• Nenhum resultado encontrado

CADERNO SETORIAL RIO GRANDE DO SUL METAL MECÂNICO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CADERNO SETORIAL RIO GRANDE DO SUL METAL MECÂNICO"

Copied!
110
0
0

Texto

(1)

METAL MECÂNICO

SETORIAL

(2)

APRESENTAÇÃO

O objetivo desse estudo é fazer uma análise do complexo metal mecânico no RS, sem ter a pretensão de esgotar o assunto. Nesse sentido, foi feita uma apresentação das principais características dos setores que compõem esta indústria, sua inserção no contexto nacional e na Região Sul. Ainda, o estudo traz algumas análises conjunturais sobre variáveis como produção, emprego, faturamento, exportações e algumas relacionadas à competitividade do setor.

O complexo metal mecânico envolve diversos setores de atividades. Para fins de elucidação, pode-se dividi-lo de acordo com as seguintes categorias de atividade1:

Como forma de realizar uma análise abrangente acerca não só do macro-setor como também de cada um dos setores que o compõem, o presente estudo está segmentado em 9 capítulos. O primeiro traz a análise para o agregado e os demais para os setores supracitados. Cabe mencionar que este formato pode fazer com que o trabalho seja, por vezes, repetitivo. Entretanto, a estrutura foi elaborada tendo em vista a necessidade dos agentes envolvidos em cada um dos segmentos terem compreensão a respeito de suas especificidades.

(3)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ... 1 SUMÁRIO ... 3 1 INTRODUÇÃO ... 4 2 METALURGIA ... 16 3 PRODUTOS DE METAL ... 29

4 EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA E ELETRÔNICOS... 42

5 MATERIAIS ELÉTRICOS ... 54

6 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ... 65

7 VEÍCULOS AUTOMOTORES ... 79

8 OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE ... 92

(4)

1 INTRODUÇÃO

O complexo metal mecânico é um setor bastante representativo na economia brasileira, englobando a terça parte do total de segmentos industriais e 35,2% do PIB industrial. No estado do Rio Grande do Sul, este macro setor é marginalmente maior, representando 37,6% do PIB industrial.

Os segmentos que compõem o complexo metal mecânico e sua participação relativa no mesmo podem ser observados na figura 1.1, tanto para o Brasil quanto para o Rio Grande do Sul. Neste sentido, nota-se que o segmento de maior relevância é o de veículos automotores que, em ambas as esferas, é responsável por 31% do VTI total do macro-setor2. O segundo maior segmento, no Brasil, é o de metalurgia (17%), seguido pelo de máquinas e equipamentos (14%) e de produtos de metal (13%). No Rio Grande do Sul, a segunda posição é ocupada pelo setor de máquinas e equipamentos (24%), seguido pelo de produtos de metal (18%) e de metalurgia (14%).

No que tange à participação do setor gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, a importância das indústrias gaúchas de máquinas e equipamentos e de

2 Destaca-se que o VTI, por ser a diferença entre o valor da produção e o custo de matérias-primas e

Figura 1.1: Participação % de cada setor no total do complexo metal mecânico (VTI)

Brasil Rio Grande do Sul

(5)

produtos de metal fica evidente. Como pode ser visto na figura 1.2, do VTI total gerado pelo setor de máquinas e equipamentos no Brasil, o Rio Grande do Sul é responsável por 13,4%. No caso do setor de produtos de metal, este percentual é de 11,5%.

1.1 Estabelecimentos

No Brasil, existem cerca de 78,3 mil estabelecimentos pertencentes ao complexo metal mecânico, o que equivale a 25% do total da indústria de transformação nacional. Como pode ser visualizado na figura 1.3, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 80% destes.

Figura 1.3: Distribuição dos estabelecimentos do complexo metal mecânico (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

Figura 1.2: Participação % dos setores do complexo metal mecânico – RS/BR (VTI)

Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

3,3% 11,5% 3,7% 5,2% 13,4% 6,9% 1,8% 6,5% Metalurgia Produtos de

metal Equipamentosde informática e eletrônicos

Materiais

elétricos equipamentosMáquinas e automotoresVeículos equipamentosOutros de transporte Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

(6)

Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 28,5 mil e 8,7 mil estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 9,8 mil estabelecimentos no setor, o que equivale 41% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância do setor metal mecânico gaúcho fica evidente quando se observa que é o segundo em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 12,5% do total nacional.

A distribuição espacial destes estabelecimentos através do Rio Grande do Sul pode ser observada na figura 1.3. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (44,3%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (26,4%) e Noroeste (15,2%).

Tabela 1.1: Número de estabelecimentos do complexo metal mecânico no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

Cabe mencionar que, no metal mecânico, há a predominância de

estabelecimentos de micro e pequeno porte3, sendo estes responsáveis por 95,5% do

total brasileiro e por 96,35% do total gaúcho. Ainda, os setores que compõem esta indústria seguem a mesma tendência, sendo todos constituídos praticamente por estabelecimentos de micro e pequeno porte, com participações que variam em torno dos 90%.

A desagregação dos dados pelos setores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence ao setor de produtos de metal,

3 No presente trabalho foi utilizada a classificação do SEBRAE para a definição do porte dos estabelecimentos.

Micro: empresas que possuam de 0 a 19 vínculos ativos; Pequena: empresas que possuam de 20 a 99 vínculos ativos;

Número % Número % Número %

Metalurgia 4.575 1,5 1.203 1,3 521 1,5

Produtos de metal 34.327 10,9 11.373 12,0 4.715 13,4

Equipamentos de informática e eletrônicos 3.566 1,1 812 0,9 319 0,9

Materiais elétricos 4.369 1,4 1.189 1,3 485 1,4

Máquinas e equipamentos 13.339 4,3 4.797 5,0 2.075 5,9

Veículos automotores 5.557 1,8 1.560 1,6 607 1,7

Outros equipamentos de transporte 1.054 0,3 252 0,3 94 0,3

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 11.558 3,7 2.809 3,0 963 2,7

Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9

Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100

(7)

seguida pelos setores de máquinas e equipamentos e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos.

1.2 Emprego

No Brasil, o complexo metal mecânico emprega cerca de 2,27 milhões de trabalhadores formais. Como esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. Entretanto, a região Sudeste apresenta concentração ainda maior. Como foi observado na figura 1.3, 54,2% do total de estabelecimentos estão situados ali. Em termos de quantidade de trabalhadores, este percentual se eleva para 65,1% (figura 1.4). Isso decorre da elevada presença de empresas de médio e grande porte na região.

Figura 1.4: Distribuição dos trabalhadores formais do complexo metal mecânico (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

No Rio Grande do Sul, há 223,4 mil indivíduos empregados no macro-setor (aproximadamente 1 em cada 3 do total da indústria de transformação gaúcha) e, como pode ser visto na figura 1.4, estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre, Nordeste e Noroeste.

A abertura dos dados para os subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos empregados está vinculada aos setores de produtos de metal, de máquinas e equipamentos e de veículos automotores, que juntos concentram 76% da mão-de-obra formal do macro-setor.

(8)

Tabela 1.2: Número de trabalhadores formais do complexo metal mecânico no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul

(em mil)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

No Rio Grande do Sul, a média de empregados por estabelecimento no complexo metal mecânico é de 22,8 – no Brasil esta relação é de 29. Neste sentido, o setor que mais se destaca é o de veículos automotores, como pode ser visto na tabela 1.3. Isso se deve ao fato de que, no Estado, mais de 11,5% das empresas deste segmento são de médio e grande porte. O setor com menor relação média trabalhadores/estabelecimento é o de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos.

Tabela 1.3: Número médio de trabalhadores por estabelecimento (Rio Grande do Sul – por porte)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

1.3 PIB

Conforme mencionado anteriormente, o complexo metal mecânico é bastante representativo. No Rio Grande do Sul, o setor de veículos automotores, com VTI de R$ 5,6 bilhões é o que mais se destaca, sendo responsável por 11,7% do total da indústria

Número % Número % Número %

Metalurgia 254,0 3,4 42,1 2,2 14,4 2,1

Produtos de metal 526,2 7,0 131,6 6,8 59,7 8,6

Equipamentos de informática e eletrônicos 165,1 2,2 32,8 1,7 13,6 2,0

Materiais elétricos 212,8 2,8 63,3 3,3 13,2 1,9

Máquinas e equipamentos 373,7 5,0 123,5 6,4 58,8 8,5

Veículos automotores 506,2 6,7 107,6 5,5 51,1 7,4

Outros equipamentos de transporte 93,3 1,2 7,4 0,4 2,0 0,3

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 137,5 1,8 24,5 1,3 10,7 1,5

Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2

Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100

Brasil Região Sul RS

Micro Pequena Média Grande Total

Metalurgia 5,1 41,9 200,7 809,6 27,6

Produtos de metal 4,1 40,8 198,0 883,8 12,7

Equipamentos de informática e eletrônicos 5,0 43,0 222,3 1.154,6 42,7

Materiais elétricos 5,6 40,5 249,5 962,0 27,1

Máquinas e equipamentos 5,4 42,3 205,5 1.168,0 28,3

Veículos automotores 6,2 44,1 214,5 1.658,5 84,1

Outros equipamentos de transporte 5,0 45,3 211,0 0,0 21,5

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 3,4 36,1 273,6 944,5 11,1

Total Metal-Mecânico 4,6 41,6 210,3 1.190,6 22,8

(9)

Tabela 1.4: Valor da transformação Industrial (R$ bilhões)

Fonte: IBGE. PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

1.4 Exportações

As exportações do setor metal mecânico do Brasil apresentaram menor volatilidade que os embarques do Rio Grande do Sul na última década. Em nível nacional, houve um crescimento ininterrupto entre 2002 e 2008; já no Estado, as exportações praticamente estagnaram entre 2005 e 2007. A crise financeira internacional de 2008 reduziu pela metade os valores exportados pelo Rio Grande do Sul em 2009, após um notável crescimento de 44,2% no ano anterior. Já a queda no Brasil, devido à turbulência de 2008, foi de -36,22%.

Figura 1.5: Evolução do valor exportado pelo complexo metal mecânico (em US$ bilhões)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MDIC/Aliceweb. Elaboração: FIERGS/UEE.

Dos 7 setores que compõem o segmento metal mecânico, 5 apresentaram avanço no ano passado em relação a 2009 no Estado (apenas em “máquinas, aparelhos e materiais elétricos” e “outros equipamentos de transporte” houve retração).

VTI % VTI % VTI %

Metalurgia 36,9 6,1 4,0 3,2 2,6 5,4

Produtos de metal 27,8 4,6 5,8 4,6 3,2 6,6

Equipamentos de informática e eletrônicos 16,6 2,7 2,8 2,2 0,7 1,5

Materiais elétricos 17,8 2,9 5,2 4,1 0,9 1,9

Máquinas e equipamentos 29,7 4,9 8,7 6,8 4,3 9,0

Veículos automotores 67,2 11,1 14,7 11,6 5,6 11,7

Outros equipamentos de transporte 9,8 1,6 0,5 0,4 0,2 0,4

Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 8,2 1,3 1,2 0,9 0,6 1,2

Metal-Mecânico 213,9 35,2 43,0 33,8 18,2 37,6

Total da Indústria de Transformação 607,7 100 127,1 100 48,3 100

Brasil Região Sul RS

22,6 21,5 25,0 36,0 44,1 49,5 56,9 65,7 41,9 51,8 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 1,3 1,3 1,5 2,2 2,7 2,6 2,9 4,2 2,1 2,8 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10

(10)

No mesmo período, houve um aumento da importância do setor na pauta exportadora gaúcha: 14% para 18%.

Tabela 1.5: Exportações gaúchas do segmento metal mecânico em períodos selecionados

(R$ bilhões)

Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE.

O panorama é outro para o Brasil: os subsetores que apresentaram retração em 2010 foram “equipamentos de informática” e “máquinas, aparelhos e materiais elétricos”. A participação da categoria sofreu leve retração, passando de 27% para 26%.

Tabela 1.6: Exportações brasileiras do segmento metal mecânico em períodos selecionados

(R$ bilhões)

Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE.

2009 2010

US$ milhões Part. % no total exportado US$ milhões Part. % no total exportado Metalurgia 45,4 0,3% 81,1 0,5% Produtos de Metal 399,2 3% 446,2 3% Equipamentos de Informática 108,2 0,7% 140,1 1% Máquinas, aparelhos e materias elétricos 173,3 1% 141,7 1% Máquinas e equipamentos 1.041,0 6,8% 1.400,7 9% Veículos Automotores 349,7 2% 538,4 3% Outros Equipamentos de Transporte 6,1 0,0% 4,4 0%

Total do Grupo 2.122,8 14% 2.752,7 18%

Total da Indústria de Transformação 11.858,5 77,8% 13.041,8 85%

Total das Exportações 15.236,1 100% 15.382,4 100%

2009 2010

US$ milhões Part. % no total exportado US$ milhõesPart. % no total exportado

Metalurgia 13.421,8 9% 16.384,2 8%

Produtos de Metal 1.983,8 1% 2.043,4 1% Equipamentos de Informática 2.814,4 2% 2.629,3 1% Máquinas, aparelhos e materias elétricos 3.112,5 2% 3.088,5 2% Máquinas e equipamentos 7.328,9 5% 9.585,5 5% Veículos Automotores 8.238,3 5% 12.400,9 6% Outros Equipamentos de Transporte 4.996,3 3% 5.591,6 3%

Total do Grupo 41.896,1 27% 51.723,4 26%

Total da Indústria de Transformação 106.037,8 69% 128.237,9 64%

(11)

Os principais destinos das exportações estaduais do metal mecânico no ano passado foram Argentina, Estados Unidos e Chile. Já os principais importadores em escala nacional foram Argentina, Estados Unidos e México.

Figura 1.7: Principais destinos das exportações do Metal Mecânico do Rio Grande do Sul em 2010

Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE.

Destaca-se também que as principais vias de escoamento das exportações brasileiras do setor no ano passado foram: marítima, rodoviária e aérea. Para o Rio Grande do Sul, há uma troca entre os dois primeiros lugares e a via aérea permanece na terceira posição.

Tabela 1.7: Principais vias de exportação.

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE.

A crise financeira internacional de 2008 provocou uma redução significativa no quantum exportado, tanto pelo Brasil quanto Rio Grande do Sul. Nesse sentido, o aumento verificado em 2010 nas quantidades exportadas, no entanto, mostrou-se insuficiente para devolver o nível pré-crise. Hoje, a quantidade exportada de produtos do metal mecânico pelo RS está 12% abaixo do nível verificado em 2007.

US$ milhões 1° ARGENTINA 620,1 2° EUA 289,9 3° CHILE 214,7 4° PARAGUAI 188,9 5° MÉXICO 160,6 6° URUGUAI 129,5 7° ALEMANHA 91,4 8° ÁFRICA DO SUL 83,4 9° PERU 81,1 10° VENEZUELA 80,5 US$ Milhões 1° Marítima 29.267,4 2° Rodoviária 8.694,7 3° Aérea 6.656,2 4° Meios Próprios 4.864,8 5° Linha de Transmissão 1.125,5 US$ Milhões 1° Rodoviária 1.224,2 2° Marítima 1.176,9 3° Aérea 265,4 4° Meios Próprios 5,5 5° Ferroviária 4,4

(12)

Figura 1.8: Evolução dos preços e quantidades exportadas pelo complexo metal mecânico

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: Funcex. Elaboração: FIERGS/UEE.

1.5 Indicadores Conjunturais

Os dados de produção, disponibilizados pelo IBGE, mostram que, entre os anos de 2002 e 2010, o complexo metal mecânico cresceu 53,7% (numa média de 5,5% a.a.) enquanto que no Brasil a expansão acumulada no período foi de 55% (média de 5,6% a.a.), o que evidencia uma pequena diferença de performance por parte deste setor no Rio Grande do Sul. Cabe destacar que, em ambos os casos, o setor que mais contribuiu para tal crescimento foi o de veículos automotores.

Figura 1.9: Produção física do complexo metal mecânico (var % em relação ao ano anterior)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE/PIM. Elaboração FIERGS/UEE.

100 111,4

79,7 92,6 114,2

104,4 104,8

2007 2008 2009 2010

Índice Quantum Índice Preço

100 100,5

71,9

88,0 114,7 112,3 115,0

2007 2008 2009 2010

Índice Quantum Índice Preço

-17,1 2,6 15,7 5,4 4,4 10,5 6,0 -13,5 17,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 21,0 5,8 21,8 -2,4 7,1 26,1 12,2 -15,9 24,7 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

(13)

Da análise dos dados mais recentes, observa-se que em 2009 a produção setorial apresentou uma queda mais acentuada no Estado em relação ao País. Entretanto, a retomada do crescimento foi mais expressiva no primeiro, de modo que, em ambos os casos, o macro-setor recuperou o nível de produção em que se encontrava em 2008.

Segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) calculado pela FIERGS – um indicador mais abrangente, baseado em variáveis como emprego, horas trabalhadas, vendas e compras industriais, utilização da capacidade instalada e massa real de salários – a queda do setor em 2009 foi ainda mais acentuada e a recuperação menos expressiva do que aquelas registradas pela produção.

Os dados desagregados segundo as variáveis que compõem este indicador mostram que as que apresentaram maior queda em 2009 foram as compras industriais e as horas trabalhadas. Destaca-se que a retração desta última variável em relação ao emprego, em um cenário de crise, (como pode ser observado na tabela 1.8) é esperado, dada a pouca flexibilidade do mercado de trabalho brasileiro.

Em 2010, nota-se que apenas as compras industriais, as vendas industriais e a massa real de salários apresentaram expansão superior à queda sofrida em 2009. Entretanto, apenas nos casos das últimas duas variáveis, foi possível retomar o nível registrado em 2008.

Figura 1.10: IDI/RS – complexo metal mecânico (var % em relação ao ano anterior)

Fonte: FIERGS/UEE. 4,4 1,9 7,4 -8,8 -5,3 14,8 14,7 -20,1 18,9 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

(14)

1.6 Competitividade

A relação custos das operações industriais sobre receita total de vendas de produtos industriais releva-se uma importante medida de competitividade, no sentido de que, quanto maior for esta proporção, menos competitiva é a indústria em questão. A figura 1.11 mostra que, neste sentido, o complexo metal mecânico do Rio Grande do Sul está, em 2009, em melhor posição comparativamente ao Brasil.

Figura 1.11: Relação custo/receita – complexo metal mecânico (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE. PIA. Elaboração FIERGS/UEE 56,8 57,4 56,4 58,6 59,2 60,0 59,1 59,5 59,2 56,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 53,8 55,5 57,8 58,4 58,9 58,9 58,3 60,9 60,6 51,8 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Tabela 1.8: Componentes do IDI/RS – complexo metal mecânico (var. % acumulada no ano – 2002 a 2010)

Fonte: FIERGS/UEE. Pessoal Empregado Horas Trabalhadas Vendas Industriais Compras Industriais UCI Massa real de salário IDI 2002 2,0 4,7 12,5 2,8 0,0 - 4,4 2003 1,4 1,9 -8,2 4,4 -2,0 - 1,9 2004 7,9 3,4 3,7 13,6 3,0 - 7,4 2005 -1,2 -5,9 -11,4 -15,8 -4,1 - -8,8 2006 -1,4 -1,5 -4,9 -13,4 -1,9 - -5,3 2007 8,4 13,0 19,8 28,2 5,2 7,7 14,8 2008 13,7 15,3 9,3 20,0 5,4 15,9 14,7 2009 -9,9 -21,7 -12,7 -32,5 -11,8 -12,6 -20,1 2010 9,4 16,2 15,0 40,9 8,8 15,6 18,9 Var.% acumulada 29,5 15,9 5,5 26,4 1,0 1,1 18,2 Var.% Média ao ano 3,3 1,9 0,7 3,0 0,1 6,0 2,1

(15)

Entre os anos de 2000 e 2009, no Estado, esta proporção caiu de 53,8% para 51,8%, enquanto que, no País, passou de 56,8% a 56%, acentuando, desta forma, o diferencial existente.

Outra medida utilizada para mensurar competitividade é o Custo Unitário do Trabalho (ULC), que mede os custos de produção por trabalhador através da relação entre salários em US$ e produtividade4. Nota-se que, de acordo com este indicador, o Rio Grande do Sul apresenta vantagens em comparação ao Brasil.

No Estado, o custo unitário do trabalho aumentou 134% no acumulado entre 2001 e 2010 (média de 9,9% a.a.), frente a um crescimento bem menos expressivo observado para o Brasil no mesmo período, de 141,5% (média de 10,3% a.a.). Como pode ser visto na figura 1.12, embora a produtividade tenha crescido menos no Estado, os aumentos de salários mais moderados fizeram com que o custo unitário do trabalho se elevasse menos aqui.

4 A produtividade foi mensurada como a razão entre a produção e o número de trabalhadores.

Figura 1.12: Custo unitário do trabalho (ULC) – complexo metal mecânico (var % acumulada – 2001 a 2010)

Fonte: IBGE/PIMES. Elaboração FIERGS/UEE.

141,5 15,1 181,7 134 14,6 168,2

ULC Salário em US$ Produtividade Brasil RS

(16)

2 METALURGIA

Dos aproximadamente 140 produtos comercializados pela indústria de metalurgia no Brasil, pelo menos 13 constam na lista dos 100 produtos e/ou serviços mais vendidos pela indústria brasileira no ano de 2009, como pode ser visualizado na tabela 2.1. Neste contexto, o Rio Grande do Sul se destaca nas vendas de chapas, bobinas, fitas e tiras de aço, relaminadas (com R$ 424,6 milhões, é o terceiro principal Estado neste produto) e de tubos, canos ou perfis ocos de aço com costura (com vendas de R$ 292,2 milhões, se colocando como o quarto principal Estado).

Tabela 2.1: Principais produtos vendidos – Ranking – Brasil (Metalurgia/Indústria de transformação)

Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE. *em Kg.

A indústria metalúrgica gaúcha, com VTI de R$ 2,6 bilhões, representa 14,4% do complexo metal mecânico e 5,4% do total da indústria de transformação do Estado. No Rio Grande do Sul, a representatividade deste setor, em ambas as esferas, é menor em comparação ao Brasil, como pode ser observado na figura 2.1.

Posição Produto Quantidade

(toneladas)

Valor (R$ mil)

29º Vergalhões de aços ao carbono 2.840.684 5.921.054 38º Bobinas a quente de aços ao carbono, não revestidos 3.668.315 5.136.893 49º Bobinas a frio de aços ao carbono, não revestidos 2.565.445 4.251.405 51º Lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono 5.289.305 4.240.928 52º Bobinas ou chapas de aços zincadas (galvanizadas) 1.996.657 4.165.139 55º Chapas, bobinas, fitas e tiras de aço, relaminadas 2.073.188 3.982.837 57º Alumínio não ligado em formas brutas (líquido, massa, lingotes,

biletes, granalhas, etc.) 1.311.611 3.723.596 58º Fio-máquina de aços ao carbono 2.335.738 3.709.285 59º Barras, perfis ou vergalhões de cobre ou de ligas de cobre (latão,

cuproníquel, maillechort, etc.) 442.579 3.673.835 69º Óxido de alumínio (alumina calcinada) 6.690.123 3.345.904 73º Tubos, canos ou perfis ocos de aço com costura, não especificados 1.243.938 3.240.679

81º Ferro-gusa 4.531.574 2.971.632

87º Ouro em barras, fios, perfis, chapas ou outras formas

(17)

Figura 2.1: Participação da indústria de metalurgia (valor da transformação industrial)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

2.1 Estabelecimentos

No Brasil, existem cerca de 4,6 mil estabelecimentos pertencentes à indústria de metalurgia, o que equivale a 1,5% do total de estabelecimentos da indústria de transformação nacional e, como pode ser visualizado na figura 2.2, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 85% destes.

Figura 2.2: Distribuição dos estabelecimentos da indústria metalúrgica (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE. 17,2 6,1 No complexo metal mecânico Na indústria de transformação 14,4 5,4 No complexo metal mecânico Na indústria de transformação

(18)

Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 1,7 mil e 697 estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 521 estabelecimentos no setor, o que equivale 43,3% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância da indústria metalúrgica gaúcha fica evidente quando se observa que é a terceira em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 11,4% do total nacional.

A distribuição espacial destes estabelecimentos no Rio Grande do Sul pode ser observada na figura 2.2. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (55,3%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (23,8%) e Noroeste (10,4%).

Tabela 2.2: Número de estabelecimentos da indústria metalúrgica no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

Cabe mencionar que, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, quase a totalidade dos estabelecimentos do setor de metalurgia é de porte micro e pequeno. A desagregação dos dados pelos subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence à fundição, seguida pela metalurgia dos metais não ferrosos e pela siderurgia.

2.2 Emprego

No Brasil, a indústria metalúrgica emprega 254 mil trabalhadores formais. Como esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. Entretanto, nota-se uma maior concentração na região

Número % Número % Número %

Produção de ferrogusa e de ferroligas 272 0,1 22 0,0 6 0,0

Siderurgia 615 0,2 122 0,1 52 0,1

Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 273 0,1 57 0,1 30 0,1 Metalurgia dos metais não ferrosos 1.374 0,4 395 0,4 166 0,5

Fundição 2.041 0,7 607 0,6 267 0,8

Metalurgia 4.575 1,5 1.203 1,3 521 1,5

Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9

Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100

(19)

Sudeste, que, como visto, concentra 59,3% dos estabelecimentos, é responsável por 72,3% do total de postos de trabalho formal.

A maior concentração do emprego em relação ao número de estabelecimentos se deve, em grande parte, à elevada presença de empresas de grande porte na região. A região Sul, por sua vez, concentra menos empregos do que estabelecimentos.

No Rio Grande do Sul, há 14,4 mil indivíduos empregados no setor e, como pode ser visto na figura 2.3, estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste. Chama atenção o elevado percentual de trabalhadores do setor situados no Nordeste do Estado, o que ocorre devido ao fato de que 14,6% dos estabelecimentos de grande porte sedimentados no Rio Grande do Sul estão localizados nesta região.

Figura 2.3: Distribuição dos trabalhadores formais da indústria metalúrgica (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

A abertura dos dados para os subsetores que compõem a indústria metalúrgica mostra que a maior parte dos empregados está vinculada à fundição e à siderurgia, que juntas concentram 78,8% da mão-de-obra formal do setor.

(20)

Tabela 2.3: Número de trabalhadores formais da indústria metalúrgica no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul

(em mil)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

2.2.1 Perfil do trabalhador – Rio Grande do Sul

Em relação ao total da indústria de transformação, este segmento é o quarto em termos de duração média do contrato de trabalho. O trabalhador permanece empregado, em média, por 62 meses. Os estabelecimentos de grande porte oferecem maior estabilidade (78 meses) e são nas microempresas que os contratos duram menos (41 meses).

Tabela 2.4: Distribuição do Emprego, Estabelecimentos e Características do Trabalhador por Porte das Empresas da Indústria de Metalurgia

1 em meses 2 em salários mínimos 3 por semana em horas contratuais Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

Aproximadamente 85% dos trabalhadores desta indústria são do sexo masculino. Este percentual é maior nas empresas de grande porte (89,4%) e menor nas de porte médio (80,3%). A idade média do trabalhador é de 34,6 anos, sendo que 89,0% têm

Número % Número % Número %

Produção de ferrogusa e de ferroligas 20,8 0,3 0,3 0,0 0,0 0,0

Siderurgia 88,0 1,2 5,6 0,3 3,4 0,5

Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 17,8 0,2 3,5 0,2 1,4 0,2 Metalurgia dos metais não ferrosos 49,8 0,7 5,6 0,3 1,7 0,2

Fundição 77,7 1,0 27,2 1,4 7,9 1,1

Metalurgia 254,0 3,4 42,1 2,2 14,4 2,1

Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2

Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100

Brasil Região Sul RS

Micro Pequena Média Grande Total

Nº de Estabelecimentos 439 54 21 7 521 Nº de Trabalhadores 2.227 2.263 4.215 5.667 14.372 Homem 1.849 1.938 3.387 5.069 12.243 Mulher 378 325 828 598 2.129 Média de Idade 35,6 35,3 35,3 33,6 34,6 Tempo no Emprego¹ 41 47 60 78 62 Remuneração Média² 2,6 2,8 4,2 4,7 3,9 Horas Trabalhadas ³ 43,6 43,5 43,3 43,5 43,4

(21)

está caracterizada na figura 2.4. Uma vez que existem apenas 73 trabalhadores nesta indústria com 65 anos ou mais, o que representa 0,51%, os mesmos foram excluídos do gráfico.

Figura 2.4: Distribuição dos Trabalhadores da Indústria de Metalurgia de Acordo com a Idade

(em %)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

Como mostra a figura 2.5, apenas 8,1% dos trabalhadores possuem educação em nível superior completo e 6,4% em nível superior incompleto. A maior parte dos empregados (36,5%) possui ensino médio completo e é possível observar que grande parte dos funcionários não concluiu o ensino fundamental (20,9%). Cabe destacar que existem 51 trabalhadores nesta indústria com grau de instrução em nível de pós-graduação (mestrado e/ou doutorado).

Figura 2.5: Distribuição Percentual dos Trabalhadores da Indústria de Metalurgia de Acordo com o Grau de Instrução

(em anos de estudo)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

0,2 20,9 17,6 10,0 36,5 6,4 8,1 0,4 Analfabeto Entre 1 e 8

(22)

A tabela 2.5 traz as principais ocupações, em termos de número de trabalhadores. A maior parte das vagas nesta indústria é ocupada por trabalhadores de conformação de metais e de compósitos (17,1%), por trabalhadores de usinagem de metais e de compósitos (9,5%) e por embaladores e alimentadores de produção, com 8,7% do total.

Tabela 2.5: Principais Ocupações dos Trabalhadores da Indústria de Metalurgia

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

2.3 PIB

Em termos de Valor da Transformação Industrial (VTI), utilizado como proxy para o PIB setorial, nota-se que, no Rio Grande do Sul, o segmento da indústria metalúrgica de maior relevância é o de siderurgia, que representa 12,1% do complexo metal mecânico e 4,6% do total da indústria de transformação gaúcha. No que tange à representação do segmento gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, destacam-se a siderurgia (11,5%) e a fundição (9,5%).

Empregados

Trabalhadores de conformação de metais e de compósitos 2.464

Trabalhadores de usinagem de metais e de compósitos 1.365

Embaladores e alimentadores de produção 1.248

Operadores de instalações e equipamentos de produção de metais e ligas (primeira fusão) 1.125

Técnicos em metalmecânica 712

Trab de montagem de tubulações, estruturas metálicas e de compósitos 698

Técnicos de nivel médio em operações industriais 676

Operadores de utilidades 581

Mecânicos de manutenção de máq. e equip.tos industriais, comerciais e residenciais 504

Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 494

Condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de mov. de cargas 402

Profissionais de organização e administração de empresas e afins 363

Escriturários de controle de materiais e de apoio À produção 359

Operadores de instalações e equipamentos de produção de metais e ligas (segunda fusão) 232

Técnicos de nivel médio em operações comerciais 193

Trab de tratamento térmico e de superfícies de metais e de compósitos 187

Supervisores da transformação de metais e de compósitos 176

Montadores de máquinas e aparelhos mecânicos 166

Gerentes de áreas de apoio 147

Eletricistas eletrônicos de manutenção industrial, comercial e residencial 134

Outras ocupações 2.146

(23)

Tabela 2.6: Valor da transformação Industrial (R$ bilhões)

Fonte: IBGE. PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

2.4 Exportações

Em nível nacional, a metalurgia é o setor do metal mecânico que possui a maior representatividade nas exportações, sendo que, em 2010, esse número correspondeu a 31,7%. No Rio Grande do Sul, contudo, o cenário é outro: a fatia da metalurgia na pauta do segmento só não é menor que “outros equipamentos de transporte” (apenas 2,94% no ano passado). Considerando toda a pauta exportadora gaúcha, a metalurgia ganhou espaço no ano passado em relação a 2009, mas os números ainda são modestos (0,3% em 2009 e 0,53% em 2010). No Brasil, houve uma pequena queda de participação da categoria (8,77% em 2009 e 8,11% em 2010).

Figura 2.6: Evolução do valor exportado pela indústria metalúrgica (em US$ milhões)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MDIC/Aliceweb. Elaboração: FIERGS/UEE.

VTI % VTI % VTI %

Produção de ferro-gusa e de ferroligas 3,3 0,5 0,0 0,0 -

-Siderurgia 19,2 3,2 2,7 2,1 2,2 4,6

Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 2,2 0,4 0,3 0,2 0,1 0,3 Metalurgia dos metais não-ferrosos 9,8 1,6 0,2 0,2 -

-Fundição 2,5 0,4 0,8 0,6 0,2 0,5

Metalurgia 36,9 6,1 4,0 3,2 2,6 5,4

Total Metal-Mecânico 213,9 35,2 43,0 33,8 18,2 37,6

Total da Indústria de Transformação 607,7 100 127,1 100 48,3 100

Brasil Região Sul RS

5.978 6.631 8.211 11.123 13.672 16.391 17.323 20.746 13.357 16.312 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 50,4 37,2 46,4 44,7 70,7 64,1 94,8 86,1 44,3 80,1 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10

(24)

A volatilidade das exportações gaúchas de metalurgia foi maior do que a verificada em nível nacional entre 2001 e 2010. Um exemplo disso são as mudanças ocorridas em 2009 com relação a 2008, bem como 2010 tendo por base 2009. Esses períodos correspondem, respectivamente, a recessão e a recuperação da economia diante da crise financeira internacional. No primeiro, a queda das exportações de metalurgia para o Brasil foi de -35,62%, enquanto que a variação entre 2009 e 2010 foi de 22,13%. Já para o Rio Grande do Sul, esses valores foram de -48,49% e 80,72%.

O quantum e os preços dos produtos da categoria ainda estão abaixo do patamar verificado para o Brasil no pré-crise. Com relação ao Rio Grande do Sul, houve um descasamento notável entre preços e quantidades a partir de 2008 que, em parte, foi reduzido em 2010. Porém, a quantidade exportada pelo RS ainda está 26% abaixo do verificado em 2007.

Figura 2.7: Evolução dos preços e quantidades exportadas pela metalurgia

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: Funcex. Elaboração: FIERGS/UEE.

Os países do continente americano concentraram praticamente todo o conjunto das exportações gaúchas de metalurgia em 2010, com destaques para a Argentina, Estados Unidos e Paraguai. Quando somados, essas nações correspondem a mais de 3/4 desse total. 100 94,3 84,1 90,5 127,0 92,0 103,9 2007 2008 2009 2010

Índice Quantum Índice Preço

100 70,8 40,3 74,0 138,1 122,6 116,4 2007 2008 2009 2010

(25)

Figura 2.8: Principais destinos das exportações de Metalurgia do Rio Grande do Sul em 2010

Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE.

Entre os principais produtos do setor exportados pelo Rio Grande do Sul no ano passado, destacaram-se a produção de laminados longos de aço (US$ 49,8 milhões), tubos de aço com costura (US$ 9 milhões) e laminados planos de aço (US$ 7,6 milhões). Essas mercadorias representaram 82% da pauta exportadora de metalurgia do Estado. Em nível nacional, os bens mais importantes foram alumínio e suas ligas (US$ 3,34 bilhões), semi-acabados de aço (US$ 2,59 bilhões) e ferroligas (US$ 2,08 bilhões).

2.5 Indicadores Conjunturais

Os dados de produção, disponibilizados pelo IBGE, mostram que, entre os anos de 2002 e 2010, a indústria metalúrgica gaúcha cresceu 31,3% (numa média de 3,5% a.a.) enquanto que no Brasil a expansão acumulada no período foi de 18% (média de 2,1% a.a.), o que evidencia um maior dinamismo por parte deste setor no Rio Grande do Sul.

Da análise dos dados mais recentes, observa-se que em 2009 a produção setorial apresentou uma queda mais acentuada no Estado em relação ao País. Entretanto, a recuperação em 2010 foi consideravelmente mais intensa no primeiro.

Participação % do Total 1º ARGENTINA 55% 2º EUA 15% 3º PARAGUAI 6% 4º CHILE 5% 5º MEXICO 3% 6º URUGUAI 2% 7º BOLIVIA 2% 8º COLOMBIA 2% 9º ILHAS CAYMAN 1% 10º EQUADOR 1% Demais 7% Total 100%

(26)

Figura 2.9: Produção física da indústria metalúrgica (var % em relação ao ano anterior)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE/PIM. Elaboração FIERGS/UEE.

Segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) – um indicador mais abrangente, baseado em variáveis como emprego, horas trabalhadas, vendas e compras industriais, utilização da capacidade instalada e massa real de salários – a queda do setor em 2009 foi ainda mais acentuada e a recuperação menos expressiva do que aquelas registradas pela produção.

Os dados desagregados segundo as variáveis que compõem este indicador mostram que as que apresentaram maior queda em 2009 foram as compras, a utilização da capacidade instalada e as vendas industriais. O crescimento observado

3,6 6,0 3,4 -2,0 2,8 6,8 3,3 -17,6 17,6 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 5,2 1,3 14,6 -2,9 -0,4 7,9 2,3 -18,5 30,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Figura 2.10: IDI/RS – indústria metalúrgica (var % em relação ao ano anterior)

Fonte: FIERGS/UEE. 0,2 3,9 12,6 -1,0 -0,5 12,5 1,4 -28,7 19,4 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

(27)

em 2010 mostra que apenas a variável massa real de salários (que não apresentou queda em 2009) estava acima do nível registrado em 2008.

2.6 Competitividade

A relação custos das operações industriais sobre receita total de vendas de produtos industriais revela-se uma importante medida de competitividade, no sentido de que, quanto maior for esta proporção, menos competitiva é a indústria em questão. A figura 2.11 mostra que, neste sentido, o segmento de metalurgia do Rio Grande do Sul está em melhor posição comparativamente ao Brasil. Nos anos de 2000 e 2009, esta proporção foi de 43,5%. No País, passou de 54,8% a 60,5%, acentuando, desta forma, o diferencial existente.

Outra medida utilizada para mensurar competitividade é o Custo Unitário do Trabalho (ULC), que mede os custos de produção por trabalhador através da relação entre salários em US$ e produtividade. Nota-se que, de acordo com este indicador, o Rio Grande do Sul apresenta vantagens em comparação ao Brasil.

Tabela 2.7: Componentes do IDI/RS – indústria metalúrgica (var. % acumulada no ano – 2002 a 2010)

Fonte: FIERGS/UEE. Pessoal Empregado Horas Trabalhadas Vendas Industriais Compras Industriais UCI Massa real de salário IDI 2002 -1,8 -2,1 5,8 -2,7 0,9 - 0,2 2003 1,9 4,4 4,0 17,2 -10,1 - 3,9 2004 8,4 10,2 13,4 15,0 14,0 - 12,6 2005 6,2 1,2 0,9 -9,8 1,7 - -1,0 2006 0,1 -1,7 -1,4 4,3 -4,3 - -0,5 2007 5,8 3,4 12,3 29,9 5,5 11,1 12,5 2008 5,1 0,1 1,0 -1,3 0,4 12,1 1,4 2009 -17,1 -18,4 -30,1 -44,5 -41,8 7,9 -28,7 2010 5,0 14,5 4,9 41,6 13,3 38,4 19,4 Var.% acumulada 13,6 10,7 -2,5 27,8 -30,4 86,1 11,9 Var.% Média ao ano 1,6 1,3 -0,3 3,1 -4,4 16,8 1,4

(28)

Figura 2.11: Relação custo/receita – indústria metalúrgica (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE. PIA. Elaboração FIERGS/UEE

No Estado, o custo unitário do trabalho aumentou 1163,1% no acumulado entre 2001 e 2010 (média de 11,3% a.a.), frente a um crescimento bem menos expressivo observado para o Brasil no mesmo período, de 110,3% (média de 8,6% a.a.). Este movimento é explicado por duas vias. Primeiramente, pelo aumento de salários, que foram menos expressivos no Rio Grande do Sul. Em segundo lugar, a produtividade. Enquanto que no Brasil esta caiu 6,6% no acumulado do período, no Estado ela caiu 1,4%. 54,8 56,7 55,9 56,7 54,8 57,9 59,3 60,2 61,1 60,5 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 43,5 49,6 56,5 52,8 49,4 47,9 51,9 62,5 60,8 43,5 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Figura 2.12: Custo unitário do trabalho (ULC) – indústria metalúrgica (var % acumulada – 2001 a 2010)

Fonte: IBGE/PIMES. Elaboração FIERGS/UEE. 163,1

145,2

-6,6

110,3 102,0

-1,4

ULC Salário em US$ Produtividade

Brasil RS

(29)

3 PRODUTOS DE METAL

Dos mais de 200 produtos comercializados pela indústria de produtos de metal no Brasil, dois constam na lista dos 100 produtos e/ou serviços mais vendidos pela indústria brasileira no ano de 2009, como pode ser visualizado na tabela 3.1. Quanto aos artefatos diversos de ferro e aço, o Rio Grande do Sul, com vendas de R$ 191,4 milhões, ocupa a 3ª posição nacional. No que se refere às estruturas de ferro, aço em chapas ou em outras formas, o Estado ocupa a 4ª colocação no ranking nacional, com vendas de R$ 264,8 milhões.

Tabela 3.1: Principais produtos vendidos – Ranking – Brasil (Produtos de metal/Indústria de transformação)

Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

A indústria de produtos de metal gaúcha, com VTI de R$ 3,27 bilhões, representa 17,5% do complexo metal mecânico e 6,6% do total da indústria de transformação do Estado. No Rio Grande do Sul, a representatividade deste setor, em ambas as esferas, é maior em comparação ao Brasil, como pode ser observado na figura 3.1.

Figura 3.1: Participação da indústria de produtos de metal (valor da transformação industrial)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

Posição Produto Quantidade

(toneladas)

Valor (R$ mil)

71º Artefatos diversos de ferro e aço 2.445.398 3.320.381 94º Estruturas de ferro e aço, em chapas ou em outras formas 638.897 2.432.085

13,0

4,6

No complexo metal

mecânico Na indústria detransformação

17,5

6,6

No complexo metal

(30)

3.1 Estabelecimentos

No Brasil, existem cerca de 34,3 mil estabelecimentos pertencentes à indústria de produtos de metal, o que equivale a 10,9% do total de estabelecimentos da indústria de transformação nacional e, como pode ser visualizado na figura 3.2, as regiões Sudeste e Sul concentram mais de 80% destes.

Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Minas Gerais, com 11,14 mil e 4,27 mil estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 4,71 mil estabelecimentos no setor, o que equivale a 41% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância da indústria de produtos de metal gaúcha fica evidente quando se observa que é a segunda em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 13,7% do total nacional.

Figura 3.2: Distribuição dos estabelecimentos da indústria de produtos de metal (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

Cabe destacar que, no Rio Grande do Sul, a indústria de produtos de metal é a mais numerosa em termos de número de estabelecimentos dentre todos os setores que compõem o complexo metal mecânico. A distribuição espacial destes estabelecimentos pode ser observada na figura 3.2. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (42,7%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (27,4%) e Noroeste (16,1%).

(31)

Cabe mencionar que, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, quase a totalidade dos estabelecimentos do setor de produtos de metal é de porte micro e pequeno. A desagregação dos dados pelos subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence à fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada, seguida pela fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas e pela forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais.

Tabela 3.2: Número de estabelecimentos da indústria de produtos de metal no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

Embora a indústria de fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições seja de pouca relevância em termos de número de estabelecimentos no setor de produtos de metal, cabe destacar que o Rio Grande do Sul tem considerável representatividade neste segmento, concentrando cerca de 82% dos estabelecimentos situados na região Sul e mais de 30% em relação ao total do Brasil.

3.2 Emprego

No Brasil, a indústria de produtos de metal emprega cerca de 526 mil trabalhadores formais. Como esperado, a distribuição espacial do emprego segue a tendência daquela observada para os estabelecimentos. A região Sudeste, que, como visto, concentra 51,2% dos estabelecimentos, é responsável por 62% do total de postos de trabalho formal.

A maior concentração do emprego em relação ao número de estabelecimentos se deve, em grande parte, à elevada presença de empresas de grande porte na região. A região Sul, por sua vez, concentra menos empregos do que estabelecimentos.

Número % Número % Número %

Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 11.138 3,5 3.915 4,1 1.543 4,4

Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 614 0,2 161 0,2 73 0,2

Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 6.365 2,0 2.025 2,1 767 2,2

Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas 6.638 2,1 1.996 2,1 885 2,5

Fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições 27 0,0 11 0,0 9 0,0

Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 9.545 3,0 3.265 3,4 1.438 4,1

Produtos de metal 34.327 10,9 11.373 12,0 4.715 13,4

Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9

Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100

(32)

Figura 3.3: Distribuição dos trabalhadores formais da ind. de produtos de metal (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

No Rio Grande do Sul, há 59,7 mil indivíduos empregados no setor e, como pode ser visto na figura 3.3, estes estão fortemente concentrados nas regiões Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste. Chama atenção o elevado percentual de trabalhadores do setor situados no Nordeste do Estado, o que ocorre devido ao fato de que 36% dos estabelecimentos de médio e grande porte sedimentados no Rio Grande do Sul estão localizados nesta região.

Tabela 3.3: Número de trabalhadores formais da indústria de produtos de metal no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul

(em mil)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.

A abertura dos dados para os subsetores que compõem a indústria de produtos de metal mostra que a maior parte dos empregados está vinculada à fabricação de artigos de cutelaria, da serralheria e ferramentas e à fabricação de estruturas metálicas

Número % Número % Número % Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 137,8 1,8 29,1 1,5 10,9 1,6 Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 15,3 0,2 3,1 0,2 1,3 0,2 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 111,2 1,5 23,8 1,2 9,9 1,4 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas 64,9 0,9 20,7 1,1 13,0 1,9 Fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições 7,9 0,1 4,0 0,2 4,0 0,6 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 189,1 2,5 50,9 2,6 20,6 3,0

Produtos de metal 526,2 7,0 131,6 6,8 59,7 8,6

Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2

Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100

(33)

e obras de caldeiraria pesada, que juntas concentram 40% da mão-de-obra formal do setor.

3.2.1 Perfil do trabalhador – Rio Grande do Sul

Em média, o trabalhador permanece empregado nesta indústria por um período de 4,2 anos (50 meses). As empresas de grande porte oferecem maior estabilidade, visto que seus contratos de trabalho têm duração média de 7,75 anos. Por outro lado, nas microempresas – onde a estabilidade é menor – os contratos duram em média 2,7 anos.

Tabela 3.4: Distribuição do Emprego, Estabelecimentos e Características do Trabalhador por Porte das Empresas da Indústria de Produtos de Metal

1 em meses 2 em salários mínimos 3 por semana em horas contratuais Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

Os trabalhadores são majoritariamente do sexo masculino (79,5%). Este percentual é maior nas microempresas (84,2%) e menor nas de porte médio (76,2%). A idade média do trabalhador é de 33,6 anos, sendo que 89,8% têm menos de 49 anos. A distribuição percentual dos trabalhadores de acordo com a idade está caracterizada na figura 3.4. Uma vez que existem apenas 216 trabalhadores nesta indústria com 65 anos ou mais, o que representa 0,36%, os mesmos foram excluídos do gráfico.

Micro Pequena Média Grande Total

Nº de Estabelecimentos 4.251 378 72 14 4.715 Nº de Trabalhadores 17.611 15.431 14.253 12.373 59.668 Homem 14.834 12.278 10.857 9.476 47.445 Mulher 2.777 3.153 3.396 2.897 12.223 Média de Idade 33,9 33,5 33,4 33,3 33,6 Tempo no Emprego¹ 32 37 50 93 50 Remuneração Média² 2,2 2,8 3,4 3,7 2,9 Horas Trabalhadas ³ 43,5 43,5 43,4 43,5 43,5

(34)

Figura 3.4: Distribuição dos Trabalhadores da Indústria de Produtos de Metal de Acordo com a Idade

(em %)

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

O grau de instrução dos trabalhadores, como pode ser visto na figura 3.5, não é elevado. Apenas 3,8% possuem educação em nível superior completo e 6,8% em nível superior incompleto. A maior parte dos empregados (40,2%) possui ensino médio completo. Cabe destacar que existem 36 trabalhadores nesta indústria com grau de instrução em nível de pós-graduação (mestrado e/ou doutorado).

Figura 3.5: Distribuição Percentual dos Trabalhadores da Indústria de Produtos de Metal de Acordo com o Grau de Instrução

(em anos de estudo)

0,1 18,0 19,6 11,5 40,2 6,8 3,8 0,06

Analfabeto Entre 1 e 8 anos 9 anos Entre 10 e 11

(35)

A indústria de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) oferece diversas alternativas de trabalho no RS. A maior parte das vagas nesta indústria é ocupada por trabalhadores de montagem de tubulações, estruturas metálicas e de compósitos – que ocupam aproximadamente 17,2% das vagas – por trabalhadores de usinagem de metais e de compósito, com 16,6% do total de trabalhadores e por embaladores e alimentadores de produção, com 14,9%.

Tabela 3.5: Principais Ocupações dos Trabalhadores da Indústria de Produtos de Metal

Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE

3.3 PIB

Em termos de Valor da Transformação Industrial (VTI), utilizado como proxy para o PIB setorial, nota-se que, no Rio Grande do Sul, o segmento da indústria de produtos de metal de maior relevância é o de fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas, que representa 5,2% do complexo metal mecânico e 1,9% do total da indústria de transformação gaúcha.

Empregados Trab de montagem de tubulações, estruturas metálicas e de compósitos 10.288

Trabalhadores de usinagem de metais e de compósitos 9.909

Embaladores e alimentadores de produção 8.912

Trab de tratamento térmico e de superfícies de metais e de compósitos 2.864 Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 2.828

Montadores de máquinas e aparelhos mecânicos 2.017

Técnicos de nivel médio em operações industriais 1.731

Escriturários de controle de materiais e de apoio À produção 1.700 Trabalhadores de conformação de metais e de compósitos 1.354 Mecânicos de manutenção de máq. e equiptos industriais, comerciais e residenciais 1.313 Operadores de instalações e equipamentos de produção de metais e ligas (primeira fusão) 1.272

Operadores de utilidades 1.208

Condutores de veículos e operadores de equipamentos de elevação e de mov. de cargas 959

Desenhistas técnicos e modelistas 777

Supervisores da transformação de metais e de compósitos 728

Técnicos de nivel médio em operações comerciais 710

Gerentes de áreas de apoio 666

Operadores de instalações em indústrias químicas, petroquímicas e afins 547 Trab nos serviços de administração, conservação e manutenção de edifícios e logradouros 529

Gerentes de produção e operações 518

Outras ocupações 8.838

(36)

Tabela 3.6: Valor da transformação Industrial (R$ bilhões)

Fonte: IBGE. PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.

No que tange à representação do segmento gaúcho no total do mesmo em termos nacionais, destacam-se a fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições (56,7%), a fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas (24,5%) e a indústria de forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais (10,6%).

3.4 Exportações

Entre todos os setores da indústria de metal mecânico, as exportações do Rio Grande do Sul de produtos de metal são as mais representativas em relação ao total do segmento no Brasil (em 2010, essa participação foi de 21,58%). Apesar de a categoria ser a que menos exporta no país, sua importância dentro do Estado é considerável (terceiro lugar, atrás de máquinas e equipamentos e veículos).

Figura 3.6: Evolução do valor exportado pela indústria de produtos de metal (em US$ milhões)

Brasil Rio Grande do Sul

VTI % VTI % VTI %

Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 6,4 1,1 1,1 0,8 0,5 1,0

Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 1,3 0,2 0,3 0,2 0,1 0,2

Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 4,6 0,8 1,0 0,8 0,5 1,0

Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas 3,8 0,6 1,3 1,0 0,9 1,9

Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições 0,6 0,1 0,4 0,3 0,4 0,7

Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 10,9 1,8 1,9 1,5 0,8 1,7

Produtos de metal 27,8 4,6 5,8 4,6 3,2 6,6 Total Metal-Mecânico 213,9 35,2 43,0 33,8 18,2 37,6 Total da Indústria de Transformação 607,7 100 127,1 100 48,3 100

Brasil Região Sul RS

775 802 855 1.165 1.451 1.545 1.865 2.419 1.980 2.073 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 225 211 202 284 284 323 353 416 399 447 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10

(37)

Os preços de exportação para essa classe vêm se mantendo em um patamar semelhante desde 2008. Já as quantidades exportadas pelo Brasil não retomou ao patamar verificado antes da crise financeira internacional de 2008.

Figura 3.7: Evolução dos preços e quantidades exportadas pelos produtos de metal

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: Funcex. Elaboração: FIERGS/UEE.

Os principais produtos exportados pelo Rio Grande do Sul no ano passado foram equipamentos bélicos pesados, armas de fogo e munições (US$ 148,2 milhões), ferramentas (US$ 96,9 milhões) e artigos de metal para uso doméstico e pessoal (US$ 61,8 milhões). Ademais, as duas primeiras subclasses apresentaram grande importância no total exportado pelo Brasil: 46,07%, 29,80%, respectivamente.

Figura 3.8: Principais destinos das exportações de Produtos de Metal do Rio Grande do Sul em 2010

Fonte: Secex. Elaboração: FIERGS/UEE.

100 108,4

83,2 85,4

118,6 118,5 119,9

2007 2008 2009 2010

Índice Quantum Índice Preço

100 108,9

86,4

108,0

115,8 112,9 114,4

2007 2008 2009 2010

Índice Quantum Índice Preço

Participação % do Total 1° EUA 42% 2° ARGENTINA 12% 3° PARAGUAI 7% 4° BOLÍVIA 5% 5° URUGUAI 4% 6° MÉXICO 4% 7° PERU 2% 8° CHILE 2% 9° EQUADOR 2% 10° EAU 1% Demais 19% Total 100%

(38)

Os países do continente americano foram os maiores recebedores dos produtos de metal advindos do Rio Grande do Sul em 2010. No total, mais de ¾ das exportações tiveram esse destino. Já o maior demandante dos bens dessa categoria em nível nacional foi a Holanda (US$ 805,77 milhões).

3.5 Indicadores Conjunturais

Os dados de produção, disponibilizados pelo IBGE, mostram que, entre os anos de 2002 e 2010, a indústria de produtos de metal gaúcha cresceu 11,6% (numa média de 1,4% a.a.) enquanto que no Brasil a expansão acumulada no período foi de 17% (média de 2% a.a.), o que evidencia um menor dinamismo por parte deste setor no Rio Grande do Sul.

Figura 3.9: Produção física da indústria de produtos de metal (var % em relação ao ano anterior)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE/PIM. Elaboração FIERGS/UEE.

Da análise dos dados mais recentes, observa-se que em 2009 a produção setorial apresentou uma queda mais acentuada no Estado em relação ao País. Além disso, a retomada do crescimento em 2010 foi menos intensa no primeiro.

Segundo o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) – um indicador mais abrangente, baseado em variáveis como emprego, horas trabalhadas, vendas e compras industriais, utilização da capacidade instalada e massa real de salários – a queda do setor em 2009 foi ainda mais acentuada e a recuperação menos expressiva do que aquelas registradas pela produção.

Os dados desagregados segundo as variáveis que compõem este indicador mostram que as que apresentaram maior queda em 2009 foram as compras e vendas

2,7 -5,5 10,0 -0,2 -1,3 5,8 2,4 -14,6 23,4 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 9,3 5,3 8,7 -0,5 -10,7 1,8 4,9 -16,0 22,2 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

(39)

industriais e as horas trabalhadas. Destaca-se que o movimento de uma queda mais acentuada desta última variável em relação ao emprego em um cenário de crise (como pode ser observado na tabela 3.7) é esperado, dada a pouca flexibilidade do mercado de trabalho brasileiro.

Em 2010, nota-se que apenas a utilização da capacidade instalada e a massa real de salários apresentaram expansão que superasse a queda sofrida em 2009, o que explica o resultado para o indicador agregado apresentado anteriormente.

Figura 3.10: IDI/RS – indústria de produtos de metal (var % em relação ao ano anterior)

Fonte: FIERGS/UEE.

Tabela 3.7: Componentes do IDI/RS – indústria de produtos de metal (var. % acumulada no ano – 2002 a 2010)

Fonte: FIERGS/UEE. -3,7 -8,2 10,3 -7,2 -6,1 9,6 8,0 -18,4 12,9 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Pessoal Empregado Horas Trabalhadas Vendas Industriais Compras Industriais UCI Massa real de salário IDI 2002 -3,0 10,9 -8,2 -9,9 0,7 - -3,7 2003 -0,9 0,7 -11,3 -17,2 -1,6 - -8,2 2004 7,1 5,9 4,2 22,9 7,4 - 10,3 2005 1,4 -2,4 -9,1 -14,1 -3,3 - -7,2 2006 -3,0 0,4 -3,0 -18,2 -0,4 - -6,1 2007 4,9 3,5 8,8 23,7 4,0 7,1 9,6 2008 8,3 9,5 6,7 11,1 3,0 8,0 8,0 2009 -8,2 -15,6 -16,8 -36,3 -6,9 -7,8 -18,4 2010 5,1 12,9 9,5 24,6 10,2 11,4 12,9 Var.% acumulada 14,4 12,9 -13,7 -22,1 11,8 18,9 -3,6 Var.% média ao ano 1,7 1,5 -1,8 -3,1 1,4 4,4 -0,5

(40)

3.6 Competitividade

A relação custos das operações industriais sobre receita total de vendas de produtos industriais releva-se uma importante medida de competitividade, no sentido de que, quanto maior for esta proporção, menos competitiva é a indústria em questão. A figura 3.11 mostra que, neste sentido, o segmento de produtos de metal do Rio Grande do Sul está em melhor posição comparativamente ao Brasil.

Figura 3.11: Relação custo/receita – indústria de produtos de metal (%)

Brasil Rio Grande do Sul

Fonte: IBGE. PIA. Elaboração FIERGS/UEE

Entre os anos de 2000 e 2009, no Estado, esta proporção caiu de 51,1% para 44,9%, enquanto que, no País, passou de 52,5% a 49,2%, acentuando, desta forma, o diferencial existente.

Outra medida utilizada para mensurar competitividade é o Custo Unitário do Trabalho (ULC), que mede os custos de produção por trabalhador através da relação entre salários em US$ e produtividade. Nota-se que, de acordo com este indicador, o Rio Grande do Sul apresenta desvantagens em comparação ao Brasil.

No Estado, o custo unitário do trabalho aumentou 324% no acumulado entre 2001 e 2010 (média de 17,4% a.a.), frente a um crescimento bem menos expressivo observado para o Brasil no mesmo período, de 122,9% (média de 9,3% a.a.), um diferencial de crescimento superior a 90%.

52,5 51,7 51,1 55,3 53,7 53,5 54,8 53,4 53,9 49,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 51,1 50,4 49,8 53,6 49,6 51,9 50,8 48,9 50,1 44,9 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

(41)

Este movimento é explicado por duas vias. Primeiramente, pelo aumento de salários, que foram mais expressivos no Rio Grande do Sul. Em segundo lugar, a produtividade. Enquanto que no Brasil esta aumentou 6,7% no acumulado do período, no Estado ela caiu 26,6%. A combinação de aumentos de salários com queda na produtividade, não se justifica pela teoria econômica, sendo uma receita para perda de competitividade, o que, no médio e longo prazo, conduz a perda de dinamismo do setor.

Figura 3.12: Custo unitário do trabalho (ULC) – indústria de produtos de metal (var % acumulada – 2001 a 2010)

Fonte: IBGE/PIMES. Elaboração FIERGS/UEE.

122,9

137,9

6,7

324,0

212,9

-26,6

ULC Salário em US$ Produtividade

Brasil RS

Referências

Documentos relacionados

A metodologia utilizada no presente trabalho buscou estabelecer formas para responder o questionamento da pesquisa: se existe diferença na percepção da qualidade de

Por meio destes jogos, o professor ainda pode diagnosticar melhor suas fragilidades (ou potencialidades). E, ainda, o próprio aluno pode aumentar a sua percepção quanto

O presente artigo discute o tema do Feminicídio, especificamente, na cidade de Campina Grande. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa e do tipo

Para enquadrar os estágios realizados, caraterizam-se a instituição, os grupos de crianças, bem como se descrevem, analisam e fundamentam algumas das experiências

Para Vincent Gaine, os filmes de Michael Mann podem ser analisados como reflexão de questões existenciais de seus protagonistas, especialmente no que diz respeito

Durante o exercício de 2008, a sociedade de direito espanhol Cajastur Inversiones, S.A. indicou José Maria Brandão de Brito como seu representante no Conselho Geral e de Supervisão

Desta forma, a docência, inserida neste contexto, é apontada por Vasconcelos (1997) como uma das profissões de alto risco pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Porém, não houve efeito significativo em relação à interação entre dias e grupos, assim como também entre os valores médios nos diferentes grupos testados (controle, 20g/kg e