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BOAS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS. Carina Diniz ROCHA (1)* ; Kelly Isis SANTANA (2) ; Marília Cândida OLIVEIRA (3)

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Academic year: 2021

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BOAS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS Carina Diniz ROCHA(1)*; Kelly Isis SANTANA (2); Marília Cândida OLIVEIRA (3) (1) Estudante, Instituto Federal do Triângulo Mineiro, IFTM, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

(2) Professor, Instituto Federal do Triângulo Mineiro, IFTM, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. (3) Professor, Instituto Federal do Triângulo Mineiro, IFTM, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

* Autor Correspondente: E-mail: carinadinizvet@yahoo.com.br

RESUMO: As perdas e o desperdício tem reflexos na cadeia econômica, como também nas questões sociais e de segurança alimentar, e ambientais, implicando em hábitos de boas práticas buscando alternativas para a intensificação sustentável da produção das matérias-primas para a produção de alimentos consumidos in natura ou a partir de produtos industrializados O objetivo deste estudo foi avaliar e relacionar os impactos e as práticas sustentáveis sobre o desperdício de alimentos nos diferentes segmentos de produção. Foi realizado revisão de literatura, considerando informações relevantes de órgãos de referências sobre o assunto. Entre as perdas de alimentos que ocorrem no Brasil 10 % acontece durante a colheita, 50 % no manuseio e transporte, 30% em centrais de abastecimento e 10% são perdas que ocorrem em supermercados e consumidores. As principais causas dos desperdícios de alimentos no país ocorrem pela falta de cuidado na colheita, uso de máquinas e equipamentos desregulados, bem como transporte e armazenamento inadequados, além de falta de capacitação e mão de obra qualificada. A redução das perdas na cadeia produtiva, desde o campo até o consumidor, beneficiando todos os envolvidos, com possibilidades de maximizar a renda dos produtores, minimizar os custos, além de propiciar a manutenção da qualidade do produto até o consumidor e a aplicações de tecnologias apropriadas pode manter a qualidade e possibilitar um aumento da vida útil dos produtos e um melhor aproveitamento do alimento e menores desperdícios e produção de lixos que impactam negativamente nas práticas sustentáveis.

Palavras-Chave: Hábitos; perdas; meio ambiente INTRODUÇÃO

O desperdício de alimentos é um problema amplamente discutido e que está relacionado a questões culturais, políticas e tecnológicas que abrangem as diversas etapas da cadeia produtiva. (BARBOSA; SANTANA, 2012). As perdas e o desperdício de alimentos estão vinculados a implicações como a segurança alimentar (MACEDO, 2015). Sabe-se que há aproximadamente 7 bilhões de pessoas no mundo, das quais 1 bilhão de pessoas não tem acesso adequado aos alimentos e sofre com a desnutrição e sua falta e que a estimativa que em 2050 a população mundial será de aproximadamente 9 bilhões de pessoas e intervenções sobre as perdas e desperdícios deverão ser trabalhadas (FAO, 2017).

Todos os anos, cerca de 30% de tudo que é produzido no mundo é perdido ou desperdiçado. Isso representa, aproximadamente, 1,3 bilhão de toneladas de comida que vai para o lixo (ALEXANDRATOS; BRUINSMA, 2012). As perdas ocorrem geralmente nas fases de produção, armazenamento e transporte e correspondem a 54% do total. Já o desperdício, que consiste em 46% do montante, está ligado aos hábitos dos consumidores e nas vendas dos produtos (FAO, 2017).

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As perdas e o desperdício têm reflexos na cadeia econômica, como também nas questões sociais e de segurança alimentar, e ambientais, implicando em hábitos de boas práticas (CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005), buscando alternativas para a intensificação sustentável da produção das matérias-primas para a produção de alimentos consumidos in natura ou a partir de produtos industrializados (EMBRAPA, 2014).

Entre as práticas sustentáveis devem compreender a redução de perdas e desperdícios ao longo de toda a cadeia agroalimentar, o diálogo da produção agropecuária com o setor de energia, a atenção aos impactos das mudanças climáticas na sustentação dos atuais níveis de produtividade e a necessidade de se produzir mais com menos demanda hídrica (BANCO MUNDIAL, 2013). O objetivo deste estudo foi avaliar e relacionar os impactos e as práticas sustentáveis sobre o desperdício de alimentos nos diferentes segmentos de produção.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho consiste em uma revisão de literatura, considerando informações relevantes de órgãos de referências sobre o assunto como a Organização das Nações Unidas Para a Alimentação e a Agricultura – FAO, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA sobre perdas e desperdício de alimentos na cadeia produtiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de alimentos, mas grande parte de sua produção é desperdiçada nos processos de colheita, transporte, estocagem, beneficiamento e comercialização. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO (2013) o Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam alimentos, representando quase 35% da produção agrícola, o que equivale a 10 milhões de toneladas de comida que vão para o lixo a cada ano.

Entre as perdas que ocorrem no Brasil 10 % acontecem durante a colheita, 50 % no manuseio e transporte, 30% em centrais de abastecimento (Ceasa) e 10% são perdas que ocorrem em supermercados e consumidores (EMBRAPA, 2014). As principais causas dos desperdícios de alimentos no país ocorrem pela falta de cuidado na colheita, uso de máquinas e equipamentos desregulados, bem como transporte e armazenamento inadequados, além de falta de capacitação e mão de obra qualificada (CASTRO, 2002). Os alimentos não são aproveitados em sua totalidade e para um aproveitamento maior e reduzir o impacto ambiental, pode agregar valor ao produto, diminuir

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Entre as possíveis causas dos desperdícios de alimentos, de água e de energia no segmento de alimentação é a falta de planejamento e procedimento específico para a compra de alimentos, compra exagerada de alimentos perecíveis, compra de alimentos com validade próxima do vencimento, aquisição de matéria-prima de baixa qualidade (EMBRAPA, 2003). Como forma de evitar o desperdício, hábitos de avaliar o consumo dos produtos antes do vencimento do prazo de validade, comprar somente a quantidade de que precisa. No caso de frutas, legumes e verduras prefira sempre os da estação, que são mais frescos e demoram mais para estragar (EMBRAPA, 2014).

No campo, as condições climáticas, como chuvas e geadas, prejudicam os processos de colheita. Fatores como o armazenamento e transporte podem comprometer na qualidade do alimento e a falta de procedimento adequado para conferencia e controle da qualidade, validade, quantidade dos alimentos recebidos, o condicionamento em temperatura e locais inadequados, falta de controle e organização do estoque, falhas de manipulação e acondicionamento no transporte de alimentos e falhas de logística para a entrega dos alimentos favorecem perdas de alimento (CASTRO, 2002).

O maior problema no Brasil está na logística de armazenamento e transporte. A infraestrutura de transporte é precária, não dispondo de uma malha rodoviária, hidrovias e ferrovias adequadas. Quanto mais distante as áreas de produção estiverem dos portos e das indústrias de processamento, maiores serão as perdas de produtos, com elevados prejuízos para os produtores. A capacidade de armazenagem é deficiente, principalmente nas unidades de produção (EMBRAPA, 2003).

Quanto ao processo produtivo a ocorrência de falhas na utilização de fichas técnica e no planejamento de cardápio, o excesso de produtos pré-preparados e de recheios, falta de padronização dos alimentos produzidos, e a inexperiência na gestão de estabelecimento alimentício, desencadeia perdas de alimentos. Como forma de evitar estas perdas, a padronização de preparo de alimentos com a elaboração e a implantação de fichas técnicas é favorável à redução de perdas e desperdícios (MARTINS; FARIAS, 2002).

O consumo cresce a cada dia e, com isso, a degradação ambiental também. A degradação deve-se à pressão sobre o uso dos recursos naturais e à poluição causada pelos mais variados processos de produção (FAO, 2011). O consumo excessivo e desnecessário, aliado ao descarte inadequado pós-consumo, agrava ainda mais a situação (BARBOSA; SANTANA, 2012).

Na limpeza de carnes e hortifrútis, as aparas podem virar caldo de carne natural, serem moídas e inseridas em outros preparos, como o molho à bolonhesa. Jogue somente o que realmente não dá para reutilizar. As pontas de cebola e de tomate podem virar perfeitamente um belo vinagrete, por exemplo. No processo de higienização das folhas, cuidado na seleção das folhas mais apropriadas para consumo (MACEDO, 2015).

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Evite uso de produtos de limpeza em excesso e dilua os corretamente. Produtos em excesso, além de demandar mais água para a sua retirada, muitas vezes não é biodegradável, gerando resíduo (BARBOSA; SANTANA, 2012).

Há um desafio na estrutura da cadeia de distribuição e um desafio no comportamento do consumidor (FAO, 2011). O consumidor é muito exigente em relação ao aspecto dos alimentos, rejeita frutas ou legumes feios ou que estejam um pouco escurinhos, mas que apresentam suas características organolépticas integras e podem ser consumidos com segurança (FAO, 2013). Há um desperdício para os produtores que não tem para quem vender estes produtos e na rejeição dos alimentos na banca dos supermercados (MACEDO, 2015).

Segundo a FAO (2017), a consequência do desperdício representa o descarte de 30% de tudo que é produzido no mundo. Isso gera um prejuízo econômico de cerca de US$ 940 bilhões por ano, ou cerca de R$ 3 trilhões. Além dos alimentos em si, são desperdiçados valores ambientais, sociais e culturais, pois utilizamos água, energia, terra, logística, trabalho, diversos recursos e grande parte é jogada fora e ainda mais de 7,2 milhões de pessoas são afetadas pela fome no Brasil.

Um exemplo evitar o desperdício de alimentos é um marketing sobre maçãs da Turma da Mônica que por serem pequenas demais para o consumidor, elas eram descartadas ou vendidas a preço muito menor que as demais maçãs, grandes e bem vermelhas. A solução do comércio foi vincular a pequena fruta ao público infantil, estampando personagens que relacionam com as crianças. Foi então que surgiu as maçãs da Turma da Mônica, pequenas e suculentas e até mais caras que as outras (MACEDO, 2015).

Outras formas de evitar o desperdício de alimentos são ações dos supermercados contra o desperdício. O Grupo GPA, dono do Pão de Açúcar, Extra e do Assaí, tem um programa Parceria contra o desperdício, que consiste na doação de produtos que, embora não estejam esteticamente bonitos, podem ser consumidos com segurança. Outra ação é desconto de até 40% em alimentos que estão próximos do vencimento e agrupados em gôndolas especiais, enquanto que o Carrefour adotou o Programa Únicos, que oferece frutas e legumes considerados feios com descontos a partir de 30% (EMBRAPA 2014)

CONCLUSÃO

A redução das perdas na cadeia produtiva, desde o campo até o consumidor, beneficiando todos os envolvidos, com possibilidades de maximizar a renda dos produtores, minimizar os custos, além de propiciar a manutenção da qualidade do produto até o consumidor e a aplicação de tecnologias apropriadas pode manter a qualidade e possibilitar um aumento da vida útil dos produtos

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AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Federal do Triângulo Mineiro, IFTM, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. REFERÊNCIAS

ALEXANDRATOS, N.; BRUINSMA, J. 2012. World agriculture towards 2030/2050: the 2012 revision. ESA Working paper nº. 12-03. Rome, FAO.

BANCO MUNDIAL. Impactos das Mudanças Climáticas na Produção Agrícola Brasileira. 2013.

BARBOSA M.M.T.L. E SANTANA, C.A.M. Desafios para o futuro da produção sustentável de alimentos. Parcerias Estratégicas, Brasília-DF. v. 17, n. 35. p. 55-74, jul-dez. 2012.

CASTRO, M. H. C. A. Fatores determinantes de desperdício de alimentos no Brasil: Diagnóstico da situação. 2002. 93 f. Monografia (Especialização em Gestão de Qualidade em Serviços de Alimentação) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2002.

CENCI, S. A. Boas práticas de pós-colheita de frutas e hortaliças na agricultura familiar. In: Fenelon do Nascimento Neto. (Org.). Recomendações Básicas para a aplicação das boas práticas agropecuárias e de fabricação na agricultura familiar. 1a ed.77 Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, p. 67-80, 2006.

CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/ IDEC, 2005. 160 p. 1.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Perdas na comercialização de hortaliças em uma rede varejista do Distrito Federal. Cadernos de Ciência e Tecnologia, Brasília, v. 20, n. 3, p. 521-541, set. /dez. 2003.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED. Food loss and food waste, 2017.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED. Food waste foot print. Impact on natural resources. 2013.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. 2011. Global

Food Losses and Waste. Extent, Causes and Prevention (available at

http://www.fao.org/docrep/014/mb060e/mb060e00.pdf).

MACEDO, C. Sustentabilidade em alimentação fora do lar: desafios e vantagens. Brasília: Sebrae, 2015. 44 p.

MARTINS, R. C.; FARIAS, M. R. Produção de alimentos x desperdício: tipos, causas e como reduzir perdas na produção agrícola. Revista da FZVA Uruguaiana, v. 9, n. 1, p. 20-32. 2002.

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