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Notas de enfermagem/dietética - levantamento de processos no Hospital da Prelada

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Academic year: 2021

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Notas de Enfermagem/Dietética - Levantamento de Processos no

Hospital da Prelada

Pedro Miguel Carvalho Duarte

Dissertação de Mestrado

Orientador na FEUP: Prof. Dr. António Ernesto da Silva Carvalho Brito Orientador no Hospital da Prelada: Dr. Jorge Lima

Faculda de de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

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Resumo

O percurso evolutivo da enfermagem tem vindo a transportar o exercício profissional duma lógica inicial essencialmente executiva (tradição scripto) para uma lógica progressivamente mais conceptual (discurso informo), o que alarga o leque de aspectos a documentar, quer pelo progressivo alargamento do leque funcional, quer pela necessidade de não circunscrever a documentação à lógica executiva inicial.

Actualmente, a informação adquire um papel de vital importância dentro das organizações de saúde, sendo considerada como elevada vantagem competitiva. O facto de os profissionais de saúde terem acesso à informação de uma forma rápida, intuitiva e segura é hoje visto como um aspecto fundamental ao desenvolvimento da sua actividade.

O Hospital da Prelada (HP) espera com este projecto, obter um documento de suporte aos processos organizacionais, fluxos e procedimentos de trabalho, no âmbito da actividade de enfermagem e dietética nas áreas de Consulta Externa, Internamento e Bloco Operatório, no sentido de promover a partilha de conhecimento, disseminação da informação entre os profissionais de saúde contribuindo para um aumento do grau de satisfação de todos os

stakeholders.

Durante este projecto, foi realizado o levantamento do circuito actual, suportado em entrevistas, em reuniões com os vários stakeholders e no acompanhamento presencial da actividade de enfermagem e dietética. Após análise e reflexão, foram elaboradas propostas de novos circuitos e medidas a implementar sempre suportadas pelas TI (Tecnologias de Informação).

Todas as propostas de alteração quer ao nível organizacional quer ao nível dos registos de enfermagem/dietética foram devidamente validadas em conjunto com a Enfermeira Geral e com o Responsável dos Serviços Hoteleiros, de modo a garantir a conformidade destas, com as normas existentes das actividades de enfermagem e dietética.

Na fase de conclusão foi realizada uma síntese dos aspectos que deverão estar presentes no processo de parametrização, bem como a indicação de qual deverá ser a linha de orientação do Hospital neste âmbito.

O trabalho desenvolvido irá dotar o HP de saberes imprescindíveis para implementar um Sistema de Informação em Enfermagem (SIE).

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Information on nursing/dietetics – Requirement Specification

Abstract

The evolutionary path of nursing has been altering the initial, essentially executive, logic, (scripto tradition) to an increasingly conceptual logic (discourse inform), which widens the range of aspects to be considered and documented, either by the progressive enlargement of the functional scope or by the need not to limit the initial documentation to the executive logic.

Nowadays information acquires a vital role in healthcare organizations, and is considered as a competitive advantage. The fast, intuitive, access to information by health professionals is now regarded as a fundamental aspect of their business development.

Hospital da Prelada (HP) expects to obtain a support document to organizational processes

and working procedures, within the nursing and dietetics activity in terms of outpatient, inpatient and operating rooms, to promote dissemination of information among health professionals and to contribute to an increasing satisfaction of all stakeholders.

During this project I tried to diagnose the current circuit, based on interviews, meetings with some stakeholders and by monitoring the activity of the nursing and dietetics department. Upon review and consideration, a new circuit was proposed, with IT (Information Technology) methods to be implemented.

Both proposals, the organizational and registered nursing intake, were properly approved by the Head Nurse and the Head Hotelier, to certify their conformity with the nursing and dietetics existing standards.

At the stage of completion a summary of points that must be included in the process of parameterization was created, as well as the major guidelines the Hospital should follow regarding this specific point.

This work provides the essential data for the HP to implement a Nursing Information System (NIS).

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Agradecimentos

Agradeço a todas as pessoas que confiaram em mim e nas minhas capacidades ao longo do meu percurso académico.

Quero agradecer, em primeiro lugar aos meus orientadores Dr. Jorge Lima e Eng. João Figueiredo, a relação dialogante e o apoio competente, disponibilidade pessoal e escuta activa e crítica, e assim de igual modo ao Prof. Dr. António Carvalho Brito, a confiança e apoio prestado.

Agradeço também a todos os professores que ao longo destes anos de formação me fizeram crescer tanto a nível de conhecimentos como a nível pessoal tornando-me assim uma pessoa com grandes expectativas para o futuro.

Um agradecimento distinto é devido aos meus pais e restante família, pela força, pelos ensinamentos e confiança, porque não consigo distanciar deles a identificação que carrego comigo próprio.

À Cíntia, minha companheira de todas as horas, um agradecimento muito especial. O meu bem-haja a todos!

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Índice de Conteúdos

1 Introdução ... 1

1.1 Apresentação do Hospital da Prelada ... 1

1.2 O Projecto Notas de Enfermagem/Dietética - Levantamento de Processos ... 2

1.3 Método seguido no projecto ... 2

1.4 Análise comparativa de abordagens existentes e das suas vantagens e inconvenientes ... 3

1.5 Estudo e Desenvolvimento do Protótipo do Projecto Notas de Enfermagem/Dietética - Levantamento de Processo ... 3

1.6 Temas Abordados e sua Organização no Presente Relatório ... 4

2 Estado da Arte ... 5

2.1 Nascimento/Evolução Enfermagem ... 5

2.1.1 A Investigação em enfermagem em Portugal ... 5

2.1.2 Perspectivas de Futuro ... 5

2.2 Importância das TI ... 6

2.3 Registo de Saúde Electrónico ... 6

2.4 CIPE. ... 8

2.5 Programa Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem ... 8

2.5.1 Contexto ... 8 2.5.2 Enquadramento conceptual ... 9 2.5.3 Enunciados Descritivos... 10 2.6 E-Saúde ... 10 2.6.1 Teleenfermagem ... 12 2.7 TISS28/NAS ... 13

2.8 Cirurgia Segura Salva Vidas ... 14

3 Levantamento do circuito actual ... 17

3.1 Contextualização do Projecto ... 17

3.2 Entrevistas ... 17

3.2.1 Análise dos Resultados ... 18

3.2.2 Reflexão Critica ... 20

3.3 Circuito Actual ... 21

3.3.1 Internamento ... 21

3.3.2 Bloco Operatório ... 23

3.3.3 Consulta Externa ... 24

3.3.4 Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica ... 25

3.3.5 Farmácia ... 27

3.3.6 Dietética ... 28

4 Modelo proposto para o Hospital da Prelada ... 29

4.1 Internamento ... 29

4.2 Bloco Operatório ... 33

4.3 Consulta Externa ... 35

4.3.1 Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica ... 38

4.4 Dietética ... 39

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5 Inovação Tecnológica ... 41 5.1 Serviço de Apoio ... 41 5.2 Internamento ... 41 5.2.1 Sala de Pensos ... 42 5.2.2 Unidade Endoscópica ... 42 5.3 Bloco Operatório ... 42 5.4 Mudança Organizacional... 42 5.5 Mapeamento Documental ... 43 5.6 Medidas Implementadas ... 43

6 Conclusão e Propostas de Trabalho Futuro ... 44

6.1 Business Intelligence ... 44

6.2 Integrador HL7 ... 45

6.3 Single Sign On ... 46

6.4 Solução Aplicacional ... 46

6.5 Importância do Registo Electrónico Notas de Enfermagem ... 47

Referências ... 48

ANEXO A: Glossário ... 50

ANEXO B: Cronograma ... 52

ANEXO C: Lista de Nomenclatura Utilizada ... 53

ANEXO D: Lista de Verificação Cirurgia Segura ... 55

ANEXO E: Guião de Entrevistas ... 56

ANEXO F: Circuitos Actuais ... 58

ANEXO G: Mapeamento Documental... 67

ANEXO H: Apresentação Plano Projecto ... 69

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Acrónimos

ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

BI – Business Intelligence

CE – Conselho de Enfermagem

CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

DGS – Direcção Geral de Saúde

FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

G.H. – Gestão Hospitalar

HL 7 – Health Level Seven

HP – Hospital da Prelada

HQS – Health Quality Service

ICN – International Council of Nurses

IGIF – Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde

MCDT – Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

NAS – Nursing Activities Score

OE – Ordem dos Enfermeiros

OMS – Organização Mundial de Saúde

PCE – Processo Clínico Electrónico

RIS – Rede Informática da Saúde

SCMP – Santa Casa da Misericórdia do Porto

SI – Sistemas de Informação

SIE – Sistemas de Informação em Enfermagem

SIGIC – Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia

SIGLIC – Sistema Informático de Gestão da Lista de Inscritos para Cirurgia

SIH – Sistema de Informação Hospitalar

SNS – Serviço Nacional de Saúde

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STI – Serviço de Tecnologias de Informação

TAC – Tomografia Axial Computorizada

TI – Tecnologias de Informação

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

TISS 28 – Therapeutic Intervention Scoring System

UCI – Unidade de Cuidados Intensivos

UE – União Europeia

UP – Unidade de Proximidade

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Índice de Figuras

Figura 1: Hospital da Prelada ... 1

Figura 2: Florence Nightingale ... 5

Figura 3: Teleenfermagem ... 12

Figura 4: Projecto Cirurgia Segura Salva Vidas ... 16

Figura 5: Fluxograma proposto para o circuito de admissão... 30

Figura 6: Fluxograma proposto para o circuito de Internamento ... 31

Figura 7: Fluxograma proposto para a Unidade de Queimados ... 32

Figura 8: Fluxograma proposto para o processo de Alta ... 33

Figura 9: Fluxograma proposto para a Preparação do Bloco Operatório ... 33

Figura 10: Fluxograma proposto para o Bloco Operatório... 34

Figura 11: Fluxograma proposto para o Circuito da Consulta Externa ... 36

Figura 12: Fluxograma proposto para a Cirurgia de Ambulatório ... 37

Figura 13: Fluxograma proposto para o circuito de MCDT’s ... 38

Figura 14: Fluxograma proposto para a Unidade Endoscópica ... 39

Figura 15: Fluxograma proposto para a Dietética ... 39

Figura 16:Gestão do Atendimento ... 41

Figura 17: Exemplos de equipamentos electrónicos ... 41

Figura 18: Leitor Cartão Cidadão ... 42

Figura 19: Fotografias de Salas Operatórias do HP ... 43

Figura 20: Business Intelligence ... 45

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Figura 1: Hospital da Prelada 1 Introdução

Esta dissertação descreve o trabalho que foi desenvolvido nestes últimos cinco meses no HP, no âmbito do estágio curricular do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica – Gestão da Produção FEUP.

Os principais objectivos deste projecto consistem numa primeira fase em conseguir obter o desenho dos processos organizacionais, fluxos e procedimentos de trabalho, no âmbito da actividade de enfermagem/dietética nas áreas de Consulta Externa, Internamento e Bloco Operatório, e numa fase posterior apoiar o processo de parametrização e arranque aplicacional das soluções TI às notas de enfermagem/dietética.

Seguidamente neste capítulo será efectuada uma apresentação do HP e deste projecto, uma explicação pelo método que foi escolhido, a apresentação da análise SWOT, a explicação do protótipo desenvolvido, e para finalizar, a apresentação da estrutura do relatório.

1.1 Apresentação do Hospital da Prelada

O HP é propriedade da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP). Esta foi fundada em 14 de Março de 1499, e é uma instituição de

caridade e assistência social, de fins filantrópicos e de utilidade pública. Actualmente a acção assistencial da Misericórdia do Porto, diversifica-se em algumas áreas muito importantes como: terceira-idade, saúde, deficiência, pobreza e exclusão social, habitação, cultura, ensino e formação profissional, lazer, etc.

As obras de construção do HP tiveram início em 1971, contudo a definição do projecto

ocorreu em 1961, ano em que a Mesa da SCMP, pela provedoria do Dr. Domingos Braga da Cruz, esboça a execução de um Centro de Reabilitação a construir nos terrenos da Quinta da Prelada. O projecto estabelecia a inclusão de determinadas especialidades: Medicina Física e Reabilitação, Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, Ortopedia e também uma Unidade de Queimados. Apenas em 17 de Outubro de 1988, é que o HP abre portas e recebe os primeiros doentes nos serviços de Ortopedia, Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Medicina Física e Reabilitação. Nos dias de hoje o HP dispõe além dos serviços referidos anteriormente os seguintes serviços clínicos: Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica Reconstrutiva Estética e Unidade de Queimados, Urologia, Oftalmologia, Anestesia, Medicina Interna, Análises Clínicas (hematologia, bioquímica, microbiologia, sorologia e imunologia) e Imagiologia (radiologia convencional, tomografia axial computorizada - TAC, ressonância magnética e ecografia). O Hospital da Prelada - Dr. Domingos Braga da Cruz tem como missão, melhorar a saúde através de cuidados de qualidade, garantindo acesso atempado e a optimização dos recursos disponíveis na comunidade, assim como participar na investigação e no ensino pós-graduado. Pelo seu posicionamento (socialmente responsável, promotora da equidade de acesso, não lucrativa) e pela excelência dos resultados obtidos nas diversas especialidades de que dispõe, o Hospital é reconhecido – pela comunidade, pelo S.N.S. e pelos restantes interessados –

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como um Estabelecimento de qualidade na saúde, tanto pelos cuidados prestados como pela sua participação na investigação e no ensino pós-graduado. Os valores fundamentais pelos quais o HP rege o seu funcionamento são, servir o doente, excelência de actuação, respeito e correcção no relacionamento, valor para a comunidade, inovação para melhores serviços e resultados e responsabilidade por tudo o que fazem.

No dia 8 de Fevereiro de 2007, o HP recebeu do Organismo Internacional de Acreditação, o

Health Quality Service (HQS), a Acreditação Total em Qualidade, referente a todas as áreas

do Hospital. O Hospital da Prelada teve a distinção de ser o primeiro Hospital privado em Portugal a receber a Acreditação em Qualidade, por um organismo nacional ou internacional. Foi avaliado pela Norma do HQS que compreende 1679 critérios. A Auditoria foi efectuada por um corpo de auditores Inglês, que questionou todas as áreas de actividade do Hospital desde a Gestão, Serviços Clínicos, Serviços Não Clínicos, Serviços de Apoio e Administrativos.

O êxito deste projecto baseou-se essencialmente em dois factores fundamentais como são, o facto de o Hospital ter procurado desde inicio ser um projecto inédito em termos de gestão, organização técnica, prestação, racionalização e humanização dos serviços, e por outro lado o envolvimento com que todos os colaboradores participaram no programa que estabeleceu o Sistema de Qualidade no Hospital.

1.2 O Projecto Notas de Enfermagem/Dietética - Levantamento de Processos

O projecto Notas de Enfermagem/Dietética - Levantamento de Processos surgiu da necessidade de desenvolver e avaliar ferramentas de suporte à decisão no âmbito da actividade de enfermagem e dietética nas áreas de Consulta Externa, Internamento e Bloco Operatório, no sentido de promover a partilha de conhecimento, disseminação da informação entre os profissionais de saúde contribuindo para um aumento do grau de satisfação de todos os stakeholders deste Projecto.

O facto deste projecto ter sido proposto à FEUP no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica - Gestão de Produção (MIEM-GP), tem como principal objectivo que este seja desenvolvido por alguém exterior à instituição com o intuito de trazer uma visão “limpa” e independente, alicerçada em novas ideias.

1.3 Método seguido no projecto

Numa primeira fase, este projecto focalizou-se na análise/documentação dos fluxos e procedimentos de trabalho existentes no HP com o objectivo de melhor conhecer a realidade hospitalar.

Numa segunda fase, e depois de perfeitamente adaptado à realidade, foi iniciado o "trabalho de interacção" com os stakeholders do projecto, ou seja, foi feito o acompanhamento dos enfermeiros e da dietista no desenvolver das suas actividades, realizaram-se entrevistas e compilou-se a respectiva informação.

Por último, efectuou-se algumas sugestões para o processo de parametrização e preparação do arranque operacional. Efectuou-se ainda um mapeamento documental.

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1.4 Análise comparativa de abordagens existentes e das suas vantagens e inconvenientes

De forma a haver uma familiaridade com os principais factores que diferenciam o HP e quais as ameaças e oportunidades que se deparam com a implementação do Registo Electrónico das Notas de Enfermagem / Dietética foi elaborada a análise SWOT, apresentada na seguinte tabela.

1.5 Estudo e Desenvolvimento do Protótipo do Projecto Notas de Enfermagem/Dietética - Levantamento de Processo

O desenho dos circuitos (actuais e propostos) foram realizados em fluxogramas multifuncionais, recorredo ao aplicativo Microsoft Office Visio. A vermelho estão representados os processos para os quais foram propostas mudanças.

Em anexo (vide anexo C), apresenta-se a lista da nomenclatura utilizada. Tabela 1: Matriz SWOT

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1.6 Temas Abordados e sua Organização no Presente Relatório A dissertação elaborada encontra-se dividida em seis capítulos.

No capítulo seguinte mostra-se o estudo realizado no que diz respeito ao estado da arte. É feito um apanhado daquilo que existe um pouco por todo mundo ao nível das TI aplicadas na área da saúde.

No terceiro capítulo, descreve-se o circuito actual ao nível dos processos da actividade de Enfermagem e Dietética. Foi feito um acompanhamento presencial aos vários serviços assim como um guião de entrevistas no sentido de perceber melhor toda a actividade dos profissionais de saúde.

No quarto capítulo é apresentada a proposta de mudança ao HP. Essa mudança pretende estar suportada nas TI a fim de alavancar a actividade de Enfermagem/Dietética. Neste capítulo são apresentados os novos circuitos e fundamentadas as opções tomadas.

O quinto capítulo, diz respeito à Inovação Tecnológica, ou seja, é feito um breve resumo sobre tudo aquilo que foi proposto para o HP ao nível de tecnologia. É ainda feita menção ao mapeamento documental realizado bem como a medidas implementadas.

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Figura 2: Florence Nightingale 2 Estado da Arte

2.1 Nascimento/Evolução Enfermagem

Na sua origem, a prática de enfermagem seguia uma linha de cuidados maternais e de controlo das pessoas doentes, sob a tutela das autoridades médicas ou religiosas da altura, que tinham a função de prescrever tratamentos ou cuidados adicionais. Desta maneira, as enfermeiras, naturalmente, tendiam a seguir a tradição e a aceitar os conhecimentos e ordens das autoridades sem mais questionamento.

Florence Nigthingale foi a grande responsável na mudança de paradigma da actividade de enfermagem. “Com Florence Nigthingale, a enfermagem passou a ser ensinada em escolas próprias, cujo modelo foi decalcado por toda a Europa e pelo resto do mundo” (Manuel Gameiro, 1999). Foi ela quem fundou o

ensino da enfermagem moderna dentro de uma tradição militar. Nesta altura não existia ainda a vertente de investigação científica na prática de enfermagem.

Esta só passou a ser tida em conta quando alguns cursos de enfermagem adquiriram estatuto de formação universitária. Este facto ocorreu primeiramente nos EUA na primeira metade do século XX. As primeiras grandes linhas de investigação foram desenvolvidas por professores, partindo do pressuposto que a

melhoria da prática de enfermagem dependia da melhoria da qualidade de ensino e da gestão dos serviços. Posteriormente, a partir da década de 50 surgiu a investigação directamente ligada à prática dos cuidados.

2.1.1 A Investigação em enfermagem em Portugal

Relativamente à enfermagem portuguesa, a parte da investigação não tem qualquer expressão, embora existam alguns enfermeiros que desenvolveram trabalhos de investigação utilizando metodologias científicas, mas apenas por exigência curricular.

2.1.2 Perspectivas de Futuro

Comparando Portugal com o resto do mundo, os enfermeiros portugueses adquiriram já competências e mecanismos que lhes permitem controlar e orientar trabalhos de investigação com validade científica.

A vertente da investigação é da maior importância na área de enfermagem, e os próprios regulamentos prevêem-na como uma atribuição funcional. Segundo o artigo 9º do REPE1, “Consideram-se autónomas as acções realizadas pelos enfermeiros, sob sua única e exclusiva iniciativa e responsabilidade, de acordo com as respectivas qualificações profissionais, seja na prestação de cuidados, na gestão, no ensino, na formação ou na assessoria, com os contributos na investigação em enfermagem”.

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Os cargos de chefia têm também vindo cada vez mais a valorizar os estudos de investigação, facto muito importante para a generalidade dos profissionais de enfermagem.

Segundo Manuel Gameiro2, estes são os grandes desafios que a enfermagem se depara relativamente à investigação científica:

“Uma cada vez maior consciencialização da importância da investigação em enfermagem, particularmente dos enfermeiros gestores, incentivando e criando condições para a execução de trabalhos de investigação nos serviços, e por outro lado valorizando nos concursos profissionais a realização e a publicação de trabalhos.”

“Uma maior concorrência profissional, com o aparecimento no campo da saúde de novos profissionais ciosos de conquistar e legitimar um espaço de prática, evidenciando a necessidade de validar um corpo de “saber enfermagem” e de promover o seu reconhecimento entre a comunidade científica e o público em geral, e por outro lado ser determinado a exigência de validação das práticas, dirigindo-as com base em teorias e modelos específicos da enfermagem e de modo a optimizar os resultados das intervenções.”

Todos estes desafios enumerados, só fazem sentido numa perspectiva de contribuir para a melhoria contínua dos cuidados de saúde, neste caso através da investigação científica na área da enfermagem.

2.2 Importância das TI

As Tecnologias de Informação têm hoje um papel fundamental não só na área da saúde como em vários sectores da nossa sociedade. Em todos eles, as TI têm tido um acréscimo de importância e para comprovar isso mesmo transcreve-se um enxerto do acordo assinado pelo governo Português e o governo da Argélia, no âmbito da III cimeira Luso - Argelina a 9-11-2010, "Desejosos de elevar as já excelentes relações bilaterais entre os dois países ao

patamar de parceria privilegiada, os dois Primeiros-Ministros decidiram dedicar a III Cimeira ao tema «Tecnologias de Informação e Comunicação – Ponte para uma Parceria

Exemplar»."."As duas Partes sublinharam o carácter prioritário desses sectores, em

particular o das Tecnologias da Informação e Comunicação…”.

O que acontece ainda hoje em muitas instituições de saúde, é o facto de os profissionais de saúde não terem acesso à informação de uma forma segura, correcta e contextualizada. Este aspecto é considerado incompreensível e anómalo, por parte dos actores que actuam na cadeia de valor da prestação de cuidados de saúde quer sejam os profissionais ou utentes.

2.3 Registo de Saúde Electrónico

O facto de existir a necessidade de informação de qualidade disponibilizada de uma forma simples, uniforme e segura leva-nos à importância da existência de um sistema electrónico que contenha informação clínica de suporte às necessidades dos profissionais de saúde em todos os departamentos clínicos hospitalares. Esse sistema é o Registo de Saúde Electrónico (RSE).

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Só permitindo a partilha de informação de saúde centrada no utente e orientada para o apoio ao cumprimento da missão dos profissionais de saúde, é que o RSE conseguirá corresponder àquilo que atrás foi dito. De referir ainda que o RSE trará benefícios acrescidos, quando alavancado na utilização de ferramentas indutoras de eficácia e eficiência na prestação de cuidados de saúde, entre os quais segundo o Registo de Saúde Electrónico, documento de estado da arte se podem destacar:

Melhorar o acesso do cidadão aos serviços de saúde;

Elevar os níveis de qualidade e a celeridade dos serviços prestados;

Reduzir significativamente o risco de erros advindos da falta de informação indispensável ao profissional no momento e no local da decisão;

Reduzir o tempo necessário à disponibilização de relatórios clínicos e laboratoriais, com a integração no sistema de entidades produtoras de MCDT’s;

Reduzir os custos evitando a replicação de esforços e recursos;

Melhorar de uma forma significativa os indicadores de gestão e a promoção da investigação clínica bem como a produção de estatísticas e indicadores de saúde. Posto isto, segundo o mesmo documento importa perceber e reflectir nos desafios que se deparam à implementação do RSE na actualidade, como são:

O facto de conseguir garantir a interoperabilidade entre os sistemas e aplicações em uso,

Conseguir mobilizar mecanismos e procedimentos que garantam a actualidade, integridade, disponibilidade e confidencialidade da informação,

Induzir o alinhamento de aplicações informáticas com princípios de arquitectura e de estruturas de conteúdos que promovam não só a sua interoperabilidade, mas também a sua participação, com consumidores e fornecedores de conteúdos,

Estabelecer normas, procedimentos e enquadramento jurídico e regulamentar, Promover e estimular a sua adopção por parte de todos os interessados.

No que concerne ao registo das Notas de Enfermagem é de salientar que Portugal se encontra entre os países da UE com maior utilização de sistemas de registos electrónicos baseados numa Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE).

Por outro lado, especialmente a Ordem dos Enfermeiros (OE) tem vindo a desenvolver orientações no sentido de promover uma correcta e normalizada implementação de um Sistema de Informação de Enfermagem (SIE) com recurso a um registo de actividades de enfermagem uniformizado, através da utilização obrigatória da CIPE.

Assim, o RSE deverá permitir a documentação da prática de enfermagem, nomeadamente no que respeita ao registo da descrição e acompanhamento dos cuidados de enfermagem em todos os contextos da sua prática.

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2.4 CIPE

A CIPE foi criada pelo Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) para permitir uma linguagem científica e unificada, comum à enfermagem mundial.

Actualmente à semelhança do que acontece com o International Classification of Diseases (ICD-10), também a CIPE se encontram aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A CIPE tem como principais objectivos:

Conseguir facilitar e melhorar a comunicação entre enfermeiros e com a cadeia multidisciplinar;

Fazer uma descrição correcta dos cuidados de enfermagem ao longo do tempo; Garantir que se possam fazer comparações entre dados de enfermagem;

Conseguir gerir melhor os recursos humanos, ou seja, ser possível definir o número de enfermeiros necessários em cada serviço;

Com dados recolhidos no sistema de informação em saúde conseguir estimular a investigação científica;

Fazer com que a enfermagem possa ser olhada através dos sistemas de informação, e assim, influenciar as decisões politicas na área da saúde;

Promover a implementação dos sistemas electrónicos, melhorando a comunicação e as tomada de decisões em enfermagem.

A CIPE deve ser consistente com e independente dos modelos de enfermagem. O conceito essencial de cada modelo de enfermagem (necessidades humanas básicas, modelos de adaptação, défices no auto cuidado, padrões de resposta humana) pode ser caracterizado como proposta para um princípio de divisão de uma classificação de fenómenos de enfermagem. A CIPE é um instrumento com alto nível de complexidade e abrangência, que inclui milhares de termos e definições. Para facilitar a sua utilização, o ICN está a desenvolver catálogos que são subconjuntos da CIPE que permitem aos enfermeiros que trabalham numa área de especialidade (por exemplo unidade de queimados), integrarem mais facilmente a CIPE no seu trabalho.

De referir ainda que “Portugal é pioneiro no uso da linguagem CIPE, pelo que tem sido contactado por países congéneres e pelo ICN no sentido de disponibilizar informações e orientações sobre o tema, isto é, experiências a nível de enfermagem estão a ser orientadas por Portugal”3.

Esta Classificação está em constante actualização e desenvolvimento.

2.5 Programa Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem 2.5.1 Contexto

A necessidade de implementar sistemas de qualidade é hoje assumida formalmente, quer por instâncias internacionais como a Organização Mundial da Saúde e o Conselho Internacional

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de Enfermeiros, quer por organizações nacionais como o Conselho Nacional da Qualidade e o Instituto da Qualidade em Saúde.

Criar sistemas de qualidade em saúde revela-se uma acção prioritária. Assim, as associações profissionais assumiram um papel fundamental na definição dos padrões de qualidade em cada domínio específico característico dos mandatos sociais de cada uma das profissões envolvidas. É este o contexto no qual o Conselho de Enfermagem (CE) da OE enquadra os esforços tendentes à definição estratégica de um caminho que vise a melhoria contínua da qualidade do exercício profissional dos enfermeiros. Assume-se que a qualidade em saúde é tarefa multiprofissional e que tem um contexto de aplicação local.

Daqui se deduz o papel importante da definição, pelos enfermeiros que exercem a sua actividade em Portugal, de padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem. Claramente, nem a qualidade em saúde se obtém apenas com o exercício profissional dos enfermeiros, nem o seu exercício profissional pode ser negligenciado nos esforços para obter qualidade em saúde.

2.5.2 Enquadramento conceptual

Para (Abel Paiva, 2006)4, existem quatro tipos de estrutura conceptuais consideradas paradigmáticas para definir o enquadramento conceptual:

Pessoa:

A pessoa deseja e procura a saúde. Possui um quadro de valores e crenças, e desejos de natureza individual, que influencia os comportamentos intencionais. A pessoa desenvolve o seu quadro de valores e crenças – que influenciam os comportamentos intencionais – num determinado ambiente que interfere com a forma como a pessoa vive e se desenvolve. No seu percurso, a pessoa desenvolve estilos e actividades de vida que se repercutem directa e indirectamente no seu bem-estar e na satisfação das suas necessidades humanas fundamentais.

Saúde:

Para além de referir-se à condição humana – física, mental, social, espiritual -, a saúde é a representação mental sobre a condição individual, o controlo do sofrimento, o bem-estar físico e o conforto psicológico, emocional e espiritual. É um estado subjectivo de procura permanente do melhor equilíbrio.

Ambiente:

O ambiente é constituído por todos os elementos humanos, físicos, políticos, económicos, culturais e organizacionais, que influenciam a forma como a pessoa vive e se desenvolve. O ambiente influencia e é influenciado pela pessoa, que pelo seu funcionamento individual, que pelo seu funcionamento grupal.

Cuidados de Enfermagem:

Os cuidados de enfermagem implicam uma abordagem holística da pessoa, que tem por finalidade identificar as necessidades de cuidados de enfermagem, a prescrição de intervenções e a monitorização de resultados. Visam a promoção de estilos de vida saudáveis, tendo em conta o ambiente no qual a pessoa vive e no respeito pelas suas

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capacidades, pelo seu quadro de valores e crenças, e desejos de natureza individual. Os cuidados de enfermagem têm um papel de suplemento/complemento das actividades da vida diária da pessoa, quando deficiências, incapacidades ou handicaps a afectam, procurando sistematicamente promover a adaptação aos défices funcionais. Os cuidados de enfermagem centram-se na pessoa, na família ou na comunidade, e processam-se através de relações de parceria estabelecidas num quadro de respeito pelas capacidades, cultura e vontade do cliente.

2.5.3 Enunciados Descritivos

A satisfação do cliente. Na procura permanente da excelência no exercício profissional, o enfermeiro persegue os mais elevados níveis de satisfação dos clientes. A promoção da saúde. Na procura permanente da excelência no exercício

profissional, o enfermeiro ajuda os clientes a alcançarem o máximo potencial de saúde.

A prevenção de complicações. Na procura permanente da excelência no exercício profissional, o enfermeiro previne complicações para a saúde dos clientes.

O bem-estar e o auto cuidado. Na procura permanente da excelência no exercício profissional, o enfermeiro maximiza o bem-estar dos clientes e complementa as actividades de vida relativamente às quais o cliente é dependente.

A readaptação funcional. Na procura permanente da excelência no exercício profissional, o enfermeiro conjuntamente com o cliente desenvolve processos eficazes de adaptação aos problemas de saúde.

A organização dos cuidados de enfermagem. Na procura permanente da excelência no exercício profissional, o enfermeiro contribui para a máxima eficácia na organização dos cuidados de enfermagem.

2.6 E-Saúde

O conceito de “saúde em linha” baseia-se essencialmente nas TIC que utiliza estas ferramentas para reforçar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças, bem como para controlar e gerir questões relacionadas com a saúde e o estilo de vida.

Este conceito promove essencialmente:

Troca de informação entre os doentes e os prestadores de cuidados de saúde; Transmissão de dados entre as diferentes instituições;

Comunicação entre pares (entre os doentes ou entre os profissionais de saúde). Para isso incluem no seu sistema:

Redes de informações sobre saúde; Registos de saúde electrónicos;

Serviços de Telemedicina/Teleenfermagem;

Sistemas de comunicação pessoais e portáteis para monitorizar e prestar assistência aos doentes.

(22)

Uma das grandes vantagens de existirem ferramentas de saúde em linha, prende-se com a contribuição que é dada para a disponibilização de informações vitais onde e quando necessárias. Aspecto este muito importante no contexto que se vive nos dias de hoje em que o movimento de cidadãos a nível internacional é muito intenso.

A saúde em linha pode ter benefícios significativos para toda a comunidade, na medida em que melhora o acesso aos cuidados de saúde e a sua qualidade, contribuindo para sistemas de saúde centrados no utilizador, bem como para a eficácia, eficiência e sustentabilidade globais do sector.

Ao nível da União Europeia (UE) existe a intenção de criar um espaço europeu da saúde em linha, com a coordenação de acções e do incentivo para que haja partilhas de informação política de modo a conseguir-se melhores soluções, levando desta forma a uma unificação do mercado e à difusão das boas práticas.

A UE está a avançar no sentido da criação de um “espaço europeu da saúde em linha”, através da coordenação de acções e da promoção de sinergias entre políticas conexas e partes interessadas, de forma a conseguir melhores soluções, evitar a fragmentação do mercado e difundir as melhores práticas.

A UE tem a este nível os seguintes objectivos bem específicos:

Criar uma estrutura de registo electrónico da saúde através de apoio ao intercâmbio de informação e à normalização;

Estabelecer redes de informação sobre saúde entre pontos de atendimento tendo em vista coordenar as acções em caso de perigo para a saúde pública;

Assegurar serviços de saúde em linha, tais como a informação sobre estilos de vida saudáveis e a prevenção de doenças;

Desenvolver serviços de teleconsulta, bem como de receita de medicamentos, de encaminhamento e de reembolso em linha.

É importante ter em conta que para que esta abordagem tenha sucesso a participação dos cidadãos, dos doentes e dos profissionais da saúde na execução das várias estratégias e projectos é fundamental.

A título de exemplo,”a informação e as funcionalidades disponibilizadas pelo site do NHS, o serviço público de saúde inglês, permitem uma poupança de cerca de 44 milhões de libras por ano. Esta é a principal conclusão de um estudo do Imperial College. O estudo refere ainda que mais de um terço dos que visitam o site não marcam consultas online e que cerca de 70 por cento usam a Internet para procurar informação sobre saúde. O site permite aos cidadãos obter informações sobre condições de prestação de cuidados de saúde, sobre tratamentos e melhoria das condições de vida e ainda sobre os médicos que prestam serviços ao NHS, assim como permite comparar o desempenho dos hospitais e a partilha de experiências. As poupanças geradas pela utilização do site devem-se ao facto de muitos pacientes consultarem o mesmo para obter informação sobre saúde ao invés de ir directamente ao médico, quando de tratam de questões mais rotineiras. Ao terem acesso a mais informação os cidadãos passam, segundo o estudo, a fazer uma utilização mais racional das valências do sistema público.”

(23)

Figura 3: Teleenfermagem 2.6.1 Teleenfermagem

No que diz respeito à Teleenfermagem, pode-se afirmar que esta prática assenta na prestação de cuidados de enfermagem de proximidade, realizado pelo enfermeiro de família, coadjuvado por um perito em enfermagem de uma Unidade de Referência.

Uma qualquer ocorrência que exija cuidados de enfermagem, diferenciados, expostos por um doente que resida numa área afastada ou de difícil acesso e que se dirija ao centro de saúde ou a uma outra qualquer unidade de proximidade, é assistida com a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) com custos reduzidos, com elevado humanismo e eficiência pelo Hospital ou outra qualquer unidade de referência.

O objectivo da Teleenfermagem é que os profissionais de saúde nomeadamente os enfermeiros, usem as TIC, no sentido de os ajudar a resolver os problemas com que se deparam na sua actividade, num contexto de continuidade de cuidados à distância.

“Desde o ano de 2007 que a Teleenfermagem tem sido utilizada no nosso país, não de uma forma muito estruturada mas recorrendo a pequenos projectos-piloto como foi o caso do Hospital Sousa Martins (Guarda) designado Unidade de Referência (UR) e o Centro de Saúde de Gouveia designada Unidade de Proximidade (UP), cujo propósito de recorrer à Teleenfermagem centra-se na disponibilização da informação e conhecimento, da UR para a UP, com vista a facilitar a tomada de decisão do enfermeiro sobre os diagnósticos sensíveis aos cuidados de enfermagem”. Segundo dados recolhidos, “72 horas após a alta hospitalar, os doentes recorrem ao Serviço de Urgência em elevado número, por falta de apoio nos cuidados domiciliários, acarretando custos sociais e financeiros elevados”. Este é sem dúvida um dos campos onde a Teleenfermagem pode dar um contributo decisivo.

Actualmente a Telemedicina está a revelar uma importância muito forte, na oferta dos serviços de saúde por telecomunicações, no âmbito da consulta interactiva e diagnóstica, espera-se agora que o mesmo ocorra com a Teleenfermagem.

Existem já em Portugal alguns estudos feitos sobre o tema da Teleenfermagem, onde se evidenciam as necessidades de intervenção e melhor utilização do conhecimento dos enfermeiros. Não será alheio a esta situação o facto de em Portugal a actividade de enfermagem não ser por vezes muito valorizada, em contraste com o que vai acontecendo um pouco por todo mundo, nomeadamente no Canadá onde o enfermeiro vê a sua actividade mais valorizada.

Por último, importa sintetizar as melhorias espectáveis com uma maior aposta na Teleenfermagem:

Promoção de cuidados em contínuo;

Obtenção de ganhos em saúde para o utente;

Redução da tendência dos cidadãos em recorrerem ao serviço de urgência, após internamento recente, por ausência de cuidados de proximidade;

Benefícios para a sociedade e tecido produtivo, nomeadamente Hospitais, Centros de Saúde e outras Unidades de Proximidade.

(24)

2.7 TISS28/NAS

Devido aos elevados custos que as UCI´s (Unidade de Cuidados Intensivos) representam para os Hospitais, existe hoje a necessidade de avaliar a relação custo benefício praticados nestas unidades.

Decorrente deste factor surge a necessidade, de desenvolver índices e indicadores de gravidade com o intuito de estratificar os doentes por gravidade de doença e prognóstico. Deste modo consegue-se estabelecer requisitos mínimos que justifiquem o internamento ou permanência nesta unidade.

Do ponto de vista clínico, os factores que ajudam a classificar a gravidade dos doentes, têm como grande objectivo a discrição quantitativa do grau de disfunção orgânica de utentes em estado crítico, através de valores numéricos decorrentes das alterações clínicas sofridas. Existem actualmente dois indicadores de mortalidade, conhecidos e aceites internacionalmente, o Acute Physilogy and Chronic Health Evaluation (APACHE) ou o SAPS (Simplified acute phisiology score).

Relativamente à enfermagem, existe hoje a necessidade de criar indicadores objectivos de maneira a conseguir-se classificar os doentes pelas necessidades dos cuidados prestados e pela gravidade da sua situação clínica.

Desta apreciação decorrem os seguintes factores: Classificação dos doentes;

Qualidade de cuidados; Gestão de recursos humanos; Monitorização da produtividade.

Todos estes factores podem ser quantificados tendo sempre por base o grau de complexidade dos cuidados de enfermagem.

Ao conseguir realizar-se uma gestão dos recursos humanos de enfermagem, os indicadores de cuidados transformaram-se num instrumento de gestão e busca da qualidade, na medida em que procuram adaptar o número de enfermeiros disponíveis às necessidades de cada doente e da própria instituição.

À que ter em consideração que se por um lado, uma equipa de enfermagem sobredimensionada leva a um elevado custo, por outro, uma equipa reduzida pode levar a uma diminuição da qualidade e da eficácia dos cuidados prestados aos doentes, conduzindo a internamentos mais prolongados que aumentarão o custo do tratamento e atrasarão a recuperação do doente.

De todos os índices disponíveis para avaliar a carga de trabalho de enfermagem em UCI`s, pode-se destacar o Simplified Therapeutic Intervention Scoring System (TISS-28) e o seu sucessor Nursing Activities Score (NAS), criado por Reis Miranda em 2003.

Reis Miranda e alguns colaboradores publicaram a TISS-28 em 1996. Esta é constituída por sete categorias de intervenções terapêuticas:

Actividades básicas; Suporte ventilatório; Suporte cardiovascular;

(25)

Suporte renal; Suporte neurológico; Suporte metabólico; Intervenções específicas.

Apesar de este programater uma boa fiabilidade de utilização e ser um índice de trabalho de enfermagem validado em Portugal, só consegue abranger 43.3% das actividades de enfermagem.

Fazendo uma comparação com o TISS-28, o NAS tornou-se num indicador de carga de trabalho de enfermagem mais geral e abrangente pois consegue englobar mais cinco actividades básicas relacionadas com a actividade de enfermagem, são elas:

Monitorização e controle; Procedimentos de higiene; Mobilização e posicionamento;

Suporte e cuidados familiares/doentes; Tarefas administrativas e de gerência.

Apesar de ser um instrumento menos abrangente (contempla apenas 23 itens), o NAS descreve aproximadamente duas vezes mais o tempo dispendido pelo enfermeiro nos cuidados prestados ao doente. Apesar de o NAS não estar ainda validado em Portugal e não descrever na totalidade o tempo real que o profissional de enfermagem gasta a cuidar do doente, este será o instrumento que mais se aproxima da realidade verificada nas UCI´s em Portugal.

2.8 Cirurgia Segura Salva Vidas

O programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” foi estabelecido pela Aliança Mundial para a Segurança do Doente, OMS com o objectivo de reduzir o número de mortes relacionadas com a cirurgia em todo o mundo.

O principal objectivo é fomentar o compromisso político e a vontade clínica para abordar questões importantes de segurança, que incluem práticas de segurança anestésicas inadequadas, infecções cirúrgicas evitáveis e comunicação desadequada entre os membros das equipas cirúrgicas.

Como se pode consultar no manual de Implementação “Demonstrou-se que estes problemas são comuns, fatais e evitáveis, em todos os países e todas as organizações. Para apoiar as equipas cirúrgicas a reduzir o número desses eventos, a Aliança Mundial para a Segurança do Doente da OMS (consultou cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, especialistas em segurança do doente e doentes em todo o mundo) identificou dez objectivos essenciais para a segurança cirúrgica. Estes objectivos estão compilados na Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica”5.

(26)

Os grandes objectivos deste projecto são: Reforçar as práticas de segurança;

Promover uma melhor comunicação e trabalho dentro da equipa multidisciplinar. Esta lista é uma ferramenta de suporte à actividade da cadeia multidisciplinar, que irá ajudar a reduzir o número de mortes e complicações cirúrgicas.

Como refere o mesmo manual “A sua utilização demonstrou associação com reduções significativas de complicações e taxas de mortalidade em diversos hospitais e contextos, com melhorias na observação dos padrões de boas práticas de cuidados”.

Para se obterem os melhores resultados no arranque deste projecto, esta lista de verificação deverá ser preenchida apenas por uma pessoa. Este profissional será o coordenador da lista de verificação. Aconselha a OMS que seja feita pelo enfermeiro circulante.

Este documento está dividido em três fases: Período antes da indução da anestesia; Período antes da incisão cirúrgica;

Período após o encerramento da ferida (com o doente ainda na sala).

Em todas as fases o enfermeiro responsável por esta tarefa deverá poder confirmar que a equipa completou as suas tarefas.

Esta lista pode ser alterada, adaptando-se assim às diferentes necessidades de cada organização. No entanto, não é aconselhável a eliminação de etapas de segurança pois não podem ser realizadas no ambiente ou nas características actualmente existentes. Se se optar por efectuar alguma modificação, os cirurgiões, os anestesistas e os enfermeiros devem ser chamados para esse processo.

A check-list começou a ser usada em Portugal no Hospital Santo António e no Hospital Santa Marta, que de forma isolada e voluntariamente decidiram experimentar, tendo como principio a lista disponibilizada pela OMS.

Actualmente esta lista é usada por todos os Hospitais públicos e convencionados com o SNS (Serviço Nacional de Saúde), conforme indica a circular normativa emitida pela DGS (Direcção Geral de Saúde) em 22/06/2010. “A Direcção-Geral da Saúde, no uso das suas competências técnico - normativas e com base em documentação da OMS, traduzida e adaptada com a devida autorização e posteriormente validada por um grupo de peritos nacionais, disponível em www.dgs.pt, determina, em parceria com o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), por recomendação do Departamento da Qualidade na Saúde:

1. A implementação da “Cirurgia Segura Salva Vidas”, em todos os blocos operatórios do Sistema Nacional de Saúde.

2. O preenchimento, em todas as cirurgias da “Lista de Verificação da Segurança Cirúrgica”, bem como o Apgar Cirúrgico, na plataforma informática Sistema Integrado de Gestão de Listas de Inscritos para Cirurgia (SIGLIC), disponível no endereço electrónico https://siglic.min-saude.pt, directamente, ou através da interface com o sistema de informação do Hospital.

(27)

Figura 4: Projecto Cirurgia Segura Salva Vidas

3. A adesão de todos os blocos operatórios abrangidos à “Cirurgia Segura Salva Vidas” até ao final de Setembro de 2010.”6

O HP em conformidade com o descrito está a realizar a verificação desde o dia 1 de Outubro de 2010. Neste momento esta verificação ainda está a ser feita near-online por uma administrativa destacada para o efeito, cenário que se espera alterar o mais brevemente possível.

Em anexo (vide anexo D), apresenta-se o exemplar tipo, referente à Cirurgia Segura.

(28)

3 Levantamento do circuito actual

3.1 Contextualização do Projecto

Presentemente, para qualquer organização de saúde a informação e a sua qualidade é vista como uma elevada vantagem competitiva. O ciclo de Dados»Informação»Conhecimento, adquire especial destaque em organizações cujo modelo é orientado aos serviços como é o caso do HP.

Com o intuito de proporcionar aos profissionais de saúde, neste caso ao corpo de enfermagem e dietética, as melhores ferramentas ao nível das TI, foi elaborado um redesenho dos processos organizacionais, fluxos e procedimentos de trabalho, nas áreas de Consulta Externa, Internamento e Bloco Operatório, com o intuito de promover a partilha de conhecimento e difusão da informação entre os profissionais de saúde contribuindo para um aumento do grau de satisfação de toda a cadeia multidisciplinar.

A orientação e ambição de transformar o HP num “Hospital sem papel” fazem com que tenham vindo a ser definidas algumas metas e alguns objectivos intermédios. Neste projecto, o foco irá incidir sobre as notas de Enfermagem/Dietética, no sentido de maximizar a utilização de recursos nos circuitos identificados agilizando e aumentando a comunicação/colaboração entre os profissionais de saúde.

No inicio do projecto e de modo a haver uma melhor integração, foi recolhida informação e feito um levantamento das práticas hospitalares em vigor no âmbito do internamento, consulta externa e bloco operatório ao nível da actividade de enfermagem e dietética.

Do que foi possível observar, actualmente todos os actos de enfermagem que são realizados são registados em documentos em papel. No que se refere à dietética a perspectiva é muito similar, ou seja, toda a informação é suportada por documentos em papel.

Existem cinco factores fundamentais para que se façam registos de enfermagem: Promover a continuidade dos cuidados;

Produzir documentação dos cuidados; Possibilitar avaliação dos cuidados; Facilitar a investigação sobre os cuidados; Optimizar a gestão dos cuidados.

3.2 Entrevistas

Este estudo foi realizado no âmbito do levantamento do circuito actual ao nível da actividade de Enfermagem do HP, e teve como principais objectivos por um lado esclarecer dúvidas existentes e por outro sentir o pulso ao corpo de enfermagem relativamente ao registo electrónico das notas de enfermagem.

(29)

Gráfico 1: Resultados Registo Electrónico

Gráfico 2: Resultados Estado Actual 3.2.1 Análise dos Resultados

A amostra em que se baseou este estudo incidiu em 10% (25) do número total de Profissionais de Enfermagem (250) que actualmente trabalham no HP, englobando todos os enfermeiros chefes (8) dos diferentes serviços, a enfermeira geral bem como alguns enfermeiros (16) pertencentes aos diferentes corpos de enfermagem. De referir que todos os enfermeiros que participaram nesta sessão de entrevistas foram indicados pelos respectivos chefes de serviço. Relativamente às ideias base no que diz respeito às perguntas sobre o registo electrónico, pode salientar-se que:

96% Dos inquiridos

responderam afirmativamente quando questionados sobre a importância da implementação do PCE (Processo Clínico Electrónico) e a respectiva

integração das Notas de

Enfermagem;

88% Consideram que estão já actualmente preparados para passar a registar a informação

online;

44% Dos inquiridos têm ou já

tiveram experiências com algum tipo de dispositivo electrónico que são habitualmente usados para proceder aos registos;

92% Concordam que o sistema de registo electrónico poderá trazer mais-valias para o seu serviço, e destes, 96% conseguiram mesmo identificar algumas dessas mais-valias sendo que a mais frisada foi “Uniformidade de critérios e facilidade de leitura”;

76% Consideram que haverá algum impacto na fase de transição e que esta é fundamental para uma boa assimilação das novas práticas de registo;

Relativamente ao estado actual as principais ideias a retirar são: 64% Consideram que estão bem

documentadas todas as fases do doente no seu processo de atendimento, independentemente do serviço onde se encontre; 44% Dos inquiridos admite fazer

uso de computação pessoal; 84% Considera que os registos

actuais são de fácil tratamento para fins estatísticos e de gestão;

68% Consideram que o registo actual é adequado à transmissão

(30)

Gráfico 3: Acesso à Informação

contra senso com o ponto anterior pois os controladores de gestão são também

stakeholders do corpo de enfermagem;

56% Dizem que os registos actuais promovem a continuidade dos cuidados, ressalvando aqui que houve por parte de muitos enfermeiros a referência que o processo de alta continua a ser uma etapa crítica neste aspecto, pois não há uma continuidade de cuidados desde que o doente recebe alta hospitalar;

76% Acham que os actos de enfermagem estão bem documentados. No entanto existem alguns documentos, que sofreram algumas críticas pelo seu conteúdo e pela falta do mesmo, nomeadamente o (HP – 218) que diz respeito às quedas documentadas.

Nos serviços onde existe passagem de turno, 94% consideram que a etapa de passagem de turno tem grande impacto na actividade de enfermagem, sendo da maior importância no que diz respeito à troca de informação específica dos doentes;

84% Consideram que existe actualmente muita duplicidade de informação, e destes todos acham que o registo electrónico poderá ajudar a terminar com este problema; No que diz respeito à qualidade de informação trocada, 8% consideram que é Muito

Boa, 44% consideram Boa e 48% classificaram-na como razoável;

87.5% Dos inquiridos dizem que demoram mais de 10 minutos a efectuar os registos relativos a um doente por turno, sendo que os restantes afirmaram que demoram entre 5 e 10 minutos;

80% Refere que não registam a informação em tempo real, sendo que destes todos afirmam que existe um desfasamento superior a 10 minutos;

48% Dos inquiridos refere que é no regime de internamento que existe maior quantidade de registos 16% no ambulatório e 36% considera que é igual;

Todos os chefes de enfermagem referem que efectuam periodicamente uma avaliação aos registos de enfermagem efectuados pelo restante corpo de enfermagem.

Relativamente ao capítulo da segurança, as ideias principais a reter são: As principais falhas ao nível da

segurança, rapidez de consulta e

organização prendem-se

essencialmente com a dificuldade de leitura, com a facilidade de acesso a pessoas não autorizadas e com a dispersão dos registos que existe quando um doente se encontra internado;

Relativamente às pessoas que deverão ter acesso às notas de enfermagem, 68% considera que

deve ser apenas os médicos e enfermeiros, 24% considera que deve ser toda a equipa multidisciplinar e 8% considera que devem ser apenas os enfermeiros;

Relativamente às medidas de segurança que consideram essenciais estarem contempladas no registo electrónico, 4% não conseguiram identificar nenhuma medida

(31)

sendo que os restantes consideram essencial a atribuição de um Login a cada utilizador, conseguindo-se desta forma identificar quem regista, o que regista e quando regista.

Relativamente à existência de um plano de contingência, todos inquiridos consideram essencial que seja elaborado.

Com o gráfico 3 pretende-se demonstrar o que foi referido no segundo ponto desta análise, ou seja, tem a ver com quem poderá vir a ter acesso às notas registadas pelos enfermeiros, isto segundo a opinião dos mesmos. De referir apenas, que cadeia multidisciplinar engloba médicos, enfermeiros e técnicos dos diferentes serviços.

3.2.2 Reflexão Critica

Terminada e analisada a etapa referente às entrevistas, foi feito um brainstorming dos quais se destacam as seguintes interrogações:

a. Qual o melhor plano de implementação, que assegure a continuação dos elevados níveis de produtividade do corpo de enfermagem?

b. Existe algum serviço que seja o mais indicado, para se introduzir numa primeira fase os registos electrónicos?

c. Qual será o sitio indicado para os registos (no caso de internamento), se não houver disponibilidade de equipamentos electrónicos móveis?

d. Conseguir-se-á eliminar a etapa da passagem de turno com o registo electrónico? e. Será importante integrar alguns elementos do corpo de enfermagem no processo de

parametrização?

f. Qual a melhor forma de integração das Notas de Enfermagem com o PCE? g. Como se conseguirá terminar com o problema da Computação Pessoal?

h. Deverá haver algum reajustamento em relação ao conteúdo dos registos que é feito actualmente?

i. Qual será o plano de Contingência mais indicado a adoptar pelo Hospital? Deste brainstorming foram resumidos os seguintes pontos:

a. Deverá ser nomeada uma equipa piloto para arrancar com o registo electrónico, de modo a haver um feedback mais eficiente entre a equipa STI (Serviços de Tecnologias de Informação) e os profissionais de saúde;

b. Depois de a equipa piloto terminar todos os testes, não existe nenhuma área Hospitalar em especial por onde se deva começar a implementar o registo electrónico, visto cada área ter o seu corpo de enfermagem específico;

c. O sítio mais apropriado para realizar os registos de enfermagem em caso de não ser possível a aquisição de equipamentos móveis será a sala de enfermagem onde se realiza a admissão ao doente;

d. A passagem de turno será um processo que se poderá eliminar, mas numa primeira fase não é aconselhável sendo que este se poderá tornar mais rápido pois os enfermeiros terão à sua disposição informação mais completa e com maior qualidade;

(32)

e. É fundamental integrar alguns profissionais da área de enfermagem na parametrização do software, pois ninguém melhor que eles conhecem as especificidades da sua actividade bem como as necessidades com que se deparam;

f. Deverá ser definido pelo STI, médicos e enfermeiros quais os campos que o médico deverá ter acesso relativamente às notas de enfermagem, variando estas consoante a área do Hospital onde o médico se encontre;

g. Deverá haver um comprometimento dos chefes de enfermagem, no sentido de transmitirem à respectiva equipa, que a computação pessoal não é uma boa prática podendo mesmo vir a prejudicar a sua actividade;

h. É importante que assiduamente haja uma revisão dos registos utilizados numa perspectiva de melhoria contínua. As necessidades dos enfermeiros vão mudando e é importante que os registos acompanhem essa mudança, podendo assim ajudar a promover os cuidados de saúde;

i. Numa primeira fase o Plano de Contingência mais indicado será o suporte documental em papel, tal e qual como existe actualmente. No futuro poderia optar-se por adquirir equipamentos de reserva.

3.3 Circuito Actual

Todos os fluxogramas relativos ao Levantamento do Circuito Actual podem ser consultados em anexo (vide anexo F).

3.3.1 Internamento

Admissão do doente

Cada piso de internamento está dividido em duas alas sendo que existem 3 turnos no corpo de enfermagem (manhã com 3 enfermeiros, tarde com 2 enfermeiros e noite com 1 enfermeiro). No dia e hora marcados o doente deve apresentar-se no Serviço de Apoio (piso 0) onde uma recepcionista confere a identidade e a data de internamento.

Depois de o doente se encontrar no respectivo serviço é encaminhado para a sala de espera do médico para este proceder à verificação de aptidão para cirurgia, isto se for um doente para ser intervencionado cirurgicamente. Caso contrário o enfermeiro regista as prescrições feitas pelo médico aquando da consulta externa, realiza a entrevista e através do software G.H. (Gestão Hospitalar) atribui uma cama ao doente.

Se o médico der o aval positivo no caso de doentes que vêm para ser intervencionados, o doente é encaminhado para a sala de espera onde será recebido pelo enfermeiro no sentido de este proceder à entrevista onde são registados dados pessoais e clínicos.

Se o aval do médico não for positivo é comunicado ao administrativo clínico do piso que irá anular o internamento.

O enfermeiro depois de entrevistar o doente e lhe atribuir uma cama através do software G.H. irá transcrever as prescrições médicas.

(33)

Internamento

Depois de terminada a cirurgia o enfermeiro responsável por transportar o doente preenche o documento referente à alta do bloco operatório e conduz este com a ajuda de um auxiliar de acção médica para a enfermaria.

Caso se trate de um doente internado em regime de ambulatório, o médico já deu autorização para a alta no bloco e apenas irá para a enfermaria repousar para posteriormente abandonar o hospital.

Se por outro lado for um doente em regime de internamento, o enfermeiro irá realizar uma avaliação (prescrição de enfermagem) do doente e prestar-lhe-á os cuidados que ele necessitar ou que o médico tenha indicado na folha terapêutica. Posto isto, o enfermeiro irá registar nos respectivos documentos os actos praticados.

Aquando da visita médica que é efectuada pelo médico internista, médico de serviço e pelo enfermeiro, são anotadas por este último num documento não oficial do hospital as indicações referentes ao doente.

No que diz respeito à alimentação, o enfermeiro irá transcrever essa informação e irá disponibilizá-la à dietista.

Se for prescrito algum tipo de MCDT, o enfermeiro irá dar seguimento ao pedido feito pelo médico e irá requerer o exame ao respectivo serviço. Esta troca de informação é feita através de documentos e por telefone caso haja necessidade de agilizar o processo.

Para efectuar a requisição de medicação, dentro do horário de funcionamento da farmácia, o enfermeiro irá passar a informação para a farmácia, que posteriormente enviará a medicação. Aquando da recepção da medicação o enfermeiro assina a respectiva requisição. Toda a troca de informação entre serviços é suportada por documentos em papel.

Pode também haver necessidade de medicação que a farmácia não tenha enviado. Nesse caso o enfermeiro pode recorrer ao stock fixo que existe na sala de enfermagem. A farmácia só fará a reposição do medicamento quando o médico efectuar a prescrição.

Unidade de Queimados

A admissão de um doente para a Unidade de Queimados, não se processa da mesma forma de um doente de outro serviço. Pelas especificidades deste, (normalmente os doentes que vêm para esta unidade são doentes que inspiram maiores cuidados), não há um planeamento como o que acontece com os outros doentes, daí se poder dizer que se trata de uma admissão de urgência.

O Director Cirurgia Plástica autoriza a entrada do doente, e o enfermeiro procede à sua recepção e à respectiva atribuição de cama. Depois de o doente dar entrada na Unidade de Queimados é feita uma avaliação médica onde são definidos os tratamentos e os cuidados que o doente necessita.

Posto isto é feita uma avaliação por parte do médico para aferir se o doente necessita ou não de ser intervencionado cirurgicamente. Caso seja necessário é elaborado um plano cirúrgico que posteriormente é registado pela administrativa do serviço. Como as cirurgias efectuadas a este tipo de doentes são de carácter urgente, não é necessário efectuar Programa Cirúrgico7.

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