Dos aproximadamente 73 produtos comercializados pela indústria de outros equipamentos de transporte no Brasil, dois constam na lista dos 100 produtos e/ou serviços mais vendidos pela indústria brasileira no ano de 2009, como pode ser visualizado na tabela 8.1. Quanto às motocicletas, o Amazonas é o único fornecedor nacional. No que tange às peças e acessórios para motocicletas, triciclos, motociclos e outros ciclomotores, este Estado concentra cerca de 75% do valor total comercializado, seguido por São Paulo (16,4%) e Rio Grande do Sul (7,7%).
Tabela 8.1: Principais produtos vendidos – Ranking – Brasil (Outros equipamentos de transporte/Indústria de transformação)
Fonte: IBGE/PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.
A indústria de outros equipamentos de transporte gaúcha, com VTI de R$ 207,6 milhões, representa 1,1% do complexo metal mecânico e 0,4% do total da indústria de transformação do Estado. No Rio Grande do Sul, a representatividade deste setor, em ambas as esferas, é menor em comparação ao Brasil, como pode ser observado na figura 8.1.
Figura 8.1: Participação da indústria de outros equipamentos de transporte (valor da transformação industrial)
Brasil Rio Grande do Sul
Posição Produto Quantidade
(unidades)
Valor (R$ mil)
27º Motocicletas (inclusive os motociclos) com motor de pistão alternativo
de cilindrada superior a 50 cm³ e menor ou igual a 250 cm³ 1.434.428 6.541.582 88º Peças e acessórios para motocicletas, triciclos, motociclos e outros
ciclomotores, não especificados 300.953.098 2.619.999
4,6
1,6
No complexo metal
mecânico Na indústria detransformação
1,1
0,4
No complexo metal
8.1 Estabelecimentos
No Brasil, existem cerca de 1 mil estabelecimentos pertencentes à indústria de outros equipamentos de transporte, o que equivale a 0,3% do total de estabelecimentos da indústria de transformação nacional e, como pode ser visualizado na figura 8.2, as regiões Sudeste e Sul concentram quase 80% destes.
Na região Sudeste, destacam-se os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com 341 e 135 estabelecimentos, respectivamente. Na região Sul, o destaque é o Rio Grande do Sul, que conta com 94 estabelecimentos no setor, o que equivale 37% de todos os estabelecimentos desta indústria situados no Sul do País. Ainda, a importância da indústria de outros equipamentos de transporte gaúcha fica evidente quando se observa que é a terceira em termos de concentração de estabelecimentos industriais deste setor, representando 8,9% do total nacional.
Figura 8.2: Distribuição dos estabelecimentos da indústria de outros equipamentos de transporte (%)
Brasil Rio Grande do Sul
Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.
Cabe destacar que, no Rio Grande do Sul, a indústria de outros equipamentos de transporte é a menos numerosa em termos de número de estabelecimentos dentre todos os setores que compõem o complexo metal mecânico. A distribuição espacial destes estabelecimentos pode ser observada na figura 8.2. É bastante evidente a concentração desta indústria na região Metropolitana de Porto Alegre (37,2%) e, em menor escala, nas regiões Nordeste (27,7%) e Noroeste (9,6%).
Cabe mencionar que, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, quase a totalidade dos estabelecimentos do setor de outros equipamentos de transporte é de
porte micro e pequeno. A desagregação dos dados pelos subsetores que compõem esta indústria mostra que a maior parte dos estabelecimentos pertence à construção de embarcações.
Tabela 8.2: Número de estabelecimentos da indústria de outros equipamentos de transporte no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul
Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.
8.2 Emprego
No Brasil, a indústria de outros equipamentos de transporte emprega formalmente cerca de 93,3 mil trabalhadores. A distribuição do emprego não segue a mesma tendência da distribuição dos estabelecimentos. A região Norte, por exemplo, que conta com apenas 8,4% dos estabelecimentos, emprega mais de 20% dos trabalhadores formais do setor. Isso porque mais de 16% dos estabelecimentos de grande porte do setor estão localizados no Estado do Amazonas.
Figura 8.3: Distribuição dos trabalhadores formais da ind. de outros equipamentos de transporte
(%)
Brasil Rio Grande do Sul
Número % Número % Número %
Construção de embarcações 399 0,1 108 0,1 36 0,1
Fabricação de veículos ferroviários 52 0,0 5 0,0 2 0,0
Fabricação de aeronaves 80 0,0 10 0,0 4 0,0
Fabricação de veículos militares de combate 0 0,0 0 0,0 0 0,0
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente 523 0,2 129 0,1 52 0,1
Outros equipamentos de transporte 1.054 0,3 252 0,3 94 0,3
Total Metal-Mecânico 78.345 25,0 23.995 25,2 9.779 27,9
Total Indústria de Transformação 313.763 100 95.077 100 35.090 100
No Rio Grande do Sul, há 2 mil indivíduos empregados no setor e, como pode ser visto na figura 8.3, estes estão fortemente concentrados nas regiões Sudeste, Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste. Chama atenção o elevado percentual de trabalhadores do setor situados no Sudeste do Estado, o que ocorre devido ao fato de
que 25% dos estabelecimentos de médio e grande porte sedimentados no Rio Grande
do Sul estão localizados nesta região. Ainda, a abertura dos dados para os subsetores que compõem a indústria de outros equipamentos de transporte mostra que a maior parte dos empregados está vinculada à construção de embarcações.
Tabela 8.3: Número de trabalhadores formais da indústria de outros equipamentos de transporte no Brasil, na Região Sul e no Rio Grande do Sul
(em mil)
Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE.
8.2.1 Perfil do trabalhador – Rio Grande do Sul
Este setor, dentre todos da indústria de transformação do Estado, é o que oferece o menor tempo médio de contrato de trabalho. O trabalhador permanece empregado, em média, por 26 meses, com maior estabilidade nas microempresas (32 meses) e menor nas empresas de porte médio (19 meses).
Seguindo a tendência da indústria de transformação do RS, a mão-de-obra empregada neste segmento é predominantemente masculina (85,9%). Este percentual é maior nas empresas de porte médio (87,1%) e menor nas micro empresas (82,4%). A idade média do trabalhador é de 34,2 anos, sendo que 88,1% têm menos de 49 anos. A distribuição percentual dos trabalhadores de acordo com a idade está caracterizada na figura 8.4. Uma vez que existem apenas 9 trabalhadores nesta indústria com 65 anos ou mais, o que representa 0,45%, os mesmos foram excluídos do gráfico.
Número % Número % Número %
Construção de embarcações 37,7 0,5 4,1 0,2 0,9 0,1
Fabricação de veículos ferroviários 6,5 0,1 0,2 0,0 0,2 0,0
Fabricação de aeronaves 18,9 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0
Fabricação de veículos militares de combate 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente 30,2 0,4 3,0 0,2 0,9 0,1
Outros equipamentos de transporte 93,3 1,2 7,4 0,4 2,0 0,3
Total Metal-Mecânico 2.268,7 30,2 532,7 27,4 223,4 32,2
Total Indústria de Transformação 7.517,1 100 1.942,1 100 692,8 100
Tabela 8.4: Distribuição do Emprego, Estabelecimentos e Características do Trabalhador por Porte das Empresas da Indústria de Outros Equipamentos de
Transporte
1 em meses 2 em salários mínimos 3 por semana em horas contratuais Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE
Apenas 8,2% dos trabalhadores possuem educação em nível superior completo e 6,1% em nível superior incompleto. A maior parte dos empregados (39,4%) possui ensino médio completo. O grau de instrução desses trabalhadores pode ser observado na figura 8.5. Cabe destacar que existe apenas 2 trabalhador nesta indústria com grau de instrução em nível de pós-graduação (mestrado e/ou doutorado).
Figura 8.4: Distribuição dos Trabalhadores da Indústria de Outros Equipamentos de Transporte de Acordo com a Idade
(em %)
Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE
Micro Pequena Média Total
Nº de Estabelecimentos 72 18 4 94 Nº de Trabalhadores 358 816 844 2.018 Homem 295 703 735 1.733 Mulher 63 113 109 285 Média de Idade 35,4 35,2 32,7 34,2 Tempo no Emprego¹ 32 30 19 26 Remuneração Média² 3,5 3,3 4,5 3,8 Horas Trabalhadas ³ 43,5 43,3 43,6 43,5
Figura 8.5: Distribuição Percentual dos Trabalhadores da Indústria de Outros Equipamentos de Transporte de Acordo com o Grau de Instrução
(em anos de estudo)
Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE
A indústria de outros equipamentos de transporte (exceto veículos) oferece diversas alternativas de trabalho no RS. A maior parte das vagas nesta indústria é ocupada por trabalhadores de montagem de tubulações, estruturas metálicas e de compósitos (21,8%) e escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (6,2%).
Tabela 8.5: Principais Ocupações dos Trabalhadores da Indústria de Outros Equipamentos de Transporte
Fonte: MTE.RAIS 2010. Elaboração: FIERGS/UEE
0,2 19,4 16,5 10,0 39,4 6,1 8,2 0,1 Analfabeto Entre 1 e 8
anos 9 anos Entre 10 e 11anos 12 anos Entre 13 e 16anos 17 anos Mais de 17anos
Empregados
Trab de montagem de tubulações, estruturas metálicas e de compósitos 439 Escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos 125 Montadores de máquinas e aparelhos mecânicos 121 Trabalhadores de conformação de metais e de compósitos 106 Embaladores e alimentadores de produção 99 Outros trabalhadores na reparação e manutenção de equipamentos 99 Condutores de veículos e operadores de equiptos de elevação e de mov. de cargas 71 Escriturários de controle de materiais e de apoio À produção 64 Trabalhadores de usinagem de metais e de compósitos 62 Trab de tratamento térmico e de superfícies de metais e de compósitos 61 Operadores de instalações e equipamentos de produção de metais e ligas (primeira fusão) 55 Montadores e instaladores de equipamentos eletroeletrônicos em geral 47
Técnicos em metalmecânica 45
Técnicos de nivel médio em operações industriais 45
Engenheiros, arquitetos e afins 42
Mecânicos de manutenção de máq. e equiptos industriais, comerciais e residenciais 34 Técnicos em eletroeletrônica e fotônica 33
Vendedores e demonstradores 26
Supervisores da transformação de metais e de compósitos 26
Gerentes de áreas de apoio 25
Outras ocupações 393
8.3 PIB
O IBGE não traz dados desagregados para o Rio Grande do Sul no que tange aos subsetores contidos na indústria de outros equipamentos de transporte. Entretanto, a análise daqueles referentes ao Sul do Brasil, mostra a relevância do segmento de construção de embarcações, que com VTI de R$ 259,6 milhões é responsável por 48% do total desta indústria na região. Em nível nacional, a representatividade deste segmento é consideravelmente menor, de 18,9%.
Tabela 8.6: Valor da transformação Industrial (R$ bilhões)
Fonte: IBGE. PIA 2009. Elaboração: FIERGS/UEE.
8.4 Exportações
Ao longo dos últimos anos, o Rio Grande do Sul apresentou uma participação muito pequena em relação às exportações brasileiras do setor, sendo que, no ano passado, esse número foi de apenas 0,46%. Os principais produtos exportados pelo Estado em 2010 foram turbinas, motores e outros componentes e peças para aeronaves, totalizando 72,8% dos embarques da categoria. Todavia, a representatividade desse produto no total exportado pelo país foi baixa: 0,5%.
Um fato atípico, e que necessita de particular atenção, está na venda da plataforma de exploração de petróleo fabricada junto ao porto de Rio Grande no ano de 2008. A P-53 foi registrada como exportação para os Estados Unidos no mês de setembro. Como a contratante da P-53 não era a Petrobrás, mas uma empresa norte- americana, o grupo de investidores arrendou a plataforma para a firma brasileira doravante. Nesse caso, fez-se um movimento contábil para o registro de uma exportação fictícia, já que não houve o embarque do bem para outro país – o grupo
VTI % VTI % VTI %
Construção de embarcações 1,8 0,3 0,3 0,2 - -
Fabricação de veículos ferroviários 0,7 0,1 0,0 0,0 - -
Fabricação de aeronaves 2,6 0,4 0,0 0,0 - -
Fabricação de veículos militares de combate 0,1 0,0 0,0 0,0 - -
Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente 4,6 0,8 0,1 0,1 0,0 0,1
Outros equipamentos de transporte 9,8 1,6 0,5 0,4 0,2 0,4
Total Metal-Mecânico 213,9 35,2 43,0 33,8 18,2 37,6
Total da Indústria de Transformação 607,7 100 127,1 100 48,3 100
RS