(DMAs) NO BRASIL
EDIÇÃO: 11 | AGOSTO 2015 JANEIRO-JUNHO 2015
TABELA
01: DESEMPENHO DA PRODUÇÃO E DAS VENDAS
VARIAÇÃO PERCENTUAL | JANEIRO A JUNHO DE 2015
GRÁFICO
01: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO, IMPORTAÇÃO E CONSUMO
APA-RENTE
EM NÚMERO ÍNDICE | JUNHO DE 2014 A JUNHO 2015 A produção industrial de
instru-mentos e materiais para uso médico e odontológico e artigos ópticos, segun-do a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do IBGE, apresentou crescimento de 11,3% no acumulado de janeiro a junhode 2015, frente ao mesmo período de 2014. Já as vendas no comércio varejista de
FONTE: PIM-PF/IBGE E PMC/IBGE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
FONTE: PIM-PF/IBGE E PMC/IBGE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
PRODUÇÃO
NA INDÚSTRIA E VENDAS NO COMÉRCIO
PRODUÇÃO E VENDAS VARIAÇÃO NO MÊS VARIAÇÃO NO PERÍODO VARIAÇÃO EM 12 MESES JUN15/ JUN14 JAN15-JUN5/
JAN14-JUN14
JUL14-JUN15/ JUL13-JUN14
PRODUÇÃO NA INDÚSTRIA
Instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e artigos ópticos 7% 11,3% 11,8%
VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA
Artigos farmacêuticos, médicos e ortopédicos * 1,77% 5,00% 6,76%
ÍNDICE DE CONSUMO APARENTE
Dispositivos médicos (DMAs) 1,5% -1,6% 0,2%
artigos farmacêuticos, médicos e orto-pédicos, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, apresentaram crescimento de 5% de janeiro a maio de 2015 e 6,76% em 12 meses.
O índice de consumo aparente de DMA(s), calculado pela Websetorial para ABIIS, apresentou o seguinte de-sempenho: no mês de junho de 2015,
houve variação de 1,5%. No acumu-lado de janeiro a junho de 2015, em relação ao mesmo periodo do ano an-terior, houve queda de 1,6%. E em 12 meses, crescimento de 0,2%.
02
DESEMPENHO DO EMPREGO NO SETOR
No primeiro semestre de 2015, segundo dados do CA-GED, do Ministério do Trabalho e Emprego, foram gerados 127 no vos empregos nas atividades industriais e comer-ciais do setor de Dispositivos Médicos (DMAs), totalizando 136.549 empregados no setor, número que não inclui os empregados em serviços de complementação diagnósti-ca e terapêutidiagnósti-ca. Com esse acréscimo na geração de em-prego, o contingente de trabalhadores dedicados ao se-tor apresentou um crescimento de 1,54% em relação ao primeiro semestre de 2014. Entre os segmentos do se tor, destacam-se o comercio atacadista de máquinas, apa-relhos e equipamentos para uso odontológico, médico e
hospitalar, com o incremento de 3,66% e o comércio ata-cadista de instrumentos e materiais para uso médico, ci-rúrgico, ortopédico e odontológico, com o crescimento de 2,56% do emprego no período em questão. Em 12 meses (julho/14 a junho/15), o número de empregados no setor cresceu 3,65%, na comparação com igual período anterior. Destacam-se, novamente, o comércio atacadista de instru-mentos e ma teriais para uso médico, cirúrgico, ortopédico e odontológico, com incremento de 4,82%, e o comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odonto-médico-hospitalar, com aumento de 4,63% no número de empregados.
TABELA
02: EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO SETOR
EM NÚMEROS E VARIAÇÕES PERCENTUAIS | JANEIRO A JUNHO DE 2015
TABELA
03: PREÇOS DOS PRODUTOS
VARIAÇÕES PERCENTUAIS | JANEIRO A JUNHO DE 2015
FONTE: CAGED/MTE E RAIS 2011 | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
FONTE: IPA/ FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - FGV | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
PREÇOS DOS PRODUTOS
PARA A SAÚDE
De janeiro a junho de 2015, em re-lação ao mesmo período do ano ante-rior, os pre ços de artigos ortopédicos (7,47%) e os de hospitalização e ci-rurgia (6,23%) sofreram reajustes su-periores ao IPCA, que atingiu a marca de 6,17%. Os preços dos exames de laboratório (3,09%) e os de radiografia (2,83%) não superaram a variação do IPCA no período. Na comparação em 12 meses (contados de julho de 2014 a junho de 2015), observa-se que os preços de todos os produtos ficaram
SEGMENTOS
EM NÚMEROS VARIAÇÃO PERCENTUAL EMPREGADOS EM JUNHO DE 2015 JAN15-JUN15/ JAN14-JUN14 JUL14-JUN15/ JUL13-JUN14 INDÚSTRIA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA USO MÉDICO E
ODON-TOLÓGICO E DE ARTIGOS ÓPTICOS 56,8 mil 0,34% 3,58%
INDÚSTRIA DE APARELHOS ELETROMÉDICOS E ELETROTERAPÊUTICOS E
EQUIPAMENTOS DE IRRADIAÇÃO 5,7 mil 1,61% 3,69%
COMÉRCIO ATACADISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA USO
MÉDICO, CIRÚRGICO, ORTOPÉDICO E ODONTOLÓGICO 40,3 mil 2,56% 4,82% COMÉRCIO ATACADISTA DE MÁQUINAS, APARELHOS E EQUIPAMENTOS
PARA USO ODONTO-MÉDICO-HOSPITALAR (PARTES E PEÇAS) 10,6 mil 3,66% 4,63% COMÉRCIO VAREJISTA DE ARTIGOS MÉDICOS E ORTOPÉDICOS 23,3 mil 1,82% 1,47%
TOTAL 136,5 mil 1,54% 3,65%
SERVIÇOS DE COMPLEMENTAÇÃO DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA 224,8 mil 4,31% 8,17%
PREÇOS (IPCA)
VARIAÇÃO PERCENTUAL
JUN15/ MAI15 JAN15-JUN15/ JAN14-JUN14 JUL14-JUN15/ JUL13-JUN14
ARTIGOS ORTOPÉDICOS 0,03% 7,47% 7,55% EXAME DE LABORATÓRIO 0,12% 3,09% 4,58% HOSPITALIZAÇÃO E CIRURGIA 0,91% 6,23% 8,47% RADIOGRAFIA 0,52% 2,83% 6,23% IPCA 0,79% 6,17% 8,56% TAXA DE CÂMBIO 1,63% 17,90% 39,20%
03
TABELA
04: IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS NOS GRUPOS DE PRODUTOS
VARIAÇÕES PERCENTUAIS | JANEIRO A JUNHO DE 2015
FONTE: ALICE WEB/ SECEX | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
PREÇOS DOS PRODUTOS
PARA A SAÚDE
abaixo da variação do IPCA (8,56%) no período. Os preços de hospitaliza-ção e cirurgia acumularam variahospitaliza-ção muito próxima ao índice, apresentando crescimento de 8,47%, e os de arti-gos ortopédicos foram reajustados em 7,55%.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
NO SETOR
As exportações do setor alcança-ram US$ 460,2 milhões no primeiro semestre de 2015, o que represen-tou um aumento de 13,52% em rela-ção a igual período do ano anterior. As importações totais de DMAs, no mesmo período, totalizaram o valor de US$ 2,7 bilhões, com um recuo de 7,54% em relação ao primeiro se-mestre de 2014. De janeiro a junho de 2015, houve redução nas importações em quase todos os grupos de produ-tos. As exceções foram os reagentes (+8,01%) e mobiliário (+3,99%). O
mente no segmento representado pela CBDL houve incremento nas im-portações, de 0,74% no período. No segmento representado pela ABRAI-DI, as compras externas recuaram 14,59% e no segmento da ABIMED ocorreu declínio de 13,03%.
pior desempenho ocorreu no grupo de equipamentos por imagem e seus insumos, com recuo de 20,61%, se-guido por equipamentos para labora-tório (-17,81%) e aparelhos para odon-tologia (-16,49%).
Na comparação por entidade,
so-SEGMENTOS JUN15/JUN14 JAN15-JUN15/ JAN14-JUN14 JUL14-JUN15/ JUL13-JUN14
ABIMED -5,39% -13,03% -8,91%
ABRAIDI 3,64% -14,59% -8,90%
CBDL 5,25% 0,74% 0,55%
DISPOSITIVOS MÉDICOS
Materiais e suprimentos 1,40% -8,83% -8,40%
Próteses, implantes, partes e peças -6,48% -13,87% -7,76%
EQUIPAMENTOS MÉDICOS
Aparelhos para odontologia 50,10% -16,49% -16,83%
Demais equipamentos de uso hospitalar, inclusive laser 2,17% -11,14% -6,76%
Equipamentos de imagem e seus insumos -6,83% -20,61% -13,46%
Equipamentos para laboratório -19,41% -17,81% -12,65%
IN VITRO
Reagentes 8,84% 8,01% 5,81%
MOBILIÁRIO
Mobiliário -31,00% 3,99% 18,29%
04
O PERFIL DO SETOR DE DMAs
A INDÚSTRIA DE DISPOSITIVOS MÉDICOS (DMAs) NO MUNDO
A partir da presente edição e com o lançamento pela ABIIS do livro “SAÚDE 4.0 - PROPOSTAS PARA IMPUL-SIONAR O CICLO DAS INOVAÇÕES EM DISPOSITIVOS MÉDICOS (DMAs) NO BRASIL”, será adotada neste bole-tim a terminologia: “tecnologias médicas” ou “dispositivos médicos no sentido amplo (DMAs)” para descrever o setor representado pela entidade.
Com faturamento global de US$ 350 bilhões (2014) e exportações de US$ 177,7 bilhões (2012), a indústria de dispositivos médicos no sentido amplo (DMAs) conta com uma diversi-ficada gama de produtos, divididos em 90 categorias, 10.000 tipos e 500.000 itens disponíveis nos mercados. No setor, preponderam empresas médias e pequenas (80%), que, em geral, empregam menos de 50 pessoas.
O principal país exportador de DMAs são os Estados Unidos, com a fatia de 23% desse mercado no ano de 2014, seguido pela Alemanha, com 13%, Holanda com 9%, China, Suíça e Bélgica com 5% e o demais países dividindo os 40% restantes.
Entre os principais fabricantes mundiais de DMAs estão a Johnson & Johnson, com matriz nos Estados Unidos, que ocupa o primeiro lugar do ranking, com uma receita global de US$ 28,49 bilhões. Em segundo lugar está a Siemens Healthcare, com sede na Alemanha, que é especializada em diagnóstico por imagem e tem uma receita global de US$ 18,42 bilhões proveniente da sua área voltada para a saúde.
Os produtos DMAs englobam materiais, suprimentos, aparelhos, órteses, próteses, diagnósticos in vitro (rea-gentes e equipamentos para laboratório), equipamentos de imagem e soluções de e-saúde utilizados para diag-nosticar, monitorar, avaliar, prevenir e indicar o tratamento de pacientes que sofrem de uma vasta gama de doenças.
POSIÇÃO EMPRESA MATRIZ RECEITA GLOBAL
(EM US$ BI) ESPECIALIDADE 1. JOHNSON & JOHNSON EUA $28,49
DIAGNÓSTICOS, CUIDADOS CIRÚRGICOS,
CARDIOVASCU-LAR E ORTOPÉDICO 2. HEALTHCARESIEMENS ALEMANHA $18,42 DIAGNÓSTICO E IMAGEM
3. GE HEALTH-CARE EUA $18,20 IMAGEM
4. MEDTRONIC EUA $16,59 CARDIOVASCULAR, ORTO-PÉDICO 5. BAXTER INTER-NATIONAL EUA $15,26 FLUIDOS, SISTEMAS DE HEMODIÁLISE, CUIDADOS CIRÚRGICOS 6. HEALTHCARE PHILIPS HOLANDA $13,18 IMAGEM 7. COVIDIEN IRLANDA $10,24 CUIDADOS CIRÚRGICOS
8. CARDINAL HEALTH EUA $10,06 CUIDADOS CIRÚRGICOS
9. ABBOTT LABS EUA $10,01 DIAGNÓSTICO E CARDIOVAS-CULAR
10. STRYKER EUA $9,02 ORTOPÉDICO
TABELA
05: OS 10 MAIORES FABRICANTES
MUNDIAIS NO SETOR
DE PRODUTOS DE
TEC-NOLOGIAS MÉDICAS
05
GASTOS
COM DMAs NO BRASIL
A INDÚSTRIA DE DISPOSITIVOS MÉDICOS (DMAS) NO BRASIL
No Brasil, os gastos com saúde re-presentam 9,67% do PIB. O governo responde por 48% dos gastos totais com saúde e o setor privado, incluin-do os individuais (out of pocket), pelos restantes 52%. Excluindo reagentes e equipamentos para laboratório, os gastos com DMAs somam US$ 6.855 milhões, o que corresponde a 2,35% dos gastos totais com saúde. Em ní-veis de comparação internacional, os gastos com dispositivos médicos (DMAs) no Brasil são baixos e inferio-res aos verificados em muitos outros países, conforme pode ser verificado na tabela ao lado.
Como os gastos totais com saúde no País, incluindo a saúde pública e a privada, foram de US$ 291,3 bilhões em 2013, avaliados pela mesma taxa de câmbio, o consumo aparente de DMAs representou 3,7% dos gastos totais.
No Brasil, o setor de DMAs é composto por 14.482 em-presas, das quais 4.032 são fabricantes e 10.450 atuam na comercialização de produtos. Essas empresas empre-gam 132.642 trabalhadores, dos quais 61.448 estão nas fábricas e 71.194 na área de comercialização. Uma parte significativa dessas empresas (32%) está concentrada no Estado de São Paulo (4.639).
A atividade produtiva de DMAs no Brasil em 2013 che-gou a US$ 5,5 bilhões, calculada à taxa de câmbio de 2,2 reais por dólar de paridade de poder de compra no mesmo ano, publicada pelo IPEADATA. O consumo aparente do setor, que mede o tamanho do mercado, foi de US$ 10,6 bilhões em 2013.
A balança comercial do setor foi negativa em US$ 5,1 bilhões em 2013, resultado das importações de US$ 6,0 bilhões de produtos, o que representou 56% do mercado, e de US$ 825 milhões em exportações. Em 2014, o déficit na balança comercial recuou para US$ 5,0 bilhões.
CATEGORIA 2012 2013 2014* MATERIAIS E SUPRIMENTOS 1.767 2.034 2.063 PRÓTESES, IMPLANTES PARTES E
PEÇAS 1.454 1.551 1.627
APARELHOS PARA ODONTOLOGIA 225 272 293 DEMAIS EQUIP. DE USO HOSPITALAR,
INCLUSIVE A LASER 1.778 1.953 2.038 EQUIP. DE IMAGEM E SEUS INSUMOS 859 804 823 REAGENTES PARA DIAGNÓSTICO IN
VITRO 2.119 2.195 2.211
EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO 1.599 1.581 1.570
MOBILIÁRIO 188 241 266
MERCADO DMAs NO BRASIL 9.990 10.631 10.891 TAXA DE CÂMBIO (IPEADATA R$/US$
PPC) 2,12 2,22 2,23
TABELA
06: CONSUMO APARENTE
EM MILHÕES DE DÓLARES | DE 2012 A 2014
GRÁFICO
02: GASTOS COM DISPOSITIVOS
MÉ-DICOS
COMO PORCENTAGEM DO GASTO TOTAL
COM SAÚDE EM PAÍSES SELECIONADOS
EM PORCENTAGEM | ANO DE 2013
FONTE: ALICE WEB/ SECEX E PIA/ IBGE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
FONTE: CANADIAN HEALTH POLICYINSTITUTE - CHPI (2014) | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
A comparação internacional da CHPI não leva em conta equipamentos para laboratório e reagentes para diagnóstico in vitro. Se incluídos esses gastos, para o Brasil, seriam 3,7% dos gastos totais, que representam o que é considerado como dispositi-vos médicos (DMAs) para a ABIIS, mas não há dados internacionais comparáveis com essa inclusão.
06
PANORAMA
DA SAÚDE
FINANCIAMENTO DA SAÚDE Os estados brasileiros estão recla-mando da falta de recursos financei-ros para custear os programas exis-tentes na área da saúde e para criar novos, em virtude da crise econômica
e política que atingiu o Brasil nos últi-mos meses.
A grande saída é a Medida Provi-sória no 656, enviada pela presidente
da República e aprovada pelo Con-gresso, autorizando a captação de
GASTOS
COM DMAs NO BRASIL
TABELA
07: PARTICIPAÇÃO DO SETOR DE DMAs NOS GASTOS TOTAIS
COM SAÚDE
EM MILHÕES DE DÓLARES E EM PERCENTUAL | ANO DE 2013
INDICADOR VALOR
GASTOS TOTAIS COM SAÚDE NO BRASIL*
PARTICIPAÇÃO DOS GASTOS TOTAIS COM SAÚDE NO PIB – EM % 9,67
PARTICIPAÇÃO DOS GASTOS DO GOVERNO COM SAÚDE NOS GASTOS TOTAIS COM SAÚDE – EM % 48 PARTICIPAÇÃO DOS GASTOS PRIVADOS COM SAÚDE NOS GASTOS TOTAIS COM SAÚDE – EM % 52 PARTICIPAÇÃO DOS GASTOS INDIVIDUAIS ("OUT OF POCKET") NOS GASTOS PRIVADOS COM SAÚDE – EM % 58
GASTOS TOTAIS “PER CAPITA” COM SAÚDE EM US$ MILHÕES 1.454
GASTOS TOTAIS COM SAÚDE EM US$ MILHÕES 291.306
GASTOS DO GOVERNO COM SAÚDE EM US$ MILHÕES 140.376
GASTOS PRIVADOS COM SAÚDE EM US$ MILHÕES 150.930
PIB EM US$ MILHÕES 3.012.197
TAXA DE CÂMBIO R$/US$ EM PARIDADE DE PODER DE COMPRA 2,2
GASTOS COM DMAS NO BRASIL**
GASTOS TOTAIS COM DMAS EM US$ (INCLUINDO EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO E REAGENTES PARA
DIAG-NÓSTICO IN VITRO) – EM US$ MILHÕES 10.624
PARTICIPAÇÃO DO DMAS NOS GASTOS TOTAIS COM SAÚDE (INCLUINDO EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO E
REAGENTES PARA DIAGNÓSTICO IN VITRO) – EM % 3,7
GASTO COM DMAS PER CAPITA INCLUINDO EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO E REAGENTES PARA
DIAGNÓSTI-CO IN VITRO 53
GASTOS COM DMA TOTAIS EM US$ (EXCLUINDO EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO E REAGENTES PARA
DIAG-NÓSTICO IN VITRO) – EM US$ MILHÕES 6.855
PARTICIPAÇÃO DO DMA NOS GASTOS TOTAIS COM SAÚDE (EXCLUINDO EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO E
REAGENTES PARA DIAGNÓSTICO IN VITRO) – EM % 2,35%
GASTO COM DMAS PER CAPITA (EXCLUINDO EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO E REAGENTES PARA
DIAG-NÓSTICO IN VITRO) 34,21
FONTE: WORLD HEALTH ORGANIZATION | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
recursos financeiros de investidores estrangeiros para os setores de pres-tação de serviços e na saúde. A me-dida representará um grande avanço para a captação de recursos para a saúde, ampliação da capacidade de
07
PANORAMA
DA SAÚDE
incorporação tecnológica e do número de leitos hospitala-res públicos e privados.
O risco dessa abertura a investimentos estrangeiros é que a medicina se transforme em um negócio. Os servi-ços de saúde são bem de consumo, mas as regras do lucro previstas no capitalismo não podem ser aplicadas de forma livre. Portanto, é necessário definir uma boa regu-lamentação, com regras de compliance, garantias de se-gurança para o paciente, obrigação de qualificação profis-sional, acreditação e certificação de qualidade hospitalar. Além disso, questiona-se se os fundos devam participar, direta ou indiretamente, de forma majoritária, na aquisição de novos hospitais ou de qualquer outra organização pres-tadora de serviços de saúde no Brasil. Diante disso, estão sendo definidos limites para a participação societária de investimentos financeiros no setor, de modo a assim es-tabelecer um equilíbrio técnico, econômico e moral, que garanta a sustentabilidade da instituição e a qualidade da assistência à população.
DESEMPENHO E EXPANSÃO DO MERCADO DE SAÚDE
A rede de hospitais D’Or recebeu cerca de R$ 1,75 bilhão em investimentos do fundo de private equity ame-ricano, que será revertido não somente para acionistas, como também para investimentos no projeto de expansão da rede. A Carlyle, que ficou com 8,3% do capital da rede D’Or, prevê aumento de participação e prepara-se para comprar mais 10% das ações, com desembolso de R$ 2 bilhões.O fundo O Fundo Soberano de Cingapura (GIC) comprou 16% da rede de hospitais D’Or, por cerca de R$
3,2 bilhões. O Fundo é o oitavo maior do mundo, com US$ 285 bilhões em ativos. No Brasil, o GIC é acionista de em-presas como Kroton, Abril Educação e Aegea de sanea-mento.
O interesse dos fundos em investir na rede D’Or levou em consideração o potencial de crescimento do setor de saúde no País. A rede D’Or hoje possui 27 hospitais pró-prios no Brasil, mas detém apenas 3% desse mercado. Segundo o vice-presidente da rede, Edson Peli, existe uma demanda reprimida a ser atendida no país. O execu-tivo afirma que o problema no Brasil não é a falta de hospi-tais e sim a falta de empreendimentos. Hoje, o Brasil conta com 7,9 mil hospitais, dois mil a mais do que os existentes nos Estados Unidos. O problema é que no Brasil a média é de 64 leitos por hospital, enquanto nos Estados Unidos esse número é de 161 leitos por hospital.
No primeiro trimestre do ano, a Rede Fleury voltou a registrar crescimento no mercado do Rio de Janeiro, após um ano e meio de perdas. A receita cresceu 14,5%, resul-tado de várias ações tomadas desde setembro de 2013, quando houve o cancelamento do contrato com a Unimed Rio, o que gerou a perda de 30% da receita. A recupera-ção decorreu das negociações de contratos com outras operadoras e seguradoras de saúde, além do fechamento de unidades não rentáveis e do aumento da oferta de exa-mes de análises clínicas.
DEFASAGEM DE PREÇOS NA SAÚDE
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM) de 1.500 procedimentos hospitalares previstos na tabela do SUS, 74% não tiveram os valores atualizados de acordo com os índices de aumento de preços. Em comparação com a inflação oficial, a defasagem dos valores pagos pelo Ministério da Saúde a hospitais que atendem o Sis-tema Único de Saúde (SUS) foi de até 434% nos últimos seis anos.
Segundo Von Tiesenhausen, primeiro secretário do CFM e conselheiro federal por Minas Gerais, a defasagem da tabela provoca diminuição no número de hospitais con-veniados e filantrópicos que trabalham com a rede pública. Os hospitais filantrópicos hoje, segundo o governo, são responsáveis por 47% de todos os atendimentos feitos pelo SUS no País. Já se contabiliza que, nos últimos dez anos, mais de cem hospitais deixaram de atender o SUS, o que ocasiona um grande impacto direto na qualidade da assistência, uma vez que quando um local é fechado aumentam as filas de espera e a lotação nas unidades de
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EDIÇÃO: 11 | AGOSTO 2015
ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL CONSULTORIA ECONÔMICA
PANORAMA
DA SAÚDE
saúde que mantêm o atendimento. Mas a tabela do SUS não é mais a única fonte de financiamento da saú-de pública. O governo tem aumenta-do o valor aumenta-dos incentivos financeiros pagos aos hospitais filantrópicos que estão migrando para uma forma de financiamento global, em que o pa-gamento é feito não apenas por pro-cedimento, mas pelo cuidado integral do paciente. Dessa forma, o hospital pode receber de acordo com sua es-trutura, excelência e tipo de assis-tência prestada. Recebe incentivos quando firma contratos com o SUS, comprometendo-se a cumprir metas quantitativas e qualitativas de atendi-mento ou quando oferece determina-dos tipos de leitos.
Mesmo assim, segundo o levanta-mento da Confederação das Santas Casas, o déficit acumulado por um hospital filantrópico em decorrência da defasagem da tabela do SUS pode chegar a 13.000%. Segundo o pre-sidente da Confederação das San-tas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Edson Rogatti, na maioria dos casos, os incentivos do governo não são suficientes para cobrir o déficit. A tabela do SUS cobre só 60% dos cus-tos dos hospitais filantrópicos. Os in-centivos ajudam, mas não chegam a
suprir todos os gastos. Dessa forma-quanto mais esses hospitais atendem ao SUS, mais prejuízo eles têm.
Entre os grupos de procedimentos mais utilizados no SUS, o tratamento de doenças infecciosas acumula 32% de defasagem nos preços, fato que se acentuou no período de 2008 a 2014. Entre os grupos dos procedimentos
TABELA
07: DEFASAGEM DE PREÇOS NOS
PROCEDIMENTOS SUS
EM PERCENTUAL | DE 2008 A 2014
PROCEDIMENTOS DA TABELA SUS
DEFASAGEM DE PREÇO
DE 2008 A 2014
PROCEDIMENTOS MAIS UTILIZADOS NO SUS
PARTO NORMAL 28%
TRATAMENTO DE PNEUMONIAS OU INFLUENZA (GRIPE) 10%
PARTO CESARIANO 40%
TRATAMENTO EM PSIQUIATRIA (POR DIA) 23%
TRATAMENTO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E INTESTINAIS 32%
PROCEDIMENTOS COM MAIORES DEFASAGENS DE PREÇO
EMBOLIZAÇÃO DE MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA DURAL COMPLEXA
DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 299%
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FRATURAS DO GRADIL COSTAL 434% REPOSICIONAMENTO DE ELETRODOS DE CARDIOVERSOR
DEFIBRILA-DOR 258%
EMBOLIZAÇÃO MALFORMAÇÃO VASCULAR POR PUNÇÃO (INCLUI
DRO-GAS EMBOLIZANTES) 232%
CRIOTERAPIA TUMORES INTRAOCULARES 205%
FONTE: CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM) | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL
que tiveram maior defasagem nos preços, destacam-se o tratamento cirúrgico de fraturas do gradil costal, com a defasagem de 434%, seguido pela “embolização de malformação arteriovenosa dural complexa do sis-tema nervoso central” com 299% de defasagem, conforme a tabela acima.