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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA¹

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PROGRAMA NACIONAL ESCOLA DE GESTORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COORDENAÇÃO

PEDAGÓGICA

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UMA PROPOSTA DE

INTERVENÇÃO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA¹

Andréa Gonçalves Claro

Nova Olinda – TO, Novembro - 2011

______________________________

1 - Relatório analítico apresentado ao Curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Coordenação Pedagógica, como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Coordenação Pedagógica, sob a orientação da professora Silvéria Basmiak.

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RESUMO

Saber ler e escrever não é suficiente para responder às demandas de uma sociedade competitiva. O simples alfabetizar não alcança o desenvolvimento necessário para o processo de aprendizagem, foram realizadas pesquisas sobre alfabetização e letramento, para detectar maneiras de ir além do código escrito, visível e explícito. Assim foi ministrada uma oficina para os professores do Núcleo Municipal Antonio Pereira dos Santos, a fim de propor uma intervenção na prática pedagógica com apresentação de recursos e métodos capazes de alcançar o letramento, para sanar as deficiências em leitura e escrita. Após observações, pôde-se notar que os professores estão aplicando na prática metodologias ao alfabetizar letrando.

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização, Letramento, Aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

Analisando os relatórios e as avaliações de 2010 do Núcleo Escolar Municipal Antonio Pereira dos Santos, observou-se que os alunos apresentavam grande dificuldade para ler, interpretar e produzir textos, configurando, assim, um quadro de ineficácia das práticas didáticas. Essa deficiência não é de responsabilidade exclusiva do professor, mas sabe-se do seu importante papel na construção do processo de aprendizagem dos alunos. Nesse sentido, observou-se a necessidade de reverter esse quadro, tomando como base a reflexão sobre a prática docente numa estratégia de modificação da ação pedagógica, visando à melhoria do problema apresentado.

O diagnóstico da aprendizagem foi pautado nas avaliações da Secretaria Municipal de Educação, pois não foi realizada a Prova Brasil, por não haver alunos suficientes, de acordo com a norma vigente.

Mediante as observações levantadas, concluiu-se que o ensino na escola referida precisava ser mais eficaz, assim como se percebeu a necessidade de qualificar os professores de maneira a oferecer subsídios teórico-metodológicos diversificados que atendessem as necessidades dos alunos.

O Projeto de Intervenção é uma pesquisa-ação que se justifica pela necessidade de se propor aos professores um trabalho voltado à alfabetização e ao letramento de forma interligada. Nesse sentido, é essencial que o professor seja capaz de organizar seu trabalho

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tendo em vista a formação de sujeitos letrados no sentido pleno da palavra, não apenas sujeitos alfabetizados, mas cidadãos críticos.

Sob esse ponto de vista, o projeto de intervenção trabalhou com os professores dos anos iniciais do ensino fundamental, a língua complementada com as questões lúdicas e metodológicas do ensino, buscando redimensionar a ação pedagógica, fazendo com que o professor refletisse sobre seu jeito de ensinar, instigando-o à busca por métodos diferenciados.

Ao propor práticas inovadoras, é preciso que o professor reconheça a importância da mudança em sua ação, pois a necessidade de transformação se dá à medida que o educador tenha consciência do impacto de suas intervenções em sala de aula para atender as necessidades individuais de aprendizagem dos alunos.

O projeto veio oferecer suporte para a ação pedagógica dos professores sobre as concepções e as capacidades essenciais ao processo de alfabetização e letramento, por meio da formação aos professores dos anos iniciais, sensibilização dos professores da importância da alfabetização e letramento para elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem e da realização de oficinas pedagógicas diversificadas e coerentes às necessidades dos educandos.

Para se realizar um trabalho concreto, fez-se necessário expor não só a diferença entre alfabetização e letramento, os desafios de alfabetizar letrando, mas também a importância de se alfabetizar letrando para o perfeito processo de ensino/aprendizagem.

Para que o trabalho fosse realizado de forma adequada, em busca de novos saberes, o projeto de intervenção foi apresentado à comunidade escolar, mostrando a importância do tema para o processo ensino/aprendizagem. Em momento posterior, os professores participaram da formação com diferentes estratégias metodológicas, havendo a reflexão da relevância do assunto, além de buscar formas de unir alfabetização e letramento.

Desse modo, pôde-se perceber através do planejamento semanal uma gradativa mudança nos métodos e recursos utilizados pelos professores e, consequentemente, mudanças no desenvolvimento das habilidades necessárias para cada série e idade.

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2 ALFABETIZAR LETRANDO

2.1 Alfabetização e letramento

Historicamente, o conceito de alfabetização se identificou ao ensino-aprendizado do sistema alfabético de escrita, o que, em linhas gerais, significa, na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e, na escrita, a capacidade de codificar os sons da fala, transformando-os em sinais gráficos.

Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas sociais, é o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter se apropriado da língua escrita e de ter se inserido num mundo organizado diferentemente: a cultura escrita.

Desse modo, observa-se que em nossa sociedade há os que simplesmente foram alfabetizados, para decodificar o sistema alfabético de escrita e os que receberam o letramento, ou seja, há ledores e leitores.

Qual é a diferença entre ledores e leitores, se os dois são decodificadores de discursos? A diferença está na qualidade da decodificação, no modo de sentir e de perceber o que está escrito. O leitor, diferentemente do ledor, compreende o texto na sua relação dialética com o contexto, na sua relação de interação com a forma. O leitor adquire através da observação mais detida, da compreensão mais eficaz, uma percepção mais crítica do que é lido, isto é, chega à política do texto. A compreensão social da leitura dá-se na medida dessa percepção. Pois bem, na medida em que ajudo meu leitor, meu aluno, a perceber que a leitura é fonte de conhecimento e de domínio do real, ajudo-o a perceber o prazer que existe na decodificação aprofundada do texto (VARGAS, 2000, p. 7-8).

Nesse sentido, letrar é mais que alfabetizar. A missão do professor é a de orientar o aluno na aquisição da flexibilidade linguística necessária ao desempenho adequado que lhe será exigido em sociedade. Analisar diferentes textos e compará-los, pesquisar os porquês das diferenças, construírem regras sobre o uso da língua e, a partir das descobertas, reescrever textos são práticas que produzem excelentes resultados na capacitação do aluno no uso da língua.

Para tanto, é fundamental que o professor aprofunde seus conhecimentos, busque aperfeiçoamento e soluções, a fim de tornar sua prática pedagógica mais

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competente e eficaz, conduzindo, assim, de forma agradável e produtiva o processo de alfabetização e de letramento do educando.

Nos dicionários da Língua Portuguesa, o termo alfabetizado diz respeito ao indivíduo que somente aprendeu a ler e escrever, não se diz que é o que adquiriu o estado ou condição de quem se apossou da leitura e da escrita, e que responde de maneira satisfatória as demandas das práticas sociais (DONALDO, 1990).

Portanto, é evidente que falta letramento a muitas pessoas que são alfabetizadas, para que tenham o conhecimento necessário e, assim, possa-se afirmar que realmente houve aprendizagem, algo primordial para o nosso cotidiano.

Alfabetização e letramento são dois processos que se inter-relacionam, complementando-se, sendo que a alfabetização inicia-se antes da entrada da criança na escola, e se formaliza no Ensino Fundamental com a aquisição do código escrito, visto que a cultura escrita perpassa a sociedade humana (SOZIM, s/d, p. 2).

Assim, o professor alfabetizador deve provocar os seus alunos, de forma a ir de encontro ao letramento, ocasionando a alfabetização completa e não apenas formando pessoas capazes de ler e escrever, mas cidadãos aptos a entenderem o que leem e escrevam com coerência.

2.2 Alfabetizar letrando

Letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive (SOARES, 2004, p.16).

O termo letramento surgiu devido à constatação de uma nova situação: de que não basta apenas saber ler e escrever, necessário é saber fazer uso do ler e do escrever, valorizando, assim, a compreensão do sistema e sua possibilidade de uso na vida em sociedade.

Uma análise das mudanças conceituais ocorridas ao longo da história do ensino da língua escrita, no início da escolarização, revela que, até os anos 80, o objetivo maior era a alfabetização, isto é, enfatizava-se fundamentalmente a aprendizagem do sistema convencional da escrita.

Hoje se entende a escola como um ambiente de letramento, e o professor é o agente, aquele que deve fornecer ferramentas para o aluno construir o seu processo de

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aprendizagem da leitura e escrita. Nessa fase inicial, a escola tem obrigação de ajudar o aluno a se apropriar da escrita alfabética e informatizar o seu uso. Portanto, é preciso preparar os professores para que construa sua prática embasada em atividades coerentes as necessidades dos alunos.

Segundo Soares (2004), as redes de ensino encontram dificuldades com o aumento do “analfabetismo funcional” entre crianças e jovens que saem da escola incapazes de relacionar a escrita com a oralidade e, ambas, com o mundo que os cerca. Para que o processo de alfabetizar letrando aconteça de forma eficaz, o professor deverá estar preparado, ou seja, necessita ser capacitado para transmitir aos seus alunos de forma segura a apropriação do sistema da escrita em contexto de interação com material escrito real, pois o desafio, de hoje, é alfabetizar letrando e letrar alfabetizando.

A participação das crianças em experiências variadas com leitura e escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material, a habilidade de codificação e decodificação da língua escrita, o conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução da fala sonora para a forma gráfica da escrita implica numa importante revisão dos procedimentos e métodos para o ensino, uma vez que cada fase desse processo exige procedimentos e métodos diferenciados, pois cada criança e cada grupo de crianças necessitam de formas diferenciadas na ação pedagógica (RODRIGUES, s/d, p. 2).

Na atualidade, admitem-se as diferenças entre os educandos, vendo assim que ações diferentes são necessárias para atingir as necessidades que também são diferenciadas. Portanto, a partir desse reconhecimento, um novo horizonte se abre.

Faz-se necessário que o educador, principalmente o que já se encontra há anos exercendo o papel de professor – alfabetizador e que confia plenamente na mera aquisição de decodificação, aceite romper paradigmas e acreditar que as transformações que ocorrem na sociedade contemporânea atingem todos os setores, assim como também a escola e os saberes do educador, pois métodos que aprenderam há décadas podem e devem ser aprimorados, atualizados ou até mesmo modificados. O conhecimento não pode manter-se estagnado, pois ele nunca se completa ou se finda (ROCHA, 2005).

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2.3 Os desafios de alfabetizar letrando

Freire (2001) afirma que aprender a ler e a escrever é aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem e realidade ao ser alfabetizado, é tornar-se capaz de usar a leitura e a escrita como meio de tomar consciência da realidade e de transformá-la. O professor é a peça fundamental para que esse processo realmente aconteça de forma satisfatória, não só na alfabetização, mas em todo processo social e familiar que a escola pode e deve trabalhar. Portanto, como mediador do conhecimento, o professor tem de se qualificar para que o processo ensino-aprendizagem aconteça por meio de metodologias pedagógicas diversificadas e definidas.

O educador que trabalha a alfabetização e letramento de forma interligada considera que ato de educar não é uma transmissão de ideias aos educandos, ao contrário, é uma construção de saberes de conhecimento para o desenvolvimento humano, levando-os a criar seus próprios conceitos.

Na concepção atual, a alfabetização não procede ao letramento, os dois processos podem ser vistos como simultâneos, entendendo que, no conceito de alfabetização, estaria compreendido o de letramento e vice-versa (RODRIGUES, s/d).

Alfabetização e letramento são desafios para os educadores que devem ser encarados como a chave de uma grande mudança na educação. Mudança muito esperada, divulgada e discutida por toda a sociedade.

O trabalho docente é uma atividade consciente e sistemática, em cujo centro está a aprendizagem dos alunos sob a direção do professor. Esse é um trabalho muito complexo e não se restringe somente a sala e aula, pelo contrário, está diretamente ligado a exigências sociais e a experiência de vida dos alunos. A assimilação de conhecimentos e habilidades e o desenvolvimento das capacidades mentais decorrentes do processo de ensino não tem valor em si mesmos, mas visam instrumentalizar os alunos como agentes ativos e participantes na vida social (LIBÂNEO, 1994, p. 222).

É urgente a reformulação do ensino superior para professores, para que os educadores saiam preparados para um trabalho eficiente, sabendo unir os diversos conhecimentos, as experiências vividas pelos alunos, para que assim haja o desenvolvimento das habilidades necessárias para o processo ensino/aprendizagem.

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3 PRÁTICA E INTERVENÇÃO

A falta de compreensão e de entendimento dos professores nas questões da língua em aspectos relacionados com a oralidade e com a escrita reflete-se na aprendizagem e no processo de alfabetização dos alunos. Essa ruptura nos anos iniciais se não atendida a tempo poderá desencadear uma série de distorções no processo de aprendizagem. Para que o processo ensino-aprendizagem de fato aconteça nos primeiros anos do ensino fundamental, é necessário que se proponham metodologias diferenciadas, voltadas para a formação de professores, analisando determinadas questões, como leitura, produção e compreensão textual.

Diante das dificuldades dos professores em alfabetizar letrando, faz-se necessário oferecer subsídios teórico-metodológicos para a ação docente de maneira que facilite a construção do conhecimento dos alunos e a superação dos problemas presentes.

Desse modo, o processo de pesquisa foi feito de forma minuciosa, abrangendo a diferença entre alfabetização e letramento – conceitos que causam confusão no meio educativo –, deixando claros os problemas enfrentados, como também as possíveis soluções para tais problemas, a partir de métodos adequados para que haja aprendizagem.

A alfabetização e o letramento não são dois processos sequenciais. O desafio que se colocou, neste projeto, é de os professores conseguirem conciliar esses dois processos, assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita.

Visando à aquisição de novos saberes, uma oficina foi organizada de maneira a favorecer a interação entre os professores. Eles trabalharam em grupos para a realização dos estudos, com o uso de estratégias como vídeo do Salto para o Futuro – “Alfabetização, leitura e escrita: Alfabetização e Letramento”, contextualizado em forma de mesa redonda; - Análise e exposição oral das reflexões de textos da obra de Paulo Freire “A importância do ato de ler”; - Fascículos selecionados da apostila do Ministério da Educação Básica “Pró-letramento: alfabetização e linguagem”, que reflete sobre a teoria por meio de leitura compartilhada e trabalha a prática por meio das oficinas “De olho na prática”.

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Para que o trabalho fosse realizado de forma adequada, em busca de novos saberes, o projeto de intervenção foi apresentado à comunidade escolar, mostrando a importância do tema para o processo ensino-aprendizagem.

Em momento posterior, os professores participaram da formação com diferentes estratégias metodológicas, houve reflexão da relevância do assunto, além de buscar formas de unir alfabetização e letramento.

A formação dos professores teve grande aceitação, uma boa participação por parte deles. Desse modo, ocorreu de forma dinâmica e ativa, com atividades desenvolvidas plenamente, comentários enriquecedores que contribuíram para ampliar as ações metodológicas dos colegas.

Os professores envolvidos com o projeto de intervenção receberam a oficina temática com o intuito de fornecer subsídios para melhor entenderem e compreenderem as questões relacionadas ao processo de ALFABETIZAR e de LETRAR.

A metodologia, adotada nessa etapa, envolveu a organização do Tempo e do Espaço Pedagógico e o Planejamento de Ensino; discutiu-se o ato de planejar, nas questões voltadas à escrita e à oralidade na rotina escolar.

Após a concretização da oficina, são atos constantes a coleta e análise dos resultados obtidos por meio de acompanhamento do plano de aula do professor e da observação da sua prática em sala de aula.

Assim, as ações realizadas, como formação com os professores, coleta e análise de dados, foram acompanhadas pela observação realizada pelos coordenadores pedagógicos, além de se observar os resultados do aprendizado obtido pelos docentes a partir da aplicação dos métodos estudados.

Para a realização deste trabalho, foi primordial a participação dos professores do Núcleo Escolar Municipal Antonio Pereira dos Santos, ocasionando, assim, a participação indireta dos alunos do 1º ao 5º Ano, por serem as peças-chave desse enredo.

A coleta das informações também contou com uma avaliação da formação oferecida aos professores, realizada no final da capacitação, contendo perguntas referentes ao tema exposto, aos recursos e à metodologia utilizada, mostrando os

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anseios e as dúvidas dos docentes, trazendo, assim, subsídios para as reais necessidades dos mesmos e dos seus educandos.

Observa-se o grande desafio do letramento, podendo-se ter pleno acesso às habilidades e às práticas da leitura e da escrita, portanto, avaliar o letramento por meio de competências reais de uma amostra da população é uma alternativa para assegurar a validade dos resultados.

Mas, para se obter os verdadeiros resultados, é preciso que ocorram avaliações para os educandos, para que se possa assegurar se houve o desenvolvimento dos alunos, ou seja, que eles saibam não somente ler e escrever, mas que tenham conhecimento do que estão lendo e escrevendo.

As mesmas avaliações, orais ou escritas, são analisadas em conjunto, pelos professores envolvidos no Projeto de Intervenção e Coordenadora Pedagógica, para detectar habilidades adquiridas e as ainda não desenvolvidas e, desse modo, encontrar maneiras de sanar as falhas.

Desde a preparação do Projeto de Intervenção, os resultados foram satisfatórios, pois a comunidade escolar estava ansiosa por sua chegada, devido ser um tema de grande relevância para o grupo, pois se pode verificar pouco desenvolvimento dos alunos, ou melhor, são crianças e adolescentes com baixo ou nenhum letramento.

Para a obtenção de informações, foram utilizadas as atividades e as avaliações desenvolvidas na sala de aula, o diálogo com os professores no momento do planejamento e no conselho de classe, os documentos coletados durante a oficina, como frequência e a avaliação da formação.

Através desses documentos, pode-se realizar a análise dos dados. Portanto, com esses resultados em mãos, coordenadora e professores os discutiram durante o planejamento semanal.

4 A PRÁTICA PEDAGÓGICA

Para que se pudesse ter um apanhado da efetividade do projeto de intervenção sobre alfabetização e letramento, foi realizada uma análise a respeito da participação dos professores na apresentação do projeto de intervenção, na oficina oferecida a eles,

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assim como a avaliação dos docentes sobre a efetividade do projeto, sua apresentação e a oficina.

O projeto de intervenção foi apresentado para toda a comunidade do Núcleo Escolar Municipal Antonio Pereira dos Santos, sem distinção de função, com exceção dos alunos, no entanto, dois funcionários não puderam comparecer.

Gráfico 1 - Quantidade dos professores presentes na apresentação do P.I.

A formação para os professores aconteceu nos dias 26 e 27 de maio de 2011 e contou com a presença de todos os docentes, que foram seis ao todo. Além de ser um tema de interesse de todos, teve o apoio da gestora da escola, que liberou os professores nas duas datas, para dedicarem-se apenas à formação, podendo haver a participação de todos os professores.

Gráfico 2 - Quantidade de professores presentes na formação 0 5 10 15 20 Presentes Ausentes 0 1 2 3 4 5 6 7 Presentes Ausentes

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A grande maioria, ao responder à avaliação da formação, avaliou-a como ótima, pois os ajudou a tirar suas dúvidas sobre o que é alfabetização e o que é letramento. Sozim (s/d), mostra que alfabetização e letramento são dois processos que se inter-relacionam, complementando-se. Portanto, para haver aprendizagem, é preciso alfabetiza e letrar.

Gráfico 3 - Como você avalia a formação de hoje?

Todos os participantes afirmaram que a formação correspondeu às suas expectativas, dando uma nova vida às aulas, por meio de novas maneiras de trabalhar, muitas vezes divertidas, e os alunos voltam suas atenções para as aulas, pois como afirma Vargas (2000), na medida em que ajudo meu aluno a perceber que a leitura é fonte de conhecimento, ajudo-o a perceber o prazer que existe na decodificação aprofundada do texto.

Gráfico 4 - A formação correspondeu às suas expectativas? 0 1 2 3 4 5 6 Ruim Bom Ótimo 0 1 2 3 4 5 6 7 Sim Não

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Da mesma forma, todos deixaram claro que a formação apresentou aprofundamento e segurança acerca dos conteúdos trabalhados em sala, transmitindo a certeza de obter o aproveitamento dos alunos em sala de aula.

Gráfico 5 - A formação apresenta aprofundamento e segurança acerca dos conteúdos trabalhados em sala?

Logo após a formação, a observação das aulas e dos planejamentos foi constante e encarada como colaboração para o bom andamento das aulas, portanto, não houve rejeição quanto à presença da coordenadora pedagógica. Constatando-se que novos métodos estão sendo realizados, assim como tem sido intensificado o trabalho de leitura e compreensão textos diversificados e de produção textual. Como nos diz Rodrigues (s/d), as crianças necessitam de formas diferenciadas na ação pedagógica.

As observações continuarão regularmente, acompanhadas da sondagem da aprendizagem dos alunos, através de avaliações periódicas para que possamos perceber as habilidades desenvolvidas para a aquisição da competência de ler e escrever criticamente, como instrumento de tomada de consciência e de possíveis transformações sociais, estendendo-se desde decodificar palavras escritas até a capacidade de compreender textos escritos.

5 CONCLUSÃO

O Núcleo Escolar Municipal Antonio Pereira dos Santos é uma escola localizada na zona rural do município de Nova Olinda – TO e atende as modalidades de ensino regular (1º ao 9º ano), com um total de 113 alunos matriculados, de acordo com o Censo Escolar 2010. 0 1 2 3 4 5 6 7 Sim Não

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A Secretaria Municipal de Educação realiza no final do ano letivo avaliações com todos os alunos da rede municipal. A partir dessas avaliações podem perceber as deficiências e o baixo rendimento dos alunos pertencentes à referida escola.

A alfabetização e o letramento favorecem grandes descobertas e, ao mesmo tempo, são considerados complexos por alguns professores que não possuem conhecimentos necessários para esse trabalho. Para tanto, é importante que se busquem alternativas que envolvam e estimulem o professor nesse processo. É necessário que o professor tenha um olhar mais atento e cauteloso nas questões pertinentes à alfabetização e ao letramento.

A falta de compreensão e de entendimento dos professores nas questões da língua em aspectos relacionados com a oralidade e com a escrita reflete-se na aprendizagem e no processo de alfabetização dos alunos. Essa ruptura nos anos iniciais se não atendida a tempo poderá desencadear uma série de distorções no processo de aprendizagem.

Para que o processo ensino-aprendizagem de fato aconteça nos primeiros anos do ensino fundamental, é necessário que se proponham metodologias diferenciadas, voltadas para a formação de professores, analisando determinadas questões, como leitura, produção e compreensão textual.

Desse modo, foi desenvolvido o Projeto de Intervenção “Alfabetização e Letramento: uma Proposta de Intervenção na Prática Pedagógica” para favorecer o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem, buscando métodos que ajam sobre as deficiências observadas no Núcleo Escolar.

Para tanto, a ação principal foi a formação em Alfabetização e Letramento para os professores do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, para que apreendessem realmente o que é alfabetização e letramento, como alfabetizar letrando, mesmo diante dos desafios. Com isso, percebemos que tudo que já foi feito ainda é pouco e que muita teoria e discussão não foram suficientes para mudar totalmente os rumos da educação no Núcleo Escolar.

O objetivo previsto para a oficina foi apresentar novas concepções ligadas à produção textual, aliadas à organização pedagógica e à ludicidade, intervindo

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qualitativamente na ação docente, auxiliando os professores a (re) construírem as suas práticas cotidianas.

Desde a apresentação do projeto de intervenção, os docentes expuseram suas dificuldades. E podendo-se dizer que as mudanças ocorridas no processo de ensino, se devem, primeiramente, à aceitação dos professores, que acolheram as ações, participando de forma assídua e ativa do projeto de intervenção.

Espera-se então, que diante dessa proposta, os “desafios” de organizar o tempo e o espaço da escola e de dinamizar o ensino e a aprendizagem ganhem tal relevância e, que venham a contribuir e a fortalecer as ações de novas práticas educativas.

REFERÊNCIAS

DONALDO, Macedo. Alfabetização: leitura da palavra, leitura do mundo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 41. ed. São Paulo:Cortez, 2001. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

ROCHA, Halline Fialho da. Alfabetizar letrando: um repensar da aquisição da língua escrita. Petrópolis, 2009. 44 p. Monografia (Especialização em Supervisão Educacional e Inspeção Escolar) - Universidade Católica de Petrópolis, Petrópolis, 2005. Disponível em <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/let02.pdf> Acesso em 26 jul. 2011.

RODRIGUES, Judite Figueiras. Os desafios de alfabetizar letrando. Disponível em

<www.meuartigo.brasilescola.com> Acesso em 6 jun. 2011.

SOARES, Magda Becker. Alfabetização e letramento: caminho e descaminhos. Revista Pátio, nº 29, fev./abr. 2004.

SOZIM, Mirian Martins. Alfabetização e letramento – uma possibilidade de intervenção. Disponível em <www.uepg.br/revistaconexao> Acesso em 8 jun. 2011. VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.

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