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J. bras. pneumol. vol.30 número6

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Academic year: 2018

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Escarro induzido , re co m e ndaçõ e s do Pro g ram a de

Controle de Tuberculose do Estado do Rio de Janeiro*

A in d u çã o d e esca rro co m so lu çã o sa lin a h ip ert ô n ica ¾ t écn ica u t ilizad a d esd e o in ício dos an os 80, in icialm en t e para o diagn óst ico de in fecção p o r Pn eu m ocyst is carin ii em en ferm o s co m Sín d ro m e d e Im u n o d eficên cia Ad q u irid a (AIDS)(1) ¾ , t em - se m o st rad o b ast an t e ú t il p ara

in vest ig a çã o d e d iversa s co n d içõ es m ó rb id a s, p o d e n d o s e m e n c io n a r a a s m a , a d o e n ç a p u lm o n ar o b st ru t iva crô n ica (DPOC), a fib ro se císt ica, as n eo p lasias e a t u b ercu lo se.(2- 4) O EI

pode ser u t ilizado como boa opção em pacien t es com suspeit a clínico- radiológica de TB pulmonar, q u e n ão t en ham expect oração espon t ân ea, u ma vez q u e o t ra t a m en t o d eve ser, sem p re q u e possível, in st it u ído após con firmação et iológica da doen ça, u t ilizan do- se para ist o a baciloscopia d e esca rro p elo m ét o d o d e Zieh l- Neelsen , e qu an do in dicado pela cu lt u ra para micobact éria.4

As c o n t r a - i n d i c a ç õ e s à r e a l i z a ç ã o d o procedimen t o são a presen ça de bron coespasmo, hemoptise, insuficiência cardíaca grave, gravidez, d o e n ç a s c o n s u m p t i v a s (p a c i e n t e s m u i t o d eb ilit ad o s), sit u açõ es n as q u ais h á red u ção d o reflexo d a t o sse e/ o u alt eraçõ es d o sen só rio e in su ficiên cia respirat ória in st alada ou im in en t e. Há risco de bron cocon st rição, prin cipalmen t e em p acien t es co m asm a e DPOC.(2,3)

A t écn ica con sist e n a n ebu lização com u ma solu ção salin a hipert ôn ica (3- 5%), at ravés de u m n ebu lizador u lt ra- sôn ico, em u ma sala especial q u e at en d a às No rm as d e Bio sseg u ran ça (ver Qu adro 1).(5- 10) Trat a- se de u m procedimen t o n ão

in vasivo, rápido, de baixo cu st o e fácil realização. Po ré m , d e ve se r e xe cu t a d o p o r p ro fissio n a l t ecn icamen t e habilit ado.(7- 14)

Pa ra a a d e q u a d a in d u çã o d o e sca rro , o s seguintes passos devem ser seguidos:

1. Nebu lizar (a 1 a 2,5 ml/ min u t o) du ran t e 20 minutos (no máximo duas tentativas). Se o material n ão for obt ido n a primeira t en t at iva, agu ardar 30 min u t os para repet ir o procedimen t o;

2. Seguir orientações padronizadas para coleta de escarro e envio dos espécimes ao laboratório;

3 . Os p a cien t es d evem ser rig o ro sa m en t e agendados com intervalos mínimos de uma hora; 4. Filtro HEPA e exaustor devem estar ligados durante toda a jornada diária.

O tempo total do procedimento de indução de escarro é de 15 a 20 minutos. Aconselha-se que, durante o processo, um médico esteja acessível para atendimento de possíveis intercorrências (p. ex., crises de broncoespasmo). Se o paciente não tossir e expectorar após 10 minutos de nebulização, o procedimento é interrompido e o paciente é encorajado a tossir. Isto é repetido a cada cinco minutos até que seja colhido um total de 10 ml de escarro. Em idosos e/ou crianças (ver adiante considerações sobre o EI na infância) pode ser feita tapotagem. O material obtido é, então, misturado, homogeneizado e enviado ao laboratório. Recomenda-se a centrifugação do mesmo.(3)

Al g u n s p o n t o s q u e t a m b é m m e r e c e m dest aqu e in clu em :

1. Só é admitida a realização da indução de escarro, sem a u t ilização de filt ros HEPA e/ ou exau st ores, em área ext ern a e adequ adamen t e ventilada, desde que livre da circulação de pessoas. Nestes casos, sempre deverá haver avaliação prévia por especialista em biossegurança para que sejam ponderados os riscos implicados.

2. A confirmação bacteriológica de TB pulmonar em crianças, sobretudo nas menores de cinco anos, é por vezes muito difícil. No Brasil, o método mais utilizado é o lavado gástrico, técnica desconfortável e invasiva. Em vários países vem sendo empregado o EI como procedimento diagnóstico na TB infantil8 ¾

principalmente nas crianças maiores de três anos ¾ , devendo ser estimuladas investigações em âmbito nacional, que visem demonstrar a efetividade do EI para o diagnóstico de TB pulmonar em crianças.

3. Nos casos de uso do EI em pacientes com risco para broncoespasmo ¾ asmáticos e portadores de DPOC ¾ , deve-se realizar um pré-tratamento com um ß-2-agonista (p. ex., salbutamol, na dose de 200-400 ¼ g, 2-4, aplicações antes de se proceder a indução do escarro.3 Em alguns casos, pode ser útil a mensuração

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(VEF1), para que se possa avaliar de forma mais adequada o risco de broncoconstricção.(3)

Est a b reve co m u n ica çã o t ra z o rien t a çõ es g era is p a ra a u t iliza çã o d o esca rro in d u zid o n o d ia g n ó s t ic o d a TB, e s p e c ia lm e n t e e m a t e n d im e n t o à d e m a n d a d o s g e re n t e s d o s P ro g ra m a s d e Co n t ro le Mu n ic ip a is d e TB. In fo rm a çõ e s a d icio n a is e e scla re cim e n t o d e d ú vid as p o d erão ser o b t id o s at ravés d e co n t at o co m a Assesso ria d e Pn eu m o lo g ia Sa n it á ria d o Cen t ro d e Vig ilâ n cia Ep id em io ló g ica (CVE) d a Se c re t a ria d e Es t a d o d e Sa ú d e d o Rio d e J a n eiro , a t ra vés d o t elefo n e 2 1 2 2 2 0 2 4 81 o u p o r e- m a il t u b ercu lo se@ sa u d e.rj.g ov.b r.(5 )

MARN EILI MARTIN S, ELIAN E DALE SUCUPIRA, LÍSIA M. R. DE FREITAS, LIA SELIG, EDUARDO

PAMPLON A B ETHLEM

Assessoria de Pneumologia Sanitária, Centro de Vigilância Epidemiológica, Secretaria de Estado

de Saúde Rio de Janeiro – RJ.

REFERÊNCIAS

1 . Pitchenik AE, Ganjei P, Torres A, Evans DA, Rubin E, Baier H. spuntum examination for the diagnosis of Pneumocystis carin ii pn eu m on ia in t he acqu ired im m u n odeficien cy syndrome. Am Rev Respir Dis 1986; 133:226-9. 2 . Co n d e MB, So a r e s SL, Me llo FC, Co m p a r is o n o f

s p u t u m in d u c t io n w it h f ib e r o p t ic b r o n c h o s c o p y in t h e d ia g n o sis o f t u b e rcu lo sis: e xp e rie n ce a t a n a c q u ir e d im m u n e d e f ic ie n c y s yn d r o m e r e f e r e n c e ce n t e r in Rio d e J a n e iro , Bra z il. Am J Re sp ir Crit Ca re Me d 2 0 0 0 ; 1 6 2 : 2 2 3 8 - 4 0 .

3 . Sch e ich e r ME, Te rra Filh o J , Via n n a EO. Sp u t u m in d u ct io n : re vie w o f lit e ra t u re a n d p ro p o sa l fo r a prot ocol. São Pau lo Med J 2003; 121:213- 9.

4 . Brasil. Min ist ério da Saú de. Secret aria de Polít icas de Sa ú d e . De p a rt a m e n t o d e At e n çã o Bá sica . Ma n u a l Técn ico para o con t role da Tu bercu lose: cadern os de at en ção básica. 6a ed. rev, ampl. Brasília: Min ist ério da

Saú de, 2002. 62 p.

5 . Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Saú de. Cen t ro de Vigilân cia Epidemiológica (CVE). Assessoria de Pn eu m ologia San it ária. Recom en dações da Assessoria de Pn eu mologia San it ária do Est ado do Rio de Janeiro para Biossegurança em Unidades Básicas d e Sa ú d e - UBS. Dis p o n í ve l e m : h t t p : / / www.sa u d e.rj.g ov.b r/ Tu b ercu lo se/ o q u e_e.sh t m l. 6 . Go n ç a lve s MLC. Tr a n s m is s ã o n o s o c o m ia l d e

t u b e r c u lo s e : d im in u in d o o r is c o . Bo le t im d e Pn eu mologia San it ária 2001; 9:21- 6.

7 . Krit ski AL, Con de MB, Mu zy de Sou za GR. Tu bercu lose - Do Ambu lat ório à En fermaria. 3a ed. Rio de Jan eiro:

At hen eu , 2002. Pp. 171- 207.

8 . Zar HJ, Tan n en bau m E, Apolles P, Rou x P, Hanslo D, Hu sse y G. Sp u t u m in d u ct io n fo r t h e d ia g n o sis o f pu lmon ary t u bercu losis in in fan t s an d you n g children in a n u rb a n set t in g in So u t h Africa . Arch Dis Ch ild 2 0 0 0 ; 8 2 :3 0 5 - 8 .

9 . Co n d e MB, So a re s SLM, Me llo FCQ, Re z e n d e VM, Alm e id a LL, Re in g o ld AL, Da le y CL, Kr it s k i AL. Co m p a riso n o f sp u t u m in d u ct io n wit h f ib e rro p t ic b ro n ch o sco p y in t h e d ia g n o sis o f t u b e rcu lo sis. Am J Re sp ir Crit Ca re Me d 2 0 0 3 ; 1 6 7 : 7 2 3 - 5 .

1 0 . Men zies D. Sp u t u m in d u ct io n . Sim p ler, ch eap er, an d safer - Bu t is it bet t er. Am J Respir Crit Care Med 2003; 1 6 7 : 6 7 6 - 7 .

11 . Resolu ção ANVISA - RDC No.50 de 21 de Fevereiro de 2 0 0 2 .

1 2 . Fern an des AT. In fecção Hospit alar - e su as In t erfaces n a Área da Saú de. Rio de Jan eiro: At hen eu , 2001. 1 3 . Cen t ers fo r Disea se Co n t ro l a n d Preven t io n – CDC.

Gu id e lin e s f o r p r e ve n t in g t h e t r a n s m is s io n o f Myco b act eriu m t u b ercu lo sis in h ealt h cara facilit ies. MMWR 1994; 43(RR- 13;1- 13.

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