclarecimento que irão ser realizadas.

2.3.

P

ROGRAMA DE TRABALHOS

25. De acordo com o definido no Relatório de Programação e Execução de Tarefas da Revisão do PDMCL, a Câmara Municipal optou pela subestruturação do processo de revisão por forma a promover a integração, acompanhamento e participação da autarquia durante todo o processo. Assim, o processo de programação e execução das tarefas determinou a subdivisão dos trabalhos em três fases distintas, intercaladas com os procedimentos de tramitação processual consagrados na respetiva legislação, nomeadamente:

 1ª Fase - Estratégia Preliminar: procede à definição dos princípios de sustentabilidade e visão estratégica da política de desenvolvimento territorial pretendida, bem como promove a avaliação e diagnóstico da situação existente (estudos de caracterização do território municipal);

 2ª Fase - Proposta do Plano: de forma preliminar, consolida as orientações estratégicas e os objetivos estruturantes do modelo de organização espacial, bem como procede à definição, e respetiva avaliação da sua aplicabilidade, de uma proposta de ordenamento e desenvolvimento territorial;  3ª Fase - Versão Final do Plano: configura e consolida o modelo final do plano e materializa os

respetivos procedimentos necessários à execução do processo de discussão pública.

26. Por sua vez, o processo de Avaliação Ambiental Estratégica encontra-se perfeitamente articulado em termos temporais e operativos com o processo de planeamento, no sentido de dar resposta ao objetivo principal de contribuir ativamente e oportunamente para a melhoria do PDMCL em revisão.

27. A programação definida pretende também criar oportunidades para que, através dos mecanismos previstos de participação e acompanhamento por parte das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas e do público em geral, se possibilite um amplo debate e validação das opções estratégicas, do modelo de desenvolvimento territorial e do programa de execução, entre outros elementos, que serão definidos na Revisão do PDMCL.

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Quadro 1 – Articulação entre o processo de Revisão do PDMCL e a respetiva Avaliação Ambiental Estratégica

Faseamento Processo de Revisão do PDMCL Avaliação Ambiental Estratégica

Tramitação Procedimental

Primeira reunião da Comissão de

Acompanhamento. -

1ª Fase – Estratégia Preliminar

Definição dos princípios de sustentabilidade e visão estratégica da política de

desenvolvimento territorial pretendida; avaliação e diagnóstico da situação existente (estudos de caracterização do território municipal).

Definição do âmbito da avaliação, designadamente, a proposta dos aspetos metodológicos e a estratégia de comunicação da Avaliação Ambiental Estratégica, a descrição do objeto de avaliação e a proposta dos fatores críticos de decisão.

Tramitação Procedimental

Segunda reunião da Comissão de Acompanhamento e emissão de parecer.

Submissão do Relatório de Definição de Âmbito ao processo de consulta pública inicial às Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas.

2ª Fase – Proposta de Plano

Consolidação das orientações estratégicas e dos objetivos estruturantes do modelo de organização espacial; definição de uma proposta de ordenamento e desenvolvimento territorial e avaliação da respetiva

aplicabilidade.

Avaliação, por fator crítico para a decisão, das tendências de evolução e dos riscos e oportunidades associados às opções estratégicas; elaboração de análises de síntese e recomendações no quadro da monitorização. Produção do Relatório Ambiental Preliminar e do respetivo Resumo Não Técnico

Tramitação Procedimental

Terceira reunião da Comissão de Acompanhamento e emissão de parecer.

Submissão do Relatório Ambiental Preliminar e do respetivo Resumo Não Técnico ao segundo processo de consulta por parte das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas.

3ª Fase – Versão Final do Plano

Configuração e consolidação do modelo final do plano; materialização dos procedimentos necessários à execução do processo de discussão pública.

Integração dos pareceres das Entidades com Responsabilidades Ambientais Específicas no Relatório Ambiental Preliminar e no respetivo Resumo Não Técnico.

Tramitação Procedimental

Quarta reunião da Comissão de

Acompanhamento e emissão de parecer final; materialização do processo de discussão pública; eventual ratificação; parecer final da Secretaria Regional com tutela sobre o Ordenamento do Território; aprovação pela Assembleia Municipal; registo e publicação.

Segundo processo de consulta pública; preparação da Declaração Ambiental, na qual constará a forma como as considerações ambientais apresentadas no Relatório Ambiental foram integrados no PDM, os resultados da ponderação das observações apresentadas durante a consulta realizada, assim como as medidas de controlo previstas.

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3. OBJETO DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL

29. O objeto da presente Avaliação Ambiental Estratégica é a primeira Revisão do PDM de Câmara de Lobos. 30. O Concelho de Câmara de Lobos, com uma área total de 52 km2, tem uma localização central na Ilha da Madeira e está integrado na zona metropolitana do Funchal, estendendo-se o seu território entre a costa sul e a cordilheira central da ilha. O concelho encontra-se delimitado, a este, pelo Concelho do Funchal; a norte, pelos Concelhos de Santana e São Vicente; a oeste, pelo Concelho de Ribeira Brava; e a sul, pelo Oceano Atlântico. Em termos de organização espacial e administrativa, o concelho é composto por cinco freguesias, a saber: Câmara de Lobos (onde se localiza a cidade sede de concelho), Estreito de Câmara de Lobos, Jardim da Serra, Quinta Grande e Curral das Freiras.

Figura 2 – Enquadramento territorial do Concelho de Câmara de Lobos

31. Com uma população residente de 35.666 habitantes em 2011, o concelho tem uma expressão muito relevante na distribuição da população no contexto regional, evidente também na sua elevada densidade populacional, na ordem dos 685,7 hab/km2. Com exceção da década de 1970, o concelho registou sempre

uma variação populacional positiva ao longo do último século, que foi na ordem dos 3% no último período intercensitário 2001-2011.

32. Segundo o Relatório de Programação e Execução de Tarefas do processo de Revisão do PDM de Câmara

de Lobos, o PDM atualmente em vigor foi aprovado em reunião ordinária da Assembleia Municipal, a 30 de setembro de 2002 e ratificado pela Resolução do Conselho do Governo Regional n. º4/2002/M de 7 de novembro. Não obstante, decorrido o prazo legal necessário à sua revisão, verificou-se que algumas das orientações defendidas e opções projetadas revelaram-se insatisfatórias e/ou incongruentes com as bases políticas de desenvolvimento territorial ambicionadas e com o modelo de organização espacial pretendido, sobretudo devido a:

 Insuficiência de definição de objetivos de desenvolvimento para o concelho, complementado com a falta de uma estratégia municipal de ordenamento do território;

 Desajustamento ao nível das categorias de solo definidas e, em geral, às soluções normativas do plano;  Dificuldade de aplicação das normas técnicas regulamentares;

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 Desarticulação do plano com os equipamentos e infraestruturas, sobretudo ao nível do sistema de infraestruturação viária;

 Deficiências na identificação e concretização dos elementos estruturantes do território;

 Incompatibilidades com algumas das disposições legais e regulamentares aplicáveis (já em vigor à data da sua ratificação);

 Incongruências com as orientações estratégicas definidas pelas políticas sectoriais de âmbito regional e nacional;

 Desarticulação e/ou falta de interoperabilidade com alguns dos instrumentos de gestão territorial hierarquicamente superiores.

33. A Câmara Municipal de Câmara de Lobos, considerando as problemáticas identificadas, deliberou na sua reunião ordinária de 20 de setembro de 2007 dar início ao procedimento de Revisão do PDMCL, com o objetivo de proceder a:

 Definição de estratégias de crescimento local, com o objetivo de reposicionar e/ou reequacionar o enquadramento do concelho, no contexto da política de desenvolvimento territorial (sustentado) prevista para a Região Autónoma da Madeira;

 Promoção de um processo de adaptação do plano às normas legais e regulamentares aplicáveis, bem como de adequação dos estudos sectoriais às políticas regionais e/ou nacionais existentes;

 Redefinição do zonamento operativo do PDM existente, por forma a adequa-lo às novas realidades

conjunturais do sistema socioeconómico;

 Fixação dos elementos estruturantes e definição e/ou adaptação das condicionantes de uso, transformação e ocupação do espaço;

 Reavaliação dos mecanismos de regulação e ocupação territorial, consubstanciando uma distribuição mais rigorosa e ponderada no uso do solo;

 Articulação entre o regime de transformação, ocupação e uso do solo e as redes de equipamentos e de infraestruturas;

 Identificação dos condicionamentos e/ou perturbações espaciais associadas aos mecanismos de revitalização e/ou transformação urbanística, bem como os de salvaguarda dos valores patrimoniais e paisagísticos;

 Definição de processos progressivos à estabilização do tecido urbano e à concretização de uma estrutura verde consolidada, em articulação com as intervenções de requalificação e reabilitação urbana do espaço público;

 Agilização dos mecanismos e processos de interoperabilidade do plano, sobretudo na articulação com outros instrumentos de gestão urbanística;

 Reorganização das unidades operativas de planeamento, através de operações de gestão urbanística ou de elaboração de Planos Municipais de Ordenamento do Território (Planos de Pormenor ou de Urbanização), que consubstancie a delimitação espacial de unidades a projetar e a respetiva definição de objetivos programáticos e estratégicos;

 Atualização e adaptação do conteúdo do plano, com base em ferramentas e sistemas de gestão de

informação geográfica;

 Definição de mecanismos de equilíbrio e salvaguarda ambiental.

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34. A Câmara Municipal de Câmara de Lobos definiu o processo de revisão como uma janela de oportunidade para “pensar o Concelho”, a médio/longo prazo, com base numa visão estratégica mais consentânea com os imperativos da atual conjuntura socioeconómica e princípios de sustentabilidade ambiental.

35. Assim, consciente do seu papel institucional e das respetivas competências e atribuições no domínio do ordenamento do território e urbanismo, a autarquia tem vindo, progressivamente, a fomentar o desenvolvimento e adequação de um conjunto de propostas, atividades e programas, de acordo com objetivos e as diretrizes programáticas do quadro estratégico de desenvolvimento territorial definido para o PDM, com vista à implementação de uma política de gestão e planeamento urbanístico integrada, equilibrada, coerente, harmoniosa e sustentável., que:

 Promova a qualidade de vida, bem-estar e proteção da Comunidade;

 Impulsione a concertação e harmonização entre interesses públicos e privados;

 Proceda à atenuação das distorções/constrangimentos urbanísticos e dos desequilíbrios/assimetrias locais;

 Auxilie na correção das carências e/ou problemáticas sociais, económicas e ambientais identificadas.

36. Especificamente, a autarquia promoveu um conjunto de ações e diligências com vista a coordenação dos trabalhos de execução associados ao processo de Revisão do PDMCL, bem como a respetiva concertação de interesses interdepartamentais e/ou de políticas sectoriais.

37. A Câmara Municipal pretende, de igual forma, a implementação de um mecanismo participativo de governação e gestão territorial, a implementar no início da 2ª Fase dos trabalhos de Revisão do PDMCL (Proposta de Plano), que promova a reflexão e discussão pública e mobilize a participação ativa, em torno deste processo, de todos os estratos sociais e segmentos que compõem a sociedade civil, propiciando um ambiente de inclusão socioeconómica, de coesão territorial, de salvaguarda do interesse comunitário e de compromisso entre as diferentes visões do território.

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4. FATORES CRÍTICOS PARA A DECISÃO

38. Como anteriormente descrito, nos termos da legislação aplicável à avaliação ambiental de planos e programas o Relatório Ambiental deve identificar, descrever e avaliar “os eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes da aplicação do programa e suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito da aplicação territorial respetivos”.

39. A sua identificação resultou da análise integrada dos elementos de base estratégica, ou seja, foram determinados pelas ligações entre as questões estratégicas para a revisão do PDMCL, as questões ambientais e de sustentabilidade relevantes que refletem as questões críticas para o território e o quadro de referência estratégico, que sistematiza as macropolíticas relevantes definidas em estratégias, planos e programas aos níveis europeu, nacional, regional e local. Segundo Partidário M. (2007), os FCD constituem os temas fundamentais para a decisão sobre os quais a Avaliação Ambiental Estratégica se deve debruçar, uma vez que identificam os aspetos que devem ser considerados pela decisão na conceção da sua estratégia e das ações que a implementam, para melhor satisfazer objetivos ambientais e um futuro mais sustentável. Dão resposta ao alcance da avaliação ambiental (exigência legal) e resultam de uma análise integrada dos seguintes elementos:

 Quadro de referência estratégico (QRE);

 Questões estratégicas (QE) (objetivos estratégicos e linhas de força) do objeto de avaliação;  Fatores ambientais (FA).

40. O esquema seguinte, da autoria da mesma autora, sintetiza precisamente esta metodologia, que foi também a adotada para a identificação dos Fatores Críticos para a Decisão na Revisão do PDMCL:

Figura 3 – Fatores Críticos para a Decisão como elemento integrador e estruturante em Avaliação Ambiental Estratégica

Fonte: PARTIDÁRIO, M. (2007)

41. Nos pontos seguintes são analisadas estas três dimensões, culminando na identificação e fundamentação final dos Fatores Críticos para a Decisão.

(20)

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4.1.

Q

UESTÕES ESTRATÉGICAS

42. Como já foi referido na descrição do objeto de avaliação, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos tem vindo, progressivamente, a fomentar o desenvolvimento e adequação de um conjunto de propostas, atividades e programas, de acordo com objetivos e as diretrizes programáticas do quadro estratégico de desenvolvimento territorial definido para o PDM, com vista à implementação de uma política de gestão e planeamento urbanístico integrada, equilibrada, coerente, harmoniosa e sustentável.

43. Neste contexto, foi definido pela autarquia um conjunto de objetivos estratégicos associados à Revisão do PDMCL, que servem de referência ao processo de revisão do plano, nomeadamente os seguintes:  Valoração, integração, cooperação e coesão social;

 Incremento e qualificação de estratégias de crescimento e/ou desenvolvimento local;  Reavaliação dos mecanismos de classificação, regulação e qualificação do solo;

 Salvaguarda, valorização e conservação dos valores patrimoniais, ambientais e paisagísticos;  Regeneração e reabilitação urbana do espaço público;

 Promoção de estratégias ou políticas de equilíbrio e sustentabilidade ambiental;  Beneficiação e expansão das redes de comunicação (acessibilidades) e de informação;

 Promoção da homogeneidade e equidade territorial;

 Reforço da qualidade e da eficiência na gestão territorial;  Articulação com as políticas setoriais de incidência local;  Apoio ao desenvolvimento cultural, desportivo e turístico;

 Proteção e salvaguarda da Comunidade, face à ocorrência de desastres naturais e tecnológicos.

44. Em sede do processo de Avaliação Ambiental Estratégica, para efeitos de identificação dos Fatores Críticos para a Decisão no âmbito do Relatório de Definição de Âmbito e atendendo à programação dos trabalhos de Revisão do PDMCL, foram consideradas como questões estratégicas do plano os objetivos estratégicos que foram definidos previamente pela Câmara Municipal, anteriormente enunciados. 45. Na segunda fase do processo de Revisão do PDMCL procedeu-se à consolidação dos objetivos

estratégicos da Revisão do PDMCL, assim como ao desenvolvimento do modelo de organização espacial. A Revisão do PDMCL assumiu assim como objetivos estratégicos os seguintes:

a) Adequação ao quadro de desenvolvimento local do estabelecido nos Instrumentos de Gestão Territorial de âmbito nacional e regional:

i. Articulação com as políticas setoriais de incidência local;

ii. Adaptação do Plano às normas legais e regulamentares aplicáveis e integração dos estudos setoriais e das políticas regionais e nacionais existentes;

b) Promoção da coesão territorial:

i. Reavaliação dos mecanismos de classificação, regulação e qualificação do solo; ii. Ponderação de novos parâmetros urbanísticos;

iii. Articulação do regime de uso do solo com as redes de equipamentos e infraestruturas; iv. Beneficiação e expansão das redes de comunicação (acessibilidades) e de informação;

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vi. Reforço dos transportes públicos;

c) Proteção, valorização e aproveitamento racional dos valores e recursos naturais:

i. Delimitação da Estrutura Ecológica Municipal, com vista à salvaguarda e equilíbrio dos ecossistemas;

ii. Identificação de todas as condicionantes legais ao uso e ocupação do solo natural e recursos hídricos;

iii. Delimitação das áreas de risco, com vista à proteção e salvaguarda da Comunidade, face à ocorrência de desastres naturais e tecnológicos;

iv. Identificação do potencial e de formas de aproveitamento racional dos recursos; d) Valorização do mundo rural:

i. Fomento da atividade agrícola e florestal sustentável;

ii. Expansão e melhoramento dos caminhos e acessibilidades às principais zonas agrícolas do concelho;

iii. Definição de regras para incentivo e controlo da instalação de meios alternativos de produção de energia elétrica;

iv. Contenção da edificação dispersa e da heterogeneidade a nível morfotipológico; e) Valorização do património e qualificação urbana:

i. Valorização e qualificação dos espaços públicos e dos equipamentos de utilização coletiva; ii. Delimitação de Unidades Operativas de Planeamento e Gestão com vista à salvaguarda e

valorização de centros históricos/núcleos originais e ao desenvolvimento de outras áreas de interesse;

iii. Consolidação da malha urbana e preenchimento de vazios urbanos;

iv. Reforço da rede pedonal, como elemento de ligação físico e de funções urbanas;

v. Estabilização do tecido urbano e concretização de uma estrutura verde consolidada, em articulação com a realização de intervenções e qualificação do espaço público e de reabilitação urbana;

f) Potenciação da oferta turística e promoção da identidade local: i. Apoio ao desenvolvimento cultural, desportivo e turístico;

ii. Preservação de tradições e culturas, numa perspetiva de mais-valia e criação de riqueza, criando condições para a fixação populacional em núcleos concentrados devidamente planeados e estruturados como centros urbanos;

iii. Salvaguarda das árvores monumentais e de outras espécies autóctones de reconhecido valor; iv. Incentivo ao aumento da oferta de dormidas turísticas;

g) Assegurar condições ao desenvolvimento das atividades económicas e coesão socioeconómica: i. Requalificação da frente marítima de Câmara de Lobos e otimização do modelo de gestão do cais

e varadouro, por forma a estimular a emergência de novas atividades económicas ligadas ao mar; ii. Enquadramento das atividades de silvicultura e agropecuária e dos espaços de armazenamento e

depósito;

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iv. Propiciar condições de equidade económica, social e territorial no acesso aos bens, serviços e equipamentos.

46. Os objetivos estratégicos consubstanciados na Proposta de Plano têm, no seu essencial, estreita correspondência com os objetivos inicialmente definidos pela autarquia, embora concretizem uma visão estratégica e um modelo de abordagem territorial mais estruturados e detalhados. Considera-se, portanto, que se mantêm válidas as análises realizadas no Relatório de Definição de Âmbito com base nas questões estratégicas iniciais e que estiveram na origem da identificação dos Fatores Críticos para a Decisão.

4.2.

F

ATORES AMBIENTAIS

47. De modo a avaliar os eventuais efeitos significativos no ambiente decorrentes da aplicação da Revisão do PDMCL, mais concretamente, como determina o enquadramento legal da Avaliação Ambiental Estratégica, os seus “efeitos secundários, cumulativos, sinergéticos, de curto, médio e longo prazos, permanentes e temporários, positivos e negativos”, foram também identificados os fatores ambientais suscetíveis de serem afetados pela implementação do instrumento de gestão do território.

48. O conjunto de fatores ambientais previstos no Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, são os seguintes:

 Água;  Atmosfera;  Biodiversidade;  Fauna;  Flora;  Solo;  Paisagem;

 Património Cultural (incluindo o património arquitetónico e arqueológico);  Bens Materiais;

 População;

 Saúde Humana;

 Fatores Climáticos.

49. Atendendo à natureza do PDM e à grande diversidade que carateriza o território concelhio (zonas costeiras, de encosta e de montanha; espaços urbanos de média e baixa densidade; zonas de especial valor natural, ecológico, paisagístico e cultural; grandes áreas de produção hortícola, frutícola e vitivinícola; zonas industriais e grandes infraestruturas de importância regional) à qual corresponde uma diversidade equivalente de questões ambientais relevantes (exponenciadas pelas especificidades das condições insular e ultraperiférica da região), todos os fatores ambientais enunciados no enquadramento legislativo têm, cada um por si, especial relevância para o Concelho de Câmara de Lobos. Como tal, considera-se que todos estes fatores ambientais devem ser tidos em consideração na revisão do PDM.

(23)

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4.3.

Q

UADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO

50. Com o objetivo de estabelecer o referencial estratégico para a Avaliação Ambiental Estratégica, procedeu-se a uma análise das relações que a Revisão do PDMCL estabelece com os macro objetivos de política ambiental e de sustentabilidade determinados ao nível internacional, europeu e nacional e que sejam relevantes para a avaliação. Para isto, a metodologia adotada consistiu na prossecução de um conjunto de etapas, designadamente:

 Analisar e identificar os instrumentos que integram o quadro de referência estratégico com os quais a Revisão do PDMCL estabelece relações;

 Analisar os instrumentos selecionados e os estudos técnicos e demais documentos que compõem atualmente o PDM em revisão;

 Construir uma matriz de coerência entre os objetivos de desenvolvimento estabelecidos inicialmente na Revisão do PDMCL e os objetivos/linhas de orientação estratégica de cada um dos documentos de referência.

51. Tendo em consideração a natureza, o âmbito e os objetivos da Revisão do PDMCL, foram selecionados os seguintes documentos para integrarem o quadro de instrumentos de referência estratégica:

 De âmbito europeu

✓ Europa 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo;

✓ Livro Verde para a Coesão Territorial Europeia (Comissão Europeia);

✓ Estratégia da Biodiversidade da União Europeia para 2020

 De âmbito nacional

✓ Estratégia Orçamental 2014-2018;

✓ Programa Nacional de Reformas - Mais Crescimento. Melhor Emprego. Maior Igualdade;

✓ Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável - ENDS 2015;

✓ Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT);

✓ Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB);

✓ Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020-2030;

✓ Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC);

✓ Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação;

✓ Estratégia Nacional para as Florestas;

✓ Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI);

✓ Plano Nacional da Água (PNA);

✓ Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PENSAAR 2020);

✓ Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, 2012-2020 (PNEUA);

✓ Plano Nacional de Saúde 2011 - 2016;

✓ Estratégia Nacional para a Energia 2020 - ENE 2020;

✓ Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética (PNAEE);

✓ Plano Nacional de Acão para as Energias Renováveis (PNAER);

✓ Plano Nacional de Gestão de Resíduos, 2014-2020;

✓ Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos 2020- PERSU 2020;

✓ Plano Estratégico Nacional do Turismo - PENT;

(24)

R A |A 2018

✓ Regime Jurídico da REN1 (DL n.º 166/2008 alterado pelo decreto-lei n.º 239/2012, de 02 de novembro);

✓ Regime Jurídico da RAN1 (DL n.º 73/2009 alterado pelo decreto-lei n.º 199/2015, de 16 de

setembro);

✓ Plano Nacional de Emergência e Proteção Civil (PNEPC);

✓ Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020

 De âmbito regional

✓ Plano de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira (POTRAM);

✓ Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da R.A.M.;

✓ Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira;

✓ Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma da Madeira (POT);

✓ Plano Regional da Política de Ambiente (PRPA);

✓ Plano Regional da Água da Região Autónoma da Madeira (PRAM);

✓ Planos de Ação para a Energia Sustentável das Ilhas da Madeira;

✓ Programa Operacional da Região Autónoma da Madeira;

✓ Plano de Ação para a Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da RAM (PIDT&I).

✓ Plano de Ordenamento e Gestão do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira;

✓ Plano de Ordenamento e Gestão da Laurissilva da Madeira;

✓ Plano Integrado e Estratégico dos Transportes da Região Autónoma da Madeira, 2014 - 2020 (PIETRAM);

✓ Plano Regional de Ordenamento Florestal da RAM

✓ Compromisso Madeira 2020:

✓ Estratégia Marinha para a Subdivisão da Madeira;

✓ Plano Estratégico do Sistema Nacional de Saúde 2011-2016 (PESRS 2011-2016);

✓ Plano Regional de Emprego 2012-2020;

✓ Plano de Gestão do Risco de Inundação da Região Autónoma da Madeira (PGRI-RAM);

✓ Estratégia de Adaptação às Alterações Climáticas da Região Autónoma da Madeira;

✓ Plano de Política Energética da Região Autónoma da Madeira;

✓ Plano Estratégico de Resíduos da Região Autónoma da Madeira;

✓ Programa de Desenvolvimento Rural para a Região Autónoma da Madeira, 2014-2020.  De âmbito local

✓ Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de Câmara de Lobos (PMEPCCL).

✓ Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico de Câmara de Lobos (ARU);

✓ Instrumento de Identificação das Comunidades Desfavorecidas (IICD);

✓ Plano de Ação de Reabilitação Urbana (PARU);

✓ Plano de Ação para a Energia Sustentável no Município de Câmara de Lobos.

52. A estruturação deste quadro de referência estratégico assentou no princípio de que os objetivos económicos, sociais e ambientais subjacentes à Revisão do PDMCL e a cada um destes instrumentos, podem reforçar-se mutuamente e, por isso, obter mais e melhores resultados de desenvolvimento sustentável se forem devidamente integrados.

1O Decreto Legislativo Regional n.º 18/2011/M, de 11 de gosto fixa um período transitório, até à entrada em vigor dos decretos legislativos regionais que aprovem a adaptação à Região Autónoma da Madeira do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto (REN), e do Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de Março, (RAN) e respetivas alterações.

(25)

RELATÓRIO AMBIENTAL |AGOSTO 2018

Quadro 2 – Análise global da coerência da Revisão do PDMCL com o seu quadro de referência estratégico

DOCUMENTOS ESTRATÉGICOS DE REFERÊNCIA

PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE CÂMARA DE LOBOS Objetivos Estratégicos Valoração, integração , coopera-ção e coesão social Incremento e qualifi-cação de estratégias de cresci-mento e/ou desenvol-vimento local Reavalia-ção dos mecanis-mos de classifica-ção, regulação e qualifi-cação do solo Salva-guarda, valoriza-ção e conserva-ção dos valores patrimo-niais, ambientais e paisagís-ticos Regenera-ção e reabilita-ção urbana do espaço público Promoção de estra-tégias ou políticas de equilí-brio e sustentabi-lidade ambiental Beneficia-ção e expansão das redes de comuni-cação (acessibili-dades) e de infor-mação Promoção da homo-geneidade e equidade territorial Reforço da qualidade e da efi-ciência na gestão territorial Articula-ção com as políticas sectoriais de incidên-cia local Apoio ao desenvol-vimento cultural, desportivo e turístico Proteção e salva-guarda da Comuni-dade, face à ocorrên-cia de desastres naturais e tecnológi-cos Europa 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo ◆◆ ◆ O ◆ O ◆◆ O ◆ O O ◆ ◆

Livro Verde para a Coesão Territorial Europeia ◆◆ ◆◆ O ◆◆ O ◆◆◆ O ◆◆◆ O O O ◆

Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2020 O ◆ O ◆◆◆ O ◆◆◆ O ◆ ◆ ◆◆ ◆ ◆

Estratégia Orçamental 2014-2018 O O O O O O O O ◆ O O O

Programa Nacional de Reformas - Mais Crescimento. Melhor Emprego.

Maior Igualdade ◆◆ ◆ O ◆ ◆ ◆◆ O ◆ ◆◆ O O O

Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável - ENDS 2015 ◆◆ ◆◆◆ O ◆◆ O ◆◆ ◆ ◆◆ O O ◆ O

Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território ◆◆◆ ◆ O ◆◆ ◆ ◆◆ ◆◆ ◆◆◆ ◆◆ O ◆◆ ◆◆ Estratégia Nac. para a Cons. da Natureza e da Biodiversidade ◆ ◆ O ◆◆◆ O ◆◆ ◆ ◆ ◆ ◆ O O

Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020-2030 O ◆ O ◆ O ◆◆◆ O O ◆ ◆ O O

Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas ◆ ◆◆ O O O ◆◆ O O ◆ ◆◆ O ◆◆ Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação ◆◆ ◆◆ ◆ ◆◆◆ O ◆◆ O ◆◆ ◆ O O ◆

Estratégia Nacional para as Florestas O ◆ O ◆ O ◆ O O ◆ O O ◆◆

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios O O ◆ ◆◆◆ O ◆◆◆ O ◆ ◆◆ ◆ O ◆◆◆

Plano Nacional da Água (PNA) O ◆◆ O ◆◆ O ◆◆◆ ◆ O ◆◆ ◆◆ O O

Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas

Residuais (PENSAAR 2020) ◆ O O ◆◆ O ◆◆ O ◆ ◆◆ ◆ O ◆

Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, 2012-2020 ◆ ◆ O ◆◆◆ O ◆◆ O ◆ ◆ O O O

Plano Nacional de Saúde 2011 – 2016 ◆◆ ◆ O O O ◆ O ◆◆ O O O O

Estratégia Nacional para a Energia 2020 O O O ◆ O ◆ O O O O O O

Plano Nacional de Acão para a Eficiência Energética O ◆ O O O ◆◆ O O ◆ ◆ O O

Plano Nacional de Acão para as Energias Renováveis O O O O O ◆◆ O O O ◆ O O

Plano Nacional de Gestão de Resíduos, 2014-2020 O O O ◆ O ◆ O O O O O O

Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos, PERSU 2020 O O O ◆ O ◆ O O O O O O

Plano Estratégico Nacional do Turismo ◆◆ ◆◆ O ◆◆ ◆◆ ◆◆ ◆ ◆◆ ◆◆ ◆ ◆◆◆ ◆

Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 ◆ O O O O O ◆◆ ◆ O O O O

Regime Jurídico da REN (DL n.º 166/2008) O ◆ ◆◆ ◆◆◆ O ◆◆◆ O ◆ ◆ ◆◆ ◆ ◆◆◆

Regime Jurídico da RAN (DL n.º 73/2009) O ◆ ◆◆◆ ◆◆ O ◆◆◆ O ◆◆ ◆ ◆◆ O O

Plano Nacional de Emergência e Proteção Civil (PNEPC) O O O O O O O O ◆ ◆ O ◆◆◆

Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020 O ◆ O O O ◆ O O O ◆ O O

Plano de Ordenamento do Território da RAM ◆◆ ◆ O ◆◆ ◆◆ ◆◆ O ◆◆ ◆ ◆ ◆◆ ◆

Referências

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