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A paisagem mirandesa: uma leitura

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Academic year: 2021

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Estudos

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(Homenagem a

Antonio Mqria Moúrinho)

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na Fa:culdad,e d~ Letras: da ·universidade. çlo Porto: a :26 e.

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· .·.. . ·'à .Culrura.J.11irandesa. Em outros quin;?e . .esri.rdos:·são·tratádos · ·· ·. ... . . t.emas

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a Ün,gva· ._e· literatura inirai;ldesas; o ep.siho do : . · .,'inira:ridê~, a -~istqri~

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Estudos :mirandeses: balanço e orientações.

Homenagem a António Maria Mourinho

Granito Editores e Livreiros

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f1CI!A TÉ'CNICA

Título

Estudos mirandeses: balanço c orientaçàcs. Homenagem a António Maria Mourinho (Actas elo Colóquio internacional: Porto, 26 c 27 de Março de 1999) Coordenaçâ()

.José Francisco lvlcirinhos

@ Autores c Centro ele estudos mirandeses da Universidade do Porto.

hJIO do Copo

Largo do Toura!, Picote c. 1990 (foto Pedro Julião) Colecçâo

TextO~<; e estudos mirandeses (série EstudosJ ). Dirigicb por

l

E 1\leirinhos

Ld!lor

C_~ranito. Editores c Livrciro.s - Leia - Porto

Con1posiçúo e Grcrfi'smo

Barros. Fotomcc:ínica. Lda. - V. I\. G;lia /JII}Jressâo

Riagráfica, l "da. - Estarreja Dcrósito Legal n" 177712/02

Dezembro de 2000

Estudos milrandeses: balanço e orientações.

Homenagem a António Maria Mourinho

C Actas do Colóquio internacional: Porto, 26 e 27 de Março de 1999 )

Coordenação

José Francisco Meirinhos

Granito Editores e livreiros

(4)

uma cultura mais intensiva. É claro que haveria algumas culturas mais mercantilizáveis, con1o seja1n a oliveira, a vinha e a amendoeira, assim como o gado bovino detinha uma importância regional de assinalar (este gado geralmente era exportado para as Beiras onde lhe era dado o nome de gado ratinho), mas estes elementos eram utilizados, harmonizados e incorporados para a própria sobrevivência do sistema. As crises agrícolas das décadas de 70 e 80, sobretudo na oliveira e na vinha, vão trazer um novo fenón1eno - a en1igração, Quando as unidades produtivas vão deixar de poder dar resposta às necessidades do agregado irão utilizar-se, na região de Miranda como noutras, duas estratégias: prin1ciratnente, o alargamento da área cultivável através ela apropriação dos baldios (e Miranda é a região em que este fenómeno se dá mais tarde) e, pouco depois, a emigração sistemática.

O Inquérito de 1885 realizado pela Comissão Parlamentar para

o estudo da Emigração Portuguesa descreve-nos o concelho de Miranda

do Douro como tendo uma propriedade agrícola com uma superfície média de 2,5 ba. e como estando a processar-se o aumento da área cultivável através do arrotean1ento dos baldios, geraln1ente por compra ou, em n1enor parte, por aforan1ento, restando ainda cerca de metade da área do concelho. Não havia ainda uma proletarização tão acentuada con10 noutros concelhos, n1esn1o os jornaleiros tinhan1 sen1pre algun1a terra ainda, mas deslocavam-se comummente à Andaluzia por falta de trabalho en1 cettas épocas, dedicando-se à guarda ten1porária de gado, sobretudo bovino.

A en1igração sisten1ática para destinos 111ais longínquos vem logo a seguir, já faciliwda no nosso século pela utilização do can1inho de ferro que outra finalidade prática não teve, segundo Orlando Ribeiro, senão conduzir a este esvazian1ento den1ográfico estin1ulando a migração elos nordestinos para os grandes centros do país e exterior-nesta primeira fase o Brasil, e depois a França e a Alemanha. Vai ser esta cmigraçào cíclica e sistemática que vai pern1itir ou proporcionar a sobrevivência deste n1odclo rural, retirando, em sin1ultâneo, bocas a

alin1cntar do agregado e proporcionando <1 entrada de capitais para viabilizar o inviabilizávcl: o n1oclclo rural tradicionaL

240

Luísa Genésio

(Instituto Politécnico de Bragança)

A paisagem mirandesa-um.a leitura

"Planalto de granito agreste e estranho, abe110 aos ventos de Espanha (. .. ) Nessa mesa de gigantes, em que a toalha esburacada e

en1endada en1 grandes rcn1endos de n1uitas e variadas cores afirn1a a presenç_1111ais frequente do ser hun1ano, tudo aquilo que poderia dar uma escala hun1ana é absorvido e dilui-se en1 conjuntos de outra ordcrn de grandeza. Deve-se essa sensação, não só à configuração do terreno como à n1aneira larga con1o é feita a exploração da terra. Entre trechos de paisagcn1 brava, abrem-se grandes extensões de terrenos cultivados, amplas bordaduras dos povoados, cuja proximidade nos é dada por guardas avançadas de ncgrilhos tortuosos" (0.

Felgueiras, A. Araújo, C. Carvalho Dias). (Foto 1)

- "Subindo da oaruanta profunda por onde corre o Douro na ... - v v

fronteira, para Miranda, depara-se con1 u111a vasta superfície, lcven1cnte acidentada, através da qual a vista se espraia até longe. Colinas, lon1bas, vales superficiais secos durante a n1aior pattc do ano, não consegucn1 desfazer a regularidade desta chü n1onótona que se estende cm todas as clirecçôcs., (Viruílio Taborda). ( Foto 2) •. 1::'

.,com os olhos no rio c nos montes, silenciosos c indecifrávcis, as intcrrogaçües cn1ergen1, alteran1-sc, cruzan1-sc, renovam-se. Os olhos interrogativos sào, na verdade, con1o que as incxoráveis fontes de meditação sobre o Invisível, (Sanf Anna Dionísio).

"Contemplar a paisagem sob o ponto de vista da infinitude, leva-n1e a protestar contra o modo puran1entc utilitarista de contemplar a realidade. característica da ·visão técnico-científica dos dias de hoje., (1\. Assunto). i\ contcmplaç;;1o ela paisagem pode valorizar a bdeza como finalidade cm si, c não somente a utilidade elas coisas reais. A paisagem é um objecto estético, consequência da filosofi:t da Arte c d:t Natureza.

(5)

A lógica elementar do utilitarismo tem destruído n1uitas l''ll·,s·,t_U'.,I1s. C'Ill uct·ti )~ ~·L " - ~ . 1 \ cu ·ura lt l I e rnassas tem consequencias ' desastrc)sas.

242

A ;:\atureza tem um modo de fazer formas. Os secadais ele !\.·liranda adaptam-se sabiamente às formas geológicas gran iticas. aproveitando o agricultor a.'-i pedras par~l a constrlll,'~1o de rnuros.

(Fotos 3. 41

(6)

A ideia da paisagetn concebe-se con1o un1a forn1a da Natureza ao constituir-se como objecto estético. Admito a possibilidade da existência ele paisagens belas, propícias á existência do Hon1ern. Adniito que o belo natural se pode melhorar pela mão elos artistas.

A paisagen1 enquanto objecto estético provoca en1 nós reacções intelectuais ou sensoriais.

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244

Para desfrutar de un1a paisagen1, é necessária educação estética. A paisagen1 é o re.sultado de un1a orden1 ir11posta aos caos original, é un1 conceito cultural.

Cada paisagem tem uma leitura própria.

A memória dos lugares faz parte da men1ória do povo. A paisagem resulta por um lado ela econon1ia agrária que in1prime n1arG1s na região. O iVIiranclês é sobretudo criador de gado. Os Luneiros de regadio e de sequeiro são a nota dorninante nesta paisagem. A compartimentação dos carnpos é uma n1arca ela estrutura agr{tria de base. (Fotos 5. 6)

A paisagen1 resulta t~unbém de valores visuais que poden1 tornar-se mais visíveis pela mão elos artistas. (Foto 7)

FulO-Preservar uma paisagen1 é mais do que preservar o patrünónio natural ou construído. A história da paisagen1 n1ostra-a con1o un1a operação perceptiva, ou seja uma detenninaçào sócio-cultural.

Con10 paisagista tento ler estruturas essenciais ~1 fonna da paisagem e acentuá-las para poder torná-las visíveis en1 soluçôes estéticas ele ordenamento do território. I-lá elen1entos territoriais n1ais fortes que outros en1 tern1os ele organização espacial ou formal. O estudo da forma da paisagen1, da sua con1posição plástica é colocado em primeiro plano.

(7)

lnteressan1-11K' n:h> os fenórnenos en1 si, mas a forma con1o se 1nanifestam, se tornan1 visíveis. os efeitos que provocan1. A paisagen1 LVIiranc\esa manifesta-se em linhas horizontais que provocam un1a sensaçào de caln1a. O serpentear dos caminhos, os contornos suaves dos usos do solo contribuem rara a n1esma sensação. (Foto 8)

'"Visualizar é a capacidade de formar imagens mentais. O alfabeto visual pode procurar-se na Natureza. Existe uma sintaxe \'isual. Existem linhas gerais para estabelecer composiç:ôes. O alfabeto visual nunca poderá ser lógico como a linguagem_. pois não h{r regras absolutas ele composir;ào.·· (D.A. Donclis)

246

As forn1as mais abstractas. n1ais regula1nentaclas das actividades hun1anas sào alin1entadas ror forn1as rnais antigas, esrécie de rcmen1oraçJ.o viva, a tradição própria de cada un1a delas.

O viajante que percorra as paisagens de .í\'Iiranda verifica o rredomínio das linhas horizontais resultantes elas formas rLuülticas. (Foto 9)

Os campos têm urna geOinetria que retlecte as estruturas agr[n-i:as de base. A compartimentação elos c1n1pos, os rnuros. as sebes. os sisternas de afolhan1ento, os caminhos. as redes ele rega e drenagen1. reforçam aquela estrutura ele base.

A forma da paisagen1 lvlirandesa pode analisar-se con1 elen1entos bisicos do desenho - ponto, linha. plano. volUine: variáveis segundo vários asrectos - número. orientação. tan1anho. intervalo, textura. densidade. cor. ciclos sazonais. escala,

O ponto

Pontuar a paisagem result~l em obter sítios com n1ais força e dinan1ismo. O ponto provoca um pequeno mundo ~~ parte. urna

reten~:üo, o olhar é convidado a rarar. Iv1uitos acontecimentos podem

ser entendidos como pontos - árvores isolada.'"i, capelas isoladas. cruzamentos de caminhos. interrupçôes en1 certas imagens ( p. ex.

muros). etc. (Fotos 10. 11)

(8)

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248

Alinha

A linha encerra en1 si um n1ovimento1 uma dinân1ica, en1 oposição

ao ponto estático. A construção de paisagem ten1 un1 grafisn1o que afecta o seu carácter, e que eleve influenciar a n1aneira de construir. O

muro é uma linha dinân1ica con1 carácter n1uito próprio. (Foto 12) Na paisagen1 encontramos un1a infinidade ele linhas. Algut11as são estruturantes - linhas geomorfológicas (o planalto), linha de horizonte, linhas ele companimentaçào do solo, contornos ele diferentes usos elo solo, linhas de drenagem, linhas geológicas,

Os contornos dos diferentes usos elo solo tên1 significados fon11ais e funcionais.

A questão fulcral é entender até que ponto cada elemento depende do lugar que lhe é dado,

Plano

O plano original en1 que a paisagen1 se desenvolve ten1 a fonna de planalto. O grau de ocupação do território irá definir a tnaior ou menor variedade de planos. (n1onocultura vs policultura). Existe urna lógica na distribuição dos usos em torno da aldeia. As casas sào

rodeadas por planos ele hortas e lameiros de regadio, separados por planos verticais ou sebes de freixos, carvalhos ou outras árvores, seguen1-se os planos ou folhas de cereal e os secaclais e n1~üs longe os planos das matas, elos incultos e ela t1oresta, (Fotos 13, 14)

(9)

1-ow 11

Volume

:\a paLsagen1 os volwnes tên1 geotnetrias irregulares con1plexas.

As diferen~·as nas formas determinam os contrastes e a don1inâncüL

A gcoforma é invariante sendo. por isso. uma característica

estrutur~tnte da r~tisagcm.

hJto I~

250

Existe un1a dinân1ica geológica que deixa n1arcas n~t paisagen1 e

constitui o seu suporte físico (r<'oto 1 ))

(10)

As diferente:-; unidades geon1orfológicas (planalto) vale) têm dinân1icas próprias. O Hornen1 n1odifica a matéria prin1a, criando civilizações. Orlando Híheiro bla da civilização elo granito no Norte de Portugal. Cria-se un1a nova dinân1ica na paisagen1. Sensaçôes de n1ovin1ento estão presentes nestes volun1es. (Fotos 16. 17)

l'otu I~

Algumas notas conclusivas

A desorganização desta morfologia resulta numa desvalorização do todo; daí a in1portância de definir perímetros rurais ou de assegurar o ordenan1ento elo tenno da aldeia. A paisagen1 pode ser tratada com crudi(,;ào ao ser projectada de acordo por exemplo, com os ensinan1entos de Le Nôtre, ligando o "aqui ao alén1'', unindo os diferentes planos ela paisagen1 con1 eixos que provocam a sensaçlo

ele don1ínio e on1níprescnça. O viajante pode sentir~~ escala grandiosa ela paisagen1.

A complexidade desta paisag<ém resulta da multiplicidade ele relações entre as partes, que não s~lo claran1ente previsíveis.

O paisagista é sensível à surpresa na paisagen1 e acentua-a nas suas intervenções. Observar a paisagem à escala humana en1 busca

ele fonnas ordenadas, ele estruturas, faz-me sentir o choque de v{trias

ordens não conjugadas que provocam uma agrachivel desorden1. A ordem existente no ordenamento dos campos em torno da aldeia. nada tem a ver com a ordem existente no interior de un1a n1ata.

252

Con1o paisagista procuro as relações entre as partes. O projecto à escala ela paisagen1 é uma obra de autor. A transformação de urn facto físico nlllna experiência emocional deriva de um nível superior ela nossa capacidade ele abstracção.

A complexiclacle ela arquitectura paisagista depende das contradições encontradas que se associam com frequência à natureza topográfica elo terreno. Há padrões de construção que resolvem problemas semelhantes.

O carácter da paisagem é o conjunto coerente de un1a organização que transforn1a na tran1a única da sua soberania tanto o visível como o invisível.

A paisagen1 enquanto objecto estético necessita uma n1ediação <ll1Ística. É importante que nas soluções ele Ordenamento do Território, figure a solução estética de espaços particulares.

O projecto a grande escala desenvolve-se no n1undo abstracto da representação mental.

O reino das formas ünplica cruzan1entos entre o desejo de conhecer e o in1pulso artístico.

A crescente tendência de quantificação da paisagen1 tornou-se totaln1ente soberana, tendo assin1 havido perdas ele orden1 filosófica, poética e artística, na visão do mundo. A teoria dos ecossistemas ~ad~

diz sobre a componente cultural ela paisagen1. O belo nao e

quantificável. _ ~ .

A unidade fundan1ental é un1a questao estet1ca; a grande autoridade da ciência é talvez insuficiente para negar a existência de uma beleza fundan1ental e unificadora.

A paisagem pode observar-se por várias prisn1;::s. Se por ~1111

lado me interessa construir un1a solução estética con1 caracter operativo en1 planos ele orclenan1ento, tenho a noção de q:1e, para al~111, c~os

instrun1entos de análise, marcas de identidades c dif-erenças, pnnup1os de ordenação, existcn1 scn1clhanças murn1urantes nas coisas, sin1ilitudcs surdas qu~ indepcncientementc do pensamento formal, fornecem a matéria infinita ao pensamento artístico. O poeta é aquele que acitDa das diferenças nomeadas e previstas reencontra os parentescos subjacentes às coisas, ouve um discurso mais profundo.

Tern1íno com palavras ele Sant'Anna Dionísio: "Os olhos interrogativos são, na verdade) fontes ele meditação sobre o invisível. ..

(11)

Referências bibliográficas

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254

Referências

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