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(1)UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE SAMUEL DA COSTA MONTEIRO SILVA. EFEITOS DAS POLÍTICAS SETORIAIS SOBRE A INDÚSTRIA DE VEÍCULOS LEVES NO PERÍODO 2000 – 2017. São Paulo 2018.

(2) SAMUEL DA COSTA MONTEIRO SILVA. EFEITOS DAS POLÍTICAS SETORIAIS SOBRE A INDÚSTRIA DE VEÍCULOS LEVES NO PERÍODO 2000 – 2017. Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação. em. Universidade. Economia. Presbiteriana. e. Mercados. Mackenzie,. da. como. requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Economia.. ORIENTADOR: Prof. Dr. Paulo Rogério Scarano. São Paulo 2018.

(3) S586e Silva, Samuel da Costa Monteiro. Efeitos das políticas setoriais sobre a indústria de veículos leves no período 2000 - 2017. / Samuel da Costa Monteiro Silva. 107 f. : il. ; 30 cm Dissertação (Mestrado Profissional em Economia e Mercados) Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2018. Orientador: Prof. Dr. Paulo Rogerio Scarano Bibliografia: f. 103-107. 1. Economia industrial. 2. Indústria automobilística. 3. IPI. I. Scarano, Paulo Rogerio, orientador. II. Título.. CDD 338.8. Bibliotecário Responsável: Aline Amarante Pereira – CRB 8/ 9549.

(4) SAMUEL DA COSTA MONTEIRO SILVA. EFEITOS DAS POLÍTICAS SETORIAIS SOBRE A INDÚSTRIA DE VEÍCULOS LEVES NO PERÍODO 2000 – 2017. Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação. em. Universidade. Economia. Presbiteriana. e. Mercados. Mackenzie,. da. como. requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Economia. Aprovada em:. BANCA EXAMINADORA __________________________________________________________ Prof. Dr. Paulo Rogério Scarano Universidade Presbiteriana Mackenzie __________________________________________________________ Prof. Dr. Vladimir Fernandes Maciel Universidade Presbiteriana Mackenzie __________________________________________________________ Prof. Dr. André Fernandes Lima Instituto Tordesilhas. São Paulo 2018.

(5) Dedico este trabalho primeiramente a Deus pela força concedida, pelo guia bem presente em minha vida e autor do Seu querer em mim, aos meus pais Saulo Monteiro e Maria Lúcia da Costa e irmão Mateus Monteiro por estarem juntos nesta caminhada, pelo apoio e ajuda..

(6) AGRADECIMENTOS. Ao Prof. Dr. Paulo Rogério Scarano pela orientação neste estudo, indicações de textos e calma em momentos essenciais do trabalho. Aos meus amigos e colegas de curso pela cumplicidade, ajuda e amizade. Agradeço à equipe do programa de Pós-Graduação em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie..

(7) Ao se restringir, por altas taxas alfandegárias ou por proibições absolutas, a importação de bens estrangeiros que podem ser produzidos no próprio país, garante-se mais ou menos o monopólio do mercado interno para a indústria nacional que produz tais mercadorias. [...] Não cabe dúvida de que esse monopólio do mercado interno muitas vezes dá grande estímulo àquele tipo específico de indústria que se beneficia dele, e muitas vezes canaliza para ela um contingente maior de mão-de-obra e de capital da sociedade do que o que de outra forma teria sido empregado nela. Entretanto, talvez não seja igualmente evidente que tal monopólio tende a aumentar a atividade geral da sociedade ou a darlhe a direção mais vantajosa. (Smith, A. A Riqueza das Nações, 1776).

(8) RESUMO. A indústria automobilística brasileira sempre foi alvo de constantes incentivos setoriais do governo, tanto para o seu desenvolvimento quanto para o fomento da economia em geral. Com isso, o objetivo principal do presente trabalho é analisar o desempenho da indústria automobilística, sob a perspectiva da venda de veículos, diante das diferentes políticas setoriais, envolvendo a desoneração da alíquota de IPI, que foram praticadas no período compreendido entre 2000 e 2017. Para tanto, a partir da caracterização da estrutura do mercado automotivo brasileiro, analisa-se a evolução histórica do setor e identificam-se as variáveis, apontadas pela literatura econômica, que impactam as vendas de veículos leves no Brasil. Os trabalhos empíricos sobre o setor, em geral, convergem para as variáveis renda, preço dos veículos e crédito. Deste modo, o presente trabalho, primeiramente busca correlacionar as vendas, utilizando como proxy a quantidade de veículos licenciados no período, com cada uma daquelas variáveis. Em seguida, busca avaliar, utilizando o teste de causalidade de Granger, o impacto sobre as vendas de veículos, das diferentes políticas setoriais governamentais, envolvendo redução de alíquotas de IPI entre 2000 e 2017. Os resultados do estudo revelam que, além da forte relação entre vendas de automóveis e as variáveis econômicas, renda, preço e crédito, as políticas de incentivo envolvendo redução do IPI se mostram estatisticamente significativas para as vendas, sendo que o IPI possui precedência em relação às vendas de veículos.. Palavras-chave: Economia Industrial; Indústria Automobilística; Incentivos Setoriais; Imposto sobre Produtos Industrializados.

(9) ABSTRACT. The Brazilian auto industry has always been the target of constant sectorial incentives from the government, both for its development and for the promotion of the economy in general. The main objective of this study is to analyze the performance of the automobile industry, from the perspective of the sale of vehicles, in front of the different sectorial policies, involving the discharge of the IPI rate, which was practiced between 2000 and 2017. For this purpose, starting for the characterization of the Brazilian auto industry market structure, the historical evolution of the sector was analyzed and the variables identified in the economic literature were analyzed too, which have an impact on the sales of light vehicles in Brazil. The empirical work on the sector, in general, converges to the variables income, vehicle prices, and credit. Thus, the present work first sought to correlate sales, using as a proxy the number of vehicles licensed in the period, with each one of thos e variables. Before that, sought to assess the impact on vehicle sales of different government sectorial policies, involving reduction of IPI rates between 2000 and 2017, using the Granger causality test. The results of the study revealed that, in addition to the strong relationship between car sales and the economic, income, price and credit variables, the incentive policies involving reduction of IPI were statistically significant for sales, with IPI having precedence over vehicle.. Keywords: Industrial Economics; Auto Industry; Sector Incentives; Taxes over industrialized product.

(10) SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15 1.. REFERENCIAL. TEÓRICO:. O. MODELO. ESTRUTURA–CONDUTA–. DESEMPENHO COMO FERRAMENTA ANALÍTICA PARA AVALIAÇÃO SETORIAL 18 1.1. Estrutura .......................................................................................................... 20 1.1.1. Índice de concentração ............................................................................. 22 1.1.2. Razões de concentração ........................................................................... 24 1.1.3. Índice Herfindahl-Hirschman (HH) ......................................................... 25 1.1.4. Índice de Entropia de Theil (ET) ............................................................. 26 1.1.5. Barreiras à entrada ................................................................................... 28 1.1.6. Sindicalização .......................................................................................... 29 1.2. Conduta ........................................................................................................... 30 1.3. Desempenho .................................................................................................... 31 1.3.1. Taxas de retorno ....................................................................................... 32 1.3.2. Margem de Preço-Custo........................................................................... 34 1.3.3. Q de Tobin ............................................................................................... 35 1.4. Limitações do paradigma ECD ....................................................................... 35 1.4.1. Limitações da mensuração de concentração ............................................ 36 1.4.2. Limitações na análise de taxas de retorno ................................................ 36 1.5. O modelo ECD aplicado e estudos empíricos sobre o setor automotivo brasileiro 2.. 37 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INDÚSTRIA DE VEÍCULOS LEVES E AS. PRINCIPAIS POLÍTICAS SETORIAIS IMPLEMENTADAS .............................................. 46 2.1. As Câmaras Setoriais ...................................................................................... 54 2.1.1. O primeiro acordo .................................................................................... 56 2.1.2. O segundo acordo..................................................................................... 57 2.1.3. O terceiro acordo ...................................................................................... 59.

(11) 2.1.4. Desempenho de algumas variáveis .......................................................... 61 2.2. O Regime Automotivo Brasileiro (RAB) ....................................................... 65 2.3. A indústria automotiva brasileira de 2000 a 2010 .......................................... 68 2.4. O Inovar-Auto e o atual desempenho do setor automotivo brasileiro ............ 73 2.4.1. Distribuição regional ................................................................................ 77 2.4.2. Crédito ...................................................................................................... 78 2.4.3. Concentração de mercado ........................................................................ 79 2.4.4. Ociosidade ................................................................................................ 83 3.. ANÁLISE DOS EFEITOS DAS POLÍTICAS SETORIAIS SOBRE O. DESEMPENHO DO SETOR DE VEÍCULOS LEVES NO BRASIL, NO PERÍODO 20002017. 84 3.1. Origem e dados utilizados............................................................................... 84 3.2. Procedimentos Metodológicos ........................................................................ 87 Séries temporais .................................................................................................... 88 Teste de raiz unitária ............................................................................................. 89 Causalidade de Granger ........................................................................................ 90 Cointegração Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) ........................................ 91 Teste de Cointegração de Engle e Granger ........................................................... 93 3.3. Resultados e Análise das Políticas Setoriais para a Indústria Automobilística. Brasileira. 94. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 101 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 103.

(12) ÍNDICE DE QUADROS. Quadro 1 - Produção da Indústria Automobilística 1957/1979 – unidades de veículos .......... 50 Quadro 2 – Principais políticas voltadas ao setor automotivo 1990-2016 ............................... 53 Quadro 3 – Produção da Indústria Automobilística 1980/1992 – unidade de veículos ........... 55 Quadro 4 – Licenciamento da Indústria Automobilística 1980/1992– unidade de veículos .... 55 Quadro 5 – Primeiro acordo do Setor Automotivo .................................................................. 56 Quadro 6 – Segundo acordo do Setor Automotivo .................................................................. 58 Quadro 7 – Segundo acordo do Setor Automotivo .................................................................. 60 Quadro 8 - Alíquotas e Participação dos Tributos no Preço do Automóvel ao Consumidor — 1990/95 (%) .............................................................................................................................. 62 Quadro 9 - Nível de Emprego nas Montadoras — 1981/96 ..................................................... 63 Quadro 10 – Produção da Indústria Automobilística 1990/1996 – unidades de veículos ........ 64 Quadro 11 – Licenciamento de automóveis de 1.000 cilindradas - 1990/1996 – unidades de veículos ..................................................................................................................................... 64 Quadro 12 – Produção, licenciamento, importação e exportação da Indústria Automobilística 1990/1999 em unidades de veículos – unidade de veículos ..................................................... 67 Quadro 13 - Valor da transformação industrial da fabricação e montagem de veículos automotores brasileira (em R$ Bilhões e em %) no período 1996-2015.................................. 69 Quadro 14 – Unidades Industriais por UF 1990, 2010, 2015-2017 ......................................... 78 Quadro 15 – Taxas de concentração das quatro maiores firmas (CR4) no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, 1990-2017 .............................................................................. 80 Quadro 16 – Índice Herfindahl-Hirschman (HH) no mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, 1990-2017 .................................................................................................... 82 Quadro 17 - Estatísticas Descritivas - 2000:05 - 2017:12 ........................................................ 85 Quadro 18 - Variáveis do modelo: descrição, fontes de dados, períodos de disponibilidade e periodicidade ............................................................................................................................ 86 Quadro 19 – Principais estudos sobre automóveis no Brasil e nos Estados Unidos ................ 88.

(13) Quadro 20 – Resultados do teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) .................. 96 Quadro 21 - Modelo MQO, usando as observações 2000:06-2017:12 (T = 211) .................... 96 Quadro 22 – Resultados do teste estatístico de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) para os resíduos do modelo ................................................................................................................... 97 Quadro 23 – Defasagens segundo critérios AIC, BIC e HQC para o modelo VAR ................ 99 Quadro 24 – Resultado do Modelo VAR com duas defasagens para Vendas e alíquota de IPI .................................................................................................................................................. 99. ÍNDICE DE FIGURAS. Figura 1 - Estrutura do Paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho ....................................... 20 Figura 2 – Faturamento do setor automobilístico brasileiro e participação no PIB (1990-2015) .................................................................................................................................................. 39 Figura 3 – Produção e licenciamento de auto veículos no Brasil (1990-2017) ........................ 41 Figura 4 - A estrutura da cadeia de suprimentos da indústria automobilística ......................... 52 Figura 5 – Saldo anual e acumulado da Balança Comercial (auto veículos e máquinas agrícolas) 1970/1997 – Milhões US$ ........................................................................................................ 66 Figura 6 – Licenciamento de veículos automotores no mundo 2000/2009 – Milhões de unidades de veículos ................................................................................................................................ 70 Figura 7 – Evolução da Produção e do Licenciamento de veículos 200/2010 ......................... 72 Figura 8 – Balança Comercial de auto veículos 2000/2011 – Milhões US$ ............................ 73 Figura 9 – Investimento na indústria automotiva e autopeças 1990/2016 – Milhões US$ ...... 73 Figura 10 - Variação do PIB e Produção Automobilística no Brasil 2001/2017 ..................... 75 Figura 11 - Percentual de Automóveis até 1.000 cm³ em relação ao total licenciado no Brasil 2001/2017 ................................................................................................................................. 76 Figura 12 - Participação dos tributos sobre automóveis no preço ao consumidor em alguns países - 2017 ............................................................................................................................. 77.

(14) Figura 13 – Modalidade de Pagamento na Venda de Automóveis e Comerciais Leves 2010/2016 .................................................................................................................................................. 79 Figura 14 – Evolução da taxa de concentração das quatro maiores firmas (CR4) da indústria automobilística brasileira, 1990-2017 ...................................................................................... 81 Figura 15 - Evolução do índice de Herfindhal-Hirschman (HH) para a indústria automobilística brasileira, 1990-2017 ................................................................................................................ 82 Figura 16 – Utilização da Capacidade instalada, Venda de automóveis e Alíquota de IPI 2006 – 2017 ....................................................................................................................................... 83 Figura 17 – Séries temporais de venda (V), preço (P), renda (R) e crédito (C) - 2000-2017* 95 Figura 18 – Série logarítmica de venda e alíquota de IPI em primeira diferença 2000-2017 .. 98.

(15) 15. INTRODUÇÃO. O mercado automotivo brasileiro sempre obteve incentivos governamentais para o seu fomento seja de forma direta ou indireta. Os regimes automotivos, os planos de redução de impostos e também as linhas de créditos impulsionam o setor ano após ano. Tais incentivos podem afetar a estrutura do setor e influenciar diretamente o desempenho da indústria. Dentro dessa perspectiva, um estudo que analise os efeitos das políticas setoriais para o desempenho dessa indústria se faz importante, pois é o primeiro passo para avaliar os efeitos dessas políticas para o setor e para a economia em geral. Diversos autores contribuíram para a formulação do conceito de política pública e estudaram sua aplicabilidade, como H. Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. Easton (SOUZA, 2016). As definições de política pública são diversas e muitos estudos levam à definição de política pública para a um determinado fim que é a solução de problemas específicos. As intervenções do governo em um determinado setor ou em uma região são descritas pela teoria econômica como tentativas de correção das falhas de mercado que existem e que, por si só, não conseguem suprir as diferenças entre os custos e os benefícios sociais e privados. As políticas setoriais, em especial, são medidas que o governo adota tendo em vista o desenvolvimento de um setor específico, considerando, no entanto, a sua amplitude, ou seja, sua abrangência dentro da economia nacional. A despeito da política setorial ser voltada, em especial, à uma determina área da economia, a cadeia de produção se incumbe de distribuir os benefícios aos outros setores atrelados a este mercado. Neste estudo, são analisadas as principais políticas que o governo adotou para o setor automotivo a partir de 2000. Sendo que a medida governamental mais recente para o setor automotivo brasileiro, que vigorou até 2017, foi o Inovar-Auto (Novo Regime Automotivo). O regime implementado em 2013, tinha por objetivo a criação de um ambiente propício à maior competitividade, para a produção de veículos mais econômicos e seguros, investindo na cadeia de produção (fornecedores), segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). No Inovar-Auto, as metas específicas estavam atreladas aos investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), visando a inovação; aumento no volume de gastos em engenharia e tecnologia industrial básica; produção de veículos mais econômicos; e aumento de segurança nos veículos produzidos. Os benefícios concedidos pelo novo regime incluíam a redução da alíquota de IPI em até 30 pontos percentuais. Por outro lado, o programa introduziu.

(16) 16. taxas dessa mesma proporção sobre os veículos importados, cujos produtores não possuíssem fábrica já instalada no Brasil. Esse fato gerou diversas controvérsias, principalmente com a Organização Mundial do Comércio (OMC), da qual o Brasil faz parte. Nas últimas três décadas, foram diversas as políticas voltadas para fomentar o desenvolvimento do setor automobilístico. Ainda assim o setor é alvo de novas propostas, como o plano que está sendo estudado para os próximos anos, o Rota 2030. Avaliar os efeitos das políticas setoriais na indústria automotiva é importante, uma vez que o setor automotivo sofreu fortes mudanças, impactado diretamente pelas políticas governamentais adotadas e pelo aumento do nível de investimentos. Ademais, ocorreu uma dispersão das empresas montadoras e de autopeças pelo território brasileiro, em resposta às diversas políticas de incentivos e diante do acirramento da competição com a abertura comercial e a entrada de novas empresas no país. A cadeia produtiva do setor automotivo revela a importância que essa indústria tem para o país. Além disso, o setor contribui direta e indiretamente, de maneira significativa, para volume de empregos, para o crescimento do PIB e para a geração de novas tecnologias. A estrutura da cadeia de suprimentos passa por diferentes setores da indústria de base até chegar ao comércio e, consequentemente, ao cliente final. Nesse meio, diversas indústrias se movimentam, sejam as que fornecem matérias primas, ou indústrias que produzem máquinas, equipamentos e componentes que serão utilizados para a confecção do veículo. Tendo em vista a relevância do setor, bem como a magnitude dos incentivos do governo, a indústria automobilística apresentou mudanças em sua estrutura, na sua conduta e no seu desempenho, em grande medida, em resposta às políticas setoriais. Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo geral identificar os fatores que contribuíram para o desempenho da indústria, sob a ótica da quantidade de carros produzida e vendida no mercado brasileiro no período de 2000 a 2017, destacando o papel de um elemento central das políticas setoriais implementadas no período, que foi a redução do IPI. Tendo em vista o objetivo da pesquisa, os procedimentos metodológicos estão em consonância com os utilizados nos principais estudos já publicados para o setor no Brasil em períodos anteriores, como os realizados por Fiuza (2001), DeNegri (1998) e Alvarenga (2010). Tais estudos, frequentemente baseados em análise de séries temporais, apontam que as vendas de veículos estão correlacionadas de forma significativa com variáveis como renda, preço dos veículos e crédito. A presente investigação avalia o papel destas variáveis para o período proposto e adiciona um teste de causalidade entre as vendas de veículos e o IPI proposto pelas.

(17) 17. políticas implementadas pelo governo para o setor, com o objetivo de avaliar seu efeito para o desempenho da indústria, em termos de vendas de veículos. Este trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro apresenta o modelo Estrutura-Conduta-Desempenho, suas características e as contribuições dos diferentes autores envolvidos no desenvolvimento do modelo, que é utilizado de forma funcional por esta pesquisa, como esquema analítico para avaliação do setor. Neste capítulo são discutidas as interações entre estrutura de mercado, conduta das firmas pertencentes à indústria, e desempenho setorial, mostrando as diferentes métricas para avaliar a estrutura, a conduta e o desempenho. Debate, também, como as condições de mercado e a interferência do governo afetam cada um dos componentes do modelo. O segundo capítulo é dedicado a mostrar como se entrelaçam a história da indústria automobilística no Brasil e as políticas de incentivos e benefícios dedicadas ao setor. Enfatiza, também, que incentivos e benefícios para a indústria automobilística no Brasil permaneceram como tônica das políticas setoriais implementadas a partir de 2000. Por fim, o terceiro capítulo é dedicado ao estudo empírico proposto. Para tanto, primeiramente detalha os procedimentos metodológicos, apresentando e justificando o modelo econométrico adotado. Em seguida realiza a análise e discussão dos resultados, avaliando os efeitos tanto das variáveis explicativas tradicionais (renda, preço e crédito) quanto de um elemento central das políticas setoriais, ou seja, a redução do IPI, no período. Após o terceiro capítulo, seguem-se as considerações finais do trabalho..

(18) 18. 1. REFERENCIAL. TEÓRICO:. O. MODELO. ESTRUTURA–CONDUTA–. DESEMPENHO COMO FERRAMENTA ANALÍTICA PARA AVALIAÇÃO SETORIAL. O paradigma referente à teoria econômica Estrutura, Conduta e Desempenho é um instrumento pertencente à Organização Industrial, que busca, em sua essência, explicar os comportamentos das firmas e o funcionamento dos mercados. O ponto máximo dessa abordagem se dá em compreender as razões das empresas se comportarem de determinado modo e tentar entender o motivo pelo qual os comportamentos das empresas em uma mesma indústria não são homogêneos. Edward Mason, em 1939, foi um dos pioneiros no estudo de causalidade em relação ao modelo ECD, em que buscava relações entre o market share das firmas e suas políticas de preços e de produção. O autor revela por meio de seus estudos que os preços praticados pelas empresas e a política de produção são frutos de diversos fatores inerentes à própria economia assim como fatores que advém do mercado em que a firma está inserida. De forma geral, a estrutura de mercado influencia diretamente na forma como as firmas atuarão, estabelecendo a sua conduta. O estudioso visou mostrar que a estrutura de mercado em que um setor está inserido é o ponto fundamental que estabelece a conduta, que é o conjunto de estratégias, políticas de preços, dentre outros, que afetam diretamente o desempenho das firmas. Os estudos praticados por Mason eram referentes a observações de casos e de indústrias específicas, nas quais os dados haviam se tornado públicos mediante investigações antitrustes nos Estados Unidos. Joe S. Bain, aluno de Mason, deu continuidade ao estudo sobre ECD de tal forma a contribuir significativamente para a constituição desse tema como base teórica e assim foi constituído o paradigma ECD. O estudioso formalizou a teoria do modelo em seu livro Industrial Organization, na qual analisou individualmente todos os elementos do ECD. Diferentemente de Mason, que propunha a análise de seus estudos na ligação entre estrutura de mercado e desempenho, Bain definiu cada um dos elementos da teoria e realizando estudos empíricos usando dados em nível de indústria. Além disso, este autor trouxe uma nova forma de análise para a economia industrial com estudos empíricos, formando painéis ou crosssections de indústrias..

(19) 19. Vale destacar que este modelo, inicialmente, foi utilizado para a análise do mercado norte americano como auxílio nas políticas antitruste. O modelo analisava a lucratividade dos oligopólios, visando às estruturas de mercado mais concentradas. Isso para comprovar, ou não, a existência de conluios para a maximização de lucros. Segundo Carlton e Perloff (1994) a teoria estrutura-conduta-desempenho tem sido conduzida para responder um importante questionamento dentro da microeconomia que consistem em identificar quais são os maiores fatores que determinam a força de mercado e quanto as firmas são influenciadas por essa força. Para tanto, percebe-se que é entrelaçada a relação principal entre o desempenho e a estrutura de mercado. Assim, faz-se necessária a definição desses dois pontos primordiais do estudo. O desempenho do mercado, que consiste nos benefícios que este produz aos seus consumidores (Carlton e Perloff, 1994). E, por sua vez, a estrutura de mercado, a qual consiste nos aspectos que determinam a concorrência e a competitividade dentro da indústria. Essa estrutura influencia diretamente no desempenho das firmas, através da conduta adotada por cada uma delas. Diversos aspectos microeconômicos são levados em consideração nesse estudo, como a utilização e aplicação em casos de firmas inseridas em um mercado monopolístico ou em oligopólio, as estruturas das empresas e suas políticas adotadas, bem como as economias que cada firma utiliza (escala e escopo). Todos estes pontos fazem parte da estrutura de mercado e também da conduta que as firmas adotam. Segundo Azevedo (2004), o modelo ECD tem por objetivo a comparação de um mercado imperfeito com resultados esperados de um mercado em concorrência perfeita de tal forma a verificar as imperfeições do mercado que afetam a demanda e oferta de bens e serviços..

(20) 20. Figura 1 - Estrutura do Paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho. Políticas Públicas Tributos e subsídios Regras de comércio internacional Regulação Controle de Preços Política antitruste Provisão de informação. Fonte: Adaptado de Kupfer (2013). 1.1.. Estrutura. Como ponto de partida do estudo da ECD, a estrutura de um mercado tem aspecto muito forte sobre a tomada de decisões dos empresários sobre as firmas que compõe aquele setor. As estruturas de mercado se dividem em: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística. Essas estruturas se diferenciam principalmente por características como: número de empresas que compõe o mercado, tipos de produtos (produtos diferenciados ou idênticos) e barreiras à entrada. Segundo Brumer (1981, p. 16), “a estrutura de mercado refere-se a um número limitado de características organizacionais que estabelecem certas inter-relações entre compradores e vendedores”. Essas características são identificadas como:.

(21) 21. 1- Grau de concentração de vendedores: refere-se ao número de vendedores de um determinado mercado e também ao tamanho relativo dessas empresas. Assim, uma estrutura de mercado pode ser categorizada como monopólio, oligopólio, dentre outros. O ponto principal dessa concepção é o conceito de concentração que, segundo Bain (1941), pode ser definida como propriedade ou controle de alguns agregados de recursos econômicos através de uma pequena proporção das unidades que possuem ou controlam os agregados, ou através de um pequeno número absoluto de tais unidades. 2- Grau de concentração de compradores: definido de modo semelhante ao grau de concentração de vendedores, a quantidade de compradores define a estrutura de mercado como sendo monopsônico (quando existe apenas um comprador) ou oligopsônico (quando possui poucos compradores). 3- Mudanças no tamanho de mercado: como referência à quantidade ofertada e demanda. Os aumentos da produção e das vendas da indústria não estão atrelados somente ao seu tamanho geográfico, mas sim ao desenvolvimento tecnológico e ao rápido crescimento da indústria e dos níveis de concentração. 4- Grau de diferenciação de produto: essa diferenciação está atrelada à substitutibilidade dos produtos, ou seja, se os compradores enxergam determinados bens como produto homogêneo ou substituo perfeito. Aqui, aspectos como qualidade, desenho do produto, embalagem e até a reputação são levados em consideração pelos compradores. 5- Condição de entrada ao mercado: identificada como barreiras a entrada, esse ponto é fundamental para empresas entrantes no mercado, pois diz respeito à facilidade ou dificuldade que se tem para uma nova empresa ingresse nessa indústria. É através dessas características que se desenham as estruturas de mercado citadas anteriormente e que serão descritas adiante. Um mercado em concorrência perfeita revela um número grande de empresas com produtos homogêneos e sem diferenciação. Além disso, não existe tamanho controle de preços por parte das empresas e não existem barreiras à entrada. O monopólio se constitui como uma estrutura de mercado na qual se tem uma única empresa, sem produtos substitutos. O controle dos preços é exclusivo dessa única empresa, por ser detentora máxima dos bens e/ou serviços fornecidos. Existe barreira à entrada..

(22) 22. A concorrência monopolística é composta por diversas empresas, com uma gama de produtos. Mesmo assim não existem tantas manobras para políticas de preços devido à existência de substitutos próximos. Ademais, barreiras à entrada são baixas. Por fim, uma estrutura de mercado que merece maior atenção para o estudo proposto, é o oligopólio. Este tipo de estrutura de mercado é caracterizado pela presença de poucas empresas, que podem atuar em setores cujos produtos são homogêneos (como por exemplo, empresas produtoras de alumínio e aço) ou diferenciados (a indústria automobilística). Nessa estrutura, as empresas possuem significativo poder na determinação dos preços e, por esse motivo, são constantemente alvo de regulação governamental. Bain (1941) mostra as características do mercado em oligopólio, identificando os seus pontos estruturais, tais como a altura das barreiras à entrada de novas empresas e o grau de concentração dos vendedores. Vale destacar ainda que não existe um padrão de análise de mercados, pois não existem estruturas idênticas que definam condutas das firmas em um padrão. Corroborando com isso Brumer afirma: [...] não há uma combinação simples de fatores estruturais que produza um modo de comportamento absolutamente predizível. Não há dois mercados com estruturas idênticas, como não há dois mercados que se comportarão da mesma maneira. Consequentemente, caso se tenha o objetivo de atingir conclusões significativas em relação às condições competitivas em um mercado, a estrutura desse requer uma análise individual. (BRUMER, 1981, p. 22). 1.1.1. Índice de concentração. Os índices de concentração têm como objetivo revelar o grau de concentração de um determinado mercado. Ou seja, quanto maior for o grau de concentração, menor tende a ser o grau de competição entre as empresas desse mercado (Resende e Boff, 2002). Isso significa que o poder de mercado estará concentrado em um determinado número de empresa. Nesse mesmo sentido Resende e Boff (2002, p. 75) associam os níveis de concentração de mercado com a desigualdade que este mercado pode apresentar. De acordo com os autores, “Uma maior concentração industrial implica maior desigualdade na repartição do mercado entre as empresas, isto não significa que o inverso seja verdadeiro, isto é, que maior desigualdade implica maior concentração. ”.

(23) 23. As medidas de concentração, segundo Resende e Boff (2002), sinalizam a forma como os agentes econômicos se comportam de forma dominante em um mercado e os indicadores levam em consideração as participações de cada empresa no mercado, com base em um critério de ponderação. Ademais, esses indicadores são importantes para indicar, a priori, a concentração em um setor na qual possua um poder de mercado seja significativa. Essas medidas de concentração possuem classificações entre si, que diferem sua metodologia e suas fórmulas de cálculos, podendo ser divididas em sumárias ou parciais, positivas ou normativas. As funções sumárias utilizam a totalidade de dados das firmas de uma determinada indústria. Por outro lado, as medidas parciais utilizam somente dados de uma fração de firmas do setor. Como exemplo, podem-se citar a razão de concentração, o Índice HerfindahlHirschman (HH) e Índice de Entropia de Theil (ET). Em relação às medidas de concentração positivas, é importante ressaltar que são funções que consideram a estrutura aparente do mercado. Essa medida não depende de paramentos comportamentais tanto de produtores, quanto de consumidores. Ela é mais eficiente para análises estatísticas, sendo que, avaliações econômicas de uma indústria dependem mais de uma análise de comportamentos dos agentes (como será citado adiante). Já o que diz respeito à medida de concentração normativa, consideram-se as estruturas aparentes e os parâmetros comportamentais do mercado. Essa medida tem um caráter mais social do que a medida positiva. Nessa análise, são considerados os interesses de todos os agentes. Dentre as medidas de concentração existentes, é comum encontrar estudos que considerem as quatro empresas mais relevante de uma determinada indústria. Outrossim, existem estudos que considerem também as oito maiores firmas, nesse caso a razão de concentração se refere como CR(8) e, para as quatro maiores empresas, CR(4). Segundo Carlton e Perloff (1994), a concentração de uma indústria, na maioria dos estudos de ECD, é a variável estrutural mais enfatizada. Sendo que essa concentração é mensurada através do market shares das firmas que compõe essa indústria. Assim como vimos anteriormente. Entretanto, Carlton e Perloff, também mostram que, não somente a concentração das firmas é importante, mas também a própria concentração dos compradores..

(24) 24. Just as seller concentration can lead to higher prices buyer concentration can lead to lower prices. When buyers are large and powerful, their concentration can offset the power of sellers. For that reason, several researchers include buyer concentration as a market structure variable explaining industry performance. The same type of Market definition problems can affect this measure. This measure, however, is more likely to be exogenous than is seller concentration. (CARLTON e PERLOFF,. 1994, p. 348). 1.1.2. Razões de concentração. Caracterizado como um índice positivo, a razão de concentração irá se formar pela ordem implicada em seu cálculo, ou seja, tal fator dependerá do número de firmas utilizadas para seu cálculo. O mais comum, como já cita, é a análise das maiores firmas que compõe a indústria, CR(4) ou CR(8), nesses casos as quatro ou as oito maiores firmas. Assim,. 𝐶𝑅(𝑘) = ∑𝑘𝑖=1 𝑠𝑖. Quanto maior for o valor do índice, maior será o poder de mercado que as firmas contempladas no cálculo exercem. Porém, é importante destacar que este índice de mensuração apresenta algumas restrições para análise econômica, de um complexo industrial. Este índice ignora as inúmeras firmas de menor representatividade na indústria. Assim, fusões ou qualquer tipo de mudança que haja em relação a essas firmar menores não serão capturadas pelo índice, isso se tais mudanças ainda façam com que a representatividade ainda se mantenha abaixo da k-ésima posição. Ademias, essa razão de concentração, por não considerar participação relativa de cada firma, qualquer mudança que haja dentro das empresas que compõe as k maiores empresas, não afetaram o índice. Por esses motivos, os índices sumários são mais utilizados para a análise de concentração de mercado..

(25) 25. 1.1.3. Índice Herfindahl-Hirschman (HH). Definido como:. 𝐻𝐻 = ∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 ². Tal equação evidência o peso implícito a cada firma dentro da amostra analisada. Isso porque, ao se elevar cada parcela do mercado ao quadrado, implica atribuir um peso maior às empresas que possuem uma maior representatividade na indústria (Kupfer, 2002). O índice HH varia entre 1/n e 1 e, quanto maior for o valor do índice HH, maior será a concentração do mercado. Assim, o limite superior do índice mostra um monopólio, no qual uma única empresa exerce poder de mercado. Por outro lado, o limite inferior do HH decresce à medida que o número de firmas (n) tende ao infinito (n→0). Porém, vale ressaltar que o HH não decresce todas as vezes que se aumenta o número de firmas. Isso porque, a entrada de uma empresa na indústria pode indicar tanto uma maior concentração quanto uma diminuição da concentração da indústria. O limite inferior pode ser obtido através de um lagrangeano, conforme descrito abaixo:. 𝐻𝐻 = ∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 ² sujeito à ∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 = 1. 𝐿 = ∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 ² − µ(∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 − 1). 𝛿𝐿 𝛿𝑠𝑖. 𝛿𝐿 𝛿µ. = 2𝑠𝑖 − µ = 0. (1). = 1 − ∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 = 0. (2). Então, 2𝑠𝑖 − µ = 0.

(26) 26. µ. 𝑠𝑖 = 2. (3). 2. 2. Substituindo (3) em (2) temos, µ = 𝑛 . Logo, 2𝑠𝑖 − µ = 2𝑠𝑖 − 𝑛 = 0. 1. 𝑠𝑖 = 𝑛. Ao substituir esse valor 𝑠𝑖 na fórmula 𝐻𝐻, o valor mínimo é 1/n, portanto:. 1 𝑛. ≤ 𝐻𝐻 ≤ 1. O HH depende do número de empresas e também da dispersão relativa de participação de mercado entre elas (Kupfer, 2002). Assim, pode-se notar que a entrada de uma firma em uma indústria poderá afetar o índice de concentração tanto positiva quanto negativamente, levando em consideração sua participação relativa de mercado. Pode-se notar, como visto na descrição acima, que à medida que o número de firmas aumenta, o valor mínimo (1/n) do índice HH diminuirá e, quando o número de firmas tende ao infinito, o valor do índice tenderá a zero. As vantagens que tal índice apresente frente ao CR(k) estão relacionadas ao abranger todas as firmas que compõe a indústria e não somente a maioria delas. Além disso, não se incorrerá no erro do índice não captar movimentos entre as firmas que possam ocasionar mudanças no índice, estando essas firmas dentro ou fora da quantidade abrangida pelo CR(k).. 1.1.4. Índice de Entropia de Theil (ET). Este índice foi proposto por Theil em 1967 e foi utilizado no contexto da Teoria da Informação, sendo posteriormente aplicado na Economia Industrial. Para a melhor compreensão desse índice, faz-se necessário a interpretação de um evento aleatório denominado.

(27) 27. A, com probabilidade de ocorrência p. Posterior a isso, uma mensagem que confirma esse evento A revela um grau de surpresa na direção contrária a p. Essa mensagem, portanto, possui um conteúdo de relação inversa a p. Theil define essa função com base logarítmica conforme abaixo:. ℎ(𝑝) = −𝑙𝑛𝑝. De forma geral, o raciocínio para esse evento compreende a seguinte sequencia A1, ..., An, com probabilidades, p1, ..., pn. Sendo que essas probabilidades somam um (1) se pelo menos um desses eventos ocorrerem. Considerando isso, é possível calcular o conteúdo informacional esperado da mensagem através de cada evento e sua probabilidade.. 𝐸𝑇 = ∑𝑛𝑖=1 𝑝𝑖 ln(1/𝑝𝑖). Esse índice pode ser interpretado como uma medida inversa ao da concentração e pode ser reescrito da seguinte forma:. 𝐸𝑇 = ∑𝑛𝑖=1 𝑠𝑖 ln(𝑠𝑖). Em que, dada uma venda no mercado industrial se evidencia a probabilidade da venda da firma i como si e a contribuição informacional dessa ação é descrita como – 𝑠𝑖(𝑙𝑛𝑠₁). Dessa forma, o ET irá indicar o conteúdo informacional esperado pelo evento, calculando sobre todas as empresas da indústria. É uma informação prestada pela “empresa média” e “quanto maior for essa, menor será o grau de surpresa associado à mensagem e menor o índice de entropia; em consequência, maior será a concentração” (Kupfer, 2002). O limite inferior desse índice é zero, o que corresponde ao um grau de concentração máxima e em situação de monopólio 𝑠 = 1.. 0 ≤ 𝐸𝑇 ≤ 1𝑛(𝑛).

(28) 28. 1.1.5. Barreiras à entrada. Carlton e Perloff (1994) definem barreira à entrada como sendo um dos mais importantes fatores estruturais que determinam o desempenho de uma indústria, uma vez que tal fator demonstra a habilidade que a firma tem para entrar em uma indústria. Bain (1956) e diversos autores da literatura de organização industrial desenvolveram uma vasta análise dos fatores que determinam essas barreiras à entrada e assim, pode-se classificá-las em quatro tipos: . Diferenciação de produto: é relativo à preferência em adquirir um produto de uma empresa já existente do que produtos similares oferecidos por novos produtores. O controle ao acesso à tecnologia necessária para a produção dos produtos, o montante gasto em propagandas e consolidação do produto (fidelização), a durabilidade e complexidade de cada produto que geram a reputação do produto, canais de distribuição e também a existência de consumo conspícuo que é atribuído à alguns produtos e marcas, esses são pontos que elevam o nível de barreira à entrada para novas firmas.. . Vantagens de custo absoluto: essa vantagem está relacionada ao fato das empresas já consolidadas no mercado produzirem a mesma quantidade de produto e com a mesma qualidade das empresas entrantes, porém com um custo menor, isso por possuírem acesso exclusivos a determinados ativos ou recursos. Isso se dá pela capacitação de recursos humanos qualificados (empresas entrantes tem dificuldade de recrutar pessoal já qualificado), tecnologias que estão disponíveis somente para empresas já estabelecidas, controle do suprimento de matérias primas e a compra dessas matérias de forma mais barata pelas empresas consolidadas no mercado, menor custo para obtenção de capital, integração vertical que reduz custo para empresas já estabelecidas.. . Economias na produção em larga escala: a economia de escala pode ser derivada da redução de custos pelo aumento de planta ou da firma (economia de escala real), ou derivada de pagamento de preços menores na aquisição de insumos, transportes, propagandas e outros gastos relacionados à venda, caracterizando uma economia de escala pecuniária. As economias de escala real são.

(29) 29. classificadas em três categorias: técnicas, gerenciais, e especialização de trabalho. . Grau de investimentos de capital inicial: para a viabilização de uma nova firma e instalação de maquinário e construção da planta, as empresas entrantes apresentam um alto grau de investimento. Uma firma entrante que não possui uma base de negócio previamente estabelecida encontrará dificuldades em obter grandes montantes de capital necessários para sua instalação. Isso porque bancos tendem a ser relutantes e cobram juros mais elevados em possíveis empréstimos e o mercado de capitais se mostra avessa a empresas sem reputação e não estabelecidas.. Essas condições de entradas em uma indústria podem ser analisadas através das vantagens que as firmas estabelecidas possuem sobre as firmas entrantes. Essas vantagens podem ser identificadas mediante o aumento de preços que as firmas estabelecidas podem propor, desta forma, não atraindo novos competidores. Vale destacar ainda que as barreiras à entrada que foram citadas, considerando a natureza de cada uma, são estruturais estáveis e possuem dificuldade de modificações no tempo, principalmente no que diz respeito a novas firmas. Assim, pode-se afirmar que essas barreiras à entrada condicionam o comportamento das firmas.. 1.1.6. Sindicalização. Por fim, diversos estudos mostram o efeito da sindicalização na estrutura de uma indústria e seus reflexos no desempenho de cada firma. “If an industry is highly unionized, the union may be able to capture the industry profits by extracting them through higher wages” (CARLTON e PERLOFF, 1994, p. 349). O ponto principal em relação aos sindicatos está atrelado ao que diz respeito à coordenação de salários e preços dos produtos oferecidos por determina indústria. Com salários mais altos o valor desses bens ou serviços tende a se elevar. A sindicalização, portanto, leva os preços finais aos consumidores a patamares mais altos, mesmo que os lucros das firmas sejam excessivos..

(30) 30. 1.2.. Conduta. A conduta de uma firma em relação ao sistema de mercado inserido, a outras firmas que compõe a indústria e, também, ao próprio governo são fundamentais para a análise ECD. Isso porque se refere ao comportamento das firmas com o objetivo de maximizar seus lucros. A conduta está diretamente ligada às ações que a firmas promovem em relação à política de preços, à produção e à natureza dos produtos, assim como a sua comercialização com atividades promocionais e de divulgação. “A conduta de mercado refere-se aos padrões de comportamento que as empresas seguem para se adaptar ou ajustar aos mercados nos quais elas atuam, ou seja, ao complexo de atuações, práticas e políticas que os vendedores utilizam para, coordenando suas diversas decisões, chegar à conclusão dos preços que deverão fixar, das produções que deverão fabricar, dos custos em que poderão incorrer, dos desenhos dos produtos que irão oferecer, entre outros” ”. (BRUMER, 1981, p. 22). A conduta de mercado pode ser relacionada em duas fases distintas que forma descritas por Bumer (1981). A primeira em relação ao caráter de coordenação entre as firmas e a segunda, no que diz respeito à formula adotada pelas firmas para as tomadas de decisão em relação aos preços. Essas duas fases estão relacionadas entre si, pois na primeira fase é determinado se as firmas atuarão de forma independente ou não e, na segunda, qual a política de preço que será adotada. Vale destacar que, em um mercado em que as firmas decidam pela não coordenação, esses ofertantes deverão tomar suas decisões de preços e de quantidade a ser produzida sem estabelecer acordos entre si. Existem vários aspectos de conduta de mercado que, segundo Bain (1959), podem ser pontuadas nos cinco pontos abaixo: 1. Os objetivos da firma em relação à política de preços, por exemplo a maximização de lucros; 2. Qual o método empregado para atingir o objetivo imposto pela política de preços;.

(31) 31. 3. Política de produtos, no que se refere à variedade de produtos ofertados pela firma; 4. Política promocional, papel publicitário e promoções de vendas em políticas individuais ou coletivas no mercado; 5. Meios de coordenação para atingir os objetivos, pois as firmas podem adotar práticas independentes, ou alguma forma de coordenação tácita ou até mesmo explícito. Estes são os pontos principais do comportamento compreendido na conduta de mercado das firmas, de tal forma a associá-los com estrutura de mercado e o desempenho que será obtido através dessas condutas.. 1.3.. Desempenho. O desempenho, por sua vez, dentro do paradigma ECD refere-se aos resultados que cada firma da indústria atinge dado a estrutura de mercado e mediante a conduta adotada. Segundo Carlton e Perloff (1994), no paradigma ECD, o desempenho da indústria está sujeito à conduta que os vendedores e compradores adotam, dependendo da estrutura de mercado. A mensuração do desempenho de mercado é um dos pontos principais para se responder ao questionamento proposto no início deste capítulo em referência aos estudos de Carlton e Perloff (1994), se o poder de mercado é exercido em uma indústria. O desempenho medido dentro do ECD mostra alguns aspectos importantes da atuação da indústria: os resultados técnicos, que mostram a capacidade de se operar com tamanhos de planta, devem ser eficientes; resultados financeiros, expressos pela margem de lucro; resultado de inovação, que advém dos investimentos das firmas em pesquisas e desenvolvimento e na elaboração de novos produtos e processos; resultados promocionais, que estão na relação entre os custos de venda e os custos de produção, e sua relação com o preço final. De acordo com Carlton e Perloff (1994), existem três formas de mensuração do desempenho de uma indústria, sejam elas direta ou indireta essas mensurações refletem o lucro obtido na indústria e a relação entre o preço e o custo:.

(32) 32. . Taxas de retorno: com base no lucro sobre o que foi investido.. . Margem de preço-custo: baseado na diferença entre o preço e o custo marginal.. . Q de Tobin: refere-se à relação entre o valor de mercado de uma empresa e seu valor com base no custo de reposição de seus ativos.. 1.3.1. Taxas de retorno. A taxa de retorno é mensurada através do quanto é ganho por valor investido, entretanto existem algumas relações que devem ser levadas em consideração como o lucro econômico e preço praticado no mercado. Essa taxa de retorno deverá ser analisada com base na relação entre esses pontos. Existem diferenças importantes entre o lucro econômico e o contábil, sendo que o primeiro é dado pela receita menos mão de obra, materiais, a parte do que foi apropriado do custo de capital. O cálculo da receita, de mão de obra, e materiais são relativamente fáceis, no entanto, o problema encontrado para se chegar lucro econômico está associado à mensuração do custo de capital. Nesse caso o ideal seria considerar todos os bens de capital como alugados e a taxa de aluguel se equivaleria a este custo de capital. Assim, o cálculo do lucro econômico se daria pela seguinte expressão:. 𝜋 = 𝑅 − 𝑚ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠 − 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙. Onde R é a receita e custo de capital é a taxa de aluguel ao longo do tempo. Dado essa expressão, o valor de capital pode ser considerado como pkK, onde pk é o preço de capital e K é a quantidade de capital. Ademais, a taxa de aluguel pode ser reescrita como (r + δ), assim o lucro econômico:. π = R – mão de obra – custo de materiais – (r + δ)pkK. O r é a taxa de retorno obtida sendo que o lucro econômico é igual a zero (π = 0), assim:.

(33) 33. 𝑟=. 𝑅−𝑚ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎−𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑖𝑠−𝛿𝑝𝑘𝐾 𝑝𝑘𝐾. Dessa forma, pode-se calcular a taxa de retorno obtida (r), levando em consideração a receita, mão de obra, custo de materiais e a taxa de aluguel (como custo de capital). Contudo, outro ponto considerado por Carlton e Perloff (1994) está relacionado às taxas de retorno e o preço. Quanto que os preços ou receitas devem contrair para que uma indústria altamente lucrativa apresente taxas de retornos normais com o restante do mercado? Suponha-se uma firma que apresente um lucro cinco por cento maior que o restante das firmas das indústrias. Ou seja, r* = r + 0,05, se a receita da firma é R*, então:. r* = [R* – mão de obra – custo de materiais - δpkK]/ pkK = r + 0,05. À medida que a receita ou o preço caem para se atingir uma taxa de retorno compatível ao mercado, pode-se considerar então a receita como R - R*, assim:. r – r* = -0,05 = (R – R*)/pkK. Multiplicando pkK nos dois lados da expressão:. R – R* = -0,05pkK. Então, para que a firma apresente taxas de retornos normais, será necessário que caia cinco por cento do valor de capital. Porém, não significa que as diferenças entre taxas de retorno entre as indústrias concentradas ou não concentradas estejam atreladas somente ao fator preço. Ademais, indústrias com baixo valor de capital e com lucros excessivos podem transmitir pequenas alterações nos preços..

(34) 34. “In other words, even large differences in rates of return between concentrated and unconcentrated industries do not necessarily imply prices that are much above the competitive level. in industries with low values of capital, even large excess returns can translate into tiny price overcharges.” (CARLTON e PERLOFF, 1994, p. 336). Esses são os dois pontos principais levantados em relação a taxa de retorno, que dizem respeito ao lucro econômico e o contábil, se diferem em suas bases de cálculo e em relação às indústrias que possuem ganhos excessivos e sua correlação às mudanças de preços. Esses são aspectos importantes para a análise do desempenho das firmas, uma vez que mensuram o quanto a firma é lucrativa em termos reais.. 1.3.2. Margem de Preço-Custo. A utilização da margem de preço-custo por diversos economistas se dá para não incorrer em erros vinculados a cálculos das taxas de retornos como vimos anteriormente. Entretanto, a diferença entre margem de preço-custo e taxas de retorno pode ser baixa e dependerá qual índice de desempenho que será utilizado. Este índice é comumente utilizado para a avalição de desempenho de mercado, pois mede a distância entre o preço praticado e preço competitivo, ou seja, quanto maior for a margem, maior será a diferença entre o preço e o custo marginal Dado que a margem de preço-custo para a maximização de lucro de uma firma é igual ao inverso da elasticidade da demanda (negativo), ε, assim:. 𝑝−𝑀𝐶 𝑝. 1. = −𝜀. Da mesma forma que o cálculo da taxa de retorno apresenta falhas de mensuração de suas variáveis, o custo marginal possui particularidades para o seu cálculo devido a acessibilidade de todas as informações que compões o custo de uma firma, porém qualquer aproximação de cálculo tende a ignorar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e custos de anúncios, por exemplo..

(35) 35. 1.3.3. Q de Tobin. Por fim, Carlton e Perloff propõe o último índice de mensuração de desempenho de uma firma chamado Tobin’s q. Esse índice é calculado através do custo de reposição dos ativos de uma empresa sobre o seu valor de mercado. Ou seja, esse índice é calculado através da razão entre ao valor da firma (valor de mercado mais as dívidas) pelo valor de reposição dos seus ativos (VRA). O índice não é tão comumente utilizado quanto às taxas de retorno e a margem de preçocusto. Isso se deve ao fato de que, apesar da facilidade que se tem para obter a informação sobre o valor de mercado (preço das ações multiplicado pela base acionária), o cálculo das dívidas da empresa e VRA possuem dificuldade de mensuração. Em especial, o VRA o sofre forte influência do tempo devido à depreciação dos bens.. 1.4.. Limitações do paradigma ECD. Como foi visto nas seções anteriores os cálculos tanto da estrutura quanto do desempenho de uma firma fica limitado à alguns critérios de mensuração das informações que são necessárias. Mesmo assim, o paradigma ECD ao introduzir cálculos em sua essência e, por outras vezes, ao incorporar a econometria em sua análise de tal forma a sistematizar as relações econômicas com a indústria, elevou o grau de análise das firmas e a compreensão da relação entre as condutas das firmas mediante o cenário pré-existente. Em contrapartida, existem críticas ao ECD, que são descritas por Fiuza (2001) como: 1. Limitações dos dados disponíveis; 2. Dificuldade do uso de dados em cross-section para a identificação de parâmetros estruturais; 3. Problemas de dados relacionados à endogeneidade..

(36) 36. 1.4.1. Limitações da mensuração de concentração. Segundo Carlton e Perloff (1994), a mensuração da concentração possui dois sérios problemas. O primeiro se refere ao cálculo de concentração de firmas que são afetados por diversos fatores. Por exemplo, a rentabilidade da firma pode ser impactar o grau de concentração dificultando a entrada de novas empresas, isso porque, quanto menor o grau de competitividade em uma estrutura de mercado maior será os ganhos das firmas que compõe a indústria. O segundo problema levantado por Carlton e Perloff é referente aos vieses que os cálculos de concentração possuem. Para que a concentração de mercado seja um indicativo importante de desempenho, deve se analisar uma amostra grande de firmas dessa indústria, caso contrário, não se poderá aplicar a concentração na formação de preços e, portanto, desempenho. Como vimos anteriormente, alguns índices de concentração não compreendem todos as firmas de uma indústria e, assim, pode-se cair em erros na avaliação de desempenho de uma indústria no que diz respeito ao ECD. Outro ponto a se destacar é referente à escolha de índice para o tipo de análise que se deseja efetuar. Medidas sumárias como vista anteriormente, como HH e ET, são mais indicadas para a análise de concentração de mercado do que medidas parciais, como o índice CR(k).. 1.4.2. Limitações na análise de taxas de retorno. A análise das taxas de retorno em uma firma é comumente utilizada para a mensuração do desempenho da desta e das indústrias em geral. Isso porque, este indicador compreende informações relevantes dentro de uma empresa e expressa de fato o seu comportamento mediante a estrutura de mercado. Carton e Perloff (1994) revela algumas limitações que este tipo de cálculo pode apresentar. Um dos pontos levantados é referente ao histórico do valor de capital da firma, que deveria ser calculado através do custo de reposição dos ativos, determinando assim a taxa de retorno. Porém, como o custo histórico é diferente do custo real de reposição de ativos, o cálculo do valor econômico é prejudicado, assim como a mensuração da taxa de retorno..

(37) 37. Outro fator de limitação da taxa de retorno está atrelado à depreciação que muitas vezes não são compostas corretamente dentro das firmas. O cálculo da depreciação por vezes é baseado em uma fórmula fixa e não se considera cada tipo de ativo e a forma correta de depreciá-lo. O terceiro problema, por sua vez, está na mensuração de publicidade e em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Tendo por base o histórico do capital, como foi visto, a publicidade e o P&D possuem o poder de impactar os custos das firmas. Porém, os impactos gerados por investimentos nessas áreas geram efeitos nos anos seguintes, diferentemente de investimentos aplicados à planta produtiva, por exemplo. A estimação da taxa de retorno também será impactada pela inflação de tal forma que será gerada uma taxa real ou nominal ao se incluir ou não os efeitos da inflação. A comparação entre essas duas taxas deve ser feita com cuidado, mediante os resultados finais que se obterão. Os efeitos da inflação na taxa de retorno poderão mostrar se o desempenho da firma de fato foi real, ou somente vista em questões contábeis. Essas são algumas limitações que o esse indicador de desempenho pode apresentar, todavia, é importante ressaltar que, em sua maioria, as limitações são contornáveis. Os critérios de avaliação de desempenho de uma firma passarão pelas premissas que determinarão as bases utilizadas para o cálculo. Assim, a limitação, por exemplo, descrita pela inflação deverá ser sanada. Bem como a utilização do histórico do valor de capital da empresa.. 1.5.. O modelo ECD aplicado e estudos empíricos sobre o setor automotivo. brasileiro. O estudo da indústria automobilística brasileira na academia é vasto e diversos autores analisam essa indústria sobre óticas diferentes. O paradigma ECD como referencial teórico para a análise da estrutura de mercado e o desempenho que a firma apresenta mediante a sua conduta dentro do mercado. Os paradigmas da análise são revelados por Fiuza (2001) em organizações industriais, por meio de estudos de casos e suas inferências dentro da sociedade. A Estrutura-CondutaDesempenho, utilizada em grande escala por pesquisadores nos anos 60, mostra-se como um.

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