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Simples Assim - Evandro Guedes

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Academic year: 2021

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que são as escolhas as quais fazemos hoje que irão determinar nosso futuro. A partir de todos

os relatos e experiências apresentados nesta obra, o leitor pode entender que a determinação, a vontade, a paciência e a perseverança são características de pessoas vencedoras. Ou seja,

as maiores e mais bem

-

sucedidas pessoas sempre fizeram planosalongoprazo

.

A obra foi concebida com o intuito de apresentar aos leitores a trajetória de sucesso de Evandro Guedes. Para isso, há depoimentos que mostram a vida de concurseiro desse autor.

Há também a preocupação de retratar relatos de pessoas que, assim como Evandro, mudaram de vida por meio do concurso público.

EVANDRO GUEDES é fundador e presidente do complexo de ensino AlfaCon e também leciona as disciplinas de Direito Administrativo e Direito Penal.

Ministra palestras inspiradoras sobre como estudar para concursos públicos, porque acredita que é possível a mudança de vida por meio do concurso público. Por isso, fez da educação e do trabalho princípios para a própria vida, prezando por aquilo que é simples e objetivo.

Como afirma esse grande profissional:

aforçadeumhomemnãoestánoqueelepodefazer

hoje

,

massim nacapacidade queele tem desuperar

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SIMPLES ASSIM!

Como alcançar a aprovação em um

concurso público de uma forma simples

e objetiva!

Uma obra para quem quer definitivamente mudar e melhorar de vida!

Descubra como construir a sua própria história de sucesso!

2ª Edição

Cascavel 2015

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Direção Executiva – Evandro Guedes Direção Editorial – Javert Falco

Coordenação Editorial – Giancarla Bombonato Supervisão de Produção – Paulo Henrique Szpikula

Diagramação – Paulo Henrique Szpikula – Andressa Matos

Capa – Maycon Beal

Revisão Textual – Giancarla Bombonato G924s

GUEDES, Evandro. Simples assim! Como passar em concursos de forma simples e objetiva. Cascavel: Editora AlfaCon, 2015.

164 p. ; 21 cm.

ISBN 978 – 85 – 8339 – 084 – 8

1. Biografia. 2. Evandro Guedes. 3. Concurso Público. 4. Técnicas de Estudo.

CDU 37.04 CDD 371 Proteção de direitos:

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução de qualquer parte deste livro, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou quaisquer outros que possam vir a ser criados. Essas proibições também se aplicam à editoração da obra, bem como às suas características gráficas.

Rua Jacarezinho, 800. Cascavel-PR

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Agradecimentos

A nosso Deus, que - por meio do Espírito Santo - entrou em minha casa, em minha vida e me incomoda sempre, para que eu conserte minhas ações e dirija minha vida no sentido de ajudar quem necessita.

A Tatiana, minha querida, paciente e amada esposa, pelos dois filhos maravilhosos (Yasmin e Danilo) que me concedeu e pelos momentos infindáveis de dedicação a meus projetos.

Aos meus pais, que sempre estiveram presentes e sempre me orientaram para o caminho do bem.

Aos meus amigos de profissão que sempre estiveram presentes na condução dos nossos alunos para o caminho das mais diversas vitórias.

A todos os alunos (hoje amigos) que fizeram parte desta obra, em especial Chayane, Héris, Gustavo, Giovani, Jhon, Nunes, Ronaldo, Ivanildo e Rafael, que deram seus testemunhos com o único fim de contagiar novos alunos a seguirem o mesmo caminho vencedor.

E, por fim, a minha querida filha Yasmim, que - por horas intermináveis - ficou ao meu lado quando eu escrevia esta obra!

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SUMÁRIO

Prefácio O início

O grande ano do resto da minha vida! “É na subida que a canela engrossa!” O jogo só termina quando tomamos posse A primeira grande lição

A paciência e o aprendizado: episódio I A paciência e o aprendizado: episódio II A continuidade é tudo

Uma história de superação Como tudo acontece

A consciência da preparação

O carrinho que faz parte da minha vida!

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(A segunda parte)

As decisões importantes que tomamos Carta para os concurseiros

A organização Vencendo pela dor!

O plano de estudo – o grande segredo A tabela de estudo

A história de um menino chamado Ronaldo! Uma lição de vida

Desvendando a CESPE/UNB A importância dos simulados

A palavra mais importante do dicionário Faculdade versus concurso público A grande lição

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Prefácio

Tenho em mãos uma obra que pode ser referência não apenas para quem estuda para concursos, mas também a quem tem um sonho: mudar e melhorar de vida. Com uma linguagem clara e objetiva, “Simples Assim!” consegue mostrar ao leitor que, mesmo o mundo conspirando contra uma pessoa, é possível vencer na vida se houver planejamento, determinação, dedicação e autoconfiança.

Com uma miscelânea de fatos verídicos e conhecimento técnico sobre concursos, este livro encontra um ponto de equilíbrio entre a razão e a emoção, o que acredito ser o elemento “mágico” que faz com que o enredo desta obra cative, surpreenda e emocione quem a lê. O lado racional fica por conta das orientações sobre como deve ser a preparação para quem quer chegar à aprovação em um concurso. Evandro Guedes não ilude o leitor, pelo contrário, mostra que estudar para concursos é difícil, assim como ser aprovado; mas também mostra que é possível realizar esse sonho. Para tanto, o autor traz informações sobre provas, editais, planos de estudos, organização de tempo, bancas (em especial, Cespe/Unb), além de direcionar o concurseiro na escolha da carreira que ele pretende seguir.

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O lado emocional, que realmente é admirável, fica sob responsabilidade das histórias relatadas durante a obra. Misturando as informações técnicas com os fatos narrados, o leitor ri, sofre, chora, fica entusiasmado e apaixona-se pela garra dos aprovados em grandes concursos. Este livro, definitivamente, é uma mescla de emoções... aqui falo da trajetória de vida de Evandro Guedes. Com uma sutileza, e sem omitir informações, o autor prova que, mesmo estando no “fundo do poço”, ainda assim é possível ser um vencedor. Vencedor pode ser entendido como aquele que supera um obstáculo, uma dificuldade. Ou seja, vencer não é privilégio para alguns “escolhidos”, mas para quem quer realmente se tornar um.

Enfim, ficam as lições de vida, as orientações e uma pergunta: “O que você quer para sua vida?”. Aproveite, durante a leitura, para convencer-se de que a responsabilidade pelo sucesso só depende de uma pessoa: VOCÊ.

Giancarla Bombonato Professora de Língua Portuguesa do AlfaCon

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“Não é a falta do dinheiro que impede você de estudar, mas sim a sua falta de vontade de perceber que tudo tem seu tempo

e que hoje é tempo de mudar, tempo de investir em você!” Evandro Guedes

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O início

M

inha história começa em 1997 – ano em que prestei o primeiro concurso. O mais legal era que, nessa época, eu nem entendia o que significava a palavra estudo. Fiz um ensino fundamental (antigo primeiro grau) e o ensino médio (segundo grau) como qualquer garoto normal, ou seja, não dei muita importância aos estudos e minha única função era passar de ano, não importava o preço. Aqui vale uma lembrança no mínimo engraçada: nunca passei direto, ou seja, sempre fiquei de recuperação!

Bem, até aqui nenhuma novidade, eu simplesmente fazia parte do grande grupo de meninos e meninas que vão para as escolas sem entender o quão importante é essa atividade. Mas tudo bem, isso faz parte do show de qualquer criança.

Nesse ano de 1997, eu estava cursando Administração de empresas e até que minhas notas não eram ruins, o difícil era conciliar os estudos com o meu trabalho. Nessa época, eu trabalhava na parte de expedição de uma empresa chamada “Metalúrgica Barra do Piraí”. Aqui era de matar, pois tínhamos que carregar vários caminhões com umas bombas plásticas gigantes.

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Nessa época, eu trabalhava por turno e, uma vez ao mês, perdia uma semana de aulas, pois estava no turno das 18 horas à meia-noite. Isso sem contar que eu sempre fazia um bico no táxi de meu pai nas tardes de folga. Mas tudo bem, com jeitinho a coisa andava bem, mas o pior de tudo, a coisa mais abrasiva, era controlar todos os meus afazeres e, ainda por cima, o ciúme de uma namorada da época, mas essa história não vale a pena contar (risos)...

Em uma tarde, eu estava no táxi e, lendo o jornal da cidade, descobri que haveria concurso para Polícia Militar do Estado. Sem pensar duas vezes, fiz minha inscrição e não me preocupei muito em estudar, afinal de contas, esse concurso não era muito concorrido e eu conhecia vários ex-colegas de escola não tão estudiosos que já estavam trabalhando.

Dessa forma, e sem ao menos ver o edital, fui fazer o concurso. No dia da prova, eu estava mais perdido que cego em tiroteio, mas isso não me impediu de fazer aquela provinha sem-vergonha de fácil, que cobrava os termos mais simples que você possa imaginar. O que animava era a concorrência: na verdade, era só fazer o mínimo, que qualquer candidato estaria aprovado!

Depois de um tempo, veio o resultado: aprovado! Legal, agora eu seria soldado da polícia militar do meu estado, certo? Errado! Descobri, da maneira mais simples e objetiva, o que era a chamada segunda fase de um concurso.

Como se tratava de uma prova da área policial, tínhamos as conhecidas provas física, médica e o temido psicotécnico. No dia do resultado, eu estava em um grande grupo, de mais ou menos uns 50 candidatos, e havia um sol de rachar. Um policial nos colocou em forma e foi chamando

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um a um. Nessa chamada, foram selecionadas umas 30 pessoas, e o mais interessante é que eles iam chamando e mandando a pessoa sair, como se ela fosse embora. Na mesma hora, veio a sensação de que todos que estavam sendo chamados estavam também sendo eliminados.

Todos no grupo estavam apreensivos, e ninguém queria ouvir seu nome sendo chamado. Isso perdurou por alguns minutos e, no final, sobrou um grupo pequeno. Para a minha surpresa e para a surpresa geral, o policial que estava comandando olhou para o grupo e disse: “– Perderam, vocês estão eliminados!”

Confesso que saí dali arrasado e chorei um monte naquele dia. A regra ali era simples: eu havia criado a expectativa de ser policial, de ser estável em uma profissão empolgante e que, ainda por cima, dava a oportunidade de crescer na profissão!

Bem, descobri, da forma mais pesada, que as coisas não eram tão fáceis do jeito que eu imaginava. Naquele mesmo ano, tivemos novo concurso e neste eu passei! Comecei o curso de formação em 1998, e, a partir daquele momento, morria o menino para o surgimento de um homem.

Os primeiros anos como policial militar foram empolgantes, e eu amava correr atrás dos bandidos e prender quem estava fazendo coisa errada, mas, com toda essa empolgação, vieram milhares de problemas e decepções.

No mesmo ano em que entrei para a polícia militar, comecei a estudar para concursos maiores. Li, certa vez, que pensar pequeno e pensar grande dava o mesmo trabalho, assim, era melhor pensar grande!

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Certo dia – quando ainda estava no curso de formação – vi viaturas da polícia federal passando pela minha cidade. Aquilo simplesmente acendeu uma chama tão forte de esperança que simplesmente moldou minha trajetória e minha vida!

Em 2000, fiz o primeiro concurso que realmente separava quem estudava das pessoas normais. Descobri, nesse ano, que estudar pouco ou estudar errado nos leva ao inevitável fracasso. Naquele ano, descobri o amargo gosto de ir muito mal em uma prova de concurso, mas esse mesmo ano foi balanceado pelo evento que muito mais tarde eu descobriria ser a coisa mais importante da minha vida: o casamento com minha esposa – Tati!

Os anos vindouros foram pesados, e, no final de 2003, aprendi o que era estudar de forma correta. Aprendi como montar meus estudos e como conciliar minha vida louca – nessa época, eu trabalhava na Polícia Militar, no táxi de meu pai e ainda fazia três seguranças, o chamado “bico”!

Assim, os anos foram se passando e minha preparação ia melhorando a cada dia, a cada mês, a cada ano! Junto com minha melhora, vinham as críticas, os deboches e todo tipo de coisa de que não precisamos para mudar de vida, mas que serve como mola impulsionadora para a montagem de nosso caráter!

O ano de 2005 chegou e, com ele, o concurso que simplesmente mudou minha vida, projetou-me a nível nacional e fez a construção de uma empresa que vive todos os dias para o aluno! Temos um lema que diz assim: “não trabalhamos com cursos preparatórios, trabalhamos com vidas!”

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“Seja o senhor de 99,99 de sua vida e nunca deixe que críticas ou outras pessoas decidirem sua história. Lembre-se: a vida (por meio de diversos fatores) vai tentar loucamente impedir

você de chegar a seus objetivos. Simplesmente não aceite!” Evandro Guedes

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O grande ano do resto

da minha vida!

E

m 2005, a coisa estava preta, e isso só fazia com que eu estudasse mais e mais e tivesse a convicção de que nada – absolutamente nada – iria ficar entre mim e meu sonho! Nessa época, eu estava no oitavo ano de estudo para concursos, e as derrotas e as decepções iam montando meu caráter.

O ano começou na mesma, ou seja, mais um ano e muita esperança de passar no concurso que eu tinha planejado para minha vida, que era a polícia federal.

Um ano antes, eu havia caído no concurso da Polícia Rodoviária Federal e no concurso da Polícia Federal. Desde então, eu me preparava para o novo concurso, mesmo sem ter a perspectiva de um edital próximo.

Como nos demais anos, eu estava trabalhando como policial, como segurança e no táxi de meu pai, fora dizer que cursava a faculdade de direito e ainda fazia cursinho preparatório todo sábado. Quando descrevo tanta coisa, as pessoas tentam entender como isso é possível. Por isso, para que você entenda, vou exemplificar contando como era minha semana naquela época:

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“Nesse ano eu estava mais “louco” do que nunca, e minha única função era estudar. Os meus superiores na Polícia Militar viram isso e fiquei conhecido, no batalhão, como o vagabundo que só quer estudar. Essa fama trouxe de presente para minha vida uma ponte, chamada ponte metálica!

O serviço consistia em ficar em pé tomando conta de uma ponte que sofria o risco de cair caso passassem caminhões pesados. A escala era de 12 por 36. Isso significa que você trabalha 12 horas e folga 36 horas. Por exemplo, você trabalha na segunda das 07:00 às 19:00, descansa das 19:00 às 07:00 (12 horas) e mais um dia todo (24 horas), voltando a trabalhar na quarta-feira das 07:00 às 19h:00. Na prática, trabalha-se um dia e folga-se um dia. Eu aproveitava as folgas e o dia em que trabalhava no plantão da noite para fazer um bico no táxi do meu pai às tardes, pois de manhã eu ia para a faculdade. Na minha primeira folga, eu trabalhava também como segurança particular de um posto de gasolina que pertencia a um empresário da cidade, chamado Mario di Biase.

Fora essa confusão toda, eu também recolhia dinheiro da empresa de ônibus e ainda trabalhava em uma empresa de segurança que monitorava estabelecimentos comerciais (esta aqui só me deu dor de cabeça, pois até hoje o safado do dono da empresa me deve).

Agora, imagine minha semana: na segunda pela manhã, eu ia tomar conta da minha ponte que nunca caiu. Saía de lá e ia fazer minha segurança (dependia da escala, pois eu revezava com outros policiais). Na terça, eu ia para faculdade pela manhã e à tarde engatava no táxi do pai, depois saía correndo e à noite ia para a segurança. Na quarta, eu ia para a faculdade, o táxi e o plantão na Polícia. Na quinta, saía moído do plantão, ia para a faculdade e depois para o táxi, aí, meus caros, à noite eu desabava! Na sexta, lá estava eu de volta: plantão e segurança.

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Sábado de manhã era mágico, pois nesse dia eu saía às 05:00 da manhã e rodava 130 quilômetros para chegar ao cursinho no centro do Rio de Janeiro. As aulas iam das 08:30 às 19:30, e o dia passava tão rápido e de forma tão empolgante que o cansaço era um nada! À noite – quando estava de plantão – eu sempre chegava atrasado para o serviço, aí vocês já imaginam a dor de cabeça que dava!

No domingo – quando estava de plantão na noite anterior – eu dormia profundamente até à tarde, acordava e planejava a semana, fora que sempre reservei esse dia para fazer um simulado ou mesmo uma prova anterior!”

A pergunta que você deve estar fazendo é: como esse maluco conseguia estudar nessa confusão?

Bem, a resposta é mais simples do que você possa imaginar: quando estamos estudando para concursos não estamos movimentando os sonhos de outras pessoas, estamos movimentando nossos próprios sonhos, nossas expectativas e nosso futuro. Eu sempre tive em mente que não iria ficar ali; que não iria comprar somente o que dava, compraria o que eu quisesse; que nunca iria ficar comendo somente o que dava, queria comer aquilo de que gostava; enfim, coloquei uma meta, um ponto focal em minha vida. Depois disso, tudo que eu fazia era me organizar.

Quando eu estava de plantão durante o dia, levava resumos, anotações e exercícios, pois ficava mais simples de burlar a supervisão e eu conseguia um bom rendimento. Às tardes, quando eu estava no táxi, eu separava para ler algum livro ou apostila pequena de conteúdo.

A segurança particular era a que me dava mais oportunidade de estudar, pois eu ficava a noite inteira sem fazer nada e sem ninguém para me vigiar. A faculdade

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era uma festa, assim, para matérias que me interessavam, eu ficava em sala e estudava, e o que não prestava eu fazia somente para passar de semestre.

O lugar mais complicado era o plantão à noite na ponte. Aqui era de matar! Além de tomar conta de uma ponte, eu tinha que estudar e, ainda por cima, desenvolver mecanismos para burlar os supervisores que enchiam a paciência.

Contudo, é na subida que a canela engrossa, e, na base do treino, aprendi a estudar durante a noite toda, sem ninguém me pegar! O problema eram os caminhões! Nessa época, vários deles, carregados de minério, passavam pela cidade e o caminho mais curto para que pudessem seguir viagem era passar pela ponte!

O problema é que eles sempre tentavam passar de madrugada e, nesse horário, eu estava mega concentrado nos estudos. Quando eu via, já era tarde, ou seja, eu bobeava e lá estavam dois, três caminhões em cima da ponte!

Foi nessa época que gravei o Salmo 23: 1-6

“O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.

Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

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Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.”

Assim, eu fechava os olhos, orava forte e pedia a Deus: meu Deus, não deixe essa ponte cair; se cair, eu estou ferrado!

Papai do Céu nunca me abandonou e a ponte nunca caiu! Certo dia – pensem em um dia de empolgação – ganhei um livro novinho de meu pai. O livro tinha custava um valor alto e era totalmente direcionado para concursos. No dia em que o ganhei, tive plantão à noite e, como era de praxe, levei-o para estudar. Eu estava nas primeiras páginas quando, do nada, a viatura da supervisão chegou por trás de mim, só deu tempo de jogar o livro para o lado. Um tenente, que não gostava muito de mim, chegou e, de pronto, mandou que me recolhesse ao batalhão assim que saísse do plantão. Ele queria que eu cumprisse prisão administrativa até o comandante da unidade chegar. Só que era uma sexta, e eu ia ficar preso administrativamente todo o final de semana.

Olhei nos olhos do tenente e falei:

– O livro não é meu, não sei de quem é, e o senhor não pode dizer ou mesmo provar que é meu!

Bem, ele olhou para mim, riu, abaixou-se, pegou o livro e disse:

– Legal, achei um livro!

Aquele dia eu chorei! Havia ganhado um livro que seria muito importante para minha vida, que meu pai havia-me dado e, do nada, o cara levou o livro! Bem, o importante é olhar para frente e ter em mente que o importante é continuar.

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“Passar no concurso de sua vida vai depender de tempo, dedicação e lealdade a seus objetivos! Não tente encurtar o que não pode ser encurtado, sofra, chore e tenha em mente que essa fase vai passar e, no futuro, você vai olhar para trás e terá a

certeza absoluta de que tudo valeu a pena!”

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“É na subida que a canela engrossa!”

N

o início daquele ano, saiu o edital para Agente

Penitenciário Federal. Ninguém estava dando muita ideia ou mesmo apostando nesse concurso. Afinal de contas, o cargo e o órgão eram novos, as primeiras penitenciárias não estavam ao menos inauguradas e, enquanto a polícia federal pagava na época mais de cinco mil reais, um Agente Penitenciário Federal ganhava dois mil oitocentos e oitenta e poucos reais, segundo o edital.

Vi um monte de gente falando que não valia a pena, que isso, que aquilo. Não dei muita atenção ao que falavam e fiz minha inscrição. Confesso que, para esse concurso, tive uma preparação simples, ou seja, fiz o feijão com arroz.

Peguei o edital e 90% era compatível com o que eu estava estudando. Adaptei lendo somente texto de lei do que veio diferente do que eu estava estudando e coloquei na cabeça que o importante era ficar tranquilo e fazer tudo o que eu estava treinando.

O dia do concurso chegou e a banca examinadora – a CESPE/UNB – simplesmente inovou e colocou o concurso para começar às 15:00 horas. Agora, imaginem uma prova no Rio de Janeiro, fazendo um calor infernal!

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Eu fui fazer a prova com um grande amigo da época, esse amigo chegou a minha casa por volta das 11 horas e foi aí que tudo mudou!

O telefone tocou e era um outro grande amigo – que era policial militar. Ele me avisou que meu pai havia acabado de capotar com o carro, estava com passageiros e todos tinham-se machucado bastante.

Não pensei duas vezes e falei para o meu amigo: “– Meu brother, vai você porque vou ver meu pai!” Meu amigo me olhou e disse: “Amigo é amigo, safado é safado (trecho adaptado – risos), estou junto e outros concursos virão!”

Assim, fomos em direção ao acidente. Quando chegamos, os bombeiros e o socorro já estavam lá. Meu pai estava caído ao lado do carro. Essa cena até hoje ecoa em mim de várias formas e modos e me ajuda a tomar decisões importantes em momentos difíceis.

Ficamos até tarde esperando o reboque. Mais tarde, fomos ao hospital, e lembro-me da cena como se fosse hoje. Entrei no quarto e estava passando o Jornal Nacional da Rede Globo. Mal deu tempo de entrar e falar com meu pai e a primeira notícia era: concurso para Agente Penitenciário Federal é anulado por fraude. Vários candidatos haviam sido presos pela polícia federal. Nesse momento, meu pai me olhou e disse: “Viu filho, não estraguei seu concurso, você vai poder fazê-lo!”

Conversei com meu pai e disse a ele que “nunca é qual o concurso”, mas sim “quando o concurso vai acontecer”, e expliquei que era assim mesmo. Eu já vinha sendo reprovado por anos e aquilo não me assustava!

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Pois bem, os meses se passaram e fui fazer o concurso. Minha prova foi na Unisuam, em Bonsucesso no Rio de Janeiro, e – quando saí da prova – tive a certeza de ter dado o meu melhor. Quando saiu o gabarito provisório, eu tinha ido muito bem, e – quando saiu o definitivo – tive a certeza de que aquele era o meu concurso, ou melhor, o primeiro de muitos em que viria a ser aprovado.

O ano de 2005 foi mágico, pois aprendi naquele ano a ter paciência e a nunca desistir, mesmo que a coisa parecesse estar muito pior do que aparentasse!

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“Seja sempre fiel aos seus ideais, nunca desmereça sua força de vontade e, quando a vida se mostrar difícil, mostre-se mais forte. Quando todos falarem que você não pode, mostre que vencedor você é, que nada mudará sua posição! Apanhe, caia,

levante e volte a brigar! Filho, no final, será somente você e suas conquistas!”

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O jogo só termina quando

tomamos posse

O

ano de 2006 chegou e, com ele, o fardo de ter-me dedicado por tantos anos a fio para realização de um sonho. Entrei, nesse ano, como sócio vip do SERASA e do SPC. Vi minha casa – que estava financiada – acumular uma dívida impagável. Vi também minha vida financeira ir para o brejo, mas querem saber:

“Eu não estava nem aí, pois a esperança de que dias melhores estavam por vir era maior que qualquer problema!” Nessa época, eu tinha um golzinho 1989 caindo aos pedaços, e ele era muito engraçado, tanto que reservei um capítulo dessa obra exclusivamente para ele. Esse carrinho me ajudou de uma forma que vocês não podem imaginar. Quando meu pai sofreu o acidente, o carro que usávamos para táxi ficou completamente destruído, e tivemos que colocar esse meu golzinho para rodar como táxi.

Nem preciso dizer que minha condição de policial e a situação trágica ajudaram muito, pois conseguimos deixar aquele carro todo irregular trabalhando, sem ninguém impedir.

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O mais legal era que, mesmo aprovado no concurso, cheio de problemas, cheio de dívidas, eu não parava por nada de estudar. Em março daquele ano, saiu a primeira convocação para o concurso e eu tinha ficado fora, ou seja, sobrei para a segunda turma. Tudo bem, o importante é estar aprovado, não é? Bem, essa é a teoria, o difícil foi dizer isso para mim que fiquei esperando 6 meses para a convocação da segunda turma. Nesse meio tempo, eu acompanhava tudo de perto: como era o curso, onde os aprovados iriam trabalhar, quais eram os relatos, enfim, tudo o que me fazia visualizar um futuro melhor eu saboreava de uma forma muito intensa.

Os meses foram se passando e, enfim – no mês de agosto –, fomos convocados. Foi algo mágico, porque o concurso foi anômalo para um concurso dessa área. Não fomos simplesmente convocados para o curso de formação, fomos “nomeados” para o curso de capacitação, isso mesmo, por um erro no edital, tivemos que ser nomeados, empossados e colocados em exercício já no curso de formação. O legal é que a posse foi dada no Paraná (Catanduvas) e fomos levados para fazer o curso em Brasília, ou seja, saiu da sede, meu brother, tem que pagar diária!

Nessa altura do campeonato, a nossa remuneração já estava chegando a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), e olha que fizemos um concurso um ano antes com valor no edital de dois oitocentos e pouco. Resumo: o Governo Federal é um pai, certo? Errado, ele é uma mãe, pois, além de praticamente dobrar nossa remuneração, ainda nos deu a oportunidade de ganhar diária, isso mesmo! Imagina um cara que ganhava R$ 950,00 de valor bruto e, no final, dava uns R$ 450,00 líquidos na Polícia Militar (isso por conta dos empréstimos consignados, que eram muitos) ganhando, de uma tacada só, mais de R$ 7.500,00 por mês!

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Na boa, os primeiros meses foram mágicos. Todos os meses caía essa grana e eu economizava o que dava. Não viajei, não comia nada caro, não esbanjava, nada, simplesmente segurei o que dava e, quando saí de Brasília, consegui comprar o primeiro carro decente da minha vida (um Astra 2000). Caramba, que bacana, o carro tinha ar, vidro elétrico, direção hidráulica e tudo. A primeira coisa que fiz foi pegar a estrada ao final do curso e partir para pegar minha esposa e minha filha, que tinham ficado em Barra do Piraí-RJ.

Viajei durante a noite e cheguei no final da tarde. Fui direto ao salão de beleza falar com minha esposa, que era manicure. Cheguei de supetão, não liguei, não avisei, nada, somente cheguei. Tente imaginar isso acontecendo com você! É isso mesmo, foi algo sobrenatural. Há três meses e meio eu havia saído sem nada, sem dinheiro, sem casa, sem carro, enfim, quebrado, e simplesmente estava voltando servidor público federal, com um carro de verdade, com esperança e o melhor: bem-sucedido na vida!

Peguei minha esposa, minha filha, duas malas e muitas esperanças e partimos rumo ao Paraná. Na viagem, contei para Tati o que tinha acontecido nos meses anteriores, especialmente uma situação inusitada que ocorreu quando fui tomar posse do cargo.

Essa situação diferente ocorreu uma semana depois que cheguei ao Paraná. Deveríamos ficar a primeira semana esperando para entregar os documentos e tomar posse. O que eu não sabia é que o tal do exame médico oficial no ato da posse era mais chato do que parecia. No dia do exame – minutos antes de assinar o ato da posse –, eu estava bem feliz e destruído, isso mesmo, destruído!

Quando eu havia chegado a Cascavel (cidade vizinha a Catanduvas), eu tinha somente R$ 300,00 no bolso. Dessa

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forma, fiquei hospedado em um hotel bom, mas já com a ideia fixa de ficar somente uns dois dias e depois achar um lugar para ficar. Nesse hotel, encontrei uma das pessoas mais fascinantes de que já tive notícia, o nome do cara era Cássio Arantes do Nascimento. Encurtando o assunto, o cara era um Goianinho baixinho, super inteligente, e tinha acabado de derrubar pizza na única coisa de valor que eu tinha: uma mala novinha que minha mãe tinha-me dado.

Pensem só, no dia em que ele me conheceu, literalmente “lambuzou” minha mala e, para ajustarmos isso, saímos e tomamos um porre que ficou na história!

A amizade foi imediata e resolvemos tomar mais alguns porres. Logicamente, meu dinheiro acabou e, já de saída, fiquei na dívida com ele e tive que pagar com a primeira remuneração (risos).

Mas, tudo certo, voltando ao dia da posse. Cheguei cedo à penitenciária federal em Catanduvas, e fomos fazer o exame antes do ato de posse. Era algo simples: o médico pedia os exames, nós os apresentávamos e ele aferia nossa pressão, coisa simples, não? Errado, a enfermeira aferiu minha pressão e, depois disso, olhou para o médico e disse: “Doutor, ele tem pressão alta!” O médico olhou para mim e disse que aquilo me reprovaria! “Estavam de sacanagem comigo!” Depois de anos, depois de largar tudo e perder tudo, eles iam me reprovar nos 45 do segundo tempo!

Entrei em choque e argumentei que era policial, que corria, que lutava judô, enfim, que aquilo só poderia ser um erro. Ele, então, pediu um exame complementar de esforço físico. Saí desesperado, correndo e achei uma clínica no centro de Cascavel. O valor do exame era um absurdo e eu

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não tinha como pagar. Entrei na sala do médico, expliquei a situação e, para minha surpresa, ele disse: “Filho, tranquilo, pague com chegue para 60 dias!” Legal, mas qual cheque? De quem? Olha, só por Deus mesmo, nem me pergunte como, só sei que apareceu uma alma que encontrou outras que estavam na mesma situação e alguém deu um cheque para várias pessoas. Enfim, no final, tudo deu certo, fiz os exames complementares e consegui tomar posse. Uma semana depois estávamos em Brasília fazendo o curso de capacitação e, um mês após, veio minha primeira remuneração.

Espero que esse relato sirva de alerta, pois o jogo só termina quando acaba, e o concurso só está resolvido quando assinamos o termo de posse!

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“Tome cuidado com o que faz com sua vida hoje, pois, no futuro, você vai ficar velho, e as pessoas velhas querem aproveitar a vida. A regra geral é trabalharmos quando novos,

para curtirmos quando velhos! Hoje não é tempo de curtir, hoje é tempo de trabalhar forte para um futuro melhor!”

(32)

A primeira grande lição

N

o início de 1999 – já com a ideia fixa de me tornar policial federal –, comprei dois volumes de uma apostila – naquela época, não tinha noção de nada, simplesmente comprei a primeira que apareceu e, como ela parecia “bem grande”, eu achava que o investimento estava valendo a pena.

Pois bem, passei os dois anos seguintes praticamente debruçado naquele material e tive-o como referência única. Estudei, resumi, fiz tudo o que podia fazer. O dia do concurso chegou, e em 2000 fui fazer a prova.

Saí do concurso com a impressão de que nem havia estado lá. Dias depois, saiu o gabarito provisório e, nele, minha nota: menos oito pontos, isso mesmo, pelas minhas contas (e olha que naquela época eu não dominava muito bem como corrigir no sistema Cespe/Unb) saí com ponto negativo, muito comum na formatação padrão dessa banca.

• Resumo da ópera: essa primeira pancada foi decisiva na minha vida. Aprendi, naquele dia, que um material ruim, a falta de resolução de exercícios, a falta de

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simulado e toda a estrutura que é peculiar a quem quer ser aprovado só pode dar no que deu, ou seja, reprovação certa!

Aprender com os próprios erros ou mesmo com quem já errou é fundamental para nosso sucesso. Veremos que, com técnica, perseverança e muita paciência, podemos resolver tudo!

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“Eu e muitos outros que chegaram à aprovação tivemos derrotas, dias ruins, incertezas e mágoas. Mas o equilíbrio

estava presente. O mais importante é estarmos preparados para a derrota!”

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A paciência e o aprendizado: episódio I

N

essa época, eu já estava trabalhando no departamento penitenciário federal, mas confesso que não era o que eu gostaria de fazer. Tomei posse nesse concurso em agosto de 2006 e, desde então, passei a dedicar-me para os concursos da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal.

Eu sempre tive em mente não parar de estudar até alcançar meus sonhos. Dessa forma, eu dividia meu tempo: trabalhava no plantão de 24 horas, ia para a faculdade de direito e estudava para o meu concurso. Comecei essa jornada em 2007. Esses anos foram “secos” de concurso na área policial, mas nada poderia me desanimar – levando-se em conta que havia demorado 8 anos para passar no primeiro concurso!

Fiz um plano de estudo infalível. Esse plano consistia basicamente em dividir as matérias do edital anterior, estudar duas matérias por dia e fazer exercícios de todas as matérias. Contudo, aquilo de que mais sentia falta era o apoio de um curso preparatório, porque o difícil não é estudar, o difícil é separar as matérias corretas e os exercícios de referência e, nesse ponto, um curso de boa qualidade faz toda a diferença.

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O ano de 2008 chegou e, com ele, a expectativa do concurso que eu projetava na época. Eu estudava forte as matérias básicas e as específicas eu só reforçava em exercícios, pois minha base era muito boa, e o importante era estudar mais o que eu sabia menos e fazer somente exercícios do que eu menos dominava.

Fui levando esse plano de estudo até o dia da prova. Nesse ano, saiu o concurso para vagas nos estados de Mato Grosso e Pará. Escolhi o estado que tinha menos vagas, ou seja, o Mato Grosso. Eram previstas em edital 146 vagas.

O edital trouxe o que eu estava prevendo. Assim, ficou bem fácil adaptar as mudanças do novo edital. Foi nesse concurso que usei a teoria dos 10 últimos dias pela primeira vez. Essa teoria – fui eu mesmo que criei – consistia em juntar todos os exercícios que eu já havia feito e todos os simulados e juntar tudo em uma apostila. Depois disso, eu passava os últimos 10 dias revendo quantas vezes fossem possíveis somente os exercícios que já tinha feito. Na prática, era para não deixar nada passar no dia da prova.

Assim, o dia da prova chegou. Sairíamos de Cascavel, no Paraná, à noite e faríamos a prova em Campo Grande/ MS, mesmo as vagas sendo para o Mato Grosso. Quando estávamos dentro do ônibus fretado, recebemos a notícia de que o concurso estava suspenso (suspensão de concursos nos 45 do segundo tempo é muito normal quando falamos na estrutura brasileira).

Bem, para dizer a verdade, eu até gostei, pois, quanto mais tempo para estudar, melhor. O tempo foi passando e eu continuei forte em minha preparação. No meio do caminho, abri, junto com outros sócios (os primeiros e

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mais traumáticos da minha vida), o primeiro curso, ele se chamava Servidor Concursos, mas essa é outra história e, na verdade, nem vale a pena contar!

O dia do novo concurso chegou e, com ele, várias experiências que preciso compartilhar com vocês! Para dizer a verdade, eu nunca estive tão preparado para um concurso como estava para esse. Para explicar de uma forma simples e objetiva, vou colocar os principais erros que cometi em tópicos:

1º erro: não conhecer o local em que eu iria fazer a prova Cheguei a Campo Grande/MS um dia antes do concurso. A viagem foi longa e eu estava morto de cansaço. Ficamos em um hotel horrível e o ar-condicionado não funcionava, ou seja, dormi extremamente mal. No dia seguinte, cheguei cedo à faculdade em que a prova seria e, quando fui comer algo, me surpreendi, pois só havia lanches e, como não havia outra possibilidade, comi um sanduíche e tomei um refrigerante. Resultado, passei um desconforto incrível no momento da prova.

2º erro: não estar familiarizado com o estilo de prova Eu vinha me preparando há muito tempo para as provas do tipo padrão da banca CESPE/UNB, aquelas questões que você coloca certo, errado ou simplesmente não marca. Quando peguei a prova, a formatação era de cinco alternativas com 80 questões. Dessa forma, comecei a fazer a prova como sempre treinei, primeiro fiz a redação (que ficou ótima, fiz 18,60 de 20 pontos possíveis) e depois fui para as matérias específicas. Agora, imaginem fazer uma prova num calor infernal e pingando de suor. Até aí tudo bem, pois, se estava ruim para mim, estava ruim para todo mundo!

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3º erro: não controlar o tempo

Todo mundo que faz prova sabe que os últimos 30 minutos devem ser reservados para a passagem das questões para o gabarito, isso até eu sei. O legal é que, nesse dia, tive uma “diarreia mental” e não me atentei a isso. Do nada, a pessoa contratada pela banca examinadora falou: “Faltam trinta minutos!” Aí, meu povo, não tem jeito, bateu o desespero. Ainda faltavam umas 10 questões para serem resolvidas. 4º erro: cuidado ao marcar o gabarito

Nessa correria, parei de fazer a prova e fui marcar o gabarito. Resultado: mandei três questões erradas e tive que chutar as outras dez e, diga-se de passagem, só ganhei uma!

O fim dessa cagada universal foi minha classificação para as outras fases (médico, físico e psicotécnico) fora das vagas. Na verdade, depois disso tudo, ainda fiquei aprovado, mas fui o antepenúltimo. Mas essa foi uma obra de Papai do Céu. A primeira turma entrou logo no início de 2009 e eu fui efetivamente convocado em 2011, quando o “Alfa Concursos” (que você vai conhecer) já estava bem grande e meus planos já eram outros.

O importante é saber que um homem que conhece seu passado ou escuta quem já esteve na mesma situação é uma pessoa destinada ao sucesso. Foi desse episódio que tirei a ideia de que não é você que escolhe o concurso da sua vida, ele simplesmente acontece!

Assim, aprendam a ter paciência e lutem pelo seu futuro, pois ninguém fará isso por você e, quando cair em um concurso, tenha em mente que outros melhores virão. Papai do céu tem planos muito especiais para aqueles que acreditam e trabalham duro para a realização de seus sonhos! 

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Ser forte e bem-sucedido na vida é uma questão de escolha pessoal, de atitude, e não predisposição natural. Conheço meninos e meninas geniais que escolheram caminhos errados e conheço milhares de pessoas que, assim como eu, possuem várias limitações e fizeram desses problemas grandes oportunidades para vencerem na vida!

Reclame menos, dedique-se e estude mais: verá que grandes coisas acontecerão em sua vida! Deixo aqui uma frase que poderá mudar o rumo de sua vida!

“A força de um homem não está no que ele pode fazer hoje, mas sim na capacidade que ele tem de superar as derrotas e

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“Estude como se o mundo fosse acabar. Junte um dinheirinho, largue o emprego, venda o carro ou a moto velha e se dedique

a uma finalidade. Estude todos os dias: sábado, domingo, feriado. Não respeite nem os dias santos! Dessa forma, sua preparação vai se fortalecer e você fará como os meus alunos

fazem e há de se transformar em um vencedor!”

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A paciência e o aprendizado: episódio II

O

ano de 2005 foi o maior barato! Eu havia acabado de sair do curso que tinha ajudado a fundar e estava indo para o Alfa. Nessa época o Alfa era (e sempre vai ser) referência no estado do Paraná em ensino fundamental, médio e pré-vestibular, mas não tinha acertado o pé na preparação para concursos.

Posso afirmar que praticamente ganhei na loteria quando conheci o João, o Luiz e o Sidnei, pois, na verdade, não representam meus sócios, e sim minha família. Cheguei ao Alfa em Fevereiro de 2009 e fiz uma proposta mirabolante para o João, lembro como se fosse hoje: aquele carinha meio careca ficou me olhando falar e falar e falar e, só depois de ouvir tudo o que eu tinha para dizer, resolveu abrir a boca:

– Vou falar com meus outros sócios e depois te ligo! Isso aconteceu pela manhã, já à tarde ele me ligou. Não esperei muito e fui ao encontro do trio que, mais tarde, se transformaria no embrião do AlfaCon. A conversa foi curta e grossa e a proposta era que eu fizesse o curso para o concurso decolar e eles dariam o suporte!

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O desafio foi aceito e arrumaram uma sala embaixo da escada que levava ao terceiro andar. Trabalhei por um mês sozinho e, depois, consegui uma assistente, o nome da mocinha é Daiana (hoje ela trabalha no INSS – passou no concurso de 2012). Nesse período, corremos com os preparativos e, com tudo o que poderíamos fazer, abrimos duas turmas, uma para Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF) e outra para a prefeitura de Cascavel, este último com edital aberto!

As aulas começaram no início de Abril, e conseguimos 23 alunos na turma da prefeitura com edital aberto e 18 alunos na turma das carreiras policiais! Achei até razoável, pois estávamos em Cascavel – no interior do Paraná – e, nessa época, não existia nenhuma cultura de concursos, ou seja, a população não estudava profissionalmente. O maior problema que tive era conciliar o plantão na penitenciária federal com o trabalho administrativo, a coordenação, além de ministrar as aulas. No entanto, sempre tive em mente que pessoas especiais veem os problemas como grandes oportunidades de mudar de vida, e pessoas normais veem os problemas simplesmente como problemas!

Pensando assim, eu dividia meu tempo em estudar para o concurso (afinal de contas, eu também queria fazer o concurso da PRF), fazer meu plantão, administrar o curso e dar aulas e, ainda por cima, não podia esquecer-me da família! Os meses foram se passando e, no dia 27 de julho de 2009, saiu o edital da Polícia Federal. Meus Deus, eu estava com pouco mais de três meses de trabalho com uma turma pequena e que nunca tinha estudado para concursos. Tive que ser sincero e dizer-lhes que esse concurso era somente para teste mesmo, que outros viriam e que não se passa em

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um concurso da noite para o dia. O legal foi que a saída desse edital animou alguns outros alunos e conseguimos uma turma de mais ou menos uns 35 alunos.

Bem, não deixei a turma se perder e foquei nas matérias comuns aos cargos de PF e PRF, pois o edital da PRF estava previsto para sair no final daquele ano. As matérias específicas da PF eu colocava aos sábados – manhã e tarde – e deixava os domingos para exercícios e simulados. O difícil foi convencer os alunos de que eles tinham que estudar de segunda a domingo, fazer o curso e, ainda, se dedicar um monte em casa, pois concurso não era faculdade, ali a concorrência era brutal!

Nem preciso dizer que errei feio a previsão do concurso da PRF! Acordei um belo dia, bem cedo como sempre, abri a internet e quase caí duro ao ver, no dia 12 de agosto daquele ano, o edital da PRF. Meu Deus do Céu, eu com uma turma pequena e iniciante no presencial e dois concursos de peso na minha frente! Quem me conhece sabe que não apavoro em situações extremas, assim, arregacei as mangas e fiz um plano simples que consistia em cinco pequenos passos:

Passo 01:

Fazer o simples que sempre dá certo, até porque não dava tempo de complicar as coisas.

Passo 02:

Já que eu ia fazer os dois concursos, resolvi utilizar minha metodologia (o plano de estudos que veremos no capítulo próprio). Dessa forma, eu conseguia controlar o que estava sendo estudado e os tópicos mais relevantes cobrados pela banca examinadora.

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Passo 03:

Coloquei na cabeça dos alunos que o foco era a PRF, pois o concurso era a melhor chance que eles tinham que passar. Fiz isso pela minha experiência e, por saber que a abordagem iria ser diferente nos dois concursos e nos demais, o concurso da PRF dava mais tempo de preparação.

Passo 04:

Confinei os alunos (pelo menos os que aceitaram) no curso. Dessa maneira, estudávamos de segunda a sexta, no período da noite, as matérias regulares do edital; aos sábados (manhã, tarde e noite), somente exercícios; aos domingos revisávamos as matérias pela manhã e fazíamos simulados à tarde.

Passo 05:

Tirei os últimos 10 dias para rever somente os exercícios que havíamos feito no período de preparação, nada novo. Isso deu um trabalhão, pois tive que compilar tudo em um único arquivo que, na verdade, virou um apostila, e hoje a conhecemos como a “teoria dos últimos 10 dias”.

O dia da prova da Polícia Federal chegou, e viajei com 18 alunos para essa prova (os demais fariam somente a PRF). Conversei muito com eles e expliquei que aquele ainda não era o concurso deles e que seria somente uma boa preparação para a PRF. No final das contas, eu tentava explicar que a aprovação viria somente nos próximos anos, mas que tudo era possível se tivéssemos a dedicação em nossos corações e nossas mentes.

Como era de se esperar, nenhum dos 18 passou naquela prova, e o que os movimentou para frente foi a minha aprovação. Isso mesmo, eu fiz 83 pontos na prova objetiva

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e 10,35 na redação para o concurso de escrivão de polícia federal. Nessa época, a minha mente e meu coração batiam em um só sentido, que era fazer meus alunos serem aprovados. Por isso, não assumi o cargo e não assumiria nenhum outro para o qual fosse aprovado. A função de ir junto e fazer as provas era, e ainda é, somente para provar que é perfeitamente possível ser aprovado quando estudamos de forma correta e com dedicação intensa.

Depois dessa prova, o foco continuou firme no concurso da PRF. Montei um plano de estudo arrojado e coloquei na mente deles que tínhamos de aprender a fazer a prova da banca CESPE/UNB. Os simulados eram semanais e, a cada semana, o rendimento da turma melhorava, mas não era o suficiente, isso pelo tempo de estudo que eles tinham.

Assim, eu precisava passar mais tempo junto aos alunos, e o plantão de 24 horas estava me quebrando, pois, além de administrar tudo, eu tinha que dar aulas de Direito Administrativo e Direito Penal e, ainda por cima, ficar vigiando os demais professores no sentido de fazê-los render o improvável nas aulas.

Consegui um atestado médico (eu fiquei realmente estressado – risos) 30 dias antes da prova. Dessa maneira, pude me dedicar 100% aos alunos. Em caráter de emergência, coloquei aulas na parte da tarde somente de exercícios dos conteúdos mais complexos e deixei por conta dos alunos o que era somente decoreba, ou seja, texto de lei deixei por conta exclusiva deles!

O legal é que você deve estar se perguntando: Onde o Evandro errou?

Bem, não errei com os alunos, pois determinei que todos deveriam estudar todas as matérias, pois conteúdos

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como física eram novos, e o edital previa mínimo por matéria. Cobrei muito os alunos, cobrei forte, contudo, eu mesmo não me dediquei a esses conteúdos por falta de tempo. Logo, fiz o concurso, obtive umae nota na prova objetiva que me colocaria nas primeiras posições, só que não fiz o mínimo exatamente em física, ou seja, mesmo com um nota alta, rodei na prova objetiva!

O erro crucial que muitos cometem é estudar somente as matérias de que gostam ou que sabem mais e deixar de lado as matérias que parecem sem importância, mas, dependendo do edital, transformam-se em matérias fundamentais.

O legal daquele concurso é que dali saíram vários alunos aprovados, como o Willian Pascoal (aprovado, depois, em mais 08 concursos), o Jefferson do Nascimento (grande amigo até hoje), o Ricardo Salgueiro (meu primeiro aluno) e muitos outros, que construíram suas próprias histórias, construíram um futuro e puderam ser parte de algo de que eles vão se orgulhar pelo resto de suas vidas!

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“Cuidado com decisões precipitadas: procure verificar se mudanças são realmente necessárias. Às vezes, somente as mudanças de velhos hábitos nos fazem fortes o suficiente para prosseguir. Jamais deixe que a vontade de vencer se sobreponha

às pessoas que amam você. Contudo, de uma forma racional, jamais deixe de lado a sua vontade de vencer.”

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A continuidade é tudo

V

ocê já deve ter ouvido falar que uma história tem sempre duas versões. E isso é uma verdade. O ano de 2009 foi divido em minha dedicação louca aos alunos e a problemática que isso gerou dentro da minha vida pessoal. Nessa época, eu fiquei praticamente cego e só queria saber de dar aulas e estudar, afinal de contas, eu já estava naquele pique louco desde 1998 e não iria parar por nada.

O meu erro, nessa época, foi não trazer minha esposa e minha filha para o universo maravilhoso em que eu estava vivendo. Tentem imaginar como fica a família de um cara que fica “enterrado” dentro de um colégio de segunda a domingo, trabalha no serviço público e estuda feito louco quando está em casa.

Costumo não dar conselhos, até porque acredito mais em testemunho de vida do que simplesmente em palavras. Contudo, sou forçado a ir contra esse dogma e dizer o seguinte:

“Não afaste a família dos seus projetos. Agregue valor a eles, explicando-lhes o quão importante será para a vida de vocês quando você passar; o quão maravilhoso será poder comprar o que quer e não somente o que dá; poder comer o que deseja e não

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somente o que o curto dinheiro de hoje pode comprar. Enfim, família é tudo e deve sempre estar presente, seja nos momentos alegres ou nos momentos difíceis!”

Posso dar esse testemunho com propriedade, pois minha busca desenfreada quase acabou com meu casamento e com minha família, mas – graças a Deus – no final tudo deu certo. Minha fiel companheira conseguiu captar a ideia e me resgatar, e devo isso integralmente a ela.

Os meses de 2009 voaram de uma forma que não posso explicar. O plantão na penitenciária federal ficava mais sombrio para mim a cada dia, pois, quanto mais o tempo passava, mais eu me dedicava à empresa e aos estudos. Nunca fui relaxado no trabalho, afinal de contas, foi esse concurso que mudou minha vida, mas também não podia ser chamado de o “servidor do ano”. Eu fazia o meu trabalho e, nas horas de folgas, arrebentava-me de estudar!

Logicamente, não contei a ninguém do meu plantão que iria fazer o concurso da Polícia Federal, do contrário iriam me encher de perguntas, o que geraria uma carga de responsabilidade que eu não queria. Assim, estudava muito e quietinho. Nas minhas horas de folga (eu folgava 72 horas), sempre reservava quatro horas para estudar as matérias relacionadas aos concursos da minha área (eu estudava, nessa época, para PF, PRF e delegado dos estados). Nunca fugi disso, ou seja, nunca estudei para tribunais, fiscais ou outras áreas. Religiosamente, eu separava algumas horas para o estudo, as demais deixava para ministrar as aulas e administrar a empresa.

No íntimo, eu sabia que não tinha como dar problema no concurso. Eu conhecia bem a banca, as matérias, o estilo de prova e já estava calejado de tanta pancada. Na semana

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do concurso, tive uma conversa muito séria com os alunos e disse que o importante não era passar, e sim dar o melhor que tinham na prova: se o melhor não fosse o suficiente para passar daquela vez, era porque aquele não era o concurso, e que outros viriam.

Na verdade, eu dizia para eles o que eu queria que alguém tivesse dito para mim, e isso serviu como um grande alívio! Quero que imaginem a carga que eu sofria naquela época. O curso era novo e, para dizer a verdade, tinha mais gente jogando contra do que a favor! Os alunos me olhavam como o espelho da estrutura, e tudo dependia de mim. Isso era claro na minha cabeça.

No sábado que antecedia a prova, saímos em um ônibus de Cascavel a Curitiba, onde seria realizado o concurso. Chegamos ao hotel, e – como de praxe – peguei o resumo final para dar uma lida. Esse resumo é fundamental, e eu o organizava da seguinte forma:

“O importante, quando estamos estudando, é termos organização e bom senso. Matérias como Língua Portuguesa, Informática, Atualidades e os conteúdos fundamentais da parte de Direito ou específicas devem ser aprendidos antes, ou seja, já devem estar na massa. O resumo final deve ser feito com matérias em que geralmente perdemos ponto por bobeira, como Raciocínio Lógico-matemático, Matemática e aquelas leis que não são muito comuns.

Assim, separei, nesse resumo, uma lista de exercícios que sempre caem na banca CESPE/UNB, como álgebra das proposições, silogismo, tabela-verdade, entre outros conteúdos. Fiz e refiz compulsivamente as questões e reservei a noite anterior à prova para ler as leis que dependiam de “ decoreba”,

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e não entendimento. Isso fez toda a diferença, pois posso afirmar que 90% dos exercícios de exatas estavam no meu resumo. Além disso, das leis que reservei para ler, metade caiu na prova!

Lembro-me como se fosse hoje: cheguei ao hotel, jantei, tomei um banho e estudei até umas quatro da manhã. Como a prova era à tarde, pude dormir até umas 11:00. Depois disso, almocei e parti para o local de prova. Para não ter que falar com ninguém, peguei o resumo de RLM e o refiz mais uma vez. Quando peguei a prova foi só alegria!”

Contudo, não quero que pensem que foi o resumo que fez meu bom desempenho na prova. O desempenho foi dado muito antes, com muitas horas de estudo e muita dedicação. Esse resumo serve para você ganhar algumas questões que perderia de bobeira e para manter-se aquecido para a prova. Sei que você deve conhecer alguém (que já passou em concursos) que diz para parar de estudar uma semana, ou dias antes. Tudo bem, cada um tem seu modo de fazer prova. Só estou dizendo que meu sucesso sempre se construiu estudando até os 45 do segundo tempo e isso, meus caros, fez toda a diferença em minhas aprovações.

Pois bem, terminei de fazer as questões de RLM, sentado no gramado do local de prova, e, quando a hora chegou, entrei para o local de prova. Eram vários prédios de uma universidade de Curitiba. Foi uma loucura, havia alguns perdidos, outros falando besteira e eu ali, concentrado ao extremo. Quando fui olhar meu nome na lista – para confirmar se aquele era mesmo o prédio em que eu iria fazer a prova – perdi a paciência!

Dois rapazes e uma moça estavam conversando e discutindo sobre a forma de correção da prova. O que me chamou a atenção foi que, no restaurante do hotel, as pessoas

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estavam falando a mesma coisa, ou seja, os candidatos não sabiam ou não tinham certeza de que a formatação padrão do CESPE/UNB é aquela em que uma errada anula uma certa, ou seja, o esquema do menos um (–1). Até aí tudo bem, porque acredito firmemente que esses concursos não possuem concorrência e, se você estudar, uma vaga é sua, com toda certeza. O problema é que olharam para mim e me perguntaram:

– É verdade que uma errada anula uma certa?

Só podiam estar de brincadeira comigo! Perguntar isso para mim, no alto daquele momento da minha vida! A resposta foi mais dura que vocês podem imaginar. Até hoje fico me perguntando se foi necessário o que fiz! Respondi o seguinte:

– Filho, isso está no edital e, no mais, é um padrão da banca CESPE. Dessa forma, você pode e, na verdade, vai sair com ponto negativo, pois nunca vi ninguém passar nesses concursos sem ao menos treinar, fazer um simulado. De resto, olhe depois o edital, pois a prova física é uma das piores que já vi. Tem barra, natação, corrida, salto, além do psicotécnico e do exame médico!

Enfim, falei bem tecnicamente. Depois disso, ele me faz uma nova pergunta:

– E a concorrência?

Aí foi para acabar comigo mesmo! Respondi o seguinte: – Filho, pelo que sei, está dando 366 por vaga. Pense assim: nesse prédio em que faremos a prova, devem caber uns 300 e poucos candidatos. Eu estou aqui fazendo com vocês,

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estudo desde 1998, dou aula, já passei em vários concursos, já sou servidor e farei a prova com vocês. Bem, se for pensar assim, nem entre, porque já perdeu a sua vaga!

Depois disso, virei as costas, fui fazer minha prova. Entrei na sala e fiz o que sempre faço, ou seja, eu tenho minha formatação de fazer provas. Nunca mudo, pois não adianta treinar de um jeito e jogar de outro. Entregaram a prova e fiz o que fui treinado para fazer!

A prova

Fazer prova é uma questão de treino. Treine fazer de um jeito e não mude. Eu sempre sigo a sequência da prova. Isso mesmo! Independente da organização das matérias, eu vou fazendo e deixando as que não sei assinaladas até terminar toda a prova. Depois disso, volto e, com calma, revejo as questões que ficaram para trás. Na maioria das vezes, eu consigo pegar pelo menos metade na segunda passada.

Contudo, quando o concurso pede prova discursiva – o que foi o caso desse concurso – eu sempre começo pela redação. Não tem jeito, preciso redigir e passar tudo para o caderno definitivo, pois isso me acalma e me dá segurança. Outro quesito importante é o tempo de prova. Vou dar uma fórmula genérica que você poderá usar em qualquer concurso e, para isso, vou usar como exemplo uma prova que possui redação, com tempo médio de quatro horas e meia.

O exemplo de prova

A visualização aqui será automática. Imagine que você tem 4 horas e 30 minutos para fazer 120 questões (estou usando aqui o formato CESPE/UNB, mas isso pode ser aplicado a qualquer banca) e uma redação. O importante,

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nesse quesito tempo, é ter o controle, pois uma redação bem feita (e isso eu englobo o rascunho e passar a limpo) demora, em média, uma hora e meia. Dessa forma, sobram, para você, 3 horas para fazer a prova, certo? Errado! Você tem que lembrar que o gabarito é fundamental, pois não adianta fazer uma prova impecável e fazer besteira na hora de passar para o gabarito. Assim, deixe meia hora para marcar as respostas no gabarito. Depois disso tudo, sobram 2 horas e 30 minutos para fazer as questões, certo? Errado! Você tem que contar o tempo que vai ao banheiro, que come algo, enfim, você tem que contar com os imprevistos.

No final, o que vai importar é seu controle e se você realmente vai empregar tudo o que treinou em simulados ou provas anteriores. Sei que já ouviu muitas histórias e a finalidade aqui não é essa. A finalidade é provar para você que não adianta estudar muito e fazer uma prova sem planejamento. Muito menos tentar fazer uma prova sem estudar ou sem treinar antes.

Voltei daquele dia com a sensação do dever cumprido. Não comentei com ninguém – além dos alunos – como eu tinha ido na prova. Apesar de gostar de conversar, não falo de meus projetos – até que estejam concluídos – a ninguém. Por isso a frase:

“Quanto menos pessoas souberem de sua vida e de seus projetos, mais feliz e bem sucedido você será!”

Essa lição espero que você aprenda, pois em boca fechada não entra mosquito. Além disso, ela não é gerada uma responsabilidade excessiva. Para finalizar, vou contar a vocês como fiquei sabendo que passei no concurso. Assim, entenderão o que acabei de dizer!

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Eu estava de plantão na penitenciária federal e, como era comum, corríamos na pista do presídio. De repente, alguém gritou meu nome e começou a gesticular feito louco. Parei de correr e fui ver o que tinha acontecido. Quando cheguei, vi um outro colega de trabalho bem irritado dizendo que eu era um mentiroso. Espantado, perguntei o que havia acontecido. Ele falou: “Você é complicado, disse que não iria fazer o concurso e fez, olha aqui seu nome!” Bem, desculpe o palavreado, mas tive que escrever aqui: É para acabar mesmo! O cara, antes de olhar o nome dele, foi ver se o meu estava lá. Está de brincadeira!

Sem perder a paciência, respondi:

– Filho, está maluco? Esse aí não sou eu, deve ser um homônimo. Virei as costas e voltei para minha corrida!

Resumindo: as pessoas se importam mais com as outras, com

os projetos alheios, do que com suas próprias ambições. Aquele dia, eu tive a certeza de que, quanto menos pessoas souberem de meus projetos, mais bem sucedido eu seria. O legal de tudo é que naquele dia, a minha corrida foi vibrante e pude correr com a sensação de que tudo tinha valido a pena, que todo esforço, dedicação e anos de sofrimento estavam dando resultado. Mesmo sem assumir o cargo, minhas metas estavam traçadas e, mais uma vez, pude sentir o gosto da vitória, o gosto suave que a consequência do esforço nos traz!

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“Quanto menos pessoas souberem de sua vida e de seus projetos, mais feliz e bem sucedido você será!”

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Uma história de superação

H

istórias de superação e conquistas devem sempre

ser contatas. Isso se deve àquela grande máxima que diz: “espelhem-se sempre em pessoas de sucesso!”

Eu sempre tive em mente colocar uma pessoa como foco central e usá-la como fonte de motivação. Para quem me conhece ou convive diariamente comigo, sabe que tenho meus dias e que vivo a história de outras pessoas mais do que as minhas próprias.

Em meados de 2011, eu orientava uma massa gigantesca de alunos presenciais na base da motivação, do testemunho e de muitas broncas. Isso aconteceu porque aquele ano foi um ano “seco” de concursos. Mas isso, até certo ponto, é bom. Nesses anos fracos de concursos, muitos candidatos abandonam a preparação, e quem fica firme usa isso para sair na frente.

É nessas horas que temos que ser especiais, pois pessoas especiais enxergam, em problemas, grandes oportunidades de mudar de vida, e pessoas normais enxergam, em problemas, apenas problemas!

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Foi nesse ano que conheci o Rodrigo. O mais legal de tudo foi que ele me odiou de cara e, não só ele, a esposa também! Era ódio à “primeira vista familiar!”

Por vezes, dizer a verdade faz com que você não se torne a pessoa mais popular do mundo, mas, com o tempo, as pessoas “atingidas” pela verdade vão confiar em você de um forma quase sobrenatural e, de mais a mais, eu sempre tive em mente não querer ser amado! Assim, meu foco principal foi sempre tentar ser um mecanismo para a mudança de vida de quem quer ter a vida mudada.

Bem, de 2011 até 2013, foram anos difíceis, em que vivi mais a vida de outras pessoas do que a minha própria, e o Rodrigo foi um episódio diferenciado nesse lapso temporal. Mas não sou eu quem vai relatar a história dele! Prefiro que ele mesmo conte a própria trajetória, porque – na verdade – não fui eu que a escrevi, e sim ele!

O relato de uma vida: Rodrigo Cozer!

Em meados de 2011, há 7 anos trabalhando no Banco do Brasil, estava infeliz com minha profissão. Aceitei uma redução salarial para vir trabalhar no banco em Cascavel, onde conheci a equipe do Alfa Concursos e minha vida começou a mudar. No começo, foi muito difícil, pois estava em uma cidade nova, com um salário menor e muitas preocupações financeiras surgiram.

Aqui vem a lição número um: “se sua vida está difícil, faça sacrifícios para mudá-la. Ficar na zona de conforto reclamando não vai trazer mudanças.”

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Comecei minha preparação com o Alfa, estudando para o INSS. Não lembrava nem o que era um substantivo. Cada vez que o Evandro entrava em sala, eu tinha vontade de lançar um “hadouken” na cara dele. Era só dificuldade. Mas, com o tempo, fui conhecendo a filosofia de ensino do Evandro e os métodos da equipe, e aprendi a confiar na preparação.

E aqui vai a lição número dois: “não fique navegando entre quinhentos PDFs/videoaulas achados na internet. Escolha o rumo e mantenha o curso!”.

Em tempos de concursos escassos, chegou a esperada prova do INSS. Com a preparação que fiz no Alfa, consegui fazer uma boa prova e fiquei em quarto lugar para a cidade de Tefé, no Amazonas. Isso mesmo, sou do Paraná e fui fazer a prova no Amazonas, pensando em fugir da concorrência. Estupidez total.

Aqui vai a lição número três: “não existe concorrência, pois o que importa é a sua preparação, e não faça um concurso onde não possa assumir”.

Após essa idiotice, resolvi estudar para o concurso de Agente de Polícia Federal. Mais uma vez, segui à risca a preparação traçada pelo Alfa: fui a aulas, madrugadões, turmas de exercício aos sábados, simulados aos domingos. Fui aprovado dentro das vagas. Nesse processo, o Evandro sempre nos avisou sobre o teste físico. Eu estava sedentário depois de tantos anos como bancário e sofri para começar a fazer barras, pular, correr. Mas nada se compara ao sofrimento da natação. Em resumo, no dia do TAF, fiz a prova de natação e perdi por cerca de 2 segundos. Fiquei triste. Muito triste.

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Aqui vai a lição número quatro: “aprenda a levantar, porque você vai cair. Não passar é a regra, ficar reprovado sim.”

Enquanto eu melhorava na natação, continuava estudando para a PF, para o concurso de escrivão, que estava na iminência de ocorrer. Só que imprevistos acontecem e o concurso foi suspenso devido a um imbróglio com os portadores de necessidades especiais. Parecia que a vida estava de brincadeira comigo. Pensei em largar tudo. Com o apoio da minha esposa e da minha mãe, comecei a estudar para Analista da Receita Federal do Brasil.

Nessa época, conversei com o Evandro e ele me apoiou. Sempre me lembro dessa conversa. Mais uma vez, “colei” na equipe Alfa: aula, exercício, simulados. Em apenas dois meses, consegui fazer uma boa prova e fui aprovado, mas fora do número de vagas. Na prova discursiva, fui prejudicado na correção e perdi 4 pontos, o que me jogou para fora dos excedentes. Eu era um pós-excedente, se é que isso existe, e somente um decreto presidencial poderia me salvar. Fiquei triste. Muito triste.

Aqui vai a lição número cinco: “é sério, aprenda a levantar, porque você vai cair, e mais de uma vez: não passar é realmente a regra.”

Depois de todos esses tropeços, voltei à prancheta. Já conformado com minha má-sorte, estudava achando que nunca iria passar. Sempre fui um aluno de escola pública, e sempre trabalhei enquanto estudava. Ia para o trabalho com pequenos papéis no bolso, que lia durante o expediente. Assim, por exemplo, decorei o Art. 84 da CF e aprendi muita coisa.

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Aqui vai a lição número seis: “não faça de suas dificuldades motivo para desistir. Use-as para persistir”.

O ano de 2013, assim como um novo dia, chegou cheio de oportunidades. Concursos do DEPEN, PRF e até o enrolado escrivão da PF saíram do forno. Mais uma vez, eu e muitos Alfartanos mergulhamos nos estudos. O resultado foi o de sempre: assim como muitos amigos e colegas de aula, fui aprovado no DEPEN, na PRF e na prova objetiva da PF (quebrei a cara nessa redação, depois de mais de um ano aprendendo a nadar. Graças à PF, não morro mais afogado!).

Depois de um estafante período de testes físicos, exames médicos, testes psicotécnicos, iniciei a minha formação na Academia Nacional de Polícia Rodoviária Federal. Tinha tudo para ser perfeito, só que mais uma vez um “imprevisto” aconteceu.

Lembra do decreto presidencial? Pois é, dessa vez o imprevisto foi providencial, porque, no último dia da validade do concurso de Analista Tributário da Receita Federal, apareci no Diário Oficial da União!

Mas o importante vem agora. As lições que escrevi nesse relato não são minhas, sequer as descobri sozinho!

O Evandro e a equipe Alfa sempre me disseram, desde o primeiro dia de aula. Eu só demorei a perceber que elas SEMPRE FORAM VERDADE.

Agora, cabe a você descobrir se quer aprendê-las agora ou sofrendo.

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