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Análise de códigos de rede para sistemas cooperativos multiusuário com topologia de rede em linha

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM ENGENHARIA

EL ´ETRICA

Juliana Camilo In´acio

AN ´ALISE DE C ´ODIGOS DE REDE PARA SISTEMAS COOPERATIVOS MULTIUSU ´ARIO COM TOPOLOGIA DE

REDE EM LINHA

Florian´opolis 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM ENGENHARIA

EL ´ETRICA

Juliana Camilo In´acio

AN ´ALISE DE C ´ODIGOS DE REDE PARA SISTEMAS COOPERATIVOS MULTIUSU ´ARIO COM TOPOLOGIA DE

REDE EM LINHA

Dissertac¸˜ao submetida ao Programa de P´os-Graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica da Universidade Federal de Santa Cata-rina para a obtenc¸˜ao do grau de Mestre em Engenharia El´etrica.

Orientador: Prof. Bartolomeu Ferreira Uchˆoa Filho, Ph.D .

Florian´opolis 2013

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A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, n˜ao seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo.

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Agradecimentos

Primeiramente, gostaria de agradecer a minha fam´ılia, meus pais, Jos´e e Liege, e ao meu irm˜ao e cunhada, Eduardo e Alessandra, por todo o apoio, incentivo e compreens˜ao que me foram concedidos nestes ´ultimos dois anos. E tamb´em a todos os meus amigos, pelo incentivo, apoio e votos de sucesso.

Gostaria de agradecer tamb´em ao meu orientador, Bartolomeu, pela excelente orientac¸˜ao, ensinamentos e incentivo durante o curso. Pelo aux´ılio e disponibilizac¸˜ao de material, agradec¸o ao Professor Jo˜ao L. Rebelatto da UTFPR. E agradec¸o ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tecnol´ogico (CNPq) pelo apoio financeiro.

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Resumo da Dissertac¸˜ao apresentada `a UFSC como parte dos requisitos necess´arios para obtenc¸˜ao do grau de Mestre em Engenharia El´etrica.

AN ´

ALISE DE C ´

ODIGOS DE REDE PARA

SISTEMAS COOPERATIVOS

MULTIUSU ´

ARIO COM TOPOLOGIA DE

REDE EM LINHA

Juliana Camilo In´acio

Julho de 2013

Orientador: Bartolomeu Ferreira Uchˆoa Filho, Ph.D. ´

Area de Concentrac¸˜ao: Comunicac¸˜oes e Processamento de Sinais

Palavras-chave: codificac¸˜ao de rede, comunicac¸˜ao cooperativa, protec¸˜ao de erro desigual, diversidade, m´ultiplas fontes, m´ultiplos saltos, multiusu´ario, topologia de rede em linha.

Nesta dissertac¸˜ao, o uso de codificac¸˜ao de rede ´e explorado para me-lhorar a ordem de diversidade cooperativa de redes com m´ultiplas fontes e m´ultiplos saltos com topologia em linha. Um modelo de sistema ´e proposto, considerando que a informac¸˜ao possa se propagar em todas as direc¸˜oes, e que os n´os que comp˜oem a rede estejam diferentemente distantes uns dos outros, e consequentemente do n´o destino. Este modelo est´a mais pr´oximo de um cen´ario real, quando comparado a outros modelos propostos na lite-ratura. A abordagem de n´os usu´ario que possuem a capacidade de

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decodi-ficar o c´odigo de rede recebido, antes de retransmitir a informac¸˜ao, ´e anali-sada. A codificac¸˜ao de rede dinˆamica generalizada (GDNC), recentemente proposta, e que estabelece uma conex˜ao entre codificac¸˜ao de rede e a teoria de codificac¸˜ao de canal cl´assica, mostra-se ter o melhor desempenho sob di-versas circunstˆancias e para diferentes cen´arios. Simulac¸˜oes computacionais foram realizadas, comprovando a superioridade do esquema GDNC. Com a considerac¸˜ao neste trabalho de diferentes distˆancias entre os n´os da rede, foi poss´ıvel estabelecer um n´ıvel adicional de conex˜ao entre codificac¸˜ao de rede e c´odigos cl´assicos, agora com respeito aos c´odigos de blocos cl´assicos com protec¸˜ao desigual de erro.

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Abstract of Dissertation presented to UFSC as a partial fulfillment of the requeriments for the degree of Master in Electrical Engineering.

ANALYSIS OF NETWORKS CODES FOR

MULTIUSER COOPERATIVE SYSTEMS

WITH LINE NETWORK TOPOLOGY

Juliana Camilo In´acio

July, 2013

Advisor: Bartolomeu Ferreira Uchˆoa Filho, Ph.D.

Area of Concentration: Communications and Signal Processing

Keywords: network coding, cooperative communication, unequal error pro-tection, diversity, multi-source, multi-hop, multiuser, topology line network.

In this dissertation, the use of network coding is exploited in order to improve the cooperative diversity of multi-source, multi-hop networks with line topology. A system model is proposed considering that transmitted signals can propagate in all directions, and the nodes that comprise the network are unequally distant from each other, and consequently from the destination node. This model is closer to a real scenario, when compared to other models proposed in the literature. The approach that allows user nodes to perform network decoding of received information before retransmitting is analyzed. The generalized dynamic network coding (GDNC), recently proposed, proved to have the best performance under different circumstances and for different scenarios. Computer simulations have been performed, and show the superiority of the scheme GDNC. With the assumption of unequal

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distances between nodes in this work, it was possible to unveil another level of connection between network coding and classical error correcting codes, now regarding classic block codes with unequal error protection.

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Lista de Figuras

1.1 N´o roteador. . . 21

1.2 N´o codificador. . . 22

1.3 Comportamento do n´o. . . 23

1.4 Exemplo de sistema cooperativo com dois usu´arios. . . 23

2.1 Ilustrac¸˜ao de cen´arios em codificac¸˜ao de rede. . . 28

2.2 Rede unidifus˜ao: corte m´ınimo. . . 29

2.3 Multidifus˜ao na rede borboleta. Comparac¸˜ao entre rotea-mento e codificac¸˜ao de rede. . . 30

2.4 Transmiss˜ao de dois s´ımbolos para trˆes destinos independen-tes, utilizando dois caminhos disjuntos atrav´es dos canais CD e EF. . . 31

2.5 Transmiss˜ao de dois s´ımbolos para trˆes destinos independen-tes, utilizando codificac¸˜ao de rede linear. . . 32

2.6 Troca de informac¸˜ao entre as fontes A e B atrav´es do retrans-missor R. Comparac¸˜ao entre cen´arios sem e com codificac¸˜ao de rede. . . 34

3.1 Exemplo de sistema cooperativo com trˆes usu´arios. C´opias independentes da mesma informac¸˜ao chegam ao destino, po-dendo ser explorados o ganho de diversidade cooperativa. . . 37

3.2 Sistema cooperativo com dois us´arios e protocolo decode and forward(DAF). . . 41

4.1 Sistema cooperativo com dois us´arios e codificac¸˜ao de rede bin´aria. . . 49

4.2 Sistema cooperativo com dois us´arios e codificac¸˜ao de rede n˜ao bin´aria. . . 50

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4.3 Sistema cooperativo com dois us´arios e codificac¸˜ao de rede dinˆamica generalizada. Adaptada de [27]. . . 53 4.4 Modelo do sistema com m´ultiplos saltos. Adaptado de [26]. . . 55 4.5 Diferentes estrat´egias de transmiss˜ao. Adaptado de [26]. . . 56 5.1 Modelo do sistema com topologia em linha, trˆes n´os usu´ario

e um destino, e propagac¸˜ao da informac¸˜ao para todos os n´os da rede, que est˜ao espac¸ados por uma distˆancia di, j. . . 60 5.2 Cen´arios analisados: c´odigos de rede em sistemas de

comunicac¸˜ao cooperativa com topologia de rede em linha. . . . 64 5.3 N´os usu´ario incapazes de realizar decodificac¸˜ao de rede. . . 65 5.4 Ilustrac¸˜ao did´atica do algoritmo para obtenc¸˜ao da matriz de

combinac¸˜ao de falhas para os esquemas BNC e DNC propos-tos em [26]. . . 73 5.5 Ilustrac¸˜ao did´atica do algoritmo para obtenc¸˜ao da matriz de

combinac¸˜ao de falhas para o esquema GDNC. . . 77 5.6 Ilustrac¸˜ao did´atica do algoritmo para obtenc¸˜ao da matriz de

combinac¸˜ao de falhas para o esquema DNC sistem´atico. . . 79 5.7 N´os intermedi´arios capazes de realizar decodificac¸˜ao de rede. 80 5.8 Resultado da simulac¸˜ao assumindo que todos os n´os est˜ao

igualmente distantes um do outro. . . 84 5.9 Resultado da simulac¸˜ao assumindo que a distˆancia di, j= |i −

j|d, onde i, j = 1, 2, ..., M + 1 e d = 0, 5 ´e o valor da distˆancia de referˆencia. . . 85 5.10 Exemplo de protec¸˜ao desigual de erros entre bits de uma

mesma palavra c´odigo. . . 86 5.11 Resultado da simulac¸˜ao assumindo que a distˆancia di, j= |i −

j|d, onde i, j = 1, 2, ..., M + 1 e d = 0, 5 ´e o valor da distˆancia de referˆencia, e assumindo que os n´os intermedi´arios sejam incapazes de realizar decodificac¸˜ao de rede. . . 87 5.12 Resultado da simulac¸˜ao variando o pior canal, ou seja, o

mais distante do n´o destino (n´o 4), assumindo que a distˆancia di, j= |i − j|d, onde i, j = 1, 2, ..., M + 1 e d = 0, 5 ´e o va-lor da distˆancia de referˆencia, e assumindo que os n´os inter-medi´arios sejam incapazes de realizar decodificac¸˜ao de rede. . 88

(17)

Lista de Tabelas

A.1 Tabela de adic¸˜ao para o c´odigo de rede BNC sobre um corpo finito GF(2). . . 95 A.2 Tabela de multiplicac¸˜ao para o c´odigo de rede BNC sobre um

corpo finito GF(2). . . 95 A.3 Tabela de adic¸˜ao para o c´odigo de rede DNC sobre um corpo

finito GF(4). . . 96 A.4 Tabela de multiplicac¸˜ao para o c´odigo de rede DNC sobre um

corpo finito GF(4). . . 96 A.5 Tabela de adic¸˜ao para o c´odigo de rede GDNC sobre um

corpo finito GF(8). . . 97 A.6 Tabela de multiplicac¸˜ao para o c´odigo de rede GDNC sobre

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(19)

Sum´ario

1 INTRODUC¸ ˜AO. . . 21 1.1 MOTIVAC¸ ˜AO . . . 25 1.2 OBJETIVOS . . . 25 1.3 CONTRIBUIC¸ ˜OES . . . 26 1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DO DOCUMENTO . . . 26 2 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE . . . 27 2.1 TEOREMA MAXFLOW-MINCUT . . . 28 2.2 REDE BORBOLETA . . . 29

2.3 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE LINEAR . . . 30

2.4 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE EM AMBIENTE SEM FIO . . . 33

3 COMUNICAC¸ ˜AO COOPERATIVA. . . 35

3.1 DIVERSIDADE COOPERATIVA . . . 36

3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA COOPERAC¸ ˜AO . . . 38

3.2.1 Vantagens . . . 38

3.2.2 Desvantagens . . . 38

3.3 PROTOCOLOS DE RETRANSMISS ˜AO . . . 39

3.3.1 Protocolos de Retransmiss˜ao Transparente . . . 39

3.3.2 Protocolos de Retransmiss˜ao Regenerativos . . . 40

4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS. . . 43

4.1 CONSIDERAC¸ ˜OES INICIAIS . . . 44

4.1.1 Modelo do Sistema . . . 44

4.1.2 Matriz de Transferˆencia do Sistema . . . 46

4.1.3 Apagamentos . . . 47

4.2 BNC – CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE BIN ´ARIA . . . 48

(20)

4.3.1 Expans˜ao do DNC . . . 51

4.4 GDNC – CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE DIN ˆAMICA GENERA-LIZADA . . . 52

4.5 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS COM TOPOLOGIA EM LINHA . . . 55

5 COMUNICAC¸ ˜AO COOPERATIVA COM TOPOLOGIA EM LINHA. . . 59

5.1 CONSIDERAC¸ ˜OES INICIAIS . . . 60

5.2 PRIMEIRA ABORDAGEM . . . 63

5.2.1 Definic¸˜ao da Matriz B para os C´odigos BNC e DNC . . . 66

5.3.1.1 BNC e DNC Propostos em [26] . . . 67 5.3.1.2 GDNC . . . 73 5.3.1.3 BNC e DNC na Forma Sistem´atica . . . 76 5.3 SEGUNDA ABORDAGEM . . . 78 5.4 SIMULAC¸ ˜OES . . . 82 5.5 RESULTADOS . . . 83 6 CONCLUS ˜AO. . . 91 6.1 TRABALHOS FUTUROS . . . 92

A CONCEITOS MATEM ´ATICOS. . . 93

A.1 CORPOS FINITOS . . . 93

A.2 DEFINIC¸ ˜AO DE ADIC¸ ˜AO E MULTIPLICAC¸ ˜AO . . . 94

A.3 TABELAS DE OPERAC¸ ˜OES DOS C ´ODIGOS UTILIZADOS . . 95

A.3.1 Operac¸˜oes de Adic¸˜ao e Multiplicac¸˜ao para BNC . . . 95

A.3.2 Operac¸˜oes de Adic¸˜ao e Multiplicac¸˜ao para DNC . . . 96

A.3.3 Operac¸˜oes de Adic¸˜ao e Multiplicac¸˜ao para GDNC . . . 96

(21)

21

Cap´ıtulo

1

Introduc¸˜ao

O

S SISTEMAS DE COMUNICAC¸ ˜AO SEM FIO, nas ´ultimas d´ecadas, pas-saram por uma grande evoluc¸˜ao tecnol´ogica. As melhorias de cada avanc¸o s˜ao in´umeras, tais como o aumento da capacidade da rede, o aumento da confiabilidade, o aumento do tempo de vida ´util dos equipamentos, a reduc¸˜ao no tamanho dos dispositivos, entre outros.

Nos ´ultimos anos, essas evoluc¸˜oes chegaram a um ponto em que os pesquisadores desenvolvem novas t´ecnicas, conceitos e arquiteturas que dife-rem da ideia tradicional j´a bem estabelecida.

Figura 1.1: N´o roteador.

Um exemplo disto, s˜ao as redes de comunicac¸˜ao, que na sua concepc¸˜ao tradicional, implementam a t´ecnica de roteamento para dar vaz˜ao aos pacotes de dados. O n´o roteador fica respons´avel apenas por arma-zenar e encaminhar a informac¸˜ao que recebe (Figura 1.1). Entretanto, no ano 2000, esta t´ecnica foi confrontada pelo trabalho de Ahlswede et al. em [1], no qual os autores demonstraram que a informac¸˜ao pode ser processada e que o n´o roteador pode atuar como n´o codificador.

(22)

22 1 INTRODUC¸ ˜AO Esta ´area foi denominada codificac¸˜ao de rede (do inglˆes network co-ding), podendo o n´o codificador realizar uma combinac¸˜ao dos dados que est˜ao na entrada do n´o e encaminh´a-la `a sa´ıda deste (Figura 1.2). Tal processamento permite um fluxo maior de informac¸˜ao pela rede.

Figura 1.2: N´o codificador.

Um dos resultados do avanc¸o tecnol´ogico, como j´a foi dito, ´e a reduc¸˜ao no tamanho dos dispositivos nas redes sem fio atuais. Isto tornou ainda mais dif´ıcil a instalac¸˜ao de m´ultiplas antenas nestes equipamentos, sendo esta uma das poss´ıveis formas de implementac¸˜ao da t´ecnica MIMO (do inglˆes multiple-input multiple-output). Sendo assim, surgiu a necessidade de aprimoramento e estudo de novas t´ecnicas de transmiss˜ao e processamento de sinais entre n´os de um mesmo sistema sem fio.

A comunicac¸˜ao cooperativa surgiu como uma alternativa para explorar a diversidade espacial. At´e ent˜ao, o comportamento do n´o numa rede era ego´ısta (Figura 1.3(a), adaptada de [2]), ou seja, cada fonte transmitia sua informac¸˜ao de forma independente; ou era de suporte (Figura 1.3(b)), onde o n´o retransmissor apenas encaminhava a informac¸˜ao recebida da fonte, pois o mesmo n˜ao possu´ıa informac¸˜ao pr´opria para transmitir. A partir do momento em que um n´o apresenta o comportamento cooperativo (Figura 1.3(c)), os ganhos de diversidade antes obtidos em dispositivos com m´ultiplas antenas, agora podem ser alcanc¸ados em dispositivos com uma ´unica antena, atrav´es da ideia de arrays virtuais de antenas.

Em sistemas cooperativos, os m´ultiplos usu´arios transmitem n˜ao ape-nas sua pr´opria informac¸˜ao, mas tamb´em a informac¸˜ao de outros usu´arios da rede, seus parceiros, para um destino comum. A Figura 1.4 ilustra um exem-plo de um sistema cooperativo, no qual a linha s´olida representa a etapa em que os usu´arios transmitem suas informac¸˜oes (difus˜ao), enquanto que a linha tracejada representa a etapa de cooperac¸˜ao, na qual os usu´arios transmitem as informac¸˜oes de seus parceiros. Sendo assim, no destino chegam c´opias in-dependentes da mesma informac¸˜ao, onde ´e explorada a diversidade coopera-tiva [3–6]. Entre os protocolos de retransmiss˜ao existentes temos o protocolo decodifica-e-encaminha (DAF, do inglˆes decode-and-forward) [3, 5–10], um dos mais utilizados, no qual o sinal ´e detectado, decodificado e recodificado

(23)

1 INTRODUC¸ ˜AO 23

(a) Ego´ısta (b) Suporte (c) Cooperativo

Figura 1.3: Comportamento do n´o.

antes da retransmiss˜ao.

Com o surgimento deste novo paradigma, muitos pesquisadores tˆem explorado os benef´ıcios que a comunicac¸˜ao cooperativa pode fornecer [11– 16]. Um exemplo de aplicac¸˜ao para sistemas cooperativos, s˜ao as redes ad-hoce as redes de sensores [17–20]. A hierarquia tradicional dessas redes tem sido flexibilizada de tal maneira, permitindo que qualquer n´o da rede possa ajudar a retransmitir a informac¸˜ao vinda de outros n´os, estabelecendo assim uma comunicac¸˜ao atrav´es de m´ultiplos saltos.

Figura 1.4: Exemplo de sistema cooperativo com dois usu´arios.

Como uma forma de melhorar o desempenho de erro em sistemas de comunicac¸˜ao sem fio, a codificac¸˜ao de rede tem sido integrada a sistemas cooperativos [21–26]. Nesses sistemas, os usu´arios fazem uma combinac¸˜ao apropriada da informac¸˜ao recebida de seus parceiros. Esta combinac¸˜ao dos pacotes recebidos dos diferentes usu´arios ´e feita normalmente sobre um corpo finito GF(q) (onde q ´e uma potˆencia de n´umero primo), e ent˜ao a informac¸˜ao

(24)

24 1 INTRODUC¸ ˜AO ´e retransmitida ao destino comum.

Em [21], os autores propuseram um sistema cooperativo com dois usu´arios que realizava codificac¸˜ao de rede bin´aria (BNC, do inglˆes binary network coding), ou seja, cada usu´ario transmite uma soma bin´aria (ou ou-exclusivo, XOR) da sua informac¸˜ao com a informac¸˜ao do seu parceiro. No entanto, em [22] foi mostrado que, embora haja uma melhora significativa em termos de desempenho de taxa de erro de bit (BER, do inglˆes bit error rate) com a utilizac¸˜ao do BNC, n˜ao ´e obtido ganho de diversidade com esta t´ecnica.

Em [23], os autores propuseram um c´odigo de rede dinˆamico (DNC, do inglˆes dynamic-network codes) para m´ultiplos usu´arios, e mostrou-se que, com o uso de c´odigos de rede n˜ao bin´arios adequadamente projetados, a or-dem de diversidade do sistema pode ser maior do que aquelas alcanc¸adas com o sistema BNC.

Uma generalizac¸˜ao do regime DNC foi proposta em [27], onde a abor-dagem cl´assica da teoria da codificac¸˜ao foi utlizada para projetos de c´odigos de rede n˜ao bin´arios. Esta nova abordagem foi chamada de codificac¸˜ao de rede dinˆamica generalizada (GDNC, do inglˆes generalized dynamic-network coding), e ´e capaz de alcanc¸ar a m´axima ordem de diversidade em sistemas livres de erros e com m´ultiplos usu´arios enviando suas informac¸˜oes indepen-dentes a um destino comum.

Recentemente, os autores de [26] analisaram as abordagens BNC e DNC em redes com m´ultiplas fontes e m´ultiplos saltos (do inglˆes, respec-tivamente, multi-source and multi-hop) para a topologia de rede em linha. Consideraram uma rede com trˆes usu´arios e um destino e mostraram que a abordagem DNC supera a BNC em termos de ganho de diversidade. No mo-delo do sistema adotado foi considerado que, em cada salto, a informac¸˜ao transmitida poderia ser ouvida apenas pelos n´os que estavam `a frente do n´o transmissor, ou seja, os usu´arios que estavam entre o n´o fonte e o destino. Portanto, apenas estes usu´arios poderiam retransmitir a informac¸˜ao que foi ouvida.

Entretanto, os autores de [26] n˜ao exploraram a natureza broadcast do meio sem fio. Para uma rede com topologia em linha, a informac¸˜ao trans-mitida pode ser ouvida n˜ao apenas pelos usu´arios que est˜ao `a frente do n´o transmissor, mas tamb´em pelos usu´arios que est˜ao atr´as. Outro ponto n˜ao analisado em [26] foi a quest˜ao das distˆancias entre os usu´arios e o destino, que foram consideradas todas iguais.

Nesta dissertac¸˜ao ´e apresentada uma an´alise da abordagem GDNC para redes com m´ultiplas fontes e m´ultiplos saltos e com topologia em linha,

(25)

1.1 Motivac¸˜ao 25

utilizando-se um dos c´odigos obtidos em [27]. O modelo do sistema adotado considera distˆancias diferentes entre n´os usu´arios e n´o destino, de acordo com a posic¸˜ao do n´o na rede em linha. A informac¸˜ao transmitida poder´a ser ouvida por qualquer n´o usu´ario da rede, independente de sua posic¸˜ao. Uma matriz de combinac¸˜ao de falhas ser´a definida, para que sejam simulados todos os poss´ıveis padr˜oes de falhas para a topologia de rede adotada. Devido `a di-ficuldade de uma an´alise mais generalizada, ser´a considerada uma rede com trˆes n´os usu´ario e um n´o destino. A abordagem de n´os usu´ario capazes de re-alizar decodificac¸˜ao de rede foi explorada, e uma an´alise de desempenho foi feita para os trˆes c´odigos de rede vistos neste trabalho – BNC, DNC e GDNC.

1.1 MOTIVAC¸ ˜AO

As ´areas de codificac¸˜ao de rede e comunicac¸˜ao cooperativa s˜ao re-centes e com caminhos ainda a serem explorados. Trata-se de um tema que vem recebendo cada vez mais atenc¸˜ao por parte da comunidade acadˆemica internacional, grac¸as ao impacto que j´a teve e que ainda ter´a no desempenho e na eficiˆencia das futuras redes de comunicac¸˜ao sem fio. Por´em, no Brasil ainda ´e um tema com poucas publicac¸˜oes e pesquisadores. No Simp´osio Bra-sileiro de Telecomunicac¸˜oes (SBrT), por exemplo, as publicac¸˜oes na ´area de comunicac¸˜ao cooperativa iniciaram-se em 2009 [28].

1.2 OBJETIVOS

Al´em do estudo das ´areas de codificac¸˜ao de rede e comunicac¸˜ao coo-perativa, os objetivos desta dissertac¸˜ao s˜ao elencados a seguir.

1. Realizar uma an´alise do desempenho, atrav´es de simulac¸˜oes compu-tacionais, dos c´odigos de rede estudados sobre um modelo de sistema com caracter´ısticas mais pr´oximas de um sistema real.

2. Definir uma matriz que contemple todos os poss´ıveis padr˜oes de falhas de transmiss˜ao para a topologia de rede adotada e para cada c´odigo analisado.

3. E tamb´em, analisar o impacto no desempenho dos c´odigos de rede quando ´e considerado que os n´os usu´arios s˜ao capazes de realizar decodificac¸˜ao de rede antes de retransmitir a informac¸˜ao do seu par-ceiro.

(26)

26 1 INTRODUC¸ ˜AO 1.3 CONTRIBUIC¸ ˜OES

Resultados preliminares comparando diferentes esquemas de codificac¸˜ao de rede sobre diferentes cen´arios foram publicados recente-mente em [29], comprovando a superioridade do esquema GDNC mesmo em um modelo de sistema mais pr´oximo do encontrado na pr´atica.

1.4 ORGANIZAC¸ ˜AO DO DOCUMENTO

No Cap´ıtulo 1 foi apresentada uma breve introduc¸˜ao sobre codificac¸˜ao de rede, comunicac¸˜ao cooperativa e sobre os c´odigos de rede empregados em sistemas cooperativos. Al´em disso, foram apresentados os motivos que impulsionaram a realizac¸˜ao desta dissertac¸˜ao e os principais objetivos. O res-tante do documento ´e organizado como segue. Os Cap´ıtulos 2 e 3 apresentam uma breve revis˜ao sobre codificac¸˜ao de rede e comunicac¸˜ao cooperativa, res-pectivamente. No Cap´ıtulo 4 ser˜ao apresentados os c´odigos de rede e uma descric¸˜ao dos trabalhos que serviram como base para esta dissertac¸˜ao. O Cap´ıtulo 5 apresenta o modelo de sistema adotado, as matrizes que contem-plam todos os padr˜oes de falhas encontrados, as simulac¸˜oes, e a an´alise dos resultados obtidos. Este cap´ıtulo ´e considerado a contribuic¸˜ao deste trabalho. Por fim, o Cap´ıtulo 6 conclui a dissertac¸˜ao, com um resumo das contribuic¸˜oes realizadas e com sugest˜oes para pesquisas futuras.

(27)

27

Cap´ıtulo

2

Codificac¸˜ao de Rede

A

TUALMENTE, fazem parte do nosso dia a dia v´arios tipos de rede em di-ferentes contextos, como a Internet, redes sem fio, redes de telefonia, redes de sensores, entre outras. Como foi visto no Cap´ıtulo 1, a difus˜ao da informac¸˜ao nas redes de comunicac¸˜ao tradicionalmente ocorre atrav´es do ro-teamento. A informac¸˜ao n˜ao codificada vinda do n´o fonte ´e armazenada e encaminhada pelos n´os intermedi´arios at´e chegar ao destino final.

Por´em, em [1], os autores mostraram que para obter um maior fluxo de informac¸˜ao pela rede ´e necess´ario que seja feito um processamento desses dados. Esta ´area foi denominada codificac¸˜ao de rede, do inglˆes network coding, sendo que tal processamento refere-se `as operac¸˜oes de codificac¸˜ao sobre as informac¸˜oes independentes vindas das fontes, realizadas pelos n´os intermedi´arios da rede. As informac¸˜oes codificadas s˜ao ent˜ao transportadas pela rede, e no destino s˜ao recuperadas sem que haja perda de informac¸˜ao.

Na literatura [30–33], dois cen´arios particulares s˜ao muito utilizados para exemplificar a teoria da codificac¸˜ao de rede, e est˜ao ilustrados na Figura 2.1. O primeiro caso (Figura 2.1(a)) ´e a unidifus˜ao, ou do inglˆes unicast, no qual um n´o fonte transmite para um ´unico n´o destino. O outro caso ´e a multidifus˜ao (Figura 2.1(b)), ou do inglˆes multicast, no qual o n´o fonte ´e capaz de transmitir para um conjunto de n´os destino.

A codificac¸˜ao de rede, al´em de proporcionar ganhos em termos de taxa de transmiss˜ao, desempenho de erro e uso eficiente dos recursos da rede, tamb´em contribuiu para avanc¸os em outras ´areas, tais como teoria da informac¸˜ao, teoria da codificac¸˜ao, combinat´oria, seguranc¸a, redes de

(28)

senso-28 2 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE res, entre outras [30, 32].

(a) Unidifus˜ao (b) Multidifus˜ao

Figura 2.1: Ilustrac¸˜ao de cen´arios em codificac¸˜ao de rede.

2.1 TEOREMAMAXFLOW-MINCUT

Para redes com unidifus˜ao, o fluxo m´aximo de informac¸˜ao pode ser alcanc¸ado apenas com roteamento. Como resultado do problema do fluxo m´aximo tem-se o Teorema maxflow-mincut, o qual afirma que dados quais-quer dois n´os f e d da rede, o valor m´aximo do fluxo entre f e d coincide com o valor do m´ınimo corte entre f e d. Considerando canais de igual capa-cidade, o teorema pode ser adaptado como segue [30–34].

TEOREMA: O n´umero m´ınimo de canais que, quando removidos, separam o n´o fonte f do n´o destino d ´e igual ao n´umero m´aximo de caminhos disjuntos de f a d.

Na Figura 2.2 ´e dado um exemplo, no qual o n´o fonte f deseja transmi-tir sua informac¸˜ao ao n´o destino d. Esta ´e uma rede unidifus˜ao, e assume-se que cada canal ´e capaz de transportar at´e um bit. A linha tracejada indica o corte m´ınimo, portanto, de acordo com o teorema existem apenas trˆes cami-nhos disjuntos entre f e d. A melhor alternativa ´e ent˜ao rotear os bits y1, y2e

(29)

2.2 Rede Borboleta 29

y3pelos caminhos indicados nas linhas s´olidas da figura.

Figura 2.2: Rede unidifus˜ao: corte m´ınimo.

2.2 REDE BORBOLETA

A codificac¸˜ao de rede possibilita um fluxo maior de informac¸˜ao em redes com multidifus˜ao [1]. Um exemplo cl´assico na literatura para uma rede multidifus˜ao ´e a rede borboleta. Esta rede ´e utilizada para ilustrar que, uma maior vaz˜ao de dados pela rede ´e poss´ıvel quando a codificac¸˜ao de rede ´e empregada.

A Figura 2.3, adaptada de [34], ilustra este exemplo. Assumindo que cada canal pode transmitir um ´unico bit por instante de tempo e que ´e livre de erros, o objetivo aqui ´e que a fonte f transmita seus bits para os destinos d1e d2. Quando apenas roteamento ´e utilizado, Figuras 2.3(a) e 2.3(b), no primeiro momento o destino d2recebe os bits y1e y2, enquanto que o destino d1 recebe apenas o bit y1. Em um segundo momento o destino d1 recebe os bits y2e y3, enquanto o d2recebe apenas y3. Portando, ao final de dois instantes de tempo os destinos receberam trˆes bits, o que significa uma taxa de um bit e meio por instante de tempo.

No entanto, quando codificac¸˜ao de rede ´e utilizada, Figura 2.3(c), a fonte f transmite os bits y1e y2que, ao chegarem ao n´o 3, ´e realizada uma soma bin´aria (XOR, ou-exclusivo) e ent˜ao encaminhada aos destinos. Por-tanto, neste instante de tempo, d1 recebe y1 e y1⊕ y2 (o s´ımbolo ⊕ repre-senta a adic¸˜ao de coeficientes bin´arios), que pode recuperar y2 calculando y1⊕ (y1⊕ y2) = y2. O mesmo ocorre para d2, que recebe y2e y1⊕ y2, e

(30)

recu-30 2 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE pera y1calculando y2⊕ (y1⊕ y2) = y1. Ao final do primeiro e ´unico instante de tempo temos dois bits recebidos, o que significa uma taxa de dois bits por instante de tempo. Isto comprova o ganho em termos de taxa de transmiss˜ao que a codificac¸˜ao de rede pode proporcionar.

(a) Roteamento para d2. (b) Roteamento para d1. (c) Codificac¸˜ao de rede.

Figura 2.3: Multidifus˜ao na rede borboleta. Comparac¸˜ao entre roteamento e codificac¸˜ao de rede.

2.3 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE LINEAR

Em 2003, a ´area de codificac¸˜ao de rede linear foi introduzida por Li, Yeung e Cai em [35]. Neste trabalho, os autores demonstraram que a informac¸˜ao que trafega na rede pode ser encaminhada pelos n´os atrav´es de combinac¸˜oes lineares das informac¸˜oes recebidas. Al´em disto, provaram que tal teoria ´e v´alida para os cen´arios de multidifus˜ao.

Dada uma func¸˜ao qualquer f (y), tal func¸˜ao ´e linear se

f(α1y1+ α2y2) = α1f(y1) + α2f(y2), (2.1) para todo α1, α2, y1 e y2, onde α representa uma constante qualquer. Nesta dissertac¸˜ao, o conceito de linearidade adotado ser´a sobre corpos finitos (Apˆendice A), dada a necessidade das operac¸˜oes b´asicas de adic¸˜ao e multiplicac¸˜ao.

(31)

2.3 Codificac¸˜ao de Rede Linear 31

a seguir (adaptado de [32]). Considere uma rede com duas fontes ( f1e f2) e trˆes destinos (d1, d2 e d3), conforme a Figura 2.4. Cada fonte possui um s´ımbolo independente para transmitir (s1e s2), e o objetivo ´e que ao final da transmiss˜ao, todos os trˆes n´os destino possuam os dois s´ımbolos indepen-dentes. Assumindo que cada canal e possui capacidade unit´aria, e durante a transmiss˜ao para cada destino, os s´ımbolos n˜ao podem se sobrepor em um mesmo canal, pois ultrapassariam a capacidade m´axima permitida, s˜ao utili-zados dois caminhos disjuntos at´e que os s´ımbolos cheguem a cada destino.

Figura 2.4: Transmiss˜ao de dois s´ımbolos para trˆes destinos independentes, uti-lizando dois caminhos disjuntos atrav´es dos canais CD e EF.

Como pode-se observar, os canais CD e EF concentram toda a informac¸˜ao recebida, mas devido a restric¸˜ao da rede, s´o encaminham um s´ımbolo por vez ao longo do canal.

Para uma melhor utilizac¸˜ao da rede, a codificac¸˜ao de rede linear ´e uma poss´ıvel soluc¸˜ao para este caso. Os s´ımbolos si e sj sobre um corpo finito GF(q) podem ser transmitidos pelo canal e atrav´es de uma combinac¸˜ao linear destes s´ımbolos. Tal combinac¸˜ao pode ser realizada diversas vezes ao longo da rede. Os coeficientes utilizados para formar esta combinac¸˜ao linear constituem a matriz de codificac¸˜ao local c`(e) do canal e [32, 33].

DEFINIC¸ ˜AO: A matriz de codificac¸˜ao local c`(e) associada com um canal e ´e a matriz de coeficientes sobre GF(q), com a qual multiplica-se os s´ımbolos de entrada do canal e. A dimens˜ao de c`(e) ´e 1 × |In(e)|, onde In(e) ´e o conjunto de canais de entrada para o n´o pai do canal e.

(32)

32 2 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE

Figura 2.5: Transmiss˜ao de dois s´ımbolos para trˆes destinos independentes, uti-lizando codificac¸˜ao de rede linear.

Para o exemplo da Figura 2.4, uma poss´ıvel combinac¸˜ao linear est´a ilustrada na Figura 2.5, a qual apresenta um uso mais eficiente da rede, devido `a abordagem de codificac¸˜ao de rede linear. As matrizes de codificac¸˜ao local associadas com os canais CD e EF, j´a que estes concentram toda a informac¸˜ao necess´aria, s˜ao respectivamente

c`(CD) = [α1 α2] (2.2)

e

c`(EF) = [α3 α4]. (2.3)

Na Figura 2.5, pode-se observar que os n´os fonte transmitem seus s´ımbolos independentes para os n´os intermedi´arios. Ap´os recebˆe-los os n´os intermedi´arios realizam uma combinac¸˜ao linear desses s´ımbolos, e tais combinac¸˜oes lineares fluem pela rede atrav´es de cada canal e. O fluxo dos s´ımbolos atrav´es de cada canal e ´e dado por [32]

c1(e)s1+ c2(e)s2+ ... + ch(e)sh= [c1(e) c2(e) ... ch(e)] [s1s2... sh]T, (2.4) no qual a matriz ce= [c1(e) c2(e) ... ch(e)] ´e uma matriz de dimens˜ao h sobre GF(q). A matriz c(e) ´e denominada matriz de codificac¸˜ao global do canal

(33)

2.4 Codificac¸˜ao de Rede em Ambiente Sem Fio 33

e, ou simplesmente matriz de codificac¸˜ao.

DEFINIC¸ ˜AO: A matriz de codificac¸˜ao global c(e) associada com um canal e ´e a matriz de coeficientes dos s´ımbolos da fonte que fluem (combinados linearmente) atrav´es do canal e. A dimens˜ao de c(e) ´e 1 × h.

Para o exemplo da Figura 2.5, a matriz de codificac¸˜ao global associada aos canais CD e EF, s˜ao respectivamente

c(CD) = [α1 α2] (2.5)

e

c(EF) = [α3+ α1α4 α2α4]. (2.6) Dada todas as matrizes de codificac¸˜ao local de uma rede, pode-se cal-cular as matrizes de codificac¸˜ao global, e vice-e-versa. Para maiores esclare-cimentos sobre codificac¸˜ao de rede linear, sugere-se a leitura de [30–35].

2.4 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE EM AMBIENTE SEM FIO

Para ambientes sem fio, a codificac¸˜ao de rede pode fornecer uma s´erie de benef´ıcios. Devido `a caracter´ıstica broadcast inerente ao meio, esta abor-dagem proporciona uma melhor utilizac¸˜ao dos recursos. O exemplo a seguir, adaptado de [32], ajuda a ilustrar esses benef´ıcios.

Considere as redes sem fio ad-hoc ilustradas na Figura 2.6, conhecida como rede de duas vias (do inglˆes, two way relay). As fontes A e B desejam trocar seus bits y1e y2, respectivamente, atrav´es do retransmissor R. Assume-se que cada transmiss˜ao ocupe um intervalo de tempo, ou timeslot, e que a comunicac¸˜ao entre cada dispositivo seja half-duplex, ou seja, durante cada intervalo de tempo o dispositivo pode transmitir ou receber informac¸˜ao.

O objetivo da comunicac¸˜ao entre A e B ´e que, ao final da comunicac¸˜ao, ambos possuam os dois bits, y1e y2. Para o sistema sem codificac¸˜ao de rede, a fonte A inicia a comunicac¸˜ao transmitindo o bit y1para R. O retransmissor R, no segundo intervalo de tempo, retransmite a informac¸˜ao recebida a todos os dispositivos da rede. Em seguida, B envia seu bit y2a R, que no quarto e ´ultimo intervalo de tempo, o retransmite a todos os dispositivos. Portanto, foram necess´arios quatro intervalos de tempo para que A e B possu´ıssem os bits y1e y2.

(34)

34 2 CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE a comunicac¸˜ao transmitindo o bit y1para R. Por´em, no segundo intervalo de tempo, ao inv´es de R retransmitir a informac¸˜ao recebida, ele recebe o bit y2 de B. No terceiro e ´ultimo intervalo de tempo, R retransmite a todos os dis-positivos da rede uma soma bin´aria (XOR, ou-exclusivo) de y1e y2. Como A possui o bit y1, ele ´e capaz de recuperar y2da soma recebida (y1⊕ y2). O mesmo acontece com B, que pode recuperar y1j´a que possui y2. Portanto, fo-ram necess´arios apenas trˆes intervalos de tempo para que A e B possu´ıssem os bits y1e y2ao final da comunicac¸˜ao, um intervalo de tempo a menos quando comparado ao sistema sem codificac¸˜ao de rede.

B R A B R A B R A B R A B R A B R A B R A

Sem Codificação de Rede Com Codificação de Rede

Figura 2.6: Troca de informac¸˜ao entre as fontes A e B atrav´es do retransmissor R. Comparac¸˜ao entre cen´arios sem e com codificac¸˜ao de rede.

A partir deste exemplo, pode-se observar que a utilizac¸˜ao de codificac¸˜ao de rede proporciona benef´ıcios como: um uso mais eficiente de energia, j´a que R transmite uma ´unica vez; a comunicac¸˜ao que antes precisava de quatro timeslots, agora necessita de apenas trˆes, portanto h´a uma ocupac¸˜ao de largura de banda por um per´ıodo de tempo menor; assim como, se existissem mais usu´arios ouvintes na rede, os atrasos provocados por esta comunicac¸˜ao seriam menores.

(35)

35

Cap´ıtulo

3

Comunicac¸˜ao Cooperativa

E

M SISTEMAS DE COMUNICAC¸ ˜AO SEM FIO, o sinal viaja atrav´es de um canal que n˜ao ´e restrito fisicamente, ou seja, o sinal n˜ao ´e transmitido por um caminho espec´ıfico, n˜ao segue uma direc¸˜ao particular. Isto ocorre de-vido `a natureza do canal sem fio (broadcast), que transmite o sinal para todos os receptores que est˜ao ao alcance. Este sinal transmitido no meio sem fio acaba sofrendo reflex˜oes, refrac¸˜oes, difrac¸˜oes e espalhamentos, percorrendo diferentes percursos at´e chegar ao destino final. Estes efeitos s˜ao causados pelos v´arios objetos presentes no canal pelo qual o sinal est´a sendo transmi-tido [36].

Como resultado desses efeitos, v´arias c´opias do sinal percorrem dife-rentes caminhos, chamados m´ultiplos percursos, com difedife-rentes comprimen-tos, e chegam ao destino com diferentes atrasos, o que provoca interferˆencias geralmente destrutivas. Sendo assim, no destino o sinal resultante apresenta variac¸˜oes de amplitude e fase. Esse efeito causado no sinal resultante ´e cha-mado de desvanecimento, o qual torna mais dif´ıcil a tarefa do receptor de tomar uma decis˜ao confi´avel sobre os bits transmitidos.

Para contornar este problema, a t´ecnica de diversidade tem sido em-pregada nos sistemas de comunicac¸˜ao sem fio. Assim, as c´opias indepen-dentes que chegam ao destino podem ser combinadas de maneira que o sinal resultante desta combinac¸˜ao seja mais robusto e proporcione ao receptor uma decis˜ao mais confi´avel sobre a informac¸˜ao transmitida.

Entre os tipos de diversidade, que ser˜ao brevemente descritos na sec¸˜ao 3.1, temos a diversidade espacial, que pode ser alcanc¸ada com a t´ecnica

(36)

36 3 COMUNICAC¸ ˜AO COOPERATIVA multiple-input multiple-output(MIMO) pela implementac¸˜ao de m´ultiplas an-tenas no transmissor e/ou no receptor [17]. A t´ecnica MIMO, ao longo dos anos, vem sendo amplamente reconhecida e adotada em padr˜oes de sistemas sem fio. No entanto, a implementac¸˜ao de m´ultiplas antenas torna-se um pro-blema quando se trata de terminais m´oveis compactos ou sensores sem fio.

Uma poss´ıvel soluc¸˜ao para contornar essa limitac¸˜ao ´e o conceito de comunicac¸˜ao cooperativa, introduzido primeiramente por Sendonaris et al. em [3], sendo que v´arios transmissores com uma ´unica antena, quando coope-ram entre si, s˜ao capazes de oferecer alguns benef´ıcios dos sistemas MIMO. Em sistemas cooperativos, os m´ultiplos usu´arios transmitem n˜ao apenas sua pr´opria informac¸˜ao, mas tamb´em a informac¸˜ao de outros usu´arios da rede, seus parceiros, para um destino comum. Sendo assim, no destino chegam c´opias independentes da mesma informac¸˜ao, onde ´e explorada a diversidade cooperativa.

3.1 DIVERSIDADE COOPERATIVA

Em sistemas de comunicac¸˜ao, s˜ao explorados os ganhos de diversi-dade para minimizar os efeitos do canal sem fio. Os tipos de diversidiversi-dade mais conhecidos at´e ent˜ao, eram a diversidade temporal, diversidade espacial e diversidade em frequˆencia.

Na diversidade temporal, r´eplicas da informac¸˜ao s˜ao enviadas ao des-tino em instantes de tempo suficientemente separados, de modo que os efeitos do canal nos diferentes instantes sejam descorrelacionados; j´a na diversidade espacial, as r´eplicas da informac¸˜ao s˜ao enviadas ao destino por caminhos espac¸ados, geograficamente, o suficiente para que sejam descorrelacionados; e na diversidade em frequˆencia, as r´eplicas da informac¸˜ao s˜ao transmitidas em portadoras descorrelacionadas. Todos estes tipos partem do mesmo princ´ıpio, de que no destino cheguem c´opias independentes da informac¸˜ao.

Em sistemas cooperativos, surgiu um novo tipo de diversidade, a di-versidade cooperativa [3–6], que pode ser vista como uma classe da diversi-dade espacial e temporal. Na diversidiversi-dade cooperativa, c´opias independentes da informac¸˜ao s˜ao transmitidas a um destino comum, percorrendo diferentes percursos (Figura 3.1).

(37)

3.1 Diversidade Cooperativa 37

(a) Os usu´arios difundem suas informac¸˜oes.

(b) Os usu´arios cooperam transmitindo a informac¸˜ao de um dos seus parceiros.

(c) Os usu´arios cooperam novamente transmitindo a informac¸˜ao do outro parceiro da rede.

Figura 3.1: Exemplo de sistema cooperativo com trˆes usu´arios. C´opias indepen-dentes da mesma informac¸˜ao chegam ao destino, podendo ser explorados o ganho de diversidade cooperativa.

(38)

38 3 COMUNICAC¸ ˜AO COOPERATIVA 3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA COOPERAC¸ ˜AO

Assim como a maior parte dos sistemas, t´ecnicas e abordagens, a comunicac¸˜ao cooperativa possui vantagens e desvantagens. Em [2], alguns pontos relacionados aos pr´os e contras desse tipo de sistema foram elenca-dos. A seguir, uma breve descric¸˜ao dos principais itens ser´a apresentada.

3.2.1 Vantagens

MELHOR DESEMPENHO: pode ser alcanc¸ado em grandes sistemas, explo-rando os ganhos de diversidade, por exemplo. Ou ainda, ganhos relacionados `a reduc¸˜ao da potˆencia de transmiss˜ao e melhor cobertura da c´elula, para o caso de sistemas celulares.

MENOS IMPLANTAC¸ ˜AO DE INFRA-ESTRUTURA: o uso de retransmiss˜oes permite a implantac¸˜ao de um sistema com m´ınima ou nenhuma infra-estrutura dispon´ıvel. Por exemplo, em ´areas atingidas por desastres, retransmiss˜ao pode ser utilizada para facilitar comunicac¸˜oes mesmo que o sistema celu-lar n˜ao esteja funcionando. Para implementac¸˜ao h´ıbrida, que ´e um sistema celular acoplado com retransmissores, a implementac¸˜ao e a manutenc¸˜ao tˆem seus custos reduzidos.

REDUC¸ ˜AO DE CUSTOS: para um sistema celular que deve fornecer um deter-minado n´ıvel de qualidade de servic¸o (QoS) para todos os usu´arios na c´elula, a retransmiss˜ao ´e uma soluc¸˜ao mais rent´avel. No entanto, tamb´em foi mos-trado que embora a economia n˜ao seja t˜ao significativa quanto se espera, os gastos operacionais s˜ao mais baixos quando retransmissores s˜ao utilizados.

3.2.2 Desvantagens

PROGRAMAS MAIS COMPLEXOS: manter um ´unico link de retransmiss˜ao cooperativa ´e uma tarefa f´acil, mas em um sistema com muitos usu´arios e retransmiss˜oes, torna-se uma tarefa ´ardua. Retransmiss˜oes precisam de pro-gramas mais sofisticados, j´a que n˜ao apenas o tr´afego de diferentes usu´arios e aplicac¸˜oes precisam ser programados mas tamb´em o fluxo de dados retrans-mitido. Qualquer ganho obtido com cooperac¸˜ao na camada f´ısica dissipa-se rapidamente se n˜ao for tratado corretamente no acesso ao meio e `a camada de rede.

(39)

3.3 Protocolos de Retransmiss˜ao 39

TRAFEGO´ EXTRA: o tr´afego retransmitido ´e, do ponto de vista de miss˜ao do sistema, tr´afego redundante, e por isso diminui a taxa de trans-ferˆencia eficaz do sistema.

AUMENTO DALATENCIA FIMˆ -A-FIM: dependendo do protocolo de retrans-miss˜ao utilizado, podem-se fazer necess´arias a recepc¸˜ao e a decodificac¸˜ao do pacote de informac¸˜ao antes de ele ser retransmitido. Se servic¸os sens´ıveis a atrasos est˜ao sendo suportados, tais como voz ou servic¸os de multim´ıdia da web, ent˜ao a latˆencia induzida pela decodificac¸˜ao pode se tornar prejudicial. A latˆencia aumenta com o n´umero de retransmiss˜oes e tamb´em com o uso de entrelac¸adores, tais como os utilizados no tr´afego de voz GSM. Para con-tornar essa latˆencia, protocolos de retransmiss˜ao simples e transparentes ou novos m´etodos de decodificac¸˜ao precisam ser usados.

SINCRONIZAC¸ ˜AO: a sincronizac¸˜ao precisa ser mantida para facilitar a cooperac¸˜ao. Por´em, esta precisa de hardwares mais custosos e de protocolos de overhead mais complexos.

3.3 PROTOCOLOS DE RETRANSMISS ˜AO

Os protocolos de retransmiss˜ao surgiram com o intuito de melho-rar o desempenho dos sistemas cooperativos, minimizando o problema de propagac¸˜ao de erros e aumentando os ganhos de outage. Em [2], os protoco-los mais conhecidos s˜ao divididos em duas classes: transparentes e regenera-tivos, e s˜ao descritos a seguir. Nesta sec¸˜ao, ser˜ao apresentados brevemente os principais protocolos. Para mais detalhes sobre estes protocolos sugerem-se as referˆencias [3, 5–10].

3.3.1 Protocolos de Retransmiss˜ao Transparente

Entende-se por protocolos de retransmiss˜ao transparentes, aqueles que n˜ao modificam a informac¸˜ao. S˜ao exemplos:

AMPLIFY AND FORWARD (AF): ´e um dos mais simples e mais populares m´etodos de retransmiss˜ao; o sinal recebido pelo retransmissor ´e amplificado e retransmitido.

LINEAR-PROCESS ANDFOWARD(LF): esse m´etodo de retransmiss˜ao inclui algumas operac¸˜oes lineares simples, as quais s˜ao realizadas sobre o sinal no

(40)

40 3 COMUNICAC¸ ˜AO COOPERATIVA dom´ınio anal´ogico depois de realizar uma amplificac¸˜ao. Um exemplo de tal operac¸˜ao linear ´e o deslocamento de fase.

3.3.2 Protocolos de Retransmiss˜ao Regenerativos

Entende-se por protocolos de retransmiss˜ao regenerativos, aqueles que de alguma forma modificam a informac¸˜ao. S˜ao exemplos:

DECODE ANDFORWARD (DAF): neste protocolo, o sinal ´e detectado, de-codificado e rede-codificado antes da retransmiss˜ao, como mostrado na Figura 3.2. Um vasto n´umero de diferentes protocolos DAF existem hoje, sobre uma ampla gama de cen´arios de aplicac¸˜ao. O DAF ´e conhecido por ter m´etricas t´ıpicas de desempenho ´otimo, tal como a taxa de erro. Este ser´a o protocolo utilizado nos cen´arios adotados nesta dissertac¸˜ao.

ESTIMATE ANDFORWARD(EF): neste protocolo o sinal anal´ogico ´e amplifi-cado e desloamplifi-cado para banda base e, com o aux´ılio de algoritmos de detecc¸˜ao, recupera-se a representac¸˜ao original do sinal. Esta estimativa ´e ent˜ao retrans-mitida. Sendo assim, o protocolo EF estima e modula os s´ımbolos e os re-transmite usando a mesma ou uma ordem de modulac¸˜ao diferente.

COMPRESS ANDFORWARD(CF): este protocolo ´e similar ao protocolo EF, onde uma vers˜ao comprimida do fluxo de informac¸˜ao detectado ´e retransmi-tida ao destino. Isto envolve algumas formas de codificac¸˜ao de fonte sobre amostras do sinal.

GATHER ANDFORWARD(GF): visto como uma extens˜ao do protocolo CF, o n´o retransmissor n˜ao apenas realiza a codificac¸˜ao de fonte sobre a informac¸˜ao amostrada, mas tamb´em sobre sua pr´opria informac¸˜ao, a qual ´e agregada aos pacotes de informac¸˜ao.

(41)

3.3 Protocolos de Retransmiss˜ao 41

(a) Transmiss˜ao da informac¸˜ao. (b) Retransmiss˜ao da informac¸˜ao ap´os de-codificar e rede-codificar a informac¸˜ao.

Figura 3.2: Sistema cooperativo com dois us´arios e protocolo decode and forward (DAF).

(42)
(43)

43

Cap´ıtulo

4

C´odigos de Rede em Sistemas

Cooperativos

C

OMO uma forma de melhorar o desempenho de erro em sistemas sem fio, a codificac¸˜ao de rede tem sido integrada a sistemas cooperativos [21–27]. Nesses sistemas, os usu´arios fazem uma combinac¸˜ao apropriada da informac¸˜ao recebida de seus parceiros. Esta combinac¸˜ao dos pacotes recebi-dos recebi-dos diferentes usu´arios ´e feita normalmente sobre um corpo finito GF(q), e ent˜ao a informac¸˜ao ´e retransmitida ao destino comum.

Em [21], os autores propuseram um sistema cooperativo que empre-gava codificac¸˜ao de rede bin´aria, chamada de BNC, onde cada usu´ario trans-mitia uma soma bin´aria da sua informac¸˜ao com a informac¸˜ao do seu parceiro. No entanto, em [22] foi mostrado que, embora haja uma melhora significativa em termos de desempenho de taxa de erro de bit, com a utilizac¸˜ao do BNC n˜ao ´e obtido ganho de diversidade.

Em [23], os autores propuseram um c´odigo de rede dinˆamico para m´ultiplos usu´arios, chamado DNC, e mostraram que, com o uso de c´odigos de rede n˜ao bin´arios adequadamente projetados, a ordem de diversidade do sistema poderia ser maior do que aquelas alcanc¸ada com o sistema BNC.

Uma generalizac¸˜ao do regime DNC foi proposta em [27], onde a abor-dagem cl´assica da teoria da codificac¸˜ao foi utlizada para o projeto de c´odigos de rede n˜ao bin´arios. Esta nova abordagem foi chamada de codificac¸˜ao de rede dinˆamica generalizada, ou GDNC, e ´e capaz de alcanc¸ar a m´axima

(44)

or-44 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS dem de diversidade em sistemas livres de erros e com m´ultiplos usu´arios en-viando suas informac¸˜oes independentes a um destino comum.

Neste cap´ıtulo, estes c´odigos de rede projetados para sistemas coope-rativos ser˜ao melhor apresentados. Isto porque, eles serviram como base para esta dissertac¸˜ao, assim como o trabalho [26], que analisou os c´odigos de rede BNC e DNC para um cen´ario com topologia de rede em linha.

4.1 CONSIDERAC¸ ˜OES INICIAIS

Para os sistemas que ser˜ao descritos a partir daqui, algumas considerac¸˜oes, definic¸˜oes e conceitos importantes ser˜ao apresentados nesta sec¸˜ao.

4.1.1 Modelo do Sistema

Considere o sistema com M n´os usu´ario, denotados por 1, 2, ..., M, e o n´o destino (destino comum) denotado por M + 1. A informac¸˜ao recebida pelo n´o j, transmitida pelo n´o i ´e dada por

yj,i= s Pi dα i, j hi, jxi+ ni, j (4.1)

onde Pi ´e a potˆencia de transmiss˜ao, di, j ´e a distˆancia entre os n´os i e j, α ´e o expoente de perda de percurso [37], e xi∈ CN e yj,i∈ CNs˜ao a informac¸˜ao complexa em banda base transmitida e os pacotes de informac¸˜ao recebidos de comprimento N, respectivamente. O ru´ıdo AWGN com m´edia zero e variˆancia No

2 por dimens˜ao ´e representado por ni, j∈ C N. h

i, jcorresponde ao coeficiente de desvanecimento e assume-se que este tenha distribuic¸˜ao Gaus-siana complexa independente e identicamente distribuida (i.i.d.), atrav´es do espac¸o e do tempo, com variˆancia unit´aria por dimens˜ao, equivalente a um modelo de desvanecimento em bloco Rayleigh onde o canal ´e constante du-rante N amostras.

Para uma entrada Gaussiana i.i.d. xi, a informac¸˜ao m´utua entre xie yj,i ´e dada por [23, 24]

Ii, j= 1

Mlog2(1 + SNRi, j|hi, j|

(45)

4.1 Considerac¸˜oes iniciais 45

na qual o termo M1 ´e o fator de compartilhamento dos recursos do canal entre os M n´os usu´ario, e a relac¸˜ao sinal-ru´ıdo (do inglˆes, signal-to-noise (SNR)) ´e dada por SNRi, j= Pi dα i, jNo . (4.3)

O link entre os n´os i e j, `i, j, ´e dito estar em outage quando sua informac¸˜ao m´utua Ii, j ´e menor do que uma dada taxa de informac¸˜ao Ri. Ma-nipulando os termos em (4.2), um evento de outage para o link `i, j pode ser descrito como Oi, j= {|hi, j|2< Hi, j}, (4.4) onde Hi, j= (2Ri− 1) SNRi, j . (4.5)

A probabilidade de tal evento ´e denominada de probabilidade de ou-tage. Para desvanecimento de Rayleigh, ela ´e dada por [37]

Pr{Oi, j} = 1 − e−Hi, j ≈ Hi, j, (4.6) onde a aproximac¸˜ao ´e v´alida para regi˜oes de alta SNR. Para facili-tar a manipulac¸˜ao das equac¸˜oes nas pr´oximas sec¸˜oes, ser´a considerado Pe= Pr{Oi, j,t}.

Cada um dos M usu´arios possui uma informac¸˜ao independente para transmitir ao n´o destino: os pacotes I1, ..., IM, sendo que os ´ındices repre-sentam o n´o fonte. A probabilidade de pelo menos um desses pacotes de informac¸˜ao n˜ao ser recuperado pelo n´o destino ´e considerada a probabilidade de outage do sistema como um todo, e ´e dada por [37]

Po= Pr (M [ i=1 Fi ) , (4.7)

onde Fi´e o evento no qual o pacote Iin˜ao pode ser recuperado pelo n´o destino. A ordem de diversidade total D ´e ent˜ao definida por [37]

D, lim

SNR→∞

− log Po

(46)

46 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS

4.1.2 Matriz de Transferˆencia do Sistema

Partindo agora para a ´area de teoria da codificac¸˜ao, uma representac¸˜ao que ser´a utilizada nas pr´oximas sec¸˜oes ser´a a matriz geradora do sistema. Esta ´e capaz de fornecer informac¸˜oes a respeito das operac¸˜oes de codificac¸˜ao, como por exemplo para um c´odigo de bloco de Hamming, cujas palavras c´odigos s˜ao obtidas a partir de combinac¸˜oes lineares das linhas da matriz G[38] G=     1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1     .

Uma outra forma de interpretar a matriz G, no cen´ario de cooperac¸˜ao com codificac¸˜ao de rede, ´e a matriz de transferˆencia/transmiss˜ao do sistema, ou seja, a matriz capaz de fornecer informac¸˜oes a respeito da combinac¸˜ao linear que cada usu´ario transmite. O exemplo a seguir ajudar´a a esclarecer esta interpretac¸˜ao. Considere a matriz de transferˆencia:

G=  1 0 | 1 2 0 1 | 2 1  I1 I2 . (4.9)

Analisando (4.9), primeiramente podemos observar que a matriz G est´a divi-dida em duas partes, associadas `as etapas de difus˜ao e cooperac¸˜ao. As linhas da matriz indicam o pacote que est´a sendo transmitido, ou seja, a primeira linha se refere ao pacote I1, e a segunda linha, o pacote I2. O n´umero to-tal de linhas representa a quantidade de usu´arios do sistema que possuem informac¸˜ao pr´opria para transmitir.

J´a as colunas indicam o usu´ario que est´a transmitindo e em que etapa, isto ´e, as colunas na cor vermelha representam o Usu´ario 1, e as colunas na cor azul representam o Usu´ario 2. As duas colunas da parte esquerda indicam transmiss˜oes de difus˜ao, e as duas da direita indicam transmiss˜oes na etapa de cooperac¸˜ao. Assim, para a coluna 4 da matriz G, por exemplo, temos que o Usu´ario 2 na fase de cooperac¸˜ao transmite um pacote composto pela combinac¸˜ao linear 2I1 I2, na qual o s´ımbolo  representa a operac¸˜ao de adic¸˜ao de coeficientes n˜ao bin´arios.

(47)

4.1 Considerac¸˜oes iniciais 47

4.1.3 Apagamentos

Com base na teoria da codificac¸˜ao, um apagamento pode ser definido como um erro, sendo que a posic¸˜ao deste erro ´e conhecida, por´em o seu valor, n˜ao [38, 39]. Como ser´a visto no pr´oximo cap´ıtulo, nos cen´arios adotados, os enlaces entre os n´os estar˜ao sujeitos a falhas, de tal modo que uma matriz de combinac¸˜ao de falhas ser´a definida.

Para a topologia de rede adotada, topologia em linha que ser´a apre-sentada na Sec¸˜ao 4.5, as falhas nos enlaces (ou links) em outage podem ocor-rer nos canais interusu´ario ou nos canais diretos, entre usu´ario e destino co-mum [27]. Quando as falhas ocorrem nos canais interusu´ario, as posic¸˜oes correspondentes na matriz de transferˆencia do sistema ser˜ao substitu´ıdas por zero. Por exemplo, considere a matriz em (4.10) como sendo a matriz de transferˆencia de um sistema com topologia em linha com dois usu´arios, sendo que cada um possui uma informac¸˜ao independente para transmitir a um des-tino comum. Gexemplo=  1 0 1 0 0 1 1 1  . (4.10)

Suponha que durante a transmiss˜ao da informac¸˜ao do usu´ario 2 para o usu´ario 1, segunda coluna da matriz (4.10), tenha ocorrido uma falha no link interusu´ario. O usu´ario 1, portanto, n˜ao ser´a capaz de inserir a informac¸˜ao do usu´ario 2 na combinac¸˜ao linear que ser´a transmitida na etapa de cooperac¸˜ao, terceira coluna da matriz (4.10). Tem-se ent˜ao uma nova matriz de trans-ferˆencia do sistema, G0exemplo, substituindo o termo correspondente ao link em outage por zero na matriz Gexemplo, como pode ser visto a seguir

G0exemplo=  1 0 1 0 0 1 0 1  . (4.11)

No entanto, quando as falhas ocorrem nos links diretos, ocorre um apagamento de uma coluna inteira da matriz de transferˆencia [27]. Tomando como exemplo ainda a matriz (4.10), se o link do usu´ario 2 para o destino final na etapa de difus˜ao da informac¸˜ao falhar, a segunda coluna da matriz (4.10) ser´a inteiramente apagada. Logo, a matriz de transferˆencia do sistema com apagamento, ´e dada por

G00exemplo=  1 0 1 0 0 0 1 1  . (4.12)

(48)

48 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS Entretando, o n´o destino ainda pode receber a informac¸˜ao do usu´ario 2, que est´a contida na combinac¸˜ao linear transmitida pelo usu´ario 1 na etapa de cooperac¸˜ao, terceira coluna da matriz (4.12). Isto porque, no exemplo em (12), o apagamento ocorre no link direto, e n˜ao no canal interusu´ario entre o n´o 2 e o n´o 1.

4.2 BNC – CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE BIN ´ARIA

Em [21] os autores propuseram um c´odigo de rede bin´ario, o BNC (do inglˆes binary network coding), sobre um corpo bin´ario. Consideraram um cen´ario com dois usu´arios que cooperam entre si, e mostraram que a aborda-gem proposta proporciona melhor desempenho quando comparada a cen´arios n˜ao cooperativos ou cooperativos com multiplexagem temporal.

A Figura 4.1 ilustra o sistema que emprega a abordagem BNC anali-sada em [21]. Como podemos observar, temos um sistema cooperativo com dois usu´arios para o qual o c´odigo de rede ´e definido sobre um corpo fi-nito GF(2) e a transmiss˜ao ocorre em duas etapas, sendo que cada etapa tem durac¸˜ao de dois instantes de tempo (ou timeslot). Na primeira etapa, Figura 4.1(a), os usu´arios da rede transmitem suas pr´oprias informac¸˜oes para um des-tino comum e para o seu parceiro. J´a na segunda etapa, etapa de cooperac¸˜ao (4.1(b)), cada usu´ario transmite ao destino uma soma bin´aria (XOR) da sua informac¸˜ao com a informac¸˜ao do seu parceiro. A matriz de transferˆencia que descreve este sistema ´e

GBNC=  1 0 1 1 0 1 1 1  . (4.13)

Assumindo que os dois canais interusu´arios sejam rec´ıprocos, e que n˜ao ocorram falhas nestes canais, o que ocorre com probabilidade (1 − Pe), no destino chegar˜ao os pacotes I1, I2, I1⊕ I2e I1⊕ I2. Considerando que o destino realize MRC (do inglˆes maximum ratio combining) quando receber duas ou mais r´eplicas de uma mensagem, uma outage para I1⊕ I2ocorre se |h1,3,2|2+ |h2,3,2|2< H e com probabilidade PI1⊕I2≈

Pe2

2 [6, 27, 37].

Analisando a probabilidade de outage do Usu´ario 1, que ´e a mesma para o Usu´ario 2 devido `a simetria, um outage ocorre quando o destino n˜ao consegue recuperar o pacote I1 e ao menos um dos pacotes I2 ou I1⊕ I2. Portanto, a probabilidade de outage para o Usu´ario 1 ´e [23, 27]

(49)

4.3 DNC – Codificac¸˜ao de Rede Dinˆamica 49

(a) Etapa de difus˜ao. (b) Etapa de cooperac¸˜ao.

Figura 4.1: Sistema cooperativo com dois us´arios e codificac¸˜ao de rede bin´aria.

Entretanto, conforme analisado em [27], se compararmos este es-quema BNC que utiliza codificac¸˜ao de rede com o eses-quema DAF, que utiliza apenas roteamento, n˜ao ´e obtido ganho em termos de ordem de diversidade, uma vez que em ambos os casos esta ´e D = 2.

4.3 DNC – CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE DIN ˆAMICA

A codificac¸˜ao de rede dinˆamica (DNC, do inglˆes dynamic-network co-des) foi proposta por Xiao e Skoglund em [23] como sendo um c´odigo de rede n˜ao bin´ario sobre um corpo finito capaz de atingir uma ordem de diver-sidade maior quando comparado a sistemas n˜ao cooperativos ou a sistemas cooperativos que n˜ao empregavam codificac¸˜ao de rede. J´a em [26, 27], o DNC apresentou melhores resultados em relac¸˜ao ao BNC. Xiao e Skoglund inicialmente propuseram um cen´ario com dois usu´arios, mas em seguida os resultados foram generalizados para M usu´arios.

A Figura 4.2 ilustra um exemplo do funcionamento de um sistema com dois usu´arios que emprega a abordagem DNC, tamb´em analisada em [27]. O c´odigo de rede ´e definido sobre um corpo finito GF(4), e a transmiss˜ao ocorre em duas etapas, difus˜ao e cooperac¸˜ao. Na primeira etapa, Figura 4.2(a), cada usu´ario transmite sua pr´opria informac¸˜ao para um destino comum e para o seu parceiro. Na etapa seguinte, Figura 4.2(b), cada usu´ario coopera transmitindo uma combinac¸˜ao linear da sua informac¸˜ao com a informac¸˜ao recebida do seu parceiro. A matriz de transferˆencia que descreve este sistema ´e

GDNC=  1 0 1 1 0 1 1 2  . (4.15)

(50)

50 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS

(a) Etapa de difus˜ao. (b) Etapa de cooperac¸˜ao.

Figura 4.2: Sistema cooperativo com dois us´arios e codificac¸˜ao de rede n˜ao bin´aria.

Assumindo que os dois canais interusu´arios sejam rec´ıprocos, e que n˜ao ocorram falhas nestes, o que ocorre com probabilidade (1 − Pe), no des-tino chegar˜ao os pacotes I1, I2, I1 I2e I1 2I2. Se quaisquer dois pacotes entre os quatro transmitidos forem recebidos com sucesso pelo destino, este poder´a recuperar as informac¸˜oes I1e I2. Analisando a probabilidade de ou-tagepara o Usu´ario 1, que ´e equivalente para o Usu´ario 2, devido `a simetria, um evento de outage ocorre quando a transmiss˜ao do pacote I1na etapa de difus˜ao n˜ao pode ser decodificado pelo destino, e outros dois (ou trˆes) pacotes tamb´em n˜ao possam ser decodificados pelo destino. Este evento ocorre com probabilidade [23] PO= Pe 3 2  Pe2(1 − Pe) + Pe3  ≈ 3Pe3, (4.16)

onde 32 significa a combinac¸˜ao de dois ou trˆes pacotes, e esta aproximac¸˜ao ´e v´alida para regi˜oes de alta SNR.

A probabilidade de um usu´ario n˜ao conseguir decodificar com sucesso a informac¸˜ao do seu parceiro ´e Pe. Quando isto ocorre, o usu´ario retransmite sua pr´opria informac¸˜ao. No destino, ent˜ao, os pacotes recebidos s˜ao decodi-ficados. A probabilidade de outage ent˜ao ´e [23]

P1= 0.5Pe2. (4.17)

E a probabilidade de outage total para o Usu´ario 1 ´e dada por [23]

(51)

4.3 DNC – Codificac¸˜ao de Rede Dinˆamica 51

o que nos d´a uma ordem de diversidade D = 3. Para o caso em que os canais interusu´ario n˜ao s˜ao rec´ıprocos, sugere-se a leitura de [23, 27].

4.3.1 Expans˜ao do DNC

A expans˜ao do DNC para uma rede com M usu´arios feita em [23], ser´a brevemente descrita a seguir, ressaltando-se apenas os principais pontos. Para mais detalhes, sugere-se a leitura de tal referˆencia.

Para um sistema com M usu´arios, cada usu´ario da rede transmite M − 1 combinac¸˜oes lineares das informac¸˜oes recebidas na etapa de cooperac¸˜ao. Logo, a taxa deste sistema ´e dada por [27]

RDNC=

n´umero pacotes de informac¸˜ao n´umero total de pacotes =

M M2 =

1

M. (4.19)

Conforme demonstrado em [23], a probabilidade de todos os canais interusu´ario estarem em outage ´e PeM−1, e a ordem de diversidade alcanc¸ada por um sistema que emprega o DNC com M usu´arios ´e

DDNC= 2M − 1. (4.20)

O c´odigo DNC proposto em [23] ´e resultado da busca por uma matriz de transferˆencia que seja n˜ao-singular para todos os padr˜oes de erros poss´ıveis nos canais interusu´ario. No entanto, conforme o n´umero de usu´arios na rede cresce, aumenta-se a complexidade desta busca.

Os autores de [22] propuseram uma forma de encontrar um c´odigo DNC reduzindo a complexidade de construc¸˜ao deste. Tal reduc¸˜ao implica numa diminuic¸˜ao do desempenho, que pode ser minimizada com o aumento do corpo finito. `A medida que este corpo torna-se maior, apesar de a comple-xidade de operac¸˜oes realizadas a partir do c´odigo gerado aumentar, a piora no desempenho acaba sendo desprez´ıvel para um corpo suficientemente grande como [22] q≥M 2− 1 M− 1  . (4.21)

Em contrapartida, em [27] foi proposta a abordagem de codificac¸˜ao GDNC (do inglˆes generalized dynamic-network coding), que apresenta uma menor complexidade para a construc¸˜ao de c´odigos de rede, assim como um

(52)

52 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS corpo finito menor, capaz de alcanc¸ar ordem de diversidade e taxas de trans-miss˜ao mais elevadas quando comparadas `a abordagem DNC. O GDNC ser´a descrito com mais detalhes na pr´oxima sec¸˜ao.

4.4 GDNC – CODIFICAC¸ ˜AO DE REDE DIN ˆAMICA GENERALIZADA

O projeto de c´odigos de rede para sistemas cooperativos com m´ultiplas fontes sob a perspectiva da teoria cl´assica da codificac¸˜ao foi proposto em [27], como sendo uma generalizac¸˜ao da abordagem DNC, denominada codificac¸˜ao de rede dinˆamica generalizada ou GDNC (do inglˆes generalized dynamic-network coding). O autor associou a matriz de transferˆencia do c´odigo de rede `a matriz geradora de um c´odigo de bloco cl´assico corretor de apagamento sobre um corpo finito n˜ao bin´ario GF(q).

Mais especificamente, foi mostrado que se a matriz de transferˆencia de um sistema ´e uma matriz geradora de um c´odigo MDS (do inglˆes maximum distance separable), como por exemplo os c´odigos Reed-Solomon (RS) [39], sobre um corpo finito suficientemente grande, ent˜ao a m´axima ordem de di-versidade ´e alcanc¸ada sob a suposic¸˜ao de que ocorram poss´ıveis falhas nos links. A ordem de diversidade est´a relacionada `a distˆancia m´ınima de Ham-ming dos c´odigos RS, que satisfaz o conhecido limite de Singleton [39].

Para melhor ilustrar esta abordagem, a seguir temos um exemplo reti-rado de [27]. A Figura 4.3 apresenta um sistema com dois usu´arios, no qual cada usu´ario possui trˆes pacotes de informac¸˜ao independentes para transmi-tir (Figura 4.3(a)). Cada transmiss˜ao ocorre durante um instante de tempo. Portanto, para a etapa em que cada usu´ario difunde sua informac¸˜ao, s˜ao ne-cess´arios trˆes instantes de tempo, sende que o destino ao final desta etapa recebe seis pacotes de informac¸˜ao.

Na etapa de cooperac¸˜ao (Figura 4.3(b)), cada usu´ario transmite duas combinac¸˜oes lineares de toda a informac¸˜ao recebida na primeira etapa. Cada combinac¸˜ao linear transmitida ´e representada pelo s´ımbolom,t, no qual o ´ındice m representa o usu´ario e o ´ındice t representa o instante de tempo. A etapa de cooperac¸˜ao ocorre durante dois instantes de tempo, e ao final destes o destino ter´a recebido quatro pacotes formados por combinac¸˜oes lineares sobre um corpo finito GF(q), onde q = 2p(sendo p um n´umero inteiro maior que zero), realizadas pelos usu´arios. Por fim, ao final das duas etapas, o destino recebe dez pacotes, sendo que estes podem ser vistos como uma palavra-c´odigo de um palavra-c´odigo de bloco linear sistem´atico de taxa106 [27].

(53)

4.4 GDNC – Codificac¸˜ao de Rede Dinˆamica Generalizada 53

realizada em [27]. Considerando que todos os canais interusu´ario sejam rec´ıprocos, e todos os padr˜oes de outage, obteve-se

Po,1= PePf,1+ (1 − Pe)Pp,1≈ Pe4, (4.22) na qual, Pp,1≈ Pe5representa a probabilidade de outage para I1(1) dado que o canal interusu´ario n˜ao est´a em outage, enquanto que, Pf,1≈ Pe3representa o evento de outage da mensagem I1(1) no destino, que ocorre se a transmiss˜ao direta e se ambos os pacotes de paridade transmitidos pelo Usu´ario 1 n˜ao forem decodificados com sucesso. Portanto, a partir de (4.22) tem-se que a ordem de diversidade obtida pelo GDNC no sistema ilustrado na Figura 4.3 ´e DGDNC= 4. Com isso, podemos ver que a abordagem GDNC produz resultados superiores em termos de taxa e de ordem de diversidade quando comparada `a abordagem DNC ilustrada na Figura 4.2, de taxa 24e ordem de diversidade DDNC= 2.

(a) Cada usu´ario difunde seus trˆes pacotes de informac¸˜ao independentes.

(b) Cooperac¸˜ao entre os usu´arios da rede.

Figura 4.3: Sistema cooperativo com dois us´arios e codificac¸˜ao de rede dinˆamica generalizada. Adaptada de [27].

O autor ainda propˆos uma generalizac¸˜ao da abordagem GDNC para m´ultiplos usu´arios. O esquema GDNC para um cen´ario com M usu´arios ´e

(54)

54 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS dado por [27] EGDNC: I1(1) · · · I1(k1) P1(1) · · · P1(k2) I2(1) · · · I2(k1) P2(1) · · · P2(k2) .. . . .. ... ... . .. ... IM(1) · · · IM(k1) PM(1) · · · PM(k2) , (4.23)

onde Ij(t) corresponde ao pacote de informac¸˜ao (ou s´ımbolo) do usu´ario j, tal que j = 1, ..., M, no instante de tempo t da etapa de difus˜ao, sendo que t = 1, ..., k1. E ainda, Pj(t0) representa o pacote de paridade (ou s´ımbolo) enviado pelo usu´ario j no instante de tempo t0da etapa de cooperac¸˜ao, onde t0= 1, ..., k2. Portanto, k1corresponde ao n´umero de pacotes de informac¸˜ao independentes que cada usu´ario da rede possui para transmitir, enquanto que, k2representa o n´umero de pacotes de paridade compostos por combinac¸˜oes lineares que cada usu´ario ir´a transmitir.

Para o exemplo ilustrado na Figura 4.3, com k1= 3 e k2= 2, o es-quema GDNC ficaria da seguinte maneira

EGDNC: I1(1) I1(2) I1(3) P1(1) P1(2) I2(1) I2(2) I2(3) P2(1) P2(2) . (4.24)

Ressaltando que para esta representac¸˜ao em matriz, diferentemente do que foi apresentado na Sec¸˜ao (4.1), as linhas representam os usu´arios, enquanto que as colunas representam os pacotes de informac¸˜ao (ou de paridade) transmiti-dos e os instantes de tempo.

Al´em do que j´a foi descrito at´e aqui, alguns outros resultados im-portantes que foram obtidos em [27], servir˜ao como base para o pr´oximo cap´ıtulo, e ser˜ao brevemente citados a seguir. Para a abordagem GDNC, a taxa do c´odigo de rede ´e dada por [27]

RGDNC= k1 k1+ k2

, (4.25)

e o limite superior da ordem de diversidade, de acordo com o limitante de Singleton [27], ´e

DGDNC≤ k2M+ 1, (4.26)

mas que devido aos poss´ıveis erros nos canais interusu´arios, este limite n˜ao pode ser alcanc¸ado. Entretanto, o Teorema 5.4 de [27] diz que

(55)

4.5 C´odigos de Rede em Sistemas Cooperativos com Topologia em Linha 55

TEOREMA: Se uma matriz geradora sistem´atica de um c´odigo MDS com distˆancia m´ınima dmim= Mk2+ 1 ´e usada como matriz de transferˆencia do esquema GDNC, a diversidade DGDNC= M + k2´e garantida.

Sendo assim, c´odigos MDS foram projetados e obtidos a partir de c´odigos RS, para dois, trˆes ou M usu´arios utilizando o aplicativo SAGE [40]. Um dentre esses c´odigos obtidos em [27] ser´a utilizado na an´alise da aborda-gem GDNC para topologia de rede em linha feita no pr´oximo cap´ıtulo.

4.5 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS COM

TO-POLOGIA EM LINHA

Recentemente, em [26], os autores analisaram os c´odigos de rede BNC e DNC, os quais foram comparados `a transmiss˜ao TDD (do inglˆes, time-division duplex) para um sistema com trˆes usu´arios e um destino, e com to-pologia em linha. O modelo de sistema adotado assume m´ultiplos saltos, como est´a ilustrado na Figura 4.4, transmiss˜ao half-duplex e a utilizac¸˜ao do protocolo DAF.

1 2 3 4

Figura 4.4: Modelo do sistema com m ´ultiplos saltos. Adaptado de [26].

Os autores consideraram que a informac¸˜ao transmitida ´e ouvida ape-nas pelos usu´arios que est˜ao posicionados `a frente do n´o transmissor, e que as distˆancias entre os usu´arios s˜ao iguais, assim como as distˆancias entre cada usu´ario e o destino comum, portanto di, j= 1. Uma transmiss˜ao ´e dada como completa ao final de seis instantes de tempo. Os cen´arios adotados em [26] est˜ao ilustrados na Figura 4.5.

(56)

56 4 C ´ODIGOS DE REDE EM SISTEMAS COOPERATIVOS 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

(a) Transmiss˜ao com TDD. 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 (b) Transmiss˜ao com BNC. 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 (c) Transmiss˜ao com DNC.

Figura 4.5: Diferentes estrat´egias de transmiss˜ao. Adaptado de [26].

O c´odigo BNC foi projetado sobre o corpo finito GF(2), enquanto que o c´odigo DNC foi sobre o corpo finito GF(4). As matrizes de transferˆencia dos sistemas que utilizam BNC (Figura 4.5(b)) e DNC (Figura 4.5(c)) s˜ao, respectivamente, GBNC=   1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1   (4.27) e GDNC=   1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 2 2 0 0 1 0 0 2  , (4.28)

onde cada coluna da matriz representa uma transmiss˜ao que ocorre durante um instante de tempo.

O desempenho dessas trˆes abordagens foi analisado em termos de ga-nhos de diversidade. A probabilidade de outage e a ordem de diversidade foram associadas com o pacote de informac¸˜ao de cada usu´ario. Ou seja, os autores derivaram a probabilidade Pr{Fi} para outage do pacote de cada usu´ario i. Quando comparadas `as abordagens DNC e BNC, foi encontrado que para a abordagem BNC a ordem de diversidade associada a cada pacote de informac¸˜ao era a mesma, DI1= DI2= DI3= 2, o que resulta para o sistema

BNC uma ordem de diversidade global DBNC= 2.

Referências

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