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The Yeatman. Uma das melhores cartas de vinhos do mundo mora aqui

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Academic year: 2021

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The Yeatman.

Uma das melhores cartas de

vinhos do mundo mora aqui

The Yeatman.

Uma das melhores cartas de vinhos do mundo mora aqui

A revista World of Fine Wine escolheu-a como uma das melhores do mundo em 2016. Falamos da carta de vinhos do hotel The Yeatman, que acumula prémios nacionais e internacionais. Para perceber o porquê, fomos a Vila Nova de Gaia falar com a diretora de vinhos, Beatriz Machado

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Quando quer que o seu hotel se torne num destino vínico elogiado pelo mundo fora, há uma série de passos a seguir. Crie parcerias inovadoras com produtores de vinhos nacio-nais, organize eventos regulares dedicados ao líquido onde está a verdade (já dizia o poeta antigo), ponha todos os fun-cionários a perceber de vinho e, pelo meio de tantas outras ideias, não se esqueça: crie uma carta de vinhos que, ano após ano, seja apontada como uma das melhores do mundo. Este conceito já existe e é no The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, que o pode encontrar, com a assinatura da diretora de vinhos deste hotel de luxo, Beatriz Machado.

Uma carta de vinhos única

A distinção mais recente no currículo do The Yeatman vem da World of Fine Wine, revista britânica de vinhos que, anual-mente, seleciona as melhores cartas de vinho do mundo. O The Yeatman mereceu, pelo segundo ano consecutivo, a pon-tuação máxima de três estrelas. E é o único nome português na lista.

O que torna a carta de vinhos deste hotel tão especial? Para a World of Fine Wine, é “a melhor, e certamente mais exten-sa, coleção de vinho português em qualquer parte do mun-do”. Quando colocamos a mesma pergunta a Beatriz Mach-ado, com quem conversamos no terraço do The Yeatman, com vista para o rio Douro, a diretora de vinhos descreve-nos um conceito incomum, em que é claro o tributo aos vinhos nacionais. O Wine Book, a carta de vinhos integral, conta com cerca de 1100 vinhos diferentes, 97% dos quais são por-tugueses. Ao todo, há 25000 garrafas no The Yeatman – mas não são só os números que a destacam. Nesta garrafeira, há vinhos a que poucos têm acesso: os produtores de vinhos as-sociados ao hotel pagam uma taxa anual para ter presença na carta de vinhos e “parte dessa taxa é paga em vinho, vinhos que eu escolho. Por isso eu tenho acesso a vinhos que não existem em mais lado nenhum. Isso dá a tal profundidade de carta que muitas vezes não se encontra na maior parte dos sítios”, revela Beatriz Machado.

E como são escolhidos os vinhos para a carta do The Yeat-man? “Normalmente, à sexta-feira, a equipa de vinhos prova 120 vinhos - não sabemos o que estamos a provar - e o que nós tentamos identificar é um perfil que seja comum a todos

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os produtores. É como se fosse Dali: os quadros são todos diferentes mas nós identificamos como sendo Dali. Porque há uma marca”, explica Beatriz. Construir uma boa carta de vinhos também significa fugir aos clichés. “Há um Margaux de 1982 que é o ano que toda a gente conhece mas na reali-dade quem percebe de vinho sabe que o de 83 é melhor que o de 82. Com estas nuances e pormenores é que as pessoas vão tentar conhecer-me sem me conhecer. É como quando lemos um livro.”

A somar à carta de vinhos integral, há ainda duas cartas de vinhos a copo. Uma é criada por Beatriz e a outra contém uma seleção da revista de vinhos Decanter - nela constam os 16 vinhos nacionais vencedores dos Decanter World Wine Awards, onde Beatriz é jurada. Só é escolhido um local por país para receber esta lista de vinhos, e em Portugal é o The Yeatman. A carta de vinhos a copo “é um jornal que eu edito três vezes por ano que se chama “Uma Viagem por Portugal em 83 Vinhos”, porque temos 83 parceiros [produtores de vinho]”, afirma Beatriz Machado. E quem lê esta carta não

pode esperar uma divisão clássica por região, tintos, bran-cos ou rosé. “Eu divido por categorias. Tenho os trendy, que são as novas tendências, tenho os vinhos famosos, os vinhos icónicos. Depois eu explico porque é que é um vinho icónico, porque é que é um vinho famoso. E nunca se o vinho tem banana, morango, nunca faço uma descrição sensorial, mas conto a história de cada vinho. Lembro-me que quando es-tava a explicar este conceito ao meu CEO [Adrian Bridge, do grupo The Fladgate Partnership, detentor do The Yeatman], ele disse ‘ah, isto é divertido, eu finalmente quero escolher vinho’. Eu disse, ‘eu sei, vai escolher os clássicos, eu vou escolher os trendy’”, conta-nos com um sorriso.

A mulher por detrás dos vinhos

O sucesso dos vinhos do The Yeatman, que foi inaugurado no verão de 2010, é confirmado pelo currículo de distinções nacionais e internacionais. Desde 2011, o The Yeatman tem recebido todos os anos galardões destinados ao departa-mento de vinhos, além dos que distinguem o restaurante (que tem uma estrela Michelin) e o próprio hotel. “Melhor Carta de Vinhos” da Revista de Vinhos, “Best of Award of Ex-cellence” da revista norte-americana Wine Spectator, “Melhor Alojamento” nos Wine Tourism Awards da Drinks Internation-al – a lista continua.

Por detrás disto está uma equipa mas, principalmente, a diretora de vinhos Beatriz Machado que, quando lhe pergun-tamos como descreve o seu trabalho, responde: “é como se as pessoas estivessem a ir para uma festa e não precisam de abrir o guarda-roupa para escolher que roupa vão vestir. Eu digo-lhes que roupa é que vão vestir para não chegarem de smoking a uma praia. Não vamos abrir todos os dias um vin-ho icónico, não é? Às vezes vamos comer uma pizza e vamos beber um vinho”. Mas mais que “conjugar a gastronomia com os vinhos, o importante é conjugar as pessoas com os vinhos. Perceber as pessoas, de onde elas são, o que escol-hem para comer” - é a filosofia de Beatriz.

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Desde cedo, o vinho marcou presença na vida da re-sponsável pelos vinhos do The Yeatman, pois tanto na família da mãe como na do pai era tradição produzir esta bebida. “Nos portugueses, o vinho e o futebol estão sempre presentes, e eu não jogo futebol”, diz, sorrindo. No entanto, “achei que não devia restringir-me logo a vinho no início, então estudei engenharia alimentar” na Universidade Católica, no Porto. Mais tarde é que decidiu especializar-se em Viticultura e Enologia na Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA – “o melhor curso do mundo de vinhos, onde só 8 pessoas são selecionadas por ano”. A exigência do curso deu a Beatriz “uma respons-abilidade de fazer com que as coisas mudem. Eu estava a trabalhar na Califórnia, vim para cá e depois nunca mais voltei lá. Fiquei aqui neste projeto porque percebi que se estivesse à frente na parte de vinhos isto ia impulsionar de uma forma muito mais rápida”.

“Criar uma rotina de vinhos”

No que diz respeito aos vinhos do The Yeatman, é a carta que frequentemente leva destaque, mas o conceito não se esgota aí. “Para competir num panorama mundial nós, que estamos aqui no Porto, temos realmente que ter um conceito muito diferente”. E, segundo Beatriz Machado, essa diferenciação passa por “criar uma rotina de vinhos”. Começa com as parcerias nos quartos: dos 83 quartos, 81 têm um nome de um produtor de vinhos portugueses, “que pode ser do Alentejo ou da Madeira. As pessoas chegam cá, fazem o check-in e não ficam na suite 116 - ficam na suite Graham’s. É como se como se fosse uma embaixada de vinhos de qualidade portugueses”, explica a diretora de vinhos do The Yeatman. Para aproximar o vinho não só dos clientes, mas também do pessoal do ho-tel, Beatriz Machado criou uma escola de vinhos dirigida a “todo o staff, seja vendas, receção, housekeeping - toda a gente que trabalha neste hotel faz essa wine school”. E para cimentar o conceito de rotina de vinhos, Beatriz Machado decidiu criar uma rotina literal: “há seis anos que todas as quintas feiras há um jantar vínico. Nesse jantar vem sempre um produtor e nós fazemos um menu adapta-do àqueles quatro vinhos que estão no menu de degus-tação. É como um teaser do que fazemos no restaurante, mas numa versão low cost”.

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Exportar os vinhos portugueses - e o norte

O crescimento da popularidade do norte de Portugal junto dos turistas é uma tendência que parece ter vindo para ficar. Entre janeiro e julho deste ano, o total de dormidas no norte teve um aumento de 15,1% face ao mesmo período de 2015, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

E para o The Yeatman, a estratégia passa por promover não apenas o hotel, mas também a região. “Há um investimento enorme em press relations do grupo, por ano, para posicio-nar não o The Yeatman e o Porto mas o norte de Portugal”, revela Beatriz. “Se eu divulgar o norte, há uma fatia que vai para o The Yeatman. Se divulgar só o The Yeatman, é uma fatia ainda mais pequena. É como diz o CEO Adrian Bridge: se o norte de Portugal de repente for uma viagem sexy, onde toda a gente quer ir, há coisas para fazer. Se for só o Yeat-man, é um hotel. Tem que se alargar a fatia. Isto é uma visão muito disruptiva, muito macro”.

Nos vinhos, a lógica é a mesma. “Quando cheguei, a maior parte dos produtores achava que o concorrente era o vizinho do lado. O concorrente é a Espanha, a Itália, a França. São es-ses que nos tiram o tempo de antena”. O importante é “valori-zar os vinhos portugueses”. E é isso, conclui Beatriz Machado, “que temos andado a fomentar nestes últimos seis anos”.

Um hotel debruçado

sobre o Douro

Inaugurado em 2010, The Yeatman é um hotel de luxo situado em Vila Nova de Gaia, sobre as velhas caves de vin-ho do Porto. Adrian Bridge é o CEO do grupo detentor do hotel, The Fladgate Partnership, que também tem na sua posse as produtoras de vinho do Porto Taylor’s, Croft e Fonseca. O grupo é lid-erado por descendentes da família que dá o nome ao hotel: os Yeatman, que começaram a produzir vinhos do Porto em 1838. O restaurante do The Yeat-man é detentor de uma estrela Miche-lin, alcançada pelo chefe Ricardo Costa.

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