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Rev. Bras. Ensino Fís. vol.23 número4

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Academic year: 2018

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EDITORIAL

Oque ebom para Genebra,e bompara o Brasil?

(ouAeita um Cafezinho? Comompet^enia ou habilidade?)

Fortaleza, 1940. Notias d~aoontada retiradado

exerito brit^anio em Dunkerque e osabogramas

in-formam que o primeiro-ministro Churhill

pronuni-aria um importante omuniado aos ingleses atraves

da BBC de Londres. Autoridades ivis, militares e

elesiastias s~ao onvidadas por um lder poltio

lo-al para ouviremodisurso, aomesmotempoem que

uminterpreteeraesolhidoparaatradu~aosimult^anea.

No momento proprio, o interprete olou o ouvido ao

radio e quando interpelado sobre o onteudo da fala,

limitava-seapediromogesto dam~aoespalmadaque

os presentes aguardassem um pouo. Ao nal,

resu-miu laoniamente: \O homem disse quea oisa ta e

preta!". 1

Areditoqueestatenhasidoarea~aodevarios

oor-denadoresdeursosdelieniaturaaoleremotextodo

pareerdoCNEerespetivaresolu~ao(homologada

re-entemente) aera das Diretrizes Curriulares para a

Forma~aode Professoresda Edua~ao Basia,em

ur-sosdenvelsuperior. Edua~aobasiainluiainfantil,

a fundamental eoensino medio. Neste ultimo,

entra-mosnos,formandoofuturo professordefsia.

Toda aomunidade assistiu- algunsate

partiipa-ram - ao intenso debate sobre as varias tend^enias e

poltiasparaaforma~aodoente en~aopretendo aqui

entrarnadisuss~aoporquejasuperada. Simpliquemos

a situa~ao omuma metafora assoiada aosesquemas

tatiosfutebolstios(que variaramdo4-3-3,vitorioso

em 1958,aoatual 8-2doFelip~ao). 2

Estasuperado o \3+1" - modelo da raionalidade

teniaparaosentendidos-,emqueoprofessorevisto

omoumespeialistaqueapliaasregrasresultantesdo

onheimentoientoedoonheimentopedagogio.

Este esquema, tradiionalmente usado, ja foi

abando-nado em bons ursos de lieniaturas de

universida-des publiasno Brasil. Morreu, aindano nasedouro,

o \2+2" - modelo do nuleo omum e dos modulos

sequeniais - aprovado por expressiva parela da

o-munidadedosfsios. Segundoessemodelo,oprofessor

e identiado omo um fsio om uma dada

espeia-liza~ao em edua~ao. Foi adotado, no entanto, o

es-quemado \arrosselholand^es"(da Copa de1994) em

queonteudoepratiapreenhemtodaagrade

urriu-laronstrudaapartirdasompet^enias. Compet^enia,

denidaporPhilippePerrenouddaUniversidadede

Ge-nebra, omo uma apaidade de agir eazmente em

um determinado tipo de situa~ao, apoiada em

onhe-imentos, mas sem limitar-se a eles. 3

Maurio

Pi-etroola, representante da SBF na audi^enia publia

promovidapelo MECjaalertava: 4

Areditamosque a

proposta se reveste de import^ania apital para o

fu-turo da forma~ao de professores do pas. A proposta

apresenta pontosmuito positivos quepermitem

vislum-brar avanos no modelo de forma~ao pratiado. Mas

sejapelafalta de lareza(ogrifoemeu)ouporapostar

demasiadamenteemalternativasaomodelofortemente

disiplinarexistente, orre-se orisode transformaro

professordaedua~aobasia,prinipalmenteaquelesdo

ensino medio, em ministradores de generalidades sem

a apaidade de formar os idad~aos para enfrentar os

desaosde umasoiedadedo onheimento.

Terminadooembateentre asduas ultimas

propos-tas, preoupa-me a implementa~ao das novas

diretri-zesurriulares,entradasna\ompet^eniaomo

on-ep~ao nulear, na \oer^enia entre a forma~ao

ofe-reida e a pratia" (om a sua `simetria invertida' 5

)

e na \pesquisa om foo no proesso de

ensino-aprendizagem". As ompet^enias nos seriam

omple-tamente estranhas e todos os eduadores teriam que

aprender om Perrenoud, ou seus representantes

lo-ais,omoonstruirompet^eniasemnossosursosde

forma~aodeprofessores. Apenasdepoisdistoeque

po-deramosfazer a sele~ao e distribui~ao dos onteudos

de onheimento para nalmente organizar a matriz

1

AgradeoaoJoseMariaFirmezaanarra~aodesteepisodio.

2

Desulpem-meosdesinteressadospelofutebol.

3

P.Perrenoud,ConstruirasCompet^eniasdesdeaEsola,Artmed,PortoAlegre(1999),p.7.

4

M. Pietroola, em Contribui~ao para a audi^enia publia naional sobre Proposta de Diretrizes para Forma~ao Iniial de

Professores da Edua~ao Basia, em Cursos de Nvel Superior, realizada em Braslia dia 23 de abril de 2001. Disponvel em

http://www.sbf1.if.usp.br/f/.

5

Expliitadapela\analogiasobreumestudante demediinaadoentado,queviveemseuursodeforma~aositua~aoalgosimilara

(2)

urriular. Para `desenharuma matriz urriular

oe-rente', onte om seis `eixos artiuladores'. Simples,

n~ao? Esquea as disiplinas obrigatorias e optativas,

suasementaserespetivasargashorariasese

onen-tre nasompet^enias. Uma quest~ao aos espeialistas:

Ondetal modelofoi empregadoequalaavalia~ao dos

resultadosobtidos? Emasonegativovaleent~aoo

pen-samentodePerrenoud? 6

Agirnumasoiedademutante

e omplexa e antes, entender, anteipar, avaliar,

en-frentararealidade omferramentasinteletuais. `Nada

e t~ao pratio omo uma boateoria', dizia KurtLewin,

um dosfundadores dapsiologia soial.

Comertezaalgumas esolasprivadasv~aoreorrer

a`assessoriasompetentes',regiamentereompensadas

naneiramente, para elaborar projetos pedagogios e

agradeurriularonebidospelasompet^enias.

Aonal, aho que orremos ateo riso de formar

professoresdefsiaoma`ompet^enia'deensinar

er-rado!

Na minha modesta opini~ao, e fundamental se

ofereer um exelente embasamento de onteudo

(teorio/experimental), enrique^e-lo om aspetos

historios e epistemologios, enfoa- lo em novas

te-nologiase apartirda trabalharasompet^enias om

signiadosespeos. Devemoslutarporumamelhor

forma~ao de onteudo, iniiando om um proessode

avalia~ao de nossosursos e alunos(pre-prov~ao),

bus-ando que nossos olegas se sensibilizem om as

di-uldadesde aprendizagemdenossos alunoseatraindo

jovens doentes-pesquisadores para as mudanas que

se fazem impresindveis no ensino de fsia. E

nal-mente,eimportanten~aoesqueerque,paraamelhoria

doproessoensino-aprendizagem,eneessario

propor-ionar aoprofessor uma arreiraprossionalque exija

uma forma~ao ontinuada, uma esola bem

estrutu-rada, salario ondigno, tempo para estudar e

prepa-rar aulas, e material didatio a sua disposi~ao. Do

ontrario,mudam-seosurrulos,osmodelosde

apren-dizageme\aoisaontinuapreta".

Referências

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