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Fatores motivadores de conversão religiosa entre pessoas idosas

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Academic year: 2017

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Curso Mestrado em Gerontologia

Projeto de Qualificação

FATORES MOTIVADORES DE CONVERSÃO RELIGIOSA ENTRE PESSOAS IDOSAS

Aluno:Wilson Nunes

Curso : Mestrado Gerontologia

Orientador: Prof. Dr.Vicente Paulo Alves

WILSON NUNES

ESCOLA DE MEDICINA

FATORES MOTIVADORES DE CONVERSÃO RELIGIOSA ENTRE

PESSOAS IDOSAS

AUTOR: WILSON NUNES

ORIENTADOR: PROF. DR. VICENTE PAULO ALVES

Brasília – DF

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WILSON NUNES

FATORES MOTIVADORES DE CONVERSÃO RELIGIOSA ENTRE PESSOAS IDOSAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção de Título de Mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Vicente Paulo Alves

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Escola de Medicina

Dissertação de autoria de Wilson Nunes, intitulada "FATORES MOTIVADORES DE CONVERSÃO RELIGIOSA ENTRE PESSOAS IDOSAS", apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, em ____/____/___, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada.

________________________________________ Prof. Dr. Vicente Paulo Alves

Orientador

________________________________________ Profa.Dra. Lucy Gomes Vianna

________________________________________ Prof. Dr.Luis Síveres

________________________________________ Profa. Dra. Carmem Jansen de Cárdenas

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AGRADECIMENTO

À Igreja Cristã Evangélica do Brasil (ICEB), que com seu apoio proporcionou-me as condições necessárias à realização do Mestrado.

Aos membros da AMAI - Ação Missionária de Apoio ao Idoso, amada e fiel missão e aos seus obreiros Pr. William R. de Lima, Marileide R. de Lima e Maria R.Lopes (Cidinha) empenhados na tarefa de promover a qualidade de vida das pessoas idosas.

Aos amigos apoiadores e incentivadores deste projeto. Dr. Fabio Schmid e sua esposa Miriam, Dr. José Rodrigues Jr., Pr. Eldir Bandeira, Pr.Sandro Pontes, Dr. Benedito L. Cardoso, Sr.Paulo Marcio, Dr.Djalma Machado.

Às igrejas, ICE de Brasília Asa Norte-DF, ICE de Palmas- TO, ICE Sta. Isabel- SP, e ICE Praia Grande -SP, ICE-Vida Nova.

À minha esposa Rozania, meus filhos Jonathas, Jordana e Marianna, pelo carinho e paciência outorgados a mim durante o tempo de recolhimento necessário ao tempo da pesquisa.

Aos seis entrevistados que, generosamente, colocaram suas vidas à disposição deste trabalho.

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RESUMO

NUNES, Wilson. "Fatores motivadores de conversão religiosa entre pessoas idosas". Dissertação de Mestrado em Gerontologia. Universidade Católica de Brasília, 2015.

O presente estudo objetivou examinar a interface entre conversão religiosa e velhice, visando inferir implicações para a ciência gerontológica. Para isso, foi ouvida e analisada a opinião de seis pessoas que experimentaram a conversão religiosa após os sessenta anos de idade. Esses dados foram discutidos com o que se encontrou em outras pesquisas. Do escopo dos resultados encontrados destacam-se: 1) Os motivos da conversão religiosa. Nesta perspectiva, os dados mostraram que a tensão pessoal, ou os eventos de crise não foram as únicas razões desse grupo se comprometer com novos conteúdos de fé religiosa. Outros fatores motivadores foram verbalizados. Testemunho de vida, senso do sagrado e influência direta e indireta de amigos e familiares apareceram como elementos importantes nesta mudança. 2) Os efeitos decorrentes da experiência de conversão. Neste caso, a presente pesquisa encontrou que as pessoas idosas continuam inseridas num processo de desenvolvimento contínuo, permitindo experimentar mudanças significativas que podem impactar profundamente sua cosmovisão e então melhorar sua qualidade de vida. Por exemplo, uma nova percepção dos infortúnios da vida, do significado da morte, dos valores, dos erros, da culpa pessoal e do próprio conceito de Deus adquiriram um sentido com o qual estavam associadas emoções positivas de alívio e de bem-estar mental e emocional. O conhecimento, portanto, do impacto que as crenças religiosas podem ter na vida dos idosos é um campo de pesquisa de grande importância para a ciência gerontológica que pode contribuir para a promoção da qualidade de vida dessas pessoas.

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ABSTRACT

NUNES, Wilson. "Motivating Factors in Religious Conversion Among the Elderly."

Masters thesis in Gerontology, Catholic University of Brasilia, 2015

This study had the purpose of examining the relationship between religious conversion and old age in order to contribute to the science of gerontology. With this research objective in view, six people older than sixty years of age, were interviewed and their religious conversion analyzed. The data was compared to findings of other studies. The results were categorized as follows: 1) the grounds for religious conversion. Under this heading, the data showed that personal stress, or crises were not the only reasons for the study group to commit to a new religious faith. Other motivating factors were verbalized such as: life history, concept of the sacred, and direct and indirect influence by friends and family appeared as important elements in this change. 2) The successive effects of the conversion experience. In this case, the present study found that older people still find themselves in a process of personal development, that the process never ceases with age allowing experience to play a significant role of impacting their worldview and so improve their quality of life. For example, a new perception of the misfortunes of life, the meaning of death, values, errors, personal guilt and the concept of God gained new associations such as: the positive emotion of relief and mental and emotional well-being. Understanding the impact that religious beliefs can have on the lives of the elderly is a major field of research for the science of gerontology that can contribute to promoting a better quality of life for the elderly.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...9

2. REVISÃO DE LITERATURA...10

2.1 CONVERSÃO RELIGIOSA...11

2.2 A ABORDAGEM SIMÉTRICA...12

3. OBJETIVOS...15

4.ARTIGO...16

5. REFERÊNCIAS ... 39

6. APÊNDICES...43

APÊNDICE A- Roteiro de entrevista semiestruturada...43

APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido... ....44

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil já foi considerado um país jovem, formado essencialmente por uma população jovem. Em 1940, a população idosa representava 4,1% da população total brasileira, mas em 2010 já se aproximou de 11%. O contingente, em valores absolutos, aumentou de 1,7 milhão para 19,7 milhões nesse período (CAMARANO e KANSO, 2009). De fato, o envelhecimento da população não é privilégio apenas do Brasil, ele é um fenômeno mundial. No entanto, se comparado com outros países, o Brasil é o país que envelhece mais rápido no mundo. Chaimowics (1997, p.7) faz a seguinte constatação: "[...] Enquanto que na França, 115 anos deverão transcorrer antes que a proporção de idosos duplique[...], 85 anos transcorrerão na Suécia, 66 anos nos Estados Unidos, aqui o mesmo fenômeno deverá ocorrer em apenas 30 anos". "Segundo as projeções demográficas, em 2025, o Brasil será o sexto país mais velho do mundo". (GOMES, 1999, p. 112).

Os cientistas sociais estão convencidos de que estamos em vias de ver a mais profunda revolução social da história da humanidade, que provocará um impacto tão grande quanto a Revolução Industrial ou a invenção do microship (ARN, 1999). Segue-se daí, "o crescente interesse e o aumento exponencial dos estudos sobre o fenômeno do envelhecimento e sobre como melhor lidar com as suas alterações e repercussões" (GUARIENTO et al., 2011, p. 118). Todavia, além dos fatores demográficos, socioeconômicos, biofisiológicos e psicossocioculturais, a espiritualidade e a religiosidade também são temas a serem articulados no plano da ciência gerontológica. O presente estudo, pois, parte do pressuposto de que não se pode conhecer o idoso sem conhecê-lo em sua complexidade e amplitude e, um dos aspectos que formam essa complexidade está relacionado à religiosidade. Nesta perspectiva, julgou-se que uma forma de estudar o comportamento religioso do idoso em relacão à religiosidade, seria observando-o na sua experiência de conversão religiosa.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Foi realizada uma revisão da literatura, utilizando-se dos seguintes descritores: "Velhice e conversão religiosa”, “conversão religiosa e idosos", "mudança de religião e envelhecimento", "religião e velhice ", e em inglês: "religious conversion aging", "religious conversion ageing", "elderly people religious conversion", "Senior adult and religious conversion".

Ao final de tal revisão verificou-se que há ainda poucos dados disponíveis sobre o tópico específico proposto como matéria de trabalho deste estudo. Em seu monumental livro, "Aging and God", Koenig (1994, p.423) já observara que: "Infelizmente, não tem havido pesquisa sistemática acerca das causas e consequências da conversão religiosa na vida tardia." Assim, não foi possível encontrar nenhum estudo diretamente análogo ao tema desta pesquisa o qual seguisse de perto as especificidades gerontológicas propostas neste trabalho. Os diversos estudos encontrados foram desenvolvidos primariamente por antropólogos, sociólogos, psicológos e teólogos, objetivando explicar o fenômeno da conversão religiosa em si mesmo. O foco desses trabalhos recaiu sobre as pessoas mais jovens e, embora, as análises tratassem de vários aspectos da conversão, não se pôde inferir senão implicações indiretas acerca da velhice. Os trabalhos de Prandi, et al., (1995); Machado (1998); Dias (2004); Santos e Bastos (2009); Silva, et al., (2011); Almeida (2012); Rodrigues (2012); Rosas e Assis (2012); corroboram estas afirmações. Exceção foram os trabalhos produzidos nos Estados Unidos por Arn (2000) e Koenig (1994) que incluíram pessoas idosas em seus estudos sobre conversão religiosa.

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2.1 CONVERSÃO RELIGIOSA

2.1.1 Conceito

De fato, descobriu-se uma abundante literatura sobre conversão religiosa, contudo sua definição tem sido uma questão que tem historicamente desafiado os pesquisadores da religião. Valle (2002, p.66) assinalou que: " A noção de conversão não é, evidentemente, unívoca e não pode tampouco ser "deduzida." "

Uma definição clássica em Psicologia da Religião é a de William James. Valle (2002, p.62) explica que William James via a conversão "como sendo uma irrupção de energias e motivações que não tinham maiores conexões com o meio cultural e as tensões da época". No entanto, no decorrer do tempo houve importantes avanços nessa área, de modo que, "nas décadas seguintes com os avanços da sociologia e da antropologia, a preocupação dos pesquisadores voltou-se para os aspectos de natureza psico-social e psicossociológicos” (VALLE,2002, p.56). Desde então, os estudos tais como os de Snow e Machalek (1984) e de Hefner (1993), explicando a conversão, já cobriam um amplo leque de fatores de mudanças psicológicas e radical (estresse e privações), bem como de interpretações mais sociológicas dos atributos sociais (idade, classe, educação) e de influências sociais (redes sociais, interação intensiva). Assim, pois, passou a existir entre os autores "uma ampla gama de definições e interpretações” (GOMES, 2011, p.158).

À propósito, como acentuou Koning (2008, p.55) "o que os estudos têm em comum é a certeza de que a conversão não pode ser compreendida a partir de um único fator, seja ele a experiência individual ou o contexto social, político ou institucional.". Tomar, portanto, como dado maior unicamente um só enfoque significa ignorar a complexidade e o caráter difuso e complexo dessa experiência. A riqueza estaria, pois, em não reduzir a conversão a nenhuma das muitas variáveis.

2.1.2 Teorias de mudança cultural

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não sugere, todavia, que tais modelos não tenham qualquer valor explicativo. O argumento de Banaggia diz respeito à impossibilidade deles oferecerem meios de inteligibilidade às situações que, em princípio, são bastante díspares e de nenhum deles permitir ver simetricamente. Para este autor, é possível evitar ter de escolher entre essas interpretações, já que a rigor não existem estas apenas e sim uma multiplicidade de vertentes distintas (BANAGGIA, 2009). A proposta deste estudo foi, pois, unir as ideias e fazer um estudo multifocal ou multifacetado por ser a realidade encontrada ainda mais complexa.

Como tem sido mostrado, os estudos mencionados anteriomente focaram em duas abordagens, buscaram entender os eventos que precipitam a conversão religiosa e, de outro lado, como ela pode ser explicada no encontro com a cultura. Uma explicação, no entanto, quanto ao conceito básico da conversão religiosa pode ser encontrada na Teoria life-span desenvolvimentista proposta por Fowler (1992). A conversão religiosa segundo este autor "é uma recentralização significativa de nossas imagens de valor e poder "(FOWLER, 1992, p.231). Para ele a conversão tem a ver com mudanças nestes conteúdos da fé. O que ocorre é que a pessoa se torna consciente de centros de valor mais poderosos anteriormente não reconhecidos. Fowler (1992, p.227), acrescenta: "Quer nossa valoração na fé exiba o padrão politeísta, henoteísta ou monoteísta radical, o centro ou centros efetivos de valor em nossa vida que têm valor divinos para nós exercem uma poderosa estruturação sobre o nosso modo de ver e estar no mundo". À luz desta definição é apropriado pensar que cada pessoa reage de uma maneira diferente aos infortúnios da vida e essa forma de reagir depende grandemente da filosofia de vida ou, seguindo o modelo de Fowler, dos conteúdos de fé. Entender, pois, como esses conteúdos de fé impactam a vida dos idosos pode contribuir para a promoção da qualidade de vida dessas pessoas.

2.2 A ABORDAGEM SIMÉTRICA

Ainda comentando sobre os estudos psicológicos e etnográficos da conversão, Banaggia (2009), aproveitando os estudos feitos na Amazônia, achou-se pertinente acrescentar mais um avanço nessa consideração ao destacar que cabe ao pesquisador admitir também a sua ocorrência em grupo, bem como o entendimento que o próprio indivíduo apresenta de sua conversão, pois para esse autor ignorar tais eventos pode interromper o estudo de modo prematuro.

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conversão aparece no discurso do entrevistado. Essa nova percepção foi de fundamental importância para a pesquisa ao se introduzir a necessidade de se levar a sério as proposições dos convertidos e não apenas as categorias definidas previamente pelos estudiosos. Segundo Banaggia (2009, p.211), "ignorar as interpretações altamente engenhosas que os nativos convertidos produzem, por exemplo, a partir de textos bíblicos de modo semelhante àqueles feitos pelos mais ortodoxos fundamentalistas cristãos, pode empobrecer a pesquisa antropológica."

Desse modo, o diálogo metodológico sugeriu outra problematização. Considerando como dado importante a participação dos entrevistados, introduziu-se no trabalho questões relativas ao ponto de vista dos mesmos acerca de sua experiência de conversão e de como eles entendiam e interpretavam essa experiência. Foi nessa perspectiva que o presente estudo seguiu seu percurso metodológico admitindo a importância da aproximação simétrica e tomando-a como categoria analítica. Banaggia (2009, p.208) enfatizou que para "o pesquisador que a considerar sem qualquer pretensão de julgar de saída sua validade pode aprender muito com essas informações e evitar o perigo das pré-concepções do que seriam os motivos da conversão".

De fato, o reconhecimento dessa forma de abordagem, trouxe à tona uma reflexão importante sobre a atuação dos cientistas sociais, ressaltando o perigo de se deslegitimar a fala do entrevistado impondo-se as próprias concepções, destituindo a religião de seu significado original e redefinindo-a como algo que é relevante e interessante para o discurso antropológico. Segundo esse ponto de vista "A religião torna-se então "ritual", "controle social", "uma estratégia de sobrevivência", "uma etiologia", "uma filosofia [...] Em outras palavras, se torna algo que faz sentido para o antropólogo". (BANAGGIA, 2009, p.209).

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3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Identificar os principais fatores motivadores de conversão religiosa entre pessoas idosas e analisar seus efeitos e respectivas implicações para a ciência gerontológica.

3.2 ESPECÍFICOS

3.2.1 Identificar as causas e fatores que iniciam tais mudanças na fé.

3.2.2 Analisar as mudanças produzidas pela conversão religiosa em pessoas idosas.

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4. ARTIGO

Fatores motivadores de conversão religiosa entre pessoas idosas.

Motivating factors in religious conversion among the elderly.

Kairós. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Saúde.

Wilson Nunes

Vicente Paulo Alves

Resumo

O presente estudo objetivou examinar a interface entre conversão religiosa e velhice, visando inferir implicações para a ciência gerontológica. Para isso, foi ouvida e analisada a opinião de seis pesssoas que experimentaram a conversão religiosa após os sessenta anos de idade. Esses dados foram discutidos com o que se encontrou em outras pesquisas. Do escopo dos resultados encontrados destacam-se: 1) Os motivos da conversão religiosa. Nesta perspectiva, os dados mostraram que a tensão pessoal, ou os eventos de crise não foram as únicas razões desse grupo se comprometer com novos conteúdos de fé religiosa. Outros fatores motivadores foram verbalizados. Testemunho de vida, senso do sagrado e influência direta e indireta de amigos e familiares apareceram como elementos importantes nesta mudança. 2) Os efeitos decorrentes da experiência de conversão. Neste caso, a presente pesquisa encontrou que as pessoas idosas continuam inseridas num processo de desenvolvimento contínuo, permitindo experimentar mudanças significativas que podem impactar profundamente sua cosmovisão e então melhorar sua qualidade de vida. Por exemplo, uma nova percepção dos infortúnios da vida, do significado da morte, dos valores, dos erros, da culpa pessoal e do próprio conceito de Deus adquiriram um sentido com o qual estavam associadas emocões positivas de alívio e de bem-estar mental e emocional. O conhecimento, portanto, do impacto que as crenças religiosas podem ter na vida dos idosos é um campo de pesquisa de grande importância para a ciência gerontológica que pode contribuir para a promoção da qualidade de vida dessas pessoas.

Palavras-chave: Envelhecimento. Conversão religiosa. Espiritualidade.

Abstract

NUNES, Wilson. "Motivating Factors in Religious Conversion Among the Elderly."

Masters thesis in Gerontology, Catholic University of Brasilia, 2015

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the process never ceases with age allowing experience to play a significant role of impacting their worldview and so improve their quality of life. For example, a new perception of the misfortunes of life, the meaning of death, values, errors, personal guilt and the concept of God gained new associations such as: the positive emotion of relief and mental and emotional well-being. Understanding the impact that religious beliefs can have on the lives of the elderly is a major field of research for the science of gerontology that can contribute to promoting a better quality of life for the elderly.

Keywords: Aging. Religious conversion. Spirituality

INTRODUÇÃO

O Brasil já foi considerado um país jovem, formado essencialmente por uma população jovem. Em 1940, a população idosa representava 4,1% da população total brasileira, mas em 2010 já se aproximou de 11%. O contingente, em valores absolutos, aumentou de 1,7 milhão para 19,7 milhões nesse período (Camarano e Kanso, 2009). De fato, o envelhecimento da população não é privilégio apenas do Brasil, ele é um fenômeno mundial. No entanto, se comparado com outros países, o Brasil é o país que envelhece mais rápido no mundo. Chaimowics (1997:7) faz a seguinte constatação: "[...] Enquanto que na França, 115 anos deverão transcorrer antes que a proporção de idosos duplique[...], 85 anos transcorrerão na Suécia, 66 anos nos Estados Unidos, aqui o mesmo fenômeno deverá ocorrer em apenas 30 anos". "Segundo as projeções demográficas, em 2025, o Brasil será o sexto país mais velho do mundo". (Gomes, 1999:112).

Os cientistas sociais estão convencidos de que estamos em vias de ver a mais profunda revolução social da história da humanidade, que provocará um impacto tão grande quanto a Revolução Industrial ou a invenção do microship (Arn, 1999). Segue-se daí, "o crescente interesse e o aumento exponencial dos estudos sobre o fenômeno do envelhecimento e sobre como melhor lidar com as suas alterações e repercussões" (Guariento

et al., 2011:118). Todavia, além dos fatores demográficos, socioeconômicos, biofisiológicos e

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A pesquisa objetivou saber qual o significado que esses idosos convertidos atribuem a essa experiência e quais as implicações desses achados para os estudos gerontológicos. Assinalando, pois, os sentidos subjetivos da conversão religiosa dada pelos entrevistados nesta pesquisa e discutindo suas implicações para o estudo do envelhecimento, o presente trabalho julgou trazer à superfície um tópico relevante para a ciência gerontológica mostrando que esta ciência poderia se dedicar ao estudo do domínio da religiosidade e, consequentemente, receber contribuições significativas, para aprofundar sua temática repercutindo, finalmente, em melhor qualidade de vida para a população idosa do país.

ABORDAGEM METODOLÓGICA

Para a realização desta pesquisa foram entrevistadas seis mulheres idosas, que admitiram vivenciar a experiência de mudança de fé após os 60 anos de idade. A seleção dessas pessoas foi feita no contexto das denominações cristãs de confissão evangélica, na cidade de Anápolis, Estado de Goiás. Considerando que o presente estudo teve como seu objetivo principal, compreender quem é a pessoa idosa que passou pela experiência de conversão religiosa e quais as implicações disso para os estudos gerontológicos, o intento não poderia ser o de "encaixar" essa pessoa em definições pré-determinadas mas, ao contrário, compreendê-la na singularidade de convertida dentro de sua experiência única. Dada a natureza da investigação, uma importante questão se impunha: Que modelo ajudaria a compreender melhor o velho em sua singularidade de convertido, dentro de sua experiência única? No tocante ao método adotado para este fim, julgou-se que a epistemologia qualitativa forneceria uma abordagem mais adequada ao fenômeno a ser examinado. Para Haguette (1992:63) "os métodos quantitativos supõem uma população de objetos comparável entre si e os métodos qualitativos enfatizam as especificidades em termos de suas origens e razão de ser". Ao pressupor de início que o que estava em jogo era o conhecimento em profundidade dos significados pessoais de cada participante, isso implicou por assumir um tipo de abordagem que favorecia o diálogo mais livre e aberto com a finalidade de fazer emergir os significados sobre o tópico investigado. Assim julgou-se reposicionar o presente estudo em seu correto percurso adotando a epistemologia qualitativa a recomendar uma abordagem simétrica e um instrumento de entrevista indiviual semi-estruturado como mais vantajosos para o propósito do estudo.

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aprofundamento da análise dos significados produzidos em uma entrevista. Ele considera que há dois tipos ou níveis de análise que seria possível buscar evidências a partir do próprio uso da linguagem. A análise de significado semântico-pragmático da conversação e, a análise linguística. Conforme (Mattos 2005:839).

O primeiro nível procura a compreensão dos significados de macrotextos unidades

maiores de respostas desdobradas em uma ou mais perguntas; dos significados

incidentais relevantes, digressões e outros elementos mal contextualizados na fala,

mas de alto interesse; e ainda, dos significados de contextos, pressupostos ou

implicados em cada resposta ou emergentes da relação de várias respostas. O segundo nível exige análise linguística para produzir evidências em maior detalhe, observando operadores argumentativos, marcadores de pressuposições, indicadores modais e atitudinais, e tempos verbais.

Considerando os dois níveis de análises possíveis, o presente estudo interessou-se pelo primeiro, por ajustar-se melhor com a sua intenção original. Nessa perspectiva, a interpretação se organizou então pelo conceito de categorias ou tópicos. "Na linguagem comum tópico é, portanto, aquilo sobre que se fala" (Koch, 1998:72). Assim tomou-se o conjunto de informações recolhidas junto aos entrevistados organizando-as nos quatro grandes eixos temáticos: 1) Os motivos da conversão religiosa percebido pelo entrevistado; 2) Os efeitos produzidos por esta experiência; 3) O valor desse novo compromisso e sua relação à nova comunidade de fé e; 4) a perspectiva ou a forma dessa comunidade perceber a velhice.

No que diz respeito à amostra, considerou-se como a boa amostra aquela fonte que fosse capaz de ajudar a responder sobre o assunto proposto, que tivesse passado pela experiência de conversão religiosa após os sessenta anos de idade e, que, portanto, estivesse envolvido no assunto e tivesse disposição de falar. A escolha não foi aleatória, mas tomada do grupo de interesse, buscando-se casos típicos, adotando o critério não da quantidade mas o da qualidade das expressões e informações. Uma questão, entretanto, que historicamente tem desafiado pesquisadores da conversão religiosa é como objetivamente determinar se tal pessoa experimentou a conversão religiosa. É importante ressaltar que embora caiba ao entrevistado esta definição, mesmo assim tal experiência implica numa identidade religiosa que se define por algum nível de compromisso com a nova religião. Valle (2002:70), define:

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A partir da definição exposta, estabeleceu-se então os seguintes critérios de inclusão dos participantes. a) Possuir idade igual ou superior a 60 anos; b) Admitir que experimentou uma mudança de fé religiosa após os 60 anos de idade; c) Ser batizado e membro ativo em uma igreja evangélica; d) Disponibilidade em participar, formalizada por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE ( Anexo B). Como critérios de exclusão, definiu-se: a) A recusa em participar da pesquisa; b) Não ser membro ativo de uma igreja evangélica; c) Limitações de comunicação verbal; d) Ter idade inferior a 60 anos de idade; e) Ter trocado de religião outras vezes antes dos 60 anos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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1. A MUDANÇA RELIGIOSA NA VELHICE

Para a Entrevistada 02 a religião parece ter sido percebida como um lugar de refúgio, de socorro e de acolhimento. Isto se pode ver, por contraste, em sua denúncia crítica dirigida a sua religião anterior, pela qual se sentia abandonada:

"Eu estava com setenta anos e meu esposo ficou doente e eu fui pedir socorro numa Igreja Católica e o padre disse que vinha dar comunhão para ele, mas eu fui três vezes, três dias seguidos e ele não veio".

Para ela, sua antiga Igreja fracassara na missão de socorrer e acolher enquanto uma

outra a acolheu, de forma que pode concluir com a expressão:

"sou de quem me quer".

Isto pode indicar a importância da acolhida na configuração subjetiva da religião e pode estar relacionada com a causa motivadora de sua mudança para uma outra comunidade religiosa. De início, pode-se inferir que no sentido subjetivo da religião poderia estar a assistência e a acolhida nos tempos de sofrimento. Esta Entrevistada 02 admitiu:

"E foi o princípio da minha conversão".

A seguir, apareceram outros elementos que poderiam indicar a existência de uma relação da conversão religiosa com a doença, no caso, a doença do marido:

"[...]ele estava mal".

A mesma função da religião como lugar de socorro também foi percebida pela Entrevistada 01 cuja vida conjugal não estava indo bem. Ou seja, a aproximação dessa Entrevistada com o ambiente religioso foi também motivado por um evento de crise:

"Foi depois do meu divórcio".

E ela reconheceu que aquele ambiente lhe proporcionou o socorro procurado:

"eu senti ajuda".

Ao considerar-se a fala da Entrevistada 03, pode-se verificar também os mesmos elementos, a relação entre conversão religiosa e eventos de crise. Esta Entrevistada, iniciou seu relato falando sobre um momento crítico que antecedeu sua ida para a Igreja,

“[...]quando me deu minha primeira parada e meu filho tinha ido embora para os Estados Unidos e, ele nunca tinha se separado de mim".

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Fowler, ao indicar a necessidade de crises ou estresse emocional a fim de catalisar as mudanças na fé. Fowler (1992) notou que a transição entre os estágios da fé parece ocorrer após um período de estresse emocional ou de depressão. Segundo este autor, a conversão tem a ver com mudanças nesses conteúdos da fé. A conversão religiosa, segundo (Fowler 1992:231):

[...]é uma recentralização significativa de nossas imagens de valor e poder anteriores, conscientes ou inconscientes, e a adoção consciente de um novo conjunto de estórias mestras no compromisso de remontar nossa vida, em uma nova comunidade de interpretação e ação.

Os relatos das pessoas entrevistadas proporcionaram acesso ao que parece

constituir alguns dos elementos centrais desse conteúdo de fé proposto por Fowler e pode-se perceber uma mudança significativa nesses conteúdos. Por exemplo, a Entrevistada 04 disse:

“Eu era muito apegada a essas coisas. Hoje, eu acho que isso tudo é ilusão”.

Essa fala é emblemática, parecendo revelar o surgimento de uma nova perspectiva de fé e de uma nova percepção de realidade. Com base no modelo teórico de Fowler, pode-se dizer, então, que ela fez uma recentralização de sua imagem de valor. O mesmo ocorre com a Entrevistada 01, quando perguntada sobre sua perspectiva acerca de Deus, ela disse:

“Primeiro, a gente via Deus assim, Deus um ser bravo”.

A Entrevistada 02, afirmou que:

“Eu não esperava que Deus ia nos salvar de graça assim.”

Para Fowler (1992), a conversão representa o tempo em que as pessoas

desistiram de seus antigos centros de valor, admitiram o empobrecimento das imagens de poder nas quais se basearam e tomaram uma decisão consciente de empreender uma remoldagem de sua vida de acordo com uma nova estória mestra. Conforme este autor, o caráter do indivíduo é moldado por três elementos importantes, que compõem aquilo que ele chama de “conteúdos da fé”. Em primeiro lugar, há os centros de valor que nos reivindicam, isto é, preocupações ou pessoas que, consciente ou inconscientemente, têm o maior valor para nós. Em termos práticos, são aquelas coisas ou pessoas em relação às quais nossa vida tem valor e dão sentido à nossa vida. Por exemplo, para a Entrevistada 03, quando indagada sobre o que ela estava buscando, a fim de saber sobre o valor que lhe parecia central na vida, sua resposta foi categórica:

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A Entrevistada 04 também quando indagada se a Igreja era importante para ela respondeu:

“[...]mas o importante mesmo é Deus”.

A conversão ocorre precisamente sob o impacto da reivindicação de um novo centro de valor na vida da pessoa, no caso da conversão religiosa, Deus. O que ocorre é que a pessoa se torna consciente de centros de valor mais poderosos anteriormente não reconhecidos. Fowler (1992:227), acrescenta:

Quer nossa valoração na fé exiba o padrão politeísta, henoteísta ou monoteísta radical, o centro ou centros efetivos de valor em nossa vida que têm valor divino para nós exercem uma poderosa estruturação sobre o nosso modo de ver e estar no mundo.

À luz dessas definições é apropriado pensar que poucas coisas podem ser mais importantes do que uma reflexão séria sobre como as pessoas formam e se comprometem com os seus conteúdos de fé. Para alguns, estes centros de valor são, as aptidões pessoais, os governos, as corporações ou outras pessoas. Elas são as entidades que determinarão o sucesso na vida. Pois cada pessoa reage de uma maneira diferente às alterações do envelhecimento e essa forma de reagir depende grandemente da filosofica de vida ou, seguindo Fowler, dos centros de valor adotados pela pessoa. Por exemplo, a Entrevistada 03 ao falar das mudanças ocorridas após a conversão relata a sua experiência de enfrentamento diante do episódio mais triste de sua vida, o suicídio de um dos seus filhos. Assim,ela narrou:

“Foi triste de mais, mas Deus me deu força. E Deus me fortaleceu, eu aguentei e estou aguentando até hoje. Porque não é fácil. Foi muito difícil para mim[...]Ele me fortalece muito, porque o que eu já passei, não era para eu estar aqui”.

Já a Entrevistada 06, depois de referir-se também à morte de um filho falou:

“A gente sente mais força[...] A Igreja dá força pra gente[...] Porque se a gente não tiver força com Deus a gente não vence”.

A Entrevistada 01, que no momento presente vive em estado de apreensão por temer que terá de enfrentar sua pior dor, a possível morte de sua filha, expressou:

“Você ver sua filha tão jovem, com essa doença que a gente sabe que o homem não cura”.

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Para aquilatar esse poder estruturador da fé das pessoas e se perceber sua influência sobre a vida humana, Fowler(1992) propõe uma séria reflexão considerando as seguintes questões. Como nossos centros de valor irão servir-nos no mundo em nossos próximos anos? Os nossos centros de valor irão se manter? Conferirão à nossa vida um senso de valor suficientemente resistente para compensar nosso estresse, nossa luta, nossa solidão e nossa dor? Os poderes aos quais nós estamos aderindo mostrar-se-ão suficientes? Será que o ter, o fazer e o dirigir nos sustentarão diante da morte, das traições, do envelhecimento e da corrosiva banalidade do mal?

Neste ponto se faz apropriado indagar sobre o papel que o estresse, ou eventos de crise ocupam na conversão religiosa, pois nem todas as pesquisas tem encontrado um simples relacionamento de causa-efeito entre esses eventos e conversão religiosa. Estudando pessoas idosas hospitalizadas que estavam encarando graves crises de saúde física e examinando se eles eram inclinados a se tornarem mais religiosos, Koenig (1994:430) relatou que: “A despeito do aumento da incapacidade física e, às vezes, longos tratamentos, não se observou um retorno em massa para a religião por parte daqueles que não tinham antes sido religiosos”. Ele percebeu que a maioria continuava a lidar com as circunstâncias adversas da mesma maneira que sempre lidaram. Aqueles que tinham anteriormente retornado para a religião durante as crises tendiam a fazer o mesmo quando enfrentavam novos problemas de saúde. Mas aqueles que não se voltaram para a religião antes, não fizeram isso quando a saúde deles falhou na atualidade.O autor descobriu ainda queos que entre os que relataram mudanças em seus sentimentos acerca da religião, apenas 15% atribuíram esta mudança aos eventos de crise. Também o estudo de Erikson (1995) sobre idosos que se converteram ao Catolicismo, não indicou que tensão pessoal era a razão de pessoas idosas se tornarem Católicas. Parece, pois, que conversão religiosa entre pessoas idosas pode ser, às vezes, precipitada por estresse, mas ele não necessariamente produz conversão religiosa. Nesta perspectiva, os achados do presente estudo corroboram os achados de Erikson e de Koenig, de que nem sempre a conversão decorre de crise. Nesta investigação, constatou-se igualmente a ausência de uma correlação de causa e efeito entre crises e conversão religiosa. A Entrevistada 04, por exemplo, insistiu em dizer:

“Eu fui por amor mesmo”.

Perguntada, novamente, se na época ela não estaria passando por alguma crise, buscando uma solução para algum problema, ela reiterou:

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Por sua vez, a Entrevistada 05 contou que um dos seus filhos converteu-se e que ele sempre a convidava:

“[...]mãe vamos para Jesus, vamos para Jesus”.

No entanto, parece que o que tornava a nova religião atraente para ela era o testemunho de vida do seu filho, o que a fez comentar:

“Mas aí eu vendo o que ele fazia, o que a Igreja propunha para ele".

Mais adiante ela completou:

"Eu via o jeito dele, as coisas que estavam acontecendo com ele”.

Tal mudança lhe chamou a atenção e fez com que ela aceitasse a leitura bíblica, as conversas sobre a nova fé e, finalmente, chegasse a se batizar. Ela disse:

“Eu achava muito bom por causa daquela paz que ele tinha. Aquela paz que ele tinha com a família. Quando ele não era evangélico, ele era muito difícil. Ele me deu muito trabalho”.

A Entrevistada 06 apresentou como motivo para a sua mudança a falta de companhia para ir à sua antiga Igreja.

“Eu estava ficando doente sofrendo de labirintite e eu não podia ir para a minha Igreja. E as minhas meninas já iam nessa Igreja. Igreja quadrangular. Elas iam lá e eu as acompanhava [...] Sim, por causa da companhia. A companhia delas me animava”.

No caso da Entrevistada 03, o que chamou a atenção na análise foram os desdobramentos que as narrativa foram tomando pela densidade ao narrar sua experiência de conversão. Neste caso, as construções que se seguiram, indicaram um sentido subjetivo de conversão religiosa fortemente associado ao sentimento de sagrado.

"Mas antes de eu ir e me internar e de dar estas coisas, eu tinha muita vontade de ser evangélica, eu tinha um desejo tão grande de tomar a Ceia que o senhor nem imagina. Tinha vontade de mais".

Neste ponto, a Entrevistada elevou o tom emocional ao citar a frase:

"Tinha vontade de mais"

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desejo parecia suplantar suas referências às crises vividas. A partir dessas palavras pode-se inferir a presença de um impulso que ia além de uma simples busca por ajuda de encorajamento e consolo. Qual era o objeto desse seu desejo?

"[...]um desejo tão grande de tomar a Ceia".

Que impulso seria esse? O que ela queria significar com isto? Não é muito fácil interpretar esse sentimento. Não se pode saber muito sobre o que ela está desejando ao dizer isto. Todavia, com relativa segurança, pode-se conjecturar que a pregação, os relacionamentos com os crentes e a música não estavam no centro de seus pensamentos. A coisa que mais lhe interessava e a atraía era a participação na Santa Ceia. Participação essa, à propósito, sobre a qual ela revelou grande temor e reverência, dizendo à sua amiga:

"Não, eu não tenho coragem de tomar sem batizar não".

Essa sua fala não se tratava de uma simples descrição formal, ela vinha carregada de sentimento de admiração e temor manifestando certo assombro quanto a esse desejo. O que teria gerado tal sentimento? Talvez aqui coubesse a pressuposição de que sua percepção subjetiva da religião, de fato, ia além de uma instituição puramente humana. Estaria ela tendo um sentimento do sagrado? Segundo Mondin (1997:86): "Sagrado é uma categoria sui

generis, que é completamente inacessível à compreensão conceitual, e que como tal constitui

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religião tem como seu objetivo o real; enquanto a arte, o ideal. E, finalmente, quanto à moral, apesar de estarem estreitamente ligadas, são essencialmente diferentes. A religião é conexão com Deus, relacionamento pessoal com Ele enquanto à moral compete o cuidado e realização dos valores que correspondem à essência do homem. Segundo Fowler (1992), na maioria das vezes, a fé é entendida como crença em certas formulações proposicionais e doutrinárias que, de alguma forma essencial e estática, supostamente “contêm” a verdade. Mas se a fé é relacional, um empenho de confiança e fidelidade a outro, e uma forma de entrar no campo de força da vida confiando em centros dinâmicos de valor e poder, então a “verdade” da fé assume uma qualidade diferente. A verdade é “vivida”; sendo um padrão de ser em relação aos outros e a Deus. Indagada, pois, acerca de seu desejo e sobre o que ela estava buscando, a resposta da Entrevistada 03 foi muito objetiva:

“A Deus”.

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comportamentos de controle têm encontrado evidências sobre o aumento das estratégias de controle secundário no envelhecimento.” Neste ponto de vista o grupo pesquisado pode-se incluir na estatística desses estudos que ao encararem eventos estressantes utilizam-se das estratégias de controle secundário. No caso dos entrevistados da presente pesquisa, as crenças religiosas foram usadas para lidar com acontecimentos sobre os quais eles julgavam não ter controle. A Entrevistada 01, por exemplo, quando perguntada se tinha medo do futuro, respondeu:

“Hoje eu não tenho futuro. Eu só vivo o hoje”.

Indagada, novamente, se com isso ela não estaria sem horizonte ou achando que caminhava para o fim, ela explicou:

“Não. É, porque é muito mais gostoso você viver cada dia deixando Deus cuidar.”

Foi perguntado também para a Entrevistada 03, por que ela ao olhar para o futuro se dizia tranquila e sentia-se segura. Ela respondeu:

“É porque eu tenho Deus no meu coração. Eu tenho Jesus comigo. Eu sei que Deus não desampara ninguém”.

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pessoas idosas preservam altas percepções de controle e, a estratégia de enfrentamento religioso colocando o controle nas mãos de Deus representou uma boa solução para este dilema. Portanto, ao colocar Deus no centro último de suas preocupações e iniciar uma relação pessoal com Ele, a pessoa idosa pode experimentar um retorno do significado e propósito na vida nestes tempos ligado com alvos que são psicologicamente mais alcançáveis. Goldstein (2003) acrescenta que se torna necessário selecionar as áreas que são controláveis e nelas investir, abandonar as que não o são, baixar o nível de expectativas, reavaliar prioridades e prazos. A autora (2003:66) continua, concluindo: “Em suma, uma das grandes tarefas do desenvolvimento é o aprendizado da distinção entre quando o exercício do controle primário é compensador e quando não o é: “...(dai-me) sabedoria para perceber a diferença”. O que ocorre com uma pessoa idosa que experimenta a conversão religiosa e de que forma ela impacta a sua vida? O próximo ponto discutirá este tópico da pesquisa.

2. O IMPACTO DA CONVERSÃO RELIGIOSA NA VELHICE

A conversão religiosa é um dos mais profundos e perplexos fenômenos que podem acontecer na vida de uma pessoa. O indivíduo pode nunca mais ser o mesmo. Segundo Fowler (1992:227) “[...] o centro ou centros afetivos de valor em nossa vida que tem valor divino para nós exercem uma poderosa estruturação sobre o nosso modo de ver e estar no mundo”. Também para este autor, os conteúdos operativos de nossa fé, quer explicitamente religiosos, quer não, é que moldam o caráter das pessoas, suas percepções, interpretações, prioridades e paixões. Um novo convertido pode adotar radicalmente diferentes objetivos, ter diferentes motivos que ele ou ela não tinham antes, e pode adotar novos propósitos na vida e formar uma nova auto-definição acerca de quem ele ou ela é no mundo.

Como os participantes da pesquisa perceberam as mudanças resultantes da conversão religiosa? Um dos primeiros achados foi o quanto a religião remodelou a percepção psicológica deles. A Entrevistada 02 respondeu:

“Mudou, porque eu não esperava que Deus ia nos salvar de graça assim. Porque Ele nos perdoa.”

Estas palavras parecem representar um indicador sobre a mudança que tem

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“O senhor vê, em Janeiro eu quebrei a costela, em Fevereiro eu quebrei o dedo da mão, em Março eu tive aquele torcicolo que me torcia os braços todo, passei mal. Tudo eu falava: Senhor, obrigado pela correção.”

Note-se também a mudança ocorrida na leitura que ela faz agora dos infortúnios da vida, longe de interpretar o sofrimento como sinal de abandono. Ela o revisou como uma correção de amor e como um momento em que Deus se revela mais presente a ela.

A Entrevistada 01 mostra que a imagem que tinha de Deus mudou. “A gente via a Deus assim, Deus um ser bravo”.

Sua conversão à crença no Deus de amor e graça, por conseguinte, a fez experimentar a eliminação de alguns dos seus temores:

“Tinha muito medo de morrer, medo de ficar só. Hoje eu me sinto bem, até arrependi de ter tido esses medos e deixado eles me dominarem[...]”

Nesse trecho, apareceu mais um dos efeitos da conversão ao proporcionar à pessoa a sensação de segurança e paz. Neste caso, o sentido da morte é muito diferente do expresso por outras pessoas que têm padecido de desespero diante dessa experiência.

A Entrevistada 04 também fala de sua mudança:

“Eu era muito apegada aos bens[...]Eu falo que eu mudei de mais, porque eu era muito apegada a essas coisas. Hoje, eu acho que isso tudo é ilusão.” Algumas das respondentes expressaram também mudança em termos de temperamento e de comportamento moral. A Entrevistada 02 em vez de cobrar e condenar a pessoa como fazia antes, agora diz:

“[...]procuro orar por ela”.

A Entrevistada 04 disse:

“[...]eu virei outra pessoa [...] Meu temperamento era bravo, minha natureza era muito forte. Parece que eu amansei”.

E a Entrevistada 05 falou:

“Assim, eu fui indo, a minha vida foi mudando, fui largando as coisas, larguei de fumar”.

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“As pregações[...] são palavras que dão coragem e dão força para a gente[...]cura mesmo”.

A Entrevistada 04, depois de falar de seu desejo de ser curada e após ser questionada sobre qual seria a sua reação caso Deus decidisse não curá-la, respondeu:

“Eu vou carregar com amor, não vou revoltar, vou carregar com amor mesmo”.

A Entrevistada 03 é outra que deixa transparecer em sua fala a eficácia do coping religioso. Ela perdera um de seus filhos por suicídio e contou:

“[...]faz uns cinco anos que eu perdi um filho nesta casa, ele se suicidou. Foi triste de mais. Mas Deus me deu muita força. E Deus me fortaleceu, eu aguentei e estou aguentando até hoje.”

Também a Entrevistada 06 que passou por dor semelhante perdendo um filho e um neto em acidentes, comentou:

“Deus abençoa a gente, Ele ajuda. A gente tendo fé a gente vence. Esquecer a gente não esquece”

Como se pode notar, a vida pode colocar o velho em situações nas quais ele não consegue ver saída. As pessoas podem passar por experiências terríveis, como estas das duas últimas Entrevistadas. Tais pessoas precisam ser capacitadas a transcenderem as circunstâncias. No caso dos participantes deste estudo, o coping religioso mostrou ser um meio eficaz para fazer isso. Assim, constatou-se nos depoimentos prestados o quanto a conversão religiosa e a prática da religião produziram um marcante efeito positivo na vida das entrevistadas. Sem esta fé, a Entrevistada 01 admitiu:

“Eu estaria entupida de remédios”.

Neste ponto, algumas considerações se fazem apropriadas. Segundo Koenig

(32)
(33)

3. O IDOSO NECESSITA DA RELIGIÃO

A Entrevistada 06, respondendo sobre a importância da Igreja para ela, deu a seguinte resposta:

“Porque se a gente parar de ir para a Igreja, fica em casa pensando, desanimada. Mas se vai para a Igreja tenta esquecer põe outras coisas na cabeça. Na Igreja a gente sente força, eles oram lá, a gente fica com fé [...]Eu acho que sou bem tratada. Lá todos me tratam bem, até as jovens. Porque jovens não importa com velhos. Outro dia, mesmo falei: Até a jovem lá, estava me chamando de bonita, ela nem me conhecia e veio e me abraçou, falou, a senhora é bonita. Eu falei, obrigado. Aí eu fiquei alegre, e comentei com as meninas, eu sou bem amada lá na Igreja”.

Nesta perspectiva, é apropriado perguntar: são assim todas as religiões? A

Entrevistada 05, questionada sobre o seu motivo de ter trocado a antiga religião pela atual, chegou a manifestar repulsa por sua antiga religião usando metáforas fortes:

“É uma religião esquisita. Hoje é que eu vejo tanto que eu era louca em ficar naquela religião, acompanhando aquela coisa que não era de Deus”.

Muito embora esta Entrevistada fosse anteriormente religiosa, ela se referiu a uma forma de religiosidade que, em sua avaliação, lhe era prejudicial. Assim, um importante ponto acerca do compromisso religioso precisa ser destacado. Pois, a religião possui ambos aspectos, o positivo e o negativo. Ela pode ser uma preditora de abuso de drogas e de vícios prejudiciais à pessoa, e até trazer prejuízos graves à sociedade. Ao tentar dar mais detalhes sobre sua mudança religiosa, esta Entrevistada também disse:

“Tinha dia em que eu tomava uma garrafa de pinga no dia e, eu não sentia nada. Eu acho que é através da religião”.

Contudo, existem benefícios em manter-se ativo na comunidade religiosa. A Entrevistada 01 comentou:

"Era uma turma bem unida, existia muito amor entre nós. Foi onde eu exercitei mais o meu dom".

Isto parece refletir mais um propósito da religião, o de proporcionar espaço para o serviço e o exercício dos talentos pessoais, fazendo a pessoa idosa sentir-se útil. A Entrevistada 04 indagada sobre o que mais a atraía à igreja, disse:

“Era a palavra de Deus, eu gosto muito”.

Provavelmente, isto mostra a necessidade por direção e sabedoria que ela estava procurando. A Entrevistada 05 falou dos benefícios da religião com as seguintes palavras:

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Segundo Koenig (1994) participar ativamente do grupo religioso não ajuda apenas a evitar ações não saudáveis, tais como a dependência de drogas ou o fumo, mas possibilita que as pessoas criem uma forte rede social de apoio para aconselhamento ou ajuda quando elas são confrontadas com eventos estressantes da vida. A socialização providenciada pelas organizações religiosas podem ajudar a prevenir o isolamento e a solidão (Koenig e Larson, 1998).

4. A RELIGIÃO NECESSITA DO IDOSO

Existem duas formas básicas, contrastantes, de encarar as pessoas idosas e, consequentemente, duas maneiras de se desenhar um trabalho que inclua este grupo. De um lado, pode-se vê-las como sendo um “peso” e, de outro como um recurso inestimável. Tem sido comum a comunidade religiosa e a sociedade em geral enxergar os idosos e o envelhecimento como um problema a ser resolvido ou como pobres coitadinhos que precisam de ajuda constante. Isso parece sugerir que mesmo nestas instituições o idoso, a despeito de sua boa saúde física e mental, às vezes, sent-see inadequado e inferior, simplesmente por ser velho. A Entrevistada 03 respondendo se era tratada igual aos outros, disse:

“É isso aí, não deixa de ter. Eu não quero é falar, mas a gente sente isso tudo […] O dia que o pastor quer me cumprimentar, ele me cumprimenta. Outro dia passa assim sem cumprimentar, ele não cumprimenta […]”

Perguntada sobre o que poderia melhorar, ela respondeu:

“[…] era tratar a gente melhor”.

Mais adiante, ela diz:

“A gente sente. Mas também, ninguém quer saber de velho. Ninguém quer saber de idoso mais. Mas eu não estou nem aí. Eu tenho isso comigo, eu e a Terezinha, nós não ligamos muito para isso. É porque nós não vamos lá para servir ninguém […].Eu vou lá é pra servir a Deus. Isso é o que eu quero.”

Dessa forma, a religião ou os membros da religião, parecem ter assimilado o preconceito contra os idosos da cultura à sua volta. Pois, “a sociedade determina as lentes pelas quais se vê a velhice” (Loureiro, 2004:47). Provavelmente essa visão negativa e distorcida da velhice deve-se aos mitos que cercaram este período da vida desde a Antiguidade.

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da longevidade, rompe-se cada vez mais no âmbito das ciências e, particularmente da ciência psicológica, com a ideia de velhice como lugar exclusivo de declínio e restrição.

Voltando para o contexto religioso, seria apropriado perguntar: Estão sendo os idosos desafiados a continuarem produtivos? Quando perguntada, se a Igreja cobrava dela algum envolvimento maior, a Entrevistada 03 respondeu:

“Nunca cobrou”.

Indagada novamente, se a pessoa idosa poderia fazer alguma coisa, ela disse: ” […] levar gente para a igreja e dar apoio. Eu acho que eu posso, é a gente querer”.

A Entrevistada 05 também disse:

“Eu acho que uma pessoa idosa igual a mim que tem 73 anos, forte, sadia, pode fazer tudo lá dentro da igreja, pode participar de tudo […]”.

Perguntada se já teve alguma experiência? Ela respondeu:

“Ainda não. Na Igreja não”.

E ainda questionada se poderia imaginar em fazer algo para se sentir feliz, ela retornou:

“Eu acho. Nem que seja para limpar”.

Estas expressões podem ser um indicador da importância do engajamento no serviço, uma configuração subjetiva da velhice que pode estar relacionada com o senso de ser útil e de um envelhecimento produtivo. Esperar, portanto, desempenho novos e raros por parte das pessoas idosas é uma possibilidade que se pode tornar uma realidade. Mas, para isto, é preciso acreditar que mudanças podem ocorrer. Alguns têm concluído que mudar uma pessoa idosa é quase impossível. O resultado da presente pesquisa sugere o contrário. Assim, não há outra maneira de trazer os idosos novamente para a “corrida” a menos que os membros da sociedade e seus líderes aquilatem a visão deles para incluírem aqueles que ainda não são parte do trabalho. A comunidade religiosa pode ser grandemente beneficiada, bem como toda a sociedade em geral, quando reconhece e utiliza os dons e talentos especiais dos seus idosos. É possível que o segredo mais bem guardado das grandes realizações esteja hoje sob as rugas e o cabelo grisalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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religiosa. Pôde-se depreender do que foi estudado um elenco de sete ênfases úteis ao longo do desenvolvimento desta investigação, as quais são sublinhadas a seguir.

Primeira, que é apropriado à ciência gerontológica uma reflexão séria sobre como

as pessoas especialmente as idosas, formam e se comprometem com seus conteúdos de fé. Segunda, a conversão religiosa pode capacitar o idoso a transcender circunstância que não podem ser alteradas, podendo ensinar novas verdades acerca da vida às quais podem ser entendidas apenas por aqueles que têm experimentado perdas e sofrimento, e, ainda assim, têm sobrevivido.

Terceira, a velhice não é apenas um fenômeno físico/biológico e psico-social, é também um fenômeno de natureza espiritual.

Quarta, a religião é percebida pelos idosos como comunidade, mais do que instituição.

Quinta, uma velhice bem sucedida é possível independente das circunstâncias, uma vez que o indivíduo alcance uma fé madura.

Sexta, a pessoa idosa ainda preserva seu potencial cognitivo e é totalmente capaz de aprender e apreender novos conceitos e construir novo sistema de crenças e valores. Sétima, as pessoas idosas podem experimentar conversão religiosa em sua velhice e mudarem profundamente seus conteúdos de fé.

Talvez a coisa mais importante que se possa fazer ao concluir esta pesquisa é formular expectativas de que ela venha a contribuir com a ciência gerontológica ajudando-a a entender melhor o envelhecimento, levando-a também a um maior compromisso com o domínio da espiritualidade, pois esta área é um campo de pesquisa de enorme potencial para essa ciência, podendo contribuir para a promoção de melhor qualidade de vida das pessoas idosas.

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Autor: Wilson Nunes - Bacharel em Teologia pelo depto. de Filosofia e Teologia da Universidade Católica de Goiás e mestre em gerontologia pela Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, Brasil.Endereço para correspondência- nunesw042@gmail.com

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SANTOS, A. T; SÁ, M. A. Á. dos S. De volta às aulas: ensino e aprendizagem n terceira idade. In. E por falar em velhice. Neri, A. L. et al.(Orgs.) Editora Papirus, Campinas. S. Paulo. 2ed. 2003.

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6. APÊNDICES

APÊNDICE A - Roteiro da entrevista semipadronizada

Bloco 1: Dados gerais do entrevistado

Idade: __________ Gênero: __________ Escolaridade: _______________________ Estado civil: ____________________ Renda em S.M.________________________.

Bloco 2: A descoberta e o encontro inicial com a nova religião.

Você poderia contar como foi a sua experiência de conversão religiosa? Por que foi você aderiu a essa religião? Como você explica essa mudança em sua vida agora na velhice?

Bloco 3: A mudança e o impacto da conversão religiosa na vida do idoso

Na sua opinião, o que mudou em sua vida como resultado dessa experiência? Como você compara o seu momento atual ao tempo anterior à conversão?

Bloco 4: Expectativas acerca da nova religião.

O que você mais aprecia em sua nova religião? O que você acha que essa nova religião pode fazer por você? Quais tem sido os obstáculos para receber apoio espiritual?

Bloco 5: Benefícios que o idoso pode oferecer à nova religião.

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APÊNDICE B - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

A Senhor (a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa intitulada: "Fatores motivadores de conversão religiosa entre pessoas idosas".

Conversaremos sobre o tema da conversão religiosa. É para essa conversa que o senhor (a) está sendo convidado (a) a participar.

A sua participação nesta pesquisa contribuirá muito para a avaliação desse tema. Sua participação nesta pesquisa é voluntária e o sigilo de todas as informações oferecidas é garantido; elas serão utilizadas apenas para fins de pesquisa. Os resultados da pesquisa podem ser apresentados por meio de veículos impressos, em eventos acadêmicos ou outros meios de divulgação científica.

Caso a senhor (a) tenha qualquer dúvida em relação à pesquisa, pode me procurar por meio do telefone, (62) 8151.3094 ou pelo e-mail: nunesw042@gmail.com. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília.

Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável pela pesquisa e a outra com a Senhor (a).

Caso algo não esteja claro, pergunte-me a qualquer momento que explicarei novamente. Você também tem a liberdade de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento.

Referências

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