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Relatório de Estágio Profissional - O Fim Para Um Novo Início

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Academic year: 2021

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Orientador: Professor Paulo Santos

Cora Evelina Freitas Vieira Porto, setembro de 2013

O Fim Para Um Novo Início…

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos, conducente ao grau em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro)

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Ficha de Catalogação

Vieira, C. (2013). O Fim Para Um Novo Início… Relatório de Estágio Profissional. Porto: C. Vieira. Relatório de Estágio Profissional para a obtenção do grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL; EDUCAÇÃO FÍSICA; REFLEXÃO; CONHECIMENTO PEDAGÓGICO DO CONTEÚDO

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“And love is not the easy thing The only baggage that you can bring And love is not the easy thing The only baggage you can bring Is all that you can't leave behind And if the darkness is to keep us apart And if the daylight feels like it's

A long way off And if your glass heart should crack And for a second you turn back Oh no, be strong Walk on, walk on What you got they can't steal it No they can't even feel it Walk on, walk on Stay safe tonight You're packing a suitcase For a place none of us has been A place that has to be believed to be seen You could have flown away A singing bird in an open cage Who will only fly, only fly for freedom Walk on, walk on What you've got they can't deny it Can't sell it, or buy it Walk on, walk on Stay safe tonight And I know it aches And your heart it breaks And you can only take so much Walk on, walk on

Home... hard to know what it is if you've Never had one Home... I can't say where it is But I know I'm going home That's where the hurt is And I know it aches And your heart it breaks And you can only take so much Walk on, walk on Leave it behind You've got to leave it behind All that you fashion All that you make All that you build All that you break All that you measure All that you feel All this you can leave behind All that you reason, it's only time And I'll never fill up all I find All that you sense All that you scheme All you dress-up All that you've seen All you create All that you wreck All that you hate…”

U2

Walk On (In Album: All That You Can't Leave Behind; 2000)

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V

DEDICATÓRIA

À minha Avó Guilhermina.

Por não me ter visto percorrer este caminho e a quem tenho de agradecer por toda a dedicação e carinho.

Aos meus Pais, Irmãos e Sobrinhos.

Pelo apoio incondicional e por tornarem este sonho possível,

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VII

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, por me acompanharem sempre e por fazerem de mim o que sou hoje.

Aos meus irmãos, Eliana e Daniel, por todo o apoio, compreensão e companheirismo. À Cláudia pelos conselhos e auxílio em todos os momentos. Aos meus sobrinhos, Beatriz, Diogo e Rodrigo por todas as gargalhadas, brincadeiras e alegrias. Que essa vontade de viver nunca se perca!

A toda a Família!

Aos verdadeiros de sempre, Maria (Bi), Costa, Fábio, Jorge, Fran, Joana, Tanya, Nuno e Renato pela amizade sincera ao longo destes anos. São essenciais!

A vocês, aos autênticos da Família Frango – Leninha, Mariana Silva, Bruno, André, Marcinha, Mana Mary, Raquelita, Emanuel, Delfim e Joana, por todos os jantares, saídas, férias, alegrias e momentos inesquecíveis…pela amizade verdadeira. Sem vocês nada disto teria sentido! Obrigada!

Ao Emanuel, por acreditar em mim e nas minhas capacidades, por me amparar nos momentos difíceis e por proporcionar momentos inesquecíveis. Fazes-me muito feliz! Obrigada!

Aos meus alunos, por me proporcionarem uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida, pela receção calorosa e por me terem deixado partir de coração cheio e com uma lágrima no canto do olho. Aquele abraço iluminou o meu percurso! Acreditem em vocês!

Aos meus afilhados, Eloisa, Dárcio, Tiago e Márcia, por completarem a minha vida académica e por me fazerem sentir a melhor Madrinha de sempre.

Ao Delfim, Padrinho e amigo para a vida, por me ter guiado desde a minha chegada à Faculdade até hoje e por nunca me deixar cair.

Aos meus companheiros e amigos conterrâneos, Fonso, Vítor e Olga, por termos espalhado a magia Madeirense pelo Porto.

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VIII

Ao núcleo de estágio fantástico, Helena, Vítor e Ângela, por teremos partilhado e ultrapassado esta etapa juntos.

À turma de profissional, pela luta que me proporcionaram ao longo das aulas, o vosso contributo foi essencial para o meu crescimento enquanto professora e pessoa.

Aos meus companheiros e amigos de curso, Leninha, Marcinha, Mary, Raquelita, Delfim, Andreia Kandoo, Daniela Gomes, Ana Rita Pacheco, Monique, Daniel Santos, Inês Isidro, Tiago Marques, Joaninha, Marinex, Leites, Puca, Ulisses, Vítor Ferreira, Ângela e a todos os que contribuíram para que este percurso pela FADEUP fosse memorável.

Ao Professor Cooperante, Luís Moreira, pelo acompanhamento contínuo ao longo de todo o ano letivo e pela partilha de experiências e conhecimentos. Ao Professor Orientador, Paulo Santos, pela sinceridade, disponibilidade e apoio fornecido.

À Escola Secundária Filipa de Vilhena, em especial aos professores do grupo de Educação Física e do Conselho de Turma, pelo acolhimento e por me fazerem sentir parte integrante da escola desde o primeiro dia.

Ao Gabinete de Cineantropometria, em especial ao Professor Rui Garganta e ao Gabinete de Recreação por todo o apoio prestado para a realização da minha investigação. Ao Professor José Magalhães pela ajuda prestada no Endnote. Às funcionárias da Biblioteca da FADEUP por toda a sua simpatia e disponibilidade.

À AE FADEUP e à Família Pré-Requisitos, por terem acreditado no meu trabalho ao nível da Ginástica ao longo deste ano.

À Hélène Oliveira por proporcionar aulas fantásticas, pela confiança e oportunidade.

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IX

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE GRÁFICOS ... XI

ÍNDICE DE TABELAS ... XIII

ÍNDICE DE ANEXOS ... XV RESUMO... XVII ABSTRACT ... XIX ABREVIATURAS ... XXI 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. DIMENSÃO PESSOAL ... 7

2.1 O meu percurso … a minha história! ... 9

2.2 Expetativas em relação ao Estágio Profissional... 11

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 15

3.1. O Estágio ... 17

3.2. Enquadramento Legal e Institucional do Estágio Profissional ... 17

3.3. Enquadramento Funcional ... 19

3.3.1 A Escola…Secundária Filipa de Vilhena... 19

3.3.2 O núcleo de estágio ... 23

3.3.3 O grupo de Educação Física ... 24

3.3.4 A turma ... 24

3.4. O verdadeiro lado de Ser Professor ... 27

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 29

4.1. Organização e Gestão do ensino e aprendizagem ... 31

4.1.1. Conceção ... 32

4.1.2. Planeamento ... 33

4.1.3. Realização ... 38

4.1.3.1. O começo da aventura… ... 38

4.1.3.2. Ganhar a confiança e estabelecer o controlo da turma ... 39

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X

4.1.3.4. Melhorar a qualidade da informação - Instrução ... 47

4.1.3.5. Modelos Instrucionais ... 52

4.1.4. Avaliação ... 57

4.1.5. Uma experiência no Ensino Profissional! ... 62

4.2. Participação na escola e relações com a comunidade ... 70

4.2.1. Atividades Desenvolvidas pelo núcleo de estágio ... 70

4.2.2. Desporto Escolar ... 75

4.2.2.1. Corta-Mato Escolar ... 77

4.2.2.2. Torneio de Basquetebol 3x3 ... 78

4.2.2.3. Desporto Escolar na escola ESFV... 79

4.3. Desenvolvimento profissional... 82

5. ATIVIDADE FÍSICA E A APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA ... 87

Relação entre os níveis de atividade física e a aptidão cardiorrespiratória em jovens portugueses ... 89 Resumo ... 89 Abstract... 90 Introdução ... 91 Metodologia ... 94 Resultados ... 96

Discussão dos Resultados ... 98

Conclusões ... 101

Bibliografia ... 101

6. E CHEGA ASSIM O FINAL DA VIAGEM…E AGORA? ... 105

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 109

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XI

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Reta de regressão linear relativos ao teste de Léger (20m shuttle run) e ao Questionário de Baecke (IAF total) do total da amostra………..94 Gráfico 2 – Reta de regressão linear relativos ao teste de Léger (20m shuttle run) e ao Questionário de Baecke (IAF total) no género feminino……….94 Gráfico 3 – Reta de regressão linear relativos ao teste de Léger (20m shuttle run) e ao Questionário de Baecke (IAF total) no género masculino………..95 Gráfico 4 – Reta de regressão linear relativos ao teste de Léger (20m shuttle run) e ao Questionário de Baecke (IAF no desporto) do total da amostra………..95 Gráfico 5 – Reta de regressão linear relativos ao teste de Léger (20m shuttle run) e ao Questionário de Baecke (IAF no desporto) no género feminino……….96 Gráfico 6 - Reta de regressão linear relativos ao teste de Léger (20m shuttle run) e ao Questionário de Baecke (IAF no desporto) no género masculino………..96

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XIII

ÍNDICE DE TABELAS

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XV

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo I – Planeamento Anual de Educação Física………XVI Anexo II – Planeamento Anula de Turma………...XVIII

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XVII RESUMO

O Relatório de Estágio engloba o relato e a reflexão fundamentada das experiências mais marcantes vividas ao longo do Estágio Profissional. O ano de estágio é encarado como o confronto com a realidade, onde há a oportunidade de pôr em prática o que foi adquirido ao longo de cinco anos de formação.

O Estágio Profissional ocorreu na Escola Secundária Filipa de Vilhena, num núcleo de estágio constituído por quatro elementos, sob o acompanhamento de um professor da escola, denominado de professor cooperante e de um professor da Faculdade, designado de professor orientador.

O presente relatório encontra-se organizado em seis capítulos. O primeiro é referente à “Introdução”. O segundo denomina-se de “Dimensão Pessoal” onde apresento o meu percurso de vida, como também as minhas expetativas em relação ao Estágio Profissional. O terceiro diz respeito ao enquadramento da prática profissional, onde caracterizo e reflito sobre os diferentes contextos em que este esteve inserido, completado com uma reflexão acerca do tema Ser

Professor. No quarto capítulo, “Realização da Prática Profissional”, percorro

todo o trabalho e percurso desenvolvido ao longo do Estágio Profissional, tendo em conta as três áreas de desempenho docente (Área 1- Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2 e 3- Participação na Escola e Relações com a Comunidade; Área 4- Desenvolvimento Profissional). Este capítulo foi desenvolvido tendo por base as reflexões elaboradas, como também todo o trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo que me ajudou a evoluir enquanto professora. O capítulo 5 é exclusivamente dedicado ao Estudo de Investigação-Ação, intitulado de “Relação entre os níveis de atividade física e a aptidão cardiorrespiratória em jovens portugueses”, que visa demonstrar se jovens ativos têm melhor desempenho nos testes que avaliam a aptidão cardiorrespiratória nas escolas. Por fim, no sexto capítulo, “E chega assim o final da viagem…E agora?” enfatizo o grande contributo desta experiência na minha formação académica e no meu desenvolvimento pessoal, como também as perspetivas em relação ao futuro profissional e pessoal. PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL; EDUCAÇÃO FÍSICA;

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XIX ABSTRACT

The Internship Report includes the report and grounded reflection of the most remarkable experiences during this period. This year’s internship was considered a confrontation with reality, where we were given the opportunity to put into practice what had been acquired over five years of training.

The Internship took place at “Escola Secundária Filipa de Vilhena”, in an

internship center, which consists of four elements, under the supervision of a school teacher referred as the cooperating teacher and a professor from the faculty, formally known as tutor.

This report is organized in six chapters. The first refers to the "Introduction". The second is the "Personal Dimension" where I present my entire life course, as well as, my expectations towards the professional internship.

In the third chapter, I proceed with the professional framework of practice, where I characterize and reflect on the different contexts in which it was placed, complete with a reflection on the theme “Being a Teacher”. In the fourth chapter, " Professional Practice Implementation", I analyze all that was worked on and the development throughout the internship, taking into account the three areas of teacher performance (Area 1 – Teaching and Learning organization and management; Area 2 and 3 - Participation in School and Community connections; Area 4 - Professional Development).This chapter was developed based on formed reflections, as well as, all the work done throughout the school year that allowed me to grow as a teacher. Chapter 5 is devoted exclusively to the Research Action Study, titled "The relation between levels of physical activity and cardio respiratory fitness amongst young Portuguese people", which aims to demonstrate whether active young people perform better on tests that assess cardiorespiratory fitness in schools. Finally, in the sixth chapter, "I have now arrived at the end of my journey…what next?" I emphasize the major contribution of this experience in my academic and personal development, as well as for my future prospects regarding my professional and personal future.

KEY WORDS: PROFESSIONAL INTERNSHIP; PHYSICAL EDUCATION;

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XXI ABREVIATURAS AC – Aptidão Cardiorrespiratória AF – Atividade Física DE – Desporto Escolar EP – Estágio Profissional

ESFV – Escola Secundária Filipa de Vilhena

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto FC – Frequência Cardíaca

IAF – Índice de Atividade Física IMC – Índice de Massa Corporal

MD – Modelo Desenvolvimental de Rink MEC – Modelo de Estrutura de Conhecimento MED – Modelo de Educação Desportiva MID – Modelo de Instrução Directa PC – Professor Cooperante

PCE – Projeto Curricular de Escola PEE – Projeto Educativo da Escola PFI – Projeto de Formação Individual RE – Relatório de Estágio

TEM – Tempo de empenhamento motor UD - Unidade Didática

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Introdução

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O documento que se segue foi elaborado no âmbito do Estágio Profissional (EP), unidade curricular inserida no plano de estudos do segundo ano, do 2º Ciclo em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP). Caracteriza-se por Relatório de Estágio (RE), onde está descrito de forma reflexiva todos os aspetos, momentos, situações e tarefas que ocorreram ao longo do EP. Neste sentido, Dewey cit. por Alarcão (1996, p. 175) refere que a reflexão “é uma forma especializada de pensar”, porque é através dela que justificamos as nossas ações e convicções.

O EP é o culminar de toda a formação inicial adquirida ao longo de cinco anos, onde todas as aprendizagens forneceram conhecimentos fundamentais para poder cumprir as tarefas solicitadas. A formação inicial é considerada por Peretti cit. por García (1992) o primeiro nível que deverá levar a manter a qualidade do ensino, sendo que o EP deverá ser o ponto de partida para tal, visto que é um agente de socialização de excelência, na medida em que proporciona as primeiras experiências de intervenção pedagógica, que poderão marcar todo o percurso profissional (Albuquerque, 2003). Por conseguinte, a prática de ensino para os futuros professores, oferece a oportunidade de entrar na cultura escolar e nas suas diversas componentes (Paula Batista & Queirós, 2013).

Segundo Matos (2012a, p. 3), o EP é considerado “um projeto de formação do estudante”, onde é necessário colocar em prática de forma contextualizada todo o conhecimento adquirido ao longo de todo o processo de formação e deverá conduzir ao “domínio das competências requeridas pela profissão docente” (Proença, 2008, p. 119). Neste sentido, entendo que o EP é o início de um grande processo de desenvolvimento profissional do estudante-estagiário através de uma prática progressiva e orientada, em contexto real, que visa desenvolver as competências profissionais que promovam um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios da profissão.

O EP decorreu na Escola Secundária Filipa de Vilhena (ESFV), situada no concelho do Porto, mais precisamente na freguesia de Paranhos. A partilha desta etapa foi realizada com mais três elementos, tendo o nosso acompanhamento sido efetuado pelo PC, atuando essencialmente na escola, e o professor orientador, operando a partir da FADEUP.

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Introdução

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Para completar este processo, orientei em conjunto com o PC, o processo de ensino e aprendizagem de uma turma de 12º ano do Curso de Ciências e Tecnologias, ao longo de todo o ano letivo. Também fez parte deste percurso a orientação do processo de ensino e aprendizagem de um módulo de Ginástica, numa turma de 10º ano do Ensino Profissional. Todos os alunos em conjunto com o professor cooperante, tiveram um papel fundamental em toda a caminhada por mim percorrida, visto que foi através deles que aprendi e evolui enquanto professora e procurei transpor as barreiras e dificuldades que surgiam ao longo do EP.

Este documento está organizado em seis capítulos. O primeiro refere-se à “Introdução”, onde se caracteriza o EP e são apresentados os seus objetivos, assim como é esclarecido a finalidade da realização deste RE. O segundo denomina-se de “Dimensão Pessoal” onde transcrevo as circunstâncias da minha vida que contribuíram para o meu gosto pelo desporto e em consequência, para a minha decisão em ser professora. Ainda neste capítulo são reveladas as minhas expetativas relativamente ao EP. O terceiro diz respeito ao enquadramento da prática profissional, onde caracterizei, desenvolvi e refleti sobre os diferentes contextos em que o EP se encontrou inserido, tais como a Escola, o Núcleo de Estágio, o Grupo Disciplinar e a turma. Ainda neste capítulo foi feita uma reflexão acerca do tema Ser

Professor. No quarto capítulo, “Realização da Prática Profissional”, percorro todo o trabalho e percurso desenvolvido ao longo do EP, tendo em conta as três/quatro áreas de desempenho docente (Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2 e 3 - Participação na Escola e Relações com a Comunidade; Área 4 - Desenvolvimento Profissional). Este capítulo foi desenvolvido tendo como ponto de partida o Projeto de Formação Individual (PFI) e baseou-se nas reflexões elaboradas ao longo do ano letivo com o intuito de expor de forma contextualizada todo o processo vivenciado. O capítulo 5 é exclusivamente dedicado ao Estudo de Investigação-Ação, intitulado de “Relação entre os níveis de atividade física e a aptidão cardiorrespiratória em jovens portugueses”, que visa demonstrar se jovens ativos têm melhor desempenho em testes que avaliam a aptidão cardiorrespiratória nas escolas. Por fim, no sexto capítulo, “E chega assim o final da viagem…E agora?” enfatizo o grande contributo desta experiência na

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Introdução

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minha formação académica e no meu desenvolvimento pessoal, como também as perspetivas futuras em relação ao futuro profissional e pessoal.

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Dimensão Pessoal

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2.1 O meu percurso … a minha história!

Nascida a 11 de Abril de 1989, no Funchal, na Região Autónoma da Madeira. Numa família, em que os irmãos mais velhos sempre estiveram envolvidos no desporto e com o apoio dos pais, o desenvolvimento do interesse pelo desporto foi evidente. A prática desportiva teve início desde cedo, onde comecei por frequentar a Natação, com o intuito exclusivo de aprender a nadar. Posto isto, quando tinha 6 anos tive a experiência na modalidade que até hoje me fascina, a Ginástica Rítmica, no clube Nacional da Madeira. A paixão e o gosto pela modalidade levaram à permanência nesta durante sensivelmente 6 anos, onde fui passando pela competição individual e de conjuntos. Entre medalhas e diplomas, conquistei também o prémio de atleta revelação atribuído pela Associação de Desportos da Madeira. Mais tarde, a desistência da grande parte das minhas colegas e a falta de objetivos na competição, levou a que abandonasse a modalidade com 12/13 anos.

Posteriormente, o gosto pelo desporto e pelo exercício físico nunca ficou de parte. A dedicação, empenho e competência de todos os professores de EF que tive ao longo dos anos escolares, alicerçado a turmas em que o gosto pelo desporto era evidente e numa região que apresenta grande tradição ao nível do desporto e do DE, tornou-se impossível quebrar este laço que foi criado desde cedo. Permaneci na mesma escola durante 11 anos (desde a pré-primária até ao 9º ano), tendo participado nessa altura, em várias provas de corta-mato escolar e também em corridas de velocidade no DE. Quando transitei para o ensino secundário, após o 10º ano vi a oportunidade de voltar à Ginástica Rítmica, através do DE, por convite de uma professora de EF que me conhecia. Por esta razão, integrei-me no conjunto de Ginástica Rítmica da escola e após uns treinos, foi-me proposto experimentar a Ginástica Acrobática, integrando assim, um par misto. Aí tive o meu primeiro contacto com a Ginástica Acrobática, no qual considero que foi uma experiência muito enriquecedora para o meu percurso desportivo. Enquanto escola, arrecadamos alguns prémios regionais tanto em Ginástica Rítmica como em Ginástica Acrobática, e o culminar de todo o processo, foi conseguir o apuramento para os nacionais de DE em Ginástica Rítmica, que se realizou nas Caldas da Rainha em 2006. Após esta fase positiva da minha vida, avizinhava-se um ano

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Dimensão Pessoal

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difícil e supostamente decisivo (12º ano) e devido a isso não continuei na ginástica do DE.

A escolha pelo curso de Desporto não foi algo que tivesse sido decidido antecipadamente. Lembro-me em criança de venerar a minha professora primária e passei pela fase de “quando for grande, quero ser professora!”. Mais tarde o plano foi Biologia Marinha, mas por volta do 11º ano decidi seguir as pisadas do meu irmão e seguir o curso superior de EF. Mas até ao 12º ano, as dúvidas em ficar na ilha ou ir para fora persistiam e por opção preferi ficar mais um ano no secundário. Então, só nesse “13º ano”, decidi que queria vir para o Porto e para tal teria de realizar os pré-requisitos para ingressar na faculdade que desejava - FADEUP. Optei por falar com uma professora de EF sobre o assunto e esta direcionou-me para os treinos de natação do DE da escola, nos quais ela era responsável. Isto conduziu-me novamente à competição, visto que a professora quis que eu participasse nas provas regionais de DE, afirmando que acreditava que eu iria realizar bons tempos. Em conjunto com a Natação quis também treinar para as provas de ginástica, então desloquei-me aos treinos de Ginástica Artística masculina do Clube Nacional da Madeira e o treinador mostrou-se interessado em ajudar-me. O treino das restantes modalidades foi realizado de forma mais informal através da ajuda dos amigos. Após intensos meses de treino, chegou a altura de realizar as provas, conseguindo com êxito ultrapassar mais uma etapa. Porém, a mais difícil das etapas viria posteriormente, os exames nacionais.

Estando também esta etapa concluída, o próximo passo era candidatar-me ao ensino superior, nocandidatar-meadacandidatar-mente ao curso que eu ambicionava. Mas o facto de a minha média não ser muito elevada e com os meus pais reticentes relativamente ao curso e à ida para fora da ilha, tinha muitas dúvidas se iria conseguir entrar na FADEUP, mas a “esperança foi a última a morrer”, e com a ajuda do contingente regional, consegui atingir o meu grande objetivo primordial – ficar colocada no curso de Ciências do Desporto, na FADEUP, considerada a melhor faculdade do país na área.

Após, três anos intensos e espetaculares de Licenciatura em que tive a oportunidade de passar para o outro lado, dando treinos de Ginástica Rítmica no Boavista Futebol Clube e na Associação Académica de Espinho, o gosto por ensinar aumentou, embora estivesse a experienciá-lo no contexto do treino.

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Dimensão Pessoal

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Juntando este gosto por ensinar, ao gosto pelas ótimas experiências que tive nas aulas de EF, a opção de avançar para o 2º Ciclo em ensino foi óbvia, apesar das fracas perspetivas de emprego na área. Ainda assim, considero crucial agradecer a todos os professores de EF pelas várias experiências espetaculares e pela grande influência que tiveram para enveredar por este caminho do desporto e do ensino.

A escolha da escola foi realizada juntamente com uma amiga, consoante a opinião de colegas de anos anteriores e o local em que se situa. Considero que tive sorte em ficar com o núcleo de estágio que esteve integrado nesta escola, visto ter sido parte do meu grupo de trabalho do 1º ano deste 2º Ciclo. Cada um tinha bons conhecimentos em modalidades e áreas distintas que levou a uma partilha e discussão de temáticas ao longo de todo o ano. Posto isso, após ter conhecido a escola e parte da comunidade escolar não me arrependo de ter sido esta a minha escolha, visto que todo o núcleo de estágio foi bem recebido e fomos tratados como professores, sendo permitido participarmos em todas as atividades da escola. O apoio que todo o núcleo teve do PC, o seu interesse pelo nosso trabalho e pela nossa integração total na escola e nas aulas, levou-me a crer que estiveram criadas as condições ideais para que o EP tivesse um desenvolvimento positivo.

Assim sendo, todo este percurso recheado de aprendizagens, certezas e incertezas, divertimento, conquistas e desafios teve grande influência no percurso que trilhei e essencialmente este ano, na professora que procurei ser. Todo o conhecimento que arrecadei ao longo da minha vida foi fundamental durante a prática do ensino, visto que me permitiram querer ser mais e melhor.

2.2 Expetativas em relação ao Estágio Profissional

O EP representa uma fase real de preparação para a profissão, em que é posto em prática o que foi aprendido nos anos antecedentes, ou seja, é a aplicação prática de um acumular de conhecimentos e vivências de forma contextualizada. Este é o culminar de três anos de licenciatura associado a um primeiro ano de 2º Ciclo, em que houve a transmissão de conhecimentos, práticas e experiências. Neste sentido, Cardoso (2009) refere que a universidade é a primeira influência na formação de professores, mas é a partir

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Dimensão Pessoal

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do EP que os estudantes-estagiários passam a adquirir os conhecimentos através da experiência do ensino. Encaro o EP, como uma forma crucial de preparação para a vida profissional, que tem uma influência substancial no crescimento do estudante-estagiário enquanto pessoa e profissional, considerando também que é através deste que evolui como tal. Deste modo, o estudante-estagiário encara o EP com grandes expectativas.

A ansiedade e as expectativas estiveram sempre presentes, mas cada vez que o momento de Ser Professor se aproximava, estas aumentaram progressivamente e as questões pairavam na minha cabeça. Como seria recebida na escola? Como seria o PC? A turma seria indisciplinada ou empenhada? Iriam receber-me bem? Conseguiria desempenhar as tarefas e o papel de professor? Foram estas questões que me acompanharam desde a saída do resultado das candidaturas às escolas até ser confrontada com o contexto.

Chegou o derradeiro dia, o de colocar os pés pela primeira vez na escola, de dar os primeiros passos pelos corredores, salas, gabinetes e espaços, de ter o primeiro contacto com o PC e com algum corpo docente e não docente, de me dar a conhecer enquanto estudante-estagiária de EF. A curiosidade era imensa em perceber como tudo se iria desenrolar fora e dentro das aulas, que tarefas e funções ia desempenhar ao longo do ano. Mas desde logo percebi que o PC e a comunidade educativa estavam dispostos a tornar os estudantes-estagiários parte integrante da escola, visto que nos receberam de forma acolhedora.

Após estes momentos iniciais, envolvida em tarefas de planificação e conceção, aproximou-se o dia em que me iria apresentar à turma que me foi concedida: uma turma de 12º ano. Como era uma turma que o PC já acompanhava e era seguida por estudantes-estagiários desde o 10º ano, foi-me fornecida antecipadafoi-mente alguma informação sobre a maioria dos alunos. Segundo estas informações e após a aula de apresentação, as expetativas em relação à turma elevaram-se, visto que era constituída por um número reduzido de alunos e os mesmos apreciavam a disciplina. Esperava conseguir dar resposta a estes fatores que corriam a meu favor, potenciando o processo de ensino e aprendizagem.

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Dimensão Pessoal

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A organização e gestão do processo de ensino e aprendizagem foi outro critério que me deixou com algumas expectativas, porque a lecionação de determinadas modalidades foi um desafio, por considerar que o meu conhecimento pedagógico do conteúdo e experiência em relação às mesmas eram escassos. Consequentemente, Machado (2010) refere que é no EP que ganham importância as experiências anteriores, que ditam as preconceções acerca do que é ser professor, do que é a EF, do que é a escola e do que é e como se desenrola o processo de ensino e aprendizagem.

Relativamente ao núcleo de estágio, as expectativas eram as mais elevadas possíveis, visto que este era constituído por mais três amigos de jornada, principalmente do 2º Ciclo, porque foram parte constituinte do grupo de trabalho do ano anterior. Já conhecendo os métodos de trabalho e sendo a empatia grande, tornou-se acessível trabalharmos em conjunto sempre que era necessário. Como todos vínhamos de áreas diferentes e os conhecimentos eram mais abrangentes em determinadas modalidades, como era expectável, houve sempre partilha dos mesmos com o intuito de entreajuda.

Por último, mas não menos importante, as expectativas em relação ao PC e ao grupo de recrutamento eram boas, visto que o primeiro demonstrou logo de início interesse nos estudantes-estagiários e no EP, tentando ao máximo preparar-nos para o ano que se avizinhava. Ao longo de todo o ano, o acompanhamento foi constante e mostrou grande disponibilidade e interesse em todo o processo. Quanto ao grupo de recrutamento, desde logo fez-me sentir elemento pertencente do mesmo, apoiando as iniciativas e opiniões do núcleo de estágio e fornecendo conselhos e ideias relativamente a vários aspetos.

Finalizando, previu-se um ano recheado de trabalho, de angústias, de dúvidas, de compromisso, de alegria, de aquisição de conhecimentos e experiência, entre outros sentimentos, que conduziram a uma das experiências mais enriquecedoras, que me fizeram evoluir enquanto pessoa e profissional na área do desporto e da EF. Contudo, ansiava marcar os meus alunos da forma mais positiva possível e conseguir através disso retirar melhor partido destes ao longo das aulas, essencialmente no processo de ensino e aprendizagem.

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Enquadramento da Prática Profissional

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3.1. O Estágio

O EP é considerado a maior unidade curricular do plano de estudos do 2º Ciclo em Ensino da EF nos Ensinos Básico e Secundário, estando inserido nos 3º e 4º semestres do 2º ano. É considerado fundamental no processo de formação, principalmente ao nível do conhecimento orientado para a realidade escolar (Cardoso, 2009).

Neste sentido, tendo em conta as normas orientadoras do EP, este é considerado um projeto de formação que apresenta como objetivo formar “o professor profissional, promotor de um ensino de qualidade” (Matos, 2012a, p. 3). Segundo a mesma autora, o EP procura também desenvolver as competências profissionais, com o intuito de promover aos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão. Por consequente, o EP é desenvolvido num contexto real de trabalho, onde há aplicação prática, das competências e conhecimentos adquiridos ao longo do curso, sendo considerado um espaço privilegiado à concretização da articulação entre a experiência de campo e a formação teórica veiculada no contexto universitário (Caires, 2001).

Assim sendo, com o intuito de perceber toda a sua dimensão, é imprescindível realizar um enquadramento mais pormenorizado.

3.2. Enquadramento Legal e Institucional do Estágio Profissional

Relativamente à legislação, o modelo de EP adotado pela FADEUP no presente ano letivo 2012/2013, considera os princípios decorrentes das orientações legais constantes no Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e no Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro.

O Regulamento da Unidade Curricular do EP refere que “A iniciação à Prática Profissional do Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física FADEUP integra o Estágio Profissional – Prática de Ensino Supervisionada (PES), rege-se pelas normas da instituição universitária e pela legislação específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência” (Matos, 2012b, p. 2).

Do ponto de vista legal, referindo o decreto-lei 43/2007, neste estão definidos as condições necessárias para a obtenção de habilitação profissional

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para a docência num determinado domínio. É referido no artigo 14.º que as atividades integradas na componente de iniciação à prática profissional têm de incluir a observação e colaboração em situações de educação e ensino e a prática de ensino supervisionada, correspondendo ao EP com relatório final. Estas atividades devem proporcionar aos estudantes-estagiários “experiências de planificação, ensino e avaliação, de acordo com as competências e funções cometidas ao docente, dentro e fora da sala de aula” (Ministério da Educação, 2007, p. 1324). Assim sendo, segundo o Artigo 17.º, o grau de mestre só é conferido aos estudantes que obtenham o número de créditos fixados para o ciclo de estudos de mestrado, através da aprovação em todas as unidades curriculares e da aprovação da defesa do RE em ato público (Ministério da Educação, 2007, p. 1325).

Institucionalmente, o EP é a unidade curricular com maior relevância do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário na FADEUP. Esta decorre no 3º e 4º semestres deste ciclo de estudos e rege-se pela legislação específica à Habilitação Profissional para a Docência e também pelas Normas da FADEUP, que constam no Regulamento Geral dos Segundos Ciclos da UP, no Regulamento Geral dos Segundos Ciclos da FADEUP e no Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino da Educação Física.

De acordo com as normas orientadoras do EP, este está organizado consoante três/quatro áreas de desempenho fundamentais previstas no Regulamento do EP, sendo que as áreas 2 e 3 se encontram agregadas numa só. Deste modo, as áreas de desempenho designam-se de: Área 1 - “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, Área 2 e 3 - “Participação na Escola e Relação com a Comunidade” e Área 4 - “Desenvolvimento Profissional” (Matos, 2012a). Em cada área de desempenho é especificado o âmbito, o objetivo geral, as competências gerais e as tarefas a realizar.

A Área 1 engloba as tarefas de conceção, planeamento, realização e avaliação do ensino, onde o objetivo é construir uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos. As Áreas 2 e 3 abrangem todas as atividades não letivas realizadas pelo estudante-estagiário com o intuito de se

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integrar na comunidade escolar, contribuir para o conhecimento das condições locais da relação educativa e explorar a ligação entre a escola e o meio. Por fim, a Área 4 abarca todas as atividades e vivências relevantes da competência profissional para difundir o sentido de pertença e identidade profissional, a colaboração e abertura à inovação, partindo e dando ênfase à reflexão acerca das condições e do exercício da atividade, da experiência, da investigação e de outros recursos de desenvolvimento profissional.

3.3. Enquadramento Funcional

3.3.1 A Escola…Secundária Filipa de Vilhena

A escola é considerada uma instituição que tem como objetivo educar, segundo programas e planos organizados, que proporcionam um conjunto de experiências que contribuem para o desenvolvimento de conhecimentos teóricos e práticos dos intervenientes (Porto Editora, 2011) . Para além de ser considerada uma instituição, poderá ser também considerada uma forma e uma organização. Forma escolar, no sentido de representar uma nova maneira de conceber a aprendizagem, em rutura com os processos de continuidade que prevaleciam anteriormente. Como também uma nova organização, porque existe “a transição de modos de ensino individualizados para modos de ensino simultâneo” (Canário, 2005, p. 62).

Os processos de mudança e o desenvolvimento escolar, que as escolas têm sofrido ao longo dos tempos, devem-se essencialmente ao local onde estas se inserem e aos atores que intervém nas mesmas, sendo por isso, comparada a um entreposto cultural, ou seja, um espaço em que várias culturas se cruzam (Torres, 2008). Em seguimento da ideia anterior, Canário (2005, p. 53) refere que houve uma revisão da conceção da escola, em que esta passou a ser encarada como “uma organização social, inserida e articulada com um contexto local singular, com identidade e cultura próprias, produzindo modos de funcionamento e resultados educativos muito diferenciados”.

O meu EP foi realizado na Escola Secundária Filipa de Vilhena (ESFV), situada na zona central da cidade do Porto, na freguesia de Paranhos, junto à

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Quinta do Covelo, mais propriamente na Rua do Covelo. Devido à sua localização central na grande cidade, com acessos fáceis e com boas condições, esta é procurada por alunos residentes na grande área metropolitana do Porto e também nos arredores.

Historicamente, a ESFV teve a sua origem a 3 de Setembro de 1898, no Instituto Industrial e Comercial do Porto, com o curso preparatório deste último. Com a reorganização do ensino profissional a meados do século XX a escola toma a denominação de Escola Comercial Mouzinho da Silveira, sendo então uma escola mista. Duas décadas mais tarde, a escola torna-se uma escola feminina e adquire o nome de Escola Comercial Filipa de Vilhena.

O edifício onde atualmente decorrem as atividades letivas foi inaugurado a 28 de Maio de 1958, durante o crescimento populacional da freguesia de Paranhos. A escola teve em funcionamento o curso Geral de Administração e Comercio, bem como os cursos Complementares de Contabilidade e Administração e Secretariado, quer no regime diurno quer no noturno, até ao ano letivo de 1975/76. A partir deste ano a escola voltou a acolher alunos de ambos os sexos e em 1979/80, com a Reforma de Ensino (fim da distinção entre ensino liceal e técnico), adquire a atual denominação. O ensino técnico manteve-se até 1996/97 (altura em que se deu a generalização do Ensino Recorrente) mas apenas em regime noturno.

A escola possuí atualmente o 3º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário os Cursos Científico-Humanísticos de Ciências Socioeconómicas, Artes Visuais, Línguas e Humanidades, Ciências e Tecnologias e os Cursos Profissionais de Técnico de Gestão do Ambiente e Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos. Todavia, é importante referir que apesar de, no presente ano letivo, não ter tido início o curso de Técnico de Apoio à Infância, este possuía alunos ainda em conclusão deste ciclo, nomeadamente no 12º ano de escolaridade.

Esta sofreu renovações ao nível do edifício escolar, no âmbito do projeto de intervenção da empresa Parque Escolar, sendo concluída em outubro de 2010. Foram melhoradas significativamente as condições físicas e os equipamentos da escola, aumentando o nível de satisfação da comunidade escolar.

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Ao nível da EF, o grupo de recrutamento era composto por 7 professores e 4 estudantes-estagiários. Este possuía um planeamento anual de EF onde as matérias se encontravam distribuídas pelos seis anos de ensino e pelos espaços de aula existentes na escola. Essa distribuição foi realizada tendo em conta as várias condicionantes impostas pelos espaços de aula, e também pelo material existente.

No presente ano letivo a escola sofreu alterações nos horários (passagem de aulas de 90 e 45 minutos para 100 e 50 minutos), e consequentemente várias disciplinas sofreram redução na sua carga horária semanal, entre as quais se encontrava a EF. Tendo em conta esta redução horária e as limitações das condições dos espaços, o grupo de recrutamento entendeu ser necessário um ajustamento do planeamento anual da disciplina, ao nível da abordagem das modalidades em determinados espaços e anos escolares (Anexo I).

A escola possuía cinco espaços destinados às aulas de EF, dos quais quatro são destinados às aulas práticas (G1, G2, G3 e G4) e uma sala de aula teórica. Existia também uma sala alternativa (a sala de expressões) que não era destinada à EF, mas podia ser utilizada eventualmente, consoante a disponibilidade do horário.

O espaço G1, ou seja, o ginásio grande, era o maior espaço interior disponível para as aulas de EF. Este espaço continha espaldares, recentemente quatro postes, redes de Voleibol e Badminton, colchões de queda, trampolins, boques, plintos, entre outros materiais. Desta forma, este era o espaço utilizado para a abordagem de Voleibol, Badminton, Ginástica (Aparelhos e Acrobática) e Atletismo (Salto em altura). O ginásio pequeno (G2), também no interior, era um espaço mais pequeno, tanto em largura e comprimento como em altura. Este espaço tinha colchões de Ginástica, três bancos suecos, um plinto, arcos, bolas e tapetes, bem como um espelho no fundo da sala e sistema de som (computador ou aparelhagem e respetivas colunas). Assim sendo, este espaço estava destinado à lecionação das seguintes modalidades: Ginástica (solo e Acrobática), Dança e uma outra matéria à escolha (matéria alternativa) ou da categoria G, como por exemplo Ginástica Rítmica ou Judo. À exceção do Voleibol (lecionado no G1), os restantes jogos desportivos coletivos (JDC), ou seja, Andebol, Basquetebol,

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Futebol e Bitoque Rugby tinham de ser abordados nos espaços exteriores, no polidesportivo coberto (G3) ou no polidesportivo descoberto (G4). Também a estes espaços pertenciam as modalidades de Atletismo (corridas e lançamento do peso), Patinagem, ou outras modalidades da categoria G, como por exemplo, jogos tradicionais. Estes espaços possuíam tabelas e cestos de Basquetebol, balizas de Andebol/Futsal (Futebol salão).

Embora a descrição anterior dê a entender que a escola apresentava diversos espaços de qualidade para a lecionação das diversas modalidades desportivas, esta não correspondeu inteiramente à realidade, visto que apresentavam grandes limitações e condicionantes que tiveram influência na lecionação das várias modalidades. Assim sendo, o G1 embora tivesse um campo de Voleibol com as medidas oficiais, tornava-se pequeno, porque o espaço circundante era reduzido e possuía uma zona com pouca altura. Havia também algumas fragilidades ao nível do piso, visto que existiam muitas tábuas do solo partidas. Inicialmente não possuía postes de Voleibol, mas estes foram colocados a meados do 1º Período. Este espaço poderia ter sido melhor rentabilizado, com o intuito de não limitar tanto a organização de turmas numerosas. O ginásio pequeno (G2) era um espaço bastante reduzido em todos os aspetos (altura, largura e profundidade), sendo que a altura e a profundidade eram as mais determinantes, visto que a primeira limitava em demasia a abordagem de modalidades como a Ginástica Acrobática e a segunda que condicionava a organização de turmas numerosas e a organização de estações em Ginástica de solo. O espaço 3 embora coberto, em dias de chuva, orvalho ou nevoeiro torna-se imensamente escorregadio, visto que as laterais eram descobertas, permitindo a entrada destes agendes climatéricos e devido a isso, as zonas laterias do campo também se tornavam impossíveis de utilizar, porque qualquer movimento realizado poderia colocar a integridade física dos alunos em risco. Consequentemente, o espaço 4, por não ser coberto e apresentar as mesmas propriedades que o 3 tornava-se impossível de utilizar em tempo de chuva, orvalho ou nevoeiro e havia zonas que se mantinham constantemente escorregadias durante a parte da manhã mesmo em dias de sol, quando o mesmo não abrangia todo o espaço.

Todos estes aspetos condicionaram a lecionação de determinadas modalidades nos respetivos espaços, sendo diversas vezes necessário realizar

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planos alternativos ou recorrer a estratégias de forma a contornar estas adversidades. Apesar disto, considero que fui privilegiada neste aspeto, em comparação com os meus colegas, visto que foram poucas as vezes que foi necessário recorrer a planos alternativos ou outras estratégias para contornar as condições climatéricas.

Em relação ao material móvel, a escola possui um leque alargado de material disponível e em bom estado para a abordagem completa de diversas modalidades, apesar de algum material se ter desgastado devido ao tempo de utilização e/ou ao descuido dos alunos ou colegas durante a sua utilização, sendo que este deveria ser renovado logo que possível.

Assim sendo, compete ao professor de EF procurar desenvolver estratégias para combater as adversidades dos espaços ou dos materiais, com o intuito de proporcionar ao aluno condições favoráveis ao processo de ensino e aprendizagem.

3.3.2 O núcleo de estágio

O trabalho em grupo é essencial para o desenvolvimento de um ambiente positivo e propício ao desenvolvimento profissional dos estudantes-estagiários enquanto professores, visto que este é considerado como uma estratégia para ultrapassar e enfrentar as dificuldades da atividade profissional (Roldão, 2007). Neste sentido, uma boa relação entre todos os elementos do núcleo de estágio é essencial para desenvolver um espírito de grupo.

Reportando ao núcleo do qual fiz parte, considero que foi um aspeto muito positivo termos ficado os quatro juntos, visto que eramos colegas de trabalho do ano transato. Isto facilitou bastante todo o processo e aproveitamos esta situação para realizar todos os trabalhos possíveis enquanto grupo, dividindo tarefas. O facto de virmos de áreas desportivas distintas foi um complemento muito importante durante a conceção, planeamento, realização e avaliação, na medida em que os conhecimentos que cada um acarretava eram partilhados e tidos em conta durante todo o processo, com o intuito de nos ajudarmos mutuamente.

Durante as reuniões com o PC ou mesmo fora destas, procuramos expor as nossas opiniões, partilhar ideias, refletir e criticar construtivamente sobre as

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práticas da aula ou do EP, com o intuito de nos auxiliarmos mutuamente e crescermos em conjunto enquanto professores de EF. Este à vontade que tínhamos em expor a nossa opinião fez com que compreendêssemos mais facilmente todo processo de ensino e aprendizagem.

Considero que conseguimos tirar grande partido da boa relação que já tínhamos e fortalecemos o nosso trabalho, embora por vezes surgissem opiniões ou ideias controversas, procuramos sempre retirar melhor partido dessas partilhas de opinião.

Assim sendo, fomos um bom núcleo, continuamos a ser grandes colegas e amigos. A eles agradeço todo a companhia ao longo desta viagem!

3.3.3 O grupo de Educação Física

O grupo de recrutamento de EF era constituído por 7 professores e 4 estudantes-estagiários. Dos 7 professores, 3 eram do género feminino e 4 do género masculino.

Desde o início o grupo se mostrou bastante recetivo aos estudantes-estagiários, procurando integrar-nos ativamente nas várias atividades organizadas pelo grupo de EF ao longo de todo o ano letivo. Ao longo do mesmo, o grupo de EF encarou-nos como professores, mas procurando auxiliar-nos sempre que era necessário e mostrando-se recetivos às nossas intervenções e ideias.

Devido a isto, considero que este foi mais um aspeto positivo durante todo o EP. Sentir-me parte integrante enquanto estudante-estagiária de um grupo de recrutamento de EF e presenciar todas as reuniões, situações, tarefas e discussões, tornou todo o processo mais completo e enriquecedor.

3.3.4 A turma

A atribuição da turma foi delegada pelo PC no início do ano letivo, através da confrontação das características de cada turma com algumas particularidades dos estudantes-estagiários mencionadas pelos mesmos. Após atribuída uma turma a cada estudante-estagiário, o PC e o conselho de turma mencionaram alguns comentários sobre os alunos que conheciam na turma,

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que se tornaram importantes para possuir uma primeira perceção da mesma e pensar na melhor maneira de abordá-los num primeiro contacto.

Como era uma turma pequena, em que a maioria dos alunos já tinham tido um professor estagiário, a ideia foi bem aceite pela mesma, visto que se mostraram bastante recetivos e motivados para a disciplina. Sendo uma turma, em que na generalidade tinha gosto pela prática desportiva, o meu grande objetivo foi tentar tirar partido desse gosto e tornar o processo de ensino e aprendizagem contextualizado e eficaz.

A turma era de 12º ano, inseria-se no Curso de Ciências e Tecnologias. Começou por ser constituída por 28 alunos, sendo que apenas 17 tinham a disciplina de EF, mas ao longo das primeiras aulas estes 17 ficaram reduzidos a 13 alunos. Estas alterações ocorreram devido a alunos que mudaram de turma por questões de horários ou opções de disciplinas. Destes 13 alunos, 5 eram do género feminino e 8 do género masculino, sendo que a média das idades era de 17 anos.

De modo a conhecer melhor a turma e os respetivos alunos, o núcleo de estágio elaborou um questionário, com o intuito de recolher informações dos alunos que poderiam ser importantes e pertinentes para a sua caracterização. O objetivo deste questionário centrou-se na recolha de dados pessoais em relação à escola, à prática desportiva e à disciplina de EF, sem esquecer as questões da saúde que se revelassem pertinentes para o decorrer das aulas da disciplina.

Recorrendo à análise dos questionários, foi claro desde início que nenhum aluno da turma tinha reprovado de ano, o que demonstrou em certa parte que eram alunos empenhados. Em relação à saúde, a maioria respondeu que não possuía problemas de saúde (69,23%), mas apenas 36% não fez qualquer referência a problemas de saúde. Sendo que, alguns referiram que já tinham tido perdas de consciência ou tonturas (20%), tinham sido submetidos a cirurgias (20%), tinham patologias do joelho (12%), entre outras.

Quanto à prática desportiva, 15,4 % dos alunos não tinha uma prática desportiva regular, contrariamente, 84,6% indicou que realizava regularmente uma prática desportiva. Dentro da prática regular, as modalidades referidas foram o Andebol, o Atletismo, o Basquetebol, o Futebol, a Natação e o Ténis. Dentro da prática desportiva regular, 23,1% referiu que não faz parte do

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desporto federado, enquanto 61,5% refere que essa prática desportiva está englobada num desporto federado. Em relação ao DE, 15,4% referiu que já o praticou, enquanto 84,6% referiu que não praticou nenhuma modalidade do DE.

Na preferência das disciplinas, a EF foi referida como a disciplina preferida de 76,9% dos alunos que constituem a turma. Dentro das modalidades preferidas pelos alunos, as mais mencionadas como apreciadas foram o Basquetebol (38,5%), em igualdade com o Futebol (38,5%), seguido do Andebol e do Voleibol (15,4%). Contrariamente as modalidades que os alunos menos gostavam eram a Dança (30,8%), o Futebol (23,1%) e a Ginástica (23,1%). Por fim, 76,9% dos alunos não mencionaram qual a(s) modalidade(s) que gostariam de experimentar, ou referiram que não gostavam de experimentar nenhuma em particular. Mas a Natação foi referenciada por 15,4% dos alunos como também foram referenciadas o Atletismo, o Futebol Americano e o Hóquei em patins (7,7%), como modalidades que os alunos gostariam de experimentar.

Todas estas informações recolhidas no início do ano letivo foram tidas em conta aquando da realização do planeamento anual e da planificação das aulas, sendo que o facto de a maioria dos alunos referir que gostava da disciplina de EF foi um fator muito importante durante a lecionação.

No início do ano letivo também foram retiradas alguns dados antropométricos, nomeadamente a altura, o peso, as pregas abdominal, tricipital e geminal e os perímetros da anca e da cintura e calculado o IMC. Consoante estes dados, verifiquei que a maioria dos alunos estava dentro dos valores normais, sendo que três alunos do género masculino estavam com o IMC ligeiramente abaixo do recomendado.

Após todo este processo de reconhecimento da turma, todos os dados recolhidos foram fundamentais para completar o início da minha abordagem à turma, sendo que todos os alunos eram diferentes e que nem todos aprendem da mesma forma, mas o gosto pela disciplina e a disponibilidade motora tornou-se uma mais-valia para o desenrolar de todo o processo.

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3.4. O verdadeiro lado de Ser Professor

O desenvolvimento do professor enquanto ser que exerce várias funções e papéis que contribuem para uma identificação profissional e pessoal (Cunha, 2008a) é uma problemática complexa que ocorre ao longo de toda a vida profissional.

Segundo Formosinho cit. por Cunha (2008b, p. 57), “o professor é um profissional que promove a instrução, a socialização e o desenvolvimento de outrem, tendo uma formação inicial de nível superior e que procura (auto) formar-se continuamente de modo permanente”, para tal, este necessita de se reajustar à evolução da sociedade e da escola e também procurar ser dinamizador de novas transformações (Cunha, 2008b). Esta dinamização de novas transformações conduz o professor a ser considerado um técnico qualificado não só nas matérias que ensina como também em diversas áreas do saber (Ruivo cit. por Cunha, 2008b).

Desta forma, tornar-se professor é um processo contínuo que decorre ao longo da carreira profissional, sendo que a sua segurança enquanto tal surgirá gradualmente, à medida que se torna mais autónomo, quando melhora a sua capacidade de ensino e desenvolve profissionalmente (Jacinto, 2003) . Neste caso, a formação do professor é um processo que nunca estará concluído, visto que as mudanças sociais, económicas, tecnológicas e educacionais têm grande influência na sua forma de atuação e de conceção do ensino. O grande passo de um professor é quando há a transição do aluno para o professor (Cunha, 2008a), onde o professor é confrontado com o verdadeiro lado de ser

professor, em que tem à sua frente um conjunto de alunos que estão à sua

responsabilidade e tem de procurar transmitir de forma contextualizada todos os conhecimentos que adquiriu ao longo da sua formação académica. É nesta fase que o professor baseia-se em imagens positivas e/ou negativas de um tipo de professor que tiveram ou gostariam de ser.

Consequentemente, esta constante formação vai de encontro às exigências e diversidades de funções que o professor terá de cumprir, visto que o professor já não se pode limitar “apenas aos conhecimentos específicos de uma determinada área do saber, nem ao conjunto de técnicas e estratégias pedagógicas mais adequadas à transmissão de conhecimentos” (Cunha,

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2008b, p. 64), sendo necessário também a promoção do desenvolvimento pessoal dos seus alunos, solicitando e desenvolvendo o pensamento crítico, criativo e autónomo dos mesmos. Deste modo, o professor tem de ser prático, um artista e um investigador, capaz de criar e elaborar os seus próprios esquemas e instrumentos de análise e experimentar estratégias diferentes em cada situação (Machado, 2010). Por conseguinte, o papel do professor no seio da sociedade é extremamente relevante, porque este tem refletir sobre as suas ações e atuações e procurar que seus alunos desenvolvam um sentido crítico e reflexivo perante as coisas que realizam, não se tornando meros reprodutores de conhecimentos adquiridos.

Assim sendo, o EP foi sem dúvida um meio fundamental para poder ser

professora numa situação real, onde foi possível colocar em prática todos os

saberes teóricos e práticos adquiridos ao longo destes anos na FADEUP. Embora não tenha sido uma tarefa fácil, todos os momentos vividos dentro da escola e no papel de ser professor tornaram-se numa fase de ensinamentos e conquistas.

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Chegou o momento de percorrer todo o caminho construído ao longo do ano de EP, que correspondeu ao culminar de todo o meu percurso académico e onde foi possível colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo de cinco anos de formação. Neste sentido, Sarmento cit. por Albuquerque (2012, p. 144) afirma que esta “é uma etapa de transição entre a universidade e a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido”. Então, foi no EP que o

sonho se tornou realidade, onde em contexto real, as tomadas de decisão, a

reflexão sobre ação, o conhecimento pedagógico do conteúdo, a planificação e a gestão foram fulcrais para tornar o percurso autêntico.

Neste sentido, Machado (2010) refere, que o EP é um momento privilegiado na formação inicial, em que a prática é um espaço integrador de competências, onde a ação, a experimentação e a reflexão, são condições essenciais na aquisição de conhecimentos sobre como ensinar, como também de tomada de decisão e resolução de problemas. Todos estes fatores e situações se constituem como elementos auto formativos, geradores de autonomia e descoberta.

Este capítulo visa reviver todo o percurso do EP, procurando analisar o processo reflexivo, tendo em conta as dificuldades vividas, os problemas surgidos e solucionados, as estratégias aplicadas e as atividades desenvolvidas. No fundo, todo o ano letivo será alvo de um processo reflexivo, processo esse que evidenciará os motivos que justificarão as minhas ações ou convicções e iluminará as consequências a que elas conduziram (Alarcão, 1996). Todo este processo terá por base as áreas de desempenho: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Participação na Escola e Relações com a Comunidade; e Desenvolvimento Profissional.

4.1. Organização e Gestão do ensino e aprendizagem

Segundo (Matos, 2012a), a área de desempenho 1, intitulada de “Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem” engloba a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do processo de ensino.

A conceção reporta-se à análise das condições gerais e locais da educação e da relação educativa, à especificidade da EF no currículo do aluno

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e às características dos alunos, com o intuito de enquadrar a prática profissional. Posto isto, é essencial planear a três níveis: anual, unidade didática e aula, mas estes deverão ser realizados com conhecimento geral ao nível da educação e específico da disciplina. A realização diz respeito à condução eficaz da realização da aula, tendo em conta as diferentes dimensões da intervenção pedagógica. Por fim, a avaliação deve ser encarada como um elemento regulador e promotor da qualidade do ensino e da aprendizagem.

Todavia, esta área procura “construir uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos” (Matos, 2012a, p. 3) com o intuito de conduzir com eficácia pedagógica o processo de ensino e formação do aluno nas aulas de EF.

4.1.1. Conceção

Para Bento (2003), a conceção é o ponto de partida do ensino, sendo uma tarefa fundamental no processo inicial de ensino, que carece de preparação. Este auxilia no conhecimento de particularidades do contexto em que se desenrola a prática, dos alunos, mas também da legislação, para construir um guião de orientação para o processo de ensino.

Neste sentido, foi necessário conhecer em primeira instância, a direção da escola, o PC e as suas instalações. Neste primeiro contacto com todos estes intervenientes, a ansiedade e o nervosismo estiveram presentes e a companhia e presença de restante núcleo de estágio foi fundamental. Mas para completar este processo, a análise dos documentos pelos quais a escola e o sistema educativo se regem também foi essencial. Entre esses documentos estiveram presentes o Projeto Educativo da Escola (PEE), o Projeto Curricular de Escola (PCE), o Regulamento Interno e o Programa Nacional de EF.

O PEE forneceu-me informações relativamente às linhas orientadoras gerais da escola e os objetivos a que esta se propõe, enquanto o PCE rege-se perante os princípios gerais afirmados no PEE. Ou seja, o PCE pretende ser o ponto de partida para o desenvolvimento das competências gerais, transversais, essenciais e específicas de cada disciplina, área disciplinar e não

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disciplinar, bem como das atividades de enriquecimento curricular. O regulamento interno apresenta um conjunto de normas e regras específicas da ESFV, que visam contribuir para o bom funcionamento da escola com o intuito de desenvolver o respeito pela individualidade, a autorresponsabilização, a liberdade de expressão e a equidade, nunca perdendo de vista os direitos e deveres de todos os elementos da comunidade escolar.

Em relação ao Programa Nacional de EF, este foi alvo de revisão, principalmente ao nível do 12º ano, já que era o ano correspondente ao que ia lecionar. Foi possível verificar as exigências irreais que estão contempladas no mesmo, nas várias habilidades motoras das modalidades desportivas. Devido a tal, foi extremamente necessário ter isto em consideração durante todo o ano letivo, com o intuito de conseguir cumprir o que o programa requer e adaptá-lo à realidade da turma.

Outro aspeto fundamental nesta fase de conceção foram as informações recolhidas nas reuniões de conselho de turma e fornecidas pelo PC sobre os alunos. Estas foram cruciais no conhecimento da maioria dos alunos da turma, do relacionamento entre eles, do funcionamento da mesma (a nível comportamental e de aproveitamento) e do gosto pela disciplina. Todas as informações recolhidas foram animadoras, visto que compreendi deste logo que o gosto pela disciplina de EF era evidente, como também das restantes disciplinas. A média de idades da turma ajudou a perceber que nenhum aluno era repetente, os questionários entregues na primeira aula e as medições antropométricas facilitaram o conhecimento de problemas de saúde, como também o gosto pelas diversas modalidades que poderiam ser abordadas.

Toda esta informação recolhida num processo inicial foi crucial para o conhecimento de todo o contexto escolar em que estava inserida, sendo que posto isto, planear foi o próximo passo.

4.1.2. Planeamento

O planeamento deverá ocorrer em consequência de uma preparação inicial, que é denominada de conceção. O planeamento significa uma reflexão pormenorizada acerca da direção e do controlo do processo de ensino numa

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