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Revista Brasileira de Ciências do Esporte ISSN: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte Brasil

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ISSN: 0101-3289

rbceonline@gmail.com

Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte Brasil

Katzer, Juliana Izabel; Gomes Schild, José Francisco; de Miranda Meira Junior, Cassio; Corazza, Sara Teresinha; Chiviacowsky, Suzete

Conhecimento de performance com base no Teste do Desempenho Motor do Nado Crawl, na aprendizagem do nado crawl

Revista Brasileira de Ciências do Esporte, vol. 37, núm. 3, 2015, pp. 245-250 Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte

Curitiba, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=401341527007

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Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Conhecimento

de

performance

com

base

no

Teste

do

Desempenho

Motor

do

Nado

Crawl,

na

aprendizagem

do

nado

crawl

Juliana

Izabel

Katzer

a,∗

,

José

Francisco

Gomes

Schild

a

,

Cassio

de

Miranda

Meira

Junior

b

,

Sara

Teresinha

Corazza

c

e

Suzete

Chiviacowsky

a aEscolaSuperiordeEducac¸ãoFísica,UniversidadeFederaldePelotas(UFPel),Pelotas,RS,Brasil

bEscoladeArtes,CiênciaseHumanidades,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil

cDepartamentodeMétodoseTécnicasDesportivas,CentrodeEducac¸ãoFísicaeDesportos,UniversidadeFederaldeSantaMaria (UFSM),SantaMaria,RS,Brasil

Recebidoem7dedezembrode2012;aceitoem12demarçode2014 DisponívelnaInternetem12dejunhode2015

PALAVRAS-CHAVE Aprendizagem motora; Conhecimentode performance; Feedback; Natac¸ão

Resumo Oobjetivo desteestudo foiverificar osefeitos doconhecimentode performance (CP),combasenotestedodesempenhomotordonadocrawl(TDMND)(Corazzaetal.,2006), naaprendizagemdonadocrawl.Participaramdoestudo41adultos.Enquantoumgruporecebeu CPapósboastentativas,ooutrorecebeuCPapósasmástentativas.OTDMNC,compostopor 29itens,foiusadoparaaelaborac¸ãodasinformac¸õesdeCP,assimcomoparaaconstatac¸ãodos níveisdeaprendizagem.Paraambososgrupos,independentementedoCPfornecido,foi detec-tadadiferenc¸aentreopréeopós-teste,oqueindicasucessonoprocessodeaprendizagem. Noentanto,nacomparac¸ãoentreospós-testes,nãoforamobservadasdiferenc¸assignificativas entreosgrupos.Acomplexidadedotesteeadificuldadedosaprendizesemdiscriminarentre boasemástentativasdepráticasãodiscutidos.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados. KEYWORDS Motorlearning; Knowledgeof performance; Feedback; Swimming

Knowledge of performance based onthe swimming crawl motor performance test inthelearningofswimmingcrawl

Abstract Theobjectiveofthisstudywastoverifytheeffectsofknowledgeofperformance (KP)basedontheSwimmingCrawlMotorPerformanceTest(SCMPT)(Corazzaetal.,2006)on thelearningofswimmingcrawl.Forty-oneundergraduatestudents,dividedintotwogroups,

Autorparacorrespondência.

E-mail:julikatzer@gmail.com(J.I.Katzer).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.05.002

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246 J.I.Katzeretal.

participatedinthestudy.WhileonegroupreceivedKPaftergoodtrials,theotherreceivedKP afterpoortrials.TheSCMPT,consistingof29items,wasusedforKPelaboration,aswellasfor motorlearningassessment.Differencebetweengroupswasnotobservedonthepost-test.The complexityofthetestandthedifficultyoflearnersindiscriminatingbetweengoodandbad trialsarediscussed.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved. PALABRASCLAVE Aprendizajemotor; Conocimientodela performance; Feedback; Natación

Conocimientodelaperformanceenbasealapruebaderendimientomotornatación estilo crawl, luego debuenoscontra malos intentosde práctica,en elaprendizaje delestilocrawl

Resumen Elobjetivodeesteestudiofueevaluarlosefectosdelconocimientodela perfor-mance(CP)enbasealaPruebadeRendimientoMotordelEstiloCrawl(Corazzaetal.,2006), enelaprendizajedelnadocrawl.Participarondelestudio41adultos,divididosendosgrupos: G-buenosquerecibieronunCPluegodebuenosintentosdeprácticayG-malosquerecibieron CPluegodemalastentativasdepráctica.Laprueba,queconstade29artículos,seutilizópara lapreparacióndelainformaciónparaCP,asícomoparalaevaluacióndelosnivelesde aprendi-zaje.Paraambosgrupos,independientementedelCPrealizado,fuedetectadaunadiferencia entreelpreyelpostest,indicandounamejoraenelprocesodeaprendizaje.Noseencontró diferenciaentrelosgrupospostest.Lacomplejidaddelapruebayladificultaddelosalumnos adiscriminarentrelosbuenosymalosintentosdeprácticasediscuten.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.

Introduc

¸ão

Nos momentos iniciais da aquisic¸ão de uma habilidade motora, o aprendiz lida commuita incertezaproveniente dasdemandasdoambiente,datarefaedoprópriocorpo, como,porexemplo,compreenderosrequisitosespecíficos da tarefa ou como coordenar os seus movimentos a fim dealcanc¸arumpadrãosemelhanteaoobjetivofornecido. Nessafase,édifícilrespondercomsucessoatantas deman-dase, assim,asac¸õesmotorassãodesorganizadas, pouco eficazeseapresentammuitoserros.Aolongodoprocessode aprendizagem,ofeedbackrecebidoduranteeapósas ten-tativasdepráticaéumelementoimportantenoprocessode resoluc¸ãodoproblemamotoretornaocomportamentomais consistentee eficiente. O feedback extrínseco (FE), tam-bémconhecidocomofeedbackaumentado,éainformac¸ão externa que suplementa a fonte interna de feedback em relac¸ãoàinformac¸ãosobreodesempenho.Dentrediversas formas, esse pode ser fornecido ao aprendiz após tenta-tivas consideradas boas, ou seja, as tentativasem que o aprendizapresentaalgumgraudeeficiênciaousucessona tarefa,ou,ainda,apóstentativasruins,nasquaiso movi-mentoapresentadoénormalmenteineficienteoucommaior grau de insucesso, em relac¸ão às outras tentativas feitas (ChiviacowskyeWulf,2007).

A mensagemcontida noFE podeser referente ao pró-prioresultadodaac¸ãomotoranoambiente(conhecimento deresultado[CR])ouaopadrãodemovimentoquecausou talresultado (conhecimentodeperformance[CP]).Ambos têm importância especial em pesquisas porque se consti-tuemnumaformaobjetivadefornecerainformac¸ãosobre

aexecuc¸ãodatarefa.Porsuavez,oCPéfornecidosobre o padrãodemovimentousadoparaalcanc¸arameta---por exemplo,quandooinstrutorinformaemqueposic¸ãoo coto-velodonadadorestava,numciclodebrac¸adas(flexionado ouestendido).OCPpodeauxiliaroaprendizatomar deci-sõessobreoquefazerparaajustaropadrãodemovimento e, assim, melhorara qualidade de execuc¸ão daac¸ão. Tal informac¸ãoéparticularmenteimportantenasfasesiniciais de aprendizagem, quando osaprendizes sãoincapazesde interpretaraspropriedadesdeseusmovimentos(Guadagnoli etal.,2002).

Por ter relac¸ão com a qualidade do movimento, o CP podeterumviéssubjetivonainformac¸ãoquecarrega.Essa limitac¸ãorefleteapoucacargadepesquisaquando compa-radacomapesquisacomCR.Entretanto,ospoucosestudos comCPmostramquehábenefícios dessainformac¸ãopara aaprendizagemdehabilidadesmotorasnoesporte(Boyce, 1991; Smith e Loschner, 2002). No âmbito não esportivo que investiga osefeitos doCPe asestratégias cognitivas na aprendizagem motora de crianc¸as com paralisia cere-bral,ThorpeeValvano(2002)verificaramqueindivíduosque usaramCPjuntamentecomestratégiascognitivas apresen-taram melhoriassignificativas na habilidadedemover um pedalparatrás.Ainda,comousodahabilidadedeequilíbrio sobreatravedeginástica,SeldereDelRolan(1979) concluí-ramque,apósseissemanasdeprática,oCPdadopormeio devídeobeneficiouaaprendizagemquandocomparadocom

ofeedbackverbal.

Tradicionalmente,ofeedbackintrínsecotemsido consi-deradocomodedomínioexclusivodoaprendizeoFEcomo de domínio de um agente externo (professores, colegas,

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pesquisadores). Entretanto, para comprovar o discerni-mento das informac¸ões recebidas por parte do aprendiz, Chiviacowsky eWulf (2002),como usodequestionários e aanálisedastentativascomesemCR,descobriramqueos aprendizesnãosolicitamCRdeformaaleatória,masusam umaestratégia, a desolicitarCR após boas tentativasde prática,ouseja,apóstentativascommaiorgraudesucesso natarefa;issofoiinterpretadopelasautorascomoummeio usadopeloaprendizparaconfirmarumbomdesempenho.

Em estudo subsequente, Chiviacowsky e Wulf (2007) verificaram que participantes adultos que receberam CRdeformaexternamentecontrolada,apósboastentativas depráticanafasedeaquisic¸ão,obtiverammelhor aprendi-zagememumatarefadearremessoaoalvoemcomparac¸ão comosaprendizesque receberamCRapósmástentativas deprática.Resultadossemelhantesforamencontradoscom idosos (Chiviacowsky et al., 2009). Esse padrão de resul-tados contradiza hipótese de orientac¸ão (Salmoniet al., 1984),segundoaqualafunc¸ãodofeedbackna aprendiza-gemmotoraéguiaroaprendiznadirec¸ãodameta.Entãoo

feedbackseriamaisimportanteapósasmástentativas,ou

seja,apósoserros maisgrosseiros.Alémdisso, deacordo comessahipótese,apósboastentativasenofimdaprática

o feedbackéconsiderado comomenosimportante.

Entre-tanto, ao considerar os resultados de pesquisas sobre CR apósboasemástentativasdeprática,parecequeafunc¸ão motivadoradoFEnãodevesernegligenciada.

Defato,maisrecentemente,Badami etal.(2011) con-firmaram a proposic¸ão dos efeitos motivacionais do CR colocadospreviamenteporChiviacowskyeWulf(2007),por meio do uso de questionário. Os resultados desse estudo mostraram que o CRfornecido após astentativas eficien-tesresultouemmaiormotivac¸ãointrínseca,principalmente relacionadaàpercepc¸ãodecompetência,doqueoFE for-necidoapósastentativasmenoseficientes deprática.Em estudosubsequente,Badamietal.(2012)comprovaramos efeitos positivos doCR apósboastentativasdepráticano aumentodaautoconfianc¸aeconfirmarammaior aprendiza-gem deumatarefadeputtingdogolfe em relac¸ãoao CR fornecido após asmástentativas.Resultados semelhantes foram encontrados tambémna aprendizagem de crianc¸as (Saemietal.,2011).

Embora seja inegável a importância do FE no ensino dashabilidadesmotoras,agrandemaioriadosestudosque investigam essa variável é conduzida em ambiente labo-ratorial. São poucos os estudos aplicados em situac¸ões (próximas)domundoreal(HodgeseFranks,2002;Goodman etal.,2004).Emsituac¸õesdeintervenc¸ãomotora,oFE é umavariávelextremamenteimportante,porquedizrespeito ao que o professor/técnico/terapeuta informa ao apren-dizsobre omovimento. Nessesentido, pesquisassobreos fatores que afetam a aprendizagem motora são as mais próximas daintervenc¸ão, poisessesfatoressão manipula-dos pelos profissionais noensinodashabilidades motoras. O conhecimento produzido porpesquisas desse tipo, por-tanto, pode ser útil aos profissionais que lidam com a melhoria, a manutenc¸ão ou a reabilitac¸ão do movimento humano (Tanietal.,2010).Apartirdessas considerac¸ões, o objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos do conhecimentodeperformanceapós boasemástentativas depráticanaaprendizagemdonadocrawlemadultos uni-versitários.

Materiais

e

métodos

Participantes

Participaramdoestudo41adultosuniversitários,deambos os sexos, com média de idade 25,11 (± 5,3 anos), dis-tribuídos em dois grupos (G-Boas=21 sujeitos e G-Más= 20 sujeitos),de acordocom osdiferentes tipos de forne-cimentode CP.Todos participaram como voluntáriosapós assinarumTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido.O estudofoiaprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisacom SeresHumanos.Osparticipantesnãotinhamconhecimento doobjetivodoexperimentoetambémnãotinham experi-ênciaanteriorcomatarefa.Entreoscritériosdeinclusão, osparticipantesdeveriamestar familiarizadoscomomeio líquido,ouseja,flutuaremdecúbitoventraledorsal, imer-girafacenaágua,abrirosolhoseexpirarembaixod’água, passardaposic¸ãoverticalparaahorizontalautonomamente edeslizarnasuperfície.

Instrumentos

Osparticipantestiveramasaulasetodasasavaliac¸õesdos préepós-testesnapiscinasemiolímpica(25mx12,5m)do CentrodeEducac¸ãoFísicadauniversidade.Paraavaliac¸ão do desempenho foi usado o teste do desempenho motor donadocrawl(TDMNC)(Corazzaetal.,2006).Esse instru-mentotemcomoformadeavaliac¸ãoaexecuc¸ãotécnicado nadoem 29 itens. Édado umpontoparacada item cum-pridodeformacorreta.Oescoremínimoédezero(quando o sujeito não faz qualquer movimento corretamente) e o escoremáximoéde29(quandotodosositensquecompõem o teste sãofeitos de forma correta).Os pré e pós-testes foramaplicadosindividualmenteem cadaparticipantepor três avaliadores treinados. Os avaliadores observaram os participantesdabordadapiscinaetransitandopelo ambi-ente, para melhor visualizac¸ão a partir dos critérios de avaliac¸ãoqueconstamnoteste.

Procedimentos

Osparticipantesforamdistribuídosaleatoriamenteemdois gruposexperimentais:G-Boas,compostopor21alunos(12 homense nove mulheres) que tiveramaulas e receberam CP após boas tentativas do nado crawl, e G-Ruins, tam-bémcom20alunos(10homense10mulheres),quetiveram aulasereceberamCPapós mástentativasdonado crawl. OconteúdoinformacionaldoCPdependiadaqualidadedo desempenhodoparticipante,erafornecidoemtrêsdecada seis tentativasde prática,para asmelhores (as que mais seaproximaram datécnica do nado)noG-Boas e para as piores(asquemaissedistanciaramdatécnicadonado)no G-Ruins. OCPfoi fornecidode formasumariada,ouseja, todasasinformac¸õesforamprovidasapósasseistentativas dobloco.

Oscritériosparajulgaroqueseriauma‘‘boatentativa’’ e uma ‘‘má tentativa’’ foramos detalhados noteste, ou seja,ascaracterísticasdedesempenhoquemaisse aproxi-maram dadescric¸ão do movimento correto e alcanc¸aram maior pontuac¸ão dentro do bloco foram usadas como CP

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248 J.I.Katzeretal. paraogrupo‘‘boas’’e asque maissedistanciaramdessa

descric¸ãoe alcanc¸arammenor pontuac¸ão dentrodobloco comoinformac¸ãodeCPparaogrupo‘‘más’’.

Com os participantes familiarizados ao meio líquido, foi aplicadoo pré-teste. Em seguida participaram dedez aulasconsecutivas,duasvezesnasemana,comdurac¸ãode 50minutoscada.Asaulasforamdivididasemaquecimento (atividadesdealongamentoeiniciac¸ãodamovimentac¸ão), parteprincipal(educativosdahabilidade-alvojádivididaem partes---respirac¸ão,pernada,brac¸ada,coordenac¸ãogeral do nado) e descontrac¸ão/relaxamento (atividades livres). Ointervalo detempoentreo pré-teste eo pós-teste foi, portanto, decinco semanas.Considerou-se umatentativa depráticaaexecuc¸ãodonadocrawlem25metrosde des-locamento;seistentativascompunhamumblocodeprática. Asavaliac¸õesdodesempenhodonadocrawldecada parti-cipante,queresultaramnasinformac¸õesdeCP,foramfeitas peloexperimentador,queobservavacadaparticipante indi-vidualmenteduranteaaula.Todososparticipantesfizeram doisblocosdeseistentativasdonadocrawlem cadaaula ereceberamfeedbackespecífico(referenteàsmelhores ---grupo 1 --- oupiorestentativas --- grupo 2), após o fim de cadabloco.Norestantedaaulacadaparticipantefaziaos educativosespecíficos,semfeedbackalgumdo experimen-tador.Duranteoexperimentoasaulasforamministradasem gruposdeseisparticipanteseo CPfoifornecidodeforma sumariadanofimdecadabloco,individualmente.

Tratamentoestatístico

Inicialmente para caracterizac¸ão dos dados foi usada a estatística descritiva com média e desvio padrão. Comaviolac¸ãodopressupostodenormalidade,para verifi-caradiferenc¸aintragrupoentreopréeopós-teste,usou-se otestenãoparamétricodeWilcoxon.Comointuitode veri-ficaradiferenc¸aentreostratamentos(diferentesregimes deCP,apósboasemástentativas),osgruposforam compa-radoscomotestenãoparamétricodeMann-Whitney.Para issousou-seosoftwareStatisticalPackageforSocial Scien-ces (SPSS14.0)e foiadotadoumnível designificânciade 5%.

Resultados

Os resultados da análise descritiva são apresentados na tabela1.Paraverificarseambososgruposiniciarama pes-quisa comníveis similares de desempenho, foi aplicadoo testedeMann-Whitney,quemostrouqueosgruposnão dife-riramentresinopré-teste(p=0,568).Ahomogeneidadede desempenho inicialdosgrupos é umacondic¸ão necessária

0 5 10 15 20 25 30 35 9 10 8 7 6 5 4 3 2 1 Escore no TDMNC Sujeitos Desempenho dos sujeitos

Pré-teste G-boas Pré-teste G-ruins Pós-teste G-boas Pós-teste G-ruins 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11

Figura1 Desempenhodosgruposnopréepós-testes.

em estudosde aprendizagem motora. Deoutra forma,se os grupos apresentassemdesempenhos iniciaisdiferentes, nãosepoderiaatribuirosresultadosapenasàmanipulac¸ão experimental,mastambémàsdiferenc¸as iniciais(Barrocal etal.,2006).Pelosvaloresbaixosdedesempenho (tabela 1),tambémsepodededuzirqueosparticipantesdeambos osgruposeraminiciantesnonadocrawl.

Ao comparar o desempenho dos grupos em pré e pós--testes, pode-se observar na figura 1 que o grupo que recebeuCPapósboastentativasdepráticateveseu desem-penho melhorado após o programa de ensino da técnica do nado crawl, fato que também ocorreu para o grupo querecebeuCPapósmástentativas.Pode-sedestacarque, independentemente de se fornecido após boas ou más tentativas, o CP foi fundamental, pois os participantes modificaramo seucomportamento apóso tratamento.No entanto, pararevelarserealmentehouvediferenc¸aentre o pré e opós-teste paraambos osgrupos usou-se oteste deWilcoxon.Foiencontradaumadiferenc¸aaltamente sig-nificativa, tanto parao G-Boas (Z =-3,727 parap<0,000) quantoparaoG-Más(Z=-3,731parap<0,000).

Essesresultados mostramque ambos os grupos melho-raramdurante oexperimento,ouseja,modificaramoseu comportamento para um nível superior de desempenho. Com o intuitodeverificarqualtratamento foimaiseficaz nesteestudo,aplicou-seotestedeMann-Whitney.Nãofoi encontrada diferenc¸asignificativaentreosgrupos no pós--teste(Z=-1,239parap=0,215).

Discussão

A presente pesquisa investigou um importante fator que afeta a aquisic¸ão de habilidades motoras --- o feedback extrínseco em forma de CP --- em uma situac¸ão real de

Tabela1 Análisedescritivadosdados

Variáveis N Mínimo(acertos) Máximo(acertos) Média Desviopadrão Pré-testeG-Boas 21 0 9 3,18 3,20

Pós-testeG-Boas 21 16 29 25,71 2,33

Pré-testeG-Más 20 0 9 3,77 3,10

Pós-testeG-Más 20 9 28 22,95 5,23

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aprendizagem motora. Diferentemente de pesquisas labo-ratoriais que primampelavalidade interna, estapesquisa privilegiou a validade externa (aulas de natac¸ão) na conduc¸ãodosprocedimentosexperimentais.Aintenc¸ãofoi enfatizaravalidadeecológicaparaqueosresultadospossam sertransportadosparaasituac¸ãodepráticaprofissionalcom maiorfacilidade.ParafraseandoTanietal.(2010),buscou-se aquiuma‘‘maioraproximac¸ãoentreaaprendizagemmotora eapedagogiadomovimento’’,comotestedeumahipótese operacionalsobreosefeitosdofeedbackextrínseco forne-cidoapósboastentativasdepráticaemestudosanteriores, feitas em laboratório ou com ênfase na validade interna (Chiviacowsky;Wulf,2007;Chiviacowskyetal.,2009,Saemi etal., 2011). Essaaproximac¸ão coma práticavem sendo estimuladademodorecorrenteporTani(2006,2008),que pregaveementementeafeituradepesquisasaplicadasem situac¸ãorealdeensino-aprendizagemoupróximasdissoque envolvamacoparticipac¸ãodepesquisadoreseprofissionais efetivamenteengajadosnaintervenc¸ãomotora.

Osresultadosapresentadospermitemafirmarqueambos os grupos modificaram o seu comportamento e aprende-ramduranteoexperimento,apósasdezsessõesdeprática. Mostrandosimilaridadecomalgunsestudosjáfeitossobre

o feedbackextrínseco na aprendizagemde habilidadesda

natac¸ão,estudosessesque nosquais foramusadosalguns procedimentos similares, como o fornecimento de CP de forma reduzida e sumariada. Os estudos de Chambers e Vickers (2006) e Santos et al. (2008) com natac¸ão demonstrarambenefícios,pormeiodofornecimentodeFE. Oprimeiroestudoverificouosefeitosdafaixadeamplitude

defeedback nodesempenhode nadadorescompetitivos e

os resultados mostraram que o grupo que recebeu feed-backatrasadocompostoporquestionamentosdirecionados à técnica donado obteve melhoria na execuc¸ão do nado enotempodemovimento.Já nosegundoestudo, relacio-nadoàfrequênciadeCP,Santosetal.(2008)verificaramos efeitosdoFEnosindicadoresbiomecânicosdedesempenho daviradanonado crawle forneceramCPeCRem60%da tentativas.Foramencontradasmelhoriasnotestede trans-ferência,quecaracterizoumudanc¸asnocomportamentoem

func¸ãodofeedbackusado.Entretanto,nopresenteestudo

não foi observada diferenc¸a estatisticamente significativa na aprendizagem em func¸ão dostipos deCPusados, após boasoumástentativasdeprática.

Apesar de estudosanteriores demonstrarem que infor-mar sobre o comportamento motor maisparecido com o padrão correto, ouseja, após as tentativas mais eficien-tes, causaum impacto mais positivo no aprendiz do que informar sobre erros maisgrosseiros (Chiviacowsky; Wulf, 2007;Chiviacowskyetal.,2009;Badamietal.,2011;Badami etal.,2012;Saemietal.,2011)equeosaprendizes prefe-remreceberinformac¸õesdefeedbackprincipalmenteapós astentativas maiseficientes deprática,quando praticam emarranjosautocontroladosdefornecimentodefeedback (ChiviacowskyeWulf,2002),taisresultadosnãoforam con-firmadosnopresenteestudo.

Essadiscrepânciapodeserresultadodeaspectos diver-sosque fazemopresenteestudo diferirdosexperimentos anteriores. As tarefas usadas nos estudos anteriores, por exemplo, arremessar implementos em direc¸ão a um alvo (Chiviacowsky e Wulf, 2007; Chiviacowsky et al., 2009, Saemietal.,2011),ouo puttingdogolfe (Badamietal.,

2012), podemser consideradasde menor complexidadee commenoselementos do quea tarefa usadano presente estudo, aqual podeser considerada degrande complexi-dadeecommuitoscomponentesparaacorretaexecuc¸ão. Outro aspecto importante a ressaltar é que, no presente estudo,foramusadasinformac¸õesemformadeCPque tive-ramcomobaseoscritériosdoTDMNC,oqualécompostopor várioselementos constituintesdatarefa.Tais informac¸ões podemterexigidoumprocessamentodeinformac¸ões bas-tanteelaboradoporparte dosaprendizes,enquantoouso de informac¸ões de CR dos estudos anteriores frequente-menteenvolveuumprocessamentomenoselaborado,oque indicaoerroemrelac¸ãoaapenasumaspectoespecíficoda tarefa.Aconsequênciapodetersidoamaiordificuldadedos aprendizesdediferenciartentativasboasderuins no pre-senteestudo,o quediminuiosefeitos queamanipulac¸ão dessa variávelpoderia causar na aprendizagem da habili-dademotorausada.Se,deacordocomChiviacowskyeWulf (2007),osbenefícios dofeedbackapósboas tentativasde práticapodemsercausadospelofatormotivacional, relaci-onadoàpercepc¸ãodecompetência(Badamietal.,2011),a faltadeclarezaemrelac¸ãoaoquepodeounãoser consi-deradoumaboatentativadepráticapodeterdiluídoesse efeito.

Ainda, o presente experimento foi feito em um con-textoaplicado,emvez delaboratorial,noqualavalidade ecológicaémaximizada,enquantoavalidadeinternapode tersofridointerferênciasdocontexto.Pode-seconsiderar, assim, que as informac¸ões de CP fornecidas aos aprendi-zesapósboaseapósmástentativasfacilitaramigualmente o alcance da meta noprocesso deaquisic¸ão de habilida-desmotoras,querpelamodificac¸ãooupelamanutenc¸ãodo padrãodemovimentoexecutado(SmethursteCarson,2001; Liebermann etal., 2002; Ayers etal., 2003; Goodman et al.,2004;SchmidteLee,2005).TantooCPapósas tenta-tivasmaiseficientesquantooCPapósastentativasmenos eficientesauxiliaramnodesenvolvimento,porpartedos par-ticipantes,de ummecanismo deavaliac¸ão domovimento (detecc¸ãoecorrec¸ãodeerros).

Conclusão

Osresultadosobtidosnapresentepesquisapermitem con-cluirqueforneceraadultosCPtantoapósboascomoapós más tentativas de prática, com base no TDMNC, durante aulas práticas denatac¸ão, ocasiona similaraprendizagem donadocrawl.Acomplexidadedotesteeadificuldadedos aprendizesde discriminar entreboas e mástentativas de práticapodemtercontribuídoparaosresultados encontra-dos.

Financiamento

Coordenac¸ãodeAperfeic¸oamentodePessoaldeNível Supe-rior(Capes),pormeiodeconcessãodebolsadeestudosem níveldemestrado.

Conflitos

de

interesse

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250 J.I.Katzeretal.

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