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CIDACS APRESENTA: Guia de Alimentação Saudável e Orgânica

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Academic year: 2021

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CIDACS APRESENTA:

Guia de

Alimentação

Saudável e

Orgânica

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A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico e imprescindível ao desenvolvimento da sociedade. Por isso, o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) incentiva boas práticas, e inspirando-se no Guia alimentar para a população brasileira, uma alimentação saudável envolve os seguintes aspectos:

1. A garantia ao acesso permanente e regular ao alimento, de forma socialmente justa; 2. A prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo de acordo com as necessidades alimentares especiais;

3. Ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; 4. Ser acessível do ponto de vista físico e financeiro;

5. Ser harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer;

6. Ser baseada em práticas de cultivo adequadas e sustentáveis.

Ou seja, a alimentação está relacionada não apenas à ingestão de nutrientes, mas à dimensão cultural, social, econômica, ao bem-estar e às práticas produtivas ambientalmente sustentáveis. Comer é muito mais que nutrir-se, é um ato político, de compartilhamento, de sociabilidade e de atribuição de valores e relacionamento com o mundo (MACIEL, 2001).

Apr

esentação

Expediente

Texto: Aline Rocha; Andrea Ferreira; Ila Falcão; Natanael Silva (Nutricionistas) Revisão: Raíza Tourinho e Karina Costa

Diagramação: Gilson Rabelo

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Alimentação adequada e saudável

deriva de um sistema alimentar

socialmente e ambientalmente

sustentável

A promoção de estratégias, que estimulem a adoção de comportamentos saudáveis, contribui para melhorias na qualidade de vida e para o bem-estar dos indivíduos. A promoção de uma alimentação saudável envolve a defesa da biodiversidade de espécies, o reconhecimento da cultura local, o valor histórico do alimento, bem como o estímulo à cozinha típica regional, contribuindo, assim, para o resgate e manutenção das tradições, fortalecendo o prazer da alimentação realizada em casa ou com amigos, familiares e colegas. Portanto, valorizar uma agricultura socialmente sustentável, mantendo o equilíbrio do ambiente e respeitando o conhecimento local, é fundamental para se entender a importância da origem dos alimentos e melhorar a qualidade da alimentação (BRASIL, 2014).

Alimentos orgânicos

São frutas, hortaliças, grãos, laticínios e carnes, entre outros, produzidos com respeito ao meio ambiente e sem utilizar substâncias que possam colocar em risco a saúde dos produtores e consumidores, ou seja, que não utilizem fertilizantes, agrotóxicos e transgênicos. Durante o cultivo deve-se respeitar os aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos, garantindo um sistema sustentável.1

Benefícios dos orgânicos para a

agricultura sustentável

As responsabilidades social e ambiental são características fundamentais na produção orgânica. Os sistemas orgânicos de produção contemplam o uso saudável e responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais. A agricultura orgânica respeita o equilíbrio da natureza, criando ecossistemas saudáveis. Além disso, ajuda os pequenos agricultores, já que, mantendo o solo fértil por muitos anos, o cultivo orgânico favorece que o produtor dê continuidade ao seu trabalho e revitaliza as comunidades rurais. 1

Benefícios do uso de alimentos orgânicos na saúde

Os alimentos orgânicos têm mais vitaminas e sais minerais. Isso se deve ao manejo diferenciado que é dado às plantas e aos animais, onde o equilíbrio nutricional do sistema produtivo e o bem-estar dos animais favorecem a produção de alimentos mais saudáveis. Além disso, os alimentos orgânicos são mais saborosos, com sabor e aroma mais intensos. 1

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O Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos! Um cálculo feito por especialistas identificou que, em 2008, foram despejados nas lavouras brasileiras o equivalente a 5,2 litros de agrotóxicos por pessoa. E o número só cresceu desde então!

Um dossiê feito por diversos pesquisadores da Associação Brasileira de Saúde Coletiva denunciou que uso intensivo de fertilizantes sintéticos e de agrotóxicos está entre os causadores de efeitos nocivos aos ecossistemas e à saúde humana. Entre os efeitos à saúde das pessoas (produtores e consumidores), vale destacar os cânceres, lesões hepáticas e renais, efeitos neurológicos, alergias respiratórias, náuseas e vômitos, convulsões e fraqueza.

Você sabia?

Certificação de

alimentos orgânicos:

selo identificador

Para que um produto seja considerado orgânico, ele deve atender a todos os princípios estabelecidos na Lei Federal 10.831 de 23 de dezembro de 2003. O produto orgânico pode ser identificado por meio do selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) do Ministério da Agricultura. Apenas os produtos vendidos direto nas feiras, onde o produtor é cadastrado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e está ligado a uma Organização de Controle Social, podem ser comercializados sem o selo.

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Em 2015, o Ministério da Saúde publicou a nova versão do Guia alimentar para a população brasileira e alertou para um importante problema do mundo moderno: o excesso de informação tendenciosa e não verdadeira.

“Há muitas informações sobre alimentação e saúde, mas poucas são de fontes confiáveis. É crescente a quantidade de matérias na televisão, rádio, revistas e internet com informações e recomendações sobre alimentação e saúde. Entretanto, a utilidade da maioria dessas matérias é questionável. Com louváveis exceções, tendem a enfatizar alimentos específicos, propagados como ‘superalimentos’, e ignoram a importância de variar e combinar alimentos. Nessa medida, induzem modismos e levam à depreciação de alimentos e práticas alimentares tradicionais. ”

Para auxiliar a adoção de uma alimentação saudável, o Ministério da Saúde elaborou os 10 passos para Alimentação saudável, uma síntese baseada no Guia Alimentar, como forma de orientar a escolha diária dos alimentos que compõe a alimentação do brasileiro. Confira a seguir.

Cuidado

Modismos e fake news!

Os dez

passos para

alimentação

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3. Limite o consumo de

alimentos processados

Evite alimentos que sofreram muitas alterações em seu preparo (como as conservas de legumes, compota de frutas, pães e queijos) e que apresentam uma composição nutricional desfavorável.

Em caso de dúvida se o alimento é ou não processado, leia sempre o rotulo.

6. Compre alimentos na feiras

Compre alimentos em mercados, feiras livres e de agricultores familiares, visando o acesso a uma variedade maior de alimentos in natura ou minimamente

processados. Prefira legumes, verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de

preferência diretamente dos produtores. Assim, você fortifica a agricultura e os produtores familiares e tem

uma atitude mais sustentável com o mundo!

4. Evite o consumo de alimentos

ultra processados

Alimentos ultra processados, como biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes e macarrão instantâneo (miojo)

são nutricionalmente desbalanceados, pois apresentam elevadas concentrações de açúcares, gorduras trans e saturadas, além de conservantes. Estes alimentos tendem a ser consumidos em excesso, substituindo alimentos mais saudáveis. Assim, descasque mais e desembale menos. A

sua saúde e a natureza agradecem!

7. Cozinhe!

Desenvolva e aprimore as suas habilidades na cozinha e compartilhe

esses momentos com os amigos, colegas e familiares. Faça da preparação das suas refeições um

momento de convívio e troca de experiências. Cozinhar produz e recupera memórias afetivas, ajuda a criar vínculos e aumenta a autonomia

do sujeito diante da indústria de alimentos. É um ato revolucionário “Em 1773, o escritor escocês James

Boswell, observando que ‘nenhum animal é um cozinheiro’, chamou o Homo sapiens de ‘o animal que cozinha’” (POLLAN, 2014, p.13).

1. Priorize alimentos in natura ou

minimamente processados

Alimentos in natura (frutas, verduras, legumes, ovos e carnes) ou minimamente

processados (leite, farinha, frutas secas, castanhas) são a base ideal para uma

alimentação e nutrição balanceada.

5. Coma com regularidade e atenção

Procure fazer suas refeições diárias em horários

semelhante, evitando longos períodos de jejum e “beliscar” entre as refeições. Coma sempre devagar, em locais tranquilos e limpos. Desfrute cada momento da sua refeição, evitando se envolver

em outra atividade, como leitura de mensagens no celular ou assistir TV. Aproveite a família, amigos e

colegas para desfrutar um momento sublime!

2. Utilize óleo, sal e açúcar em

pequenas quantidades

Ao preparar ou adoçar/temperar refeições, utilize pequenas quantidades de açúcar, óleos, gorduras e sal.

Outras alternativas para temperar e realçar o sabor das refeições são as ervas (salsa, coentro, alecrim) e os condimentos naturais (canela, páprica, cúrcuma, açafrão).

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9. Evite fast food

Procure refeições feitas na hora e com alimentos in natura ou minimamente processados, e de preferência orgânicos. Além de mais baratos, são nutricionalmente balanceados, ao contrário do que acontece com

os fast foods.

8. Planeje as compras e o preparo das refeições

Organize a sua despensa e planeje as suas compras da semana ou do mês de acordo com a sua necessidade, evitando

a compra de alimentos processados e ultraprocessados. Reserve um tempo para preparar as refeições e envolva os membros

da família nesta função

10. Seja crítico com a publicidade de alimentos

Não acredite em tudo o que lê ou vê sobre alimentos. Seja crítico e tenha em mente que o marketing da indústria alimentar visa o aumento

das vendas e não a saúde do consumidor.

Quer saber mais sobre alimentação

saudável, feiras de produtos orgânicos

na sua cidade ou Estado e a lista de

alimentos regionais do Brasil? Visite os

links abaixo e fique por dentro!

Sites importantes:

http://bit.ly/GuiadeAlimentaçãoSaudavel Site do Instituto Brasileiro do Consumidor (IDEC): Disponível em: http://bit.ly/IdecDezpassos Mapas de feiras orgânicas:

Disponível em: http://bit.ly/FeiraOrganicaGuia Link do Guia Alimentar para a População Brasileira: Disponível em:

Alimentos Regionais Brasileiros:

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BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Orgânicos. 2016. Disponível em: http://www. agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/perguntas-e-respostas

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Férias saudáveis com alimentos orgânicos. 2013. Disponível em: http:// www.mma.gov.br/informma/item/8973-f%C3%A9rias-saud%C3%A1veis-com-alimentos-org%C3%A2nicos BRASIL. Lei no 10.831, de 23 de dezembro de 2003. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/ sustentabilidade/organicos/legislacao/portugues/lei-no-10-831-de-23-de-dezembro-de-2003.pdf/view Brasil. Ministério da saúde. Secretaria de atenção à saúde. Departamento de atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: ministério da saúde, 2014. 156 p.

CARNEIRO, Fernando Ferreira; AUGUSTO, Lia Giraldo da Silva; RIGOTTO, Raquel Maria; FRIEDRICH, Karen; BÚRIGO, André Campos (Orgs.). Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Expressão Popular, 2015. 624 p.

MACIEL, Maria Eunice. Cultura e alimentação ou o que têm a ver os macaquinhos de Koshima com Brillat-Savarin? Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 7, n. 16, p. 145-156, 2001.

S. C. STERTZ, R. J. S. Freitas. Qualidade De Hortaliças Convencionais, Orgânicas e Hidropônicas na Região Metropolitana De Curitiba, Paraná. In: Visão Acadêmica, Curitiba, v.6, n.1, Jan. - Jul./2005

POLLAN, Michael. Cozinhar: uma história natural da transformação / Michael Pollan ; tradução Cláudio Figueiredo. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014

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www.cidacs.bahia.f iocruz.br

Parque Tecnológico da Bahia. Rua Mundo, 121.

Trobogy, Salvador - Bahia, CEP 41745-715.

Referências

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