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[Recensão a] LóPEZ FÉREZ, Juan António (ed.) - La tragedia griega en sus textos.

Forma (lengua, estilo, métrica, crítica textual) y contenido (pensamiento, mitos,

intertextualidad)

Autor(es):

Fialho, Maria do Céu

Publicado por:

Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos

Clássicos

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/28045

Accessed :

16-Jun-2021 00:38:00

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Vol. LVII

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

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reflexão teórica e sistematização do corpo da-tobra - o que ilustra, uma vez mais, o desvelo e rigor postos pelo autor nesta investigação de longo fôlego.

Segue-se um Apêndice de que consta uma imensa e preciosa lista de trata-mentos dramáticos e não-dramáticos da Oresteia ou de peças isoladas, cujo termínus a quo é Oreste, de Alfieri, 1786, até 2004, uma indicação das fontes do material ilustrativo das encenações mais importantes, uma bibliografia cuidado-samente organizada por várias rubricas, que vão desde estudos sobre a Oresteia, sobre o Coro, sobre encenação de drama antigo em geral, até à Teoria Literária e Semiótica Teatral. Após os índices, o livro encerra com uma ilustração fotográfica de várias das representações abordadas, incluindo as mais actuais, de Pucher e Kuhnel.

Este livro representa um. notável contributo para o estudo da encenação contemporânea do drama antigo e para a história da encenação por parte de um helenista que soube ler o registo epocal da encenação e fazer doutrina a partir daí, escudado num sólido conhecimento do contexto de representação na Antigui-dade, mas também no conhecimento da moderna Teoria Literária e Semiótica Teatral, bem como das modernas correntes de leitura do fenómeno dramático por parte das Ciências Sociais. Aquelas e estas interagem, no presente, com. o encena-dor, na sua tarefa. Esperemos que Anton Bierl, em nova edição, alargue o cons-pecto de análise à Península Ibérica, para o que existe, hoje, material de estudo à sua disposição para o poder fazer.

MARIA DO C é U FIALHO

LóPEZ FÉREZ, Juan António (ed.): La tragedia griega en sus textos. Forma

(lengua, estilo, métrica, crítica textual) y contenido. (pensamiento, mitos,

intertextualiáad) (Madrid, Ediciones Clásicas, 2004) 428 p.

Este livro representa o volume IX da colecção de Estúdios de Filologia Griega, a cujo alto nível científico López Férez nos habituou. O conjunto de ensaios que o integra corresponde, na sua quase totalidade, ao conteúdo das conferências apresentadas na UNED, nas V Jornadas Internacionais Estúdios actuales sobre textos griegos. La tragedia, em. Novembro de 1995, por um elenco de especialistas de renome internacional.

Após a "Nota Previa", da responsabilidade do editor e organizador das Jornadas, os estudos iniciam-se com um trabalho da autoria de A. López Eire, "Sobre la léxis de la tragedia griega antigua", em que o conhecido especialista de Poética e de Retórica parte de uma questão inicial: o que é o adequado (to prepori) da lexis trágica e porquê? Sendo a representação um acto comunicativo, os seus

componentes diversos devem, antes de mais, adequar-se entre si, e o acto cie fala. trágico ser coerente com a dimensão ética, com o patético, o argumentativo, e apresentar-se subordinado às coordenadas pragmáticas que envolvem o trage-diógrafo, o espectador e o seu contexto. Ressalta López Eire, escudado na moderna Fenomenologia, da obra de arte, o factor intencionalidade como aquele que confere coerência à comunicação poética. Por seu turno, a eficácia dessa comunicação mede-se através da sua capacidade de persuasão (o que aproxima Poética e Retórica) por um peculiar prazer, decorrente, como Aristóteles o sublinha, da contemplação da mimese e da apergasia dos vários elementos. Esta. é dada pela intencionalidade do autor.

M. Davies, em "Metaphrasis in Greek tragedy" defende uma sugestiva tese sobre o repetido recurso a temática, mitológica da tradição e à existência abun-dante de intertextos, entre épica e tragédia, lírica e tragédia, repertório trágico já apresentado e novos dramas — será o próprio carácter agonístico das represen-tações que cria o desafio, ao dramaturgo, de tratar material tradicional de novas formas, de modo a jogar com. a expectativa e o efeito de surpresa no espectador e de novidade em relação a textos anteriores. A tese é devidamente ilustrada com exemplos de tratamento do mito dos Atridas nos três tragediógrafos.

I. Rodríguez Alfageme, "Dialectalismos en la tragedia: uso y función" oferece-nos uma excelente reflexão sobre a natureza da tragédia como um acto de culto, razão pela qual o teatro trágico recorre a uma linguagem tjue, para além de cumprir os ditames da verosimilhança e adequação, é importada frequentemente, em casos que o autor exemplifica e comenta (Sete contra Tebas, Rei Édipo, Hécuba), do contexto linguístico dos ciclos épicos e da poesia coral, acompanhada de dança, e, por vocação, ligada, a actos cultuais colectivos. Se o pathos trágico é, por sua natureza, tensão, essa tensão vive na própria língua da tragédia, eco da tensão de duas tendências coexistentes: a da expansão épico-narrativa e a da expressão lírica.

A. Garzya desenvolveu um estudo sobre o Párodo' das Suplicantes de Esquilo, um texto de leitura difícil, quer sob o ponto de vista da crítica textual, quer sob o ponto de vista métrico. É, ainda, a procura da apergasia e da intencio-nalidade que move este helenista na. sua análise e interpretação do Párodo, que identifica, muito oportunamente, constituído em anel e enquadrado por duas preces, o que é perfeitamente adequado à situação. Ainda urna delas, com. o carácter de hino a Zeus, sem epiclase, parecendo interromper o curso do pensa-mento das Danaides, parece querer sugerir que só Zeus é chave de salvação.

Ainda no contexto esquiliano, V. Di Benedetto ocupa-se do Párodo de Agamémnon. O conhecido filólogo centra-se no tão discutido passo do presságio das duas águias que, consoante demonstra/'se organiza de acordo com uma leitura da realidade poética, a que chama "la cellula scíssa", ou seja, o evento prenunciado apresenta duas valências diversas e opostas, sofre de uma laceração

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interna, já existente no que o pré-assinala. Perito vital de sugestão dessa laceração no prenúncio é o estado da lebre prenhe. O mesmo carácter contraditório da realidade está contido rio sacrifício de Ifigénía e sugerido no jogo expressivo protopemon (223)1 mnesipemon (180). A contradição é superada e o círculo fechado em Euménides.

Da autoria de F. Garcia Romero é o estudo do estásimo I de Prometeu, um dos passos de mais difícil compreensão, pela própria transmissão do texto, nesta peça cuja autoria se tem prestado a polémica. Nota o autor de que modo o verbo steno constitui palavra-chave deste estásimo de lamento. Com segurança e acuidade, Garcia Romero procura dar resposta às dificuldades de leitura, em busca da já mencionada apergasia peculiar de uma tragédia conseguida, socorrendo-se da métrica e da sintaxe grega, com. exemplos de construções e ocorrências similares de passos de outros coros esquilianos, nomeadamente dos Persas. O especialista de Baquíiides encontra analogias métricas entre a ode coral. e o epinício 9 do poeta de Ceos. Paralela proximidade do estásimo I de Prometeu com Píndaro e Baquíiides nota-a a fina sensibilidade de Garcia Romero no recurso estilístico à alternância lexical de termos do âmbito semântico de sofrimento no correr da frase poética.

Na sequência da anotação de Kamerbeek à sua edição de Antígona, mas também do livro de Knox, que vê no heroic temper sofociiano a. incapacidade de ceder, C. T. Pabón de Acuna demonstra o que não havia ocorrido a Knox: como essa incapacidade de ceder é particularmente notória nas peças do ciclo tebano.

A investigação da forte presença de um hipotexto esquiliano em algumas das tragédias conservadas de Sófocles tem já dado frutos bastantes apreciáveis, sobretudo no que diz respeito a Electra, o caso mais óbvio. V. Citti foi mais longe: partindo da pertinente observação de especialista em tragédia, sobre o problema cénico levantado pelo grau. de conhecimento do Coro, no párodo de Rei Édipo, de informações recentes, a cujo anúncio não assistiu, mas que o levam a entoar a prece de salvação, repassada pelo pânico, Citti conclui pela existência de um jogo do dramaturgo com o párodo de Esquilo, Septem, tomado como hipotexto, com. o qual se tecem laços de simetria e oposição.

A. Podlecki concentra-se nas "digressões" euripidianas, responsáveis por leituras depreciativas da obra de um. Eurípides, acusado, muitas vezes, de dispersão discursiva. Defende e demonstra o conhecido filólogo, apoiado na moderna linguística e teoria da comunicação, que tais "digressões" fazem parte da pragmática comunicativa do acto de fala da tragédia com o público de então, no contexto da polis em que este se movia, da prática político-judicial que exercia

ou a que assistia, dos debates da agora que o apaixonavam e levavam a reflectir.

A compreensão de Eurípides, para além de preconceitos de leitura que se foram instalando, mesmo nos Estudos Clássicos, sobre um tragediógrafo, por vezes desconcertante, ganha nova luz com o estudo do editor deste volume.

J. A. López Férez recupera a intencionalidade do poeta através da investigação do seu. tratamento trágico da figura de Aquiles, setenta e sete vezes citado, quer assuma, o papel de personagem em cena, quer no âmbito do extracénico. O poeta, não hesita em recorrer a estratégias dramáticas e referências esquilianas e sofoclianas, identificadas pela perspicácia e saber de López Férez. Particular atenção dedica o autor à associação de Aquiles a Quíron, o seu tradicional educador, em passos como El. 448-451 ou IA 708-710. Os bons modos, sensibilidade humana e expressão de princípios ético-cívicos, fruto da natureza do jovem mas também da eficácia da sua educação, contrastam com os estranhos versos de IA 973-974: a ideia de Aquiles sobre si mesmo contrasta com a reduzida importância que o exército lhe dá. Se o exército representa, aí, a massa popular, a maioria, é compreensível que a figura do não-demagogo lhe passe ao lado. López Férez conclui, então, que o poeta, ao contrário do que muitos pensam, quis modelar Aquiles como o produto do mais elaborado conceito educacional filantrópico e não individualista, como réplica à pedagogia sofística. Daí a importância de alãos no comportamento do humano filho de Tétis.

A. Esteban Santos apresenta-nos u m sugestivo estudo sobre a morte em Eurípides, centrada, essencialmente, em Heraclídas, Suplicantes, Troianas e Fenícias. A autora recorre, para tal, a um método contrastivo que permite apurar dimensões diversas de uma vivência fulcral no teatro trágico.

Para o estudo do frg. 472 Nauck, dos Cretenses de Eurípides, no que ele representa como documento de convicções filosófico-religiosas, Bernabé começa por apresentar, com notabilíssima solidez filológica, o estabelecimento crítico do texto, com respectivo aparato, comentário e tradução. O autor procede, então, com o rigor e conhecimento seus peculiares, à difícil tarefa de cruzar contextos e referências de carácter filosófico da época, testemunhos religiosos sobre matéria tão difícil como o Oríismo, para concluir (p. 286): "en modo alguno nos ofrece Eurípides una arbitraria y mecânica combinación de cultos dispares e incluso contradictorios, tomados de aqui y de allá ... sino que, utilizando una exquisita combinación de recursos poéticos y literários, ...nos traza un quadro coherente, calificable sin ambages y sin reservas como órfico". Reforçado por testemunhos mais antigos ou recentíssimos, o fragmento constitui, inequivocamente, um tes-temunho da presença de seguidores do culto em Atenas e de características desses crentes. A leitura das raízes filosóficas do texto literário, feitas por um reconhecido especialista de Filosofia Grega, permitiram ultrapassar as reservas e algum, acanhamento, em matéria tão difícil e nebulosa, de certa tradição filológica,

O horizonte do pensamento jurídico e da realidade legai da polis constitui um âmbito algo negligenciado da pragmática do acto de comunicação dramática — especificamente, da trágica, para o caso. Tem o trabalho de M. Menu a virtude de recuperar esse horizonte para uma melhor'compreensão da fala de Anfitrião,

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no Furem, especificamente do v, 45: em causarestá a ironia da subversão do ónus de deveres e do fruir de direitos, na existência de uni ancião: a paidotrophia dos filhos de Héracles, que o sobrecarrega numa idade em que tal dever é inusitado, contrasta com a ausência de um apoio a que todo o idoso com descendência tem direito, por lei: a gerotrophía. Esta situação representa uma subversão na existência e na ordem social inerente ao próprio trágico.

O frg. 52 Nauck, do Alexandre de Eurípides, mereceu, da parte de J. Lens Tuero, a atenção e o estudo do que ele documenta sobre a reflexão do dramaturgo em relação aos tempos conturbados da. Guerra do Peioponeso. Fulcral, no texto estudado, é o conceito de eugeneia, centrado na contraposição physisl nomos. Segundo Lens Tuero, Eurípides propõe um retorno à natureza. Esta tendência do Zeitgeist encontra expressão em Tucídides, II e na Constituição dos Atenienses do

Pseudo-Xenofonte.

W. Biehl apresenta um estudo dentro de um âmbito que lhe é

particular-mente grato e familiar — a métrica do texto dramático. É, pois, uma sólida análise descritiva da configuração das partes em. trímetro iâmbico de íon, para daí extrair conclusões sobre a métrica como suporte que sublinha a dimensão expressiva do discurso trágico, que podemos seguir neste ensaio.

Como comentário intertextual assume L. Gil o seu estudo de isoles em. Fenícias, 5.28 sqq., dentro da moderna consciência da. dimensão política da tra-gédia grega, e do seu vínculo ao contexto epocal, a que não é alheia a intencionalidade e intenção comunicativa do dramaturgo. Lendo Fenícias na sua dimensão intertextual em relação a Sete contra Tebas, e como tratamento reflexivo do tema de Septem, Gil sublinha que Esquilo nos apresenta o drama de

uma cidade cercada e Eurípides aponta para a possibilidade de uma solução

pacífica para o conflito. A argumentação de Jocasta, construída sobre a noção de isoles, apresenta dela uma dimensão cósmica e outra cultural (actualização possível do binómio physisínomos) — são seus componentes a isegoria e a isonomia, pelo que supõe uma associação à justiça. Aduzindo passos do Menéxeno de Platão, Gil extrai a sábia e perspicaz conclusão de que Fenícias, provavelmente compostas em 409 a. C , constituem uma advertência contra os perigos da oligarquia no poder.

Detemo-nos, com prazer, no ensaio crítico-reflexivo de J. Portulas sobre Dioniso e o teatro, a. propósito de Bacantes, que o mesmo é dizer, Dioniso como

deus da. subversão, da alteridade que desafia o institucional, o quotidiano e, contudo, tem a capacidade de confirmar identidade, através da expansão de uma autoconsciência crítica, alcançada a partir das emoções, afins a uma experiência do sagrado, que a representação trágica do mito desencadeia no espectador. Portulas parte de uma reflexão crítica, apoiada num notável domínio do conhecido helenista da Filosofia e Hermenêutica contemporâneas, sobre a com-preensão de Dioniso radicada na leitura de Nietzsche, que o mesmo é dizer, sobre

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as origens do teatro em associação (ou não) ao deus. Da associação de Dioniso com a morte (cita Heraclito 22B 15 DK), o Além., o domínio do ctónio e a asso-ciação com o culto de heróis locais, Portulas retoma, com definitiva consistência, a compreensão do deus como a divindade da transgressão da transposição de limites e do correlativo jogo de alteridades que constitui a mesma natureza do espectacular. Particularmente cativantes são as páginas dedicadas à configuração da máscara em paralelo com a natureza da manifestação do deus, que irrompe para um encontro frontal: a máscara tem rosto, não tem costas. Tal como o deus, é

presença-ausência, ruptura e diversidade em relação ao quotidiano, multiplicação

de alteridades, tal como a experiência dionisíaca. Em Bacantes, a intervenção do deus traduz-se na experiência humana de ver, ainda que uma realidade desdo-brada (os dois sóis), olhar, e ser visto, como objecto do espectáculo. É o deus que aí encena, e conduz o espectáculo. No corte com. o 'ver' normal e na subversão de categorias, com a sua alteridade radical, a sua quebra de mediações familiares e a anulação de diferenças, Dioniso desafia, como afirma Portulas, a capacidade do

mito para mediar contradições — essas contradições em que reside a tensão do

trágico inerente à condição humana.

Segue-se um sucinto trabalho de A. Martínez Díez sobre a colecção de fragmentos do Meleagro de Eurípides. Com a apresentação de cuidadosa tradução cios fragmentos, Martínez Díez procura encontrar um fio ordenador do texto fragmentário que, com a ajuda de referências épicas ao mito, bem como da tradição lírica e trágica, possa reconstituir a acção da peça. Apura o autor a existência provável de oito personagens no drama, para além do protagonista que lhe dá o nome.

Os dois estudos finais têm como objecto textos trágicos já não pertencentes à época clássica: o famoso ítalo Gallo apresenta um estudo sobre o frg. 6 Sn.-K de Mósquíort, de que apresenta edição crítica, comentário filológico e tradução, para. passar à sua apreciação filosófico-literária: trata-se da parte inicial de uma rhesis, proferida por personagem não identificada, sobre o progresso humano. E notória. a influência do Grego de Eurípides, bem como de poetas alexandrinos, como

Apolónio e Calímaco, assim como o domínio da métrica, visivelmente elegante.

Como testemunho de pensamento sobre o tempo humano, a visão do poeta, segundo I. Gallo, é laica e racionalista. O outro estudo, de E. A. Ramos Jurado, tem como objecto a tragédia Êxodo, do judeu helenizado Ezequiel. Este autor, que compôs outras tragédias, põe Moisés em. cena, como personagem que profere u m prólogo expositivo dos antecedentes da acção, à maneira de Eurípides. O Grego é imitação do Grego cia tragédia ática do séc. V, embora com traços linguísticos do próprio tempo. Também neste caso é notório, como o sublinha justamente Ramos Jurado, como o mito e a sua dramatização estão intrinsecamente ligados a uma consciência étnica e ídentítária do dramaturgo, que o autor do ensaio situa nos tempos de diáspora.

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López Férez acrescenta ao conjunto detestados — o que muito valoriza o volume e as possibilidades de consulta — um cuidadoso index locorum cie autores antigos. Pela alta qualidade dos trabalhos e amplitude de campos contemplados, dentro cia tragédia grega, esta obra é de leitura utilíssima, para estudos de teatro e pensamento grego, e deve fazer parte de uma boa biblioteca cie Estudos Clássicos.

MARIA DO C é U FIALHO

L E ã O , Delfim F.; ROSSETTI, L i v i o e F I A L H O , M a r i a d o C é u G. Z . (eds.):

Nomos. Direito e sociedade na Antiguidade Clássica - Derecho y Sociedad en la Antígúeâad Clásica, ( C o i m b r a e M a d r i d , I m p r e n s a d a U n i v e r s i d a d e d e C o i m b r a - Ediciones Clásicas, 2004) 367 p . ISBN 972-8704-24- 0 (Portugal) / 84-7882-550-9 (Espana).

Estamos ante u n libro ciertamente muy importante para el mejor eonocímiento de la 'juridicidad' dei mundo antiguo, ai que tanto debe el nuestro. justamente en su portada nos es dado contemplar, para que vayamos haciendo boca, la fotografia de u n detalle de la inscripción dei Código de Cortina (redactado en la Creta siglo V a. J. C ) , ese extraordinário código legal tan antiguo y en. tantos detalles tan novedoso y tan 'europeo' ya, La fotografia de la portada es, pues, premonitória.

En efecto, todo el contenido de este precioso e imprescindible libro se inscribe en un programa de investigado!! que se propuso el Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras titulado Génese e Desenvol-vimento da Ideia de Europa, Raízes de Identidade,

En la Europa en que vivimos, cuya identidad está, por desgracia, ai dia cie hoy, en innegable crísis, nada mejor que este libro para repasar los conceptos cie twmos o «juridicidad», que son hallazgos de la cultura clásica que perviven plenamente en la actual cultura europea.

La «juridicidad», la «politicidad», la «sociabilidad», ia «eticidad» dei ser humano fueron descubiertas y estudíadas por los antiguos griegos y romanos, ai igual que la «retoricidad», la «ficionalidad» y la «poeticidad» dei lenguaje, esa capacidad dei hombre que responde a su indiscutible esencia de animai político--social provisto de capacidad simbólica. Los antiguos griegos presentaron ai hombre como animal político-social que emplea lenguaje. Todo lo demás - incluída la «juridicidad» - deriva de esta sustancial definición dei hombre.

El libro se abre con una estupenda y necesaria introducción, a cargo de José de Faria Costa, precisamente sobre el concepto de «juridicidad».

U, .rm^nit^r, C 7 /OnflCl

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El concepto de «derecho» en la mentalidad de los antiguos griegos ti ene sus raíces en la dívisión de los terrenos de pasto que es típico de las sociedades primitivas, lo que va a dar lugar ai nomos, "la ley consuetudinária y aceptada por-ia comunidad que afecta a la repartición de parcelas para el pasto o «pastizales» (nomoí)", frente a la physis, que designaria todo aquello que nace y crece espontaneamente sin mediar el acuerdo prévio de Ia sociedad. política humana. Así, se puede decir que determinadas plantas nacen y crecen por naturaleza (physei) en específicos parajes, mientras que una parcela para el pasto o «pastizal» (nomos) le corresponde por corwención (nómoi) a una determinada família o clan en virtud cie la ordenación ciei espado y dei ti empo establecido por una comunidad político-social humana.

El concepto de nomos prefigura el concepto de u n derecho comunitário real, espacial y temporal que se opone a la utopia (el derecho consuetudinário de "un lugar que no es lugar" que no es lugar, como dirá Platón en la República) de Tomás Moro o Campanella.

La marcha de la cultura va de lo concreto a lo abstracto, dei «pastizal» o nomos regido por el nomos primitivo ai ente de ficción de la utopia renacentista ya bosquejada en ese libro clave de nuestra civilización que fue la República de Platón. Entre el nomos y la utopia se desarrolla toda la doctrina sobre la «juricidad» que poseemos, que, en buena parte se ha formulado y elaborado, en el marco de la cultura gxeco-latina,

Hoy dia, siguiendo el pensamiento que los griegos nos dejaron en herencia, deberíamos tratar de inventar u n nuevo nomos, real y espacial, una ley consuetudinária mundial que se ejerciese sobre un amplísimo número de «pastizales» (nomoí) y que, en consecuencia, trascendiendo las fronteras de la ciudad-estado, de la polis, Uegara a ser un. nomos mundial, el nuevo nomos cie la «aldeã global» de MacLuhan, el nomos de la globalización en que vivimos.

Nunca, en efecto, han estado tan juntos los «pastizales» o nomoí sobre los que imponer el nomos, pues u n cam.ell.ero dei desierto de Gobi puede enterarse, con inmediatez absoluta ai momento cie su publicación, dei nivel akanzado dia a dia por ias cotizaciones de la Bolsa de Nueva York. El problema es que ai camellero dei desierto de Gobi no le sirve para nada esa información, También el juez Garzón podria castigar los delitos de lesa humanidad perpetrados por los dictadores en los más remotos «pastizales» (nomoí). El problema es que los dife-rentes «pastizales» (nomoí) acepten el mismo "uso consuetudinário previamente pactado" (nomos).

Los romanos, en época republicana, unificarem u n nomos para todos los nomoí de los territórios itálicos (así se explica la influencia de las Tabulae Iguvinae sobre las Leges XII Tabularum), incluso las antiguas colónias griegas (algunos conceptos y, por tanto, palabras de la «juridicidad» romana son griegos), y luego,

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