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O Impacto de Fusões Aquisições na Performance Operacional do Setor Bancário no Período 2013 2015.

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O Impacto de Fusões&Aquisições na Performance Operacional do Setor

Bancário no Período 2013-2015.

João Nuno Duarte Fontes

Dissertação

Mestrado em Economia e Administração de Empresas

Orientado por

Professor Doutor Abel Luís da Costa Fernandes

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ii

Agradecimentos

Quero dedicar esta dissertação e este grau de mestre à minha família por todo o apoio financeiro e moral na minha educação, aos meus amigos de S.João da Madeira por todo o apoio, conversas e compreensão perante as minhas ausências, ao conjunto de pessoas que marcou a minha caminhada FEPiana por todas as histórias aqui escritas, ao meu afilhado por me ter marcado tanto, aos Unidos do Cano, à empresa Carmo &

Cerqueira por todo o acompanhamento e experiência profissional que me deram e por fim, mas não menos importante, ao meu orientador por toda a disponibilidade que demonstrou ao longo de todo este ano.

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iii

Resumo

A criação de valor económico e financeiro para os diferentes stakeholder’s com interesse na performance de um banco deve orientar a postura dos gestores de qualquer entidade.

As sinergias, o aproveitamento de economias de escala e a redução da concorrência podem ser motivações interessantes para a decisão de fundir ou adquirir outro banco.

No setor bancário, os gestores tiveram que se readaptar a um setor em constante mudança e altamente regulamentado.

Contudo, importa perceber de que forma estas Fusões &Aquisições serão percecionadas pelo mercado e qual o impacto em termos operacionais que provocará em algumas variáveis críticas dos Bancos Adquirentes.

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iv

Abstract

The creation of economic and financial value for the different stakeholder´s with interest in the performance of a bank should guide the position of the managers of any entity.

Synergies, the use of economies of scale and the reduction of competition may be interesting motivations for the decision to merge or acquire another bank.

In the banking sector, managers had to be retrofit before and almost at once highly regulated.

However, it is important to understand how these M&A as will be perceived by the market and what impact in operational terms it will cause in some critical variables of the Acquiring Banks.

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v

Índice

Agradecimentos ... ii Resumo ... iii Abstract... iv Índice de Tabelas ... vi 1. Introdução ... 1 2. Revisão de Literatura ... 4 2.1. Fusões e Aquisições ... 4

2.1.1.Fusões e Aquisições Horizontais ... 7

2.1.2.Fusões e Aquisições Verticais ... 8

2.1.3.Conglomerados ... 8

2.1.4. Fusões e Aquisições Concêntricas ... 9

2.2. Motivações para a existência de Fusões e Aquisições... 10

2.3. Sinergias ... 12

2.4. Determinantes da Performance Operacional Pós F&A ... 13

2.4.1. Método de Pagamento Cash vs Stock ... 13

2.4.2. Deal Atmosphere: friendly vs hostil ... 13

2.4.3. Alavancagem e Reservas de Caixa do Adquirente ... 14

2.4.4. Tamanho Relativo do Target... 14

2.4.5. F&A Domésticas vs Internacionais... 14

2.4.6. Setor de Negócio do Target: focado vs diversificado ... 15

2.5. Métricas de Desempenho ... 16

2.6. Estudos no Setor Bancário... 17

3. Dados e Metodologia ... 19 3.1 Exposição do Problema... 19 3.2 Amostra ... 20 3.2.1. Caracterização da Amostra ... 22 3.2.2. Dados ... 24 3.3. Metodologia ... 27 3.4. Resultados ... 29 3.4.1. Amostra ... 29 3.4.2. Rácios ... 31

3.4.3. Performance dos 4 rácios no ano 3 após a Aquisição ... 39

3.4.4. Sumário ... 41

4. Conclusão ... 43

5. Limitações e Investigação Futura ... 45

6. Bibliografia ... 47

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vi

Índice de Tabelas

Tabela 1: Construção da Amostra ... 21

Tabela 2: Distribuição Geográfica e Anual da Amostra ... 23

Tabela 3:F&A com maior Deal Value (Valores milhares de Dólares) ... 23

Tabela 4: F&A Nacionais e Transfronteiriças ... 24

Tabela 5: Informação agregada relativa ao conjunto dos bancos adquirentes (Valores em milhares de dólares)... 26

Tabela 6:Variação percentual dos 5 parâmetros de análise do Conjunto dos Bancos Adquirentes em relação à média do ano -1 & ano -2 ... 31

Tabela 7:Variação percentual dos 5 parâmetros de análise do Benchmark em relação à média do ano -1 & ano -2 ... 31

Tabela 8: Valor dos rácios nos 2 anos anteriores ao da F&A (em %) ... 33

Tabela 9: Variação da Rendibilidade dos Capitais Próprios (ROE) dos Bancos Adquirentes em relação à média dos 2 anos anteriores (em %) ... 35

Tabela 10: Variação da Rendibilidade do Ativo ( ROA )dos Bancos Adquirentes em relação à média dos 2 anos anteriores (em %) ... 36

Tabela 11: Variação do Cost to Income Ratio (CIR) dos Bancos Adquirentes em relação à média dos 2 anos anteriores (em %) ... 38

Tabela 12:Variação da Interest Margin (IM) dos Bancos Adquirentes em relação à média dos 2 anos anteriores (em %) ... 39

Tabela 13: Rácios dos Bancos adquirentes no terceiro ano após a aquisição (ano 3) ... 40

Tabela 14: Evolução dos rácios (ajustados pelos rácios do setor) apresentados pelos bancos adquirentes no ano anterior à aquisição e 3 anos após a aquisição ... 41

Tabela 15:Resumo dos Estudos do Setor Bancário. ... 51

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1. Introdução

Num mundo cada vez mais global e conectado, em que o digital tem assumido um papel de relevo, o setor da banca tem sofrido constantes mudanças e transformações. Efetivamente, tendo por base a decisão estratégica de crescimento do valor económico e financeiro do negócio que deve ser o objetivo subjacente a qualquer atividade, a discussão sobre as formas de alcançar esse crescimento tem sido uma temática que tem motivado variados estudos. Esse objetivo pode ser alcançado através de crescimento orgânico interno, ou através de crescimento externo socorrendo-se de Fusões e Aquisições (F&A), a título de exemplo. Desta forma, com uma F&A é possível atingir novos produtos, mercados e tecnologias de forma mais rápida e direta do que através de um crescimento interno.

Segundo Cartwright e Schoenberg (2006) este crescimento passa pela ótica de gerar valor para os diferentes stakeholder´s com interesse nas entidades. Do grupo dos stakeholder´s fazem parte os clientes, fornecedores, Governo ou trabalhadores. Desta forma, as decisões de gestão devem ter por base esta visão e centrar-se nas fontes originadoras de valor económico e financeiro (sejam pessoas, produtos e a própria capacidade operacional da entidade). Através deste foco, conseguiremos extrair todo o valor1 inerente a uma decisão

estratégica do tipo de F&A. Assim, segundo o referido autor é possível aumentar o valor através de 3 categorias: reestruturações; aumentos de eficiência e crescimento. A criação de valor passa pelo benefício de determinada decisão económica superar o seu custo, no fundo a base histórica que sustenta as decisões de gestão.

Segundo Askenaset al. (1997) as decisões de F&A têm sempre por base um planeamento estratégico com uma perspetiva de criação de valor para os acionistas, contudo os seus resultados nem sempre são satisfatórios, derivado principalmente de problemas a nível de integração pós F&A.

De acordo com Cartwright e Schoenberg (2006) existe uma escassez de estudos sistemáticos e sustentados sobre essa fase de integração, ou seja, a maioria dos estudos sobre F&A concentram-se na decisão estratégica em si em termos teóricos e não nas consequências reais que a mesma acarreta.

Importa referir que este é um tema atual e que tem motivado cada vez maiores estudos por parte dos economistas. Segundo Cartwright e Schoenberg(2006), apesar da vasta

1A forma mais utilizada de cálculo do valor de uma empresa passa por atualizar para o presente todos os cash-flows esperados futuros à taxa de desconto apropriada.

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2 literatura existente sobre o tema ainda pouco conhecemos acerca deste assunto havendo um conjunto ilimitado de questões dúbias à volta desta temática.

Desta forma, o presente projeto pretende dar resposta a um conjunto de dúvidas que se têm levantado neste domínio, tais como: qual o impacto económico e financeiro de uma F&A no banco adquirente; de que forma uma F&A é encarada pelas entidades regulatórias e perceber do ponto de vista da banca se esta é uma decisão estratégica originadora de valor económico e financeiro. Irei estudar as consequências reais que um processo de F&A desencadeia num conjunto de exemplos práticos no setor da banca.

Em termos de organização do trabalho, o capítulo 2 consistirá numa revisão de literatura científica acerca das F&A e do setor da banca. Este capítulo estará subdividido em 6 subcapítulos. O subcapítulo 2.1. e os respetivos subcapítulos irão abordar questões relacionadas com as F&A e desagregadas pelos 4 tipos existentes. O subcapítulo 2.2. abordará as principais motivações que levam os gestores a optar por uma F&A e o subcapítulo 2.3. abordará de forma mais específica a motivação das sinergias que é um dos aspetos mais relevantes e comentados neste âmbito.

O subcapítulo 2.4.consistirá numa análise das determinantes que têm mais influência no impacto operacional, derivado de uma F&A, para o banco adquirente. O subcapítulo 2.5 abordará alguns dos critérios de desempenho que podemos utilizar como forma de avaliar o sucesso ou insucesso de uma decisão deste género no setor da banca. O subcapítulo 2.6 desagregará os principais estudos elaborados no âmbito do impacto que uma F&A tem a nível operacional no setor da banca, e como a partir desses estudos o presente projeto de dissertação poderá dar respostas a algumas das questões dúbias que permanecem. Em Anexos, está presente uma tabela resumo dos principais estudos relacionados com F&A no setor da banca.

O capítulo 3 incidirá sobre o tratamento dos dados recolhidos e as conclusões a retirar deste estudo quantitativo. O subcapítulo 3.1 abordará o problema em estudo, o 3.2 será relativo à formação e tratamento da amostra, que servirá de base ao presente estudo. A presente amostra foi elaborada recorrendo à base de dados Zephir2. A amostra, composta por

147 F&A, está presente em Anexos.

Em termos de metodologia a adotar no presente trabalho, abordado no subcapítulo 3.2, a mesma será de cariz quantitativo e passará pela recolha de informações através da base

2Base de dados que contém informações sobre deals e rumores de M&A, IPO, Private Equity, Capital de Risco.

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3 de dados Orbis Bank Focus3. Serão utilizados dados pré F&A e pós F&A, analisando o impacto

que a mesma teve em certas variáveis criticas de análise de desempenho dos bancos, sustentadas na revisão de literatura que será desenvolvida e elaborada. Posteriormente, os dados serão tratados e analisados com a técnica econométrica de Cross-Section, recorrendo a um teste estatístico para testar a robustez e significância estatística das variações encontradas. O capítulo 4 intitulado de Conclusão e o capítulo 5 intitulado de Limitações e Investigação futura, resumem as principais conclusões retiradas do presente estudo e de que forma o mesmo pode ser explorado e melhorado no futuro, ultrapassadas algumas das limitações inerentes ao desenvolvimento do presente projeto.

O capítulo 6 representa a bibliografia que foi sendo referenciada ao longo do projeto de dissertação.

No capítulo 7, intitulado de Anexos, estão presentes alguns elementos como quadros ou tabelas de apoio às afirmações feitas ao longo do estudo.

3 Orbis Bank focus é uma base de dados de bancos a nível mundial, e contém atualmente informações detalhadas sobre 38.000 bancos (28.000 americanos e 10.000 não americanos).

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2. Revisão de Literatura

2.1. Fusões & Aquisições

As F&A como decisões estratégicas e como linhas orientadoras de importantes estudos de viabilidade económico-financeiro caso sejam adotadas, não são recentes de um ponto de vista histórico.

Segundo Gugler et al. (2003) entre 1987 e 1995 podemos distinguir entre 5 fases distintas das F&A. A primeira fase marcou o século XX com enfoque em certas indústrias como a alimentar, petrolífera, transportes e metalurgia/produtos químicos. Segundo McNamara et al. (2008) a maioria destas F&A eram do tipo horizontal.

A segunda fase, com menor intensidade, coincidiu com o período de prosperação da economia Norte Americana, que levou à criação de empresas de grande dimensão. Neste período a maioria das F&A foram do tipo vertical.

Segundo Baldwin,W.L.( 1990) a terceira fase ocorreu na década de 60 do séc.XX e caracterizou-se pela formação de numerosos conglomerados.

A quarta fase surgiu nos anos 80 do séc.XX e foi composta por F&A do tipo horizontal e vertical.

Segundo Schoenberg (2006) a quinta fase, de intensidade elevada, data dos anos 90 do séc. XX e foi sentida em setores específicos como farmacêutico, bancário e elétrico tanto a nível europeu como americano.

Neste ponto da dissertação, importa perceber a diferença entre uma fusão e uma aquisição. Assim sendo, de acordo com o Código das Sociedades Comerciais (CSC), a fusão consiste na união de 2 entidades, que irão dar origem a uma entidade única. Segundo Weston e Weaver (2004) uma fusão é uma transação que irá formar uma unidade económica a partir de 2 unidades económicas. Ainda segundo Gaughan (2010) uma fusão é uma combinação entre 2 corporações em que apenas uma irá sobreviver.

As fusões podem-se concretizar de 2 formas distintas em termos jurídicos. Assim, segundo o CSC ha 2 tipos de fusões:

- Fusão por incorporação, em que se funde uma entidade A com uma entidade B, que dá origem à entidade A. Neste tipo de fusão, a sociedade A que se designa de incorporante irá absorver todo o património que constitui as empresas que irá adquirir.Como forma de proteção aos sócios e acionistas das entidades adquiridas, a entidade incorporante irá integrar no seu capital social

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5 quotas ou ações dos acionistas das entidades adquiridas calculadas através de um valor definido para o património da entidade alvo em relação à entidade incorporante. Desta forma, os sócios e acionistas das entidades alvo acabaram por não ser prejudicados e mantêm a sua riqueza.

- Fusão por concentração, em que se funde uma entidade A com uma entidade B, que dá origem à entidade C.Neste tipo de fusões, os patrimónios da entidade A e da entidade B são transferidos para a entidade C. Os sócios e acionistas da entidade A e da entidade B manterão quotas ou ações da entidade C na proporção das quotas e ações que detinham na entidade A e/ou B, calculadas com base no valor atribuído às entidades A e B aquando do processo de fusão.

Por outro lado, segundo Galpin e Herndon (2014), uma aquisição é uma decisão estratégica em que uma entidade designada de adquirente adquire uma entidade designada adquirida, havendo a manutenção da identidade e personalidade jurídica da entidade adquirente. Este processo de aquisição pode consistir na aquisição da totalidade das ações da empresa adquirida ou apenas numa percentagem do capital social e pode ser desencadeada também por investidores particulares, designados de bidder. A aquisição pode ser feita através de numerário (cash), ações ou outros títulos mobiliários.

Datta et al. (1992) desagrega a decisão estratégica de F&A em 4 categorias principais: F&A horizontais, F&A verticais; Conglomerados e Concêntrica.

As F&A também se podem classificar em relação à permanência ou não dos acionistas. Assim sendo, segundo Weston et al. (1990) numa aquisição os acionistas da entidade que foi adquirida têm uma tendência a deixarem de ser acionistas da entidade adquirente, enquanto que numa fusão normalmente os acionistas das entidades alvo tornam-se também acionistas da entidade à qual o processo de fusão deu origem.

Em relação ao sucesso ou insucesso desta decisão estratégica, Brealey et al. (2008) referem que seria mais fácil procedermos a uma generalização em relação ao sucesso ou insucesso de certos tipos de F&A, contudo não podemos concluir que o tipo de F&A influenciará o sucesso ou insucesso desta decisão, cada caso é um caso.

Lang e Stulz (1994) efetuam uma avaliação em termos probabilísticos. Estes autores referem que as F&A que não são horizontais têm uma probabilidade de sucesso inferior às F&A horizontais. Esta conclusão retira-se pelo facto de uma F&A entre entidades de diferentes setores de atividade envolver um maior risco, enquanto que numa F&A horizontal

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6 o aproveitamento de sinergias e redução da concorrência trarão um efeito potencialmente positivo.

Ravenscraft e Scherer (1989) efetuaram um estudo em que concluíram que nas F&A entre entidades de diferentes setores, as taxas de desinvestimento eram mais elevadas em relação às F&A horizontais, pelo que a probabilidade de se efetuar uma F&A de uma entidade de outro setor de atividade correr pior que uma F&A horizontal era acentuada.

Por outro lado, contrariando os estudos acima descritos, Amihud e Lev (1981) e Mc Afee e Williams (1988) concluem pela existência de retornos médios anormais superiores em F&A não horizontais em relação a F&A horizontais. Este dado é explicado pela diversificação do investimento inerente às F&A não horizontais.

Com esta panóplia de estudos e conclusões já apresentados anteriormente, importa igualmente perceber quais são as motivações de cariz económico, financeiro, organizacional, entre outros que estão por detrás de uma decisão estratégica de F&A. Assim sendo, Berger et al. (2004) consideraram pertinente efetuar esse estudo de forma a perceber melhor as potencialidades que uma decisão estratégica deste tipo apresenta. Os referidos autores, apresentaram os 3 motivos que na sua opinião mais contribuem para os gestores optarem por uma F&A: a possibilidade de se obterem sinergias; a possibilidade da gestão e a possibilidade do orgulho exagerado.

A possibilidade de se obterem sinergias será algo abordada em capítulos subsequentes. Na possibilidade da gestão também denominada de teoria da agência, a motivação é referente aos gestores na busca de interesses pessoais e não cumprindo com o desígnio máximo que deve reger a sua orientação ao leme de uma entidade, que passa por maximizar o valor dos acionistas.

Na possibilidade do orgulho exagerado, os gestores da entidade gerada pela F&A sabem que calcularam mal o valor das entidades alvo da F&A mas prosseguem com a concretização dessa operação estratégica pois não querem admitir que erraram no cálculo desse valor devido à sua reputação e orgulho profissional, o que pode acarretar custos significativos para os acionistas.

Segundo Wong e Cheung (2009) as F&A têm vindo a ser cada vez mais realizadas nos mercados internacionais, pelo que surgiu essa necessidade de regular internacionalmente estes processos.

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7 através de :

Fusão: A entidade alvo torna-se parte da entidade adquirente. Para a aprovação desta transação, é necessária a aprovação dos acionistas de ambas as entidades;

Consolidação: As entidades, alvo e adquirente, dão origem a uma nova empresa, sendo igualmente necessária a aprovação de ambos os acionistas.

Oferta Pública de Aquisição ( OPA): A entidade alvo existe até o último acionista com ações dessa entidade, vender essas mesmas ações.

Compra de Ativos: Os ativos da entidade alvo, apesar da mesma continuar a existir, são transferidos para outra entidade. A entidade alvo poderá vir a ser liquidada.

A entidade alvo pode ser igualmente adquirida pelos próprios administradores ou investidores externos, no que se denomina de Buyout.

2.1.1. Fusões e Aquisições Horizontais

Weston et al. (1990) referem que as F&A não podem ser consideradas horizontais unicamente pelo objetivo estratégico associado a uma decisão deste tipo ser o de obter economias de escala. Apesar deste tipo de F&A proporcionar aumentos na escala de produção, nem todas as pequenas entidades têm este objetivo definido quando enveredam por uma F&A Horizontal. Os autores referem que há um outro conjunto de fatores que levam as entidades a optar por este rumo em detrimento do crescimento orgânico interno.

Os referidos autores justificam a existência destas F&A segundo dois tipos de perspetivas: a teoria da maximização do valor e a teoria da gestão. Em relação à teoria da maximização do valor, a mesma reflete-se na criação de valor através de um aumento na eficiência da produção e distribuição. A teoria da gestão passa por obter uma maior eficiência na utilização dos recursos à disposição

As F&A horizontais poderão provocar uma situação negativa e indesejável do ponto de vista concorrencial, pois podem aumentar a concentração do mercado e originar um mercado excessivamente concentrado. Deste modo, existe legislação anti-trust e de defesa da concorrência que irá proibir práticas de abuso de poder decorrentes destas F&A horizontais.

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2.1.2. Fusões e AquisiçõesVerticais

Segundo Weston et al. (1990) as F&A verticais ocorrem entre entidades que apesar de operarem no mesmo setor , estão presentes em diferentes fases do processo de produção e distribuição de um mesmo produto ou serviço.

Os referidos autores elencam um conjunto de fatores que motivam os gestores a optar por este tipo de F&A, com a motivação a principal a residir na possibilidade de conseguirem reduzir alguns custos de transação.

Contudo, segundo estes mesmos autores, e tal como nas F&A horizontais há motivações subjacentes que nos levam a interrogar até que ponto serão eticamente aprováveis. Entre este tipo de motivações está a possibilidade de se originar um poder de monopólio entre os integrantes das diferentes fases do processo produtivo.

Como vantagens que os gestores procuram atingir de forma eticamente responsável, temos a possibilidade de obter uma maior proximidade com o cliente final; a redução do perigo de existirem falhas no mercado com consequências para a empresa; melhoria em questões de planeamento de produção e gestão de stocks por estarem concentrados em menos entidades; obtenção de economias de ordem tecnológica e também a redução de determinados custos entre os quais os de pesquisa, publicidade e de comunicação.

Uma F&A do tipo vertical vai permitir essencialmente ter acesso a matéria prima de uma forma menos complexa, mais simples e com custos menos elevados.

2.1.3. Conglomerados

As F&A que se enquadram nos Conglomerados ocorrem entre entidades que não pertencem a setores relacionados. Na perspetiva de Amihud e Lev (1981), este tipo de F&A apresenta as características de uma estrutura de grupo ou holdings, onde a diversificação de modelos de negócio, estruturas operacionais, e outras se fazem através a adição de mais entidades e não do crescimento orgânico de uma só entidade.

Os referidos autores consideram que a possibilidade de podermos aproveitar oportunidades relevantes de negócio em áreas diferentes das quais estamos atualmente presentes, a flexibilidade e versatilidade que estar presente em diferentes áreas de negócio e a gestão / diversificação do risco levam a que os conglomerados sejam altamente atrativos como decisão estratégica.

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9 Os conglomerados financeiros assumem decisões de cariz estratégico mas não participam em questões do domínio operacional, enquanto que o conglomerado de gestão além de desempenhar funções de cariz financeiro participa em decisões ao nível operacional e outras como decisões estratégicas e empresariais.

2.1.4.Fusões e Aquisições Concêntricas

Segundo Lubatkin (2013) as F&A concêntricas ocorrem entre duas entidades que pertencem a setores de atividade distintos, mas que se aliam como forma de obter ganhos decorrentes da utilização comum de certos aspetos. Podem, a título ilustrativo, utilizar uma mesma tecnologia ainda que para fins diferentes, aliando-se como forma de gerar ganhos extraordinários em conjunto da utilização dessa mesma tecnologia.

Trautwein (2013) faz sobressair no seu estudo as F&A que estão a surgir nos setores da Banca e Seguros. Este tipo de F&A é denominado de bancassurance, e privilegia uma venda cruzada de produtos, ou seja, vender produtos bancários no local das companhias de seguros e vice-versa. O autor alerta para os perigos deste tipo de F&A derivado do facto de estarmos a falar de setores diferentes com especificidades próprias e de nem sempre ser fácil conciliar as perspetivas díspares de dois ou mais setores de atividade distintos.

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2.2.Motivações para a existência de Fusões e Aquisições

Os motivos que levam os gestores a optar por uma decisão estratégica de F&A podem surgir de uma vertente geral ou específica.

Começando por analisar as motivações de ordem específica, Trautwein (2013) explica este tipo de motivações segundo 2 óticas: a ótica da maximização do valor e a ótica da gestão. Em relação à ótica da maximização do valor,o fundamento base é optar por uma F&A como forma de melhorar a gestão com base em alguns fundamentos entre os quais:

Poder de Mercado: Weston,et al. (1990) referem que esta motivação continua a ser uma das mais apontadas para a concretização de uma F&A. Contudo os referidos autores alertam para a possibilidade da relação entre aumento do poder de mercado e obtenção de economias de escala não ser tão direta e linear como se pensa. Trautwein (2013) refere que este aumento do poder de mercado resultante de uma F&A poderá levar à existência de conluios entre as empresas remanescentes, pois este tipo de práticas ficam mais facilitadas com menos entidades no setor.

Eficiência Operativa: segundo Trautwein (2013) na prossecução da maximização do valor e portanto da maximização do lucro, as entidades deverão procurar a maximização da eficiência a nível operacional, podendo obter um determinado nível de produção com o menor custo possível. Trautwein (2013) considera que este fator é particularmente relevante quando numa F&A uma das entidades é mais eficiente que a outra, o que poderá levar à obtenção de sinergias. Gaughan (2010) aponta igualmente as economias de gama como fonte de potencial aumento da eficiência produtiva, em especial no setor da banca.

Eficiência na Gestão:Gaughan (2010) salienta que os gestores da empresa adquirente considerada mais eficiente estão convictos que irão gerir de forma mais eficiente os recursos da entidade alvo, considerada menos eficiente. Weston et al. (1990) salientam que muitas vezes há um excesso de recursos na entidade adquirente e um défice desses mesmos recursos na entidade alvo, pelo que uma F&A poderá colmatar esse excesso e défice melhorando a eficiência desses recursos.

Inabilidade dos Gestores: Gaughan (2010) refere que esta é uma das motivações para uma F&A quando a incompetência e inabilidade dos gestores da entidade alvo é tal que em termos virtuais quaisquer tipos de gestores de outra entidade irão ter um melhor desempenho.

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11 financeiros podem ocorrer numa F&A fomentados pela complementaridade ao nível das funções financeiras. Gaughan (2010) refere-se a este tipo de ganhos como sinergias financeiras. Este dado explica-se pelo diferencial de dimensão e de perceção do mercado em relação às entidades envolvidas numa F&A. Ainda segundo Trautwein (2013) os ganhos financeiros serão potencialmente relevantes, quando estamos perante uma situação em que uma das entidades apresenta excesso de cash flows e outra entidade défice de cash flows.

Minimização do Risco: Weston et al. (1990) referem que esta motivação é particularmente relevante pois, ao contrário dos acionistas, os gestores têm oportunidades de investimento limitadas à sua função na entidade e portanto menor margem de diversificarem a sua carteira de investimentos.

Crescimento e Dimensão: Segundo Trautwein (2013) uma F&A para além de aumentar o respetivo poder de mercado das entidades envolvidas, levará igualmente a um crescimento das entidades e da sua própria dimensão pois irão incorporar novas linhas de produto e haverá uma expansão geográfica pelos mercados que em conjunto poderão alcançar.

Benefícios para outros intervenientes: Trautwein (2013) alerta para a possibilidade de numa F&A existirem ganhos para agentes económicos, que não os gestores ou acionistas das entidades envolvidas. Por vezes, existem agentes intermediários neste tipo de processos que obtêm uma remuneração, de acordo com o valor das ações da entidade adquirente, podendo surgir oportunidades de ganhos especulativos que incentivam esses agentes a participar nesse processo de F&A pelo aumento potencial de concentração do mercado e respetivo impacto que esse dado terá na cotação das ações da entidade adquirente.

Redistribuição ou reaplicação estratégica de recursos e meios: com um processo de F&A, segundo Trautwein(2013), poderá ser levantada a necessidade das entidades reestruturarem os seus ativos e redefinirem o próprio planeamento estratégico que tinham desenvolvido antes de concretizada a F&A. Weston et al. (1990) referem que numa F&A este planeamento estratégico pode sofrer mudanças via obtenção de determinadas economias de escala como via afetação de determinados recursos que estavam a ser ineficientemente utilizados.

Salvamento de entidades:Trautwein (2013) refere que muitas vezes os processos de F&A são quase que impostos para evitar a falência de determinada entidade. Este dado ocorre especialmente na banca, via imposições regulatórias para evitar a própria falência do sistema financeiro.

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12 quando a propriedade da entidade está na posse de agentes diferentes dos gestores, ou seja, há uma separação entre a propriedade e controle da entidade. O referido autor refere que por vezes as F&A são uma forma de resolver problemas de agência, nomeadamente quando envolvem entidades de grande dimensão e com o capital disperso.

2.3. Sinergias

Uma das questões mais discutidas e estudadas num processo de F&A passa pelo estudo das sinergias que daqui podem surgir. Larsson e Finkelstein (1999) referem que só hà a criação de valor em termos económicos se a entidade que surgir de um processo de F&A valer mais que as entidades que lhe deram origem em separado.

De acordo com Larsson e Finkelstein (1999)existem 3 tipos de sinergias distintas, com especificidades associadas:

Sinergias Universais: são sinergias que qualquer entidade adquirente pode usufruir desde que tenha capacidade e recursos que permitam absorver essas sinergias. O preço praticado na F&A irá incluir uma parte significativa do valor desta sinergia, pois a respetiva sinergia pode ser implementada por qualquer entidade adquirente. Os principais beneficiados da ocorrência deste tipo de sinergias são os acionistas da entidade alvo da F&A.

Sinergias Endémicas:é um tipo de sinergia à qual apenas algumas entidades adquirentes poderão vir a ter acesso. Este tipo de sinergias surgem normalmente associadas às F&A verticais e horizontais e passam por questões como aumento do mercado disponível, obtenção de economias de escala e otimização de custos, entre outros. A ocorrência desta sinergia fará com que haja uma repartição similar entre o valor da entidade adquirente e da entidade alvo.

Sinergias Únicas:Como o próprio nome indica, é um tipo de sinergia que apenas pode ser obtida por uma entidade adquirente ou por uma entidade alvo, em função das características específicas de cada uma das entidades e da respetiva articulação que daqui surgirá. A entidade que irá beneficiar mais deste tipo de sinergia, será a que possui os recursos que deram origem ao surgimento dessa mesma sinergia.

Segundo os referidos autores, o preço que será praticado e que é considerado o mais justo tenderá a incluir o valor de toda a sinergia universal, de uma percentagem do valor da sinergia endémica e todo o valor da sinergia única que seja assimilada pelo vendedor e nenhuma parte do valor da sinergia única que seja assimilada pelo comprador.

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2.4.Determinantes da performance pós F&A.

Neste subcapítulo do presente projeto de dissertação, serão abordados os principais determinantes da performance operacional de um banco pós F&A. Posteriormente, será feita uma análise destes determinantes ao nível da nossa amostra, e de que forma os resultados teóricos aqui apresentados, se verificam em termos práticos na amostra base do presente projeto de dissertação.

Apesar de a literatura apontar estes critérios como determinantes da performance operacional no longo prazo das entidades envolvidas numa F&A, os estudos empíricos acabam por ser discordantes entre si em relação ao impacto positivo ou negativo de uma F&A. Enquanto Dickerson, Gibson, et al. ( 1997) demonstram um significativo declínio na performance das entidades pós F&A , o estudo de Powell e Stark(2005) demonstra precisamente o contrário, concluindo pelo crescimento da performance operacional das entidades envolvidas pós F&A.

2.4.1) Método de pagamento: Cash vs Stock

Segundo Linn e Switzer(2001) os meios de pagamento são um determinante relevante na análise da performance operacional pós F&A no longo prazo. Os referidos autores concluíram através de um estudo que as ofertas em cash proporcionavam uma melhoria na performance operacional de longo prazo das entidades envolvidas, em relação às outras formas de pagamento. Segundo Martynova, Oosting,et al.( 2007) , uma explicação para o exposto anteriormente é o facto dos pagamentos em cash serem financiados com dívida. Isto, segundo Jensen e Meckling(1976) , levará a uma redução de fundos à disposição dos agentes levando a uma redução da probabilidade destes tomarem decisões que não sejam ótimas do ponto de vista dos acionistas . Contudo, segundo Powell e Stark (2005), não há nada na literatura empírica que demonstre inequivocamente uma relação estatisticamente significativa entre o meio de pagamento e performance pós F&A no longo prazo.

2.4.2) Deal atmosphere : friendly vs hostly

Segundo Burkart e Panunzi(2006) a hostilidade nas F&A pode estar associado a uma melhor performance operacional de longo prazo dos bancos incorporados. As licitações

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14 hostis tendem a encarecer o valor para os bancos concorrentes, pelo que F&A que apresentem um elevado potencial de aproveitamento de sinergias, terão uma maior probabilidade de sucesso. Contudo, tal como no método de pagamento e como refere Powell e Stark(2005) não há uma evidência empírica que sustente tal afirmação.

2.4.3) Alavancagem e Reservas de Caixa do Adquirente.

Segundo Ghosh e Jain (2000), a alavancagem por parte da entidade ativa na F&A acaba por ser vantajoso e trazer vantagens em termos da performance de longo prazo. A ideia subjacente a esta conclusão, é a de que uma entidade alavancada estará sujeita a um maior escrutínio por parte dos credores, e portanto os gestores terão uma menor margem de manobra nas suas ações reduzindo o risco de uma decisão estratégica de F&A pouco rentável. Contudo, Berger e Ofek(1995) não encontram uma relação entre o grau de alavancagem do adquirente e a sua performance no longo prazo.

De acordo com Jensen (1986), o excesso de liquidez incentiva os bancos a efetuarem aquisições , o que poderá proporcionar a obtenção de melhores resultados que as entidades com dificuldades de liquidez.

2.4.4) Tamanho relativo do Target

Segundo Linn e Switzer (2001) o desempenho operacional pós F&A depende da dimensão do alvo. Assim sendo, quando o alvo apresenta uma dimensão significativa em termos económico- financeiros, há uma maior probabilidade de se alcançar sinergias operacionais e financeiras consideráveis levando a obtenção de economias de escala, do que caso o alvo seja de pequena ou média de dimensão. Contudo, os referidos autores alertam igualmente que caso o target seja de grande dimensão, podem surgir dificuldades em termos de integração, o que pode levar a um pior desempenho. Os autores concluem igualmente que as F&A tendo por alvo grandes entidades, superam largamente as que têm por alvo entidades de pequena dimensão, o que vai de encontro à base de dados selecionada para o presente projeto de dissertação.

Contudo, segundo Powell e Stark (2005), não há uma evidência empírica que sustente uma relação estatisticamente robusta entre o sucesso de uma F&A no longo prazo e a dimensão do target.

2.4.5) F&A Domésticas vs F&A Internacionais

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15 de um país diferente do adquirido) dão a oportunidade de aproveitar imperfeições no mercado internacional de capitais ou fatores de produção, dando igualmente a possibilidade de internalizar um novo método operacional e possível Investigação & Desenvolvimento da entidade alvo. Uma F&A internacional pode ser igualmente encarada como uma oportunidade de expandir um determinado negócio e dar resposta à crescente globalização que assistimos no mundo. Neste caso, e na perspetiva destes autores, há uma elevada probabilidade de assistirmos a maior aumento na performance operacional de longo prazo do adquirente numa F&A internacional, em relação a uma F&A doméstica.

Contudo, segundo Moeller e Schlingemann,et al. (2004), as diferenças regulatórias e culturais entre os diferentes países, como um entrave significativo ao sucesso de uma F&A horizontal, podem comprometer a performance do adquirente no longo prazo. Como resultado do exposto, o desempenho da entidade pós F&A pode ser consideravelmente pior se essas divergências não forem ultrapassadas.

2.4.6) Setor de negócio do Target: F&A diversificada ou focada

Segundo Scharfstein e Stein (2000) , apesar de a diversificação de negócio ( e portanto uma F&A tendo por base um alvo que pertence a um setor económico diferente) proporcionar a obtenção de sinergias e a diversificação do risco, tem um conjunto de desvantagens associadas, nomeadamente a dificuldade de integração pós F&A.

Segundo Ghosh (2001), apesar do exposto anteriormente as F&A em que os intervenientes pertencem a setores económicos distintos superam em termos de performance operacional de longo prazo as F&A entre entidades do mesmo setor.

No presente projeto de dissertação, este critério não será tido em conta em virtude das F&A serem realizadas exclusivamente entre bancos e, portanto, não existir nenhum caso de F&A de diversificação.

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16

2.5. Métricas de Desempenho

Neste subcapítulo do presente projeto, iremos abordar determinadas métricas sustentadas na revisão de literatura conveniente, que serão utilizadas posteriormente como critério de avaliação do sucesso ou insucesso de um processo de F&A no setor da banca.

Desta forma, importa referir que não há um indicador universal e indiscutível para proceder a este tipo de análises, pelo que estará sempre presente uma certa dose de subjetividade nesta escolha.

Bhattacharyya e Phani (2000) consideram que estes tipos de métricas são especialmente importantes, não apenas como forma de avaliação presente do desempenho de uma instituição, mas também como fator preditivo do futuro.

McGirven e Tvorik (1997) referem que as métricas devem ser interpretadas de acordo com os objetivos a que pretendemos dar resposta e que apresentam certas vantagens e desvantagens. Contudo, segundo os referidos autores, todos os tipos de métricas podem ser importantes quando analisadas em conjunto numa perspetiva de gestão e como forma de responder aos desafios diários que os bancos enfrentam.

Desta forma, referem como boas métricas de avaliação do desempenho de uma instituição a Rendibilidade do Ativo ( ROA) e a Rendibilidade dos Capitais Próprios ( ROE).

McGirven e Tvorik (1997) relevam a Rendibilidade do Ativo; Retorno sobre o Investimento e Rendibilidade das Vendas.

Dodd e Ruback (1977) falam da importância do Resultado por ação. Desta forma, os rácios mais relevantes são assim discriminados:

Rendibilidade dos Capitais Próprios= Resultado Líquido do Período/ Capital Próprio: mede o retorno do negócio para o capital investido na empresa por parte dos seus acionistas. Quanto mais elevado for este rácio, significa que por cada euro investido por um acionista na empresa, a capacidade de gerar resultado liquido é tanto maior.

Rendibilidade Operacional do Ativo:Resultado Operacional/Ativo:mede a capacidade que os capitais investidos na empresa (quer seja capital próprio quer seja capital alheio) têm de gerar resultados operacionais. Assim sendo, quanto maior for este rácio maior a atratividade do negócio e mais eficiente é a empresa.

Resultado Por Ação:Resultado Líquido do Período/ Número de ações ordinárias da empresa: rácio utilizado para empresas cotadas que nos dá informação sobre o montante que cada investidor irá obter por cada ação da qual seja portador.

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17

2.6.Estudos do setor Bancário

O setor bancário, pelas suas especificidades inerentes, é um dos setores menos estudados no âmbito das F&A, sendo esta uma motivação relevante que serve de base ao presente projeto de dissertação. Ainda assim , há um conjunto de estudos relevantes e que serão abordados neste subcapítulo do presente projeto. Naturalmente cada um desses estudos utiliza uma metodologia diferente que vai desde a adoção dos event studies, até ao recolher e análise de informação contabilística e financeira. Pela discrepância de

metodologias utilizadas torna-se complicado recolher conclusões unânimes, dadas as divergências entre resultados que são provocadas pelas diferentes metodologias que são adotadas, por vezes até no mesmo estudo.

Beccalli e Frantz (2009) apresentaram um dos estudos mais significativos neste âmbito, utilizando uma amostra composta maioritariamente por bancos norte-americanos. Concluem inequivocamente pela destruição de valor e pela quebra na performance

operacional dos bancos adquirentes pós F&A. Os referidos autores referem que estas conclusões não são inequívocas e muitas vezes apresentam contradições, que são mais vincadas quando a amostra é composta por bancos europeus.

No que se refere a estudos cuja metodologia seja a análise de rácios contabilísticos, merece destaque os estudos de Rhoades ( 1993) que teve por base F&A entre bancos Americanos e que concluiu em ambos os estudos, que as F&A não afetaram a performance operacional dos bancos adquirentes.

Berger e Humphrey ( 1992) analisaram F&A numa ótica de eficiência entre custos e proveitos e também tendo por base o rácio da rendibilidade do ativo ( ROA), chegando à conclusão que em termos médios os bancos adquirentes que participavam em F&A não apresentavam uma performance operacional superior aos seus concorrentes que não tinham passado por decisões deste género.

Pilloff(1996) elaborou um estudo que tinha por base uma amostra de 48 F&A que ocorreram entre 1982 e 1991 e avaliou nomeadamente rúbricas de desempenho e retornos anormais. As conclusões a que chegou foram algo ambíguas, pois determinadas F&A apresentaram resultados muitos superiores a outras, contudo em termos gerais concluiu que a performance operacional não era influenciada por F&A , e que em média os gestores se estavam a revelar incapazes de acrescentar valor com este tipo de decisões estratégicas.

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18 merece destaque o estudo de Vennet ( 2002) que analisou cerca de 492 F&A entre 1988 e 1993 , tendo utilizado nomeadamente os rácios de rendibilidade dos capitais próprios e o da rendibilidade do ativo. O que o referido autor concluiu, foi que as F&A domésticas realizadas entre bancos da mesma nacionalidade, contribuíam para aumentar a sua performance operacional.

Altunbas e Ibáñez ( 2004) tiveram como amostra 262 operações deste género ocorridas na União Europeia entre 1992 e 2002, concluindo que em média este tipo de operações contribuiu para uma melhoria na performance operacional dos adquirentes, nomeadamente a nível da rendibilidade dos capitais próprios.

Delong e Deyoung ( 2007) estudaram cerca de 220 operações de F&A de bancos comerciais Americanos , aliando uma metodologia de Event Studies a uma de performance financeira. Os referidos autores encontram uma justificação pouco referida em termos empíricos nos estudos anteriores para justificar uma aparente destruição de valor

decorrente das F&A. Efetivamente apontam a experiência e a observação como as traves mestras que podem “ensinar” os gestores a optar pelas melhores práticas de gestão. Como as F&A entre bancos comerciais são um assunto algo recente e pouco estudado, os

gestores não tinham uma base suficiente de aprendizagem e poderiam estar a tomar decisões pouco eficientes económico-financeiramente, derivado dessa falta de aprendizagem e experiência.

Na presente dissertação, em termos de rácios que serão utilizados como análise da performance operacional de longo prazo, serão utilizados 3 dos rácios abordados no estudo de Delong e Deyoung ( 2007)- ROE,ROA e margem financeira e ainda o Cost to Income Ratio utilizado por Beccalli e Frantz ( 2009).

Apesar deste conjunto de estudos apresentar resultados por vezes contraditórios, a tendência geral dos mesmos aponta para um decréscimo a longo prazo na performance operacional dos bancos adquirentes se a base de dados for maioritariamente composta por F&A envolvendo bancos Americanos e uma melhoria ligeira em bases de dados

envolvendo maioritariamente bancos europeus.

Esta divergência a nível de resultados e o facto de não existir um estudo similar para o período de 2013 a 2015, levaram a que a análise referente a este período temporal seja de todo o interesse.

A tabela 15, presente em anexos, agrega um resumo dos estudos mais importantes envolvendo esta temática, no setor bancário.

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19

3.Dados e Metodologia

3.1. Exposição do Problema

Segundo Jemison e Haspeslagh (1991), as F&A são decisões estratégicas tomadas num contexto de incerteza e que, portanto, são de uma complexidade que torna imprevisível as consequências que daqui poderão surgir. Este tipo de decisões têm subjacente motivações de cariz económico, financeiro, politico ou até mesmo institucional.

Na perspetiva destes autores, para além dos objetivos já enunciados, a riqueza dos acionistas deve ser algo tido em consideração, o qual se irá refletir no preço a pagar pelas ações da entidade adquirente.

Contudo, numa preocupante conclusão retirada por Cartwright e Schoenberg(2006) menos de metade das F&A acrescentam algum tipo de valor económico e financeiro às entidades e por inerência aos seus acionistas.

Assim, esta conclusão levou ao surgimento da necessidade de se proceder a estudos mais sistematizados e aprofundados.

Uma vez que uma parte considerável dos estudos de F&A estão centrados em empresas industriais, procurei aqui focar a minha análise no setor da banca e perceber até que ponto, o estudo das 147 observações que fazem parte da amostra, irá sustentar a conclusão de que as F&A poderão representar boas decisões do ponto de vista estratégico, ou se, em alternativa, serão decisões que não acrescentam valor aos bancos que nela participam.

(26)

20

3.2. Amostra

A presente amostra foi selecionada com recurso à base de dados Zephir4. A tabela 1 discrimina por passos a estratégia levada a cabo para obter as 147 observações finais e que serão motivo de estudo na presente dissertação. Assim sendo, o primeiro filtro a ser aplicado na base de dados, foi a de que o acordo teria que ser uma Fusão ou Aquisição proporcionando um total de 705 448 casos. Em 2º lugar há a necessidade de restringir o período amostral da amostra, sendo selecionadas as F&A que ocorreram entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015 ( passei assim a ter 108 154 casos) e que estejam concluídas e assumidas . A escolha deste período amostral prendeu-se com o facto de a base de dados Orbis Bank Focus5possuir informação mais completa acerca dos bancos a partir de

2011, pelo que começar a análise em 2013 permite ter informação acerca dos 2 anos anteriores à F&A e dos 3 anos posteriores à F&A. Em 3º lugar houve a necessidade de restringir a amostra apenas aos casos que envolviam bancos comerciais, quer na posição de adquirente, quer na posição de adquirido. Para tal, inseriu-se o filtro do código US SIC6 ser

o 602 que engloba os bancos comerciais (a amostra ficou assim com 1081 casos). Em relação ao método de pagamento, e como já foi descrito anteriormente, o mesmo pode influenciar a performance operacional no longo prazo. No presente projeto de dissertação apenas serão avaliados casos em que o pagamento tenha sido efetuado em cash, por forma a facilitar as conclusões a retirar e o estudo estatístico (com este filtro, a amostra passou para 313 observações). O filtro de exigir que o acordo esteja concluído acabou por não alterar o valor amostral de 313 casos que já possuía do passo anterior. De forma a conseguir apresentar estudos em relação ao valor do acordo, impus que o mesmo fosse conhecido (o que representou uma amostra com 290 casos). O penúltimo passo passou por restringir a amostra aos casos em que a F&A poderia ter um impacto significativo em termos de performance operacional do banco adquirente, representado na literatura por um aumento superior a 10% no stake (244 casos). Por fim, impus na Orbis BankFocus , que os bancos adquirentes tivessem informação contabilística das rubricas e rácios que irei analisar desde 2011 até 2018, o que levou aos 147 casos finais. Assim sendo, a amostra final é composta por 147 F&A que estão discriminadas em Anexos. Através da análise de diversos estudos relevantes nesta temática,

4Base de dados que contém informações sobre deals e rumores de M&A, IPO, Private Equity, Capital de Risco

5 Orbis Bank focus é uma base de dados de bancos a nível mundial, e contém atualmente informações detalhadas sobre 38.000 bancos (28.000 americanos e 10.000 não americanos).

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21 presentes em anexos, considero que o número de observações é robusto e estatisticamente significativo e que serve o propósito do presente projeto de dissertação, que passa por estudar o impacto na performance operacional dos bancos adquirentes pós F&A.

Posteriormente, e através do Acquiridor BvD ID number, na base de dados Orbis Bank Focus, foram obtidas informações financeiras relativamente aos Bancos Adquirentes.

Importa referir que todos os valores que serão apresentados no presente projeto de dissertação estarão discriminados em dólares, uma vez que esta é a moeda considerada universal nos mercados financeiros.

A tabela 15, presente em anexos, desagrega as 147 observações que fazem parte da nossa amostra.

Tabela 17: Construção da Amostra

Resultado da Pesquisa Tipo de Acordo: Fusão ou

Aquisição 705 448

Período Temporal: início a 1/1/2013 e fim a 31/12/2015 ( F&A confirmadas e assumidas)

108 154

US SIC ( Código Primário): 602-

Bancos Comerciais ( Adquirente e Target)

1081

Método de Pagamento : Cash 313

Estado atual corrente do acordo :

Concluído

313

Valor do Acordo: todas as F&A com

valor conhecido

290

Percentagem de Stake:

Percentagem de stake por parte do adquirente

( mínimo 10%)

244

Informações dos Bancos de 2011 a

2018 147

Número de Observações Final 147

7Tabela elaborada pelo próprio

(28)

22

3.2.1. Caracterização da amostra

A tabela 2 representa a amostra final que servirá de base ao presente estudo empírico. Desta forma, a amostra é composta por 147 F&A que ocorreram entre bancos comerciais no período compreendido entre 1 de janeiro de 2013 e 31 de dezembro de 2015, tendo uma elevada percentagem das mesmas ocorrido nos Estados Unidos da América (EUA). Efetivamente das 147 F&A que compõe a nossa amostra, cerca de 78.9% ocorreram nos EUA, 2.7% em Espanha, 2.0% na Itália, 2.0% China e os restantes 13.0% estão dispersos por diferentes países.

A 2ª parte da tabela 3 representa uma distribuição da amostra em relação ao período amostral da mesma. Assim sendo, 24 casos ocorreram em 2013 havendo um aumento para os 49 em 2014 e os 55 em 2015. Há 19 casos para os quais não há informação em relação à data em que a F&A foi finalizada. Os valores parecem levar-nos à conclusão de que uma decisão estratégica de F&A no setor da banca é cada vez mais assumido por parte dos gestores. Efetivamente, acaba por não ser um dado surpreendente uma vez que na revisão de literatura já se tinha alertado para o ganho de experiência e informação como algo que contribui para que os gestores arrisquem cada vez mais um processo deste tipo.

Na tabela 3 são apresentados as 3 ocorrências que envolveram um Deal Value maior. Assim sendo, na amostra de 147 casos, a aquisição do Hudson City Bancorp INC. por parte do M&T Bank Corporation envolveu um Deal Value de 3 361 783 milhares de dólares, transação concluída no dia 1/11/2015 e está no 3º lugar da nossa amostra em relação ao Deal Value. Em 2º lugar , com um Deal Value de 4 894 075.32 milhares de dólares, aparece a aquisição do City National Corporation por parte do Royak Bank of Canada, transação concluída no dia 2/11/2015. A transação com maior Deal Value ocorre por via da aquisição por parte do Bank VTB OAO que adquiriu 96.294% do Aktsionerny Kommercheskii Bank Moskvy por 5 505 530.19 milhares de dólares no dia 4/09/2014.

A tabela 4 representa a análise em relação à origem nacional do banco adquirente e do adquirido. Como foi referido na revisão de literatura, a probabilidade de sucesso de uma F&A entre bancos do mesmo país é superior à ocorrida entre bancos de países diferentes. Assim sendo, na presente amostra cerca de 90 % das F&A foram efetuadas entre bancos nacionais, pelo que apenas 10% ocorreram a nível transfonteiriço. As F&A que tiveram como banco adquirente um banco norte-americano foram todas a nível nacional, não havendo nenhuma transfonteiriça. As F&A transfonteiriças são residuais na nossa amostra, o que

(29)

23 releva para o facto de grande parte das F&A se verificarem entre bancos nacionais.

Tabela 28- Distribuição Geográfica e Anual da Amostra

País de Origem da F&A Número de Ocorrências Percentagem

EUA 116 78,9 %

Espanha 4 2,7 %

Itália 3 2%

China 3 2%

Outros Países 21 14,4%

Ano da F&A Concluída Número de Ocorrências Percentagem

2013 24 16,3%

2014 49 33,3%

2015 55 37,4%

Sem Informação 19 13%

Tabela 39- F&A com maior Deal Value (Valores em milhares em Dólares)

Ocorrência Deal Value Data Conclusão F&A

M&T BANK CORPORATION (USA) adquire 100% do HUDSON CITY BANCORP INC. ( USA)

3 361 783.00 1/11/2015

ROYAL BANK of CANADA ( CAN)

Adquire 100% CITY NATIONAL CORPORATION (USA)

4 894 075.32 2/11/2015

BANK VTB OAO (RUS) Adquire 96.294% AKTSIONERNYI

KOMMERCHESKII BANK BANK MOSKVY OAO ( RUS)

5 505 530.19 4/09/2014

8 Tabela elaborada pelo próprio 9 Tabela elaborada pelo próprio

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24

Tabela 410- F&A Nacionais e Transfonteiriças

F&A Número de Ocorrências %

Nacional 133 90

Transfonteiriça 14 10

3.2.2. Dados

A informação contabilística necessária para levar a cabo a elaboração do presente projeto de dissertação foi retirada junto da base dados Orbis Bank Focus. A tabela 5agrega informação relativamente ao banco adquirente nos seguintes critérios: margem financeira ( juro líquido / ativo total); depósitos totais ; número de empregados; resultado líquido , ativo total e capital próprio. São apresentados os valores médios e as medianas que servirão de base de cálculo a rácios financeiros, que serão utilizados na medição da performance operacional dos adquirentes.

No que se refere aos resultados, começo a análise pelo Capital Próprio. Efetivamente, em termos médios, o desempenho do capital próprio ao longo dos anos em análise foi no sentido crescente. Assim sendo no ano -2 o Capital Próprio do conjunto dos bancos adquirentes era de 6 157 863 milhares de dólares, valor que sobe no ano -1 para os 7 131 585 milhares de dólares e para os 7 522 273 milhares de dólares no ano 0. Como se pode observar na tabela 6, as F&A ocorridas tiveram um impacto significativo a nível de Capital Próprio, pois a média aumenta no ano 1 cerca de 1 000 000 milhares de dólares, tendo um aumento mais significativo do ano 1 para o ano 2 atingindo os 10 043 037 milhares de dólares. O crescimento estabiliza neste ano, pelo que o Capital Próprio no ano 3 apresenta um valor médio similar ao ocorrido no ano 2. Em termos medianos, no ano -2 é apresentado um valor de 636 683 milhares de dólares, valor que cresce ligeiramente até no ano 0 atingir um valor de 795 715 milhares de dólares. Também na mediana, assistimos a um impacto significativo das F&A pois o maior crescimento ocorre do ano 0 para o ano 1, atingindo neste último ano os 1 251 012 milhares de dólares. O crescimento estabiliza e é residual no ano 2, ocorrendo outro incremento significativo no ano 3, ao contrário do comportamento em termos médios. Efetivamente, no ano 3 o valor mediano apresentado é de 1 793 371 milhares de dólares.

10 Tabela elaborada pelo próprio

(31)

25 Em termos de Resultado Líquido, em termos médios, o ano -2 apresenta um valor de 650 519 milhares de dólares. O Resultado Líquido aumenta significativamente no ano -1, mas sofre uma grande queda no ano 0 atingindo os 590 787 milhares de dólares. As F&A provocam um grande incremento no valor médio desta rubrica que recupera no ano 1 para os 744 392 milhares de dólares, atingindo no ano 2 uns significativos 1 077 334 milhares de dólares. Após o elevado crescimento do ano 1 para o ano 2, o valor médio do Resultado Líquido estabiliza no ano 3 em que atinge os 1 117 688 milhares de dólares. O comportamento mediano desta rubrica apresenta algumas diferenças em relação ao comportamento médio. Efetivamente o valor no ano -2 é de 41 963 milhares de dólares, apresentando o ano -1 uma subida galopante até aos 49 851 milhares de dólares, ritmo de crescimento que estabiliza no ano 0. As F&A aceleram o crescimento do Resultado líquido pelo que no ano 1, atingimos quase o dobro em termos medianos do ano 0. No ano 2 , o crescimento acaba por ser ligeiro mas no ano 3 o Resultado Líquido volta a crescer quase 60 000 milhares de dólares face ao ano 2.

Em termos de Ativo Total, em termos médios, o ano -2 apresenta o valor de 97 492 268 milhares de dólares, valor que cresce a um ritmo relativamente constante até atingir no ano 0 o valor de 110 325 142 milhares de dólares. No ano 1, a F&A não tem um impacto significativo no ritmo de crescimento do Ativo Total. Contudo, no ano 2 esse impacto é bem visível , atingindo o valor de 128 482 895 milhares de dólares. O ritmo de crescimento médio estabiliza no ano 3, atingindo neste ano o valor de 130 182 554 milhares de dólares. Em termos medianos, no ano -2 o ativo total atinge o valor de 5 538 618 milhares de dólares, valor que cresce a um ritmo ligeiro até atingir no ano 0 o valor de 6 535 711 milhares de dólares. Contudo, e ao contrário do comportamento médio, o efeito da F&A em termos medianos começa a ser visível no ano 1 em que o valor do ativo total cresce cerca de 3 000 000 milhares de dólares, crescimento estabilizado no ano 2. O ano 3 volta a apresentar um crescimento significativo, atingindo como valor mediano de ativo total os 12 475 575 milhares de dólares.

Em termos de depósitos totais, em valor médio, o valor apresentado no ano -2 é de 65 703 145 milhares de dólares, valor que cresce a um ritmo constante de cerca de 5 000 000 milhares de dólares anuais até ao ano 1. A F&A começa a fazer efeito no ano 2, em que o valor médio cresce cerca de 12 000 000 milhares de dólares. No ano 3, o crescimento sofre um grande abrandamento, até atingir os 98 855 593 milhares de dólares. Em termos medianos, no ano -2 o valor total dos depósitos é de 4 675 945 milhares de dólares, valor que

(32)

26 cresce ligeiramente até ao ano 0, em que atinge os 5 638 756 milhares de dólares. No ano 1, há um crescimento significativo associado à F&A na ordem dos 3 000 000 milhares de dólares, estabilizando o crescimento no ano 2 e acelerando novamente no ano 3 até atingir os 10 179 468 milhares de dólares.

Em relação ao número de empregados, em termos médios o ano -2 apresenta cerca de 11 203 milhares , crescendo ligeiramente até ao ano 0. O impacto da F&A nesta rubrica, em termos médios é residual e em linha com o que acontecia no pré F&A, apesar de no ano 3 se ter assistido a uma quebra face ao ano 2. A mediana apresenta o valor de 1 083 milhares de dólares no ano -2, sendo que a F&A tem um impacto nulo ao nível do crescimento que já se vinha a verificar.

A tabela 6 parece indicar que as F&A aceleraram o ritmo de crescimento destas 5 rubricas, que já se verificava nos 2 anos pré F&A. O maior efeito, em termos médios, verifica-se normalmente no ano 2 . Já a mediana, apreverifica-senta a sua maior variação logo no ano 1.

Tabela 511 - Informação agregada Relativa ao conjunto dos bancos

adquirentes. (Valores em milhares de Dólares)

Ano -2 Ano -1 Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3

Capital próprio Média 6 157 863 7 131 785 7 522 273 8 566 033 10 043 037 10 162 690 Mediana 636 683 714 184 795 715 1 251 012 1 336 018 1 793 371 Resultado Líquido Média 610 519 813 144 590 787 744 392 1 077 334 1 117 688 Mediana 41 963 49 851 51 989 96 814 101 170 160 742

Ativo Total Média 97 492 268 105 051 732 110 325 142 115 010 142 128 482 895 130 182 554 Mediana 5 538 618 5 944 882 6 535 711 9 509 607 10 171 631 12 475 575 Depósitos Totais Média 65 703 145 71 878 466 77 655 611 85 352 790 97 080 955 98 855 593 Mediana 4 675 945 5 160 242 5 638 756 7 886 995 8 501 598 10 179 468 Número de Empregados Média 11 203 11 586 12 302 13 504 13 778 13 088 Mediana 1 083 1 189 1 351 1 598 1 871 2 046 11 Tabela Elaborada pelo próprio

(33)

27

3.3. Metodologia

A escolha da amostra e da metodologia base para analisar essa mesma amostra são 2 determinantes do sucesso de qualquer investigação empírica. Assim sendo, neste

subcapítulo do presente projeto de dissertação irei expor e desenvolver a metodologia que irá ser adotada ao longo do estudo.

Como qualquer boa metodologia, importa que a mesma seja útil de forma a responder à questão empírica que serve de base a esta dissertação: qual o impacto na performance operacional do banco adquirente, decorrente de um processo de F&A?

Desta forma, a 1ª etapa passa por definir um período temporal suficientemente representativo, que nos possa proporcionar conclusões seguras e estatisticamente significativas. Assim sendo o período temporal de análise abarcará os 2 anos pré F&A ( denominado de ano -1 e ano -2) e os 3 anos posteriores ao ano em que decorre a F&A ( denominados de anos 1,2 e 3). Naturalmente que o ano em que ocorre a transação ( ano 0) , não será motivo de análise em virtude de nesse ano o banco adquirente apresentar 2 tipos de estruturas conceptuais ( uma em que apenas está o próprio banco adquirente e outra em que temos o banco adquirente pós F&A), o que provocaria uma dificuldade acrescida e inutilidade na análise dos resultados obtidos.

Desta forma, serão selecionados 5 rubricas relevantes na atividade operacional de um banco: margem financeira; depósitos; Ativo Total; Capital Próprio; Resultado Líquido e número de empregados. Em relação a estas 5 rubricas, será feita uma análise para o período temporal definido, da respetiva evolução percentual com base na seguinte fórmula:

Em que Y representa a rubrica em análise, b o banco adquirente, t o ano da

transação ( ano 0 ) e h o ano para o qual estamos a analisar a respetiva variação ( ano 1,2 ou 3).

Além de cada uma das rubricas discriminadas anteriormente, faremos uma análise com base em determinados rácios económico-financeiros , com base na seguinte formula:

(34)

28 Em que as letras apresentam o mesmo significado que na fórmula das rubricas e K é referente ao rácio em estudo.

Respeitando o que já foi exposto anteriormente, os rácios que estarão em discussão e análise serão os seguintes:

Cost to Income Ratio ( CIR) que é obtido através do quociente entre as despesas

operacionais do banco e a sua receita operacional. As despesas incluem custos fixos ( com alugueres, hipotecas ou seguros) e custos administrativos ( como salários ou custos a nível de marketing). As receitas operacionais, estão relacionados diretamente com a própria atividade bancária.

Rendibilidade do Ativo ( ROA) que é o quociente entre resultado líquido e ativo total ,

representando uma medida de produtividade.

Interest Margin ( IM)como medida de rendibilidade e passa pelo quociente entre

resultado líquido de juros pelo ativo total.

Rendibilidade do Capital Próprio ( ROE) como indicador de desempenho económico e

passa pelo quociente entre resultado e líquido e capital próprio contabilístico.

O estudo empírico será elaborado por etapas: inicialmente apresento um quadro que demonstrará a evolução anual em termos de crescimento percentual de cada rubrica. Numa 2ª etapa procederei ao cálculo dos 4 rácios discriminados anteriormente e procederei a uma metodologia de análise semelhante à da análise para as 4 rubricas. Contudo, e uma vez que temos que expurgar o efeito da atividade do setor bancário das nossas conclusões, irei ajustar a variação da nossa amostra pela variação do setor, que passará por subtrair a variação percentual do setor à variação verificada na nossa amostra.

Tal como a recolha da amostra, os dados contabilísticos e financeiros foram obtidos através da base de dados Orbis Bank Focus . Partindo de uma amostra com os bancos

comerciais, foram excluídos todos aqueles para os quais não existiam dados para alguma das variáveis ou para algum dos anos em análise. A variação representativa do setor bancário, teve por base a mediana das variações percentuais de todos os bancos

considerados na análise. A amostra do setor é composta por 12 669 bancos, o que pela literatura existente me leva a concluir que possui uma dimensão suficiente para funcionar como Benchmark.

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