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Rev. Col. Bras. Cir. vol.37 número6

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Academic year: 2018

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Rev. Col. Bras. Cir. 2010; 37(6): 384

Jorge Filho Jorge Filho Jorge Filho Jorge Filho Jorge Filho O consentimento esclarecido em cirurgiaEditorialEditorialEditorialEditorialEditorial

O consentimento esclarecido em cirurgia

O consentimento esclarecido em cirurgia

O consentimento esclarecido em cirurgia

O consentimento esclarecido em cirurgia

O consentimento esclarecido em cirurgia

The informed consent in surgery

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The informed consent in surgery

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The informed consent in surgery

ECBC ISAC JORGE FILHO

P

or meio do Departamento de Defesa Profissional temos recebido várias solicitações de modelos de fichas de consentimento esclarecido. Vale a pena discutir a respeito. O consentimento esclarecido representa um im-portante avanço de reforço no respeito à autonomia da pessoa e na relação do médico com seu paciente. Visto sob esse aspecto não há o que se discutir. A polêmica aparece quando se analisa a forma de se obter e de se registrar. Um consentimento obtido burocraticamente, com assinatura e testemunhas, torna-se mera figura cartorial, perde seu sentido maior e pode ser visto com desconfian-ça, piorando, ao invés de melhorar, a relação médico-pa-ciente. Diferente disso é o consentimento (ou mesmo a recusa) que emerge de uma ampla e respeitosa análise entre as duas partes.

O assunto é complexo, principalmente nos tem-pos atuais em que o número crescente de profissionais do Direito tem levado a um verdadeira “especialização” em “erros médicos” que, em grande parte das vezes, não são erros ou não são médicos. Visto sob esse prisma, que já propiciou o aparecimento da chamada “medicina defensi-va”, parece importante ter um documento no qual o paci-ente informa ter sido esclarecido sobre os riscos do proce-dimento ao qual será submetido. Trata-se de visão apenas parcialmente verdadeira. O grande defensor do médico diante de um resultado inesperado (que não significa obri-gatoriamente um erro) não é o documento, mas o próprio paciente e seus familiares. Ou seja, a grande defesa é a boa relação médico-paciente. Essa boa relação obviamen-te implica amplas conversas entre o operador e o operan-do, nas quais serão discutidos os diferentes tipos de riscos que podem ir desde um simples hematoma na ferida ope-ratória até uma sépse grave. É muito difícil colocar todos os possíveis eventos inesperados em um documento, e mesmo que se consiga, a lista será tão grande que assus-tará o paciente, trazendo-lhe uma insegurança que não é boa companheira em um procedimento operatório. Por outro lado, o aparecimento de um evento inesperado não colo-cado na lista poderá ser objeto de demanda, dentro do espirito burocrático que cercou o esclarecimento, gerando um documento cartorial. É com base nesse argumento que muitos cirurgiões tem trabalhado com um documento sim-plificado, documental ou apenas registrado no prontuário, no qual fica claro que o paciente foi esclarecido com

rela-ção ao procedimento a ser realizado e prevenido da exis-tência de riscos, sem detalhes que busquem relacionar to-dos eles. Ao não pretender fazer uma lista completa de possíveis complicações fica implícito que o objetivo se limi-ta a orienlimi-tar o paciente, dando a ele, sem imposição, a oportunidade de consentir ou não na realização do proce-dimento. O espírito a permear esses esclarecimentos deve ser de parceria e divisão de responsabilidades com todo respeito à autonomia do paciente e do próprio médico.

Um outro aspecto a ser levantado é de que um consentimento esclarecido, mesmo que assinado e com testemunhas, não representa um argumento a justificar qualquer tipo de imperícia, imprudência ou negligência. O aparecimento de uma complicação, mesmo que citada como possível no documento de esclarecimento, será ana-lisado com os dados existentes e, se houver culpa e nexo causal, a existência do documento servirá apenas para que não se alegue desconhecimento da possibilidade da-quele resultado adverso, mas não justificará a culpa.

Vale também diferenciar consentimento do ter-mo de consentimento. O primeiro não é necessariamente documental, podendo ser apenas verbal, sendo aconse-lhável seu registro no prontuário. Já o termo de consenti-mento é obrigatoriamente documental, sendo obrigatório seu uso em situações como as pesquisas envolvendo seres humanos, as amputações de membros, a esterilização, e outras condições específicas.

Futuramente apresentaremos ampla revisão so-bre o assunto, mas desde já deve ficar claro que o consen-timento não precisa, obrigatoriamente, seguir um modelo pré-formatado, pois cada caso tem características especi-ais, e que em hipótese alguma substitui uma boa relação médico-paciente.

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