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Audiol., Commun. Res. vol.19 número4

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Academic year: 2018

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vii

Editorial Con

vidado

http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014000400001498

Instrumentos de vigilância epidemiológica:

questões terminológicas e conceituais

No campo da saúde, são necessários instrumentos sistematizados que qualifiquem as

situações, em termos de alteração, para que sejam tomadas as decisões adequadas, sejam de

vigilância epidemiológica, indicação diagnóstica, ou tratamento.

Segundo a Lei 8.080/90, vigilância epidemiológica é definida como um conjunto de

ações que visam conhecer, detectar ou prevenir qualquer mudança em fatores determinantes

e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com o objetivo de recomendar e adotar

pos-síveis medidas de prevenção e controle de agravos à saúde. A partir de tais ações, é possível

oferecer informações técnicas aos profissionais de saúde, responsáveis pelo estabelecimento de

condutas necessárias para identificação, diagnóstico, intervenção, monitoramento e prevenção.

A Epidemiologia tem como um de seus principais objetos o conceito de “risco e seus

determinantes”. Podemos afirmar que risco é a probabilidade de ocorrência de algum evento

(doença, agravo, óbito ou condição relacionada à saúde, incluindo cura ou recuperação). O

risco é estimado em proporção e permite comparações temporais ou geográficas. Apesar

da crítica conceitual ao termo “fator”, que implica em uma relação causal, trata-se de uma

terminologia já incorporada ao jargão epidemiológico. Assim, faz-se necessário estabelecer

distinção entre “fatores de risco”, cujo efeito pode ser controlado (por intervenção clínica ou

epidemiológica) e “marcadores de risco”, atributos inevitáveis que não podem ser controlados

(gênero, grupo étnico e outros). Portanto, é relevante precisar esses conceitos.

As estimativas de riscos e seus determinantes constroem uma expressão de nexo entre

saúde, ambiente e/ou hereditariedade. Assim, torna-se fundamental elaborar instrumentos de

vigilância epidemiológica que possam atender tais expectativas e, primordialmente, identificar

suspeitas de alterações na saúde. Há instrumentos disponibilizados para isto, muitos deles

denominados Indicadores de Risco. Vale atentar para o fato de que não se constituem, em

realidade, indicadores, mas, sim, em sinais de alerta(ou red flags). Desta forma, talvez esta terminologia seja a mais adequada para o atual estado de arte do tema, na Fonoaudiologia.

Dois critérios diferenciam os sinais de alerta dos outros conceitos: 1. sinais de alerta

definidos negativamente, por ausência ou restrição daquilo que é esperado para uma idade

ou condição; 2. sinais de alerta observados de modo sistematizado e que podem representar

importante instrumento de vigilância, ligado à identificação precoce de problemas ou

obstá-culos, gerando a possibilidade de correção na evolução do processo.

Enfim, o cuidado com a relação conceito-termo garante a eficiência das considerações

feitas a partir do que se pode observar nas situações, o que aumenta a possibilidade de eficácia

(2)

viii

O uso de instrumentos de vigilância epidemiológica de alterações do desenvolvimento

infantil é um gesto promissor em saúde, sobretudo no que tange ao desenvolvimento da

lin-guagem até 4 anos, que está na base do desenvolvimento geral: percepção, cognição,

socia-lização, escolarização. Desse monitoramento, pode surgir a necessidade de uma intervenção

para reorientar o fluxo do desenvolvimento, reintegrando-o à normalidade e impedindo o

estabelecimento de alterações.

Os sinais de alerta criam um estado de atenção/cuidado, importante nas ações em

saú-de. Os instrumentos devem ser econômicos, de fácil manejo e, principalmente, prospectar

sinais que mantenham os responsáveis atentos, permitindo, assim, a tomada de decisões com

resolutividade.

Ruth Ramalho Ruivo Palladino Ana Claudia Fiorini Fernanda Prada Machado Maria Claudia Cunha

Programa de Estudos Pós-graduados em Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC – São Paulo (SP), Brasil.

REFERÊNCIAS

1. Ministério da Saúde (BR). Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União; 20 set 1990; p. 18.055.

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