D I R E T R I Z E S D E P R O J E T O P A R A A
A R Q U I T E T U R A E M C O N T A I N E R S
JESSICA TORRES LEONE
IC – VOLUNTÁRIA 2014
Orientador:
Prof. Dr. Antonio Castelnou
DAU-UFPR Projeto:
Manual de reciclagem arquitetônica de containers BANPESQ/THALES: 2014015430
OBJETIVOS:
De modo geral, tem-se como objetivo descrever as
características, vantagens e desvantagens do emprego
de contêineres na concepção e execução de obras
arquitetônicas, relacionando-o à discussão acerca da
SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL.
De modo específico, pretende-se apresentar diretrizes
projetuais para a arquitetura em containers, a partir da
descrição e ANÁLISE DE CASOS, em termos funcionais,
técnicos e estéticos, cujas características sejam
utilizadas para estabelecer parâmetros básicos de
projeto.
Pesquisa teórico-conceitual de caráter exploratório,
com base na revisão web e bibliográfica, que tratasse
direta ou indiretamente do tema.
Voltada à INICIAÇÃO CIENTÍFICA, o método envolveu
as seguintes etapas:
Coleta e seleção de fontes de pesquisa, Leitura e organização de informações
Estudo de 03 (três) casos internacionais de tipologia
residencial
Observações finais relacionadas a diretrizes de projeto
utilizando contêineres
Elaboração e redação final de um relatório.
METODOLOGIA:
Década de 1970 – Despertar Ecológico
Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente Humano(Estocolmo, 1972)
Década de 1980 – Movimento Ambientalista
Relatório Brundtland (1987): Introdução do conceito desustentabilidade (CASTELNOU, 2005)
Década de 1990 – Socioambientalismo
Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
(Rio de Janeiro, 1992 – ECO’92) (BARBIERI, 1997)
Declaração de Interdependência para um Futuro Sustentável:
Compromisso mundial dos arquitetos UIA+AIA (Chicago, 1993)
INTRODUÇÃO:
Décadas de 2000/10 – Green Architecture
Realização da Rio+10 (Joanesburgo, 2002) e da Rio+20 (Rio de
Janeiro, 2012): Implicações sociais, econômicas e ambientais
Difusão da ideia da arquitetura sustentável (WINES, 2000)
Segundo Stang et Hawthorn (2005), uma residência
mais sustentável deve ter:
Menor tamanho possível
Orientação solar adequada
Fácil acesso ao transporte público
Reutilização de materiais e estruturas
Materiais de baixo consumo energético
Sistemas de reaproveitamento de água
Arquitetura em Containers (KOTNIK, 2010)
TO CONTAINER (Do inglês: conter, encerrar, acomodar):
Recipiente de metal ou madeira para armazenamento e
transporte (contentor ou contêiner)
Sua ideia surgiu a partir da Revolução Industrial (1750-1830)
devido à busca pela padronização
Seu conceito moderno nasceu
nos EUA com MALCOM PURCELL McCLEAN (1913-2001), que criou o contêiner
intermodal em 1937.
Hoje existem 03 (três) tipos mais
comuns: 20, 40 e 45 pés (cerca de 6, 12 e 13,5m), cujas altura e largura
são geralmente padronizadas em 8 pés (2,44m) (LEVINSON, 2003).
REVISÃO WEB-BIBLIOGRÁFICA:
O manuseio e transporte seguro por contêineres foi
regulamentando internacionalmente em 1972, a partir de
quando tornou-se um sistema cada vez mais usado.
Atualmente, cerca de 90% das mercadorias são transportadas
nesses recipientes pré-fabricados (KRONENBURG, 2008)
Entre as características que justificam sua
popularidade, apontam-se as seguintes:
Pré-fabricação/padronização
Modulação
Versatilidade de arranjos
Facilidade de transporte
Facilidade de acesso
Relativo baixo custo
APLICAÇÃO NA ÁREA DA
ARQUITETURA
O interesse pelo reuso arquitetônico de contêineres
surgiu décadas após sua invenção, despertado com a
discussão ambientalista e consequente busca por uma
arquitetura mais sustentável (KRONENBURG, 2008)
Suas características permitiram a reciclagem para
diversos usos, desde habitacionais até escritórios, lojas,
bares, escolas, galerias e espaços de eventos. Para
Kotnik (2010), são tipologias para sua reutilização:
Uma única unidade ou composição de várias delas
Combinados com outras estruturas e/ou materiais
Como extensão de construções já existentes
Colocados sobre – ou dentro – de outras construções
De acordo com Kotnik (2010), as maiores desvantagens
da reutilização de contêineres na arquitetura são:
Dimensões limitas e espaço reduzido
Possibilidade de contaminação
Variação de temperatura
Necessidade de isolamento termoacústico
Dificuldades de transporte e mão-de-obra
Problemas para a aprovação do projeto/obra
Preconceito
Apesar disso, as crescentes pesquisas e melhorias em
projeto e tecnologia têm apontando essa prática como
uma solução sustentável em termos de custo-benefício.
De modo a constatar e ilustrar o que foi pesquisado,
fez-se a descrição e análise de 03 (três) edificações
residenciais, as quais foram realizadas a partir da
reciclagem de contêineres e situadas em países
diferentes – Canadá, EUA e Chile – , que possuem
condições locais e climáticas distintas.
Por questão de tempo, optou-se em apresentar neste
evento somente um caso, sendo os demais incluídos no
relatório final:
INFINISKI MANIFESTO HOUSE
ESTUDO DE CASO:
INFINISKI
MANIFESTO HOUSE
C u r a c a v í , C h i l e U s o : R e s i d e n c i a l Á r e a : 1 6 0 m ² ( + 1 5 m ² t e r r a ç o ) N . d e c o n t a i n e r s : 3 ( 4 0 ’ ) A n o d e c o n s t r u ç ã o : 2 0 0 9 T e m p o : 9 0 d i a s J a m e s & M a u A r q u i t e c t o s Emprego de 03 contêineres revestidos
por madeira de reflorestamento e reuso
Container do térreo dividido em duas
partes por corte longitudinal abriga sala de estar, cozinha e banheiro
Dois Contêineres superiores dispostos
perpendicularmente ao inferior
comportam uma suíte e dois quartos (ARCHDAILY, 2009)
Fachadas compostas por ripas que
podem ser colocadas ou retiradas ao gosto do usuário (regulador climático)
Há painéis móveis que permitem a
abertura e fechamento da moradia
Isolamento interno com gesso e
Pav. superior
Elevação frontal Elevação lateral
Pontos positivos
da residência:
Ampla luz natural
e relação com a natureza
Cerca de 70% de
economia de ener-gia: painéis solares e elementos móveis Usode 85% de ma-teriais reciclados: ripas de demolição, isolante de papel, piso em contra-chapado dos com-têiners, etc.
Materiais
susten-táveis: madeira em
pinus, azulejos
As principais vantagens do reuso de containers
referem-se à: disponibilidade, durabilidade, resistência,
leveza, padronização, versatilidade e adaptabilidade,
com benefícios voltados à sustentabilidade.
Como diretrizes de projeto arquitetônico em containers
aponta-se:
Análise de viabilidade técnica e econômica
Dimensionamento de funções (programa) e estudo das
condições de implantação
Layout da previsão de aberturas e sistemas de execução
Escolha criteriosa de materiais de revestimento e isolamento
Definição das instalações hidroelétricas e tipo de cobertura
Detalhamento de soldagem dos perfis e fixação de
revestimentos
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Fonte: http://msalx.casa.abril.com.br/ 2013/01/07/2024/ projeto-casa-conteiner -pequena-organizada.jpeg? 1357597471
HABITAÇÃO
EM CONTAINERS
ARCHDAILY. Manifesto House (2009). Disponível em:
<http://www.archdaily.com/41001/manifesto-house-james-mau-for-infiniski/>. Acesso em: 28.fev.2014.
BARBIERI, J. C. Desenvolvimento e meio ambiente. Petrópolis RJ: Vozes, 1997. CASTELNOU, A. M. N. Ecotopias urbanas. Curitiba: Tese (Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento), Universidade Federal do Paraná, 2005.
KOTNIK, J. New container architecture: Design guide + 30 case studies. Barcelona: Links Books, 2010.
LEVINSON, M. The box: How the shipping container made the world smaller
and the world economy bigger. Princeton NJ: Princeton University Press, 2006.
STANG, A.; HAWTHORN, C. The Green House: New Directions in Sustainable
Architecture. Princeton: Princeton Architectural Press, 2005.
VEREDES. Casa Manifesto (2012). Disponível em: <http://veredes.es/blog/casa-manifesto-infiniski-manifesto-house-jamesmau/> . Acesso em: 26.set.2014.
WINES, J. Green architecture. Köln: Gustavo Gili, 2000.