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FORMAÇÃO LITÚRGICA NOS SEMINÁRIOS E CASAS DE FORMAÇÃO

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1 CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

51ª Assembleia Geral

Aparecida-SP, 10 a 19 de abril de 2013 12/51ª AG(Sub)

FORMAÇÃO LITÚRGICA NOS SEMINÁRIOS E CASAS DE FORMAÇÃO

O que é liturgia?

A liturgia, celebração sacramental do encontro dos filhos de Deus com seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo (Catecismo da Igreja Católica 1153), é o serviço sacerdotal de Jesus Cristo, a Cabeça e de seus membros, para o louvor de Deus e a santificação da humanidade (cf.SC 7). Tecidas de gestos e palavras, sinais e símbolos, as ações litúrgicas significam e rea-lizam o que a Palavra de Deus exprime. Presidida e animada por seus ministros, nas diversas celebrações, toda ação ritual e simbólica requer uma participação viva e orante, consciente e ativa por parte do povo sacerdotal.

Uma esperada e esmerada iniciação e formação

Esmerada formação é exigida por parte daqueles que se preparam para o exercício do ministério pastoral para que a ação litúrgica (o rito) expresse devidamente o mistério celebra-do e leve à experiência de fé própria da Igreja, manifestancelebra-do a ação de Cristo Ressuscitacelebra-do e de seu Espírito. Celebrações realizadas com serenidade e sensibilidade simbólica, capazes de suscitar experiência espiritual. A iniciação litúrgica de todos, principalmente dos que exerce-rão ministérios litúrgicos específicos, é uma "obra de grande amplitude, que deve começar nos seminários e casas de formação e continuar ao longo de toda a vida" (VQA 15).

Existe uma solicitude com a formação litúrgica do povo de Deus

A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia se alegra com as inúmeras iniciativas de formação litúrgica desenvolvidas em nossas Igrejas Particulares, como cursos para os pres-bíteros e diáconos permanentes, catequistas e animadores de comunidade, bem como partici-pantes em muitos seminários, congressos, escolas e encontros de formação litúrgica.

Desafios que persistem na pastoral litúrgica

Mas ainda existem desafios e dificuldades como: carência de formação humana e de uma sólida iniciação cristã que se revela nas atitudes de alguns presbíteros preocupados com a criatividade sem fundamento teológico–ritual e espírito litúrgico pelo desconhecimento da natureza da liturgia e das orientações dos livros litúrgicos; no escasso espaço dado à liturgia no processo de formação teológico-pastoral nos seminários, agravado pela pouca atenção às práticas pedagógicas adequadas, (a formação litúrgica jamais poderá ser reduzida a aulas teó-ricas); observamos, ainda, exagero estético desprovido do espírito orante e contemplativo; “padres que transformam o altar em palco e a missa em show”; muitas celebrações estão des-tituindo a natureza sagrada da liturgia1; homilias pouco consistentes, de cunho subjetivo e moralista; o autoritarismo de padres que desvalorizam o caráter ministerial da celebração litúrgica; a ausência de uma pastoral litúrgica organizada, refletida, acompanhada de perto pelo bispo e avaliada nas instâncias de pastoral e nos encontros de presbíteros; a escassa for-mação litúrgica ao longo do processo formativo dos seminários e casas de forfor-mação, e, por vezes relegando tal tarefa às faculdades e institutos de teologia que, por sua vez, dedicam reduzida carga horária para tão importante disciplina (cf SC 16).

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“O sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa” (IGMR 24).

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2 A Constituição sobre a Sagrada Liturgia postula a indispensável e necessária formação litúrgica

A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II aponta a formação como exigência neces-sária em vista do espírito e da prática celebrativa que alimentem a vida dos cristãos (SC 19; cf. SC 1). Uma renovação profunda e eficaz, sem dúvida deve começar nas casas de forma-ção, nos seminários e institutos de teologia, tidos como centros irradiadores de um novo espí-rito e estilo eclesial participativo e ministerial das ações litúrgicas.

Seminários e casas religiosas berços da formação litúrgica da Igreja

É "nos seminários e casas religiosas, que os formandos adquirem formação litúrgica, com competente orientação para que possam entender as cerimônias sagradas e nelas partici-par de todo coração, tanto pela própria celebração dos mistérios sagrados, quanto pelos outros exercícios de piedade, imbuídos do espírito da Sagrada Liturgia" (SC 17).

A formação será permanente em todos os níveis em vista da vida litúrgica do po-vo de Deus

O estilo orante e pascal de uma celebração germina e se desenvolve ao longo de um processo formativo. Ele nasce e se consolida pela iniciação litúrgica, amadurece nas experi-ências celebrativa e se fortalece nas avaliações sistemáticas das práticas das celebrações. Se o processo formativo não for marcado por uma consistente e autêntica experiência simbólico-ritual da litúrgica, de caráter mistagógico, mais tarde, a vida litúrgica do povo de Deus sofrerá sérias consequências. Do espírito e da vivência litúrgica dos ministros, com envolvimento afetivo e espiritual, onde é assegurada a veracidade dos sinais, depende, em boa parte, a parti-cipação ativa, plena e frutuosa dos fiéis (cf. SC 14; VQA15). Para tanto, se faz necessária uma formação litúrgica que coloque o “formando no coração da experiência litúrgica e a ex-periência litúrgica no coração do formando” onde seja iniciado na participação consciente e ativa da celebração do mistério de Cristo, pois como ministro, será o principal animador das celebrações da Igreja e da consequente liturgia da vida, em espírito e verdade (cf. Jo 4, 24).

O segredo da vida comunitária no processo da FORMAÇÃO LITÚRGICA

A dimensão comunitária é o coração do processo formativo nos seminários e casas de formação. É o ambiente natural e cotidiano onde se formam os futuros pastores e agentes qua-lificados a serviço do povo de Deus. Por sua natureza a ação litúrgica é comunitária (cf. SC 26). Cria e expressa laços de comunidade, de comunhão, de aliança. É realizada na interação entre Deus e a comunidade reunida em assembleia litúrgica, no contexto social, cultural, cós-mico. Isto requer iniciação e assimilação dos valores humanos e cristãos que dê aos futuros ministros suporte ao seu ministério pastoral e à comunhão eclesial. Por conta disso, "é preci-so que o bispo tome os devidos cuidados para que os formandos sejam preparados para o seu futuro ministério de pastores e presidentes da assembleia litúrgica dos fiéis aprendendo aquilo que diz respeito a uma digna celebração litúrgica (cf.Instrução sobre a Formação Litúrgica

nos Seminários, 20 (IFLS).

Para um efetivo proveito espiritual da liturgia, primeira e necessária fonte de espiritu-alidade (SC 14) - é necessário oferecer aos formandos uma formação litúrgica integral, que contemple o ser humano como um todo, nas suas diferentes dimensões humana, cultural, psi-cológica, intelectual e religiosa, que leve em conta a dimensão comunitária da liturgia, e que os introduza na diversidade de formas celebrativas da Igreja. Estas devem ser exemplares, não só em relação à execução dos ritos e seu sentido teológico, mas também na sua expressão es-piritual e pastoral, o que requer fidelidade criativa às prescrições e aos textos dos livros litúr-gicos, assim como às normas emanadas da Sé Apostólica e da Conferência Episcopal (IFLS, 16).

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3 A formação liturgia supõe um aprendizado que leva em consideração:

A sensibilidade com o sagrado e suas realidades simbólicas. “Dos futuros

minis-tros de uma comunidade de fé se requer uma séria iniciação ao “sentido do sagrado”, “do mis-tério” e “do respeito com as coisas do Senhor”. O senso do sagrado favorecerá o adentrar-se no âmbito do Mistério, assim como o trato respeitoso, equilibrado e orante no que diz às ações litúrgicas e às manifestações da piedade do povo;

Formar para a ritualidade. Requer “aprendizagem pela e para a ação ritual”, que

abarque o seu sentido teológico e espiritual, o que implica na redescoberta da liturgia enquan-to ação e não apenas como recitação de texenquan-tos. Desta formação, que integra teoria e prática, emerge a sintonia com o Mistério e a assembleia litúrgica, assim como o equilíbrio de quem exerce ministérios e funções litúrgicas. O celebrar na inteireza do ser requer exercício, estudo sistemático e cultivo espiritual;

Formar o espírito de comunhão eclesial. As celebrações da comunidade formativa

devem ajudar os formandos na experiência do mistério da Igreja, corpo hierárquico e diferen-ciado na variedade de seus membros e ministérios. Tais celebrações devem promover nos formandos o sabor, a arte de bem celebrar, superando o mero cumprimento de uma determi-nação regulamentar da vida formativa;

Formar para a arte celebrativa, com sensibilidade e redescoberta de critérios

aplica-dos ao espaço litúrgico e ao canto e música sacra (cf. SC 115; IFLS 56). É preciso investir em uma sólida formação musical. “Dê-se grande importância nos seminários e casas religiosas à formação e prática musical. Para conseguir, procure-se preparar com muito cuidado os profes-sores que terão a missão de ensinar a música sacra” (SC 15). O canto e a música como parte necessária ou integrante da liturgia solene (cf. SC 112), conduzem ao mistério celebrado;

Formação para o discernimento criativo. Para que os formandos mergulhem "no

sentido litúrgico" é indispensável que saibam distinguir entre o que é essencial e acidental, imutável e adaptável nas celebrações litúrgicas da Igreja (cf. SC 21);

Orientação e avaliação do formando. Faz-se necessário averiguar sua aptidão

cele-brativa, suas convicções, seu sentido de Igreja, os valores assimilados e sua capacidade de relações comunitárias, mais do que apenas considerar sua capacidade intelectual, antes de serem ordenados;

Relação entre a prática celebrativa nos seminários e casas de formação e os Insti-tutos e Faculdades de teologia. Que os conteúdos litúrgicos expostos e aprofundados na

fa-culdade e institutos estejam em sintonia com a prática celebrativa nos seminários e casas de formação e, por sua vez, os cursos de liturgia levem em conta as realidades das práticas litúr-gicas dos seminários e casas de formação. Urge que, respeitadas as especificidades das enti-dades, se busque uma efetiva inter-relação pelo diálogo, por sitemáticas avaliações e acompa-nhamento pedagógico.

Formar professores e mestres em Liturgia. Para que a iniciação litúrgica atinja

ver-dadeiramente o seu fim e possa promover a preparação de futuros agentes do ministério pasto-ral, é necessário que ela seja animada por professores qualificados, conhecedores da ciência litúrgica com perspectiva pastoral, que levem a sério uma metodologia que dê o devido lugar para a aprendizagem pela ação ritual As dioceses devem prover um ou mais especialistas em sagrada liturgia (cf. SC 15-17).

Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia 51ª Assembleia Geral Abril de 2013

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4 ANEXO

Orientações litúrgicas e técnicas para o canto do Salmo Responsorial

O sentido e a função do Salmo Responsorial

1. O Salmo Responsorial está situado dentro do corpo da Liturgia da Palavra que, por sua vez, realiza-se após os ritos iniciais e antes da Liturgia Sacramental, em todos os sa-cramentos e sacramentais.

2. Qual o sentido da Liturgia da Palavra? Assim está expresso na Instrução Geral do

Missal Romano (IGMR), número 29: “Quando se leem as Sagradas Escrituras na

Igre-ja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua palavra, anuncia o Evan-gelho. Por isso, todos devem escutar com veneração as leituras da Palavra de Deus, elemento de máxima importância da Liturgia.” Temos aí uma importante constatação: ao iniciarmos a Liturgia da Palavra estamos realizando o feliz diálogo da Aliança: Deus fala ao seu povo; e nós, que somos hoje o seu povo, escutamos sua Palavra com veneração.

3. “À primeira leitura segue-se o Salmo Responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra, constituindo-se em grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da Palavra de Deus” (IGMR 61). Esta prática remonta aos tempos apostóli-cos, que, por sua vez, é a continuação da prática da liturgia judaica em que à leitura bíblica seguia o canto de um salmo como resposta da assembleia à Palavra de Deus. Portanto, o Salmo Responsorial é Palavra de Deus e não uma “peça” que possa ser substituída por outra qualquer.“...nem é permitido trocar as leituras e o Salmo Respon-sorial, constituídos da Palavra de Deus, por outros textos não bíblicos” (IGMR 57). Sendo parte integrante da Liturgia da Palavra, o Salmo Responsorial cumpre a função de ser resposta da comunidade a Deus que fala por sua Palavra. A comunidade res-ponde à Palavra de Deus com a própria Palavra de Deus que é o salmo.

4. Que o canto do Salmo responsorial (ou a sua proclamação) seja feita do ambão, ou mesa da palavra e que seja tomado do Lecionário.“De preferência, o Salmo Respon-sorial será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembleia escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem o refrão. Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da Palavra de Deus” (Cf IGMR 61; ILM 22).

5. O Salmo Responsorial guarda uma íntima relação com a leitura proclamada. Na Litur-gia ele cumpre a função de favorecer a meditação do texto da leitura. Porém, vale sali-entar que esta resposta a Deus pode ser realizada em tom de louvor, ação de graças, súplica etc., conforme a índole e o gênero literário do salmo.

6. É importante considerar a riqueza e importância dos salmos na tradição litúrgica da Igreja. O Livro dos Salmos constitui um tesouro de 150 fórmulas inspiradas pelo Espí-rito Santo com a finalidade de ajudar-nos e ensinar-nos a orar. “Por isso, é preciso ins-truir constantemente os fiéis sobre o modo de escutar a Palavra de Deus que nos é transmitida pelos salmos, e sobre o modo de converter estes salmos em oração da Igre-ja. Isso se realizará mais facilmente quando se promover com diligência, entre o clero, um conhecimento mais profundo dos salmos, seguindo o sentido com que se cantam na sagrada liturgia, e quando se fizer que participem disso todos os fiéis com uma ca-tequese oportuna” (ILM 19). Assim, que o canto dos salmos possa contribuir para que

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o povo de Deus tenha cada vez mais acesso ao tesouro da salmodia que manifesta a beleza e a riqueza que o Espírito Santo nela infundiu.

Aspectos técnicos para execução musical

7. Antes de cantar o Salmo Responsorial, não se faça qualquer comentário, motivação ou leitura do próprio refrão, porque “a Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação... e sejam observados momentos de silêncio orante antes de iniciar a Liturgia da Palavra, após as leituras e o Salmo Responsorial, e após o término da homilia”(Cf IGMR 56).

8. Como Palavra de Deus, o primeiro requisito para um Salmo Responsorial cantado é a inteligibilidade do texto. Durante o canto das estrofes a assembleia participa ouvindo e acolhendo a Palavra. Daí a importância da clareza na pronúncia das palavras. “Para bem exercer a sua função é necessário que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pro-núncia e dicção” (IGMR 102).

9. É importante lembrar que a forma musical do Salmo Responsorial apresentada em nosso Lecionário, Sacramentos e Sacramentais é a forma responsorial, na qual o sal-mista canta as estrofes e toda a assembleia participa cantando a resposta (refrão) (ILM 20). No início do salmo, o refrão é cantado duas vezes: a primeira vez, apenas pelo salmista (tendo a função de propor a melodia para a assembléia), e a segunda vez (re-petição) já é cantada por toda a assembleia. Entre cada estrofe e ao final, o refrão é cantado sempre por toda a assembleia.

10. Que as melodias dos Salmos Reponsoriais sejam sóbrias e orantes e estejam em sinto-nia com o sentido do texto (louvor, súplica, ação de graças...), a fim de possibilitar uma participação consciente de toda a assembleia.

11. A música deve estar a serviço da Palavra. Sua grande finalidade é, portanto, realçar a Palavra emprestando-lhe sua força de expressão e motivação. Jamais dificultar-lhe a audição, compreensão, assimilação, pois o texto tem a primazia (Cf. SC 121). Que os acentos fortes e fracos do ritmo coincidam com os acentos do texto (sílabas tônicas e átonas) colocando em evidência a estrutura linguística e o ritmo do próprio texto. 12. melodia do refrão seja simples para que a assembleia possa assimilar e cantar com

fa-cilidade. Preferencialmente, que sejam melodias silábicas, com apenas uma nota por sílaba, evitando melismas ou ornamentos de difícil execução. Que a melodia do refrão não seja nem muito aguda nem muito grave e sua tessitura vocal (extensão entre a nota mais grave e mais aguda) não supere uma oitava ou no máximo dez notas. É importe importer um cuidado especial com a tonalidade, a fim de que favoreça a participação, tan-to de vozes femininas, quantan-to masculinas. Quando há a participação do coral, é signi-ficativo e solene que o refrão seja cantado a vozes pelo coro, porém, nunca sobrepor-se ao canto da assobrepor-sembleia. A melodia do refrão priorize o texto literal do Lecionário, evitando excessivas repetições.

13. Quanto às estrofes (versos), a prática é que sejam cantadas por um salmista, mas tam-bém podem ser cantadas por dois ou mais cantores, privilegiando, contudo, a inteligi-bilidade do texto.

14. As estrofes são divididas em versos/membros, podendo cada estrofe ter 2, 3, 4, 5 ou 6 versos/membros e, no mesmo salmo, podemos ter variações do número de ver-sos/membros por estrofes, conforme o indicado no Lecionário. Que o desenvolvimen-to da linha melódica seja claro para não dificultar a compreensão do texdesenvolvimen-to cantado, e que o seu ritmo seja o ritmo do próprio texto, algo como “falar cantando”, não se alongando demais em determinadas sílabas ou correndo com o texto em outras – “esti-lo recitativo”. O esti“esti-lo compositivo mais utilizado é o uso do “reto-tom” para a maior parte do texto, podendo ter em cada verso/membro alguma nota de introdução condu-zindo ao reto-tom e uma cadência melódica pontuando o final de cada verso/membro.

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15. O Salmo Responsorial não pode ser ocasião de o salmista mostrar sua vaidade e osten-tar a beleza de sua voz. Deve unicamente servir à Palavra de Deus e à assembleia, sem “estrelismos”. O que deve aparecer é a Palavra de Deus para edificar a assembleia, e não a pessoa do salmista.

16. Que o arranjo e interpretação instrumental sejam sóbrios e discretos. Na música ritual, cada momento requer interpretação própria conforme a ritualidade o exige. No Salmo Responsorial os instrumentos quase se calam, mas aparecem de forma mais vibrante no canto de aclamação. Priorizem-se os sons contínuos, órgão ou cordas que fazem uma base harmônica de sustentação para a voz que está em primeiro plano. É preciso ter muito cuidado e bom senso no uso da percussão. Há diversos momentos da cele-bração que a percussão é bem-vinda (abertura, glória, aclamação, santo...). Contudo, no momento do Salmo Responsorial deve-se primar pela leveza e sobriedade. Inde-pendente dos instrumentos a serem usados para o acompanhamento do salmo respon-sorial, que o seu volume nunca se sobreponha à voz do salmista e da assembléia. 17. É importante salientar que as melodias utilizadas para o Salmo Responsorial

geral-mente são “melodias-tipo”, ou seja, são esquemas melódicos que podem ser adaptados ao texto de vários salmos. O melhor exemplo disso é o que consta nos Hinários Litúr-gicos da CNBB, onde temos a mesma melodia do Salmo Responsorial presente por até quatro semanas semanas, com a mudança apenas do texto semanal. Essa utilização de “melodias-tipo” possibilita o aprendizado gradual da melodia pela assembleia, favore-cendo a participação da mesma.

18. O salmista necessita ter um mínimo de formação espiritual, litúrgico-musical e técnica:

a) Formação espiritual – cultivar o hábito da leitura orante da primeira leitura e do

Salmo Responsorial; saber orar com o salmo, saboreá-lo como Palavra de Deus para nossa vida atual; saber cantar de forma orante e postura de quem está em ati-tude de oração e diálogo com Deus.

b) Formação bíblico-litúrgica - aprofundar o sentido literal e cristológico dos

sal-mos; estudar cada salmo em sua relação com a primeira leitura e com o projeto de salvação de Deus e, à luz da fé, entender o núcleo central da mensagem revelada (ILM 55).

c) Formação musical - saber usar a voz de forma adequada, com boa dicção e

pro-núncia e até mesmo saber ler uma partitura simples; aprender as melodias dos Salmos Responsoriais; saber se entrosar com os instrumentos musicais que acom-panham o canto do salmo.

d) Formação prática - saber manusear o Lecionário e o Hinário Litúrgico; saber em

que momento subir ao ambão, como se comunicar com a assembléia, como usar o microfone; conhecer os vários modos de se cantar o salmo.

19. Cantem a vossa glória, Senhor, os nossos lábios, Cantem nossos corações e nossa vida;

E já que é vosso dom tudo o que somos, para vós se oriente o nosso viver!”

(LH III vol. III Or. Da manhã, sábado 2ª sem.)

Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia 51ª Assembleia Geral Abril de 2013

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