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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

Estágio Profissionalizante

6º Ano - Mestrado Integrado Em Medicina

Faculdade De Ciências Médicas

Universidade Nova De Lisboa

Pedro Miguel de Azaredo Raposo

2013315

2018/2019

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ÍNDICE

1 | INTRODUÇÃO

……….………….

página 2

2 | OBJECTIVOS

……….………..

página 2

3 | ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Estágio de Pediatria

………...

página 3

Estágio de Ginecologia e Obstetrícia

………

página 4

Estágio de Saúde Mental

……….

página 4

Estágio de Medicina Geral e Familiar

………..…….

página 4

Estágio de Medicina Interna

………..

página 5

Estágio de Cirurgia

………

página 5

Estágio Clínico Opcional

………

página 6

Elementos Valorativos

………

página 6

4 | REFLEXÃO CRÍTICA

………

página 7

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1 | INTRODUÇÃO

O presente relatório retrata o trabalho realizado ao longo do Estágio Profissionalizante, Unidade Curricular (UC) do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

A UC encontra-se subdividida em 6 estágios parcelares, Medicina Interna, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar, constituindo a componente mais significativa do o último ano do curso. Representa o culminar dos 5 anos precedentes, com o exercício dos conhecimentos e práticas adquiridos e a preparação para a futura actividade médica não tutorada.

Este documento encontra-se dividido em três partes:

- A introdutória na qual é definido o conteúdo, a organização do mesmo e os objectivos gerais; - O corpo do trabalho composto por uma sucinta exposição das actividades desenvolvidas em cada estágio parcelar, por uma secção de elementos valorativos;

- Uma reflexão crítica incidindo sobre o cumprimento de objectivos e desenvolvimento pessoal e académico decorrente do Estágio Profissionalizante.

Em anexo encontram-se alguns dados de casuística, referentes a certos aspectos dos estágios parcelares, listagem de trabalhos apresentados ao longo do ano e certificados referentes a actividades valorativas, que influenciaram tanto o 6º ano como a minha evolução global ao longo do curso.

2 | OBJECTIVOS

O Mestrado Integrado em Medicina propõe-se, em 6 anos, a dotar os alunos dos conhecimentos teóricos e práticos necessários para iniciar a prática da medicina. Um Médico não se faz em 6 anos e de acordo com o documento“O Licenciado Médico em Portugal”1, o mestrado representa a formação pré-graduada, uma das 3 dimensões da formação de um médico. Em complementaridade com a

supramencionada, é estipulado o Ensino Pós-Graduado e o Desenvolvimento Profissional Continuado, dimensão que se impõe como indispensável para a prática da medicina moderna baseada na evidência.

Assim sendo, os objectivos do presente estágio coadunam-se com os do Mestrado Integrado em Medicina, compreendendo dimensões teóricas, práticas e de relação interpessoal.

Composta pelos últimos estágios do curso, esta UC representa os derradeiros momentos da prática da medicina como aluno, de forma tutorada e supervisionada. Como tal, revela-se essencial a identificação de necessidades de aprendizagem e de desenvolvimento pessoal, de forma a terminar o curso munido das capacidades e valências para dar resposta aos desafios e responsabilidades que me serão apresentadas no próximo ano, ao longo da Formação Geral do Internato Médico.

1Victorino RM, Jollie C, McKimm J. O Licenciado Médico em Portugal - Core Graduates Learning Outcomes Project. Faculdade de Medicina da

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3 Conciliando os objectivos estipulados para cada estágio parcelar com as minhas expectativas pessoais para o presente ano, defini objectivos transversais para este ano:

1. Consolidação dos conhecimentos teóricos previamente adquiridos, com a sua correcta aplicação na prática clínica;

2. Aquisição de novos conhecimentos teórico-práticos, colmatando lacunas pré-existentes; 3. Desenvolvimento de competências práticas e de comunicação necessárias para o trabalho em equipa num serviço;

4. Desenvolvimento de capacidades de síntese e eficaz comunicação de informação médica e casos clínicos;

5. Aquisição de capacidades de sistematização da abordagem clínica de um doente, hierarquização de problemas a abordar e organização de um plano terapêutico;

6. Desenvolvimento das capacidades de comunicação com o doente e a família, de forma a estabelecer uma relação de confiança com base na transparência, estabelecimento de objectivos comuns e inclusão do doente no processo de decisão de estratégias terapêuticas.

3 | ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS

Estágio de Pediatria [10/9/2018 – 5/10/2018]

O estágio de pediatria, coordenado pelo Prof. Doutor Luís Varandas, decorreu no serviço de Pediatria Médica 5.1 do Hospital Dona Estefânia (HDE), sob a orientação da Dra Rita Machado. Tendo tido apenas a componente teórica da cadeira de Pediatria no 5º ano, por me encontrar em mobilidade, fazer este estágio num serviço de pediatria médica, não subespecializado, revestiu-se de uma importância acrescida. Como objectivos específicos realço: a sistematização da abordagem das patologias agudas e crónicas mais comuns em pediatria e o desenvolvimento de capacidades de comunicação com a criança doente e a sua família.

Ao longo de 4 semanas pude acompanhar a minha tutora nas actividades diárias de enfermaria, consulta de pediatria médica, consulta do viajante e serviço de urgência. O estágio contemplou dois momentos de integração com a especialidade de Imunoalergologia, com uma sessão teórica sobre Anafilaxia e um dia de estágio na consulta de especialidade. Diariamente pude assistir à reunião inter-equipas dos vários serviços de pediatria, com o intuito de se transmitir os casos de todos os doentes entrados, assim como dar espaço à apresentação e discussão interdisciplinar de alguns dos casos mais complexos do hospital. Por fim, apresentei com 3 colegas no seminário final, uma revisão da abordagem à Púrpura de Henoch Schönlein, partindo de um caso atípico acompanhado na enfermaria ao longo do estágio.

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Estágio de Ginecologia/Obstetrícia [8/10/2018 – 2/11/2018]

O estágio de Ginecologia/Obsterícia, tutorado pela Dra. Carla Francisco, decorreu no serviço de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, dirigido pelo Dr. Carlos Veríssimo.

Como objectivos específicos defini: a aquisição de capacidade de identificação de situações que beneficiem de referenciação à especialidade, o desenvolvimento de competências na colheita de história clínica e realização de exame objectivona mulher saúdável, com patologia e durante a gravidez, e abordagem do planeamento familiar e aconselhamento pré-concepcional.

Subdividido em 2 semanas de Ginecologia e 2 de Obstetrícia, o estágio permitiu-me acompanhar as várias valências da especialidade, nomeadamente Consulta Externa, Serviço de Urgência, Ecografia Ginecológica, Ecografia Obstétrica, Exames Ginecológicos e Bloco Operatório.

Tive a oportunidade de assistir ao “Curso Integrado de Laparoscopia” (anexo III.C) que decorreu no hospital da Luz e me permitiu adquirir as bases para melhor compreender as cirurgias que acompanhei, tanto neste estágio, como no de Cirurgia Geral. Por fim, apresentei um artigo no Journal Club intitulado “Efficacy and Safety of Foley Catheter Balloon for Cervix Priming in Term Pregnancy”.

Estágio de Saúde Mental [5/11/2018 – 30/11/2018]

O estágio de Saúde Mental, coordenado pelo Prof. Doutor Miguel Talina, decorreu no serviço de Psiquiatria Médica do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF). Dos meus objectivos para este estágio destaco o reconhecimento e abordagem dos principais de quadros de patologia psiquiátrica e a consciencialização das dificuldades particulares enfrentadas pelos doentes psiquiátricos, decorrentes da patologia e do estigma existente. A componente principal foi o acompanhamento do meu tutor, Dr. José Flores, na sua consulta realizada no centro de saúde da Amadora, tendo realizado outras actividades que incluíram: visitas domiciliárias, acompanhamento de urgências e internamento no HFF, reuniões e sessões clínicas e uma componente teórica inicial de aulas lecionadas na NMS UNL.

Estágio de Medicina Geral e Familiar [3/12/2018 – 11/01/2018]

O estágio de Medicina Geral e Familiar decorreu ao longo de 4 semanas na USF Dafundo, sob a orientação da Dra. Ana Sofia Baptista. Acompanhei a agenda diária da minha tutora, tendo observado consultas de Saúde do Adulto, Saúde Infantil, Saúde da Mulher, Planeamento Familiar e Consulta do Dia. Como objectivos específicos defini a abordagem do doente como um todo, compreendendo as vantagens de um acompanhamento a longo prazo do doente e da família, assim como o desenvolvimento de capacidades de orientação de consultas e de estabelecimento de relação médico-doente.

Após uma semana inicial de familiarização com o sistema informático (M1) e com os princípios de condução de uma consulta, foi-me permitido conduzir consultas individualmente, de forma semi-autónoma,

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5 consultando a minha tutora no fim e tendo a sua assistência sempre que precisei de orientação ou existia necessidade de instituir terapêutica. Tendo presenciado frequentemente casos de utentes de grupos de risco que recusavam a vacina da gripe, com base em medos decorrentes de falta de informação, criei um panfleto informativo sobre a Gripe e Vacinação com base nas informações divulgadas pela DGS.

Estágio de Medicina Interna [21/01/2019 – 16/03/2019]

O estágio de Medicina Interna decorreu no serviço de Medicina IB do Hospital Egas Moniz (HEM), sob a direcção da Dra Isabel Madruga. Ao longo das 8 semanas, tive como tutora a Dra Rita Reis, que me integrou totalmente na dinâmica da sua equipa. Destaco como objectivos a aquisição de competências e experiência para o acompanhamento e orientação de doentes com patologia diversa em internamento. Diariamente, conforme a lotação da enfermaria, fiquei responsável pela avaliação de 1 a 3 doentes: colheita de anamnese, realização de exame objectivo, avaliação de ocorrências, interpretação de resultados de métodos complementares de diagnóstico e terapêutica (MCDTs), execução de técnicas como punção arterial, venosa e colheita de exsudados para exame microbiológico e redação de diários clínicos. Pelo fim da manhã discutia os casos com a minha tutora e restantes membros da equipa podendo, de forma tutelada e orientada, começar a delinear planos de actuação, necessidade de pedido de exames complementares de diagnóstico e instituição de terapêutica. Pude participar nas reuniões clínicas do serviço e assistir a sessões teóricas organizadas pelos internos da especialidade, bem como sessões de discussão de temas e casos clínicos partilhadas por todos os serviços de medicina do hospital.

Semanalmente acompanhei membros da equipa no serviço de urgência do Hospital de São Francisco Xavier onde, embora numa vertente mais observacional, pude auxiliar na anamnese, exame objectivo, marcha diagnóstica, e orientação clínica de doentes com patologia urgente.

Por fim, apresentei no serviço um trabalho de revisão sobre a Abordagem da Lesão Renal Aguda.

Estágio de Cirurgia Geral [18/03/2019 – 17/05/2019]

O estágio de Cirurgia Geral, coordenado pelo Prof. Doutor Rui Maio, decorreu no Hospital Beatriz Ângelo (HBA). Teve início com uma semana de sessões formativas sobre temas diversos, desde técnicas de algaliação a liderança e trabalho em equipa. Esta semana incluiu 2 dias para o curso TEAM: Trauma Evaluation And Management (Anexo III.D). Ao longo de um dia de sessões teóricas e um dia reservado a simulações práticas, foi-nos apresentada uma estruturação concisa dos pontos essenciais da abordagem ao doente de trauma, partindo da sistematização sequencial “ABCDE”.

Ao longo de 4 semanas acompanhei a minha tutora, Dra Rita Roque, e a sua equipa nas actividades diárias no internamento, reuniões de serviço, reuniões multidisciplinares, consulta externa e intervenções no bloco operatório. Defini como objectivos específicos o reconhecimento e abordagem das principais

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6 patologias cirúrgicas agudas e a aquisição de competências em procedimentos e pequena cirurgia. Pude realizar anamnese, exame objectivo e redigir diários clínicos de doentes em situação de pré e pós-operatório e participar em algumas cirurgias, tendo tido uma visão abrangente do acompanhamento de um doente pela especialidade.

Durante uma semana estive em rotação pelas diferentes secções do serviço de urgência: atendimento de pulseiras verdes, amarelas e laranjas, postos de estadia curta e pequena cirurgia.

Por fim, realizei um estágio opcional de 2 semanas em anestesiologia. Escolhi-o por ser uma especialidade do meu interesse, com a qual tive pouco contacto ao longo do curso.Integrei-me em várias valências da especialidade: bloco operatório, suporte a técnicas de gastroenterologia, urgências e consulta pré-operatória. Dediquei mais tempo ao trabalho no bloco operatório: com toda a preparação da anestesia geral, abordagem da via aérea, indução e manutenção anestésica, reversão e por fim o recobro. Observei técnicas de bloqueios locais de plexos nervosos, anestesia sequencial, colocação de cateteres venosos centrais e linhas arteriais. Tive a oportunidade de proceder à ventilação com máscara facial, máscara laríngea, entubação orotraqueal e colocação de linha arterial.

No congresso final, que consistiu na apresentação de vários casos acompanhados pelos grupos de alunos, apresentei com os meus colegas, uma revisão dos casos de Aneurismas e Pseudo-aneurismas da artéria esplénica abordados no serviço, com ponto de partida num caso cirúrgico que acompanhámos.

Estágio Clínico Opcional [20/05/2019 – 31/05/2019]

Como opcional deste 6º ano decidi realizar um estágio em Cardiologia, uma área pela qual sinto um especial interesse. Decorreu ao longo de 2 semanas no Hospital de Santa Cruz, no serviço dirigido pelo Dr. Miguel Mendes. Foi organizado de forma a acompanhar as várias valências da especialidade: enfermaria, unidade de cuidados intensivos cardíacos (UNICOR), imagiologia, ecocardiografia, aritmologia, hemodinâmica, cintigrafia e realização de provas de esforço. Embora já tivesse realizado estágio de cardiologia no 4º ano, aproveitei esta oportunidade para conhecer melhor o funcionamento do serviço, o trabalho diário dos internos e a realidade das diferentes subespecialidades.

4 | ELEMENTOS VALORATIVOS

Actividades extracurriculares

Ao longo do 2º e 3º anos do curso, pude colaborar com o Departamento de Anatomia da faculdade como Monitor Voluntário (Anexo III.A). A nível académico representou um novo desafio: permitiu-me desenvolver capacidades de comunicação e de estruturação de discurso, síntese de informação e confiança no papel de orador. A nível pessoal foi gratificante poder ajudar colegas com as dificuldades e desafios que eu próprio tinha encontrado nos anos precedentes.

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Programa de Mobilidade ERASMUS+

Durante o 2º semestre do 5º ano do MIM, realizei um programa de mobilidade na Universidade Alma Mater de Bolonha (Anexo III.B). A experiência de contacto com uma nova realidade, aprendizagem de uma nova língua, imersão numa nova cultura e integração numa comunidade diferente, revelou-se nos momentos de maior crescimento pessoal que experienciei ao longo do curso. Sinto que a superação de desafios com os quais nunca me tinha antes deparado, me tornaram numa pessoa mais autónoma, mais confiante nas minhas capacidades de resolução de problemas, mais comunicativa e proactiva.

A nível académico, senti que a instituição universitária que me acolheu assentava num modelo académico mais tradicional, com uma forte base teórica, mas pecando na qualidade do ensino prático nos estágios. Estes revelaram-se meramente observacionais e considero que ao nível do 5º ano é fundamental proporcionar um papel mais activo aos alunos, de forma a fomentar o sentido de responsabilidade e compromisso para com o estágio e a prática clínica.

5 | REFLEXÃO CRÍTICA

Após o término do ano lectivo, que marca o encerramento deste ciclo de 6 anos de aprendizagem e de crescimento, é pertinente uma análise retrospectiva dos resultados deste estágio a nível pessoal e profissional.

De forma global, os meus objectivos para este ano relacionaram-se com a aquisição e consolidação de conhecimentos e capacidades, que providenciem uma base sólida para o início do exercício clínico autónomo, que se iniciará no próximo ano de Formação Geral. Considero que a este nível o estágio profissionalizante foi uma experiência de grande valor. Os desafios com que me deparei e as oportunidades que encontrei levaram-me a progredir significativamente a nível académico e pessoal, representando uma parte indispensável da minha formação pré-graduada.

Inicío com Pediatria, a elaboração de uma análise mais individualizada de cada estágio parcelar. No internamento do serviço, deparei-me com alguns casos de patologia rara e de mau prognóstico, com maior frequência do que para mim seria expectável (Anexo I -Tabela 1). Acompanhar estes casos, deu-me uma nova perspetiva sobre como a doença de uma criança é uma dolência especialmente pesada para a família, e sobre como, mesmo em casos paliativos, a relação médico-doente se revela essencial e até certo ponto terapêutica. No SU pude ter contacto com a abordagem das patologias mais frequentes em idade pediátrica, realçando como de maior importância a capacidade de distinção entre quadros com potencial de gravidade e patologias benignas.

Em Ginecologia/Obstetrícia consolidei os conhecimentos respeitantes à patologia da mulher e sobre o correcto acompanhamento de uma gravidez. Pude abordar, pela primeira vez ao longo do curso, e de forma

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8 tutorada, o exame ginecológico completo. Adquiri as bases que me permitiram identificar casos que requeiram referenciação à especialidade.

Relativamente a Saúde Mental, o estágio proporcionou o meu primeiro contacto com a Psiquiatria em Portugal. Em Erasmus, por incompatibilidade com o programa da instituição universitária de destino, não pude realizar estágio de psiquiatria médica, tendo tido neuropsiquiatria infantil. Embora tenha aproveitado essa valência, fiquei com lacunas a nível de psiquiatria médica que tinha como objectivo colmatar com o estágio deste ano. Tendo ficado com a equipa comunitária da Amadora, a mais significativa componente do estágio foi composta por acompanhamento de consulta externa, sem contacto com patologia psiquiátrica em fase aguda. A maior porção dos casos observados foram de acompanhamento de patologia depressiva, como pode ser comprovado no Anexo I- Gráfico 1. Tendo abordado a situação com ao meu tutor, tentei colmatar este aspecto com 2 dias no serviço de urgência do HFF e um dia no internamento do serviço, que me permitiram contacto com patologia aguda. Destaco episódios de intoxicação medicamentosa voluntária, episódios de Mania em contexto de doença bipolar e surtos psicóticos em contexto de Esquizofrenia. A participação em visitas domiciliárias, permitiu-me contactar directamente com a realidade das condições sociais e de habitação de muitos dos pacientes com patologia psiquiátrica, que habitam em zonas de menores recursos e bairros sociais. Tenho agora uma perspetiva diferente da complexidade de factores que influenciam a estabilidade e equilíbrio de um paciente com psicopatologia, assim como a sua adesão à terapêutica. Revela-se determinante a acção destas equipas para a qualidade de vida dos pacientes e o controlo da sua doença de base.

Foi no estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF), que me foi proporcionado pela primeira vez, um grau de autonomia em consulta. Por um lado, foi uma experiência enriquecedora e recompensadora por me sentir parte activa no acto médico, por outro foi altamente educativa por me fazer reconhecer rapidamente quais as minhas lacunas mais significativas. Uma estruturação correcta e organizada da anamnese, o controlo do tempo e a instituição terapêutica, foram as áreas em que senti maior necessidade de evolução. A supervisão e apoio da minha tutora, deram-me segurança para conduzir as consultas mesmo na presença destas lacunas, tendo assim espaço para trabalhar em colmatá-las. Destaco a elevada aderência dos utentes de todas as faixas etárias ao acompanhamento na USF, nomeadamente aos Programas de Saúde Infantil e Juvenil e de Saúde Materna. Observei o SNS a funcionar nos moldes em que foi delineado: com as consultas do dia na USF a darem resposta às necessidades agudas dos utentes, evitando o uso indevido das urgências, diminuindo assim o risco para o utente e a sobrecarga dos cuidados de saúde secundários.

Em Medicina Interna, à imagem de MGF, senti uma maior progressão, reflexo da autonomia tutorada que me foi proporcionada. A responsabilidade diária de acompanhamento dos doentes, execução de tarefas como requisição de MCDTs e contactos para colaboração com outras especialidades, participação no processo de planeamento terapêutico e apresentação de casos no serviço, deram-me confiança para encarar

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9 as responsabilidades da actividade profissional a iniciar no próximo ano. Acompanhei vários doentes na enfermaria, tendo sido os motivos de internamento mais frequentes relacionados com infecções respiratórias, com ou sem descompensação de patologia de base (Anexo I - Tabela 2 e Gráfico 2). Considero que tal tendência foi acentuada pela época do ano em que decorreu o estágio, de Janeiro a Março, em estreita relação com a sazonalidade da incidência de gripe e infecções respiratórias.

No Hospital de São Francisco Xavier, deparei-me com a realidade e os desafios de um serviço de urgência com grande afluência. Percebi o quão essenciais são as capacidades de realizar uma anamnese eficaz e dirigida, sistematizar informação, hierarquizar problemas e delinear uma estratégica terapêutica objectiva, para poder organizar o acompanhamento de múltiplos doentes sem comprometer a qualidade do serviço prestado. Esta componente do estágio foi apenas observacional e sinto que apenas estarei preparado para assumir em pleno as tarefas e responsabilidades do acompanhamento autónomo de doentes em SU, após alguma experiência orientada no ano de Formação Geral.

Relativamente ao estágio de Cirurgia Geral, considero importante a componente teórica inicial. Durante o curso TEAM adquiri e consolidei conhecimentos relacionados com a abordagem do doente em contexto de trauma, que penso serem essenciais para qualquer médico. Integra uma área que me cativa especialmente, a Medicina de Emergência, e veio no seguimento do curso CRITIC – Curso Rápido de Intervenções e Técnicas no Doente Crítico (Anexo III.F), no qual tinha participado no início do ano lectivo. Todavia, e talvez resultado do elevado número de alunos no HBA, considero que a preparação prática ficou aquém do ideal para um estágio profissionalizante. No SU contactei com pouca patologia cirúrgica (a maioria dos casos eram médicos) e um único dia na pequena cirurgia não me permitiu praticar procedimentos. Ao longo do curso não tive a oportunidade de executar suturas simples. Complementei este aspecto com um workshop de suturas (anexo III.E).No entanto, tinha como objectivo desenvolver esta valência durante este estágio e não foi possível. Penso que a organização do estágio com uma componente de contacto com urgência cirúrgica mais significativa e prática, poderia valorizar a formação clínica de todos os alunos.

O estágio opcional em anestesiologia revelou-se uma mais-valia, tendo desenvolvido competências, como a abordagem da via aérea, que não teria tido oportunidade de adquirir de outra forma.

De forma geral, e em jeito de conclusão, sedimentei a noção de que a aprendizagem em medicina é um processo contínuo e interminável. Lacunas no conhecimento só o são até deixarem de ser e não devem ser vistas como um fracasso, mas sim como mais uma etapa no processo.

Termino com um agradecimento a toda a família, amigos, professores e tutores que me acompanharam e apoiaram ao longo destes 6 anos, e que tanto contribuíram para a minha formação.

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5 | ANEXOS

• Anexo I: Dados Relativos a estágios Parcelares

Tabela 1 Motivo de internamento - serviço de Pediatria 5.1 HDE

Gráfico 1 Patologias observadas em Consulta de Psiquiatria – Equipa C. Amadora HFF

Tabela 2 Motivo de Internamento - serviço de Medicina IB HEM

Gráfico 2 Motivo de Internamento - serviço de Medicina IB HEM • Anexo II: Trabalhos Realizados durante estágios parcelares

• Anexo III: Actividades extracurriculares

A - Certificado de colaboração no ensino da UC de Anatomia B – Boletim de reconhecimento académico – Programa Erasmus + C – Certificado de participação no Curso Integrado de Laparoscopia D – Certificado de participação no Curso TEAM

E – Certificado de participação nos workshops SUTURAS F – Certificado de participação no curso CRITIC

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ANEXO I

Tabela 1 - Motivo de internamento - serviço de Pediatria 5.1 HDE

Idade/Género

Diagnóstico

1M/M Défice de lípase lipoproteíca

1M/M Pielonefrite Aguda

1M/F Doença de refluxo gastro-esofágico

3A/M Adrenoleucodistrofia metacromática

15M/M Epilepsia Refractária

1M/M Enfarte hemorrágico frontal direito

3M/M Alergia proteína do leite de vaca

4A/M Púrpura Henoch Schönlein refractária

6A/M Pielonefrite Aguda

1M/M Doença de refluxo gastro-esofágico

5A/M Paralisia cerebral/Hidrocefalia

18d/M Pielonefrite Aguda

11M/F Celulite pré e pós-septal

19M/F ITU/uretrohidronefrose bilateral

2M/M Hemorragia intra-ventricular

8M Atrofia muscular espinhal tipo 1

5M Má progressão ponderal

1M/M Associação VACTERL

11M/M Síndrome polimalformativo

Gráfico 1 - Patologias observadas em Consulta de Psiquiatria – Equipa C. Amadora HFF

28 4 4 3 2 0 5 10 15 20 25 30 Perturbação Depressiva Doença Afectiva Bipolar Esquizofrenia Perturbação de Ansiedade Generalizada Doença de Alzheimer Fre q u ên ci a (N =41) Patologia

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Tabela 2 - Motivo de Internamento - serviço de Medicina IB HEM

ACM – Artéria Cerebral Média; AVC – Acidente Vascular Cerebral; DM II – Diabetes Mellitus tipo II; DPOC – Doença Pulmonar Obstructiva Crónica; FA – Fibrilhação atrial; IC – Insuficiência Cardíaca; ITU – Infecção do tracto urinário; PAC – Pneumonia Adquirida na Comunidade; PACS – Pneumonia Associada a Cuidados de Saúde; VSR – Vírus Sincicial Respiratório

Idade Sexo Diagnóstico principal Idade Sexo Diagnóstico principal

85 F FA com RVR 63 M Descompensação de IC associada a ITU 79 M Descompensação de IC associada a ITU 67 F Gripe a Influenza A com sobreinfecção bacteriana

58 M AVC hemorrágico 91 F AVC isquémico

87 F Hemorragia subdural em contexto de TCE 57 M Celulite perineal 98 F Descompensação de IC associada a PAC 59 M AVC isquémico 67 M Exacerbação de DPOC associada a Gripe a Influenza A 84 F Gripe a Influenza A

64 M Gripe a Influenza A com sobreinfecção bacteriana

79 M Descompensação de

DM II em contexto de ITU

81 F Gripe a Influenza A com sobreinfecção bacteriana 90 M ITU 89 F Descompensação de IC associada a PACS 88 F Descompensação de IC associada a Gripe a influenza A

89 F PACS 80 F Infecção respiratória

por VSR 63 M Descompensação de IC em contexto de ITU 85 M PACS 74 F Exacerbação de DPOC associada a Gripe a Influenza A 98 F Infecção respiratória por VSR

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Gráfico 2 - Motivo de Internamento - serviço de Medicina IB HEM

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Descompensação de patologia Crónica

Infecção respiratória Infecção urinária Acidente vascular

cerebral Outras Fre q u ên cia (n =24) Motivo de Internamento

Motivo de Internamento - Serviço de Medicina IB

Infecção respiratória Infecção urinária

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ANEXO II - Trabalhos Realizados durante os estágios parcelares

Estágio Parcelar Tema Restantes elementos do grupo

Pediatria Púrpura de Henoch Shönlein – A propósito de um caso clínico

Ana Oliver Roca; Inés Canales; Raquel Rosa

Ginecologia / Obstetrícia

Journal Club :

Efficacy and Safety of Foley Catheter Balloon for Cervix Priming in Term Pregnancy

Rebeca Cohen; Mariana Caetano

Saúde Mental História Clínica : Doença Bipolar tipo I

Medicina Geral e Familiar Panfleto informativo: Gripe e Vacinação

Medicina Interna Abordagem ao doente com Lesão Renal Aguda

António Inácio; Gil Santos

Cirurgia Geral Aneurismas da Artéria Esplénica Clemente Almeida; Gil Santos

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ANEXO III

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Anexo E – Certificado de participação nos workshops SUTURAS

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Imagem

Tabela 1 - Motivo de internamento - serviço de Pediatria 5.1 HDE  Idade/Género  Diagnóstico

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