• Nenhum resultado encontrado

Distribuições temperadas e calculo estocastico

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Distribuições temperadas e calculo estocastico"

Copied!
84
0
0

Texto

(1)Universidade Estadual de Campinas Instituto de Matem´atica, Estat´ıstica e Computa¸ca˜o Cient´ıfica Departamento de Matem´atica. Disserta¸c˜ ao de Mestrado. Distribui¸ co ˜es Temperadas e C´ alculo Estoc´ astico por. Luis Roberto Lucinger de Almeida. †. Mestrado em Matem´atica - Campinas - SP. Orientador: Prof. Dr. Pedro Jos´ e Catuogno. †. Este trabalho contou com apoio financeiro da CAPES.

(2) i.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO IMECC DA UNICAMP Bibliotecária: Maria Júlia Milani Rodrigues. Almeida, Luis Roberto Lucinger de AL64d. Distribuições temperadas e cálculo estocástico / Luis Roberto Lucinger de Almeida -- Campinas, [S.P. :s.n.], 2008. Orientador : Pedro José Catuogno Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica. 1. Análise estocástica. 2. Teoria das distribuições (Análise funcional). 3. Processo estocástico. I. Catuogno, Pedro José. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica. III. Título.. Título em inglês: Tempered distributions and stochastic calculus. Palavras-chave em inglês (Keywords): 1. Stochastic analysis. 2. Functional analysis. 3. Stochastic processes. Área de concentração: Análise Matemática Titulação: Mestre em Matemática Banca examinadora: Prof. Dr. Pedro José Catuogno (IMECC-UNICAMP) Prof. Dr. Edson Alberto Coayla Teran (UFBA) Prof. Dr. Paulo Regis Caron Ruffino (IMECC-UNICAMP) Data da defesa: 17/03/2008 Programa de pós-graduação: Mestrado em Matemática. ii.

(4) iii.

(5) AGRADECIMENTOS ` minha fam´ılia, que sempre me apoiou e sempre me deu suporte em todos os A momentos da minha vida. ` minha noiva Bianca, por ficar do meu lado todo esse tempo, e mesmo assim ainda A querer se casar comigo. Aos amigos que fiz nesses anos, pelo apoio acadˆemico, pela amizade espetacular e, principalmente, pela companhia. Em particular, Thiago F. F., Ricardo M. M., Durval J. T., Adilson E. P., Mazilio C. M.. Em especial, aos que moraram ou ainda moram comigo, Mauricio Y. M., Diogo D. S. S., Welington V. A., Jo˜ao P. B., Anderson L. A. A., Lino A. S. G., Mateus A., Mayk V. C.. ` todos os professores com que tive contato, em especial ao meu orientador, por A sua sabedoria tanto como matem´atico quanto como orientador, e, principalmente, pela grande pessoa que ´e. Aos funcion´arios do Imecc, principalmente aos da secretaria de p´os-gradua¸ca˜o. E `a todos aqueles que me ajudaram, direta ou indiretamente, MUITO OBRIGADO!. iv.

(6) Resumo Nessa disserta¸ca˜o, demonstraremos uma f´ormula de Itˆo para distribui¸co˜es temperadas, ou seja, para uma distribui¸ca˜o F em S 0 . Para tanto, apresentaremos a teoria das distribui¸co˜es temperadas e do c´alculo estoc´astico necess´aria para esta finalidade.. v.

(7) Abstract In this work, we will prove an Itˆo formula for tempered distributions, that is, for a distribution F in S 0 . To achieve this, we will introduce the theory of tempered distributions and of stochastic calculus that will be needed.. vi.

(8) ´Indice Introdu¸c˜ ao. 1. 1 Distribui¸c˜ oes temperadas. 2. 1.1. Espa¸cos localmente convexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2. 1.2. Espa¸co de Fr´echet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 9. 1.3. O espa¸co de Schwartz e as distribui¸co˜es temperadas . . . . . . . . . . . . . 11. 1.4. Fun¸co˜es de Hermite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17. 2 Probabilidade e c´ alculo estoc´ astico. 28. 2.1. Conceitos b´asicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28. 2.2. Movimento Browniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31. 2.3. F´ormula de Itˆo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34. 2.4. Integra¸c˜ao estoc´astica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. 3 Uma f´ ormula de Itˆ o para as distribui¸co ˜es temperadas. 42. 3.1. Ru´ıdo branco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42. 3.2. A transformada S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46. 3.3. Fun¸co˜es generalizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51. 3.4. Composi¸ca˜o com distribui¸c˜oes temperadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54. 3.5. Lema de Itˆo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61. A Apˆ endice. 66. A.1 Resultados sobre polinˆomios de Hermite, e um resultado de K. Itˆo . . . . . 66 A.2 Espa¸cos de Sobolev e convolu¸co˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 vii.

(9) ´ INDICE. Bibliografia. viii. 74.

(10) Introdu¸ c˜ ao Kyosi Itˆo (1915 - ) ´e um matem´atico japonˆes que, em 1951, introduziu a famosa f´ormula de Itˆo, que pode ser interpretada como uma vers˜ao do teorema fundamental do c´alculo e possui aplica¸c˜oes tanto em matem´atica e probabilidade, quanto em economia. No primeiro cap´ıtulo, introduziremos um pouco da teoria das distribui¸c˜oes temperadas, que ´e o dual do espa¸co de Schwartz das fun¸co˜es de r´apido decaimento. Come¸caremos com os espa¸cos vetoriais topol´ogicos e algumas de suas propriedades, e, terminaremos com os teoremas de representa¸ca˜o para o espa¸co de Schwartz e as distribui¸co˜es temperadas, onde se far´a necess´aria um pouco da teoria das fun¸co˜es de Hermite. No cap´ıtulo seguinte, apresentaremos a teoria probabil´ıstica necess´aria para o c´alculo estoc´astico. Al´em disso, introduziremos o processo conhecido como movimento Browniano e alguns resultados do c´alculo estoc´astico que utilizaremos para a demonstrar a f´ormula de Itˆo e a integral de estoc´astica. No terceiro e u ´ltimo cap´ıtulo, introduziremos os conceitos b´asicos da teoria do ru´ıdo branco (White Noise Analysis) e daremos a defini¸ca˜o da composi¸ca˜o de uma distribui¸c˜ao temperada com um movimento Browniano, baseado na expans˜ao das distribui¸c˜oes temperadas tratada no primeiro cap´ıtulo. Por fim, demonstraremos uma extens˜ao da f´ormula de Itˆo, devido `a A. Russek [12] e I. Kubo [4], para distribui¸co˜es temperadas. Por fim, no apˆendice, apresentaremos brevemente a teoria dos espa¸cos de Sobolev, convolu¸c˜ao e algumas propriedades dos polinˆomios de Hermite.. 1.

(11) Cap´ıtulo 1 Distribui¸ co ˜es temperadas Neste cap´ıtulo, introduziremos o espa¸co de Schwartz, as distribui¸co˜es temperadas e algumas de suas propriedades. Al´em disso, demonstraremos seus respectivos teoremas de representa¸ca˜o, onde est˜ao envolvidas as fun¸c˜oes de Hermite. Tais espa¸cos ser˜ao muito importantes no desenvolvimento do cap´ıtulo 3.. 1.1. Espa¸cos localmente convexos. Aqui, apresentaremos os espa¸cos vetoriais topol´ogicos e algumas de suas propriedades elementares. Defini¸c˜ ao 1.1.1 Seja V um espa¸co vetorial sobre R ou C. Uma aplica¸ca˜o ρ : V → [0, ∞) ´e dita uma seminorma em V se possui as seguintes propriedades: (i) ρ(x + y) ≤ ρ(x) + ρ(y); (ii) ρ(αx) = |α|ρ(x); para quaisquer x, y ∈ V e α ∈ R (ou C). Sejam A um conjunto de ´ındices qualquer e {ρα }α∈A uma fam´ılia de seminormas tal que: (iii) ρα (x) = 0, para todo α ∈ A, implica x = 0. Dizemos que tal fam´ılia separa pontos. 2.

(12) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 3. Defini¸c˜ ao 1.1.2 Um espa¸co localmente convexo ´e um par (X, {ρα }α∈A ) onde X ´e um espa¸co vetorial (sobre R ou C) e ρα ´e uma fam´ılia de seminormas em X que separa pontos. A topologia natural num espa¸co localmente convexo ´e a topologia mais fraca, na qual todas as seminormas ρα s˜ao cont´ınuas. Nesta topologia, a opera¸c˜ao de adi¸ca˜o tamb´em ´e cont´ınua. Por exigirmos que, num espa¸co localmente convexo, as seminormas separem pontos, temos o seguinte resultado: Proposi¸c˜ ao 1.1.3 A topologia natural num espa¸co localmente convexo ´e Hausdorff. Demonstra¸c˜ao:. Trivial.. . Defini¸c˜ ao 1.1.4 Na topologia natural de um espa¸co localmente convexo (X, {ρα }α∈A ), a base de vizinhan¸cas do 0 ´e formada pelos conjuntos {Nα1 ,···,αn ;ε | α1 , . . . , αn ∈ A; ε > 0}, onde Nα1 ,···,αn ;ε = {x ∈ X | ραi (x) < ε, i = 1, · · · , n}. Proposi¸c˜ ao 1.1.5 Uma rede (xλ )λ∈Λ converge para x ∈ X se, e somente se, ρα (xλ − x) converge para 0, para todo α ∈ A. Demonstra¸c˜ao: Basta observar que se N ´e uma vizinhan¸ca do 0, ent˜ao o conjunto x+N = {x + y | y ∈ N } ´e uma vizinhan¸ca de x.  Defini¸c˜ ao 1.1.6 Uma rede (xλ )λ∈Λ num espa¸co localmente convexo X ´e dita ser de Cauchy quando para todo ε > 0, e cada seminorma ρα , exitir λ0 ∈ Λ tal que ρα (xλ − xλ0 ) < ε se λ, λ0 ≥ λ0 . X ´e dito completo quando toda rede de Cauchy converge. Defini¸c˜ ao 1.1.7 Duas fam´ılias de seminormas {ρα }α∈A e {dβ }β∈B num espa¸co vetorial X s˜ao ditas equivalentes se elas geram a mesma topologia. Proposi¸c˜ ao 1.1.8 Sejam {ρα }α∈A e {dβ }β∈B duas fam´ılias de seminormas num espa¸co vetorial X. S˜ao equivalentes: (a) {ρα }α∈A e {dβ }β∈B s˜ao fam´ılias equivalentes de seminormas;.

(13) ˜ 1.1 • Espa¸ SEC ¸ AO cos localmente convexos. 4. (b) Cada ρα ´e cont´ınua na topologia gerada pela fam´ılia {dβ }β∈B e cada dβ ´e cont´ınua na topologia gerada pela fam´ılia {ρα }α∈A ; (c) Para cada α ∈ A, existem β1 , · · · , βn ∈ B e C > 0 tais que, para todo x ∈ X, ρα (x) ≤ C(dβ1 (x) + · · · + dβn (x)), e para cada β ∈ B, existem α1 , · · · , αm ∈ A e D > 0 tais que, para todo x ∈ X, dβ (x) ≤ D(ρα1 (x) + · · · + ραm (x)). Demonstra¸c˜ao:. ´ f´acil ver que (a) ⇔ (b). E. (b) ⇒ (c) Como cada ρα ´e cont´ınua na topologia gerada por {dβ }β∈B , segue que dados α ∈ A e δ > 0, existe uma vizinhan¸ca Nβ1 ,···,βn ;ε ⊂ X tal que se y ∈ Nβ1 ,···,βn ;ε , ent˜ao ρα (y) < δ. Dado x ∈ X, considere y=. ε x . 2 dβ1 (x) + · · · + dβn (x). Logo, y ∈ Nβ1 ,···,βn ;ε , e assim, ρα (y) < δ, donde segue que ρα (x) ≤ C(dβ1 (x) + · · · + dβn (x)). A desigualdade para dβ se mostra de maneira an´aloga. (c) ⇒ (b) Sejam x0 ∈ X e ε > 0. Sejam C > 0 e β1 , · · · , βn ∈ B tais que ρα (x − x0 ) < C(dβ1 (x − x0 ) + · · · + dβn (x − x0 )), para todo x ∈ X. Como cada dβi ´e cont´ınua na topologia gerada por {dβ }β∈B , segue que, para cada i ∈ {1, · · · , n}, existe vizinhan¸ca Vxi 0 de x0 em X tal que dβi (x − x0 ) < para todo x ∈ Vxi 0 . Assim, tomando Vx0 =. Tn. i=1. ε , nC. Vxi 0 segue que. ρα (x − x0 ) < ε, para todo x ∈ Vx0 . Portanto, cada ρα ´e cont´ınua na topologia gerada por {dβ }β∈B . Analogamente, cada dβ ´e cont´ınua na topologia gerada pela fam´ılia {ρα }α∈A .. .

(14) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 5. Defini¸c˜ ao 1.1.9 Seja {ρα }α∈A uma famil´ıa de seminormas num espa¸co vetorial V . Dizemos que ρα ´e uma fam´ılia dirigida de seminormas se, para quaisquer α, β ∈ A existir γ ∈ A e C > 0 tais que ρα (x) + ρβ (x) ≤ Cργ (x), para todo x ∈ V . Observa¸c˜ ao 1.1.10 Se {ρα }α∈A ´e uma fam´ılia dirigida, ent˜ao os conjuntos da forma {x | ρα (x) < ε}, onde α ∈ A e ε > 0 formam uma base de vizinhan¸cas do 0. Proposi¸c˜ ao 1.1.11 Seja (X, {ρα }α∈A ) um espa¸co localmente convexo. Ent˜ao, existe uma fam´ılia dirigida de seminormas {dF }F ∈B que ´e equivalente `a fam´ılia {ρα }α∈A . Demonstra¸c˜ao: Seja B = {F ⊂ A | F ´e finito} e defina, para cada F ∈ B, dF = P encia se segue da Proposi¸c˜ao 1.1.8, observando que cada dF ´e cont´ınua α∈F ρα . A equivalˆ na topologia gerada por {ρα }α∈A , e vice-versa. Para mostrar que {dF }F ∈B ´e dirigida, basta ver que, dados E, F ∈ B, tem-se dE (x) + dF (x) ≤ dE∪F (x), para todo x ∈ X.  Sabemos que uma aplica¸ca˜o linear entre espa¸cos normados ´e cont´ınua se, e somente se, ´e limitada. Aqui, temos um resultado similar: Teorema 1.1.12 Sejam (X, {ρα }α∈A ) e (Y, {dβ }β∈B ) espa¸cos localmente convexos. Uma aplica¸c˜ao linear T : X → Y ´e cont´ınua se, e somente se, para qualquer β ∈ B, existem α1 , · · · , αn ∈ A e C > 0 tais que dβ (T (x)) ≤ C(ρα1 (x) + · · · + ραn (x)), para todo x ∈ X. Demonstra¸c˜ao: (⇒) Seja β ∈ B. Como T (0) = 0, T ´e cont´ınua e V = {y ∈ Y | dβ (y) < 1} ´e vizinhan¸ca de 0 ∈ Y , segue que existe uma vizinhan¸ca U de 0 ∈ X tal que T (U) ⊂ V. Sejam α1 , · · · , αn ∈ A e ε > 0 tais que U = Nα1 ,···,αn ;ε . Dado x ∈ X, segue que x=. ε x ∈ U, 2 ρα1 (x) + · · · + ραn (x).

(15) ˜ 1.1 • Espa¸ SEC ¸ AO cos localmente convexos. 6. e portanto, T (x) ∈ V, isto ´e, dβ (T (x)) ≤ C(ρα1 (x) + · · · + ραn (x)), onde C = 2ε . (⇐) Sejam x ∈ X e (xλ )λ∈Λ uma rede que converge para x. Logo, para qualquer β ∈ B, temos dβ (T (xλ ) − T (x)) ≤ C(ρα1 (xλ − x) + · · · + ραn (xλ − x)) → 0. Ent˜ao, T (xλ ) → T (x), mostrando que T ´e cont´ınua em x.. . Corol´ ario 1.1.13 Se a fam´ılia {ρα }α∈A for dirigida, T ´e cont´ınua se, e somente se, para qualquer β ∈ B, existem α ∈ A e D > 0 tais que dβ (T (x)) ≤ Dρα (x), para todo x ∈ X. Defini¸c˜ ao 1.1.14 Seja V um espa¸co vetorial. Dizemos que um subconjunto C ⊂ V ´e (i) convexo, se para quaisquer x, y ∈ C e 0 ≤ t ≤ 1, tivermos tx + (1 − t)y ∈ C; (ii) equilibrado, se para quaisquer x ∈ C e |λ| ≤ 1, tivermos λx ∈ C; S (iii) absorvente, se t>0 tC = V , ou seja, se para qualquer x ∈ V , tivermos que tx ∈ C para algum t > 0. Proposi¸c˜ ao 1.1.15 Se (X, {ρα }α∈A ) ´e um espa¸co localmente convexo, ent˜ao cada vizinhan¸ca do 0 da forma Nα1 ,···,αn ;ε ´e um conjunto convexo, equilibrado e absorvente. Demonstra¸c˜ao:. Sejam α1 , · · · , αn ∈ A e ε > 0. Considere N = Nα1 ,···,αn ;ε . Ent˜ao:. N ´e convexo, pois dados x, y ∈ N e t ∈ [0, 1], segue que para qualquer j ∈ {1, · · · , n}, ρj (tx + (1 − t)y) = tρj (x) + (1 − t)ρj (y) < tε + (1 − t)ε = ε..

(16) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 7. N ´e equilibrado, pois dados x ∈ N e |λ| ≤ 1, segue que para qualquer j ∈ {1, · · · , n}, ρj (λx) = |λ|ρj (x) ≤ ρj (x) < ε. N ´e absorvente. De fato, seja x ∈ X. Se ρj (x) = 0 para todo j ∈ {1, · · · , n}, ent˜ao S x = 1x ∈ t>0 tN . Por outro lado, suponha que, ρj (x) 6= 0 para algum j ∈ {1, · · · , n}. 1 Logo, 1t = 2ε ρ1 (x)+···+ρ > 0, e ρj ( 1t x) < ε, para todo j ∈ {1, · · · , n}. Sendo assim, n (x) S S x = ty, para algum y ∈ N , donde se segue que X ⊂ t>0 tN . Portanto, X = t>0 tN .  Estamos interessados em mostrar a rec´ıproca desta proposi¸ca˜o. Para tanto, precisaremos de um lema auxiliar, sobre o funcional de Minkowski. Defini¸c˜ ao 1.1.16 Seja C um subconjunto absorvente de um espa¸co vetorial V tal que se x ∈ C e 0 ≤ t ≤ 1, ent˜ao tx ∈ C. Definimos o funcional de Minkowski (ou calibre) de C como sendo a aplica¸ca˜o ρ : V → [0, ∞) dada por ρ(x) = inf{λ | x ∈ λC} = (sup{µ | µx ∈ C})−1 . Lema 1.1.17 Seja C ⊂ V como na Defini¸c˜ao 1.1.16, e seja ρ : V → [0, ∞) o funcional de Minkowski de C. Temos: (a) Se t ≥ 0, ent˜ao ρ(tx) = tρ(x); (b) Se C ´e convexo, ent˜ao ρ(x + y) ≤ ρ(x) + ρ(y); (c) Se C ´e equilibrado, ent˜ao ρ(λx) = |λ|ρ(x); (d) {x | ρ(x) < 1} ⊂ C ⊂ {x | ρ(x) ≤ 1}. Demonstra¸c˜ao: e assim,. (a) Dados x ∈ V e t ≥ 0, seja λ0 > 0 tal que x ∈ λ0 C. Logo, tx ∈ tλ0 C, ρ(tx) = inf{λ | tx ∈ λC} ≤ tλ0 ,. isto ´e, ρ(tx) ≤ tλ, para qualquer λ > 0 tal que x ∈ λC. Ent˜ao, ρ(tx) ≤ t inf{λ | x ∈ λC} = tρ(x)..

(17) ˜ 1.1 • Espa¸ SEC ¸ AO cos localmente convexos. 1 t. Analogamente, trocando t por. 8. e x por tx, obtemos   1 1 ρ tx ≤ ρ(tx). t t. Portanto, ρ(tx) = tρ(x). (b) Sejam x, y ∈ V . Considere λ1 , λ2 > 0 tais que x ∈ λ1 C e y ∈ λ2 C. Note que, se z ∈ (λ1 + λ2 )C, ent˜ao z = λ1 v + λ2 v, para algum v ∈ C, e assim, z ∈ λ1 C + λ2 C. Por outro lado, se z ∈ λ1 C + λ2 C, ent˜ao z = λ1 v1 + λ2 v2 , com v1 , v2 ∈ C. Como C ´e convexo, 1 2 segue que w = λ1λ+λ v1 + λ1λ+λ v2 ∈ C, e portanto, z = (λ1 + λ2 )w ∈ (λ1 + λ2 )C. Sendo 2 2 assim, λ1 C + λ2 C = (λ1 + λ2 )C. Segue de x ∈ λ1 C e y ∈ λ2 C que existem u, v ∈ C tais que x = λ1 u e y = λ2 v. Logo, x + y = λ1 u + λ2 v ∈ λ1 C + λ2 C = (λ1 + λ2 )C. Ent˜ao, ρ(x + y) ≤ λ1 + λ2 , ou seja, ρ(x + y) ≤ λ1 + λ2 , para quaisquer λ1 , λ2 > 0 tais que x ∈ λ1 C e y ∈ λ2 C. Portanto, ρ(x + y) ≤ inf{λ | x ∈ λC} + inf{λ | y ∈ λC} = ρ(x) + ρ(y). (c) Sejam x ∈ V e λ um escalar. Se x = 0 ou λ = 0, ent˜ao a igualdade ´e satisfeita, pois ρ(0) = 0. Suponha ent˜ao x 6= 0 e λ 6= 0. Considere µ > 0 tal que x ∈ µC. Assim, λ λ x x = µv, para algum v ∈ C. Logo, µx = v ∈ C, e como |λ| tem norma 1, segue que |λ| ∈ C, µ pois C ´e equilibrado. Resulta que λx ∈ (|λ|µ)C. Ent˜ao, ρ(λx) = inf{ν | λx ∈ νC} ≤ |λ|µ ≤ |λ| inf{ν | x ∈ νC} = |λ|ρ(x). Analogamente, trocando λ por. 1 λ. e x por λx, segue que   1 1 ρ λx ≤ | |ρ(λx). λ λ. Portanto, ρ(λx) = |λ|ρ(x). (d) Seja x ∈ C. Como 1 ∈ {λ | x ∈ λC}, segue que ρ(x) ≤ 1. Logo, C ⊂ {x | ρ(x) ≤ 1}. Por outro lado, seja x tal que ρ(x) < 1. Ent˜ao, existe λ ∈ (0, 1) tal que x ∈ λC. Assim, 1 x ∈ C. Como C ´e absorvente, conclu´ımos que x = λ( λ1 x) ∈ C, isto ´e, {x | ρ(x) < 1} ⊂ C. λ .

(18) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 9. Teorema 1.1.18 Seja V um espa¸co vetorial com uma topologia Hausdorff, tal que a adi¸c˜ao e a multiplica¸c˜ao por escalar s˜ao fun¸c˜oes cont´ınuas. Ent˜ao V ´e um espa¸co localmente convexo se, e somente se, 0 possui uma base de vizinhan¸cas formada por conjuntos que s˜ao convexos, equilibrados e absorventes. Demonstra¸c˜ao:. (⇐) Proposi¸c˜ao 1.1.15.. (⇒) Seja U tal base. Para cada U ∈ U, seja ρU seu funcional de Minkowski. Pelos itens (b) e (c) do Lema 1.1.17, segue que {ρU | U ∈ U} ´e uma fam´ılia de seminormas em V . Denote por τρ a topologia gerada por essa fam´ılia e por τ a topologia de V . Pelo item (d) do Lema 1.1.17, temos que {x | ρU (x) < 1} ⊂ U ⊂ {x | ρU (x) ≤ 1}. Como a multiplica¸ca˜o por escalar ´e uma aplica¸c˜ao cont´ınua, segue que para todo ε > 0, {x | ρU (x) < ε} ⊂ εU ⊂ {x | ρU (x) ≤ ε}, para cada U ∈ U. Sendo assim, τ e τρ coincidem no 0. Logo, como a adi¸ca˜o e uma aplica¸ca˜o cont´ınua, τ e τρ coincidem em todo ponto de V . Portanto, τ = τρ . . 1.2. Espa¸co de Fr´ echet. Nesta se¸ca˜o, falaremos sobre espa¸cos localmente convexos completos. Fato esse que est´a relacionado com a metrizabilidade. Teorema 1.2.1 Seja X um espa¸co localmente convexo. S˜ao equivalentes: (a) X ´e metriz´avel; (b) 0 possui uma base enumer´avel de vizinhan¸cas; (c) A topologia em X ´e gerada por uma fam´ılia enumer´avel de seminormas. Demonstra¸c˜ao:. (a) ⇒ (b) Tome {B(0; r) | r ∈ Q}.. (b) ⇒ (c) Seja U tal base de vizinhan¸cas. Pelo Teorema 1.1.18, podemos supor que cada U ∈ U ´e convexo, equilibrado e absorvente, pois X ´e um espa¸co localmente convexo. Ent˜ao, {ρU | U ∈ U},.

(19) ˜ 1.2 • Espa¸ SEC ¸ AO co de Fr´ echet. 10. onde ρU ´e o funcional de Minkowski de U , ´e uma fam´ılia de seminormas em X que gera sua topologia. (c) ⇒ (a) Seja {ρn }∞ ılia enumer´avel de seminormas que gera a topologia de n=1 a fam´ X. Defina, para x, y ∈ X, ∞ X. ρn (x − y) . 1 + ρn (x − y) n=1 P −n Para provar que ρ ´e uma m´etrica em X, basta observar que ∞ < ∞ e que a fun¸c˜ao n=1 2 t t ∈ R 7→ 1+t ∈ R ´e crescente (pois possui derivada estritamente positiva). Resta mostrar que as topologias coincidem. Para tanto, provemos as seguintes afirma¸c˜oes: ρ(x, y) =. 2−n. (i) Dado ε > 0, existem n1 , · · · , nk ∈ N e δ > 0 tais que Nn1 ,···,nk ;δ ⊂ B(0; ε). P −n < 2ε , ent˜ao N1,···,n0 ; 2ε ⊂ B(0; ε). De fato, se n0 ∈ N ´e tal que ∞ n=n0 +1 2 (ii) Dado Nn1 ,···,nk ;ε , existe δ > 0 tal que B(0; δ) ⊂ Nn1 ,···,nk ;ε . Vamos encontrar um δ conveniente. Sejam δ > 0 e x ∈ B(0; δ). Ent˜ao 2−j ρj (x) < (1 + ρj (x))δ, para todo j ∈ N. Em particular, (1 − 2nj δ)ρnj (x) < 2nj δ para todo j ∈ {1, · · · , k}. Como 1 1 − 2nj δ > 0 ⇔ δ < nj , 2  1. seja δ > 0 tal que δ < min 2nj | j ∈ {1, · · · , k} . Resulta que, se x ∈ B(0; δ), ent˜ao 2nj δ 2nj δ ρnj (x) < 1−2 para todo j ∈ {1, · · · , k}. Como limδ→0+ 1−2 = 0, para todo j ∈ nj nj δ δ 2nj δ {1, · · · , k}, segue que existe δ > 0 tal que 1−2nj δ < ε, para todo j ∈ {1, · · · , k}. E, para este δ, temos que B(0; δ) ⊂ Nn1 ,···,nk ;ε , o que prova (ii). Isso mostra que as topologias coincidem no 0. Utilizando o fato de que a adi¸ca˜o ´e cont´ınua, segue que as topologias coincidem em qualquer ponto, terminando a demonstra¸ca˜o.  Proposi¸c˜ ao 1.2.2 Uma rede (xλ )λ∈Λ ´e de Cauchy na m´etrica ρ (do Teorema 1.2.1) se, e somente se, ´e de Cauchy em cada ρn . Demonstra¸c˜ao: (⇒) Sejam ε > 0 e n ∈ N. Dado δ > 0, existe λ0 ∈ Λ tal que ρ(xλ , xλ0 ) < δ, para todos λ, λ0 ≥ λ0 . Em particular, (1−2n δ)ρn (xλ −xλ0 ) < 2n δ, para todos λ, λ0 ≥ λ0 . Procedendo como na demostra¸c˜ao do Teorema 1.2.1, existe δ > 0 tal que 1 − 2n δ > 0 e 2n δ < ε. Para este δ, existe λ0 ∈ Λ tal que 1−2n δ ρn (xλ − xλ0 ) <. 2n δ < ε, 1 − 2n δ.

(20) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 11. para todos λ, λ0 ≥ λ0 , mostrando que (xλ )λ∈Λ ´e de Cauchy em ρn . P −n (⇐) Dado ε > 0, seja n0 ∈ N tal que ∞ < 2ε . Por hip´otese, para cada n=n0 +1 2 n ∈ {1, · · · , n0 }, existe λn ∈ Λ tal que ρn (xλ − xλ0 ) < 2ε , para todos λ, λ0 ≥ λn . Logo, tomando λ0 = max{λ1 , · · · , λn0 }, segue que ρ(xλ , xλ0 ) < ε, para todos λ, λ0 ≥ λ0 , isto ´e, (xλ )λ∈Λ ´e de Cauchy em ρ.. . Corol´ ario 1.2.3 Seja X um espa¸co localmente convexo metriz´avel. Ent˜ao X ´e completo como espa¸co m´etrico se, e somente se, ´e completo como espa¸co localmente convexo. Defini¸c˜ ao 1.2.4 Chamamos de espa¸co de Fr´echet a` um espa¸co localmente convexo metriz´avel completo.. 1.3. O espa¸co de Schwartz e as distribui¸ c˜ oes temperadas. Introduziremos nesta se¸ca˜o, o espa¸co de Schwartz S e seu dual S 0 , o espa¸co das distribui¸co˜es temperadas, al´em da derivada fraca, ou derivada no sentido de distribui¸co˜es. Vamos come¸car convencionando algumas nota¸c˜oes, para n˜ao carregar a defini¸c˜ao. I+n denotar´a o conjunto dos multi-´ındices, ou seja, o conjunto {(α1 , · · · , αn ) | αi ∈ P Z≥0 }. Denotaremos o produto xα1 1 · · · xαnn por xα , e |α| = ni=1 αi . Por fim, Dα denotar´a a seguinte derivada parcial: ∂ |α| . ∂ α1 · · · ∂ αn Defini¸c˜ ao 1.3.1 O espa¸co de Schwartz, denotado por S(Rn ), ´e o espa¸co das fun¸c˜oes ϕ : Rn → C que s˜ao C ∞ e tais que

(21)

(22) kϕkα,β = sup

(23) xα Dβ ϕ(x)

(24) < ∞, x∈Rn. para todos α, β ∈ I+n . Observa¸c˜ ao 1.3.2 As fun¸co˜es de S s˜ao aquelas que, juntamente com suas derivadas, decrescem mais rapidamente que o inverso de qualquer polinˆomio, ou seja, se ϕ ∈ S(Rn ) e P ´e um polinˆomio em Rn , ent˜ao lim P (x)Dα ϕ(x) = 0,. |x|→∞.

(25) ˜ 1.3 • O espa¸ SEC ¸ AO co de Schwartz e as distribui¸ c˜ oes temperadas. 12. para todo α ∈ I+n . 2. Exemplo 1.3.3 Se ϕ(x) = e−|x| , x ∈ Rn , ent˜ao ϕ ∈ S. Exemplo 1.3.4 Se ϕ ´e uma fun¸ca˜o C ∞ de suporte compacto, ent˜ao ϕ ∈ S. Lema 1.3.5 tos.. . Demonstra¸c˜ao:. k.kα,β | α, β ∈ I+n ´e uma fam´ılia de seminormas em S(Rn ) que separa pon-. Imediato.. . Teorema 1.3.6 (S(Rn ) , k.kα,β ) ´e um espa¸co de Fr´echet. Demonstra¸c˜ao: Como I+n ´e enumer´avel, segue que a fam´ılia {k.kα,β } ´e enumer´avel, e ent˜ao, S ´e metriz´avel, pelo Teorema 1.2.1. Mostremos agora a completude. Seja (ϕm ) uma seq¨ uˆencia de Cauchy em S. Segue da Proposi¸ca˜o 1.2.2 que (ϕm ) ´e de Cauchy em cada seminorma k.kα,β . Denote por C(Rn ) o conjunto das fun¸co˜es cont´ınuas em Rn com a norma k.k∞ do supremo. Dado ε > 0, existe m0 ∈ N tal que kϕm − ϕm0 kα,β < ε, para todos m, m0 ≥ 0. Isso implica que α β. x D ϕm − xα Dβ ϕm0 < ε, ∞  para todos m, m0 ≥ m0 , mostrando que xα dβ ϕm ´e uma seq¨ uˆencia de Cauchy em C(Rn ), que ´e completo. Logo, para cada α, β ∈ I+n , existe gα,β ∈ C(Rn ) tal que gα,β = lim xα Dβ ϕ, m→∞. onde a convergˆencia ´e uniforme. Vamos agora, dividir em dois casos: (n = 1). Pelo teorema fundamental do c´alculo, segue que Z x ϕm (x) = ϕm (0) + ϕ0 (t)dt. 0. Como ϕ0m (x) converge uniformemente para g0,1 , obtemos, fazendo m → ∞ na igualdade acima, que Z x. g0,0 (x) = g0,0 (0) +. g0,1 (t)dt. 0. Isto mostra que g0,0 ´e C 1 . Da mesma maneira, como Z x 0 0 ϕm (x) = ϕm (0) + ϕ00 (t)d, . 0.

(26) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 13. segue que x. Z. g0,2 (t)dt.. g0,1 (x) = g0,1 (0) + 0. 00 0 Portanto, g0,0 ´e C 2 , pois g0,0 = g0,1 = g0,2 . Continuando esse processo, obtemos que g0,0 ´e (k) k C e que g0,0 = g0,k , para todo k ∈ N. Sendo assim, g0,0 ´e C ∞ . Por outro lado, segue da convergˆencia uniforme que. gα,β = lim xα Dβ ϕm = xα Dβ lim ϕm = xα Dβ g0,0 . m→∞. m→∞. Ent˜ao, para todo m ≥ m0 , α β . x D g0,0 ≤ gα,β − xα Dβ ϕm + xα Dβ ϕm < ∞, ∞ ∞ ∞. pois gα,β − xα Dβ ϕm ∞ < ε e xα Dβ ϕm ∞ < ∞. Isto ´e, g0,0 ∈ S(R) e, para todos α, β ∈ I+1 , kg0,0 − ϕm kα,β → 0. (n qualquer). Seja {e1 , · · · , en } a base canˆonica do Rn . Ent˜ao, para cada m ∈ N, t. Z 0. ∂ ϕm (x + sej )ds. ∂xj. Z. t. ϕm (x + tej ) = ϕm (x) + Fazendo m → ∞, resulta que g0,0 (x + tej ) = g1,0 (x) +. g0,ej (x + sej )ds. 0. Logo ∂x∂ j g0,0 = g0,ej , para cada j ∈ {1, · · · , n}. Ent˜ao, cada derivada parcial de g0,0 ´e cont´ınua, ou seja, g0,0 ´e de classe C 1 . Repetindo o processo, conclu´ımos que g0,0 ´e de classe C ∞ . E, como no caso anterior, g0,0 ∈ S(Rn ) e ϕm → g0,0 em S(Rn ), provando a completude.  Defini¸c˜ ao 1.3.7 O espa¸co dual topol´ogico de S(Rn ) ´e chamado de espa¸co das distribui¸c˜oes temperadas e denotado por S 0 (Rn ). Observa¸c˜ ao 1.3.8 (a) O dual topol´ogico de um determinado espa¸co vetorial, ´e o conjunto de todos os funcionais lineares e cont´ınuos nele definidos. (b) Ao inv´es de denotarmos por T (ϕ) a distribui¸ca˜o temperada T aplicada na fun¸ca˜o ϕ ∈ S, utilizaremos a nota¸ca˜o hT, ϕi. Alguns autores dizem, nesse caso, que < ·, · > denota o par de dualidade entre S e S 0 ..

(27) ˜ 1.3 • O espa¸ SEC ¸ AO co de Schwartz e as distribui¸ c˜ oes temperadas. 14. Exemplo 1.3.9 (S) Seja ψ ∈ S(R). Defina o funcional hψ, ·i : S(R) → C por Z ∞ ψ(x)ϕ(x)dx. hψ, ϕi = −∞. ´ f´acil ver que hψ, ·i ´e linear. Al´em disso, temos que: E

(28) Z ∞

(29)

(30)

(31) | hψ, ϕi | =

(32)

(33) ψ(x)ϕ(x)dx

(34)

(35) Z −∞ ∞ |ψ(x)||ϕ(x)|dx ≤ −∞ Z ∞ ≤ kϕk∞ |ψ(x)|dx −∞. = kψkL1 (R) kϕk∞ , para toda ϕ ∈ S(R), onde kϕk∞ = supx∈R |ϕ(x)| = kϕk0,0 . Logo, hψ, ·i ∈ S 0 (R). Note que a primeira desigualdade acima vale se ψϕ ∈ L1 (R). Al´em disso, para concluir a continuidade foi usado que kψkL1 (R) < ∞. Tais fatos s˜ao conseq¨ uˆencias do pr´oximo exemplo. Exemplo 1.3.10 (Lp ) S(R) ´e subespa¸co de cada Lp (R), 1 ≤ p < ∞. (p = 1) Se ϕ ∈ S, ent˜ao Z. ∞. |ϕ(x)| dx. kϕkL1 = Z−∞ ∞. −1  1 + x2 1 + x2 |ϕ(x)| dx −∞. ≤ π(kϕk∞ + x2 ϕ ∞ ) =. = π(kϕk0,0 + kϕk2,0 ), ou seja, S ⊂ L1 . (1 < p < ∞). Se ϕ ∈ S, ent˜ao Z.  p1. ∞ p. kϕkLp =. |ϕ(x)| dx −∞. Z. ∞. =. . 1 p. − p1. |ϕ(x)| |ϕ(x)|. p  p1 |ϕ(x)| dx. −∞. Z = =. ∞. . 1− p1. |ϕ(x)| |ϕ(x)| −∞ 1 1− 1 kϕk∞ p kϕkLp 1. p.  p1 dx.

(36) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 15. ou seja, S ⊂ Lp . Exemplo 1.3.11 (Fun¸c˜ ao delta) Seja x ∈ R. Defina δx : S(R) → C ϕ 7→ ϕ(x) ou seja, hδx , ϕi = ϕ(x). δx ∈ S 0 , pois ´e linear e | hδx , ϕi | = |ϕ(x)| ≤ kϕk0,0 . Exemplo 1.3.12 (δ 0 ) Defina δ 0 : S(R) → C ϕ 7→ −ϕ0 (0) ou seja, hδ 0 , ϕi = −ϕ0 (0). δ 0 ∈ S 0 , pois ´e linear e | hδ 0 , ϕi | = |ϕ0 (0)| ≤ kϕk0,1 . Exemplo 1.3.13 Seja g : R → R dada por ( x g(x) = 0. se x ≥ 0 se x ≤ 0. Defina hg, ·i : S → C como no Exemplo 1.3.9. hg, ·i ∈ S 0 , pois Z. ∞. | hg, ϕi | ≤. |g(x)||ϕ(x)|dx Z−∞ ∞. ≤. |xϕ(x)|dx Z−∞ ∞. 1 + x2. −1.  1 + x2 |xϕ(x)|dx −∞ Z ∞ −1 ≤ (kϕk1,0 + kϕk3,0 ) 1 + x2 dx =. −∞. = π(kϕk1,0 + kϕk3,0 )..

(37) ˜ 1.3 • O espa¸ SEC ¸ AO co de Schwartz e as distribui¸ c˜ oes temperadas. 16. Exemplo 1.3.14 (Fun¸c˜ ao de Heaviside) H : R → R dada por ( 1 se x ≥ 0 H(x) = 0 se x ≤ 0 Novamente como em 1.3.9, hH, ·i define uma distribui¸ca˜o temperada. A prova disso ´e an´aloga a` do Exemplo 1.3.13. Defini¸c˜ ao 1.3.15 Sejam T ∈ S 0 (Rn ) e α ∈ I+n . A derivada fraca, Dα T (ou derivada no sentido de distribui¸c˜oes), ´e definida por hDα T, ϕi = (−1)|α| hT, Dα ϕi . Vamos aplicar diretamente a defini¸ca˜o para calcular as respectivas derivadas fracas dos exemplos acima. Exemplo 1.3.16 (g) Note primeiramente que g n˜ao ´e diferenci´avel no ponto 0, no sentido cl´assico. Por´em, se ϕ ∈ S, obtemos atrav´es de integra¸ca˜o por partes que:     d d g, ϕ = (−1) g, ϕ dx dx Z ∞ = − xϕ0 (x)dx 0 Z ∞ ∞ = − [xϕ(x)]0 + ϕ(x)dx 0 Z ∞ = 0+ H(x)ϕ(x)dx −∞. = hH, ϕi . Isto ´e,. d g dx. = H.. Exemplo 1.3.17 (H) Dada ϕ ∈ S, segue que:     d d H, ϕ = (−1) H, ϕ dx dx Z ∞ = − ϕ0 (x)dx 0. = − [ϕ(x)]∞ 0 = ϕ(0). Logo,. d H dx. = δ0 ..

(38) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 17. Exemplo 1.3.18 (δ0 ) Pada ϕ ∈ S, temos que:     d d δ0 , ϕ = (−1) δ0 , ϕ dx dx 0 = −ϕ (0). Ent˜ao,. d δ dx 0. = δ0.. Tais exemplos mostram que, at´e mesmo δ, que n˜ao ´e uma fun¸ca˜o, pode ser escrita como derivada segunda de alguma fun¸c˜ao cont´ınua. Tal fenˆomeno ´e t´ıpico para as ´ o que afirma o seguinte teorema. distribui¸co˜es temperadas. E Teorema 1.3.19 (Teorema de regularidade para distribui¸c˜ oes) Seja T ∈ S 0 (Rn ). Ent˜ao, existem β ∈ I+n e uma fun¸c˜ao cont´ınua e polinomialmente limitada g tais que T = Dβ g. Isto ´e Z  (−1)|β| g(x) Dβ ϕ (x)dx, hT, ϕi = Rn. para toda ϕ ∈ S. Este teorema pode ser demonstrado atrav´es de um resultado que identifica o espa¸co de Schwartz com um espa¸co de seq¨ uˆencia, que ´e o resultado principal deste cap´ıtulo.. 1.4. Fun¸c˜ oes de Hermite. Aqui, demonstraremos, enfim, a N -representa¸c˜ao para S e S 0 . Introduziremos inicialmente em S, uma fam´ılia de seminormas equivalente `a fam´ılia de normas de L2 . Em seguida, trabalharemos com as fun¸co˜es de Hermite. Come¸caremos fazendo a seguinte distin¸ca˜o entre as seminormas de S e as normas de L2 . Para ϕ ∈ S, denotaremos, ao inv´es de k · kα,β ,. kϕkα,β,∞ = xα Dβ ϕ ∞ . E, definimos. kϕkα,β,2 = xα Dβ ϕ L2 . Proposi¸c˜ ao 1.4.1 As fam´ılias de seminormas {k · kα,β,∞ } e {k · kα,β,2 } s˜ao equivalentes n em S(R )..

(39) ˜ 1.4 • Fun¸ SEC ¸ AO c˜ oes de Hermite. Demonstra¸c˜ao:. 18. (n = 1) Como Z. ∞. 1+x.  2 −2. Z. −1. 1 + tan2 t. dx =. −2. sec2 t dt =. − π2. −∞. temos que (1 + x2 ). π 2. π , 2. ∈ L2 . Seja ϕ ∈ S. Ent˜ao, Z. kϕk0,0,2 =. 2.  21. |ϕ(x)| dx Z. 2 −2. =.

(40)

(41)

(42) (1 + x2 )ϕ(x)

(43) 2 dx.  21. (1 + x ). . ≤ (1 + x2 )−1 L2 (1 + x2 )ϕ 0,0,∞ . Logo, se C = k(1 + x2 )−1 kL2 , segue que  . kϕkα,β,2 = xα Dβ ϕ 0,0,2 ≤ C (1 + x2 )xα Dβ ϕ 0,0,2 ≤ C kϕkα,β,∞ + kϕkα+2,β,∞ . Por outro lado, como ϕ(x) = kϕk0,0,∞.

(44) Z

(45) = sup

(46)

(47) x∈R. x. −∞. Rx −∞. ϕ0 (t)dt, temos que.

(48) Z

(49)

(50) ϕ (t)dt

(51) ≤ sup. x. 0. x∈R. −∞. |ϕ0 (t)| dt ≤ kϕ0 kL1 .. Al´em disso, pela desigualdade de H¨older,. . kϕ0 kL1 = (1 + x2 )−1 (1 + x2 )ϕ0 L1 ≤ (1 + x2 )ϕ0 L2 (1 + x2 )−1 L2 . Ent˜ao,.  kϕk0,0,∞ ≤ C kϕ0 kL2 + x2 ϕ0 L2 . 0 Portanto, de xα Dβ ϕ = αxα−1 Dβ ϕ + xα Dβ+1 ϕ, resulta que. kϕkα,β,∞ = xα Dβ ϕ 0,0,∞ .  α β 0 2 α β 0 ≤ C x D ϕ + x x D ϕ 0,0,2 0,0,2   ≤ C α kϕkα−1,β,2 + kϕkα,β,2 + α kϕkα+1,β,2 + kϕkα+2,β+1,2 . Pela Proposi¸ca˜o 1.1.8, conclu´ımos o caso n = 1. (n qualquer) Seja |x| a norma euclidiana em Rn . Como (1 + |x|2 ) todo m > n2 , segue o resultado atrav´es de c´alculos similares.. −m. ∈ L2 (Rn ), para .

(52) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 19. Defini¸c˜ ao 1.4.2 Definimos os operadores A, A† , N : S(R) → S(R) como sendo:     d d 1 1 † A= √ x+ , A = √ x− e N = A† ◦ A. dx dx 2 2 R Defini¸c˜ ao 1.4.3 Definimos φ0 pelas equa¸c˜oes Aφ0 = 0 e R φ20 dx = 1, ou seja, 1. 1 2. φ0 (x) = π − 4 e− 2 x . Para n ≥ 1, − 12. φn = (n!). A.  † n. n. − 12. φ0 = (2 n!). n. (−1) π. − 14. e. 1 2 x 2. . d dx. n. 2. e−x .. ao chamadas de fun¸c˜oes de Hermite. As fun¸c˜oes {φn }∞ n=0 s˜ Lema 1.4.4 Para cada n vale:   d2 2 − 2 + x φn = (2n + 1) φn . dx Demonstra¸c˜ao:. Observe que o lema ´e verdadeiro se, e somente se,  n+1  n+2  n d d d 2 −x2 −x2 e + 2x e + e−x = 0, 2(n + 1) dx dx dx. para todo n. Logo, segue o resultado, pois esta u ´ltima igualdade se demonstra, sem dificuldades, usando indu¸c˜ao em n.  ao tamb´em chamadas de fun¸c˜ oes Observa¸c˜ ao 1.4.5 Devido ao Lema 1.4.4, as {φn }∞ n=0 s˜ de onda do oscilador harmˆonico. Lema 1.4.6 A e A† s˜ao adjuntos em S(R). Demonstra¸c˜ao: Sejam ϕ, ψ ∈ S(R). Denote por (·, ·) o produto interno usual de L2 . Usando integra¸ca˜o por partes, obtemos que Z (Aϕ, ψ) = (Aϕ)(x)ψ(x)dx R Z 1 √ (xϕ(x) + ϕ0 (x)) ψ(x)dx = ZR 2   1 √ xϕ(x)ψ(x) − ϕ(x)ψ 0 (x) dx = ZR 2 = ϕ(x)(A† ψ) (x)dx R  = ϕ, A† ψ . .

(53) ˜ 1.4 • Fun¸ SEC ¸ AO c˜ oes de Hermite. 20. Lema 1.4.7   A, A† = AA† − A† A = 1. Demonstra¸c˜ao: Basta verificar, usando diretamente a defini¸c˜ao, que AA† (ϕ)−A† A(ϕ) = ϕ, para qualquer ϕ ∈ S.  Lema 1.4.8 Aφn = Demonstra¸c˜ao:. √. n φn−1 , A† φn =. √. n + 1 φn+1 e N φn = n φn , para todo n.. Usando a defini¸c˜ao de φn , temos que. φn+1 = ((n + 1)!). − 21. A.  † n+1. φ0 = (n + 1). − 12. − 12. (n!). A. †. . 1 2. . (n!) φn .. Logo,. √ n + 1 φn+1 ,  2  d 1 2 para todo n. Por outro lado, como N = 2 − dx2 + x − 1 , segue do Lema 1.4.4 que A† φn =. N φn = n φn , para todo n. Com isso em m˜aos, juntamente com o Lema 1.4.7, conclu´ımos que Aφn =. √. n φn−1 ,. para todo n.. . Lema 1.4.9 Seja f uma fun¸c˜ao tal que f 6= 0 q.t.p. em R e tal que existem c, δ > 0 com |f (x)| ≤ ce−δ|x| para todo x ∈ R. Ent˜ao, span {xn f (x) | n ∈ N} ´e denso em L2 (R). Demonstra¸c˜ao: tal que. 6 L2 (R). Logo, existe h ∈ L2 , h 6= 0 q.t.p. Suponha que span {xn f (x)} = (xn f, h) = 0,. para todo n. Isto ´e, Z. xn f (x)h(x)dx = 0,. R 1. para todo n. Note que f h ∈ L (R), pois, pela desigualdade de H¨older, Z Z. |f (x)h(x)|dx ≤ c e−δ|x| |h(x)|dx ≤ e−δ|x| L2 khkL2 . Considere. Z g(λ) =. f (x)h(x)e−iλx dx..

(54) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 21. Ou seja, g ´e a transformada de Fourier de f h. Note que, se δ1 < δ, ent˜ao eδ1 |x| f h ∈ L1 (R),

(55)

(56) pois nesse caso,

(57) eδ1 |x| f h

(58) ≤ e(δ1 −δ)|x| |h| com δ1 − δ < 0. Assim, considerando os pontos z ∈ C por z = λ + iµ, segue que se |µ| < δ, ent˜ao g(λ) pode ser prolongada a` uma fun¸ca˜o R anal´ıtica na vari´avel z. Como g (k) (λ) = f (x)h(x)(−ix)k e−iλx dx, segue que g (k) (0) = 0 para todo k. Sendo assim, g(λ) = 0 para todo λ devido a` analiticidade. Logo, f h = 0, o  que ´e um absurdo. Portanto, span {xn f (x)} = L2 (R). Proposi¸c˜ ao 1.4.10 {φn }∞ e uma base ortonormal de L2 (R). n=0 ´ n 1 Demonstra¸c˜ao: Como φ0 ∈ S(R) e φn = (n!)− 2 A† φ0 , segue que φn ∈ S, para todo 2 n. Logo, {φn }∞ ao, dos Lemas 1.4.6 e 1.4.8, temos que n=0 ⊂ L . Sejam m > n. Ent˜ m  1 (φn , φm ) = (m!)− 2 φn , A† φ0 1. = (m!)− 2 (Am φn , φ0 ) 1. = (m!)− 2 Am−n An φn , φ0 1. 1. 1. 1. . = (m!)− 2 (n!) 2 Am−n φ0 , φ0. . = (m!)− 2 (n!) 2 (0, φ0 ) = 0, pois m − n > 0. Se m = n, ent˜ao 1. (φn , φn ) = (n!)− 2 φn , A†. n. φ0. . 1. = (n!)− 2 (An φn , φ0 ) 1. 1. = (n!)− 2 (n!) 2 (φ0 , φ0 ) = 1, uma vez que (φ0 , φ0 ) = 1, pois, Z. 2. e−x dx =. √. π.. R x2. Sendo assim, {φn }∞ e um conjunto ortonormal. Aplicando o Lema 1.4.9 para e− 2 , n=0 ´ segue que n o x2 span {φn } = span xn e− 2 = L2 (R). Portanto, segue o resultado.. . Lema 1.4.11 Se f ∈ L2 (R), ent˜ao. # # A1 · · · Am f . L2. † onde A# j = A ou A .. m. 2 ≤ (N + mId) f . L2. ,.

(59) ˜ 1.4 • Fun¸ SEC ¸ AO c˜ oes de Hermite. Demonstra¸c˜ao:. 22. Pelo Lema 1.4.8, vemos que para cada n,. #. φ A1 · · · A# = kRn φn kL2 = |Rn | kφn kL2 = |Rn | , n m L2. √ onde Rn ´e um produto de m ra´ızes da forma n + aj , com −2m ≤ aj ≤ 2m. Logo, segue que para cada n,. √ √. # φ ≤ n + 1··· n + m A1 · · · A# m n L2. m. ≤ (n + m) 2. m = (nId + mId) 2 φn L2. m = (N + mId) 2 φn L2 . P Seja ent˜ao f ∈ L2 . Pela Proposi¸c˜ao 1.4.10, f = bn φn . Portanto, pelo teorema de Pit´agoras,. 2 X 2 #. # # # A1 · · · Am (bn φn ) A1 · · · Am f 2 = 2 L 2 L X . # = b2n A# 1 · · · Am φn 2 L X 2 m 2 2 ≤ bn (N + mId) φn L2 X 2 m. = bn (N + mId) 2 φn L2. m 2 = (N + mId) 2 f L2 .  Os lemas acima ser˜ao necess´arios para introduzirmos uma outra seminorma em S. Defini¸c˜ ao 1.4.12 Definimos, para ϕ ∈ S, kϕkn = k(N + 1)n ϕkL2 , para cada n. Proposi¸c˜ ao 1.4.13 {k · kn } ´e uma fam´ılia de seminormas dirigida em S(R), equivalente `a {k · kα,β,2 }. Demonstra¸c˜ao:. Seja ϕ ∈ S. Como (N + 1)n = n. kϕkn = k(N + 1) ϕkL2. Pn. k=0. n k.  k N , segue que. n   X. n N k ϕ 2 . ≤ L k k=0.

(60) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 23. Como as opera¸co˜es presentes no operador N s˜ao multiplicar por x, derivar e identidade, segue que existem α1 , β1 , · · · , αl , βl e c > 0 tais que kϕkn =≤ c. l X. kϕkαk ,βk ,2 .. k=1. Por outro lado, note que 1 β−1 0 D (ϕ + xϕ − xϕ + ϕ0 ) 2√  2 β−1 = D Aϕ + A† ϕ √2   2 β−2 d d = D (Aϕ) + xAϕ − xAϕ + (Aϕ) + 4 dx dx √     2 β−2 d d † † † † + D A ϕ + xA ϕ − xA ϕ + Aϕ 4 dx dx  1  1 β−2 D AAϕ − A† Aϕ + Dβ−2 AA† ϕ − A† A† ϕ . = 2 2. Dβ ϕ =. Procedendo desta maneira, conclu´ımos que existem c1 > 0 e l1 ∈ N tais que β. D ϕ = c1. l1 X. # ±A# 1 · · · Ark ϕ,. k=1 † onde A# em disso, se ψ ∈ S, ent˜ao j = A ou A . Al´. 1 α−1 x (xψ + ψ 0 − ψ 0 + xψ) 2√  2 α−1 = x Aψ + A† ψ √2   2 α−2 d d = x Aψ + (Aψ) − (Aψ) + Aψ + 4 dx dx √     d 2 α−2 d † † † † + x A ψ+ Aψ − A ψ +A ψ 4 dx dx  1  1 α−2 = x AAψ + A† Aψ + xα−2 AA† ψ + A† A† ψ . 2 2. xα ψ =. Novamente, existem c2 > 0 e l2 ∈ N tais que α. x ψ = c2. l2 X k=1. # A# 1 · · · Aik ψ,.

(61) ˜ 1.4 • Fun¸ SEC ¸ AO c˜ oes de Hermite. 24. † onde A# j = A ou A . Juntando, obtemos que existem c3 > 0 e l3 ∈ N tais que. α. β. x D ϕ = c3. l3 X. # ±A# 1 · · · Amk ϕ,. k=1 † onde A# j = A ou A . Sendo assim, segue do Lema 1.4.11 que. kϕkα,β,2 = xα Dβ ϕ L2 l3 . X. # # ≤ c3 · · · A ϕ A 1 mk 2. ≤ c3. L. k=1 l3 X. mk. 2 (N + mk ) ϕ. L2. k=1. Como. .. mk. (N + mk ). mk 2. 2  mk  X mk 2 = (mk − 1)i (N + 1) 2 −i , i i=0. segue que kϕkα,β,2. mk

(62)  mk 

(63) l3 X 2. X mk

(64)

(65) −i

(66) 2

(67) |mk − 1|i 2 (N + 1) ≤ c3 ϕ. 2.

(68) i

(69) L. k=1 i=0. Portanto, existem c˜ > 0 e n1 , · · · , n˜l ∈ N tais que kϕkα,β,2 ≤ c˜. ˜ l X. kϕknk ,. k=1. concluindo a demonstra¸c˜ao, devido `a Proposi¸ca˜o 1.1.8. Lema 1.4.14.  ! 21. k(aα )kβ =. X (α + 1)2β |aα |2 α. ´e uma seminorma no espa¸co das multiseq¨ uˆencias (aα )α∈I k , onde β ∈ I+k e (α + 1)2β = + Qk 2βi . i=1 (αi + 1) Defini¸c˜ ao 1.4.15 Definimos sk como sendo o espa¸co das multiseq¨ uˆencias (aα )α∈I k tais + m que supα∈I+k |aα ||α| < ∞ para cada m e k(aα )kβ < ∞ para cada β. Teorema 1.4.16 (A N -representa¸c˜ ao para S) Existe um isomorfismo topol´ogico enk tre S(R ) e sk ..

(70) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 25. Demonstra¸c˜ao: Daremos os detalhes para k = 1. Para ϕ ∈ S(R), considere (an )n∈N dada por an = (ϕ, φn ), onde (·, ·) ´e o produto interno usual de L2 . Como S ⊂ L2 , segue P da Proposi¸ca˜o 1.4.10 que ϕ = n an φn . De N ser um operador de S → S, temos que N m ϕ ∈ L2 , para todo m, ou seja, kN m ϕkL2 < ∞. Assim, pelo teorema de Pit´agoras, X kan nm φn k2L2 < ∞, n. uma vez que N φn = nφn (Lema 1.4.8). Isto significa que X |an |2 n2m < ∞, n. para cada m. Logo, |an |nm = |an |2 n. 1 2m 2. ! 21 ≤. X. |an |2 n2m. < ∞,. n. e portanto, supn |an |nm < ∞, para cada m. Ent˜ao, (an ) ∈ s1 , e definimos assim, uma aplica¸ca˜o F : S → s1 , dada por F (ϕ) = ((ϕ, φn )). Note que se ϕ ∈ S, ent˜ao 2. kϕk2m = k(N + 1)m ϕkL2 X |an |2 (n + 1)2m = n. = k(an )k2m , para cada m, onde an = (ϕ, φn ). Disso se segue que F ´e injetiva. Vamos mostrar agora a P sobrejetividade. Seja (an ) ∈ s1 . Defina ϕN = N n=0 an φn . Logo, (suponha M > N ) para cada m, M X kϕN − ϕM km = |an |2 (n + 1)2m → 0 n=N +1. P∞. 2. 2m. se M, N → ∞, pois n=0 |an | (n + 1) < ∞. Assim, (ϕN ) ´e de Cauchy em cada k · km , e ent˜ao, ´e de Cauchy em S, segundo a Proposi¸ca˜o 1.2.2. Portanto, pelo Teorema 1.3.6, existe ϕ ∈ S tal que ϕN → ϕ. Em particular, ϕN → ϕ em L2 . Sendo assim, (ϕN , φn ) → (ϕ, φn ) , mostrando que. ∞ X n=0. (ϕ, φn ) φn = ϕ =. ∞ X n=0. an φn ,.

(71) ˜ 1.4 • Fun¸ SEC ¸ AO c˜ oes de Hermite. 26. isto ´e, F (ϕ) = (an ). Para concluir o teorema, s´o resta verificar que as topologias coincidem. Mas isso se d´a devido a` igualdade das seminormas k · km em S e em s1 .  Teorema 1.4.17 (A N -representa¸c˜ ao para S 0 ) Temos: (a) Se T ∈ S 0 (Rk ) e bα = hT, φα i para cada α ∈ I+k , ent˜ao existem c > 0 e β ∈ I+k tais que |bα | ≤ c(α + 1)β , para todo α; (b) Se (bα ) ´e uma multiseq¨ uˆencia tal que |bα | ≤ c(α + 1)β , para todo α, ent˜ao existe um u ´nico T ∈ S 0 tal que hT, φα i = bα ; P (c) Se T ∈ S 0 (Rk ) e bα = hT, φα i, ent˜ao α bα φα converge para T na topologia σ(S 0 , S). Demonstra¸c˜ao:. Novamente consideraremos o caso k = 1.. (a) Segue do fato de T ser cont´ınua e a fam´ılia {k · km } ser dirigida. P∞ (b) Dado (an ) ∈ s1 , defina B ((an )) = n=0 bn an . Logo, pela desigualdade de H¨older, |B ((an ))| ≤. ∞ X. |bn ||an |. n=0 ∞ X. ≤ c. (n + 1)m |an |. n=0 ∞ X  1  1 = c (n + 1)2m+2 |an |2 2 (n + 1)−2 2 n=0. ≤ c. ∞ X. ! 21 (n + 1)2(m+1) |an |2. n=0 2. ≤ c. ∞ X. ! 12 (n + 1)−2. n=0. π k(an )km+1 , 6. ou seja, B ´e um funcional linear cont´ınuo. Pelo Teorema 1.4.16, T = B ◦ F ∈ S 0 . N˜ao ´e dif´ıcil ver que hT, φn i = bn . A unicidade segue da Proposi¸c˜ao 1.4.10. (c) Note que σ(S 0 , S) ´e a topologia fraca-∗ em S 0 . Logo, precisamos mostrar que, PN para qualquer ϕ ∈ S, temos n=0 hbn φn , ϕi → hT, ϕi quando N → ∞. Como ϕ = P∞ n=0 (ϕ, φn ) φn , para toda ϕ ∈ S, temos que

(72)

(73)

(74)

(75) N ∞

(76)

(77)

(78) X

(79) X

(80)

(81)

(82)

(83) hbn φn , ϕi

(84) =

(85) (ϕ, φn ) φn

(86) ,

(87) hT, ϕi −

(88)

(89)

(90)

(91) n=0 n=N +1.

(92) CAP. 1 • Distribui¸ c˜ oes temperadas. 27. e portanto, o resultado segue.. . Observa¸c˜ ao 1.4.18 Os teoremas acima nos d˜ao duas importantes simplifica¸c˜oes: (a) Seq¨ uˆencias s˜ao mais f´aceis de se trabalhar que fun¸co˜es; (b) As duas condi¸c˜oes do espa¸co de Schwartz (C ∞ e r´apido decrescimento) s˜ao substitu´ıdas por apenas uma (r´apido decrescimento). Com isso em m˜aos, somos capazes de demonstrar resultados interessantes sobre o espa¸co de Schwartz de maneira simples. Corol´ ario 1.4.19 S ´e denso em S 0 na topologia σ(S 0 , S). P Demonstra¸c˜ao: Dado T ∈ S 0 , considere a seq¨ uˆencia TN = |α|≤N bα φα , onde bα = 0 hT, φα i. Segue que (TN ) ⊂ S e que TN → T na topologia σ(S , S) (como feito no final da demonstra¸ca˜o do Teorema 1.4.17).  Corol´ ario 1.4.20 S ´e separ´avel na topologia Fr´echet. S 0 ´e separ´avel na topologia σ(S 0,S). Demonstra¸c˜ao: Defina AN = {(an )n∈N ⊂ Q | an = 0 se n > N }. Ent˜ao, AN ´e enumer´aS em disso, A ⊂ s1 ´e denso. Logo, pelo Teorema 1.4.16, vel, assim como A = ∞ N =1 AN . Al´ −1 temos que F (A) ´e enumer´avel e denso em S. Portanto, S ´e separ´avel. Sendo A denso em S, segue do Corol´ario 1.4.19 que A ´e denso em S 0 , mostrando que S 0 ´e separ´avel. .

(93) Cap´ıtulo 2 Probabilidade e c´ alculo estoc´ astico Neste cap´ıtulo, introduziremos algumas ferramentas b´asicas do c´alculo estoc´astico e alguns conceitos probabil´ısticos que ser˜ao necess´arios para isso.. 2.1. Conceitos b´ asicos Come¸caremos com as defini¸c˜oes e resultados b´asicos sobre a teoria de probabilidade.. Defini¸c˜ ao 2.1.1 Um espa¸co de probabilidade ´e uma tripla (Ω, F, P) onde Ω ´e um conjunto, F ´e uma σ-´algebra de conjuntos em Ω e P ´e uma medida de probabilidade definida em F, ou seja, P (Ω) = 1. S˜ao exemplos de espa¸co de probabilidade: Exemplo 2.1.2 Ω = [0, 1], F = Borel ([0, 1]) e P a medida de Lebesgue restrita ao intervalo [0, 1]. Exemplo 2.1.3 Ω = R, F = Borel (R) e P dada por Z P(A) = A. (x−m)2 1 √ e− 2σ2 dx. σ 2π. Observa¸c˜ ao 2.1.4 Um espa¸co de probabilidade ´e um espa¸co de medida, onde a medida do conjunto todo vale 1. 28.

(94) CAP. 2 • Probabilidade e c´ alculo estoc´ astico. 29. Defini¸c˜ ao 2.1.5 Sejam (Ω, F, P) um espa¸co de probabilidade e (E, τ ) um espa¸co topol´ogico. Uma fun¸ca˜o X : Ω → E ´e uma vari´avel aleat´oria, se for mensur´avel, isto ´e, se {X ∈ A} = {ω ∈ Ω | X(ω) ∈ A} ∈ F, para todo A ∈ τ . Defini¸c˜ ao 2.1.6 Seja X uma vari´avel aleat´oria. Definimos a probabilidade induzida PX em Borel(E) por PX (B) = P ({X ∈ A}) . Observa¸c˜ ao 2.1.7 PX ´e, de fato, uma medida de probabilidade. Defini¸c˜ ao 2.1.8 Uma fam´ılia de σ−´algebras {Fi }i∈I ´e dita independente se, para qualquer conjunto finito de ´ındices {i1 , · · · , ir } ⊂ I, e quaisquer Aij ∈ Fij , j = 1, · · · , r, resultar que ! r r \ Y  P Aij = P Aij . j=1. j=1. Defini¸c˜ ao 2.1.9 Uma vari´avel aleat´oria X ´e dita independente de uma σ−´algebra F se σ(X) e F s˜ao independentes, onde σ(X) ´e a menor σ−´algebra onde X ´e mensur´avel. Defini¸c˜ ao 2.1.10 Uma fam´ılia de vari´aveis aleat´orias {Xi }i∈I ´e dita independente se forem independentes as σ−´algebras {σ(Xi )}i∈I . Defini¸c˜ ao 2.1.11 Seja X uma vari´avel aleat´oria. Definimos a esperan¸ca (ou m´edia) de X como sendo Z E [X] = X(ω)dP(ω). Ω. Defini¸c˜ ao 2.1.12 Seja X uma vari´avel aleat´oria. Definimos a variˆancia de X como sendo     var [X] = E (X − E [X])2 = E X 2 − E [X]2 . Defini¸c˜ ao 2.1.13 Seja X : Ω → R uma vari´avel aleat´oria. Dizemos que X tem distribui¸c˜ao normal com m´edia m e variˆancia σ 2 , e escrevemos X ∼ N (m, σ 2 ), se, para todo A ∈ Borel(R), Z (x−m)2 1 e− 2σ2 dx. PX (A) = √ σ 2π A.

(95) ˜ 2.1 • Conceitos b´ SEC ¸ AO asicos. 30. Defini¸c˜ ao 2.1.14 Seja (Ω, F, P) um espa¸co de probabilidade. Sejam Y : Ω → R uma vari´avel aleat´oria F-mensur´avel e G ⊂ F uma σ-´algebra. A esperan¸ca condicional E [Y | G] de Y com rela¸c˜ao `a G ´e definida como sendo a u ´nica (P-q.t.p.) vari´avel aleat´oria tal que (i) E [Y | G] ´e G-mensur´avel; (ii). R A. Y dP =. R A. E [Y | G] dP, para todo A ∈ G.. Observa¸c˜ ao 2.1.15 O teorema de Radon-Nikodym garante a existˆencia da esperan¸ca condicional. A esperan¸ca condicional de uma vari´avel aleat´oria possui muitas propriedades, dentre elas: Proposi¸c˜ ao 2.1.16 Sejam X, Y : Ω → R vari´aveis aleat´orias e H ⊂ G ⊂ F σ-´algebras. Temos: (a). E [αX + Y | G] = αE [X | G] + E [Y | G];. (b). Se Y ´e G-mensur´avel, ent˜ao E [XY | G] = Y E [X | G];. (c). E [E [X | G] | H] = E [X | H];. (d). Se Y ´e independente de G, ent˜ao E [Y | G] = E [Y ].. (e). E [E [Y | G]] = E [Y ].. Defini¸c˜ ao 2.1.17 Sejam (Ω, F, P) um espa¸co de probabilidade e T um conjunto de ´ındices. Uma filtra¸c˜ao ´e uma fam´ılia de σ−´algebras {Ft }t∈T ⊂ F tal que Fs ⊂ Ft , para todos s, t ∈ T , s ≤ t. Defini¸c˜ ao 2.1.18 Um processo estoc´astico ´e uma fam´ılia de vari´aveis aleat´orias . Xt : Ω → Rd | t ∈ T ,. onde T ´e um conjunto de ´ındices. Defini¸c˜ ao 2.1.19 Seja (Ω, F, P) um espa¸co de probabilidade. Dizemos que um processo . estoc´astico Xt : Ω → Rd | t ∈ T ´e adaptado a uma filtra¸c˜ao {Ft }t∈T se Xt for Ft -mensur´avel, para todo t ∈ T ..

(96) CAP. 2 • Probabilidade e c´ alculo estoc´ astico. 31. Defini¸c˜ ao 2.1.20 Sejam (Ω, F, P) um espa¸co de probabilidade e {Ft ∈ T } uma filtra¸c˜ao. Um martingale, com rela¸ca˜o `a filtra¸ca˜o {Ft }, ´e um processo X = {Xt | t ∈ T }, adaptado a {Ft }, tal que (i) Xt ∈ L1 (Ω, F, P), para todo t ∈ T ; (ii) E [Xt | Fs ] = Xs , se s ≤ t.. 2.2. Movimento Browniano. Falaremos aqui, sobre o processo estoc´astico conhecido como movimento Browniano, cujo nome se deve ao botˆanico Robert Brown, que estudou o movimento de part´ıculas de p´olen em meios aquosos. Defini¸c˜ ao 2.2.1 Seja (Ω, F, P) um espa¸co de probabilidade. Um processo estoc´astico B = {Bt | t ∈ [0, T ]}, com Bt : Ω → R, para cada t ∈ [0, T ], ´e chamado de movimento Browniano se possui as seguintes propriedades: (i) B0 = 0; (ii) t → Bt (ω) ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua P−q.t.p.; (iii) Os incrementos Bt − Bs s˜ao independentes e possuem distribui¸ca˜o normal N(0, t − s) para todo s < t. Lema 2.2.2 Todo movimento Browniano ´e um martingale. Demonstra¸c˜ao: Seja B = {Bt } um movimento Browniano e defina Ft = σ ({Bs | s ≤ t}). Sejam s < t. Como Bt − Bs tem m´edia zero e ´e independente de Fs , segue que E [Bt − Bs | Fs ] = E [Bt − Bs ] = 0. Ou seja, E [Bt | Fs ] = Bs para todo s < t, donde segue que B ´e um martingale.. . Proposi¸c˜ ao 2.2.3 Seja B = {Bt } um movimento Browniano. Ent˜ao, M = {Mt }, onde 2 Mt = Bt − t, ´e um martingale..

(97) ˜ 2.2 • Movimento Browniano SEC ¸ AO. Demonstra¸c˜ao:. 32. Sejam s < t. Pelo Lema 2.2.2,   E 2Bs2 − 2Bt Bs | Fs = 2Bs2 − 2Bs E [Bt | Fs ] = 0.. Logo,   E [Mt − Ms | Fs ] = E Bt2 − Bs2 − (t − s) | Fs   = E Bt2 − 2Bt Bs + Bs2 − (t − s) | Fs   = E (Bt − Bs )2 − (t − s) | Fs   = E (Bt − Bs )2 − (t − s) = 0. Portanto, M ´e um martingale.. . Defini¸c˜ ao 2.2.4 Seja B = {Bt | t ∈ [0, T ]} um movimento Browniano. Seja . πn = 0 = t0 < t1 < · · · < tnj = T uma seq¨ uˆencia de parti¸c˜oes do intervalo [0, T ] tais que n < m implica πn ⊂ πm e limn→∞ |πn | = 0, onde |πn | = supti ∈πn |ti+1 − ti |. Definimos πn BT =. X

(98)

(99) Bt. i+1.

(100) 2 − Bti

(101) .. ti ∈πn. Teorema 2.2.5 lim πn BT = T,. n→∞. onde a convergˆencia ´e q.t.p.. Demonstra¸c˜ao:. Note que πn BT − T =. Xh. Bti+1 − Bti. 2. i X − (ti+1 − ti ) = Yi ,. ti ∈πn. onde Yi = Bti+1 − Bti zero. Assim,. 2. i. − (ti+1 − ti ) s˜ao vari´aveis aleat´orias independentes com m´edia . !2 . X   E (πn BT − T )2 = E  Yi i. =. X i.   E Yi2 ..

(102) CAP. 2 • Probabilidade e c´ alculo estoc´ astico. 33. Observamos que Yi2 =. h. Bti+1 − Bti. ". Bti+1 − Bti ti+1 − ti. 2. Bti+1 − Bti ti+1 − ti. 2. = " =. 2. − (ti+1 − ti ). i2 #2. (ti+1 − ti ) − (ti+1 − ti ) #2 (ti+1 − ti )2. −1. 2. e que Assim,. (Bti+1 −Bti ) ti+1 −ti 2 Yi tem. tem a mesma distribui¸c˜ao que Z 2 , onde Z ∼ N (0, 1), para todo i. 2. a mesma distribui¸cao que (Z 2 − 1) (ti+1 − ti )2 , para todo i. Ent˜ao, X     E (πn BT − T )2 = E Yi2 i. =. X. h E. i 2 2 Z − 1 (ti+1 − ti ) 2. i. ≤ E. h. X 2 i Z 2 − 1 |πn | (ti+1 − ti ). h. 2 i Z 2 − 1 |πn | T.. i. = E i h 2 2 Portanto, como |πn | → 0 e E (Z − 1) T ´e constante, obtemos que lim πn BT = T. n→∞. em L2 .. Em particular, existe uma subseq¨ uˆencia πnk BT tal que lim πnk BT = T. k→∞. q.t.p.. Defina agora, Nn (ω) = π−n BT =. X. Bti+1 − Bti. 2. ,. ti ∈π−n. e as σ-´algebras Gn = σ (Nm | m ≤ n) , ambos para n = −1, −2, · · · . Resulta que (Nn ) ´e um martingale com rela¸c˜ao `a (Gn ). Sendo assim, segue do teorema de convergˆencia pra tr´as de martingale que existe q.t.p. o limite lim Nn = lim πn BT .. n→−∞. n→∞. Portanto, segue o resultado, pois se o limite existe, ent˜ao toda subseq¨ uˆencia converge para ele. .

(103) ˜ 2.3 • F´ SEC ¸ AO ormula de Itˆ o. 34. Observa¸c˜ ao 2.2.6 Para mais detalhes sobre o teorema de convergˆencia pra tr´as de martingales (Backwards Martingale Convergence Theorem), consultar [10]. Defini¸c˜ ao 2.2.7 Seja B = {Bt | t ∈ [0, T ]} um movimento Browniano. A varia¸c˜ao do caminho Bt (ω) no intervalo [a, b] ⊂ [0, T ] ´e definida por X

(104)

(105)

(106) Bt (ω) − Bt (ω)

(107) , V[a,b] B(ω) = sup i+1 i π∈P t ∈π i. onde P ´e o conjunto de todas parti¸co˜es finitas do intervalo [a, b]. Teorema 2.2.8  P V[a,b] B < ∞ = 0. Isto ´e, as trajet´orias do movimento Browniano n˜ao tˆem varia¸c˜ao finita P−q.t.p..  Demonstra¸c˜ao: Suponha que P V[a,b] B < ∞ > 0. Seja (πn ) ⊂ P uma seq¨ uˆencia de . parti¸co˜es tal que n < m implica πn ⊂ πm e limn→∞ |πn | = 0. No conjunto V[a,b] B < ∞ , obtemos que X 2 b − a = lim Bti+1 − Bti n→∞. ≤ ≤. ti ∈πn.

(108)

(109) X

(110)

(111)

(112) Bt − Bt

(113) lim sup

(114) Bti+1 − Bti

(115) i+1 i. n→∞ ti ∈πn. ti ∈πn. lim |πn | V[a,b] B. n→∞. = 0,  o que ´e um absurdo. Portanto, P V[a,b] B < ∞ = 0.. 2.3. . F´ ormula de Itˆ o. Demonstraremos nesta se¸c˜ao a f´ormula de Itˆo, uma das ferramentas b´asicas do c´alculo estoc´astico, que foi descoberta por K. Itˆo, em 1951. Fixemos uma seq¨ uˆencia de parti¸co˜es . πn = 0 = t0 < t1 < · · · < tnj = T do intervalo [0, T ] tais que n < m implica πn ⊂ πm e limn→∞ |πn | = 0, onde |πn | = supti ∈πn |ti+1 − ti |..

(116) CAP. 2 • Probabilidade e c´ alculo estoc´ astico. 35. Defini¸c˜ ao 2.3.1 Sejam X : [0, T ] → R uma fun¸c˜ao e p > 0. A p-varia¸c˜ao de X ´e a fun¸ca˜o hXip : [0, T ] → R ∪ {∞} dada por hXip (t) = lim. n→∞. X

(117)

(118) Xt. i+1.

(119) p − Xti

(120) .. ti ∈πn ti ≤t. Observa¸c˜ ao 2.3.2 (a) Se hXip (t) < ∞ para todo t ∈ [0, T ], dizemos que X tem pvaria¸c˜ao finita. (b) hXip ´e mon´otona n˜ao-decrescente e hXip (0) = 0. (c) Se µ ([0, t]) = hXi2 (t), ent˜ao µ ´e uma medida em (R≥0 , Borel (R≥0 )). Logo, a integral Z f (s)d hXi2 (s), onde f ´e uma fun¸ca˜o boreliana em R≥0 , est´a bem definida como sendo um integral de Lebesgue-Stieltjes. Teorema 2.3.3 (F´ ormula de Itˆ o) Seja X : [0, T ] → R uma fun¸c˜ao cont´ınua, com 2 hXi2 (T ) < ∞, e seja F ∈ C (R). Ent˜ao, Z F (XT ) − F (X0 ) = 0. onde Z. T. 1 F (Xs ) dXs + 2 0. T. F 0 (Xs ) dXs = lim. n→∞. 0. X. Z. T. F 00 (Xs ) d hXi2 (s),. 0. F 0 (Xti ) Xti+1 − Xti. . ti ∈πn ti ≤T. ´e definida como a integral de Itˆo de F 0 (Xt ) com rela¸c˜ao `a Xt . Demonstra¸c˜ao:. Seja ti ∈ πn , ti ≤ T . Pelo teorema de Taylor, existe t˜i ∈ (ti , ti+1 ) tal que.   1 F Xti+1 − F (Xti ) = F 0 (Xti ) ∆Xti + F 00 Xt˜i (∆Xti )2 2 1 00 0 = F (Xti ) ∆Xti + F (Xti ) (∆Xti )2 + 2   1  00 + F Xt˜i − F 00 (Xti ) (∆Xti )2 2 1 0 = F (Xti ) ∆Xti + F 00 (Xti ) (∆Xti )2 + Rn (ti ), 2 onde Rn (ti ) =.   1  00 F Xt˜i − F 00 (Xti ) (∆Xti )2 . 2.

Referências

Documentos relacionados

Se você vai para o mundo da fantasia e não está consciente de que está lá, você está se alienando da realidade (fugindo da realidade), você não está no aqui e

Aos profissionais de empresas privadas e pessoas físicas que participam, ou tenham como objetivo participar, de Licitações e Contratações junto à Administração Pública,

Veremos que sequˆ encias s˜ ao mais uteis em espa¸cos topol´ ogicos espec´ıficos como, por exemplo, os espa¸ cos m´ etricos e que a no¸c˜ ao de convergˆ encia de redes ´ e

Promovido pelo Sindifisco Nacio- nal em parceria com o Mosap (Mo- vimento Nacional de Aposentados e Pensionistas), o Encontro ocorreu no dia 20 de março, data em que também

Os elementos caracterizadores da obra são: a presença constante de componentes da tragédia clássica e o fatalismo, onde o destino acompanha todos os momentos das vidas das

a) O polícia disse um palavrão, após ter saído da casa de Adrian. Corrige as falsas.. A mãe também está com gripe. “Quase que não consegui ficar calado quando vi que não

Como observamos acima, todas as n-formas lineares alternantes maximais de um espa¸co vetorial V de dimens˜ao n s˜ao proporcionais umas `as

3.4 Formas Bilineares e Sesquilineares e Produtos Escalares em Espa¸ cos de Dimens˜ ao Finita 244 3.5 Estruturas Complexas sobre Espa¸ cos Vetoriais