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paradigma pesquisa

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Academic year: 2021

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(1)Prof. Ariovaldo Denis Granja. DEFINIÇÃO E PREPARAÇÃO DE DISSERTAÇÕES E TESES: DIRETRIZES GERAIS. INTRODUÇÃO Paradigma fenomenológico (ou interpretativo, explicativo) Paradigma positivista. Obs.: há outros paradigmas científicos como teoria crítica, construtivismo, etc.. 1.

(2) Delimitação  . O sucesso de uma dissertação/tese pode ser facilitado via planejamento prévio Fase de definição e preparação muitas vezes negligenciada. Discussão de fase anterior à proposta de pesquisa Não iremos abordar diretamente como elaborar uma proposta de pesquisa. Por que iniciar discutindo paradigmas?. Queremos ir além de uma discussão superficial sobre uma discussão do tipo “meu método é melhor do que o seu” Não é uma eleição sobre qual é melhor Queremos discutir a apropriação de métodos para a resolução de problemas e criação de conhecimento relevante em nossos campos. 2.

(3) Paradigmas “Realizações científicas universalmente reconhecidas que, por um certo tempo, fornecem problemas e soluções-modelo para uma comunidade de profissionais” (Kuhn, 1996) . Paradigmas fornecem uma estrutura contendo:   . Grupo aceito de teorias Métodos Maneiras de definir dados. Alguns Aspectos Filosóficos CARTESIANOS • Viés racional ou intelectual • Teorias por meio da razão, sem recorrer a observações ou experiências. EMPÍRICOS • Uso exclusivo da razão é inadequado. Observações e experiências essenciais para validação ou refutação de teorias. Kant (1934) – Crítica da Razão Pura: conhecimento está relacionado às experiências e visão de mundo do pesquisador. A compreensão do mundo apenas usando a razão é injustificável. 3.

(4) Suposições essenciais Fenomenologia. Nuanças. Positivismo. Mundo socialmente interpretado, exame de percepções de agentes humanos. SUPOSIÇÃO ONTOLÓGIA (visão de mundo, realidade). Mundo objetivo e externo ao pesquisador. Minimização da distância entre o pesquisador e o que está sendo pesquisado. SUPOSIÇÃO EPISTEMOLÓGICA (natureza do conhecimento, relação entre a realidade e pesquisador). Apenas fenômenos observáveis e mensuráveis constituem conhecimento válido. Normalmente amostras pequenas, uso de métodos diferentes de coleta e análise de dados para diferentes percepções dos fenômenos, compreensão da situação, busca de padrões. SUPOSIÇÃO METODOLÓGICA (técnica usada pelo pesquisador para investigar a realidade). Normalmente descrição de conceitos visando mensuração, concentração em fatos objetivos e formulação de hipóteses, busca de associações e relações de causalidade. Tendência concordo. discordo. dúvida. 1) Dados quantitativos são mais científicos do que os qualitativos 2) É importante declarar a hipótese antes da coleta de dados 3) Surveys (com entrevistas, questionários) são provavelmente a melhor maneira de se investigar questões que envolvam pessoas 4) Se um fenômeno não pode ser mensurado, ele não pode ser investigado 5) Um bom conhecimento de estatística é essencial para investigar questões que envolvam pessoas 6) Estudos de caso só devem servir de estudos piloto antes da realização da pesquisa principal 7) Usar a observação dos participantes não tem muito valor científico em pesquisas que envolvam pessoas 8) Experimentos de laboratório devem ser mais usados em sua área de conhecimento 9) É impossível gerar teoria durante o curso da pesquisa em minha área de conhecimento 10) Pesquisadores devem permanecer objetivos e independentes dos fenômenos sendo estudados (COLLIS; HUSSEY, 2005). 4.

(5) Qual Paradigma?. Há Paradigmas “certos” ou “errados”? Há tradição predominante em sua área de conhecimento? O paradigma adotado será determinado em parte pelo problema de pesquisa (lacuna de conhecimento) sendo investigado, e também pelas suposições assumidas pelo pesquisador. erro e viés nos resultados. Dilemas da escolha Data integrity (integridade dos dados): declaração precisa das variáveis, uma amostra relativamente grande, dados quantitativos para confiabilidade estatística, controle severo sobre pessoas, local da experiência, etc. Currency (aceitação): foco irrestrito de variáveis, observações em condições reais e naturais, onde amostras grandes, dados quantitativos e controle são difíceis de obter.. relevância contextual dos resultados (BONOMA, 2005). 5.

(6) Dilemas entre paradigmas Paradigma Fenomenológico Paradigma Positivista Tendência predominante em gerar e trabalhar com dados qualitativos. Tendência predominante em gerar e trabalhar com dados quantitativos. Utiliza amostras pequenas. Utiliza amostras grandes (generalização à população). Interesse em gerar teoria. Interesse em testar hipóteses. Dados subjetivos e plenos de significado. Dados específicos e precisos. Localização da análise é natural. Local da análise é artificial. Normalmente a confiabilidade (replicação) é baixa). Normalmente a confiabilidade (replicação) é alta). A validade normalmente é alta (captura o contexto). A validade normalmente é baixa (realidades simplificadas). Possível generalizar de um cenário a outro. Generaliza de amostra para população. (COLLIS; HUSSEY, 2005). Paradigmas e algumas estratégias normalmente associadas a eles Fenomenologia. Positivismo. Estudos de caso. Surveys. Pesquisa-ação. Estudos experimentais. Etnografia. Simulações controladas. Grounded Theory. Modelos. Delphi. etc.. etc.. 6.

(7) FORMULAÇÃO Dificuldades iniciais O que é uma tese? Elementos essenciais. Dificuldades iniciais  Exploração. do desconhecido  Exigência de esforço considerável: produto final às vezes incerto  Falta de motivação: investir tempo em algo cujo resultado é incerto?. 7.

(8) Dificuldades iniciais Relação entre meios utilizados e resultados obtidos. Método e dados. Resultados. Dificuldades iniciais (exemplo) Análise estatística de dados: normalmente descrição ou entendimento de tendência de comportamento Estudo de caso: pode esclarecer padrões detalhados de causa a efeito, porém normalmente não produz resultados generalizáveis (amostras) Escolha do método de pesquisa depende do tipo de resultado que o pesquisador se propõe a obter! Portanto, necessário se saber o mais cedo possível o que se está buscando!. 8.

(9) O que é uma dissertação/tese? . Um documento longo contendo resumo, métodos, resultados, etc.?. . Elementos de forma apenas: não definem o significado intelectual do trabalho. É uma proposição: avança uma idéia, hipótese ou proposição. Oferece um argumento: apresenta lógica para que o ponto de vista seja aceito. Sustenta o argumento: deve ser convincente – lógica e evidências. O que é uma dissertação/tese? Uma cronologia ou descrição de uma situação não é uma dissertação/tese (mas pode ser uma parte dela)  Um amplo estudo estatístico não é uma dissertação/tese (mas pode ser uma parte dela)  Um ensaio expressando opinião pessoal sobre um assunto não é uma dissertação/tese . 1 • Uma dissertação/tese propõe alguma coisa. 2 • Sugerem uma resposta para algum assunto ou questão. 3 • Tentam validar a resposta. 9.

(10) Elementos essenciais Qual é a questão?  Que método será utilizado para abordar a questão ou assunto?  Quais evidências podem ser buscadas?  Que lógica integra os itens acima? . Questão  . Dissertação/tese: questão que define o assunto em consideração => a contribuição ao conhecimento Pode-se pensar numa hipótese/proposição: ◦ Proposição: empresas de construção, de uma maneira geral, não possuem ferramentas explícitas bem definidas para a gestão do conhecimento e, por essa razão, grande parte do conhecimento existente em um dado momento é perdida quando os profissionais que o retêm deixam as empresas (rotatividade) ◦ Questão: como e onde se dá o processo de captura e reutilização do conhecimento obtido a partir do processo de assistência técnica em uma empresa de construção? (FANTINATTI, 2008). Dissertação/tese Primeiro formular a questão, daí respondê-la Pesquisador: formulador de questões cientificamente relevantes. 10.

(11) Questão . A prática: tende-se a definir a dissertação/tese em termos de um tópico ao invés de questão. Aplicação de custeio-meta na construção civil  Gestão do conhecimento na assistência técnica  Aplicação de opções reais na construção civil . . São tópicos de pesquisa, porém não definem uma dissertação/tese “Os sistemas dinâmicos podem ser aplicados em análises sobre desenvolvimento sustentável?” – é uma questão válida?. Como encontrar uma questão? . Revisão de literatura: ◦ Entender os fatos do assunto escolhido ◦ Não repetir o que outros já fizeram, nem muito menos ignorar as contribuições e dados disponibilizados ◦ Fontes de dados disponíveis (coletar dados consome muito tempo, custa $) ◦ Entender as teorias relevantes ao assunto (entender as maneiras diferentes e opostas como tratam problemas – contrapontos!). 11.

(12) Como encontrar uma questão? (cont.) . Revisão de literatura: ◦ Familiarizar-se com:  Referências mais significativas no assunto, e métodos mais utilizados  No começo do trabalho: escolha deliberada entre diferentes caminhos alternativos  Ao final do trabalho: lidar com críticas relacionadas a outras abordagens Uma boa revisão de literatura:. 1. Quais são as melhores referências no campo de conhecimento? 2. Quais são as idéias opostas (contrapontos)? Quais referências as explicam melhor?. . Revisão de literatura: ◦ Procedimento sistemático. FONTE: BENEDIKT, M. Value and psychological economics: an outline. in: BENEDIKT, M. ; NAJARIAN, S. ; STONE, J. (Ed.). Center 10 / Value - Architecture and Design in America. Austin, Texas: MPress, 1997. p. 52-61. Qual foi o objetivo do estudo e como ele se distingue de outros estudos e de minha própria pesquisa? Como a pesquisa foi realizada e como ela difere de outros estudos e de minha própria pesquisa?. Quais foram as descobertas e como elas diferem de outros estudos e de minha própria pesquisa?. Criticar. Não registrar ou descrever o trabalho de outras pessoas apenas e tão somente. Elaborar uma crítica mostrando pontos positivos e negativos de outra pesquisa, e ao avaliar outros estudos e teorias com relação ao seu próprio estudo.. Desenvolver uma teoria sobre valor, englobando seus aspectos éticos, estéticos e econômicos.. O autor (ARQUITETO) evita o desenvolvimento de um formalismo matemático sobre o conceito de valor. Emprega para isso uma linguagem “quase-formal” - desenvolve um conjunto restrito de conceitos e palavras, empregando ocasionalmente algum formalismo matemático elementar. O autor argumenta que esta abordagem possibilita organizar a complexidade sobre as percepções e sentimentos sobre o valor. Psicoeconomia: dinheiro faz parte de um sistema mais amplo composto de bens psicológicos ou símbolos, todos sufocados e oprimidos por um sistema de bens materiais e serviços que chamamos de economia. Os símbolos na psicoeconomia incorporam, transmitem e criam valor no sentido mais amplo. Eles promovem o acréscimo ou decréscimo da riqueza e longevidade de vidas humanas. O dinheiro é apenas um destes símbolos. Ele é importante, mas não é o único símbolo pelo qual se obtém a liberdade, juntamente com o tempo, o mais (lightest) dos bens. Mercado de símbolos na psicoeconomia: (i) valor será indicado pelo preço, (ii) preço dependerá não só da capacidade em melhorar a vida de seus produtores e consumidores, mas também do grau de competição no provisionamento do bem. O mercado como lugar, e não como entidade abstrata: analogia com as transações econômicas em um mercado de pulgas, em mercados de peixe, mercados informais: interação entre pessoas, leilões de preço, diálogos, etc. Uma farmácia moderna não é assim, por que? Visão de Benedikt: valor é aquilo que melhora a vida. Economia moderna: ceteris paribus, o preço de alguma coisa não está relacionado apenas à sua utilidade absoluta, mas também à quantidade de utilidade adicional, ou marginal, proporcionada. A utilidade marginal nunca cai a zero quando a base de cálculo é a meta móvel do que é o suficiente; ela é apenas adiada, para não dizer evitada. Estratégia para se adiar a busca pela satisfação plena: progresso pode ser feito numa escala mais refinada, representada por uma nova sensibilidade ao detalhe. Uma busca pelo requinte, pelo detalhe artesanal, em direta contraposição à supremacia da concepção econômica do termo valor; 1. Qual a relação desta visão com o princípio de valor do Lean Thinking? Valor definido a partir do anseio do cliente; 2. E a concepção de valor a partir do produtor do bem ou serviço? 3. Atendimentos de telemarketing: stress absoluto por parte dos atendentes, tudo para que o. 12.

(13) Método Ter um método apropriado para responder à questão não é tão óbvio como parece  Seleção de métodos por razões tangenciais: possuir um programa para análise estatística, ler muito sobre um método específico, ou simplesmente gostar de algum método . Seleção método. Tipos de resultados que cada um proporciona. Resultados respondem à questão de pesquisa?. Método: deve-se ser específico, ex.: Otimização (amplo) – Programação linear (específico) Antes de se comprometer com um método: estará confiante em utilizá-lo efetivamente? Há condições de estudá-lo e aprendê-lo a tempo?. Evidências    . . Defesa de uma dissertação/tese: corroborar argumentos com fatos – e não porque desejaria que assim fosse Difícil: evidências exigem dinheiro, tempo e esforço Obstáculos: dados sigilosos, podem ajudar o concorrente, podem constranger terceiros Podem comprometer o prazo!. Estratégia mais segura: assegurar-se de que um mínimo de evidências já estão à disposição . Problemas em completar o trabalho por falta de evidências refletem uma má formulação da dissertação/tese – não é uma desculpa válida para um trabalho fraco. 13.

(14) Lógica . Finalmente: integrar o método e as evidências para sustentar as proposições/hipóteses ◦ Quais critérios mostrarão que se respondeu a questão? ◦ Perguntar-se: que resultados serão obtidos aplicando-se o método selecionado às evidências disponíveis? ◦ Estes resultados serão suficientes para apoiar o argumento inicial? Se não forem: necessário revisar a questão ou o método para que sejam logicamente compatíveis. Lógica: necessária para convencer terceiros Lógica: deve ser ajustada à audiência (ex. apresentação perante banca x palestra público leigo). LISTA DE VERIFICAÇÃO Questão Método Evidências Lógica. 14.

(15) Questão      . Definiu-se proposição/hipótese, uma questão, ou uma argumentação sobre um assunto? Esta hipótese/proposição é refutável? A questão possui diferentes respostas? Quem estará interessado em responder à questão? Como esta audiência em potencial entende o assunto no presente? (estado da arte?) Como a questão formulada está relacionada aos interesses desta audiência? Você próprio está motivado a responder a questão?. Método Especificamente, qual é o método proposto?  Você já sabe como aplicar este método?  Você dispõe dos recursos necessários para aplicar este método? (tempo para estudá-lo e aprendê-lo, o equipamento ou programa necessário, os recursos financeiros para adquiri-lo? . 15.

(16) Evidências Que tipo de dados o método e questão formulados requerem?  “Quanto” destas evidências já está disponível?  Qual é o grau de certeza de se obter os dados necessários dentro do prazo da dissertação/tese? Que obstáculos podem dificultar a obtenção dos dados necessários?  Há um “plano B” de tal forma que seja possível completar o trabalho mesmo que não seja possível obter estes dados? . Lógica Que lógica será utilizada para corroborar/refutar a hipótese/proposição?  Que tipo de resultados são esperados da aplicação do método proposto às evidências?  O que a audiência já sabe (ou acredita) sobre o assunto?  Que lógica você irá utilizar para convencê-la a sair de onde está agora, e aceitar a mensagem que você passará a eles? . 16.

(17) Exercício formulação dissertação/tese (2 páginas) Questão ou tópico principal  Um ou dois métodos que serão utilizados para testar ou elaborar a hipótese/proposição  As evidências ou dados disponíveis para sustentar a resposta  A viabilidade da abordagem dentro do tempo e recursos disponíveis  A lógica por meio da qual a argumentação principal do trabalho será estabelecida . Palavra final  . . Uma dissertação/tese: experiência produtiva e de realização na vida de um pesquisador Oportunidade de se exercitar a criatividade, de integrar habilidades, de oferecer uma contribuição real à ciência e à sociedade Um meio de se demonstrar para si mesmo e para o mundo que se atingiu um nível respeitável de maturidade científica e profissional. 17.

(18) Referências BONOMA, T.V. Case research in marketing: opportunities, problems, and a process. Journal of Marketing Research, v. XXII, p. 199-208, may 1985. COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em administração. 2 ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2005. 349 p. DE NEUFVILLE, R. Thesis definition and preparation: some general guidelines Cambridge, MA, 1998. 53 p. DENZIN, N.K. The research act: a theoretical introduction to sociological methods. Chicago: Aldine, 1970. FELLOWS, R. ; LIU, A. Research methods for construction. 2 ed. : Blackwell Science, 2005. 262 p. KUHN, T. The structure os scientific revolutions. Chicago: The University of Chicago Press, 1996. SÖDERLUND, J. Building theories of project management: past research, questions for the future. International Journal of Project Management, [S.l.], v. 22, p. 183-191, 2004.. 18.

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