Salário
Salário. Definição. Formas de ajuste. Prêmios: produção e assiduidade
Comissões: comissionista puro e comissionista misto. Súmula 340 e OJ 397 do TST.
Salário in natura. Salário mínimo e salário mínimo estadual. LC 103/2000.
Salário profissional: Súmula 370 do TST. Salário normativo
SALÁRIO
Definição
Retribuição diretamente devida pelo
empregador em contraprestação da
energia pessoal disponibilizada pelo
SALÁRIO
Formas de CÁLCULO
UNIDADE TEMP0
O salário pode ser fixado
por
unidade de tempo
(
hora,
dia, semanal, quinzena,
mês
), não podendo apenas
ser superior a um mês. (Art.
459, CLT). Nesta forma de
contratação, o empregador
remunera o empregado pelo
tempo que este permanece
à sua disposição,
aguardando ou executando
ordens, sem importar o
resultado do trabalho. ;
UNIDADE PRODUÇÃO
o salário pode ser fixado
por
unidade de produção
(
comissões, percentagens,
unidade produzida
, etc.),
ou seja, neste caso o
empregador remunera não
o tempo que o empregado
ficou à disposição, mas o
resultado final do trabalho
do empregado.
MISTO: parte por UNIDADE
DE TEMPO; parte por
UNIDADE DE PRODUÇÃO
O EMPREGADO pode ser contratado
exclusivamente por unidade de produção,
desde que garantido o salário mínimo
Quais são os elementos que compõem o
salário?
Art. 457, §1º
e
Art. 458
C
L
T
Art. 457, §1º
C
L
T
SALÁRIO: Elementos
§ 1º - Integram o salário não só a
importância fixa
estipulada, como
também as
comissões, percentagens,
gratificações ajustadas
,
diárias para
viagens
e
abonos
pagos pelo
SALÁRIO: Elementos
Salário fixo:
contratado
para remunerar unidade de
tempo;
Comissões
: (1%, etc). A
isso a CLT denominava de
percentagem,
porque
comissão era um
ganho
fixo. Ex.: 1 produto de
beleza a cada 10
vendidos; 1
tuperware
a
cada determinado valor de
vendas; 1 produto de
beleza a cada montante
vendido
Salário básico/ fixo;
Comissões/percentagens;
Gratificações ajustadas;
OK-Prêmios;
Gratificações habituais
(13º. Salário) -
OK-
;
Diárias acima de 50%;
Abonos
SALÁRIO: Elementos
Prêmios
= salário
vinculado a produtividade
e eficiência do trabalhador;
é SALÁRIO-CONDIÇÃO;
Diárias
= verba fixa paga
de acordo com o número
de viagens;
Abono
= adiantamento
salarial; mas por vezes é
tratado como subsídio
monetário;
plus
salarial!
Salário básico/ fixo;
Comissões/percentagens;
Gratificações ajustadas;
OK-Prêmios;
Gratificações habituais
(13º. Salário) -
OK-
;
Diárias acima de 50%;
Abonos
PRÊMIOS =
Produção Assiduidade
Depende da atuação do empregado,
diferentemente da
gratificação
.
Se recebido, é salário!
Quem faz recebe horas
extras?
Caso concreto: trabalhador
que recebe: salário-hora +
prêmios (superior ao
salário mensal) e excede
do horário de trabalho
Recebe sim! Uma coisa é extrapolar horário
(art. 59 CLT), outra é o ajuste remuneratório
PRÊMIOS e
COMISSÕES
Prêmio é salário-condição. Pode ter mês que não receba.
Vincula-se à meta.
Comissão é forma de pagamento de salário, vinculada à
produção (unidade de obra ou de serviço). Vincula-se ao
resultado.
garantia salarial;
Súmula 340 do TST = as
comissões já remuneram todas
as horas recebidas. Então pelo
excesso à jornada legal é devido
apenas o adicional
Comissões
COMISSÕES – Súmula
340
Súmula 340 - Comissionista. Horas extras (Revisão
da Súmula nº 56 - Res. 40/1995, DJ 17.02.1995. Nova
redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003)
O empregado,
sujeito a controle de horário, remunerado à base de
comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50%
(cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras,
calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no
mês, considerando-se como divisor o número de horas
efetivamente trabalhadas.
COMISSÕES – Súmula 340 do
TST – Exemplos
Cálculo = hora trabalhada
Ex. 1: um vendedor remunerado com salário mensal recebeu R$. 2.500,00 como comissionista puro. Cumpriu jornada de 220 horas - sub mensais = jornada ordinária.
Esse salário remunerou toda a jornada, e cada hora trabalhada dele foi paga no importe de R$. 11,36
Ex.2: o mesmo vendedor, ganhou o mesmo valor, mas excedeu a jornada normal e trabalhou 60 horas extras.
O valor de R$. 2.500,00 remunerou todas as horas ordinárias = 220 + 60 = 280. Cada hora trabalhada custou R$. 8,92.
Todas as horas já estão pagas pela comissão. Mas, em relação às 60 horas extras, falta pagar o adicional. O adicional, considerado o percentual de 50%, é de
R$. 4,46.
Então, o cálculo será de R$. 4,46 x 60 = R$. 267,60. O empregador deverá pagar esse valor pelas horas extraordinárias.
Comissionista misto
OJ 397 da SDI-1
397. Comissionista misto. Horas extras. Base de cálculo.
Aplicação da Súmula nº 340 do TST. (DeJT 02/08/2010)
O empregado que recebe remuneração mista, ou seja, uma
parte fixa e outra variável, tem direito a horas extras pelo
trabalho em sobrejornada. Em relação à parte fixa, são
devidas as horas simples acrescidas do adicional de horas
extras. Em relação à parte variável, é devido somente o
adicional de horas extras, aplicando-se à hipótese o disposto
COMISSÕES – OJ 397
do TST - Exemplos
Ex. 1: um vendedor remunerado com salário mensal recebeu R$. 3.500,00, sendo R$. 1.000,00 fixo e mais R$. 2.500,00 de comissões. Cumpriu jornada de 220
horas mensais = jornada ordinária.
Esse salário remunerou toda a jornada, e cada hora trabalhada dele foi paga no importe de R$. 15,90. As comissões integram o salário repercutem em
dsr’s/férias/13º/inss/FGTS/aviso prévio etc
Ex.2: o mesmo vendedor, ganhou o mesmo valor, mas excedeu a jornada normal e trabalhou 60 horas extras. O valor de R$. 1.000,00 remunerou as 220 horas ordinárias. O empregado tem direito a 60 horas extraordinárias (hora normal + adicional) com base no salário fixo (R$.
1.000,00) = R$. 499,99.
E também, tem direito a 60 horas do adicional referente às comissões = 2.500,00 : 280 = R$. 8,92 x 50% = R$. 4,46 x 60= R$. 267,85
Comissionista misto = 60 horas extras da jornada fixa = R$. 499,99 60 horas de adicional pelas comissões = R$. 267,85
=
Salário “in natura”.
Além da importância em pecúnia, constitui salário, para
todos os fins, as parcelas que o empregador entrega ao
empregado
in natura
, ou seja, diferente de dinheiro. A
matéria é regida pelo art. 458 da CLT, assim redigido:
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por
fôrça do contrato ou do costume, fornecer
habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou
drogas nocivas.
Súmula 241 - Salário-utilidade. Alimentação (Res. 15/1985,
DJ 09.12.1985) O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.
Salário “in natura”
Entretanto, é relevante notar que no inciso I do §
2º em questão o legislador afirma que não é
salário a parcela in natura fornecida para o
trabalho.
Assim, se o bem é fornecido PARA o trabalho não
é salário in natura e se for fornecido PELO
trabalho (ou seja, em contraprestação ao serviço
recebido), então será salário in natura.
SUMULA 367 do TST
Salário
in natura
–
PARA
e
PELO
trabalho
367 - Utilidades "in natura". Habitação. Energia elétrica. Veículo. Cigarro. Não integração ao salário. (Conversão das
Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no
caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. (ex-OJs nº 131 - Inserida em 20.04.1998
e ratificada pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 e nº 246 -Inserida em 20.06.2001)
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. (ex-OJ nº 24 - Inserida em 29.03.1996)
• O § 2º do art. 458 da CLT foi alterado pela lei 10.243 de
19.06.2001 e passou a ter a seguinte redação:
– § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas
como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: – I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;
– II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
– III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;
– IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
– V – seguros de vida e de acidentes pessoais; – VI – previdência privada;
SUMULA 258 do TST
Salário
in natura
– CÁLCULO
258 - Salário-utilidade. Percentuais (Res. 6/1986, DJ
31.10.1986. Nova redação - Res. 121/2003, DJ
19.11.2003)
Os percentuais fixados em lei relativos ao
salário "in natura" apenas se referem às hipóteses em
que o empregado percebe salário mínimo,
apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade.
Como se formula o pedido? É de parcela principal ou
reflexos?
Salário Mínimo
Criado pelo Decreto-Lei 2.162/40, segundo o critério de
regionalização. O Decreto n. 89.589, de 26/04/1984 aboliu a
regionalização, criando o salário mínimo nacional
Salário mínimo (Sm) = a+b+c+d+e
a= alimentação;
b= habitação;
c= vestuário;
d= higiene;
e= transporte
Art. 81 da CLT LEI Nº 12.382, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2011: R$. 545,00Lei Estadual 15.624/2014 –
Variava entre R$. 905,00
(trabalhadores domésticos e outros) a
R$. 920,00
Lei Estadual 16.162/2016
1.000,00(trabalhadores domésticos
e outros)
R$. 1.017,00
Eram três
faixas, segundo
a categorização
de
trabalhadores
até 2014.
Agora são
duas!!
Então, não é
restrito a
servidor público
Foram alteradas as três faixas da Lei 12.640/2007, sendo que as funções do inciso II da Lei anterior foram incorporadas no inciso I
Categorização do salário mínimo
em São Paulo
Art. 1º. O artigo 1º da Lei nº. 12.640, de 11 de julho de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:
Artigo 1º. No âmbito do Estado de São Paulo, os pisos salariais mensais dos trabalhadores a seguir indicados ficam fixados em:
I – ***** para trabalhadores domésticos, serventes, trabalhadores agropecuários e florestais, pescadores, contínuos, mensageiros e trabalhadores de serviços de limpeza e conservação, trabalhadores de
manutenção de áreas verdes e de logradouros públicos, auxiliares de serviços gerais de escritórios, empregados não especializados do comércio, da indústria e de serviços administrativos, cumins, barboys, lavadeiros, ascensoristas, motoboys, trabalhadors de movimentação e
manipulação de mercadorias e materiais e trabalhadores não especializados de minas e pedreiras:
Categorização do salário mínimo em São Paulo
Art. 1º. O artigo 1º da Lei nº. 12.640, de 11 de julho de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:
Artigo 1º. No âmbito do Estado de São Paulo, os pisos salariais mensais dos trabalhadores a seguir indicados ficam fixados em: (...)
II – *****, para os operadores de máquinas e implementos agrícolas e florestais, de máquinas da construção civil, de mineração e de cortar e lavrar madeira, classificados de correspondência e carteiros, tintureiros,
barbeiros, cabelereiros, manicures e pedicures, dedetizadores, vendedores, trabalhadores de costura e estofadores, pedreiros,
trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas, de fabricacação e confecção de papel e papelão, trabalhadores em serviços de proteção e
segurança pessoal e patrimonial, trabalhadores de serviços de turismo, hospedagem, garçons, cobradores de transportes coletivos, barmen,
Lei Estadual 15.250/2013–
Art. 1º. O artigo 1º da Lei nº. 12.640, de 11 de julho de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:
Artigo 1º. No âmbito do Estado de São Paulo, os pisos salariais mensais dos trabalhadores a seguir indicados ficam fixados em: (...)
II – *****, para os administradores agropecuários e florestais, trabalhadores de serviços de higiene e saúde, chefes de serviços de
transportes e comunicações, supervisores de compras e de vendas, agentes técnicos em vendas e representantes comerciais, operadores de
estação de rádio e de estação de televisão, de equipamentos de sonorização e de projeção cinematográfica.
Salário Mínimo x Lei
Complementar 103/2000
Art. 1º Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V do art. 7º da Constituição Federal para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
O Artigo 1º da Lei Complementar 103/2000 não fere
competência privativa da União, prevista no Art. 22 da
CF/88?
Salário Mínimo x Lei Estadual
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Artigo 1º - O artigo 1º da Lei nº 12.640, de 11 de julho de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Artigo 1º - No âmbito do Estado de São Paulo, os pisos salariais mensais
dos trabalhadores a seguir indicados ficam fixados em: (...)
Então, é constitucional porquanto reflete competência legislativa residual do Estado
LEI Nº 14.394, DE 01 DE ABRIL DE 2011
Salário profissional
Lei 3.999/61 -Art 5º Fica fixado o salário-mínimo dos médicos em quantia igual a três vezes e o dos auxiliares a duas vezes mais o salário-mínimo
comum das regiões ou sub-regiões em que exercerem a profissão.
É aquele fixado por lei especial que regulamenta profissão
Lei 3.999/61: médicos e auxiliares da área médica
Lei 4.950/66: engenheiros , engenheiros-químicos,
arquitetos, agrônomos e veterinários
Lei 3.999/61 -Art 22. As disposições desta lei são extensivas aos cirurgiões dentistas, inclusive aos que trabalham em organizações sindicais.
Salário profissional médico
Art 8º A duração normal do trabalho, salvo acordo escrito que não fira de modo algum o disposto no artigo 12, será:
a) para médicos, no mínimo de duas horas e no máximo de quatro horas diárias;
b) para os auxiliares será de quatro horas diárias.
§ 1º Para cada noventa minutos de trabalho gozará o médico de um repouso de dez minutos.
§ 2º Aos médicos e auxiliares que contratarem com mais de um empregador, é vedado o trabalho além de seis horas diárias.
Então, o salário mínimo do médico é de, no mínimo 3 (três)
salários mínimos para 4 (quatro) horas de trabalho.
Salário mínimo profissional:
engenheiro/químico/arquiteto
veterinário
Art. 3º Para os efeitos desta Lei as atividades ou tarefas desempenhadas pelos profissionais enumerados no art. 1º são classificadas em:
a) atividades ou tarefas com exigência de 6 (seis) horas diárias de serviço;
b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6 (seis) horas diárias de serviço.
Parágrafo único. A jornada de trabalho é a fixada no contrato de trabalho ou determinação legal vigente.
Art. 5º Para a execução das atividades e tarefas classificadas na alínea a do art. 3º, fica fixado o base mínimo de 6 (seis) vezes o maior salário-mínimo comum vigente no País, para os profissionais relacionados na alínea a do art. 4º, e de 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo comum vigente no
Salário mínimo profissional:
engenheiro/químico/arquiteto
veterinário
Então, o salário mínimo para um contrato de 6 (horas) é de 6
(seis) salários mínimos, desde que o profissional seja
diplomado em curso com duração superior a 4 anos (Art. 4º,
letra
a
); ou de 5 salários mínimos, se o profissional for
diplomado em curso com duração inferior a 4 anos.
O que exceder de 4 horas (médico) ou 6 horas (engenheiro)
é considerado horas extras?
Jurisprudência: salário
profissional
370 - Médico e engenheiro. Jornada de trabalho. Leis nº 3.999/1961 e 4.950/1966. (Conversão das Orientações
Jurisprudenciais nºs 39 e 53 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não estipulam a jornada reduzida, mas apenas estabelecem o salário mínimo da categoria
para uma jornada de 4 horas para os médicos e de 6 horas para os engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à
oitava, desde que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias. (ex-OJs nos 39 e 53 - Inseridas respectivamente em
07.11.1994 e 29.04.1994)