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lT"EO METIIODOMAISCONVENIENTEDE ATRATAR
.
TUES
!
QUE FOIÀTRESENTADA AFACULDADE DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO E SUSTENTADA EM 9 DEDEZEMURO DE 1816,
POR
Doutoremmedicinapelamesma Faculdade
,
Professor de PhilosophiaRacional c Moral noSeminárioEpiscopal deS.
José,SociocorrespondentedoInstitutoHistorico e Geographico Brasileiro
,
etc.
,
etc.
,
NATURALDA CIDADE DE CAMPOS,
F1LU0LEGITIMODEJOSÉMARQUESDE CARVALUO
.
Seohomemchegara descobrirum remedio
efficaz contraaphthisica pulmonar,serásem duvidaentreassubstancias, que podemser
appliçadas directamente aopulmãoporvia da inspiração
.
Mascagni.
TTf,DOOSTENSOHBRASILEIRO
,
DEJ.
J.
MOREIRA.
DIKKCTOK
.
OSr.Dr
.
JoseMarlins daCrut Jobini.
Li:\m PROFIUETAHIOS» OsSrs
.
Doutores:l
.
°Asso.
Physica Medica
.
Bot
.
-
micaMedica,c princí pioselementaresde Zoologia.
Francisco de Paula Cândido
.
Francisco FreireAllemão
t
2
.
° Asso.
JoaquimVicenteTorres Ilomcm ,Examinador
.
.|
JoséMaurí cioNunesGarcia
ChymicaMedica,eprincípioselementaresde Mineralogia
.
Anatomiageral, cdescriptiva.
3
.
'Asso.
JoséMaurício Nunes Garcia
.
. .
.I.oureuçodeAssisPereira daCunha
Anatomia geral, edescriptiva. Physiologie
.
4
.
°Asso. LuizFrancisco Ferreira,Examinador.
.
JoaquimJosé daSilva, Presidente
.
.
. .
João Joséde Carvalho
Pathologiaexterna
.
Palhologiainterna
.
Pharmacia,Materia Medica, especialmentea Brasileira,Therapculica, eArte de formular.
í
3
.
°Asso.
Operações,Anal,topograph
.
,eApparelhos.
Partos,Moléstias das mulheres pejadascpa-ridas,cdemeninosrcceui
-
nascidos.
CândidollurgcsMonteiro.
Francisco Julio Xavier
.
í
6
.
°Asso.
ThomazGomes dosSantos.
. .
JoséMartinsdaCruzJobim.
. .
MedicinaHygiene,eLegalHistoria.
daMedicina.2
.
®ao4.
»ManoelFelicianoPereiradeCarvalho.
Clinicaexterna,e Anal,palholog.
respective.
3.
°aoU.
"ManoeldoValladuoPimentel.
.
.
.
Clinicainterna,eAnal.palholog.
respectiva.LENTES &|BMTITUTOS
.
* *
\
SecçãodasSeiendes accessorias.
'I
Secção Medica.
'
j
Secção Cirúrgica.
gECRETAUlO.
FranciscoGabrielda Rocha Freire. .
.
AntonioMaria de MirandaCastro
.
. .
JoséBentodaRoza
Antonio FelixMartins
.
Examinador.
.
Domingo*MarinhodeAzevedoAmericano
.
.
I
.
uizdaCunhaFeijó,Eiíaminador Dr.
Luiz Carlos da Fonceco.
N
.
II.
Em virtude deumaresoluçãosua,n Faculdadenãoapprova ,nemdesapprovaasopiniõesWeo Prezado
Pai.
Offere
ço
-
vos estaminhathese : bem sabeis quanto vos amo crespeito,
uào era preciso quevosdéssed'istoumpublico testemunho.Vós me ensi-nasteisna minha infanda a amar
-
vos c a respeitar-
vos,
esse sentimentogravadono intimode minha almame acompanhará aotumulo
.
Tendode dar osprimeirospassosnacarreiramedica cu invoco avossa
bênção,porquecilacomo abênção doCéomedaráluzc conforto
.
Vosso obediente filho
jfM*
Jf
,tfec
\tumulo
.
Não ê sem um aíflictivo pesadelo quemeditamos sobre aquellas que o homem recebecomavida, cilas são aherançado infeliz predesti -nado: entre essasa phthisica éamaisrespeitável , ella encheode terror as maisremotasgerações, queembaldetentarão suspendersuacarreira, ellatematravessadocom umamarcha lugubree pesada todos ospovosdo mundo ,deixando após de si umsem-
numero decadaveres! Como uma maldiçãodoCeo cabe sobreumafamilia inteira,e implacávelem suasiras persegue,
c consomeaté osmaisremotos descendentes:ellaacompanhao homem como asombradamorte, c o atormentaatéoultimo suspiro.
Aquelle, que sesente tocado desemelhantemal, conta os seos dias comooavarooseooiro : nãohasobre a terra nenhummeio que o possa salvar, suamorteéinfallivcl
.
A phthisica é mortal,dizem todos,
einfe -lizmentea experiência demuitosséculos confirmaestejuizo commun).
Contraesta
terr
ível moléstia, contra estejuizosecularnosrevoltamos, edeumponto doespaço levantamosnossafraca voz; prazaaosCeos,
que umdiaellarepercuta nosângulos daterra.
O Creador da natureza pòz ã disposiçãodo homem os meiosdecombateraphthisica,resta, que a in -tclligencia humana faça maisalgunsesforços,
eentãoalcançar
á um pleno triumpho sobreesse fiagcllo da humanidade.
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duvidaentreassubstancias, que podemser applicadasdirectainedte aopulmãopor viada inspiração
.
Mascagni.
Phthisicaé o cmraagrecimcnto excessivo acompanhado algumas vezesde
syniptoniasfebris, eíVeilosde umaphlegmasiachronica, segundo Bayle c outros,que a distinguiâoem diflerentes espccics com relaçãoaosorgãos, que eràoa sédc dainllammação, assimera pulmonar, laringiana , hepá
-tica.
gastrica,&c.,
ousegundoa especiededesorganisaçào,
em tubercu -losa.
granulosa,calculosa ,mellanosa,&c.
Ospráticos modernos reduzirão,e simplificarão essasdifférentes especies de phlhisicas , Laennec, c Amiral só considcrão phthisica
—
a consu-mição pulmonar produzida pelo desenvolvimento tuberculoso no mesmo orgào
—
;én’este sentido, queigualmcntcaconsideramos. Esta moléstia tem sido.dividida, eestudadaemdiflerentes periodos, osquacs sãohem assignaladospelosmedicos , quese tem occupadodesta materia.
A nosso verestaenfermidade insidiosa poupa em principio alguns orgãos; porisso manifestão-
sesó certos gruposdesyinptomas , osquaessãoaugmentados logoque a enfermidade invade uma nova serie de orgãos, c pervertesuas funeções; em seo ultimo periodo ainvasão égeral, todos os orgãos, c funeções do apparellio respiratório são alterados, então uma desordem geralsemanifestacmtodo o organismo: porque as diflerentesseries de orgãosqueocompõem tem sidomodificadasgravementeem umpontoonde seexercemfuneções fundamcutacsda economia animal.
Seguiremosomesmomcthodo atéaqui adoptado porlodos os práticos, quetemestudadoaphthisica, c tratado d’ella em seoscscriptos; dividi
-remos
asua
marchaem
trèsperfodos,
c notaremos os diflerentes gruposPRIMEIRO
PEIUODO.Em algunscasososprimeiros symptomas da phthisica sào!àofracos, c detãopoucaimportância, que não despertào a attençãododoente, que está bemlonge dc cuidar na gravidadedomal,que se occulta cm um dos orgâosesscnciaes á vida : o germen da phthisica vai pouco a pouco desen
-volvendo-
se , e os seossyniptoiuassevãoapresentando francamente.
No primeiro periodo a phthisicaseannuncia porumatossesecca, abatimento dcforças, pallideznorosto , olhos enternecidos,
muita somnolencia,dif—
ficuldadc na respiração, pequenadôrepesodeum ladodothorax,
pulso frequente,pelleseccanodia ,c humedecidaparaa noite,algumcalornas palmas dasmãos, cnaplanta dos pés, muitas vezes calefriosseguidosde suorincommodo,osomnonãoé reparador, pelo contrarioéinterrompido pelatosse, que sobrevemaodoentelogoquevoltapara olado correspon-denteádor
.
A tosse aprincipiosecca bem depressa ésucccdidadeuma expectoraçãoglutinosatransparente,contendo muitas bolhas de ar, e al-gumasvezesraios de sangue , estaexpectoraçãonãose faz sem algumadôr acompanhadade calor intensoespecialmente no lado correspondente ao de
-senvolvimentotuberculoso.
Üdoente temfastio,c muita sède,os sentidos seenfraquecem ,suainlclligenciadiminue.
Muitasvezesé bemdillicil distinguir ossignacsphysicos d'estamoléstia pelapercussão e escutarão, acongestão tuberculosa acha
-
semuitoconcen -tradaemalguns casos, e entãonãose ouvemos differentessons ,proprios damoléstia; comtudo na maior parte dos doentes percutindo-
se-
lhesas differentesregiões thoraxicasouve-
se um somobscuro,cspecialmente nas regiõessubclaviculares, applicando-
se-
lhes o ouvido nas mesmasregiões nota-
se
queemalgunspontos o pulmãoéimpermeávelaoar , em outros ouve-
seumacrepitação bem dislincta da respiração visicular do estado physiologico.
Muitasvezeslodosestessymptomas esignaesdaphthisicatuberculosase maniieslãosemnenhumacausa precedente conhecida; mas gcralmenteal
-gumascondiçõespathologicas tem precedidoaeste estado.
O estudo dos precedentes variados que apresentaaphthisica pulmonar deveserconside-radocomomuitoimportante
,
dizoprofessorAmiral; poisque é princi -palmcntenosprimeiros tempos da moléstia,quandoapenassepôdetemer a invasão,de queaílirmaraexistência,que pôdeser prevenida, ouem -baraçada emsuamarcha.
Jásevô ,que estamos de accordocomo illustre professor froncez,quandoaflirmamos, que emmuitoscasos osprimeiros ensaios daphthisica nãodespertão amesmaattenção do doente.
Emuma epocha.
em queoestudo da anatomia pathologica tem sido tãoapreciado “por todos ospráticos,queo considerãoindispensávelao medico quequer—
5—
estudar com
fundamentoa
marcha cestragosproduzidos pelas moléstiasinternas
,
nos parece bem cabidaaqui a notadossignaesquea phtliisica tuberculosaapresentano apparclhorespiratório.Quando a phtliisicatuberculosa seacha noprimeiroperiodo
,
segundo affirma o professor Andral, algunslobulospulmonares onde existe acon -gestãosanguínea tuberculosaapresentâo uma eòr avermelhada , ouarro -xada,que contrastacom osoutros lobulossàos, porsua consistênciatam-bém sedistinguem d’aquelles lobulosque não forào invadidos pela mo
-léstia.
Encontrâo-
senointerior dos lobulosatTectados pequenospontos es -branquiçados, alguns formados por uma matéria glutinosa semelhante a umapequena gotta de pus, osquaes facilmentesedcstacâo comas costas deumescalpello,
outrosd’estespontostem umamaiorconsistência,apre -sentâooaspectode materia tuberculosa,arredondados,de uma eòr branca amarcllada: algumasvezesesses lobulosachão-
scinfiltrados de umasero -sidadeamarella. Quando aphtliisica vai passando do primeiro paraose -gundoperiodonotão-
scprofundas depressõesnos lobulosaíTectadoseopa -renchyma pulmonar vai apresentando uma côrcinzenta, eas massastu -berculosas vão-
se tornando bem distinctas.
SEGUNDO
PERIODO.
Todosossymptomasque notá mos no primeiro periodo se apresentâo mais pronunciados
.
A tosse é teimosa e muito frequente, a expecto -racfioabundante,osescarrossão deuma côramarclladacontendomuitos tubérculos, emuitasvezessão acompanhadosdefragmentoscascosos
, ha dyspnea, dòr c pesoem um doslados do thorax , grande enunagrcci -mento,considerável abatimentodeforças , o rosto apresentamuitasvezes umapallidez interrompida por algumas manchas avermelhadas, os olhos profundos,
oslábios vermelhos, ouarroxados; emmuitos doentes a vozà rouca , a linguarosaceaapresentando alguns botõessalientes na parte pos-
. terior,
osdentes sãoescarnados, a pelle é aspera cscccaduranteo «lia , para a noitevema febre etílicaseguidade suorcopioso,osomnoéattri -hulado einterrompidoconstantemente pelatosse, o doente tem sède e muito fastio.
Percutindo-
seas differentes regiõesthoraxicas, algumas dão um somclaro,
que contrasta perfcilamentecom o som obscuro, que se ouve em outrasregiões;escutando-
se ouve-
se perfeitamenteumgargarejo, -que sedistingue da bulha produzida pela respiração do homem são.
Os catharrostuberculosos juntos aestes signaes,
deque acabamosdefaliar, nosannuncià oaphtliisica nosegundo periodo.
N’esteperiodotem-
se obser -vado pelas analysesanatómicas, que asmassas tuberculosasvãomudando acôrcinzenta:ahepatisaçàovermelhaapresenta-
semaisoumenosfranca.
LacUliéediz
,
quedequalquer maneira, que
os tubérculoscr
û
s sejo for -mados, elles acabào nofini de certo tempo(cuja duraçãoévariavel) por amollccer-
se
c liquificar-
se.
Oamollecimcnto,
diz omesmo
pratico froncez,
eoincçapelo centro decada nma massatuberculosa
,
ondeostubérculos se tornâo de(liacm
dia maismolles , mais húmidos, calgumasvezes
casei -formes; depois adquiremviscosidade cfluidoz depus. O amollecimcnto ganhapoucoapoucoacircunferência, eveinascr cmiimcoiu|>leto.Quandoamateria tuberculosaest
á
amollecida, ellaabre uma passagem poralgum doscanacsbronchicos mais visinhos.
Sendoesta abertura mais estreita,doqueaescava
ção , coma qual ellasecommunica, uma e outra ficàonecessariamentefistulosas , mesmodepois da evacuaçãocompleta da matériatuberculosa. O professorAndraldiz, que sendo a escavação tu-berculosa visinha daparede thoraxica
,
póde aomesmotempo,que seabre para umdos bronchicos, communicar-
selambemparaoexterior por uma outra maneira.
Euvi, diz eile, umindivíduo,
no qualuniafistula, que tinha por séde umespaçointercostal ,penetraraté umavastacaverna,cuja parede anterioreraformada portecidocellular e pelas mesmascostellas.
Este indivíduo viveomuitos mezes comestafistula, atravez da qual se ouvia o ruídodo ar, que se escapavadurantea respiração.
(3 Ur.
James Clarckno seotratado da consumiçãopulmonar diz :—
acircunstancia, que tem sidoconsiderada comoindicante da transiçãodo primeiro ao segundo gráu da phthisica, éumamudançanotável, quetem lugarnamateria da expcctoraçào.
Olluidoclaro e escumoso,
que eraprimeiro cxpcctorado,
contemalgunspontos deumamateriaopaca,
de um brancoamarellado,
cujaquantidade augmentandogradualmente forma pequenas massas en
-voltasem umlluidotransparenteno
meio do qualcilas parecem ihicluar. N’esta cpoclia observa-
se frequentemente ligeiros pontos ou strias de sanguenamatériadeexpcctoraçào.
—
Tendo-
se
operado estas mudanças nasmatérias expcctoradas,todosos outrossymplomassão augmentados,
c tornão-
scpor issomesmomaissensíveis : elles são acompanhados demu -dançascorrespondentes ao estado dos pulmões; continua omesmopratico inglez : odepositotuberculosotemsot
í
rido a modificação que os autores designào sobonomedeamollecimcnto: istoé, temsido amollecido pelos tinidossecrctados pelo tecido pulmonar subjacente, oque é sulliciente -menteindicadopelas mudanças ,quesobrevém á expcctoraçào,
mudanças,quercsullào dapassagem da materia tuberculosa amollecidaatravéz dos canacsbronchicos
.
Noentretanto, que esses phenomenos se passão
nos depositostuberculososmais antigos,
a pleura, que fórra
as porções do pulmãohepatisado,
contrahe cmgeraladhcrenciascom
apleuracostalcor -respondente , pela eflusão
deumliquidolymphulico,
quesc couverte
em tecidocellular
.
TERCEIRO
PERÍODO.
Pôdeodoenteconservar
-
se alguns dias , algunsInezes, c atéannos ,no
segundo grau daphlhisica, semexperimentaralgum accidentegrave , no entretantoqueamoléstia continua comalgumas interrupções
,
que appa -rentãoumarapida convalescença, c algumas vezes até mesmoestadode saude.
Uma faltade regimen ,umaalteraçãoalmosphcrica,umsentimento doloroso, despertãorepentinamente a moléstia,que parecia estaradorme -cida : odoenteprincipia a soffreralterações graves,todos os symptomas nianifestàoumadesorganisação total,
que bemse distingue dos outrospe -ríodos. Atosse é frequente acompanhada de uma cxpcctoraçãoempostas purulentas de umacòr amarellaescura,
com striasdesanguecmuitos tu-bérculos;a transpiraçãoé copiosa eaugmenla
-
scparaa noite; o lialito é fétido , a diarrhea colicativa muito frequente :as matériasevacuadas são niucosidadc,algumasvezesemlongas strias;asourinas avermelhadas efétidas; umaconsiderável dyspnéaallligc odoente ;ospés e esmalleolos aprcsentäo-
scedematosos.
A percussão dá um som obscuro, n'aquellas partes onde a hepatísaçãotuberculosanão ten« passado portodos os pro -cessosda desorganisação; dá umclaronoslugarescorrespondentesásca -vernas; nolào-
sealgumasvezesdepressão das costellas,e mudançaconside -rávelnafôrmaexterior do thorax,que sevai achatando;os omoplatas se in -clinàopara aparleanterior;as clavículas tornáo-
seproeminentes eapre -sentãogrande sulco entre ellas e as primeiras costellas.
Pelaescutarão.
observa-
se queosopro respiratório éprofundoeemalgumas partes quasi nullo; noentretanto queem outras[»artes é perfeitamenteclaro;mascomocaracterbronchial cavernoso deLacnncc; ouve
-
se em muitos pontos o estertormucoso;seodoente tosse,temlugarogargarejo,eapcctoriquia éalgumas vezes distincta.
Nasultimassemanasdavida aboca se cobrede aphlas, os olhosencovados se tornãoespantadiços,e em algunsdoentes odelírio sobrevém, cmoutrosas faculdadesintcllcctuaescabem emtorpor ebem depressa se manifestãoossymptomasgeraes da morte.
A phlhisica se manifesta,comoacabamosdever, porumcomplexo de phenomenosmuidistinclos, quese vão tornando maissensíveis á pro
-porçãoqueo mal vaiinvadindo certos orgãos,
que entrào na estructura do apparelhorespiratório.
Nãonosparece fóra deprojmsilo oanalvsarmos essecomplexo, tratando de cada um phenomeno emparticular:segui-remospoisestaidéa
.
A tosse
.
A tosse é emgeralo primeiro symptoma da alteraçãopulmonar,da luucçaodo apparelho respiratório
,
no»
primeirosdiasé algumas.
vezes
li-gciraa ponto dclião
causar
suspeitas,
vaiaugmentando,
cpassado
algum tempo éacompanhada decatharroescunioso, no quai se notâo algumasgranulações
.
A tosse vaicrescendo
gradualmente c tornando-
se teimosa,
principalmentc depois deumaturadoexercíciodefallar
,
1er,
ou marchar,
&c
.
,
augmentacom os estragos, queo desenvolvimento tuberculosovai produzindo no pulmão.
Qualseráacausa d’estephenomenomorbidó?Será devido áperversãodanutrição ,da circulação ,dasecreção,
daenervarão? Poderíamos analysai* cada uma d’essas
grandes funeçõesdaeconomiaanimal; mas
nos
afastaríamos
muito donossoproposito: por tanto estrei -taremosasnossas
investigações.
A tosse dá cmresultadoumacxpectoraçào mais oumenosabundante, que nos parece serfornecida aprincipio pela mucosa,
que forra aarvorebronchica : portanto nos parece que aalte -raçãoéproduzidanasecreção.
Logoque por umaperversãodc funeções, amucosa,
que fórra asparedes doscanacsbronchicos desdeosmais no -táveisaté as maispequenasvisiculas,
secretatantamucosidade, que não pódc serexpcllida pela excitação natural dos mesmosbronchicos, cila se vai agglomerando nas visiculas c noscanacsadjacentes, c assim torna o ponto impermeável ao ar,e irrita as partes onde se demora produzindo a tosse: o sanguevenoso
nãorecebendo aacçào do ar n’esseponto vai-
se também accumulando,
e promovendo a congestão,
que maisfacilmente seeíTcctuará nospontos onde o pulmãonão se achava perfeitamente desen
-volvido , oujátinha algumapartemortificada,ponto ondeexistia ogermen tuberculoso,segundo a opiniãode algunsautores: dada acongestão, os vasoscapillarcssão fortementedestendidos pelo sangue n’elles retido,
o qual emfimreílue paraas visiculasbronchicas c canacsadjacentes; d’aqui asemopthysis: póde o sangue arterial evenosocoagular-
sesimplesmente emnm
ponto ecomprimir os bronchicossem sederramarn’elles,d’aquia tossesccca , quedepois é acompanhada de tubérculos, queseformão pelo adianteem consequênciada perversão de algumas funeções. Póde a tosse principiar pelaperversãodacirculação do apparelho respiratório,oupela perversãodasecreçãobronchica.
Origem c formaçãodos tubérculos.
AlgunspráticoscomoMortonpretendem, que a origem dos tubérculos existecm umadepravaçãodo sangue
,
outros pensãoque existenotecido cellular do pulmão , alguns querem,
que exista nosvasoslymphaticos, outros emfimpretendem , que os tubérculos tem sua origem namucosa bronchial.
As razões que os defensoresd’essasdifférentes opiniõesapre -sentãosão mais ou menosvaliosas;mas não são tão claras, queterminem completamentca questão; oque sabemos aocerto,
é queprecedeaode -senvolvimentotuberculosoalgumasvezes umasimplesinflanunaçâodacosa
bronchial , outras
vezes umapneumonia aguda; cmalgunscasos
uma-—
9—
pneumonia chronica,cm outrosumacmopthysis
,
cmfim um calliarropul -monar , um abscesso,
&c.
,
precedem muitasvezes, ou dctcrminao um desenvolvimentotuberculoso.
Seráotubérculodesenvolvido
de prclcmnianosystems lymphalico ou nosystema capillararterial c
venoso
Eoque nos parece dillicil de resolver; comtudo nos parece fóra de duvida que essesdois systemas de orgáos sãoosquefornecem amatéria primitivado tubérculo.
Sãoestesosdois systemas de orgãos,
queclaborâoconstantc
-menteosprincípios nutritivos,princí pios estesque devem
concorrer
para vivificaroorganismo ouque devemconcorrerpara formaruma substancia anómala, quedeveirritareperverterasfuncçOes domesmo organismo.
O professorAmiraldiz,que sedeveexplicar odesenvolvimento tuberculosoe seo amollccimcnto por uma inllammaçãodotecido no seiodo qual se acliào depositados ostubérculos,inllammaçãoque conduza suppuração,cquetem poreflVitodefinitivo a eliminaçãoda materiatuberculosa.
Lacnnecpensa, queotubérculoéconstituído por um tecido vivo,que possuo emsimesmo as causas das mudanças queexperimenta, cque amollccendo depois de ter sido duro, nãofaz mais doque submetter-
seá lei da mortalidadeim -postaá todo o vivente.
O l)r.
Kulmtendosubmettido á inspecção mi -croscópica tubérculos aindaemseo primeiro periodoannunciouquetinha encontrado umatextura toda particular,ellestinhãoum aspecto mamello-nado,segundoesseautor , e parcciãoconstituídos por uma agglomeraçào de corpúsculos irregulares amareilos, unidos entre si porfilamentos de umaextrema tenuidade, aque elle deo o nome de tecido luberoso, que tinha por base fios hyalinosmuito delicados de apparcneia gelatinosa, ramificadosou nnaslomosadosentresi ,contidos emuma espccic de en
-voltoriomuco-
meinbranoso.
Apenaslemosobservado os tubérculos aolhos mis : por issonão temosncnlmmarazãoparaapprovarou contrariar a opi -niãodo 1)%Kulm.
Atéondealcançouanossa vista observámosqueotubérculoéumcorpo defórma mameilonada,terminando cmuma extremidade por uma pequena hasteasinha ou afinadoparaasextremidades,constituído porduassubstan
-cias , umagelatinosac outra membranosa, que contema primeira,apre-sentandooaspecto fusiforme,deque falíamos
.
Aque serádevida essa fórmaalongada dotubérculo ?Nospontos pouco permeáveis ao ar asvisiculas e canaes bronchicos adjacentessão muito adelgaçados, e facilmente se obstróem de matéria tuberculosa aindapoucodesenvolvida,aqual élançada fó
ra
pelaexcitação natural, centãoéapenas uma substanciagranulosa quasi do volume de grãodemostardacom um pontoumpouco aniarclloescuroenvolvido cm•
substancia transparentecôr de pérola;essa granulação vai crescendo c tomaumafórma«longada, pois já lorãoaspequenasvisiculas destruídas oucommunicadasumascom as outras, e oscanaes
bronchicos de um maior diâmetrofornecem a expectoração granulosae alongada, algunsfragmentos
caseosos
vãoapparcccndo c umapequena
caverna
vai-
se
lór
-mando nolugardondesaliíràoasmassasgranulosasefragmentoscaseosos
.
\s visieulas c canaes bronchicos immediatos aclião-
se obslruidos por um novosupplemento demateria tuberculosa , a qualsendo comprimida pela systole pulmonar élançadapelasextremidadesvisiculares parao loco tu -berculoso,
levando a tenuíssima membrana visicular,
que lhe serve de envoltorio ;fica assim adhérenteá parede dacavernae engrossa a extre -midade inferior; masnão a superior,
queestá limitada ao pequeno diâ-metrodocanal bronchico
.
Eis aquicomo pensamos que se deve explicar a formação dosproductostuberculososcseo aspectofusiforme.
E
.
vpcclavarão do pus.
Ordinariamente oscanaes bronchicos não se habiluão a essa funeção anormal de tuberculisarasmucosidadcs
,
suasparedes acostumadasá
exci -taçãodoar eapresença do sanguevenoso , que sederraman’essatenu ís -simarede capillar,
ondese effectua a cmathose,
dando-
sealem d’isto muitas outras perversõesfunccionacsnoapparelho da respiração,osmesmosbron -chicos inllammão-
se e alterãotambémos tecidosadjacentes, eem vezde excretarsimplices mucosidades,excreta pelassuas extremidades pus,
pro -vindoda inflammaçãoexistente notecido parenchymatoso, o qualpusse vai agglonierandonosantigosfócos tuberculosos,
enas cavernas;d’ahi in -fillra-
seporoutroslobulos do pulmão ,ondesevão formandonovosfócos, epassadopoucotempo o pulmão estátodo viciado de pus tuberculoso,
entãoareacçãoé geral, egeralaperversãode todasasfuneções
.
Dyspnea.
Tendo
-
sea aflecçáo tuberculosapropagadoemquasi todo o pulmão,
elle(icacm todasessaspartes mais oumenosimpermeávelaoar:porissonão sóembaraçaarespiração , maslambem produzopeso e a dò
r
,que expe -rimentão osphthisicos.
O organismo esforça-
se
pararestituir ao apparelho respiratórioseoestado primitivo; mas oarinspirado penetraapenas umaparledopulmão;por isso as inspiraçõ
es
tornão-
sccurtascfrequentestanto quanto maisobslruidosliçãooscanaes bronchicose cellulasacrcas.
Quando adesorganisaçãoélenta, a dyspnéa épouconotável , e nãoseráestranho queodoente,
apesardos grandesestragos tuberculosos,
não tenha lido dyspnéa ,cspecialmentcsetem uma vida muitoregular efaz poucoexer-«cicio
.
Muitas vezes adyspnéasucc
édé aum ataquede cmoplhysis c se prolongapormuitotempo.
Seráadyspnéa devidaá congestões sanguíneas,
como
pensa James Clarck?Ou ápresença de grandesmassas tuberculosas filtradasdepus, como
querLacnnec? Nosparecemaisrasoavcl aopinião d)praticofranccz;a
dyspné
a
dos phthisicosn
ão
se deveconfundir
com
—
11—
aquclla que apparece cm algunscasosde emphysema pulmonar
,
ccoma
dyspnea tão frequente nos docnles astlimalicos.A febre cthica
.
Chegando o sangue venoso ás ultimas ramificaçõesbronchicas , a tea capillar afim de receber aacção doar atmospiicrico nesses tenuissimos ramoscapillaries se põe emcontactocom o pustuberculoso, que tem in
-filtrado oparenchyma pulmonar,
facilmente esse pus perverte nãosó a funeção da ematliose, maslambem vicia omesmosangue,oqual assim al-terado irrita todo o systcmavascular; a respiração é imperfeita, aema
-tlioscalteradase fazcommorosidade em longosinlcrvallos quemarcão a iutermiltcnciada febre cthica :sco apparelho respiratório tem sidocom -plctamente invadido, então aemathoseétambém completamente viciada;osystcmavascular se resentetotalmenteca febreécontinua: liauma cs
-pccie de luta entreoorganismo c oelemento reparador,que viciadocomo seacha diOicilmente é assimilado, da perversão d estafuneçãoseguc
-
sca transpiraçãocopiosa de um fluido,quescachaigualmcntcalterado, c que produz umasensaçãoincommodana excreção.
Magreza eincharão
.
Osangueem pequenaquantidade e viciado nãopódcreparar asperdus doorganismo, perdas tanto mais consideráveis, quanto mais exageradas
costuniãoserasexcreções de todos osorgãos, cspecialmente a excreção
broncliica ,quecrescecom oprogresso da consumiçãopulmonar
,
a qual consumição seatôa aosoutros orgàos, quejáliamuito resentidosnão erâo reanimados e facilmentecnlrão noprocessoda désorganisât;ào; por fim osangue nãoeliega ásextremidades,os mallcoloseospésvão
-
se tornando edematosos; este symptoma éindicio da proximidade da morte.
Aede-macia não selimitasóaospés, e algumas vezes apparccenas
m
ãos e no rosto.
Aphtas e rouquidão
.
Nosúltimos dias quando a consumiçãotuberculosatemestragadotod( pulmão
,
as substancias cxpcctoradas estão de tal sorte corrompidas,que nãopodemserimpunemente retidasna boca,aient dequea irritação bron-chicascestende e propagaatéaboca: por issonãoéraro o
ver
rebentar muitas apldas nos phtliisicos,
que seachão naultimasemana
da vida.
Osm
úsculoslaringia.nosenfraquecem-
see diflicilmentc
seprestãoaoexercício dafalia.
Em geraltodos osphtliisicoslornão-
se quasi impercepliveisnosúltimos diasduvida
.
—
Expiração fétida
.
0
ar
inspiradopenetra até asultimascellulasacreas
c
occupa as<a
-cuias paredesestão ulceradas c cm decomposiçãoconstante,
eere -lido ahi poralgum tempo, até que umanova
inspiração venhasubstituir essear
jásaturadodaexhalação dasmatériastuberculosas
cpurulentas.
Substancia
caseosa
.
Algunspráticos pensão que sãofragmentos detubérculos fundidos; mas
como essas substancias
caseosas apparcccm
noprimeiroper
íodo daplitlii—
sica,nó
s pensamos que sãopequenos
fragmentos do parenchymapulmonar adjacenteaoscanaes
bronchicòs compromettidos nadecomposição culce -ração, que se vaidiluindo e convertendo em pus.
Diarrhea colicatica
.
Km geralnosprimeiros periodos da pblliisica asfuneçõesdigestivas se fazemcomalguma regularidade
,
masnão assim noultimoperiodo :porque amucosagastro-
intestinalrcsentc-
scdas alteraçõesdo pulmão : o fastioé extremo,eo doentechegaa um estadodefraqueza tal, que nãotem forças bastantesparaexpcllir as postas purulentas arrancadasdas cavernas e ra -mificaçõesbronchicas : ellas sãoengulidaspelo doente, que aslança em continuadas dejecções; até que o fó
copurulento seesgote: hauma pe -quena inlermiltenciana
diarrhéacolicativa, repete-
se de novo commais frequência, ultimamcnteécontinuac espontânea: as ourinassão em pe-quenaporção;porqueatranspiraçãocopiosadesviaesseliquido, cilas são avermelhadas de um cheiro activoeextremamente incommodo.
vernas
Do delirio
.
No ultimo periodo da consumiçãopulmonar osorgàos
fundamenlaes
da vida achão-
sclesados, suasfuneções pervertidas, e uma desordem geral annuncia a proximidade da morte,o organismo tem sidointeiramentedes -conjuntado, as faculdades intellectuaes n’estaterrívelenfermidade são as ultimasforças que abandonàoodoente , que apenas conserva uma sombra pavorosadoquefoi, então[se
travauma
horrorosa luta nas bordasdo tu-mulo: aintelligencia, que tantas vezes tinha
-
se mostrado sobranceira ás revoluções doorganismo, não se pódc manter firme cm seos domínios, após umavertigemdolorosa o doente se envolve emaparta para
sempre
d’estemundo. uma nuvem,
—
13—
CAUSAS EFFICIENT!
«
DA PHTIIIS1CATUBERCULOSA
.
Muito sc temditoaesterespeito,enósapenas repetiremosuma crença universal:a plithisica ehereditaria ou adquirida.Os pais legão aosfilhos uma constituiçãotuberculosa : tem
-
se vistofamíliasinteirassuccumbireni á consumiçãopulmonar; algumas vezes só parlilhão destemal osfilhos que nascerãodepoisqueos pais enlisicá rào.
Um pouco nosafastamos da crençauniversal; porque não acreditamosque necessariamente soílra de tubérculos o filho de paisplithisicos, pelo contrario acreditamosque se for subtrahidoaoshábitos antigos deseospais ,ofilho poderáganharuma nova constituição,e assim isentar-
scdomáu fadodospais.
Nãoterminaremos este artigosem lembraralgumascautelas, que se devem tomarparaevitar afunesta herançadospais tuberculosos.
—
I.
"O aleitamento deve ser feitoporumamulher muitosadia, robusta,cdeuni temperamentodiverso do damài.
—
2.
*O filho deveser submettidoa uma atmospbera dilferente d aquella em que vivemos pais.
—
3.
*Os alimentos devemsernutrientes e lonicos.
—
'
i.
*O filho deveestar sempre emconti -nuadoexercício.
—
5.
*Finalmentedeve viajar.
Comestasprovidencias se evitaráqueofilho succombacomo ospaisáconsumiçãotuberculosa.
DASCAUSASACCIDENTALS DA PIIT1IISICA TUBERCULOSA
.
Muitas causas podemoccasional* a plithisican’aquellesindivíduos que
paracila não tinliào predisposição
.
O aleitamento viciado, o ar impuro,arepentina mudançaatmospherica,a vida enclausurada,certasprofissões,
oabuso de alimentos e bebidas , osvestidos incommodos,acopulaçào ex
-cessiva,oonanismo, aspaixões deprimentes
.
( )aleitamentoviciado.
O leite daamatuberculosa não é reparador,a criança torna
-
sepallida, suascarnesamollcccm,seos membrosdefinhão,a barriga seentumece,as dejccçõoslornão-
se frequentese fétidas, termina emfim pela morte.
I impure:adoaraímosp/irrico, r a repentinamudança detemperatura
.
Ospráticos consideràocomouma das principaescausas da phthisieaa impureza doarrespirado;comclfeilonasgrandescidades, onde os odi -licie.s s
ãodeumaextraordinária altura, oarnão pódecçrrer livremente,c—
:sendo
Oap-(ípeiocontrariodecompostocalterado
com
mil combinai,parelhorespiralarioviolenlamcntc irritado
,
algumas vezes por princípios estranhos ao ar, e outrasvezes
sendo excitado por uma colunma de ar muito pobre deoxigeneo,
uaturalmculc deve sollrer algumas alterações nocivas,que
mais tarde podemdar cm resultado um desenvolvimentotu -berculoso.
O professor Amiral dizque aplithisica é menosfrequente nos paizesfrios:caleula-
se ,diz elle,quena
capital da Suécia em1,000mortos siloapenas 03 phthisicos , no entanto que em Londres em 1,000mortos conta-
se comotermo medio23G phthisicos.Nas regiõestemperadas da Europacomprcliendidasentreos 50 c
45
gráus de latitude norte,aphthisicaé mais frequente doquealem de 50grá us.Em todaa Allemanha,
especialmenteem Berlim,
Mimike Vienna , aphthisica assalta a mais indivíduos do que emS.
Pctcrsburgo c Stockholmo. Em Londres cemParizella é maisfrc|(ucnte;assim,em quantoem \iennaeemMimik ella produzacercadeumundécimo ou um decimo dos mortose em Berlimumdecimo quinto
,
cm Londresella produz mais deumquinto dos mortos, assim como também em Pariz.
Nas partes meridionacs da Europa deli
5 gráus
a 35 de latitude norte a phthisica pulmonar é uma moléstiacommurn;ha lugares ondea phthisica é mais frequente doque ao norte, emMarseille produz um quarto dos mortos, emGenova um sexto, em Nápoles um oitavo. Em Borna pelo contrario situada quasi que na mesmalatitude que Nápoles, mas que apresenta outras condiçõestopo -graphicas, dá um resultado ditrerente, umvigésimo dosmortos.
Destas observações feitas pelo professor Andral podemos concluir que aphthisica ë mais frequente nas cidades populosas onde ha muita actividadc c in -dustria;poisnãosóoar
é decomposto pela respiraçãode milhares de indi-víduos, mastambémpelas immcnsasfabricas emanufacturas
.
O professor Andral dizquenãoé a temperaturabaixa oualtaquepromove a phthisica, massim amudançarepentina do calorparao frio,e vice-
versa.
Qualserá a causa daphthisicatãofrequente no Bio de Janeiro? Os práticos antigos nosasseverão que esta moléstia cmoutrotemponãoera tãocommurn:o nosso illustradoprofessor dc pathologia interna,o Sr. Dr.
J.
J.
da Silva,nos asseverouissomesmo
,
e alem de outrasmuitasobservaçõesquenos fez,
notou a diflerença que havia nasconslrucçòesde hoje,
osembaraços quecautelosamente se costumapôr hojeálivre corrente doar
; assimos envidraçamenlos, os fórros ,
as pinturas, &c.,
são algumasdasmuitascausas
da phthisica entre nós.
O Bio dcJaneiroacha-
sc collocado posição tal,
quenosparecedeveserconsideradocomouma cidademuito sadia,
suaposição lopographica é excellente; collocadaoes
emuma em um espaçoso valic
,
ellaórefrescadaconstantemente
pelonordestee pelo terral;achâo-
se
cm grande parte aterrados os lugares paludososque lição ao oeste, o vento que
vem
domar
éfresco c puro,
algumasemanaçõespaludosas são desvanecidaspela viraçãoquasiconstante
.
As aguaspotáveiss
ão
muilim-—
15
—
immcuso leito
montanhoso
formado
formados cm
pulas c
puras
, sàoconduzidas por umJe
seixos c granito:por issosào muitobatidas cventiladas
.
Osbosques,que bordãoacidade do Rio deJaneiro
,
saogeral dc
arvores
fruetiferas, comosào as mangueiras, laraiigeiras, os<<*
-jueiros,as bananeiras, palmeiras, &c
.
, arvoresestas muitoprópriaspara purificarem oar;osanimacsempregados nos trabalhos domésticos cruraes sào osbois, oscavallos , asbestas,&c.,animaes muitoloriesepoueo su-jeitos ámoléstias; o mercado é abastecido de carnes Irestasem geral muito sadias,opeixeé emgrandequantidade, ashortaliças , oslegumes eas Cructas sãomuifrescas, cmgrandeahundancia,cpropriasparaaes
-tarão.
A vista do que acabamos dcobservar,
comrazão dissemos queaci -cadc do Rio de Janeirodevesermuito saudavel. Como explicaremos pois a frequência dcuma moléstiatãoperigosacomoa phlhisica no Rio de Ja-neiro ?ConcordamoscomoillustreprofessorfiancezMr.Amiral, quenão éas mudanças da temperatura atinosplierica uma das priiicipaescausas da plithisica : osindivíduosque rcsenlcin
-
sc(fessasmudanças já seachàomais oumenos affect ados do mal
.
Procuremos acausa(fessaenfermidade,
tào frequente no Rio de Janeiro
,
cm outra parte.
Em algunsdias dos niezesdeverão no RiodeJaneiro o ar é abafado, quente c impuro, es -pccialmcntcnas principacsruasdaeidade; porque ahi se aelia reunido umgrandenumerode indivíduos; porque em uma só rua, equasi que emum só lugar,se reúnem todasas casas publicasdocommercio,c então naoadmira queotliermonielro marque 80 a85graus, equeos indivíduos que passàotodoodiaenvoltoscmumaalmosphcratãoabafada,tào quente cimpura, soflrão do apparelho respiratório.
O Rio de Janeiro mantém re -laçõescommerciaescomquasi todas asnações domundo, espccialmenlc com as daEuropa; sua populaçãoparticipa de seoshábitos e scoslumes, cigualmentedesuas moléstias
.
As vestimentas dos Europeos pro-prias paraaquecerocorpo, devião ser proscriptas pelos habitâ
mes
do Rio de Janeiro,que estãosujeitosaumaatmospherainteiramenteopposta. Os vestidos muito justos aocorposegundo o costume dos Europeosó uma dascausasda phlhisicanoRio dc Janeiro.
Oabusodochá , os repetidos saráos comprejuízodosomnoe repouso, sãooutras tantascausasda phlhisica.
Nào são estas ascausas fundamentaesda phlhisica no Riode Janeiro; anosso vercilasconcorrem
dealgumasorte;mas sua influencia nãoétào perigosa-
,
que não possa ser facilmenteprevenida c modificada. A causa fundamentalda phlhisicanoRio deJaneiro, é, segundoanossa humilde opinião, a immoralidadc e a corrupçãodoscostumes,
paixões desordenadas
.
Nos parecephilosopbicocmaisracionalexplicara frequência da nliihi
-sican o R i o dcJaneiropelosvicios sociaes
,
do que pelos inconvenientesd
°
lugare doclima,
que éhello ,ameno
efecundo
.
Era preciso muito,
era
precisoestamparna
nossa
these osvicios
dcumacidade
COS
-OS
excessos
e asa
causa
de uma moléstiaicnivel,
que faz: isto
nos
daria muito|>csar
; basta que conheçamos esse
abonodaverdade
nosparece
maisdevidoaos
Estrangeiros nos trazem assuas mercadorias
c quenos todas asnossas
forças afimde podermosexplicartantos estragosi
defeito (que em
detilodifferentesnações
,
queinoculüoosseosv ícios
)
c queempreguemos
evitar quanto forpossível essecontagiomoral, que lavra por todas as classes dasociedade. A julgarmos peloconhecimento quetemosdatopo
-graphia do lugar,das aguas,dos ventos,da Mora,cdazoologia,dirianms
que ohomemnatural do Rio de Janeiro deviaserbemapessoado
,
lorle c vigoroso, c de muita intclligcncia; infeliznientc as condiçocs sociaos otemlançadopara muito longe do lugarque
a
natureza lhe destinou entre os maisserescreados.
DOMETHODO MAIS
PROVEITOSO DE
CURAR APHTIILSICA
.
( IÜhomem acha
-
semergulhado n’este immenso mar almospherico, que em ondaseleva-
sesobresua cabeça,
comoaquelles viventesquehabilào asprofundidades dooceano
.
Ohabito de respirar oar purofazesquecer aohomem aimportância d’esseelemento eminentemente vital.
Saberia bem aprecial-
o aqucllcque tivesse soilVido os tormentos da aspliyxia : esse ele -mento,assimcomoéessencial alodosos viventes, assim comoéa fonte davida, assim como refresca c vivifica pcrennementc oorganismo; assim tambémémuitasvezes ovehiculo, que conduz ao centro do organismo princípios de destruição.
Oapparelho,
queestá emconstante relaçãocom asforçasdanatureza, está por isso mesmo mais exposto a alterar suas funeções por um excessoproduzido emsi, ou emoutroorgão que reflua sobre elle.
Pensamos como Lacnncc , que o apparelho respiratório está mais quenenhumoutro sujeito aseralterado.
Comoexplicaremosumaal -teração,que principiandonoapparelho respiratório propaga-
serapidamente atodoocorpo, «piando todas as funeçõesorganicassecxcrcião regular-mente ? Sem duvida, algumaforçaexistentenanaturezaactuoufortemente sobre o apparelho respiratório
.
Se algumas forças deletcrias podem ser inspiradas,c modificar gravemente oapparelho da respiração pervertendo suasfuneções , também algumas forças medicamentosaspoderáò serinspi -radas,c modificaroapparelho da respiraçãocsuas
funeções
, deum modo salutarcreparador.
Todasasmoléstias queaflectãoasfuneções,callerão osorgàos
do apparelho respiratório devem principalmentc ser combatidascom
forças medicamentosasinspiradas,
c talvez outras muitas moléstiasI; Pensam»«
.
que nâo «5«Irsarcrloodarmosumnomeaomclliodo , quevamosindicar*a-
wimpossfioainda ser
combalidas com van
lagern,
seguindo-
se
omethodo Ins
-piratorio
.
Nilo sc pode negar que atécertoponto liamuita semelhançaentre asfuneções dosdois appareilles,digestivocrespiratório
.
Assimcomoo appareilledigestivoelabora oselementos, que mais tardesãoassimilados aoorganismo; assim lambem o appareille respiratório elaboraprincípios quesãoidentificados aomesmo organismo
.
O apparellio respiratóriore -clamaconstantemente danatureza o ar respirável,
que é scoalimento,
assim como o apparellio digestivoreclama assubstanciasalimentares. No homemsão,seassubstancias alimentaresingeridasnoapparellio di
-gestivo
n
ão se achão em bom estado, seestãoemfermentação pútrida, se contem algum principio toxicoou medicamentoso , logo as parlesorgâ -nicasque se acliào cm contacto resentem-
sc da acção nociva de tacs substancias, ccsforção-
sc emrepellir esses elementos nocivosaoorga -nismo : mas essaforca repcllentcnãò é sufliciertc paraexonerar o orga -nismod’essassubstancias,ellas são maisou menosabsorvidas,
são quiliíi -cadas eultimamente lançadasnatorrente arterial, e cm vezdelubrificar e vivificar os orgãoscomo principio reparador, irritão—
os, inllammão-
os, eosdestroem : porque sãocontrarias áorganisação.
Semelliantcmcnteo apparellio respiratóriorecebe pela inspiraçãoumaquantidade dear , oqual contemquasi sempre em decomposição substancias animaes,
vcgetaes e mineraes,quesão rcpcllidas pela força instinrtiva do olfacto; mas essa força repellente não ébastante para eliminarabsolutamente todas essas substanciasnocivas,ellas penctrão até as ultimas ramificaçõesbronclliças,enhiem
contacto
comas paredes visicularesdo pulmão,são maisonmenosabsorvidas, cexercem sua acção nociva sobre o organismo em umponto muitodelicado : as fézesdessassubstanciassãoeliminadas
,
á semelhança doapparellio digestivo, pela mucosa bronchica; mas sua parte essencial éidentificada cprincipia a actuar sobreoorganismo.
A que sãodevidas asfebres intermittentes, as febres perniciosas tãofrequentes entre nós?? Dizem todos ospráticos:ásemanaçõespaludosas, que vidão ein grande extensão oaratinospherico.
Qual a funeção , que primeiro põe todo o organismo animal sob ainfluencianociva(fessa atmosphera paludosa ? Semduvidaarespiração;pois oapparellio respiratório é o primeiro aser af
-fcctadodo mal.
Scoapparellio respiratórioctão susccptivelásinfluencias maléficas,
porque nãoserá
tambémás forças medicamentosas? Se noap -parelho respiratório sc effectua tãoviolenta epromptamenteumaperversão totalna
circulação
, porque não obrará»sobre elle asforças medicamen-tosas ,
produzindo
ou suscitando umareac
çãosalutar ?Seo
ar
é tão faeilvehiculo de substancias toxicas, porque
não será lambem vehiculodesubstancias medicamentosas ?Nos
casos,
em quealgumasmoléstiasresistem a todos os tratamentos,ecedemporfunsimplesmente
á
mudanças deares
; a queser
ádevida
essareac
çãosalutar ?Semduvida
ao
apparelliorespiratório.
—
ruraliro racional?'O
que
será necess
áriopara principiarmos um
Mobasta indagar, oconheceracausa occasionalda moléstia,oremovel
-
a; elíeilocilacontinuaaactual*sobreoorganismo.Ouando omal se temsecom
propagado,elle continua
mesmo
depois deremovidaacausa.
Devemos exa -minarquaes
são as funcçòes
organicasalteradas. Dequemodoprincipiarão aser; porqueassim chegaremos aoprincipiodalòaurdida contra avida.
<
'Julies
asconsiderações,que
devemos1er
/arsenics quandotivermosdeprincipiarocurativo?
Anatureza está em uma constante reparaçãodo organismo, n’essespro
-cessos constantes de eliminação eassimilação desubstancias levadas ao centrodo organismo,
é suspensa ou modificada uma funeção organiea, issonão importa umalesão scnsivel no organismo : mas a reaoção vem logo, c o vicio é eliminado do organismo, não acontece issosempre,outrasvezes a naturezaorganiea emprega todos osesforços , asmodifi
-caçõesrcpclcm-
sc,
as reacçòes se succedem umas ás outras, e porfim d’esses excessos um orgào principia a detcriorar-
sc , omesmo onde se passãoessestrabalhos, ou umcomo qual esse estámaisem relação, ouantescomaquelle, que por seo tecido está maiscmrelaçãocom o tecido afleclado;osembaraçosproseguem, o malcontinua a ostentar
-
seem outro orgão:porque acausaefficiente ou o principio da moléstia existe.
Ü que devemos pois ter em vista? A primeira funeção alterada, e o modocomo foi,paraempregarnossosesforçospara rcstabelecel-
a; porque assim te -remos feito cessarsuas consequências.
Reacçâo salutar
.
K mais convenienteaomedico oconhecer bem a reacçâo, doque tragos da moléstia
.
Ima
substancia nociva ao organismo produz sobreelle uma acçãoorganieamuitasvezesscnsivel, e depois deserassimilada uma acçàodynamica, emíim adcsorganisaçâo ouperversão organiea.
O orga-nismo por suapartereagelogo na primeira impressão , reage na assimi
-la çãodynamica,éessaareacçâo salutar,quecumpre aomedico conhecer bem,para a animar e sustentar por meio de algummedicamento,
enãoa confundir como elementomorbido , que a vá combater.
Com essareac
çâo salutar o organismoesforça
-
sc para cxpcllir de sioelemento
morbido,que será eliminadocmfim seoorganismoestiver em boas circunstancias
.
Tino medico,eliminação mórbida
.
Duranteessa luta entreo elemento morbido eforç
as
vilães,
asreac
çòes-—
10—
sucrcdcm
-
scunias«isouïras,eoorganismo vaiganhandocreparando suasforças, ou perdendo cdcslruindo
-
sc.
Km um caso dado nemlodos osorgãos são capazes ou propriosparaeliminar o elementomorbido
.
o quefaráomedico?Kscolherá oorgãoouapparelho,que mais esforçoslaz
.
quemaisreage, «jne porsuaeslruelura c suasfunrçõosseacha em melhor
circunstancia de cxpellir oelementomorhido, e purificar oorganismo
.
Para isso é preciso umconhecimento daacçàoespecial do medicamento,
que actua de preferencia mais sobre um orgáo , que sobre
.
outro , quecontecomacçàoorganica, com a assimilação , que não se laz desaper
-cebidaparaoorganismo, que conte cinfim com sua acçào vital tão pre-conisada por certos autores (aponto de a confundirem com a rcacçào
organica),phenoroeno esse devido á força medica triz danatureza. Pen
-samos,queo praticoatilado aproveitaráa rcacçào salutar,e ajudaráhem a natureza mcdicatrizescolhendo de preferencia um orgão.
no qual maisfacilmente se dè essarcacçào, que mais propria seja para eliminar o
principio morhido , e escolherá uni medicamento, que actue com es
-pecialidade sobre talorgão
.
Comolevaremosa forramedicamentosa à economiaanimal'
.
'
Emdiluição ,em pilulasoucmpósingeridos noestomago,empomadas,
loções feitas sobre otecido tcguincntario, eeminspirações gazosas, cm
vapores,& c. ,
Assubstanciasmedicamentosasingeridasnoapparelho digestivo d pois
dcproduzir sua acçào mcchanica clocal passa a ser absorvida
.
elabo -rada ,cporfim assimilada , então produzsuaacçàovital deaccordocomarcacçàoorganica
.
Os medicamentos applicadossobre ostecidos tegumen-tariossão igualmcnte absorvidoscm pequena quantidadee obrão lenta
-mento
.
Osmedicamentos inspiradosemgazes ou vapores são introduzidoslogonaeconomiaanimal; porque sendo levados ásccllulas acreas pul
-monaresasmaispequenas visiculas,aili empresença dosangue siãoda hematose nãopodem deixardesermisturados com elle, e primi
-piardesde logoa obrar sobre o organismo.
Com razão todosospráticostemdirigidosuasvistaspara o systemnvascular,quandose trata decom
-bater uma enfermidade,éosangueoelementoreparadordas forças vilãesé elletambémque muitas vezes contem cmsielementosdedesordem que
erobaração as funeçõesvitaes
,
é o sangue qnc deveser diminuído *se
-gundooillustre pratico froncez Mr.Broussais, que em vezde reparar is
forças vitaes, elleasperturba,éosanguequedeveser modificado
-
*di’mi -imindo-
sc-
lbe alguns princípiosImmoraes, segundo oshumoristas nnlim todosdirigemsuasvistasparaosysleniavascular.
Sc quizermosmodificarosangueem algumdeseosprincípiosimmédiates , se quizermosassimilar
promptamenteao sangue uma substancia
medicamentosa ,
ofaremos imnie
-dialameniepeloapparelhorespiratório
, servindo
-
nos do ar on de para sco veliieulo.
Tratando espccialmenlc da lltcrapeutica do pulmào , nào conhecemos
nenhum mcthodomais racional , do que
o
inspiratorio.
Nosparece
dcsummaimportância para a c u r a , levar o medicamento ao orgâolesado;
porqueelle reage constanlemenle
,
e as forças medicamentosaspodem aiiimaisfacilmenteauxiliar areacçào, alem deser favoravelaacção mecha
-nica
.
Se apalhologiapulmonar temsidohemestudada
,
sesãohem conhe-cidasasmoléstias do pulmão;seosbrilhantes tratadosescriptosporBayle
,
Buis
,
Lacnnec ,tem lançado muitaluz sobreas alfeccõespulmonares;seéfacil hoje diagnosticarumamoléstia pulmonar, nào acontece o
respeito da therapeutical
n
’essaparlereinaaindamuitaobscuridade, bai-lando das medicações do’apparellio respiratório
,
dizRostan: eu conheçopoucos medicamentos,que obrem direclamcute sobreoapparelho respira
-tóriocsobreosactos d este apparelho
.
Nãoésenãosccundariamcntc, que a iuíluencia decertosmeiosseexerce sobrelaesorgâos.
Assim ostonicos toruão osmovimentos respiratórios mais fortes,
mais energicos; os exci -tantescosdiflfusivos os tornâomaisrápidos,
ao mesmo tempoa hematoseémaisou menosperfeita
,
a respiração e pespiração pulmonar maisoumenosabundantes, a expectoracão mais ou menosfacil, & c
.
; mas emtodososagentesnão haum,que obre especialmente sobreopulmào,e sobre
a respiração
.
Mesmo asangria,que rouba o sangue rapidamenteaopulmãonàopoderá serconsideradacomomeiodireclo, pois nào obra senão por
intermédio da circulação
.
Resta|>oisas inspirações dosvapores ou doardotado dc certas propriedades: mas a iu íluencia d’esseagente,que nós
presumimosdeverserpoderoso
,
nãoé quasi empregado cmmedicina,e aescolha quealgumasvezes setemfeito dos lugares,e climasnasmoléstias
chronicas,émaisummeio hygienico, doque tberapeutico
.
Assim clara-menteRostan reconhece a ignorânciada lherapeutica pulmonar
.
Seosprá-ticos tem tirado tanto proveito de certas condiçõesbygienicas, que dizem
respeitoaoclima eaoar; porque
n
àoaproveitarão essaindicaçãoda natu -reza? Porquenàoactivaremosessas
forças medicamentosas d o a r? Espe -cialmentenasmoléstias do apparelho respiratórioas inspiraçõesdoardicamentosooude gazes, evapores tem sidoensaiadas com muito proveito,
sojào novamente experimentadas outras substancias, e algumas luzes se
derramaráõ na lherapeutica pulmonar
.
Nbcorpohumanose exercem1resactosfundamenlaes, acirculaçãoca
-pillar,a nutrição,e a secreção,estestrèsactossão dominadospela
vaçào
.
A alteração da circulaçãoproduza byperaemia e anaemia,as al-terações danutriçãoproduzem hypcrtropbia, e atrophia, a alteraçãodas secreçõesproduclosaiiormaesnasuperficieou nointeriordos tecidos
,
íim as alteraçõesdaenervarãoproduzem acoma ou odelirio, tal é a di -visão , queo illustreprofessorfrancez Mr.
Amiral fazem sua anatomiamesmoa
1110
-encr
-em pa
-—
21
—
thologtcadas
altera
ções
organicas; cilanos parece natural c
verdadeira
; porque se analysarmos os differentesgratisdemua moléstia,e
a
success
«*»de plienomenos morbidos
,
especialincute ii’aquclla emque
se
conhececlaramente que uniprincipiomorbilicotem invadido oorganismo
,
obser-varemos que ossyslemasvãoexperimentando a acçãonociva , e vâo rea
-gindosucccssivainente; o principio deletério vaiatravessando
osnossos
tecidos e as roaoçòosvào
-
senotando.
Ossymptoinasnervosos
,ostremores
,
resfriamentosdo corpo , cephalalgia,
delirios,vertigens,dor -mências,movimentosconvulsivos , &c.
; oque prova , queoagenteinor -bido jáloi absorvido,
e queosystema nervoso se resenliod'elle,
depoisdeumpequeno espaçodetempo
necess
árioparaaelaboração seguc-
scumanova ordem de symptoinas, alteração do pulso
,
o calor da pelle,outro systema foiinvadido
,
o systema vascular,
o agente continua sua marchaemais facilmente; porque atorrente sanguínea oleva atodas as partes do organismo;
uma sede intonsa, um calor interno, dores agudas pelo ventre,o apparelhogastro-
intestinal foi atacado: ourinas vermelhas equentes,o apparelho secretore
excrelordaourina:aanciedade, o ap -parelhorespiratório:sobresaltos econlorsões,
o systema muscular :cinfim a comaou o dclirio,
o agente morhido teminvadido o centronervoso.
Muitasvozesessessymptoinasse succcdenicomtanta rapidez
,
quesc con -fundem, mas cm muitoscasos pode o pratico seguir todosos graus da entoxicação.
Nenhum d’estes syslemas 6impressionado,
quen
ãoreaja,que nãose esforcepara repeliiroagentemorhido
.
Umaquarta phase co -meça, semanifestaporsuores abundantes ou porvomilos, asfézescou-rinas sedimentosas, apelle se torna amarella, umaerupção de pethechias
oudepústulas miliares
,
inflammaçòesexteriores,
chegão os infartes das glandulasinguinaeseparotidas.
Tudonosattesta
, queeste periodo é o dos esforçoseliminatórios, queencaminhãooprincipio toxicopara osgrandes emunctoriosdaeconomia,a pelle,oapparelho respiratório,ogastro-
intes -tinalc viasourinarias.
IVwleacontecer, que o elemento toxico absorvido modifiqueosangue ouse combine com elle,
eentão ternosumapertur -baçãono sangue,umahyperacmiaouanaemia: se selimitaánutrição temos hypcrlrophias ou atrophias: seo systema lunphatieoreceive a maior força do principio toxicoapparccem os tubérculos eosproductosanormaes
,se emlim chegar aosystemanervoso matiifesta-
se acoma eodeli rio.
( )pul-m
ãoéconstituído portodosesses
diUcrcntessyslemas, de que acabá mos de fallar:a
substanciaparenchymatös«
, osvasos
lymphaticos,arteriacs
,
os nervos , constituem este» orgào important íssimo.
exercem
funeções
muiimportantes cvariadas,assubstancias
medicamen -tosas podem teruma acção
direelaesalutar sobre elle.Mascagni, illustrecsabioanatómico,depoisde1erencanecidonas
ana
-lyst'sdo corpohumano, tendo meditado por espaçode muitos «unos. disse:«Sclia algumasubstancia capazdecombaterosprogressos da phtlii
-laes como
nm
venososc n olle se
sica tuberculosa, essa deve ser tirada d’aqucllas que podem ser
-radas.
•Comctlcitotcnlião ostubcreulossuaséde nas paredesformadas pelamembrana mucosa, e porissopareça á algunspráticossor ereção damucosa, tenliào sua sédenotecido pareneliymatoso dopulmão,eporissoparaoutros1eraliisuaorigem, tcnlião suasèdo notecidovas
-vular,cpara outrosser vascular,ou tcnlião einíim nosystema lympha -tico,como quer queseja , nosparecequemuitoconvém restabeleceressas funeçòcspervertidas,cisto maisracionalmentc se eflectuará levando as substanciasmedicamentosassobre essesorgãos, cujasfuneçõesforáoper -vertidas.
Alguns ensaios se tem feito,eadarmos credito áalgunsescriplores , os scos resultadossão muitoparaanimar
.
Ailibcrtprescreveo áalgunsphtlii—
sicos fumigaçõesde ethercicutado,cdiz ter tirado vantagem d’estaappli -cação(l).
Baylc ordenou aos seos doentes inspiraçõesdecldoro(2).Can-nai
tambémprescreveo o chloro.
Beddocs fezcm Londres experiências com o gaz hydrogcnco carborctado(3).
Crichton experimentouo vapor de alcatrão(ft).
Pagenstcclier empregou também com proveito as fumi-gaçõesde alcatrão
.
Wall vio em lierlim de 5ftphlhisicos*2Gmelhoraremconsideravelmentecom a fumigaçãode alcatrão, Gcurarem
-
se, e*22 se-guirem o desenvolvimento da moléstia
.
Oruveillier prescreveo aos seos phthisicos fumo de bclladona (5).
Gruber aconselha vapores siilplm-rosos(G)
.
Becenlemcnte o Dr.
Lallcmnan tem apregoadoasvantagensdas ins-piraçõessulphurosas
.
Reichcnbach aconselhou asinspiraçõesdo alcatrão , juntandoalgumas pílulasde creozote.
Carloni tambémpréconisa ocreo -zote(7).
Rampoldrcctilicaa sua utilidade (8).
A vista detodasestasgrandesautoridades
-
creioque nãosedevejulgar de leve a respeito da utilidade,c importância das inspiraçõesno trata-mentoda phthisicatuberculosa,c talvezde outras muitas moléstias,que apparccem no pulmão
.
Muitassubstancias existem, que podem serfacil -mente experimentadas,cnãoduvido que sejào de muita utilidade.
Para sera phthisica tratada couvenientemeuteé necessário muita vigi
-lância, é necessário que o medico não confie em um restabelecimento lacileprompte , cilaéinsidiosa,c o medicodeveestarsempreem guarda.
Estamoscm duvida sobreoqueéde maisutilidadeaodoentephthisieo.
umaex
-Dior
.
de Mcd.
eCir.
,lomo3.
°, pag.
282. 2 Revista Mcd.
dc1829.
tumo %.
•» 3) Hire,dasSr.
Mcd.
,tumo42,pag.
132.
(4) Dice,de Mcd.
eCir.
Pr»t„tomo 9.
*,pag 231.
'3) Dice,deMcd
.
eCir.
Prat.
,tomo13, pag«2.
.
'(ï Ga*
.
Mcd.
dc Janeiro dc1832.
7) C,ar.
Mcd.
dcJaneiro dc1833.
'8) Gai
.
Med.
dc 1827.
(i)—
23—
se ummedicamentoproprio , ouse umadicta reparadora, juntaaoexer
-cício moderado.
O grande llyppocralis curava os plniiisicos coin fumi -gaçõesde substancias resinosas, com algumas dosesde clcbore-
uegro.
prescrevendo-
lhes a dieta maissucculentapossível;mandava-
lhesdar mel.
leite, vinho vigoroso ehom pão, ordenava-
lhesque nos primeiros dias fizessemvinteestádios demarcha,c fossem augnienlatidoprogress’!va*neute esteexercido
.
Danossapartejulgamos,que omctliododccurar os plilliisicos do illustremestre gregoéo mais proveitoso.
É impossívelcurarumplitlii -sico fechado emumquarto, em pouco tempo o arque odoente respira émaisumestimulo para atuherculisacào ,para provad istohastaver que o phthisico sempre melhora quando muda de habitação.
\ào nos contentámos só coma leitura de algunspráticos, quizemos observar pornósmesmosapiilhisicacmseosdifferentesperíodos,para esse Ihnnosdirigimos nodialádeAgosto docorrenteanuo áenfermaria dos pbthisicosnohospital da Misericórdia d estaCòrtc, eahicompermissão, eauxilio donossoamigo o
.
Sr.
Dr.
Lima, medico assistente,principiámos as nossasinvestigações.
Nosencarregámos de 6doentes, que tinhàoentrado para essa enfermaria á poucos dias, tendo-
osexaminadonosparcceo que todos estavãonoterceiroper
íodo; em geral os estragos da tu bereu lisaçàocrão consideráveis; não obstante quizemos ensaiar alguns medicamentos
.
V primeira era uma mulherdenaçãoinglcza, de iOannosde idade , queseachavaem umestado lastimável:porqueseospadecimentos erâo consi
-deráveis:nosdissequeemconsequência dos muitos trab;l!iosdomésticos,principiaraasoffrcr muitas dures nopeito esquerdo , que á o mezes lhe desappareeèra a menstruação, c succcssivamcnlc chegáriao estado cm que a viamos
.
Esta doente eslavanuiilomagra, tinhaumacòrde cèra,olhos encovados c tristes , pelle asperaehúmida, pulso filiforme , e irre
-gular,voz rouca, e quasi impcrccplivcl,tossecontinuada ,semforçapara expectorar os catharros, dôres pelo ventre , diarrhea colicativa , som obscuro nas regiões correspondentes ao pulmãoesquerdo,ouvia
-
se dis-tinctaniciilc um estertormucoso,ospés estavãoinchados,linha tuuilasèdc emuitofastio
.
Quasi que nomesmo estadocnasmesmascondiçõesacha -vão-
scduaspretas , que igualmentc examinámos; examinámos mais trèsdoentes, dos quaes o primeiroeraumPorlugucz , de áá annosdeidade,
douma construcçâofortec um temperamentosanguineo, o qualnos disse quealgumasextravaganciaseultimamenle umgrandechuveiro lheocca
-sionára umatosse,quejá tinha a algunsmezes: porisso serecolhera hospital.
Nãolinha dòr nopeito;mastossiacontimiadamcule,tinha a pelle coberta deumsuorplástico gorduroso,
linha o pulso forte e frequente,diarrhea colicativa , expcctorava uma grande quantidade depus esverdi
-nhadoctuberculoso,muitocosidoeglutinoso, alem d'islograndedyspnea, osom era obscuro emdifferentes pontos do thorax