• Nenhum resultado encontrado

Um Novo espaço de contraturno Escolar no bairro do Rio Vermelho

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Um Novo espaço de contraturno Escolar no bairro do Rio Vermelho"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

1

Trabalho de Conclusão de Curso (ARQ5692)

Universidade Federal de Santa Catarina

Graduanda: Suellin Regina da Silva

Orientador: João Paulo Schwerz

Co-Orientador: Letícia Mattana

2019 - 2

UM NOVO ESPAÇO DE CONTRATURNO ESCOLAR

NO BAIRRO DO RIO VERMELHO

(2)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1. Tema 1.2 Motivação 1.3. Justificativa da Temática 1.4. Objetivos 1.4.1. Gerais 1.4.2. Específicos 1.5. Metodologias

2. VISÃO TEÓRICA, PEDAGÓGICA E SOCIAL

2.1. Pedagogia e Arquitetura Escolar

2.1.1 . Desenvolvimento infantil

2.1.2. Desenvolvimento da Adolescência

2.1.3. Métodos pedagógicos e suas influências

espaciais.

2.2. A Educação e os espaços escolares

2.2.1. Período jesuíta

2.2.3. Período Brasil Império

2.2.4. A educação Integral no Brasil

3.1. Contraturnos escolares

3.2. O projeto Impacto Vivo na Grande Florianópolis

3.2.1. Realidade Atual

3.2.2. Público Alvo

2

3. CONTRATURNOS ESCOLARES

4. ESTUDOS PRELIMINARES DO LUGAR

4.1. Sobre São João do Rio Vermelho 4.1.1. Geografia e localização

4.1.2. Contexto Histórico e ocupação 4.1.3. Sistema Viário

4.1.4. Aspectos Humanos e Culturais 4.2. A escolha do Local

4.2.1. O distrito como local de Implantação da Proposta 4.2.2. Escolha do terreno dentro do bairro

4.3. Análise do Terreno 4.3.1 Sobre a localização 4.3.2. Clima 4.3.3. Topografia 4.3.4. Insolação 4.3.4. Insolação 4.3.5. Ventilação

4.3.6. Conhecendo o Plano Diretor

5. REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS

5.1. Escola Fuji Kindergarten 5.2. Escola do concurso da Codhab 5.3. Uma nova escola em Ulyankulu 5.4. Escola Praia do riso em Florianópolis

6. PROJETO

7.1. Referências

7. PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS

6.1. Conceito e diretrizes 6.1.1. Gradação Urbana 6.1.2. Programa de necessidades 6.1.3. Partido espacial e lançamento 6.2. O projeto

6.3. Implantação 6.4. Planta Baixa 6.5. Cortes

(3)

1. INTRODUÇÃO

(4)

O estudo nasce da importância de se ter espaços adequados para o funcionamento da educação integral, o que se difere da educação básica . Os espaços onde atividades com perspectivas pedagógicas são realizadas, exercem influências positivas ou negativas no âmbito cognitivo e social dos alunos. Assim, tendo em vista que o curso de Arquitetura busca respeitar os aspectos culturais, sociais, locais e pedagógicos, seus princípios podem contribuir potencialmente na educação, através de seus próprios valores formais, funcionais, estéticos e conceituais, construindo espaços que venham favorecer o desenvolvimento dessas pessoas em formação a serem cidadãos conscientes e operantes na sociedade.

O processo educativo, traz questionamentos sobre o papel da arquitetura em relação às teorias pedagógicas. Desde o século XVII, Comenius (Pai da Educação), estigava o quanto se era necessário se ter espaços ecológicos e arejados como fortalecimento da aprendizagem (apud Souza,

2016). Estudiosos como Rudolf Steiner, John Dewey e Maria Montessori, também enfatizam em suas teorias que os espaços educativos não limitam-se apenas a educação formalizada, mas também a ampla compreensão de aprendizagem (Battisti, 2016). Sendo assim, novos desenhos de escolas podem ser desenvolvidos.

De modo geral, a Educação em contraturnos escolares, que vai além da carga horária do período básico de ensino, é incluída nesses estudos de concepção dos espaços escolares já que a mesma ajuda a desenvolver uma maior Espaço construído para elaboração de atividades de

Contratur-no Escolar

.

O presente trabalho surgiu de algumas experiências pessoais com o Projeto Impacto Vivo Turno Inverso de contraturno escolar, desenvolvido no bairro do Rio Vermelho no município de Florianópolis. O mesmo é realizado dentro da Igreja Palavra viva, a qual localiza-se na avenida principal do bairro, sendo mantido financeiramente por esta instituição não governamental, bem como contando com o apoio da prefeitura da cidade. Desse contato com o projeto, surgiu o desejo pessoal de apontar uma nova proposta arquitetônica ao desenvolvimento das atividades de Educação Integral deste projeto.

Concebida por uma equipe multidisciplinar, a aprendizagem no supracitado projeto tem o objetivo de alcançar o ser humano em sua ampla integralidade, e dar oportunidades para que crianças e adolescentes com problemas sociais e de aprendizado, possam desenvolver-se em suas mais variadas formas, o que faz do projeto ser de grande importância às escolas e famílias da região.

É interessante citar que o fato desse projeto ter iniciado dentro do espaço dentro de uma igreja, evidencia que a aquisição do conhecimento pode ser adquirida em espaços informais, levando nos a repensar as concepções de um modo tradicional de ensino.

Nesse sentido, o estudo buscará trazer respostas aos

seguintes questionamentos espaciais: Como espaços

alternativos de educação podem contribuir no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes ? Como ampliar o alcance desse ensino complementar a um número maior dessas pessoas que frequentam as Escolas do bairro Rio Vermelho?

4

1.1. TEMA

1.2. MOTIVAÇÃO

Espaço interno da igreja Palavra Viva do Rio Vermelho cedida as atividades esportivas no Projeto de Contraturno escolar. Fonte: Página do projeto no Facebook.

1.3. JUSTIFICATIVA TEMÁTICA

da criatividade, busca extrair melhor as relações

humanizadas, bem como trazer novas propostas para complexidade de se formar pessoas integrais em suas capacidades.

Atividades com as crianças fora do local do prédio do projeto. Fonte: Página do Projeto no Facebook.

(5)

1.4.1. Gerais

Desenvolver um projeto arquitetônico de um espaço de Contraturno Escolar em Florianópolis que ofereça ambientes de convívio para os seus usuários, de modo que tenha harmonia com a realidade de seu público alvo e também proporcione aos alunos e a comunidade uma aprendizagem dinâmica, criativa e de inclusão

.

1.4.2. Específicos

• Dar oportunidade a um número maior de crianças das escolas do bairro para que se integrem ao projeto de contraturno escolar.

• Proporcionar espaços que melhore a convivência e aprendizagem de crianças e adolescentes.

• Criar condições para que todos se desenvolvam socialmente e cognitivamente.

• Propiciar aos alunos e professores uma relação mais harmônica, onde a figura dos docentes não sejam de autoritarismo e sim de cooperação mútua entre eles, para criar cidadãos mais solidários.

• Oferecer novas possibilidades de tecnologias que ajudam o ensino.

• Trazer em escala humanizada, características que estimule as percepções físicas dos ambientes.

• Ter os cuidados necessários as condições acústicas, de iluminação, térmicas e funcionais. • Dar abertura ao bairro e a cidade para integração com o projeto.

• Cuidados com a ergonomia dos mobiliários.

• Levar em consideração os aspectos culturais e tradicionais vivenciados no bairro. • Poder apresentar alguns processos de sustentabilidade.

Os métodos utilizados para a elaboração deste trabalho terão como base a inserção no contexto em que o tema do estudo se desenvolve, buscando assim, a compreensão dos processos históricos e conceitos da Educação Integral para a abordagem coerente e contextualizada. As etapas deste processo se dará conforme os seguintes meios:

Levantamento bibliográfico sobre pedagogia, arquitetura escolar, conceitos de espacialização em Gradação e a relação causada por esses temas

.

Estudo exploratório através de ensaios fotográficos e do mapeamento do bairro Rio Vermelho.

Pesquisas de campo a fim de analisar aspectos relativos à afetividade dos indivíduos com o espaço em que o projeto é desenvolvido.

Visitações ao Projeto Turno Inverso, buscando ter um contato que permita compreender e vivenciar na prática o

desenvolvimento do projeto, bem como coletar

informações relevantes como por exemplo sua história, dificuldades enfrentadas, perspectivas futuras entre outras

.

Iniciativa ao desenvolvimento de diretrizes, as propostas arquitetônicas para a escola.

1. LEITURAS

2. EXPLORAÇÃO

3. VISITAÇÃO

4. INVESTIGAÇÃO

5.LEVANTAMENTOS

Levantamentos e diagnósticos mediante a realidade do

zoneamento do bairro.

6. PROPOSTAS

5

(6)

2. VISÃO TEÓRICA, PEDAGÓGICA E SOCIAL

(7)
(8)

A Arquitetura é a arte ou a técnica de projetar uma edificação ou ambiente de uma construção. É também a habilidade de projetar espaços organizados e criativos, para abrigar os diferentes tipos de atividades. A pedagogia por sua vez, é um conjunto de técnicas, princípios, métodos e estratégias da educação e do ensino, relacionado a administração de escolas e a condução dos assuntos educacionais em um determinado contexto.

Mas como relacionar essas duas palavras de modo que haja interação entre elas?

Tanto a Pedagogia que proporciona educação, como a Arquitetura que aponta os caminhos dos cuidados com a ambientação do lugar, nos permitem reflexões. A primeira, sobre suas as amplas ideologias e o segundo, sobre o contexto histórico contido nas percepções de tempo e espaço; sendo a junção desses conceitos materializados nas diversas instituições de ensino. Considerando que, em sua maioria, as atividades pedagógicas são realizadas em espaços arquitetônicos, é importante atentar para a interação entre a pedagogia e a arquitetura, pois têm o potencial de influenciar no desenvolvimento das atividades realizadas em todos os tipos de escolas.

Para o melhor desempenho das crianças, depende não só da condução sinalizada pela Educação, mas é preciso também se pensar nas qualidades que os ambientes proporcionam a elas. Os professores devem colaborar com o processo de instigar os alunos às ações adesivas ao espaço físico da escola, visando assim, elevar o nível de compreensão do ensino, segundo Anita Olds (apud, Gemanovix, 2016).

Segundo Tuan (apud, Germanovix, 2016) é acreditável que talvez conseguiríamos uma melhor compreensão do alinhamento da Arquitetura e a Pedagogia, através do entendimento de que os Espaços escolares atribuídos de valores pelas pessoas inseridas, formam os vínculos com o ambiente, e assim ele se torna um lugar de verdade para elas. Vale dizer que quando unimos esses dois assuntos, é possível extrair sensações que acrescentam nas experiências dos alunos e de seus envolvidos.

O ser humano independente de sua faixa etária, é influenciado pela ambientação dos lugares nos quais está inserido. Pensando dessa forma é preciso tratar o assunto educação e arquitetura de forma conjunta.

Escola Corona do arquiteto Richard Neutra em 1935.Representa um novo modelo de escola, com salas de aulas abertas e dinâmicas do século XX.. Fonte: Página Archdaily

8

(9)

“Nossos alunos são os arquitetos de nosso campo e de seu mundo futuro. Assim sendo – mais do que

qualquer outro campo de consciência – a escola está criando a matriz do futuro que se está formando.”

Marianne Franke-Gricksch

(10)

• Cognitivo: O que tem a ver com a inteligência e a lógica, e estabelece ligação a aprendizagem, pensamento, memória e a criatividade

.

•Biológico: Se trata do amadurecimento físico do cérebro e do corpo, o qual permite o avanço das ações motoras e sensoriais.

Os primeiros anos de vida são movidos por diversas transformações. O ser humano se desenvolve continuamente, transformando-se até a sua morte. Porém, é na infância que isso ocorre com maior intensidade e em curto período de tempo, sendo de extrema importância para a formação do futuro da criança.

O indivíduo recém-nascido é bastante dependente das pessoas ao seu redor para sobreviver, suas transformações biológicas, cognitivas e psicossociais vão ocorrendo gradativamente, e a tendência é que ao longo do tempo o indivíduo passe a caminhar, se comunicar verbalmente e em gestos, e também a apresentar inteligência cognitiva e social.

Tendo em vista que o desenvolvimento infantil compõe um vasto campo de estudos, com diversas teorizações e pensamentos, esse assunto será abordado no presente trabalho de forma sucinta e especificamente voltada à arquitetura e a relação pedagógica envolvida.

O desenvolvimento infantil previsto por estudiosos da área, acontece em três quesitos principais:

2.1.1. Desenvolvimento infantil

Esses três parâmetros de maturação, que tem

auxiliado educadores na questão do

funcionamento da inteligência e da afetividade a partir de fatores biológicos e sociais. Por sua vez, a arquitetura escolar através desses fatores tome um novo olhar para as concepções dos

espaços, numa troca mútua para o

desenvolvimento. Então foi tomado como base para as teorias citadas, três autores da psicologia genética: Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon.

É fato que as teorias dos supracitados autores

são discutidas em diferentes linhas de

pensamento e de modo sucinto podemos dizer que; Piaget aponta que a maturação genética

leva a inteligência e considera o

desenvolvimento cognitivo para elevação da aprendizagem do indivíduo.Vygotisky afirma que a inteligência leva a aprendizagem, através das interações sociais e dos vários processos ao seu redor, numa relação com o homem-histórico. Wallon, por sua vez argumenta que esses dois pensamentos citados anteriormente, precisa ser complementado com formação integral do ser humano ( que ele seja intelectualmente, afetivamente e socialmente desenvolvido).

• Psicossocial: Está associado aos relacionamentos e a personalidade.

10

(11)

Piaget considera essas três características citadas , em quatro principais estágios de desenvolvimento:

1.Período sensório motora; acontece do nascimento até aproximadamente 2 anos de

vida. É o estágio analisado desde o nascimento do bebê e a sua relação com o exterior são através das sensações e o início de seus movimentos. Esses movimentos não são voluntários e sim reflexo das ações. É também considerado a faze das primeiras emoções do ser humano

Tudo isso ocorre até a aquisição da linguagem.

Dentre os dois primeiros anos de vida, existem algumas particularidades que acontecem mensalmente, mas que não seria relevante detalha-los para conhecimento deste presente estudo.

2. Período pré-operacional; acontece dos 2 aos 7 anos de vida. É a fase que remete ao

surgimento da linguagem e seu domínio, onde ocorre uma modificação do comportamento da criança pela interação com o meio. Nesse período, a crianças consegue alcançar uma melhor inteligência motora, e por meio da linguagem desenvolve o pensamento e a socialização efetiva com o mundo.

Começa a adquirir e a desenvolver a capacidade de compreender o mundo por meio de simbologias e da imitação. Podendo –se utilizar do lúdico para compreensão das atividades.

Outra análise feita por Piaget sobre essa fase, está relacionada aos “por quês”, devido a necessidade que a crianças possui de saber e compreender o que acontece ao seu redor.

É também marcada pelo egocentrismo da criança, onde o seu ponto de vista está relacionado somente com o seu mundo e sentimentos.

1. Período Operatório Concreto; acontece dos 7 aos 12 anos de vida. Neste estágio a

criança já começa a fazer reflexões acerca dos objetos concretos. É onde suas ações operatórias de seriação e classificação acontecem ou seja, o qual leva a criança sucessivamente a distinguir e classificar os objetos do meio.

Outras características que marcam essa fase, é o domínio da matemática, o começo do sentimento de justiça perante as outras pessoas e o meio, e suas atitudes passam a não ser mais egocêntricas, aumentando assim a socialização e a sua compreensão de regras .

1. Período Operacional formal; acontece a partir dos 12 anos em diante. Esse período é

marcado pela capacidade da criança em realizar pensamentos de reflexões e abstrações em cima de hipóteses. Outras características encontradas são de evolução da seriação e classificação para a combinação, reflexões sobre teorias e desenvolvimento do seu próprio ponto de vista. Nesta fase acontece o aparecimento do que é moral e ético através da anomia e da heteronomia, o qual gera a autonomia.

Jean Piaget 1896-1980

• A primeira é a ordem de sucessão constante, ou seja , que o desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida.

• A segunda é que cada indivíduo, apresenta idades médias variáveis ou seja depende da formação genética, saúde mental e dos fatores externos que exercem a influência sobre ele.

• A terceira é relativa ao conjunto de habilidades individuais e mais as reações particulares de cada fase.

A aprendizagem é um processo gradual, e segundo Piaget, a abordagem cognitiva é

influenciada pelo fator biológico,

caracterizando um desenvolvimento de

dentro para fora, porém sem interação social não teria como o ser humano se desenvolver plenamente. Para ele, a criança não é social da mesma forma que o adulto, portanto o ser

humano apresenta diversos graus de

socialização, como também a individualidade não é a mesma em cada etapa.

É considerado por esse autor, que o mais alto nível do “ser social” é caracterizada pela forma equilibrada que o individuo consegue se relacionar, o qual acontece entre pessoas de nível Operatório.

Existem três características importantes que ocorrem em cada passagem dos estágios de aprendizagem e devem ser levados em consideração para compreensão do desenvolvimento humano, tais como;

11

(12)

Esta relação é alcançada através dos meios físicos (que são os objetos) e abstratos (as crenças, os valores e costumes).

A abordagem de Vygotsky pode ser classificada em três características pilares:

CÉREBRO:

É necessário um suporte biológico para que o funcionamento psicológico aconteça. Isso se dá através das atividades do cérebro, que é um órgão considerado moldável ao longo da vida e que possui estruturas herdadas (dna) e outras adquiridas (cultura).

MEDIAÇÃO:

• A relação de mediação do homem com o contexto cultural, ocorre por sistemas simbólicos para que se compreenda melhor a realidade. Isso acontece através da aquisição da linguagem, em que aparece a habilidade da fala, escrita e da leitura.

INTERAÇÃO SÓCIO-CULTURAL

• O desenvolvimento das funções psicológicas acontecem enquanto ocorre relação do indivíduo com o meio externo.

Para Vygotsky, a interação sócio-cutural é a base da importância de sua teoria, pois para ele, apenas estrutura de origem fisiológica do ser humano, não é suficiente para formar o indivíduo em um ambiente social. (REGO, apud, GERMONOVICK). Para reforçar sua teoria, é possível relatar o fato verídico das “meninas-lobos”, os quais viveram entre lobos na Índia. Elas não apresentavam características humanas, não pensavam logicamente, não ficavam em pé e sua alimentação era como a dos lobos. Desse modo, pode se comprovar a ideia que o autor diz , que fora do meio sociocultural o homem é deficiente para desenvolver-se enquanto ser humano (REGO, apud, GERMONOVICK).

Por meio dessas três características estruturais, Vygotsky defende a evolução do pensamento elementar (onde há heteronomia das situações) para o pensamento superior ( onde há grande domínio da capacidade de interação, de modo autônomo e por vezes heterônomico).

Assim, os estudos de Vygotsky apontam a ideia da progressão do homem

biológico para o homem-histórico. Ademais, a relação da criança com o meio externo e o estímulo da aprendizagem se dá través de uma outra pessoa ou objeto.

Algo que explica melhor essa relação de aprendizagem, e a dependência do ser humano a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), o qual a criança adquiri o aprendizado com assistência de terceiros (família, amigos e professores). Porém isso acontece para que se estimule os mesmos a saírem da Zona de desenvolvimento Proximal real e elevar-se a Zona de Desenvolvimento Potencial, ou seja, o que essa pessoa faz em um período comente com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante certamente conseguirá fazer sozinha. A assistência de familiares, amigos e professores são grandes exemplo de pessoas fundamentais nesse processo.

Portanto, se tratando de instituição de ensino formal ou informal, os professores tem grandes desafios a enfrentar, um deles é o de instigar uma melhor aproximação pessoal com seu aluno e também do dele com os colegas da classe e com o ambiente, pois sem essa interação haverá dificuldades de alcançar maiores níveis de aprendizagem entre eles

.

Lev Vygotsky 1896 - 1934

Esse estudioso, buscou entender o

comportamento do ser humano através da aproximação das pessoas com a cultura e com o próprio homem. Diferentemente de Piaget, Vygotsky entendia o desenvolvimento humano de fora para dentro, através da relação sócio-construtivista, e ressalta que a maturação não

é apenas biológica, mas sim que há

importância do meia e do seu contexto

histórico para isso.

Henry Wallon 1879 - 1962

Wallon defende que o cérebro é uma estrutura orgânica que se relaciona com o meio exterior, ou seja, que a inteligência também é biológica e cultural igualmente as teorias anteriormente citadas onde a criança oscila entre a afetividade e a inteligência. Na fase inicial da vida, as primeiras ações de aprendizado, se dão a partir do ato motor conforme também as teorias de Piaget, o qual são os atos motores reflexivos,

atos voluntários e os voluntários,

respectivamente.

12

No âmbito pedagógico segundo Souza (2008), as t apontam para o destaque no desenvolvimento humano nos âmbitos cognitivos, psicossociais eorias de Wallon e agora também afetivo. A presença das emoções no desenvolvimento é o que torna uma das bases do aperfeiçoamento humano de sua teoria, pois ele ressalta que as crianças respondem aos gestos que foram dirigidos a elas.

“O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna.” Henrry Wallon

Destacam-se em seus estudos, cinco fases que melhor explicam suas teorias e características relevantes dos estudos dele:

(13)

1. Fase Impulsivo – emocional; acontece do nascimento até 1 ano de vida. É marcada

pela importância da presença materna, sendo o primeiro diálogo tônico entre a criança e o meio exterior. Esse contato afetivo direciona a relação do bebê com o mundo.

2. Fase Sensório Motora; acontece de 1 aos 3 anos de vida. É quando a criança começa

a andar e explorar o espaço que lhe é permitido e passa a adquirir autonomia ao manipular objetos e por sua comunicação simbólica por meio da linguagem.

3. Fase do Personalismo; acontece dos 3 aos 6 anos. Começa a haver interação social

da criança, numa construção melhor de si mesma. É também a fase das imitações.

4. Fase categorial; acontece dos 6 aos 11 anos de vida. É caracterizada pelo aumento

da objetividade e tomada de decisões mais bem definidas.

5. Fase do Predomínio funcional/ Puberdade; acontece dos 11 aos 12 anos.

Caracteriza-se pela autoafirmação em todos aspectos, inclusive sexual. É marcada também pela personalidade e a socialização de grupos.

No desenvolvimento citado por Wallon, faz-se a comparação de um ser humano integral e que suas emoções devem ser consideradas para além da cognição e o contexto sociocultural. Sendo assim, podemos associa-las ao assunto da educação integral, que é um dos avanços da educação.

Henrry foi o primeiro a questiona esse aspecto de desenvolvimento e afirma que é necessário a inclusão nos estudos da complexidade humana a afetividade, o movimento, a inteligência e a relação com o eu e o outro. (Souza, 2008).

2.1.2. Desenvolvimento da Adolescência

A palavra adolescência vem do latim “adolesco” que significa crescer, e está na fase após a infância e anterior a juventude. Este período inicia-se por volta dos doze anos e termina aproximadamente aos dezoito anos. É um período que muitos classificam ser difícil e cheia de questionamentos, onde a pessoa desta fase está a procura de sua própria identidade, numa busca de si mesma, por liberdade e autoafirmação (Silva, 2011).

Cognitivo

Biológico

Psicossocial

13

É possível encontrar uma série de característica que identificam o fenômeno da adolescência. Muitas mudanças ocorrem nessa etapa, e é natural que com elas ocorram dúvidas, incerteza e inquietações, como também é necessário compreender que a assimilação de tais mudanças precise de tempo. Segundo Dinah Martins (apud, Silva, 2011), “ A caracterização da adolescência não constitui tarefa muito fácil, porque os fatores biológicos específicos, atuante na faixa etária, se somam a determinantes sócio-culturais, advindas do ambiente onde o fenômeno da adolescência ocorre.”

É importante dizer que junto com os fatores biológicos em transformação, deve se considerar a influência causada pelo ambiente sócio-cultural em que o individuo está inserido, pois seu desenvolvimento inclina também ao que se ocorre ao mundo ao redor e pelas transformações sociais.

Nos aspectos biológicos, as características que se apresentam são; a puberdade e maturidade sexual, crescimento acelerado dos órgão sexuais nos meninos, o aumento do busto nas meninas, aparecimento de pêlos pubianos, faciais e nas axilas, mudança na voz, desenvolvimento da estatura e do esqueleto (Silva, 2011).

Sobre o desenvolvimento cognitivo, Piaget divide os períodos de acordo com a maneira de pensamento. Como foi citado no item anterior 2.1.1., as fases do desenvolvimento infantil ocorre do nascimento até aproximadamente aos 12 anos e são eles; sensório-motor, pré-operatório e pré-operatório concreto. Para esse estudioso, a maneira em que o adolescente pensa sobre o mundo, sobre si mesmo e seus relacionamentos pessoais, é produto de uma nova estruturação lógica, que foi intitulada por ele de Operações formais.

Período Operatório Formal

É uma fase em que há pouca dependência de objetos e fantasias para a resolução de situações e problemas. Eles desenvolvem a habilidade de elaboração de conteúdos abstratos, como também já constitui elevados conceitos do pensamento-formal ou hipotético dedutivo, tornando possível a reflexão desses pensamentos.

Para o pensamento – formal, estendido ao longo desse período, é o que faz com que o adolescente realize reflexões fora do presente, diferentemente das crianças, e consiga elaborar teorias próprias sobre todas as coisas.

“ Pensar nesse nível, é estar acima de todo proposicional. O adolescente manipula os dados brutos que encontra e os transforma em declarações organizadas ou proposições, e depois desenvolve as conexões lógicas entre eles. Da mesma forma, o pensamento operatório formal é o interproposicional, isto é, envolve as relações lógicas entre as preposições como operações de segunda ordem, ou operações em operações” (Evans, 1980, apud Silva).

(14)

A palavra proposicional significa sentença possível de comprovação ou não. O pensamento refletido aparece desde o momento em que o adolescente é capaz de raciocinar de forma hipotética e por dedução.

“O instrumento do pensamento do adolescente é a linguagem ou qualquer sistema simbólico como por exemplo, a matemática. Nesta medida, ele é capaz de formular hipóteses e a partir delas, de chegar a conclusões que independem da verdade fatual ou da observação” (Rappaport, 1981, apud Silva).

A maturação cognitiva do indivíduo portanto se dá através de influências neurológicas e ambientais, lhe formando a capacidade de considerar e testar possibilidades, fazer análises combinatórias, planejar seu futuro, consertar objetos, estabelecer teorias e interpretá-las. Para Piaget, o jovem que não consegue desenvolver estes conhecimentos, ainda não se estruturou, ou seja, não houve o desenvolvimento de seus conhecimentos.

Muitos são os questionamentos para com que as dificuldades dessa fase se concentra. A falta de uma boa estrutura social e familiar pode ser um dos maiores agravantes da deficiência do desenvolvimento cognitivo do adolescente. E isso pode se refletir na escola em seu aprendizado e em toda área social em que esse indivíduo estiver inserido.

14

2.1.3. Métodos Pedagógicos e suas influências espaciais

No estudo da educação escolar, pode se ter inúmeras vertentes sobre a compreensão do aluno em desenvolvimento e sua relação com o mundo.

No período da Revolução Industrial, surgiram as maiores necessidades de se produzir instituições de ensino, pois as industrias precisariam de pessoas capacitadas para o mercado de trabalho.Porém a preocupação maior eram com a massificação dessas escolas e não com o desenvolvimento físico e específico do ser humano.

Surgiram então, as escolas tradicionais com uma estrutura rígida e inflexível, as quais eram muito parecidas com as fábricas e suas linhas de montagem. Uma evidência dessa comparação, estão na fragmentação do ensino, aplicação de teste de qualidade, utilização de uniformes e possuírem apitos. (apud, Germanovick, 2016).

Nessas escolas chamadas tradicionais que permearam por muitos anos, pode se ver sua rigidez não somente em sua estrutura arquitetônica, como também no seu sistema educativo e o espaço escolar como instituição, o qual não se conversa com o entorno e com a cidade, pelo bloqueio que seus muros altos proporcionavam.

A partir do século XX surgiram algumas correntes que permitiram que os métodos pedagógicos fossem estudados, de modo que o desenvolvimento do ser humano fosse relevante e que influencia até os dias de hoje. Entre eles estão os Metódos Alternativos de ensino através de suas escolas.

Para que possa ser visto de maneira distinta aos métodos tradicionais, os métodos alternativos dão foco para a criança, o qual se considera como ser único e que precisa de cuidados específicos para ser compreendida, elevando sua complexidade não apenas no âmbito cognitivo, mas também emocional e social.

Tradicional

As escolas iniciais que são de modo tradicionais, consideravam os seguintes aspectos dessa forma:

Alunos – Seres que eram incompletos, pois havia ausência do saber e serem a figura receptora de conhecimento.

Professores - Considerados como o mestre, figura centralizadora, o qual era dotado de conhecimento. Eram se ensinado de forma fragmentada, com suas disciplinas isoladas.

Escola física – Planta rígida e funcional, com pátios controladores da dispersão dos alunos. Suas salas de aulas são normalmente de mesmo padrão, contendo quadro, mesas e cadeiras.

Comunidade – Há uma negação da cidade mediante a existência de muros altos e um controle rigoroso da entrada e saída dos usuários.

Construtivismo

As escolas construtivistas vê a educação não somente como forma passiva do aluno mediante a aprendizagem, e sim ressalta a ideia de interação do ensino através dos professores e alunos:

Alunos – São peças protagonistas do seu próprio aprendizado, ou seja não é apenas receptor e sim figura importante nesse processo.

(15)

Professores - Participante ativo da construção da aprendizagem do aluno, através de uma didática dinâmica e experimentação, pesquisa e dúvida.

Escola física – Planta ainda como a escola tradicional, porém maior flexibilidade no layout interno de cada sala, devido ao manejo das aulas ministradas pelos professores, pois não é mais visto como peça centralizadora.

Comunidade – Ainda não foi reformulado a questão da relação com a comunidade, no entanto já é gerado por essa corrente, alunos conscientes .

15

Sala de aula com interação aluno e professor na EBM Maria da Conceição Nunes (Bairro do rio Vermelho). Fonte: Pagina do Facebook da Escola EBM Maria da Conceição Nunes.

Escola da Ponte

A escola da Ponte revoluciona o modo de pensamento da educação, através de seu foco pedagógico ser na exclusividade em que o aluno é para a escola, numa partilha de valores sobre solidariedade, autonomia e responsabilidade:

Alunos – São seres únicos e exclusivos, e se tornam protagonistas do seu aprendizado. Professores – São pessoas cujo papel de auxiliadores das funções autônomas dos alunos, os conduzindo a atividades em grupos para que eles próprios debatam ideias sobre temas direcionados.

Escola física – Planta alongada, salas em galpões sem paredes para que haja melhor dinamização das mesas e cadeiras, cujo padrões já são pensados na ergonomia das.

crianças.

Comunidade – Há um incentivo a investigação fora da sala de aula. Busca de aprendizagem em ambientes externos também

Sala de aula escola da Ponte Rubem Alves em Portugal, alunos sentados em carteiras menores e um alongamento das salas em galpão. Fonte: Escola do Saber.

Montessori

A escola de Maria Montessori destaca a liberdade na educação, mediante a auto-educação, cuja atividades são voltadas ao desenvolvimento físico e mental das crianças. Alunos – São seres considerados integrais desde o nascimento.

Professores – Autoeducação que estimula a liberdade e autonomia dos alunos para desenvolver sua capacidade de aprender sendo apenas guias e auxiliadores das atividades.

Escola física – Planta livre, com facilidade de se adaptar aos movimentos gerados pelas atividades de sala. Objetos em escala adequada aos alunos.

Comunidade – Leva-se em conta as peculiaridades de cada região e comunidade

.

(16)

16

Escola Montessoriana Waalsdorp, apresentando móveis internos adequados a altura dos alunos . Fonte: página do Archdaily

A escola Waldorf estimula o pensamento integralizador do desenvolvimento físico, espiritual, intelectual e artístico . Dá liberdade a metodologia e currículo de sua escola .

Alunos – São seres completos e espirituais. A primeira infância levada em consideração como importantes na vida das crianças e que precisam de atenção especial.

Professores – Grandes auxiliadores na busca do ser integral da criança.

Escola física – Ao longo dos espaços, usam-se objetos lúdicos para o estímulo da aprendizagem. Também há pátios arborizados e abertos e uma liberdade dos alunos na questão da exploração dos objetos, espaço e tutor.

Comunidade – Não há incentivo da escola para com o entorno, tudo acontece dentro da escola.

Waldorf

Escola inserida dentro da pedagogia de Waldorf o Jardim Campo das Tulipas no Pernambuco. Fonte: Blog Medholos.

Reggio Emília

A escola Reggio Emília visa estimular um modelo pedagógico com base na

valorização subjetiva de cada indivíduo. Leva em conta as particularidades de cada pessoa e familiares.

Alunos – São seres protagonistas e comunicadoras com o espaço e o meio.

Professores – São incentivadores da observação e curiosidade de seus alunos. Busca em valores particulares presente nos alunos para elaborar seu currículo e forma de atividades.

Escola física – Liberdade para o desenvolvimento criativo, num espaço expressivo e com áreas verdes.

Comunidade – Papel construtivo ao desenvolvimento da criança, através dos pais e da comunidade.

(17)

A escola de ecoalfabetização, traz em si mesmo o conceito básico de sustentabilidade.

Alunos – São seres completos físicos, metais, espirituais e emocionais

Professores – Auxiliadores de uma aprendizagem a partir da experimentação e contato com a terra e consciência sobre o espaço. Num partilha dos recursos .

Escola física – Espaços abertos e integralizadores, os quais desenvolvem com o meio externo jardins, hortas e salas não informais.

Comunidade – Incentivo ao contato com a comunidade para uma interação social, o qual se liga com a identidade do bairro.

Escola inserida dentro da pedagogia de Reggio Emília. Fonre: Escola da Vila.

Ecoalfabetização

17

(18)

Na organização espacial de qualquer área da sociedade, seja na educação, na saúde ou até mesmo na habitação, é necessário que para se compreender a sua realidade, seja levado em consideração todo o contexto histórico que está inserido. Essa análise ajuda a enxergar os percursos que foram realizados e também a idealizar a evolução do que existe hoje para uma nova proposta futura. Nesses termos, a questão é: Como aconteceu a trajetória da Educação no país? O que influenciou nas concepções das escolas que surgiram ao longo dos anos?

Conforme evidenciado no presente trabalho, o

desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, bem como também a aprendizagem, não acontecem somente dentro de lugares formalizados, mas também pode surgir de espaços alternativos. Entretanto a história da Educação indica a importância de se ter lugares apropriados para aprendizagem formal, juntamente com uma organização de qualidade e com padrões eficazes do ensino.

No Brasil, as práticas pedagógicas tiveram início de 1500 através dos jesuítas, os quais tinham a intenção de alfabetizar os nativos colonos europeus para se obter uma maior adesão ao catolicismo, bem como garantir a submissão ao domínio da igreja e da monarquia. Portanto, os espaços físicos em que aconteciam as aulas, eram inicialmente de caráter religioso. As classes sociais da época eram segregadas nesse processo de alfabetização. Os que pertenciam a alta sociedade, eram favorecidos com um ensinamento de melhor qualidade e com espaços mais adequados, porém os demais eram conduzidos a uma educação mais religiosa e disciplinada, em lugares simples e por vezes precários. Vale ressaltar que o sistema educacional nessa época, mesmo que seja vinculado a Europa, era consideravelmente insatisfatório.

A fim de agir em conformidade com esses deveres, começou a surgir a necessidade de se ter uma maior quantidade de edificações escolares. Estas, que foram baseadas em modelos da Europa, acentuam ainda mais a altivez da elite, demonstrando o poder a mesma, através da arquitetura da época. (DAVID, 2014).

2.2. A EDUCAÇÃO E OS ESPAÇOS ESCOLARES NO BRASIL

O domínio Jesuíta permeou-se por aproximadamente 200 anos, de modo que diversas escolas foram construídas na extensão territorial do país, até que no ano de 1759 serem expulsos, deixando o maior domínio da Educação ser transferido para o Estado.

A primeira Constituição no período de 1824, instituiu em seu art. 179 a instrução primária gratuita a todos os cidadãos. Após dez anos, um ato institucional passou a responsabilidade das instituições de ensino para os Estados.

As escolas pioneiras da época, tinham suas fachadas com características do estilo Europeu, contendo elementos que evidenciavam o seu poderio. A forma como se organizavam as construções nos terrenos eram rígidas e inflexíveis. As disposições das salas eram de modo geral, geometrizadas, com fortes eixos simétricos e voltados para o alinhamento do corredor central. Os valores sociais da época eram

inseridos nas organizações, como por exemplo o

estabelecimento da separação do sexo nas salas de aulas, desde a entrada principal . Havia também a necessidade de se resguardar internamente por altos muros, e o pátio, era tido como espaços de transição das atividades dos alunos e também, lugar de conter os fluxos.

1 – Fachada 2- Planta Baixa da Escola Modelo da Luz em São Paulo.

2.2.1. Período Jesuíta

2.2.2.Período Brasil Império

18

Espaço informal de ensino Jesuíta no campo, século xVI.

No período republicano, promulgou-se a Constituição de 1934, a qual instituiu em seu artigo 149 que diz::

“ A Educação é direito de todos e deve ser ministrada, pela família e pelos Poderes Públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e a estrangeiros domiciliados no País, de modo que possibilite eficientes fatores da vida moral e econômica da Nação, e desenvolva num espírito brasileiro a consciência da solidariedade humana”. (BRASIL, 1934).

2.2.4. A educação Integral no Brasil

A Educação Integral busca através de novos projetos, unificar as necessidades das crianças e dos adolescentes para que se tornem cidadãos de bens em todas as suas dimensões. Esses projetos integralizadores, acolhem abordagens das áreas do desenvolvimento intelectual, físico, emocional, social, da saúde e da cultura, num compartilhamento com a escola, com o coletivo, com as famílias, gestores, educadores e a comunidade.

“Não se trata apenas de seu desenvolvimento intelectual, mas também do físico, do cuidado com a sua saúde, além do oferecimento de oportunidades para que desfrute e produza arte, conheça e valorize sua história e seu patrimônio cultural, tenham uma atitude responsável diante da natureza, aprenda a respeitar os direitos humanos e os das crianças e adolescentes, seja um cidadão criativo, empreendedor e participante, consciente de suas responsabilidades e direitos, capaz de ajuda o país e a humanidade a se tornarem cada vez mais justos e solidários, a respeitar as diferenças e a promover a convivência pacífica e fraterna entre todos”. (MEC, 2016)

(19)

O discurso para a renovação das escolas no Brasil se deu nos anos 30, sendo inicialmente encabeçado pelo educador Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, o qual começou a escrever novas ideias sobre a educação, dando origem posteriormente a primeira escola concebida com base nesses ideais: o “Centro Educacional Carneiro Ribeiro” em Salvador, na Bahia. Seu plano era de que houvesse no mesmo local escolas nucleares e parques, onde os alunos fossem direcionados de modo obrigatório aos dois centros regularmente.

A existência de dois turnos ao inverso das aulas básicas, bem como um sistema escolar que funcione para cada um deles, foram ideias também preconizadas por Teixeira no Brasil. Em um turno, o aluno receberia o ensino básico, dentro de um prédio econômico e apropriado. No outro turno, na escola-parque, seria desenvolvida a educação social, musica, sanitária, assistência alimentar, assistência física e leitura,segundo Teixeira ( apud, Feistauer 2010). Contudo, somente na década de 50, esse projeto foi completamente materializado.

Escola-parque ou Centro Educacional Carneiro Ribeiro (em duas etapas: 1947 e 1956), em Salvador, projeto do Arquiteto Diógenes Rebouças

1- Escola-parque ou Centro Educacional Carneiro Ribeiro Vista de cima. Podemos observar a sua grandiosidade num contexto de bairro.2 – Formação musical para os alunos da Carneiro Ribeiro.

A partir de então, como secretário da educação do Estado da Bahia, elaborou o Plano Estadual de Educação Escolar , onde começou a haver a consolidação conceitual da filosofia das escola-parques, sendo a Carneiro Ribeiro pioneira para muitas outras escolas posteriores da época.

Ao analisar o contexto histórico das escolas no Brasil e os moldes educacionais envolvidos, vemos que o assunto é amplo, não se limitando apenas ao desempenho pedagógico e espacial a serem modificados, mas também a necessidade de reformulação do currículo, da carga horária dos professores e alunos, e o formato de carreira dos docentes. É possível observar também, a importância da ligação das instituições de ensino com a comunidade inserida, enxergando que o avanço da educação está também na troca das práticas sociais. No século XX, já se pôde observar a existência de escolas amparadas por referências nacionais e internacionais a este respeito, que leva em consideração os estudos decorrentes de pesquisas para a escola proposta, experiências educativas e avaliações.

O sistema do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, vivenciou esse acréscimo de sua carga horária para que o plano novo da educação fosse alcançado “ [...] além das quatro horas convencionais diárias de aula, um acréscimo de mais quatro horas de formação [...]” (ZANELA, 2013, p. 15).

São muitos os desafios para a consolidação de uma Escola Integral, principalmente quando se trata da ampliação da

carga horária, pela necessidade de se estabelecer planeja-

19

2.2. A EDUCAÇÃO E OS ESPAÇOS ESCOLARES NO BRASIL

mento adequado, de modo que o tempo seja de qualidade as pessoas envolvidas, inclusive aos profissionais. No entanto, os resultados da aplicação dos programas oferecidos pelo MEC, têm gerado significativas contribuições para estudantes

e professores, e tem proporcionado melhorias nas

metodologias de ensino aplicado, nos modelos pedagógicos, na gestão escolar e também da relação entre comunidade e aluno (ZANELA, 2013).

É importante ressaltar que muitos dos programas oferecidos pelo MEC, contam com o apoio de órgãos governamentais como CEC’s e por vezes ONG’s através de igrejas, comunidades, empresas, etc. Mesmo que essas novas concepções de ensino consistam em uma importante estratégia para alavancar a educação, os projetos de educação integral ainda não são obrigatórios no país pois tem gerado muitas discussões.

Outra questão que faz com que a educação integral ainda mais seja valorizada, é a discussão do papel social da escola. A intensa jornada de trabalho atualmente na sociedade para manter suas condições mínimas de existência e necessidades, muitas vezes acaba sendo um problema enfrentado por muitas famílias brasileiras. E o que tem se levado em consideração são as perguntas como “ O que acontece com as crianças cujos pais trabalham o dia todo? Esta é uma pergunta bastante pertinente a questão da necessidade dos programas sociais. A educação de interesse integral, em seu conceito não pode ser restringida apenas ao que acontece dentro da escola, pelo contrário, ela demonstra a importância do envolvimento familiar na concepção de ensino.

O ensino Integral é também uma forma de evitar que um número expressivo de crianças que não tenham onde ficar após o período escolar ficarem “isoladas” e expostas a perigos ou envolvimento com a criminalidade.

O Governo Federal desenvolve e apoia algumas iniciativas que promovem a Educação Integral, as quais são: Programa Mais Educação, Projeto Topas, Apoio Pedagógico, Educação complementar (CEC) e ONG’s, que trabalham nesta área. Vale mencionar que, o Projeto Turno Inverso insere-se nessa última iniciativa, desenvolvida por uma instituição não governamental, a Igreja Palavra Viva.

(20)

Este trabalho defende a promoção da educação complementar para crianças e adolescentes de uma comunidade, num espaço escolar de contraturno que esteja localizado próximo as escolas de ensino básico, e que possa oferecer um atendimento adequado de educação em um espaço arquitetônico adequado, e que contemplem atividades de esporte e interação comunitária e com as relações familiares dessas crianças e adolescentes.

Após o surgimento da Revolução Industrial, na era Vargas, ocorreu uma reformulação dos sistemas escolares as chamadas “Escolas Novas” através de Anísio Teixeira e Ruy Barbosa sobre influencia de John Dewey, onde se passou a surgir a preocupação com os projetos arquitetônicos das instituições de ensino, buscando também ajustes financeiros dos materiais de construção e soluções eficazes nas concepções espaciais. Vale mencionar que a educação passou a ser amparada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Nesse período, Anísio Teixeira, pedagogo brasileiro iniciou um movimento de renovação do ensino, em que se buscou estabelecer uma visão mais ampla e socializada do desenvolvimento da criança e o ambiente escolar, e uma liberdade através da abertura à comunidade. Ademais, aulas regulares que aconteciam nas escolas-classes (escolas de ensino básico e fundamental), se complementariam com novas atividades como a educação física, a música e artes; surgindo assim, uma nova direção de escola chamada escola-parque, para a Educação Integral.

1- Núcleo de Artes do Centro Educacional Carneiro Ribeiro. 2 – Aula lado ar livre na Escola Parque Centro Educacional Carneiro Ribeiro.

A Escola Nova

20

2.2. A EDUCAÇÃO E OS ESPAÇOS ESCOLARES NO BRASIL

As escolas parques concebem espaços mais dinâmicos para receber crianças de acordo com as funções propostas, contém estruturas independentes e columes funcionais (LUNA, 2014). Observa-se no projeto arquitetônico dessas escolas a incorporação da translucidez dos vidros e nos espaços amplos a presença de pilotis. Ainda, em algumas paredes, eram comum encontrar cobogós e brises soleil. Numa absorção da iluminação para o ambiente interno e a possibilidade da vista de dentro para fora e vice-versa. O movimento de renovação do Ensino de Anísio Teixeira e de diversos outros pioneiros da Educação, trouxeram questionamentos acerca do que é vivenciado na educação brasileira nos dias de hoje; principalmente sobre a precariedade dos espaços físicos onde acontecem as aulas e a rigidez no modo como as atividades de ensino são realizadas. Tal percepção tem como premissa, não só a melhoria dos ambientes físicos das instituições de ensino, mas também um ensino mais completo seja para instituições públicas ou privadas. Nesses termos, pode-se dizer que tais percepções promovem uma evolução do ensino no Brasil, já que englobam aspectos realtivos a necessidades que o ser humano tem para se desenvolver com qualidade.

(21)

3. CONTRATURNOS ESCOLARES

(22)

3.1. CONTRATURNOS ESCOLARES NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

As escolas e comunidades que oferecem programas de contraturno, tem sido ao país, grandes auxiliadores da educação e formação de muitos cidadãos. Hoje em

Florianópolis podemos encontrar um número de

aproximadamente 30 ONG’s registradas na secretaria da Educação do Estado, que proporciona educação em turnos contrários ao ensino básico. Alguns projetos em evidência na cidade serão exemplificados abaixo:

Ass. Evan. Beneficente de Assistência Social

A AEBAS, encontra-se na cidade da Palhoça, na região da Grande Florianópolis, na comunidade do bairro Frei Damião com o núcleo de atividades de contraturno escolares desde 2003 , pois na verdade a associação já existe desde 1955 como hospital Evangélico.

A região escolhida é uma das mais carentes do Estado e tem conseguido atender 150 crianças pela ONG, de idades de 6 a 10 anos. Dessa quantidade, 110 são amparadas pelo convênio com a prefeitura de Palhoça e os restantes 40, são mantidos por doações a entidade.

O Projeto de contraturno escolar, oferece apoios pedagógico com tarefas de escola, aulas de arte e acompanhamento social e psicológico a essas crianças e acontece dentro da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil.

A entidade abrange e atende outros núcleos, todos em Florianópolis nos bairros como Caieira do Saco dos limões, na Vila Santa Vitória e na Prainha, todas com o objetivo de levar educação complementar as crianças das comunidades inseridas e também são realizadas em espaços associados com igrejas evangélicas.

“ As crianças são separadas por idade. Cada grupo cumpre um cronograma diário. E todos precisam seguir. Eles têm apoio pedagógico com tarefas de escola, aulas de música, que hoje são o carro-chefe da entidade. Também realizamos conversas em que falamos de valores, e conseguimos trazer aulas de artes marciais, que os alunos mesmo pediram” — contou a coordenadora do núcleo de Palhoça, Larissa Benner Gohring Heidemann.

Foto tirada do site da Clic Rbs , as crianças brincando na área externa da igreja Luterana, onde se encontra o projeto. Fonte RBS noticias.

Fotos retiradas do site da Ass. Evan. Beneficente de Assistência Social..

22

Projeto Vinde a mim as criancinhas

e adultos em situação de vulnerabilidade social em São José na Grande Florianópolis, dentro do bairro Ipiranga. Foi fundada por duas evangélicas, Dona Jandira Jovita da Rosa” e de “Dona Geny Julia Feijó”.

No espaço em que é oferecido esses auxílios, eles atendem crianças numa creche, os adultos nem centro social e o contraturno escolar para 60 menores.

O projeto de contraturno escolar tem-se o nome de “Convivência”, que atende crianças de 6 a 8 anos de idade. É um projeto que abrange áreas do desenvolvimento infantil bem como atividades musicais, esportes, cuidados sociais, assistência social e psicológica, porém não tem como objetivo atividades pedagógicas de um escola.

“O nosso objetivo principal é dar apoio à família da criança. Cuidar da criança enquanto os pais trabalham, e mostrar aos pais a responsabilidade que eles possuem na educação dos filhos “ — explica a coordenadora administrativa Izaiane Latrônico Motta

Entidade filantrópica assistencial sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública pelo Governo Municipal, Estadual e

Federal criada em 1978 com o objetivo de atender crianças e

(23)

Projeto Pensando e Construindo

É um projeto de contraturno escolar localizado em Coqueiros, em Florianópolis, cujos trabalhos e atividades são direcionadas ao desenvolvimento infantil.

É uma escola que abrange crianças de 2 a 12 anos de idade, e tem como objetivo, apresentar o contato com o mundo da arte, da brincadeira, do lúdico e da integração da criança com a natureza. Tem um espaço pensado para o desenvolvimento da primeira infância com qualidade, atendendo as mesmas pela manhã e a tarde.

Esse projeto não é amparado por órgãos públicos da Prefeitura, portanto é de cunho particular e o acesso a eles são através de valores taxativos.

Fotos tiradas do site da Pensando e Construindo. 1 – crianças brincado 2 – Alimentação na área externa com contato mais proximal da professora e alunos. 3 – Festa sobre folclore brasileiro para crianças e pais.

Foto tirada do site da Pensando e Construindo, área externa com playground e bastante natureza.

23

(24)

3.2. O PROJETO IMPACTO VIVO TURNO INVERSO

O Projeto Impacto Vivo Turno Inverso é idealizado por profissionais da Pedagogia, do esporte e assistentes Sociais da Igreja Batista Palavra Viva, desde 2014, em particular pela idealizadora, pedadoga e Pastora Jociane de Souza e seu esposo e Pastor Sidneyxxxxx, tendo como parceria financeira a prefeitura da cidade e amigos voluntários. Trata-se de uma importante ONG, que tem feito a diferença para a comunidade do bairro em que está localizado, e que atende crianças e adolescentes dos 6 aos 15 anos, de segunda a sexta-feira.

Nessa partilha de conhecimento, é dado as crianças o direito de brincar, conviver, aprender, divertir, tocar, ser inclusa socialmente, desenvolvimento físico e cognitivos, e valores éticos e religiosos, através de oficinas oferecidas e coordenadas por profissionais especializados, juntamente com voluntários que se dispuseram vivenciar de perto, os resultados gerados por essas ações.

O trabalho desenvolvido segue o que diz a lei 8069/90 de proteção integral à criança e ao adolescente: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

“ O foco do nosso projeto é a proteção. Tirar as crianças das ruas, do tráfico, da solidão da casa, e estimular o desejo neles de brincar, de praticar esportes, e a ter mais disciplina e valores” — explicou a coordenadora do projeto, Jociane de Souza Medeiros de Souza

.

Projeto Turno Inverso de Contraturno escolar oferecendo esportes, interação com através das atividades e alimentação as crianças participantes no interior da Igreja.

24

(25)

3.2.1. Realidade Atual

O Projeto de contraturno Impacto Vivo Turno Inverso, está localizado no município de Florianópolis no bairro do Rio Vermelho, Norte da Ilha, sendo de grande apoio para sua região. Seu prédio atendido pela Igreja palavra Viva, fica na Rodovia João Gualberto. Seus espaços adaptados promovem diversas atividades escolares, esportivas e comunitárias. Para esportes de campo, as crianças em grupo são direcionadas a um Clube a 800 metros na mesma via, local cedido voluntariamente ao projeto pois não é possível a prática de alguns esportes acontecerem dentro da igreja. Porém, este

deslocamento pela via traz também inseguranças aos

professores e as crianças, por terem que passar por deficientes calçadas ao longo da via. Seu prédio de uso atual limita a quantidade de crianças e adolescentes atendidos que hoje são em torno de 100 entre os dois turnos, manhã 08:00hs as 12:00hrs e a tarde das 13h30min as 17h30min.

Para que seja estabelecido prioridade de atendimento, hoje o projeto está voltado a crianças e adolescentes com

vulnerabilidade social no bairro mediante ao

encaminhamento sócio assistencial, conselho tutelar ou das próprias escolas da região, mediante matrículas no local. porém grande anseio de seus idealizadores é a expansão que possibilite atender uma boa parcela desse público da comunidade.

A escola oferece oficinas de música (coral, violão, teclado), Artesanato, Inglês, Espanhol, apoio pedagógico, oficina de dança, oficina de jiu jitsu, oficina de artes, Educação do meio ambiente e reciclagem, além de contar com trabalho de psicólogos quando necessário que fornece suporte a eles.

Para uma aproximação maior com os usuários e também com a realidade atual, foram realizadas visitas ao Projeto, conversas com o público-alvo, voluntários, assistente social, vizinhos e diretora da ONG. Nestas vivências foi possível perceber a falta de estrutura de acolhimento desta escola. As principais críticas foram quanto a falta de áreas para se trabalhar as aulas e brincadeiras, e apoio as necessidades dos alunos.

Momento de atividades com as crianças do Projeto.

Mapa extraído do Google Maps para localização do Projeto Turno Inverso. Atual.

1- Foto da Fachada da Igreja Palavra Viva . Acervo pessoal.

2 - Mapa extraído do Google Maps para localização do Projeto Turno

Inverso.

25

1- Foto de uma sala de ensino sala, no interior da Igreja . 2 – Foto do Hall da igreja par atividades em grupo. 3- Campo disponibilizado fora da Igreja. 4 – Frente da Igreja.Fonte: Facebook.

O local adaptado, oferece a oportunidade de aprendizagem como musicas, leituras pedagógicas e oficinas. No Palco acontece desenvolvimento artístico e social das crianças e da comunidade. O Hall permite as interações esportivas e educacionais. A área externa de estacionamento da igreja, por vezes se adaptam as atividades dinâmicas, o qual as crianças tentam inserir-se nos esportes.

Uma de minhas visitas técnicas ao projeto..

(26)

Realidade

Como já citado anteriormente, o projeto atualmente tem se dedicado a atender crianças e adolescentes entre 6 a 15

anos de idade. Na atualidade o número de pessoas

alcançadas é ainda limitado devido ao espaço, então hoje tem sido destinado apenas a jovens com dificuldades sociais e aprendizado.

Intenções

O novo equipamento é de principal objetivo alcançar as crianças e adolescentes do Bairro entre 4 a 15 anos de idade e dar suporte a todas as crianças das escolas do bairro. Para que isso aconteça, será necessário que o espaço físico seja de grande porte.

Crianças e Adolescentes

Professores e Voluntários

Realidade

O projeto conta com o apoio de profissionais em diversas áreas da educação, da saúde e sociais, além de voluntários para realização das aulas e atividades.

Intenções

É de interesse do projeto que invista em espaços adequados para atuação dos diversos profissionais e voluntários, e que incentive ainda mais atividades de qualidade para os setores em que eles estão envolvidos.

Realidade

A interação da comunidade hoje se dá apenas através da

família e amigos que conhecem o projeto quando as

atividades realizadas internamente são de especificas aos mesmos. Porém com um número limitado de até XXXX pessoas por não comportarem um número acima disso.

Intenções

Para esse público-alvo o equipamento novo se abrirá para que haja uma interação adequada das atividades entre eles as crianças e adolescentes. De modo que seja de crescimento aos envolvidos, de acordo com a temática desenvolvida pelo projeto.

Comunidade

Foto tirada doa página do facebook do Projeto de Turno Inverso. Foto tirada doa página do facebook do Projeto de Turno Inverso, atividades

que incluem os pais e a comunidade. Foto tirada doa página do facebook do Projeto de Turno Inverso.

3.2.2. Público Alvo

26

(27)
(28)

O lugar em que o presente estudo foi realizado por se tratar de um projeto da comunidade local do Rio Vermelho, está inserido na cidade de Florianópolis, situada no litoral de Santa Catarina no Brasil. Sua maior porção territorial é insular, o que faz ser um grande atrativo para pessoas do mundo todo. Florianópolis é a Capital do Estado e concentra boa parte da centralidade do governo e do turismo em seu território.

Na ilha podemos encontrar uma grande variedade de ambientes naturais, neles estão; 117 praias arenosas, além de dunas, costões, lagoas, restingas, manguezais, marismas e uma laguna, conhecida como “Lagoa da Conceição”.

Localizado ao Norte da lha, o Distrito de São João do Rio Vermelho ou bairro do Rio Vermelho é um dos mais antigos da cidade. Seu nome é dado pela importância de um pequeno rio na região, que surge de dois veios d’águas de uma nascente próximo as dunas.Esses dois arroios de águas claras se dividem uma para o sentido norte que desemboca no mar dos Ingleses e o outro para o Sul, donde absorve uma coloração vermelha ao longo do caminho devido as terras que são derrubadas pela chuva.

Sua área total é de 31,68 km² o que o faz ser o bairro mais extenso da ilha, onde sua limitação se dá com os seguintes Distritos; ao Norte com os Ingleses, ao Sul com a Barrada Lagoa, a Oeste com a Lagoa da Conceição e a Leste com o oceano Atlântico.

.

4.1.1. Geografia e localização

Estabelecido numa grande planície entre a praia do Moçambique e o maciço montanhoso que separa as regiões leste e oeste da ilha, o Rio Vermelho é constituído de um vasto e privilegiado ecossistema. Com uma parcela norte da lagoa da Conceição, foi estabelecido um Parque Estadual do Rio Vermelho, onde se é preservada a Mata Atlântica nativa, dunas, restingas, rios e tem a maior praia em extensão.

De acordo com censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, a população do Distrito de São João do Rio Vermelho é de 10.756 habitantes, que representa 2,55% da população do município de Florianópolis, com total de 421.240 habitantes.

4.1. SOBRE SÃO JOÃO DO RIO VERMELHO

28

sc

FLORIANÓPOLIS

(29)

O bairro do Rio Vermelho foi povoado primeiramente por índios Carijós antes mesmo de sua imigração. A colonização se deu no século XVIII a partir de 1748 através dos Portugueses.

A primeira igreja nessa região foi construída em 1750 pelos colonos nomeada de São João e conhecida assim até os dias de hoje.

Os imigrantes portugueses espalhados na realidade em toda ilha de Florianópolis , formaram na época as chamadas “Freguesias “ incluindo as terras do Rio Vermelho junto com a da Lagoa da Conceição, praia Brava e Ingleses do Rio Vermelho em uma só freguesia, a de Nossa Senhora da Lagoa. O trabalho rural era a fonte da economia desses povoados, extraindo das plantações de cafés, da farinha de mandioca e do algodão o sustento das famílias. Os índios contribuíram muito com as técnicas agrícolas, mas com o tempo a freguesia passou a ter seus engenhos para a produção.

Em 1831 houve-se um decreto de Regência, pelo qual foi desmembrado as Terras da Freguesia de Nossa Senhora da Lagoa e assim formou-se o Distrito de São João do Rio Vermelho. Logo mais tarde em 1962 esta área ainda bastante extensa, foi dividida em duas partes, uma metade ficou o Rio Vermelho e a outra as terras dos Ingleses do Rio Vermelho. A ilha de Florianópolis contém portanto 12 Distritos que inclui 85 bairros em toda a sua extensão.

A Influência dos açorianos no local foi também bastante marcante para a região, pois trouxe consigo a arquitetura colonial, a prática da pesca e o artesanato como a renda de bilro, tornando até os dias atuais um costume sociocultural do lugar.

4.1.2. Contexto histórico e ocupação

Para o acesso de um bairro a outro, era possível somente de barcos e por trilhas, mas a partir de 1968 começaram as aberturas das estradas que ligavam a Lagoa da Conceição a avenida João Gualberto Soares possibilitando um maior número de pessoas ao bairro e novos moradores.

O bairro cresceu a margem da Rodovia João Gualberto Soares (SC 406) e a disposição da centralidade do Distrito de São João do rio Vermelho se tornou linear. Foram também surgindo as ruas perpendiculares conforme o crescimento e dando um aspecto de escama de peixe ao seu desenho urbano.

O crescimento e ocupação ao longo dos anos de um lugar que outrora pacato e rural, transformou uma parcela da paisagem em urbana e social. Por consequência de uma falta de planejamento estratégico, é possível encontrar no bairro alguns problemas sociais, econômicos e até ecológicos que afetam a comunidade da região.

A cidade de Florianópolis a partir da década de 1960 teve o ritmo de toda a ilha modificada pela propaganda de emprego devido a Universidade Federal de Santa Catarina e ao

“... O dia amanhece e com ele chega o calor do sol a abençoar a vida. É um dedo de prosa aqui, outro ali na casa dos vizinhos, na rua. Os carros de bois são conduzidos pela estrada de chão batido, as rendeiras estão à beira da rua compondo a canções com seus bilros, os engenhos de farinha funcionam com a força do gado, as brincadeiras sem malícia das crianças na rua, o sorriso espontâneo e a hospitalidade com que chega...”. (Lupi e Lupi, s/d).

1 – Igreja São João . 2 –Renda de Bilro. 3 – Engenho de Farinha. 4 – Casa Colonial próxima a Igreja de São João.

Mapa do Bairro São João do Rio Vermelho com destaque na travessia da Rodovia Rua João Gualberto em todo o bairro.

Malha em escama de peixe no bairro São João do Rio Vermelho. Fonte Google maps.

29

(30)

turismo por ser uma Capital litorânea. O censo do IBGE relatou que de 1960 a 2010, a população da cidade saltou de 187.871 a 421.240 habitantes e o bairro do Rio Vermelho de 977 pessoas contadas pela pesquisa a 10.756 habitantes. E 2010 encontrava a quantidade de 71,5% de adultos, 23,3% de crianças de 0 a 14 anos e 5,2% de idosos.

Por outro lado, o aumento populacional possibilitou um novo dinamismo a economia local e o turismo que é fator elementar da ilha alavanca o desenvolvimento econômico da cidade segundo estudiosos da Economia (ROSA 2004). Além disso, novos cotidianos na vida da comunidade é encontrada, que desarticula o modo de vida tradicional. De tal modo, o Distrito de São João do Rio Vermelho que viveu de forma isolada e estacionário por muitos anos e manteve por muitos tempos suas tradições pela distancia da centralidade da Capital e precariedade de estradas teve através das especulação imobiliárias muitas de suas características iniciais modificadas que antes tinha seu crescimento através das famílias da época.

O bairro basicamente residencial, se aperta aos limites das restingas do Parque Estadual do Rio Vermelho. O antigo Plano não ajudava aos que já estavam estabelecidos no lugar e que gostaria de se regularizar. O encontrado em norma era ruas de 12 metros e o zoneamento de todo bairro em Residencial Exclusivo, impossibilitando também a abertura de pequenos negócios ou escritórios particulares em residências.

Já o novo Plano proposto dá um estímulo ao bairro, possibilitando a criação de centros ao longo das ruas principais e sua conexão com outros bairros através de novas vias.

Malha em escama de peixe de uma foto aérea no bairro São João do Rio Vermelho.

30

4.1. SOBRE SÃO JOÃO DO RIO VERMELHO

4.1.3. Sistema viário

A Rodovia João Gualberto de Soares e também SC 406, foi a primeira via criada para o acesso de pedestres e transportes do bairro. Por isso, todo o crescimento se deu a partir dessa grande via de 6,3 km que corta todo o bairro e é considerada a via principal .

O bairro ainda em desenvolvimento conta com a ajuda de atualmente 5 linhas de ônibus públicos, que desenvolve seu percurso pelas duas ruas principais como a SC 406 e pela Rua Cândido Pereira dos Anjos (Travessão), fazendo com que os moradores das ruas transversais a mesma, precisem se deslocar até essas vias para tomarem os ônibus. Alguns desses transportes, vem direto do TICEN (Terminal do Centro) e outras pelos bairros vizinhos como o TILAG (Terminal da Lagoa) e TICAN (Terminal de Canasvieiras).

Mapa extraído do Google maps, e trabalhado pela autora com destaque na via de passagem dos transportes públicos da região da SC406.

Por ser considerada uma Rodovia, a SC-406 é classificada via de trânsito rápido e é por ela que ocorre o maior fluxo de passagem dos bairros do entorno, com destinos do norte ao sul da ilha. Nesse trajeto é possível encontrar a circulação de ônibus, caminhões, carros, motos, pedestres , ciclistas e até carroças com boi ou cavalos. Porém com 7,0m de largura apenas, há uma precariedade dessa avenida, principalmente por haver muitos buracos, poucas faixas, calçadas reduzidas para o acesso dos pedestres e nenhuma faixa para os ciclistas aumentando riscos de acidentes ao longo da pista. Sua pavimentação é feita de pedras por um trecho e no outro massa asfáltica, não havendo uniformidade da via também.

As demais vias do bairro são em sua maioria servidões e não podem ser acessadas por ônibus urbanos, apenas por carros e pedestres.

Referências

Documentos relacionados

educação escolar associada à resiliência por duas perspectivas: a de um olhar so- bre os sujeitos-alvo do processo educacional, no caso alunos, adolescentes de escolas da rede

Compreendemos, assim, que a escola não é, à primeira vista, um espaço promotor da cidadania das crianças, no entanto, “a participação infantil em contexto

Este artigo busca analisar, a partir do espaço e tempo de um recreio escolar, como se estabeleciam as relações de poder entre as crianças; isto é, como as interações

educativas em nutrição podem e devem ser utilizadas como um importante instrumento de apoio na promoção da saúde aproveitando-se do espaço criado pelo Programa de Alimentação

Todas as crianças e adolescentes com oportunidade de acesso ao esporte seguro e inclusivo, brincando e divertindo-se em.. centros de educação infantil, escolas

Também são objetivos do projeto: diagnosticar, através do espaço escolar, as diversas configurações da violência dirigida a crianças e adolescentes, suas causas

A atual Política Nacional de Educação e Política Nacional sobre as Drogas do Brasil consideram a escola como um espaço fundamental para acolher crianças e adolescentes vulneráveis,

Estimular e garantir suporte à promoção de uma profunda Reestruturação Curricular nas escolas, com ampla participação da comunidade escolar e apoio das Instituições de