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A adoção das práticas de governança corporativa tem ganhado, nos últimos anos, grande importância nas discussões sobre alta gestão no mundo todo, na medida em que as organizações buscam por mecanismos que garantam a perenidade de seus negócios. Neste contexto, surgem também novas tendências e desafios para o processo de auditoria, principalmente depois de escândalos recentes envolvendo grandes empresas e em tempos de preocupação com a transparência nas práticas das companhias. O principal problema deste trabalho reside na discussão mais profunda sobre a adoção de práticas de governança corporativa, bem como sobre o envolvimento da auditoria interna na adoção de tais práticas nas organizações. Deste modo, este artigo tem como objetivo apresentar o posicionamento da auditoria interna frente à adoção das práticas de governança corporativa, e para isso foi realizou-se uma pesquisa qualitativa. O levantamento de informações foi obtido por meio de questionário aplicado à auditoria interna do Grupo Algar, grupo empresarial mineiro de controle familiar.

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1 - Introdução

A Governança Corporativa ganhou destaque nas últimas décadas do século XX,

respondendo à crescente demanda por melhores instrumentos e práticas que garantam

sustentação à perenidade das corporações. Fatores como os diversos escândalos e falências

envolvendo grandes empresas nacionais e internacionais na década de 90, bem como o

crescimento do mercado de capitais foram fundamentais para intensificar seu conceito e

aumentar sua importância.

Boas práticas de governança corporativa são fundamentais para que uma empresa

evite fraudes e se torne mais atrativa a investidores, pois possibilitam a adoção de uma

postura mais transparente nos negócios, o que transmite uma imagem positiva da organização

e assim, aumenta seu valor no mercado. A governança corporativa envolve princípios como:

transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (de acordo com o

Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, publicado pelo IBGC – Instituto

Brasileiro de Governança Corporativa).

Os mecanismos de governança corporativa são fundamentais para otimizar o

desempenho das empresas, independente de sua forma de controle (familiar ou não-familiar).

Entretanto, as empresas familiares apresentam oportunidades e desafios peculiares, os quais

são apresentados no presente trabalho.

São elementos importantes na estrutura das organizações no processo de

implementação de boas práticas de governança corporativa: conselho de administração,

conselho fiscal, conselho de família (no caso de empresas familiares) e comitê de auditoria.

Frente às novas exigências de um mundo globalizado e um ambiente altamente

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interna ganha um novo papel, ao participar ativamente das iniciativas de aprimoramento da

qualidade dos sistemas de gestão.

2 – Fundamentos Teóricos

2.1 – Conceito de Governança Corporativa

A governança corporativa tornou-se dominante no mundo dos negócios a partir da

década de 90. Essa intensificação se deve, principalmente, às mudanças como a abertura de

mercado, a crescente busca por financiamentos e o aumento da competitividade, que

trouxeram a necessidade de acesso das empresas ao mercado de capitais, e, além disso, a

safra de escândalos envolvendo grandes empresas como a Enron, World Com, Parmalat,

entre outras, tanto no Brasil como em diversos países.

São atribuídos diversos conceitos para a governança corporativa, dentre os quais

podemos destacar:

Segundo Shleifer e Vishny (1997, p.737) “governança corporativa lida com as

maneiras pelas quais os fornecedores de recursos garantem que obterão para si o retorno

sobre seu investimento”.

Para La Porta et al. (2000) “governança corporativa é o conjunto de mecanismos que

protegem os investidores externos da expropriação pelos internos (gestores e acionistas

controladores)”.

De acordo com Paxon e Wood (2001, p. 128) “a expressão governança corporativa refere-se às regras, procedimentos e administração dos contratos de uma empresa com seus

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Pode-se notar nos conceitos mencionados que esse tipo de gestão é necessário para

satisfazer e ao mesmo tempo conciliar interesses entre os agentes interessados no mercado.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2007) o

conceito de governança corporativa pode ser entendido como:

(...) o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade.

É importante ressaltar que uma boa prática da governança corporativa contribui para o desenvolvimento de um país, já que uma maior proteção dos direitos dos acionistas faz

aumentar os investimentos no mercado.

Uma última definição, adotada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2002),

complementa as anteriores, mencionando que:

(...) governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital. A análise das práticas de governança corporativa aplicada ao mercado de capitais envolveria, principalmente: transparência, eqüidade de tratamento dos acionistas e prestação de contas.

Os indicadores financeiros, hoje, já não são mais os únicos fatores de decisão e sim, a

maneira como foram atingidos, os impactos causados à sociedade, a postura ética, a

conceituação do produto no mercado dentre outros, que se tornaram guias dos procedimentos adotados pela governança corporativa.

Em resumo, a governança corporativa é o sistema, vinculado à propriedade, às

características do sistema financeiro, ao complexo mercado de capitais e à economia mundial,

pelo qual as corporações são monitoradas e controladas.

2.2 – Surgimento e Finalidade da Governança Corporativa

A Governança Corporativa surgiu a partir da evolução constante das sociedades

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crescimento das firmas surgia a necessidade de maior captação de recursos, o que

conseqüentemente tornava necessário a busca por recursos humanos a fim de gerenciar tal

situação, com isso iniciou-se então a segregação entre propriedade e controle. Foi em virtude

desta separação que se originaram os conflitos de interesses entre acionistas, investidores e demais interessados na empresa.

É firmado, então, um contrato para que os gestores tenham autoridade para tomar

decisões em nome dos proprietários, esse processo é denominado de relacionamento de

agência. Mas, quando as decisões tomadas pelos gestores diferem dos proprietários surge o

chamado conflito de agência. Isso acontece, pois não há uma garantia de que os gestores

estão tomando decisões que busquem a maximização da riqueza dos proprietários. A

desigualdade das vantagens que os acionistas majoritários possuem em relação aos acionistas

minoritários também é um motivador do conflito de agência.

Com o intuito minimizar estes conflitos de agência surgem os custos de agência como

tentativa de conciliar os interesses entre acionistas e gestores. Segundo Sirqueira et al (2006,

apud JENSEN e SMITH JR. 1984, p. 3):

(...) os custos de agência é a soma de: custos de estruturação de contratos, gastos de monitoramento do comportamento dos agentes (realizados pelos principais); gastos realizados pelo agente para mostrar ao principal que está defendendo seus interesses; e perdas residuais, que surgem da redução da riqueza do principal por desalinhamento dos interesses e decisões do agente em relação ao principal. Isto é, os custos de agência surgem tanto das perdas causadas pelas decisões que não maximizam a riqueza dos proprietários, como também da tentativa de alinhar os interesses de acionistas.

Nota-se, portanto, que a governança corporativa surgiu como um instrumento a fim de

controlar e monitorar os negócios, garantindo direitos aos acionistas diante dos possíveis

abusos dos gestores e também proteger os acionistas minoritários dos majoritários, e

possibilita ainda, identificar e solucionar os possíveis conflitos de agência.

No Brasil, a estrutura da propriedade acionária é predominantemente concentrada.

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minoritários e acionistas majoritários. A estrutura de governança corporativa presente no

Brasil se desenvolveu principalmente com o objetivo de solucionar esse conflito.

Conforme Pereira e Vilaschi (2006, p.9), no Brasil:

O cenário da governança corporativa vem passando por profundas alterações. Nas décadas de 1950 e 1960, predominava a presença forte do acionista controlador familiar, que acumulava o papel de majoritário e de gestor da empresa. Nos ano 1970, apareceram os primeiros conselhos de administração, com sinais de autonomia e de divisão do poder entre acionistas e os profissionais da gestão (...).

Essa separação entre propriedade (acionistas) e controle (gestores), demandou

também novos mecanismos de monitoramento, para se evitar a expropriação da riqueza do acionista pelos gestores, e evitar também, a possibilidade de o acionista controlador ter

acesso a benefícios ou informações não extensivas aos minoritários. Nesse contexto, surge a

necessidade de melhores práticas de governança corporativa, que objetivem a transparência

de informações, a proteção dos acionistas e a maximização do valor da companhia.

Sirqueira et al (2006, p.5) afirmam que:

No início da década de 70, o governo incentivou o desenvolvimento do mercado de capitais nacional através de incentivos fiscais tanto para empresas que ofertassem ações quanto para os investidores que privilegiassem o longo prazo (...) Porém, somente a partir de 1997 houve melhoras no desempenho do mercado.

Nesse sentido, o desenvolvimento do mercado de capitais exigiu das companhias

brasileiras mais transparência e divulgação de informações, que nada mais são do que

princípios de governança corporativa.

De acordo com Pereira e Vilashi (2006, p.9)

As transformações estruturais ocorridas nos anos 1990 - abertura comercial, estabilização monetária e privatizações – produziram importantes reflexos entre as principais empresas. Com isso, percebeu-se a ampliação do poder dos conselhos; a presença de um forte mercado de investidores institucionais; os litígios que ajudaram a fazer progredir os controles e a legislação; e o questionamento sobre os pareceres das auditorias independentes nos casos dos bancos sob Intervenção (entre eles o Banco Nacional, o Banco Econômico e o Banco Noroeste).

Nesse contexto, as questões de governança corporativa ganharam maior relevo no

(7)

Sirqueira et al (2006, p.5) apresentam uma pesquisa realizada em 2001, pela

Mckinsey e Korn/Ferry que mostra um perfil da governança corporativa no país, das quais se

destacam as características:

• Forte concentração de propriedade em poucos acionistas majoritários; • Sobreposição entre propriedade e liderança executiva;

• Acionistas minoritários pouco ativos;

• Estruturas e procedimentos de governança geralmente informais; • Presença de profissionais não capacitados.

Segundo Sirqueira et al (2006, p.5) “As características mencionadas acima (...) apontam para uma mudança em direção a um modelo emergente, que é caracterizado

principalmente pela profissionalização das práticas de governança corporativa.” Ressaltam

ainda, que “este modelo é caracterizado pela dispersão do controle acionário, consideração

sistemática dos interesses dos pequenos investidores e por acionistas minoritários mais

ativos”.

Iniciativas governamentais e institucionais podem estimular a adoção de práticas de

governança corporativa que podem ser atrativas para os investidores. Tais medidas podem

contribuir decisivamente para o fortalecimento do mercado de capitais.

Ainda de acordo com Sirqueira et al (2006, p.6)

No Brasil, as principais iniciativas (...) são os incentivos oferecidos pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a nova lei das SAs, BNDES, as práticas sugeridas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e os incentivos criados pela BOVESPA.

A Reforma da Lei das S.A., Lei 10.303, de 31 de outubro de 2001, surgiu com a

finalidade de aperfeiçoar e incrementar os direitos e a proteção dos acionistas minoritários, e

favorecer o crescimento e fortalecimento do mercado de capitais no Brasil.

Observa-se que a promulgação da nova lei das S.A., e os esforços da CVM e da

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o máximo de transparência, seja em relação aos seus acionistas, ao mercado, ao governo ou a

sociedade.

Os mecanismos de governança corporativa são fundamentais para otimizar o

desempenho das empresas, independente de sua forma de controle (familiar ou não-familiar).

Entretanto, as empresas familiares apresentam peculiaridades, tais como: relacionamento

entre parentes, sentimentos envolvidos, sucessão de lideranças e transição de gerações

(IBGC, 2006).

Dentre as oportunidades encontradas pelas empresas familiares em relação à

governança corporativa, encontram-se: a convergência de interesses na alta gestão, maior

comprometimento e dedicação e agilidade no processo decisório. Já os principais desafios a

serem enfrentados são: conciliar o crescimento familiar com o crescimento da rentabilidade

da empresa, conciliar os interesses coletivos com as expectativas individuais de todos os

envolvidos, educar os herdeiros para o papel de acionistas que devem agregar valor ao

capital, profissionalizar a família e a propriedade na mesma velocidade da profissionalização

da empresa e prestar contas de forma periódica e transparente a todos os envolvidos (IBGC,

2006).

2.3 – Auditoria Interna

Primeiramente considerando a auditoria em seu sentido amplo, ou seja, auditoria

externa – ou independente – e auditoria interna, Oliveira (2006, p.67) define que “auditoria é

a análise dos diversos elementos contábeis e processuais verificando a exatidão e fidelidade

dos procedimentos, demonstrações e relatórios, de acordo com os princípios estabelecidos por lei e pela empresa”.

(9)

A auditoria interna é o foco do presente estudo, entretanto torna-se necessário

esclarecer algumas diferenças básicas entre essas duas modalidades de auditoria, conforme

quadro 1.

Quadro 1 – Diferença entre Auditoria Externa e Auditoria Interna

Auditoria Interna Auditoria Externa

Propósito do Trabalho Análise da atividade

operacional.

Emissão de opinião sobre demonstrações contábeis.

Parâmetros para a execução do trabalho

Normas de controle interno, políticas e procedimentos da empresa.

Princípios fundamentais de contabilidade.

Preocupação com os controles internos

Eficiência e qualidade do controle.

Efeitos relevantes nas demonstrações contábeis.

Dependência Profissional Dependência do emprego. Independência profissional.

Forma de Relatórios Não padronizados. Padronizados.

Principais Usuários Gestores da empresa. Acionistas, mercado de capitais

e credores.

Fonte: Oliveira e Diniz Filho (2001, p. 22).

De acordo com a NBC T 12 – Normas Brasileiras de Contabilidade da Auditoria

Interna, item 12.1.1.1 “a auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que

tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das

informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade” (CFC, 2003).

Segundo Bergamini Junior (2005, p.165),

As atribuições do auditor interno são bem conhecidas, contudo o seu papel vem evoluindo: inicialmente, sua função estava ancorada na análise das transações visando inibir fraudes; a seguir esteve focada na avaliação dos controles internos, de forma abrangente, com o objetivo genérico de reduzir os erros; a abordagem atual está centrada na avaliação dos controles internos sob a ótica de risco com a finalidade de otimizar o processo de gestão.

Observa-se, assim, que nos anos recentes, os auditores internos vêm sendo chamados

a participar ativamente das iniciativas de aprimoramento da qualidade dos sistemas de gestão,

apoiando substancialmente as ações de aderência às novas regulamentações que prevêem

práticas de governança corporativa (ALCÂNTARA, 2006).

3 – OBJETIVOS DE PESQUISA

O principal problema deste trabalho reside na discussão mais profunda sobre a adoção

(10)

o envolvimento da auditoria interna na adoção de tais práticas nas organizações. Nesse

contexto, o objetivo deste artigo é abordar o posicionamento da auditoria interna frente à

adoção das práticas de governança corporativa, suas tendências, estratégias e desafios. O

presente estudo está orientado na hipótese de que a auditoria interna tem apresentado crescente importância no suporte a tais práticas, apoiando substancialmente as ações de

aderência às novas regulamentações que prevêem práticas de governança corporativa.

4 - Metodologia

A pesquisa apresenta abordagem qualitativa, e o levantamento de informações foi

obtido por meio de questionário aplicado à auditoria interna do Grupo Algar, grupo

empresarial mineiro de controle familiar.

A problemática desta pesquisa quanto aos aspectos de coleta de dados e no que se

refere aos objetivos e análise de resultados demandou uma abordagem qualitativa. De acordo

com Richardson (1999, p. 207) “a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais

apresentados pelos entrevistados”.

O levantamento de informações foi obtido por meio de questionário aplicado à

auditoria interna do Grupo Algar, aplicado em março de 2009. A Análise e discussão dos

resultados se baseiam nas informações levantadas, que se somam às disponíveis no website

da empresa pesquisada.

5 – Análise de dados

O Grupo Algar é um grupo empresarial de controle familiar e gestão

profissionalizada, que segue práticas de governança corporativa de empresa de capital aberto.

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localizada em Uberlândia (MG). O controle acionário da Holding é dos membros da família

do fundador, Comendador Alexandrino Garcia.

A estrutura e o processo de gestão das empresas do Grupo Algar estão intimamente

relacionados à motivação para adotar as práticas de governança corporativa. A primeira ação

para a implementação da governança corporativa foi a contratação de auditoria independente

para emissão de parecer nas demonstrações financeiras. Este momento coincide com a

profissionalização da gestão do Grupo Algar. Atualmente, os principais motivos para buscar

as melhores práticas de governança corporativa são a perenidade do Grupo e de suas

empresas, assim como a geração de riqueza para os acionistas. A estrutura de governança

corporativa do Grupo Algar pode ser observada na figura 1.

Figura 1 – Estrutura de Governança Corporativa do Grupo Algar

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A missão do Conselho de Administração é garantir a perenidade do Grupo Algar;

proteger e valorizar o patrimônio; orientar e analisar a gestão executiva; preservar os valores

da organização e maximizar o retorno sustentável dos investimentos, sempre em respeito às

partes interessadas.

São três comitês permanentes especializados, não deliberativos, que dão suporte ao

Conselho de Administração, a quem se reportam, para auxiliá-lo nas tomadas de decisão. Os

Comitês são: de Auditoria, Talentos Humanos e Governança Corporativa.

O Comitê de Auditoria acompanha as práticas contábeis e financeiras das empresas

controladas. Reúne-se ordinariamente após o encerramento de cada trimestre tanto com

executivos da Algar como com os auditores internos e auditores independentes.

O Comitê de Talentos Humanos monitora e orienta as práticas e políticas de

remuneração, atração, retenção e desenvolvimento de talentos. Analisa e opina sobre o

aperfeiçoamento profissional dos talentos do Grupo, além de monitorar o clima

organizacional por meio da análise de pesquisas específicas.

O Comitê de Governança Corporativa analisa, mede e monitora a efetividade da

governança corporativa nas empresas Algar. Com o objetivo de contribuir para a perenidade

do Grupo, baseia-se nos princípios de transparência, equidade, prestação de contas e

responsabilidade corporativa.

As funções de controle são exercidas pelo trabalho de uma auditoria interna, uma

auditoria externa independente e um conselho fiscal não permanente.

No Brasil, o Grupo Algar é um dos pioneiros a instituir um Conselho de Família. Sua

função é gerenciar o relacionamento entre acionistas e controladores e a empresa por meio de

regras formais, conforme rege a constituição da família. O Conselho de Família cuida tanto dos assuntos restritos à família como dela enquanto trabalhadora e como acionista. Promove

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o desenvolvimento e a formação para assegurar que a nova geração se qualifique para exercer

seu papel como acionista.

O processo de implementação das práticas de governança corporativa do Grupo Algar

pode ser resumido através do quadro 2.

Quadro 2 – Processo de Implementação das práticas de governança corporativa no Grupo Algar

Fonte: Algar (2009).

Dentre os benefícios colhidos em decorrência da adoção das práticas de governança

corporativa no Grupo encontram-se: maior transparência, gestão profissional, melhor acesso à

captação de recursos e geração de riqueza para os acionistas.

Neste contexto, a auditoria interna tem um papel fundamental no sucesso das práticas

adotadas. Sua missão é promover a avaliação independente dos controles internos e da

performance do Grupo, auxiliando a administração no atingimento dos objetivos

organizacionais e na maximização do retorno ao acionista.

A auditoria interna está subordinada hierarquicamente ao Conselho de Administração,

por meio do Comitê de Auditoria, fazendo reportes periódicos do status do plano anual de

auditoria, principais resultados identificados e status dos planos de ação para melhoria dos

controles e processos. Todos os resultados das auditorias são previamente discutidos com a

diretoria da empresa auditada e, posteriormente, com a diretoria da Holding do Grupo Algar.

Desta forma, as oportunidades de melhoria são intensamente discutidas e permeiam toda a

administração do Grupo, garantindo a implementação das recomendações feitas pelos

Auditores Internos. Auditoria

Independ.

Acordo

Acionistas ConsultivoConselho Administr.Conselho

1988 1991 1995 1999 1999 2001 Prêmio ABERJE * “Relatório Anual-MG” 2003 Comitês do CA 2005

* ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial

finalista “Prêmio IBGC de Governança Corporativa” categoria: ‘não listadas’ 2007/8 Constituição da Família Garcia Auditoria Independ. Acordo

Acionistas ConsultivoConselho Administr.Conselho

1988 1991 1995 1999 1999 2001 Prêmio ABERJE * “Relatório Anual-MG” 2003 Comitês do CA 2005

* ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial

finalista “Prêmio IBGC de Governança Corporativa” categoria: ‘não listadas’ 2007/8 Constituição da Família Garcia

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Os objetivos da auditoria interna são:

• Avaliar o cumprimento e a preservação da missão, valores e princípios do Grupo;

• Assegurar a eficácia e eficiência dos principais controles do Grupo;

• Assegurar o reporte de informações relevantes, íntegras e fidedignas sobre a performance operacional as empresas do Grupo;

• Promover a melhoria e a cultura de controles internos; • Capacitar profissionais para o Grupo.

Conforme a prática atual, constante do relatório anual de 2007, o Comitê de Auditoria

se reúne ordinariamente após o encerramento de cada trimestre tanto com executivos da

Algar como com os auditores internos e auditores independentes. A participação da auditoria

interna nas reuniões do Comitê de Auditoria é ordinária e são apresentados / submetidos à

aprovação:

• Plano de Auditoria Interna para o ano seguinte (1 vez ao ano); • Status do Plano de Auditoria Interna;

• Principais constatações das auditorias internas;

• Status dos planos de ação para correção das falhas e fragilidades encontradas. Na elaboração do Plano Anual de Auditoria Interna, que é o cronograma de auditorias

para o ano juntamente com a definição de escopo, são avaliados os planos de longo prazo das

empresas, tendências de mercado, assim como as expectativas, estratégias e riscos informados pelos principais diretores do Grupo.

Observa-se que Assim, a auditoria interna tem papel fundamental no fortalecimento

dos controles que mitigam os principais riscos de negócio, assim como aprimoramento dos

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decisões mais rápidas. A avaliação independente dos controles pela auditoria interna auxilia a

alta direção a ter um status sobre os principais processos de negócio e os riscos envolvidos,

buscando seu aprimoramento contínuo.

6 - Resultados

O Grupo Algar possui diversos planos visando a aprimorar ainda mais suas práticas de

fovernança corporativa. Assim os próximos passos previstos são a formalização e integração

da gestão de riscos no Grupo, que permita, simultaneamente, uma menor exposição a riscos e

maior aproveitamento de oportunidades. Além disso, também está em fase final de

implementação um Portal de Governança, que objetiva agilizar a distribuição das

informações gerenciais do Grupo ao Conselho de Administração e seus Comitês, assim como

dar maior segurança sobre as informações distribuídas.

7 - Conclusões

O presente trabalho apresenta, suportado pela literatura, a importância do tema

governança corporativa, que ganhou destaque na década de 90, e tem se colocado como um grande desafio às organizações. Seu surgimento associa-se à necessidade de se combater

fraudes e facilitar o acesso das empresas ao mercado de capitais, tendo em vista seus

princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

Neste contexto, a realização deste estudo teve como objetivo apresentar o

posicionamento da auditoria interne frente à adoção das práticas de governança corporativa.

O trabalho empírico foi realizado junto à auditoria interna do Grupo Algar.

Os resultados da pesquisa demonstram como é a estrutura de governança corporativa

do Grupo, com foco nas atribuições da auditoria interna na organização. Observou-se o papel

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riscos de negócio, assim como no aprimoramento dos processos, uma vez que a mesma

promove a avaliação independente dos controles internos e da performance do Grupo,

auxiliando a administração no atingimento dos objetivos organizacionais.

Finalmente, com a conclusão desta pesquisa, corroborou-se a hipótese apresentada no

início do estudo, confirmando que a auditoria interna tem apresentado crescente importância

no suporte às práticas de governança corporativa. Dessa forma, a auditoria interna é um

complemento para a governança corporativa, pois esta, em linha geral, propõe que se tenha,

bem definido, um código de ética e de direitos, que se criem controles internos consistentes e

que haja uma transparência na relação entre as diversas partes interessadas, tais como,

conselho de administração, diretores executivos, acionistas etc., enquanto aquela deve testar

os diversos controles da entidade, a fim de atestar que os procedimentos e normas adotados

são adequados para a melhor eficácia da empresa, e estão operando conforme o previsto, de

modo a gerar resultados planejados que contribuirão para a continuidade da empresa.

Nesse sentido, a auditoria interna deverá estar preparada para demonstrar sua

importância na consecução das estratégias de negócio da organização e na geração de valor à

empresa.

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Referências

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