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Desportos como fator de potenciação de um turismo sustentável em Amarante

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Academic year: 2021

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(1)

Desportos de Natureza como fator impulsionador de

preservação e Turismo Sustentável – o caso de Amarante

por

Ana Sofia Peixoto Ribeiro

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Economia e Gestão do

Ambiente pela Faculdade de Economia do Porto

Orientada por:

Nuno Eduardo Malheiro Magalhães Esteves Formigo

Co-orientada por:

Maria Cristina Guimarães Guerreiro Chaves

(2)

i

Nota Biográfica

Ana Sofia Peixoto Ribeiro nasceu em Amarante, em dezembro de 1994. Ingressou em 2012 na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde se licenciou em Ciências e Tecnologia do Ambiente.

Em 2015 iniciou o mestrado em Economia e Gestão do Ambiente, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, com o objetivo de complementar a sua formação, obtendo uma visão mais concreta de todas as áreas envolvidas, tanto do setor privado como público, na gestão dos recursos naturais.

(3)

ii

Agradecimentos

Agradeço aos meus familiares e amigos, que me deram confiança, incentivo e apoio, sobretudo nos momentos mais difíceis deste processo, principalmente na etapa final.

Um agradecimento especial aos meus pais e irmãos que sempre estiveram presentes ao longo do meu percurso académico e me apoiaram em todas as decisões, fazendo sempre com o que dia de amanhã fosse melhor que o de hoje.

Quero também agradecer aos meus orientadores, Prof. Doutor Nuno Formigo e Prof. Doutora Cristina Chaves, pela disponibilidade sempre demonstrada, pelo apoio e pela orientação para a produção deste trabalho.

(4)

iii

Resumo

O objetivo desta dissertação é analisar o potencial turístico da região de Amarante, através da prática de desportos na natureza, tendo em conta a preservação e a valorização dos espaços e dos recursos naturais.

Esta análise revela-se importante, num contexto em que formas alternativas de turismo contribuem para a revitalização das regiões que foram perdendo sustentabilidade económica ao longo dos anos. Desta forma, pode funcionar como uma das soluções para o crescimento económico local.

Com recurso a inquéritos distribuídos aos residentes no concelho de Amarante, aos turistas portugueses de visita ao concelho e aos praticantes de desporto, procurou-se identificar os principais motivos da visita à região, os atributos que são mais valorizados, bem como o interesse pela prática de atividades desportivas na natureza.

Os resultados mostram que o desenvolvimento de uma oferta turística que ajuste o desenvolvimento económico da região à preservação e conservação dos espaços e recursos naturais pode contribuir para a sustentabilidade de Amarante.

Códigos-JEL:Q26, Q56, Z29, Z32

(5)

iv

Abstract

The objective of this dissertation is to analyze the tourist potential of the Amarante region, through the practice of sports in nature, taking into account the preservation and appreciation of spaces and natural resources.

This analysis proves to be important in a context where alternative forms of tourism contribute to the revitalization of regions that have been losing economic sustainability over the years. In this way, it can act as one of the solutions for local economic growth.

Based on surveys distributed to residents in the city of Amarante, Portuguese tourists visiting the municipality and sports practitioners, the aim was to identify the main reasons for the visit to the region, the attributes that are most valued, as well as the interest in practice sports activities in nature.

The results show that the development of a tourism supply that adapts the economic development of the region to the preservation and conservation of natural spaces and resources can contribute to the sustainability of Amarante.

JEL-codes: Q26, Q56, Z29, Z32

(6)

v

Índice

Nota biográfica ... .….……...i

Agradecimentos ... ii

Resumo ... iii

Abstract ... iv

Índice de quadros ... vii

Índice de figuras ... viii

Índice de gráficos………...ix

Introdução ... 1

1. Turismo, Desporto e Sustentabilidade ...….4

1.1. Breve caracterização e importância do setor turístico………...…...4

1.2. Turismo de desporto como agentes de desenvolvimento sustentável………..….5

1.3. Sustentabilidade so setor turístico………..………..………...7

1.4. Desportos de Natureza………...………..………...9 2. Turismo Responsável ... 12 2.1. Turismo Sustentável ... ………12 2.2. Ecoturismo ... 14 2.3. Turismo de Natureza .. ………16 2.4. Turismo Ativo ... ………18 2.5. Síntese... ………19

3. Caracterização da região de Amarante ... 20

3.1. O concelho de Amarante ………20

3.2. Atrativos Naturais da região………...………....……...…..21

3.3. Atrativos Culturais da região ... …..………23

3.4. Eventos Desportivos ... ………25

3.5. Síntese... ………26

4. Metodologia ... 27

4.1. Técnica de recolha de informação.. ………27

4.2. Caracterização da amostra . ………28

5. Apresentação e discussão dos resultados ... 29

5.1. Inquérito 1 – Residentes no concelho de Amarante…………...…………...29

(7)

vi

5.3. Inquérito 3 – Praticantes de desportos no concelho de Amarante…….………..56

5.4. Análise multivariada dos inquéritos……….…….……...…64

5.4.1. Correlação……….. 64

5.4.2. Análise em componentes principais ... 69

5.5. Breve discussão dos resultados ……...……….………..…..…..73

5.6. Análise SWOT ………...…...………...…73

6. Conclusão ... 77

Referências bibliográficas ... .80

Anexos ... 86

Anexo I – Inquérito aos residentes no concelho de Amarante ... 87

Anexo II – Inquérito aos turistas portugueses de vista ao concelho de Amarante... 88

Anexo III – Inquérito aos praticantes de desporto no concelho de Amarante ... 89

(8)

vii

Índice de quadros

Quadro 1 – Atividades classificadas como Desportos de Natureza……...11

Quadro 2 – Ideais principais dos conceitos: Turismo Sustentável, Ecoturismo, Turismo de Natureza e Turismo Ativo………...19

Quadro 3 – Distribuição dos inquéritos………...28

Quadro 4 – Sugestão de locais de interesse turístico……...39

Quadro 5 – Nacionalidade………...40

Quadro 6 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito respondido pelos residentes no concelho de Amarante………...64

Quadro 7 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito respondido pelos turistas de visita ao concelho de Amarante………...66

Quadro 8 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito respondido pelos praticantes de desporto no concelho de Amarante………...68

Quadro 9 – Forças e Fraquezas………..…...74

(9)

viii

Índice de figuras

Figura 1 – Percurso do desporto e do turismo ao longo do tempo………7 Figura 2 – Enquadramento da cidade de Amarante……….20 Figura 3 – Logótipo Amarante Cidade Desportiva………...25

(10)

ix

Índice de gráficos

Gráfico 1 – Fatores de sustentabilidade turística……...8

Gráfico 2 – Género……….……...29

Gráfico 3 – Faixa Etária………….……...29

Gráfico 4 – Grau de escolaridade……...30

Gráfico 5 – Situação profissional…...…...30

Gráfico 6 – Ocupação profissional…...…...31

Gráfico 7 – Nº de pessoas do agregado familiar……...31

Gráfico 8 – Rendimento médio mensal……...32

Gráfico 9 – Classificação da área de Amarante e arredores do rio Tâmega...32

Gráfico 10 – Preocupação em reduzir e reciclar os resíduos……...33

Gráfico 11 – Distribuição de ecopontos na zona de residência……...33

Gráfico 12 – Preocupação em minimizar o consumo de água e energia……...33

Gráfico 13 – A sensibilização da população para a preservaçao ambiental é importante?...34

Gráfico 14 – A sensibilização para a preservação ambiental por parte da Câmara Municipal de Amarante é importante?...34

Gráfico 15 – Um turismo mais focado na Natureza pode ser uma atividade de potencial crescimento na região de Amarante?...35

Gráfico 16 – A região de Amarante tem condições e recursos para acolher atividades de turismo associadas à Natureza?...35

Gráfico 17 – Já participou em algum evento associado ao desporto de natureza na região?...36

Gráfico 18 – Atividades desportivas……...36

Gráfico 19 – Como considera a divulgação dos eventos associados ao desporto de natureza em Amarante?...37

Gráfico 20 – Tem conhecimento da existência de apoios, financeiros ou técnicos, para a realização de eventos associados ao desporto de natureza?...37

(11)

x

Gráfico 21 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação ambiental do

local?...38

Gráfico 22 – Montante justo a pagar ……...38

Gráfico 23 – Principais motivos para visitar a região de Amarante...39

Gráfico 24 – Género……….……...40

Gráfico 25 – Faixa Etária……….…...40

Gráfico 26 – Concelho/Distrito de residência……...40

Gráfico 27 – Classificação da área de habitação……...41

Gráfico 28 – Grau de escolaridade…...…...41

Gráfico 29 – Situação profissional……...42

Gráfico 30 – Ocupação profissional….…...42

Gráfico 31 – Nº de pessoas do agregado familiar……...43

Gráfico 32 – Rendimento médio mensal……...43

Gráfico 33 – Frequência de deslocação em férias……...44

Gráfico 34 – Com quem costuma viajar quando vai de férias?……...44

Gráfico 35 – Nº de pessoas com quem viaja……...45

Gráfico 36 – Já ouviu falar de alternativas ao turismo convencional, como Ecoturismo e Turismo de Natureza?...45

Gráfico 37 – Que tipo de turismo pratica?...46

Gráfico 38 – Opção de viagem……….…...46

Gráfico 39 – Tipo de alojamento…..……...47

Gráfico 40 – Procura destinos que envolvem o contacto com a Natureza?...48

Gráfico 41 – Preocupação em preservar o ambiente do local que visita……...48

Gráfico 42 – Preocupação em minimizar o consumo de água e energia……...49

Gráfico 43 – Preocupação em reduzir os resíduos……...49

Gráfico 44 – Quando viaja, pratica alguma atividade associada ao desporto de natureza?...50

Gráfico 45 – Atividades desportivas……...50

Gráfico 46 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação ambiental do local?...51

(12)

xi

Gráfico 47 – Montante justo a pagar……...51

Gráfico 48 – Já visitou a região de Amarante?……...52

Gráfico 49 – Nº de vezes que visitou……...52

Gráfico 50 – Principais motivos de visita à região de Amarante……...53

Gráfico 51 – Atividades que já praticou ou gostaria de praticar na região de Amarante………..……...54

Gráfico 52 – Atributos que mais valorizam a região de Amarante……...55

Gráfico 53 – Género……….…...56

Gráfico 54 – Faixa Etária……….…...56

Gráfico 55 – Concelho/Distrito de residência……...56

Gráfico 56 – Grau de escolaridade……...57

Gráfico 57 – Situação profissional…...…...57

Gráfico 58 – Ocupação profissional….…...58

Gráfico 59 – Nº de pessoas do agregado familiar……...58

Gráfico 60 – Rendimento médio mensal……...59

Gráfico 61 – Com que frequência pratica desporto?……...59

Gráfico 62 – Com quem costuma praticar?……...60

Gráfico 63 – Atividade/modalidade desportiva frequentemente praticada……...…...60

Gráfico 64 – Associação/clube…………...60

Gráfico 65 – Nome da Associação/clube……...60

Gráfico 66 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação ambiental do local?...61

Gráfico 67 – Montante justo a pagar……...61

Gráfico 68 – Atividades experimentadas……...62

Gráfico 69 – Atividades que gostaria de experimentar em Amarante……...62

Gráfico 70 – Uma forma de cativar praticantes para as atividades desportivas, passa pela preocupação com um estilo de vida saudável?...63

Gráfico 71 – Uma maior aposta em programas turísticos associados ao desporto em contacto com a Natureza seria positivo para Amarante?...63

Gráfico 72 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos residentes no concelho de Amarante………...70

(13)

xii

Gráfico 73 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos turistas nacionais de visita ao concelho de Amarante……...71 Gráfico 74 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos praticantes de desporto no concelho de Amarante……...72

(14)

1

Introdução

O setor turístico é dos principais setores económicos em todo o mundo, sendo muito importante para o desenvolvimento em muitas regiões (Rosa, 2013). Para garantir esse desenvolvimento, é fundamental a existência de recursos ambientais que apoiem as suas atividades (Williams e Ponsford, 2009). Deste modo, associado ao turismo, está cada vez mais presente o valor ecológico e a procura de ambientes naturais com recurso a atividades que proporcionem o contacto com a natureza (Pons, 2016).

Para aproveitar os recursos turísticos existentes nas regiões e valorizar os seus impactes económicos, sociais e ambientais, têm surgido, ao longo das últimas décadas, iniciativas de desenvolvimento de um turismo mais sustentável (Williams e Ponsford, 2009).

Atualmente é cada vez maior a diversidade de motivações de viagem, o aumento de preferência por férias mais ativas, a escolha de locais equilibrados, que proporcionem um maior contacto, tanto com a cultura, como com a natureza, podendo ainda usufruir de experiências de maior qualidade.

Segundo Bessy e Mouton (2004), os espaços naturais e as práticas desportivas de ar livre são fatores presentes nas motivações de viagem. O aumento pela prática de atividades de ar livre aparece, geralmente, associado ao desenvolvimento das várias formas turísticas ditas responsáveis, que têm a natureza como objeto principal.

O Turismo de Portugal (2015) mostra que nos últimos anos, a atividade turística tem-se adaptado às constantes motivações dos indivíduos, relativamente à forma como pretendem usufruir do seu tempo livre, em consequência da rotina instalada no dia-a-dia.

O setor do turismo está em constante concorrência, sendo por isso, essencial uma mudança. A inovação é importante para o desenvolvimento da oferta turística, correspondendo nos dias de hoje, ao fator-chave de um destino turístico (Turismo de Portugal, 2015).

Reflete-se então, uma nova tendência de turismo. O turista atual é, em termos de qualidade, mais exigente e essa qualidade inclui a sustentabilidade, derivada de uma maior consciência ambiental.

(15)

2

Com o desenvolvimento de práticas turísticas mais preocupadas com a atual situação ambiental, a prática de atividades desportivas pode também surgir como fator potencial de desenvolvimento de uma determinada região, não implicando necessariamente uma deterioração do meio.

A ação conjunta de integração dos desportos de natureza no desenvolvimento sustentável, apesar de ser diferente de local para local, associa-se aos novos conceitos turísticos, permitindo novos desafios e, portanto, um novo lugar no mercado (Bessy e Mouton, 2004).

Nota-se uma afluência por parte de turistas portugueses e até estrangeiros nos últimos anos, à região de Amarante, o que parece indicar que, de um modo geral, há uma maior atratividade turística de algumas regiões do interior do país, que não existia anteriormente na mesma magnitude.

Tendo o setor do turismo, em geral, um papel determinante no desenvolvimento económico do país, e em particular, na cidade de Amarante, torna-se importante perceber se os desportos de natureza são um bom segmento de mercado para apostar, bem como, o que pode e/ou deve ser melhorado para aumentar as ofertas turísticas, aumentando assim, o número de turistas, através, por exemplo, da procura de uma determinada atividade desportiva ou de um determinado espaço natural ou cultural.

Amarante é uma cidade pequena, agradável e com um património natural relativamente bem preservado nos seus arredores (dentro das fronteiras do concelho).

Neste contexto, o presente estudo visa analisar o potencial turístico da região de Amarante, através da prática de desportos, preservando e valorizando os espaços e os recursos naturais. Procura também fazer uma reflexão sobre possíveis estratégias de crescimento alternativas, na área do turismo sustentável, avaliando a sustentabilidade económica, social e ambiental das mesmas.

Surge então, a seguinte questão de investigação principal:

 A oferta turística associada às atividades de desporto na natureza funciona como estratégia de competitividade na região de Amarante, sendo, nesta oferta, valorizados os recursos naturais?

Com recurso à análise das respostas a inquéritos, dadas por indivíduos de três populações alvo distintas (residentes no concelho de Amarante; turistas portugueses de visita à região de Amarante; e praticantes de desporto no concelho de Amarante),

(16)

3

pretende-se analisar a interação das atividades turísticas e dos desportos de natureza, bem como a possibilidade da sua utilização como estratégia para aumentar a competitividade da região.

A presente dissertação será estruturada da seguinte forma:

 no primeiro capítulo, é apresentado um breve enquadramento do setor do turismo, descrevendo a importância da atividade turística e desportiva; é também apresentado uma abordagem para a prática de atividades que envolvem o contacto com a natureza, designadas desportos de natureza;

 no segundo capítulo, analisa-se a evolução das práticas de turismo alternativas, tendo em conta o contacto com os recursos naturais e o desenvolvimento das comunidades locais;

 no terceiro capítulo, caracteriza-se brevemente a área em foco, o concelho de Amarante, descrevendo os principais atrativos naturais e culturais da região;

 no quarto capítulo, é exposta a metodologia utilizada neste trabalho, sendo definido o método de investigação utilizado no estudo, bem como todos os procedimentos para o tratamento dos dados;

 o quinto capítulo procede à apresentação e discussão dos resultados obtidos.

 no sexto capítulo, são apresentadas as principais conclusões do trabalho, tendo em conta os objetivos propostos e a identificação de problemas e lacunas de investigação efetuada; são igualmente apresentadas as linhas principais para possíveis futuros trabalhos sobre este tema na região.

(17)

4

1.

Turismo, Desporto e Sustentabilidade

1.1.

Breve caracterização e importância do setor turístico

Para Rosa (2013), a importância do setor turístico é mundialmente reconhecida, pois, é um dos principais setores económicos em muitas regiões, constituindo-se, assim, um indicador de desenvolvimento económico mundial.

Uma indústria de turismo bem gerida e promovida garante muitas vantagens para a região onde o turismo se desenvolve, apoiando e estimulando as economias locais (Dziuba, 2016).

O setor do turismo tem vindo a desenvolver-se em grande escala nas últimas décadas. Em 2010, 940 milhões de viajantes foram registados em todo o mundo, mostrando um aumento de 9,9% em relação a 2009 (Sezgin e Gumus, 2016), o que permitiu um impacte significativo a nível económico, envolvendo atividades de comércio de bens e serviços de artesanato e restauração. É de notar, que o desenvolvimento deste setor oferece benefícios económicos. No entanto, a este rápido crescimento estão associados também, impactes negativos sociais e ambientais, como por exemplo, degradação ambiental, perda de património cultural e destruição de infraestruturas (Buckley, 2012; Yazdi, 2012; Dziuba, 2016; Sezgin e Gumus, 2016).

O setor turístico representa cerca de 5% das emissões globais de CO2, mas, este

valor pode ser mais elevado (até 14%), se tivermos em conta o aquecimento causado pelo CO2 e outros gases de efeito estufa. Previsões indicam, que em 2035 e se nenhuma

ação for tomada, a emissão de CO2 causada pelo turismo seja três vezes superior à de

hoje (CREST, 2016). Deste modo, este setor tem a responsabilidade de promover práticas mais sustentáveis, sendo importante uma atuação urgente, focalizada, de forma a minorar esta situação (Williams e Ponsford, 2009).

Nos dias de hoje, a atividade turística necessita de recursos naturais, mas, garantir a proteção dos mesmos é igualmente importante para manter a integridade ecológica. Para isso, são necessárias abordagens coletivas, em que o debate sobre os desafios ambientais e sustentáveis sejam o foco (Williams e Ponsford, 2009).

(18)

5

Desta forma, o investimento em áreas naturais mostra uma nova relação com a natureza, que ajuda na valorização dos territórios e no desenvolvimento económico (Bessy e Mouton, 2004).

A nível nacional, um dos objetivos do setor do turismo para 2020 é tornar Portugal um destino ágil e dinâmico, ou seja, criar condições para que as receitas obtidas no setor privado cresçam, sendo para isso essencial a garantia de condições de competitividade, para melhorar as propostas de oferta, responder às motivações da procura e investir na qualificação da atividade. Neste contexto, em que surgem novos produtos, o sucesso e a capacidade de criar propostas diferentes para atrair os turistas são a base da mudança (Turismo de Portugal, 2015; Santos, 2012).

Segundo o relatório “Estatísticas do Turismo 2016”, verificou-se que em 2016 se realizaram 20,2 milhões de deslocações turísticas (mais 5,4% em relação a 2015), das quais 18,2 milhões em território nacional (INE, 2017).

1.2.

Turismo de desporto como agentes de desenvolvimento sustentável

O desenvolvimento de produtos turísticos que sejam capazes de ajustar o desenvolvimento económico local à preservação dos recursos naturais, contribuindo ainda para a revitalização das regiões que, ao longo dos anos, foram perdendo sustentabilidade económica, é fundamental nos dias de hoje, logo, o turismo pode ser visto como um agente de desenvolvimento sustentável (Ramos, 2014).

O conceito de desenvolvimento sustentável foi divulgado em 1987 após a publicação do Relatório Brundtland, onde surgiu a definição do conceito, mais conhecida como "um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades" (Bessy e Mouton, 2004).

A ideia de desenvolvimento sustentável progrediu de forma a envolver todas as atividades económicas, estando por isso também incluídas as atividades do setor do turismo.

Segundo Cocossis (1996) (cfr. Butler, 1999), a interpretação do turismo no contexto do desenvolvimento sustentável pode ser feita de, pelo menos, três maneiras diferentes: do ponto de vista setorial, envolvendo a sustentabilidade económica do

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6

turismo; do ponto de vista ecológico, dando importância à necessidade de um turismo ecologicamente sustentável; e do ponto de vista da viabilidade a longo prazo, reconhecendo a competitividade crescente dos destinos turísticos.1

Relativamente à importância do desporto, tal como o turismo, o desporto também funciona como um mecanismo impulsionador de desenvolvimento sustentável, pois promove a conservação dos recursos naturais e culturais, através de uma gestão adequada.

No âmbito da Carta Europeia do Desporto, o Conselho da Europa definiu desporto como

“todas as formas de atividades físicas que, através de uma participação organizada ou não, têm por objetivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis” (Conselho da Europa, 1992, p. 2).

O desporto é uma importante dimensão na sociedade nos dias de hoje, que procura cada vez mais afirmar-se. A interligação entre turismo e desporto é um fator em desenvolvimento (Rosa, 2013).

Para que esta interação funcione, é necessário a criação de estratégias entre os vários setores, nomeadamente, turismo, desporto e ambiente. Desta forma, as autarquias locais, por exemplo, são as principais entidades responsáveis para garantir o desenvolvimento e a divulgação, bem como uma aproximação à comunidade local (Cortinhas, 2016).

Em suma, Carvalho e Lourenço (2009) afirmam que o desporto e o turismo tiveram origem na revolução industrial, mantendo desde esse período uma evolução individual mas em simultâneo. Os mesmos afirmam, que o desporto e o turismo têm sofrido modificações, e por isso, destacam quatro fatores fundamentais que mostram os contextos sociais da mudança e do desenvolvimento destes dois setores na sociedade atual:

1

O conceito de desenvolvimento sustentável envolve várias dimensões: económica, social e ambiental que interligadas entre si se complementam.

(20)

7 “a) a concentração das populações em torno dos centros urbanos; b) o aumento da duração do tempo de lazer; c) o aumento do poder de compra; d) o desenvolvimento dos meios de transporte” (Carvalho e Lourenço, 2009, p.3).

Como consequência desta evolução, era de esperar o cruzamento dos seus percursos (Figura 1). Deste modo, segundo Carvalho e Lourenço (2009) e Cortinhas (2016), o turismo e o desporto desenvolveram-se ao longo do tempo como um sistema aberto e dinâmico.

Na Figura 1, pode-se observar a zona onde as duas atividades se sobrepõem, o que mostra que os pontos em comum entre desporto e turismo têm aumentado ao longo do tempo.

Figura 1 – Percurso do desporto e do turismo ao longo do tempo.

Fonte: Carvalho e Lourenço (2009).

1.3.

Sustentabilidade do setor turístico

O turismo apresenta impactes tanto positivos como negativos a nível económico, social e ambiental.

Atualmente é raro desenvolver políticas turísticas sem ter em conta os princípios de sustentabilidade, porque os recursos estão cada vez mais frágeis e escassos, logo, a continuidade dos mesmos só é garantida através do equilíbrio (Martínez et al., 2011).

(21)

8

Valdés e Martínez (2015) afirmam que a sustentabilidade está em constante desenvolvimento, o que permite mudanças favoráveis a longo prazo.

Para Camilo e Bahl (2017), o turismo deve participar ativamente na estratégia de desenvolvimento sustentável, garantindo assim, a sustentabilidade dos recursos culturais e naturais.

A sensibilização para a sustentabilidade no turismo pode ser influenciada através da aproximação e do envolvimento das comunidades locais nas atividades. Uma das formas de promover esta aproximação é através da integração da identidade de cada região na proposta de valor do turismo, criando condições para a valorização dos ativos regionais (Turismo de Portugal, 2010).

A sensibilização do turista é igualmente importante, pois torna-o responsável nas mudanças de hábitos, na valorização e na preservação dos destinos turísticos que escolhe para visitar (Turismo de Portugal, 2010).

Tendo em conta o desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade turística envolve, em geral, os seguintes fatores: economia, sociedade, cultura e ambiente (Gráfico 1). Para que se estabeleça uma ligação e um equilíbrio entre eles, a responsabilidade é uma vertente presente em todos os fatores.

Gráfico 1 – Fatores de sustentabilidade turística

Fonte: Elaboração própria

A sustentabilidade no turismo envolve a conservação de recursos naturais e a procura de equilíbrio entre os fatores económicos, sociais, culturais e ambientais

Sustentabilidade

Responsabilidade

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9

(Gráfico 1). Desta forma, a proteção de áreas naturais, o planeamento local e a gestão ambiental são indicações fundamentais para o desenvolvimento sustentável de uma determinada região (Valdés e Martínez, 2015).

A proteção da integridade ecológica de um destino turístico é uma das características para garantir a competitividade sustentável a longo prazo (Williams e Ponsford, 2009).

É importante construir uma parceria entre as áreas naturais e todos aqueles que possuem uma função importante no desenvolvimento do turismo numa dada região, com o objetivo específico de estabelecer os princípios de desenvolvimento sustentável. Isto, segundo Bramwell & Lane (1999) (cfr. Martínez et al., 2011), permite alcançar a satisfação dos turistas, dos habitantes e dos operadores turísticos a nível ambiental, sem nunca esquecer o desenvolvimento económico dos locais. Esta parceria inicia-se a partir do planeamento de uma estratégia que estabelece objetivos como a conservação e valorização do património; o desenvolvimento económico e social; a melhoria da qualidade de vida dos habitantes; a gestão do fluxo de turistas e o aumento da qualidade da oferta turística (Maluly e Filho, 2011).

Desta forma, Martínez et al. (2011) afirmam que a colaboração de todos os setores é essencial para garantir a sustentabilidade de um destino turístico.

1.4.

Desportos de Natureza

A utilização de zonas naturais como destino de férias ou local de realização de atividades desportivas é uma realidade em desenvolvimento, permitindo uma aproximação à natureza. Desta forma, segundo Sarmento (2012), o usufruto da natureza apresenta diferentes possibilidades.

O aumento pela prática de atividades de ar livre aparece associado ao desenvolvimento do turismo de natureza, que tem como objeto de atividade turística a própria natureza.

Em Portugal, a prática de atividades de ar livre tem aumentado significativamente, destacando-se a procura de atividades que envolvam experiências diferentes, associadas a uma maior consciência ambiental relativamente a uma grande diversidade de recursos naturais. São muitas as atividades que nos dias de hoje estão ao

(23)

10

dispor do público, seja na terra, na água ou no ar. A região Norte dispõe de um diversificado conjunto de recursos de elevado interesse turístico para a prática destas atividades (Turismo de Portugal, 2015).

O crescimento da procura dos desportos na natureza é um sinal de valorização da mesma. No entanto, a principal ameaça à integridade ecológica é o uso humano, pois existem riscos associados a esse crescimento (Rosa e Carvalhinho, 2012), logo é necessário uma maior consciencialização ambiental (Melo, 2003).

Como já foi referido anteriormente, o fenómeno “desporto” desenvolveu-se num sentido em que este recorreu aos serviços de outros setores, nomeadamente do setor turístico. O mesmo aconteceu com o turismo, pois cresceu num sentido que tornou vantajoso a utilização dos serviços e dos conhecimentos da vertente desportiva no âmbito da atividade turística (Carvalho e Lourenço, 2009).

Para Melo (2003) os desportos de natureza definem-se pelo espaço em que se praticam, pois envolvem necessariamente um ambiente natural (ou em paisagens humanizadas com forte componente natural).

As atividades desportivas na natureza contribuem para a consciencialização da degradação ambiental e sensibiliza para a preservação dos recursos através de um maior conhecimento do contacto entre turismo, desporto e ambiente.

O Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de agosto (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 17/2003, de 10 de outubro), no artigo 3º, nº 3, explicita as atividades que são enquadradas no âmbito do desporto de natureza (Quadro 1).

Os desportos de natureza podem representar o segmento de mercado que mais cresce em termos económicos, porque a sua procura reflete-se tanto a nível local como turístico. Desta forma, é importante desenvolver políticas desportivas que integrem os vários níveis envolvidos (Bessy e Mouton, 2004).

A procura de atividades desportivas em contacto com a natureza é uma tendência atual e crescente. Este facto permitirá o desenvolvimento de novos empregos, potenciando a economia de uma dada região e a conservação da natureza através da educação ambiental.

(24)

11

Quadro 1 – Atividades classificadas como Desportos de Natureza

Terra Ar Água

Pedestrianismo Balonismo Canoagem

Montanhismo Parapente Remo

Orientação Asa-delta sem

motor Vela Escalada Surf Rapel Windsurf Espeleologia Mergulho Bicicleta todo o terreno (BTT) Rafting Hipismo Hidrospeed Paintball

Fonte: Elaboração própria com base no Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de agosto (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 17/2003, de 10 de outubro)

(25)

12

2.

Turismo Responsável

O turismo responsável implica o envolvimento da responsabilidade nas atividades em que coopera (Gráfico 1). No presente trabalho, surge como um turismo alternativo ao turismo de massas, não pretendendo eliminá-lo, mas sim, torná-lo mais sustentável, envolvendo fatores, como a conservação, a sustentabilidade, a educação e a cooperação (Bjork, 2000; Martínez et al., 2011Cheia, 2013).

Para Bustam et al. (2012), a educação permite simplificar a compreensão do ambiente natural entre a comunidade local e os turistas, possibilitando a promoção de práticas de comportamentos responsáveis. A educação ambiental é transmitida pela interpretação, ou seja, a interpretação funciona como um veículo através do qual a comunidade local e os turistas podem ser informados. Deste modo, a interpretação representa a herança histórica, cultural e natural de um dado local.

Abordagens diversificadas e um prévio planeamento são essenciais para abordar os desafios ambientais e sustentáveis (Williams e Ponsford, 2009).

Ao longo dos anos, várias foram as perspetivas para definir os conceitos de um turismo responsável. Existem vários estudos sobre o desenvolvimento desta temática, em que descrevem conceitos como turismo sustentável, ecoturismo, turismo de natureza e turismo ativo, explicando as razões do seu aparecimento, a sua diferenciação, bem como a evolução constante ao longo das últimas décadas (Butler, 1999; Juric et al., 2002; Bessy e Mouton, 2004; Wurzinger e Johansson, 2006; Martínez et al., 2011; Buckley, 2012; Yazdi, 2012; Cobbinah, 2015).

2.1.

Turismo Sustentável

O desenvolvimento do turismo de forma sustentável implica a realização de ações que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e ecologicamente corretas a longo prazo (Neves e Mateus, 2015; Camilo e Bahl, 2017).

Com o aparecimento de noções de boas práticas ambientais, surge o termo turismo sustentável, que reflete três princípios fundamentais: sustentabilidade ecológica, social e cultural (Yazdi, 2012). Deste modo, o turismo sustentável pode ser visto como

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13

um tipo de turismo onde são aplicados princípios de sustentabilidade (Diamantis e Ladkin, 1999; Wurzinger e Johansson, 2006; Neves e Mateus, 2015).

“O turismo sustentável pode ser considerado como um turismo que gere todos os recursos, para que as necessidades económicas e sociais possam ser cumpridas, mantendo a integridade cultural, os processos ecológicos e a diversidade biológica”

(CREST, 2016, p. 1).

Dziuba (2016) vai ao encontro da definição anterior, afirmando que este é um turismo que respeita o dia-a-dia da população local, o património cultural e o meio ambiente em que se desenvolve, criando uma ligação entre si.

Umas das problemáticas subjacentes ao turismo mais sustentável é a falta de compreensão do termo a nível local, o que não permite uma divulgação correta dos produtos e serviços, bem como a perceção real dos impactes económicos e ambientais locais (Wunder, 2000; Williams e Ponsford, 2009; Buckley, 2012).

Este tipo de turismo tem em consideração os problemas económicos, sociais e ambientais dos territórios, permitindo assim, uma maior interação entre os turistas e os habitantes (Buckley, 2012). Deste modo, Yazdi (2012) enfatiza que o objetivo é garantir experiências positivas tanto para os turistas como para a população local.

Ainda, para Yadzi (2012), o turismo sustentável assenta em três características básicas: qualidade, continuidade e equilíbrio, ou seja, assegura aos turistas e à população local experiências de qualidade protegendo também a qualidade do ambiente; garante a continuidade dos recursos naturais para posterior uso das gerações futuras; e ainda, equilibra as exigências da indústria do turismo, dos defensores do ambiente e da população local.

O desenvolvimento do turismo sustentável (Williams e Ponsford, 2009) exige a participação de todas as partes interessadas e de uma forte liderança política. Os mesmos autores afirmam, que o futuro do turismo sustentável depende de ações ambientais conscientes, que têm em consideração, por exemplo, a preservação dos locais, a quantidade de resíduos produzidos e o consumo de água e energia, permitindo uma procura por produtos turísticos mais ecológicos e sustentáveis.

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14

Assim sendo, o turismo sustentável é um objetivo que se destina a ser alcançado, podendo ser aplicado em todas as formas de turismo, independentemente da oferta turística (Martínez et al., 2011).

Segundo Diamantis e Ladkin (1999), por vezes é usado como uma imagem para representar todos os produtos turísticos “verdes”, pretendendo encontrar uma posição de equilíbrio entre todos os atores envolvidos (Valdés e Martínez, 2015).

2.2.

Ecoturismo

O contacto com a natureza é cada vez mais uma opção para turistas que procuram experiências diferentes, com uma vertente mais ecológica.

O aparecimento do ecoturismo está ligado às preocupações com o ambiente e recursos naturais, estando também associado ao conceito de desenvolvimento sustentável (Cobbinah, 2015).

Wunder (2000) tenta combinar a responsabilidade ambiental com a criação de benefícios locais, fornecendo um incentivo para o desenvolvimento e conservação local. Para ele, o ecoturismo corresponde a um eco rótulo de turismo natural.

A primeira definição de ecoturismo foi desenvolvida por Ceballos-Lascurain em 1987, em que o anuncia como uma

“viagem para áreas naturais relativamente não perturbadas ou não contaminadas por fatores humanos, com o objetivo específico de estudar, admirar e apreciar a paisagem, as suas plantas e animais selvagens, bem como quaisquer características culturais existentes nessas áreas (tanto do passado como do presente)” (Diamantis e Ladkin, 1999, p. 39; Bjork, 2000, p. 190; Cheia, 2013, p.

57).

De acordo com Cordeiro et al. (2017), o foco principal do ecoturismo é o ambiente natural, sendo visto como uma solução de desenvolvimento sustentável para a conservação do património natural e cultural e como dinamização das regiões locais.

O ecoturismo é considerado uma modalidade de turismo que é mais sustentável (Buckley, 2012), sendo garantida por melhores práticas de promoção dos produtos,

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15

como por exemplo, a compra de bens e serviços locais, - proporcionando a divulgação dos mesmos, os benefícios económicos e oportunidades de emprego - o uso de materiais recicláveis e até a dimensão do grupo de viagens para respeitar a capacidade de carga das áreas locais (Wurzinger e Johansson, 2006; Bustam et al., 2012; Neves e Mateus, 2015;

Além disso, pode ser entendido como uma forma de turismo que implica, a interação e o respeito pelos recursos naturais, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento das comunidades locais (Yadzi, 2012; Pons, 2016).

Bjork (2000) afirma que o ecoturismo tornou-se mais conhecido por três razões: a primeira, pelo facto dos mercados turísticos terem-se tornado mais ecológicos, a segunda, devido ao conhecimento crescente da instabilidade atual do meio ambiente, por exemplo, a problemática das alterações climáticas, e a terceira, pela existência da relação entre boa ecologia, boa economia. O mesmo, ainda diz que o ecoturismo não é um turismo de natureza ou de aventura.

Ainda, segundo Tickell (1994) (cfr. Cheia, 2013 p. 57), o ecoturismo é uma

“viagem para desfrutar da diversidade da vida natural e da cultura humana sem causar dano a nenhum deles”,

ou seja, é visto como uma forma de turismo que pode preservar os componentes naturais e culturais.

Numa das suas versões mais recentes, a Sociedade Internacional de Ecoturismo (The International Ecotourism Society - TIES) – entidade que procura valorizar e promover o ecoturismo - considera que este é definido como uma

“viagem responsável para áreas naturais que preserva o meio ambiente, sustenta o bem-estar da comunidade local e envolve interpretação e educação”

(The International Ecotourism Society, 2015).

Também a Comunidade Internacional de Ecoturismo define o conceito como um tipo de viagem em que a comunidade protege o meio ambiente, assegura o seu bem-estar e tem sensibilidade para com as áreas naturais locais (Sezgin e Gumus, 2016).

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A perceção deste conceito tem sofrido várias alterações nas últimas décadas, sendo essencialmente definido com base na conservação e educação ambiental; nos benefícios socioeconómicos; na sustentabilidade ética/responsabilidade e ainda na preservação cultural (Cobbinah, 2015).

Para Valdés e Martínez (2015), não é apenas um segmento de mercado, mas sim um modelo de turismo que envolve uma maior preocupação com o meio ambiente e uma procura pelo desenvolvimento económico e social.

O ecoturismo tem registado um aumento notável, resultado do desenvolvimento sustentável (Cordeiro et al., 2017).

De um modo geral, as abordagens teóricas deste conceito têm a característica de se basearem na natureza, nas áreas mais sensíveis, na preocupação com a conservação e proteção ambiental. Desta forma, o ecoturismo pode ser um meio importante para promover o desenvolvimento económico e social das comunidades, ao mesmo tempo que gera recursos para a preservação e conservação de bens naturais e culturais (Juric et al., 2002; Wood, 2002; Yazdi, 2012; Cheia, 2013; Bustam et al., 2015; Cobbinah, 2015). No entanto, alguns autores como Bjork (2000) afirmam que a múltipla interpretação do conceito pode ser razão para a sua rejeição.

É um facto, que ao comparar as noções de ecoturismo entre elas, algumas limitações surgem, pois há uma variedade de definições e conceitos que foram introduzidos para descrever este fenómeno. Uma única definição aceite de ecoturismo, é dificultada pelo facto de existirem semelhanças com outros tipos de turismo, como o turismo de natureza, turismo de aventura, turismo ativo, entre outros.

2.3.

Turismo de Natureza

De acordo com o Decreto-Lei nº 108/2009, de 15 de maio, o turismo de natureza é referido como atividades de animação turística desenvolvidas em áreas protegidas - também conhecidas como áreas classificadas - ou em outras áreas com valores naturais, que são reconhecidas como tal pelo Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). Contudo, o turismo de natureza não se fixa apenas a atuar nessas áreas, pois pode atuar em todas as áreas consideradas naturais.

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17

O turismo de natureza segundo Ingram e Durst (1987) (cfr. Weaver, 2001) é uma viagem que envolve o uso dos recursos naturais de uma determinada área sem os degradar ou esgotar, que está ligado à biodiversidade e à realização de atividades em natureza.

Este é um tipo de turismo que permite apreciar o património natural, arquitetónico, paisagístico e cultural, de forma a criar um produto turístico integrado e diversificado (Bessy e Mouton, 2004).

Numa perspetiva de curto e médio prazo, Portugal deve centrar esforços na criação e na melhoria das condições, por exemplo, acessibilidade e informações de atividades turísticas, com vista tanto à procura interna como externa (Alves, 2010).

É de salientar que cerca de 21% do território em Portugal é constituído por áreas classificadas com valores naturais e de biodiversidade a nível da fauna, flora e paisagem, tendo por isso, uma elevada oferta de atividades enquadradas no turismo de natureza (ICNB, 2017).

Segundo os resultados de um estudo realizado por THR2 para o Turismo de Portugal (2006), o turismo de natureza apresenta fatores básicos (fundamentais para garantir a presença no mercado) e fatores chave (para alcançar o sucesso e uma elevada vantagem competitiva). Exemplos de fatores básicos são a diversidade de recursos naturais, boas acessibilidades e a limpeza e conservação das áreas. No entanto, para garantir o êxito de um destino turístico, é necessário muito mais que uma diversidade de recursos, ou seja, os recursos devem estar organizados, através de regulamentação rigorosa para proteger e conservar os locais e deve ainda existir uma oferta variada de atividades que podem ser desenvolvidas naqueles locais.

O mesmo estudo atribui ao Turismo de Natureza, dois mercados: o mercado de natureza soft e o mercado de natureza hard. O mercado de natureza soft envolve a prática de atividades ao ar livre de baixa intensidade (por exemplo, percursos pedestres, observação da fauna e flora, entre outros), representando cerca de 80% das viagens. O mercado de natureza hard envolve a experiência de atividades ao ar livre de alta intensidade (por exemplo, rafting, entre outros) (Turismo de Portugal, 2006).

Convém finalmente referir que “turismo de natureza” é também diferente de “turismo de aventura”, que consiste numa atividade que ocorre num local considerado

2

(31)

18

geralmente remoto ou selvagem, que tende a ser associado a níveis elevados de aventura, ao ar livre, envolvendo um elevado esforço físico e risco (Diamantis e Ladkin, 1999; Bjork, 2000).

2.4.

Turismo Ativo

Para Aspas (2000) (cfr. Alves, 2010) e Sarmento (2012), o turismo ativo consiste em um turismo que ocorre em contacto com a natureza, que utiliza os recursos naturais, envolvendo a participação ativa dos indivíduos. Este é motivado para a realização de desportos, numa área natural, como zonas de montanha, rios ou zonas costeiras adequadas.

De acordo com Higman (2005) (cfr. Alves, 2010), um dos principais motivos que leva as pessoas a viajar para um determinado local é participar ou experimentar atividades desportivas.

Desta forma, o turismo ativo pode ser definido como

“viagens de entretenimento, educação ou desporto, que correspondem às exigências do turismo ativo. Podemos afirmar que o turismo ativo consiste em desportos relacionados com o país, a educação/turismo e a cultura, que incorpora de alguma forma a atividade do turista” (Vorauskait, 2005) (cfr. Alves, 2010,

p.36).

Sarmento (2012) afirma que este tipo de turismo deve ser um exemplo de respeito ao meio ambiente, por isso, deve ser utilizado como ferramenta para sensibilizar o ser humano.

O termo turismo ativo referencia as atividades físicas ou desportivas que garantem momentos de lazer e de envolvimento com a natureza. Trata-se portanto, de um tipo de turismo que utiliza e valoriza a natureza, protege a biodiversidade e envolve os serviços de recreação e educação, tendo como consequência os benefícios locais.

(32)

19

2.5.

Síntese

Perante estas definições de um turismo mais responsável, a valorização natural e a dimensão sustentável são a base dos vários conceitos apresentados, através de uma abordagem multidisciplinar - Quadro 2).

Quadro 2 – Ideias principais dos conceitos: Turismo Sustentável, Ecoturismo, Turismo de Natureza e Turismo Ativo

Turismo Sustentável

Compreende os princípios que o setor do turismo deve adotar, tendo em conta a sustentabilidade económica, social, cultural e ecológica.

Ecoturismo

Envolve a componente do desenvolvimento do turismo sustentável. Promove a conservação das áreas naturais e o desenvolvimento local.

O foco principal é o ambiente natural.

Turismo de Natureza

Abrange a satisfação com o meio ambiente, ou seja, a experiência em natureza.

Turismo Ativo Utiliza e valoriza a natureza, exigindo a participação ativa dos

indivíduos. Fonte: Elaboração própria

Com as problemáticas atuais das alterações climáticas, a promoção do desenvolvimento sustentável através de estratégias de preservação de áreas naturais não é suficiente para atingir os objetivos de um turismo responsável, pois são apenas teorias criadas, que na prática ainda precisam de ser melhoradas (Williams e Ponsford, 2009; Martínez et al., 2011).

(33)

20

3.

Caracterização da região de Amarante

3.1.

O concelho de Amarante

A região aqui estudada localiza-se na região Norte e sub-região do Tâmega. O concelho abrange 301, 33 km2 de área, tendo um total de 26 freguesias (INE, 2014). Aquando dos Censos de 2011, Amarante apresentava uma população de aproximadamente 56 264 habitantes residentes (INE, 2012).

O município de Amarante é limitado a norte pelo município de Celorico de Basto, a nordeste por Mondim de Basto, a este por Vila Real e Santa Marta de Penaguião, a sul por Baião e Marco de Canavezes, a sudoeste por Penafiel, a oeste por Lousada e a noroeste por Felgueiras (Figura 2).

Figura 2 – Enquadramento da cidade de Amarante

Fonte:

https://www.google.pt/search?biw=1164&bih=631&tbm=isch&q=amarante+mapa&sa=X&ved=0ahUKEwjMoouwt qLVAhXDxRQKHSvMAbMQhyYIJA#imgrc=yo8BVUFXHZyWEM

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21

Ao nível das acessibilidades, o facto de Amarante se situar relativamente perto da cidade do Porto permite um fluxo maior de visitantes devido à proximidade ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, bem como a diversificação de outras redes de transporte como comboios e autocarros. Para além disso, como se pode observar na Figura 2, Amarante é ponto de passagem para outras cidades do Norte, o que aumenta a possibilidade de paragem.

Relativamente às atividades económicas da região, caracterizam-se por um sistema económico constituído por micro, pequenas e médias empresas (Batista e Alves, 2017). É de destacar a agricultura e a vinicultura, pois a produção de vinho verde merece destaque devido ao seu reconhecimento tanto a nível nacional como internacional. A construção civil, o pequeno comércio e a indústria como a metalúrgica e a transformação de madeiras são outras das atividades económicas da região. É de salientar que o comércio internacional está a crescer, apresentando um valor anual de exportações de 36 640 260€. Parte deste valor, deve-se à exportação de produtos agrícolas e vinícolas (INE, 2017). A apicultura apresenta-se como uma atividade em expansão.

A oferta de alojamento é um fator a ter em conta na escolha de um destino turístico. Amarante dispõe de vários alojamentos tanto no centro da cidade como nos arredores. Em 2013, o número de dormidas (anual) registado nos estabelecimentos hoteleiros3 foi no total de 33 428 (INE, 2016). Estes dados mostram que o setor turístico é um setor com fortes potencialidades de crescimento. No entanto, para estes valores continuarem a aumentar é essencial a elaboração de planos turísticos onde as atividades se desenvolvem, tendo em consideração as qualidades e os defeitos da região.

3.2.

Atrativos Naturais da região

Em termos de recursos naturais há que destacar os três principais espaços: o rio Tâmega, a Serra do Marão e a Serra da Aboboreira.

O rio Tâmega apresenta um elevado número de recursos que, perspetivados em conjunto apresentam um potencial de desenvolvimento local de grande importância.

3

Quando se fala em estabelecimentos hoteleiros, estão integrados para além dos estabelecimentos hoteleiros convencionais, os do turismo no espaço rural e novas unidades de alojamento local.

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22

Existe um plano de proteção do rio Tâmega, que já se encontra em operação para implementar melhorias no funcionamento hidráulico, ecológico e social.

A zona do centro de Amarante promove uma atraente atividade turística, através de passeios de “gaivota” e de barco (Batista e Alves, 2017).

Para além da oferta de praia fluvial, o troço do rio Tâmega a montante de Amarante é conhecido pelas suas características particulares para a prática de desportos aquáticos, em geral, e de canoagem, em particular. Esta atividade tem um forte reconhecimento na região, pois é motivo de visita por parte de muitos desportistas, tanto para a realização de estágios, como para competições nacionais e internacionais na freguesia de Fridão, onde se situa a pista natural de canoagem. No entanto, para que esta oferta se mantenha e cresça, é essencial garantir a qualidade para a prática das modalidades, pois novas pistas de percursos de canoagem surgem em outros locais com condições muito melhores.

Ainda na zona centro, podemos fazer referência ao Parque Florestal de Amarante. No entanto, este necessita de intervenção, para cobrir a degradação que se instalou ao longo dos últimos anos.

Os territórios de montanha oferecem um suporte diversificado de recursos para o desenvolvimento de atividades turísticas, pois possuem características únicas – as paisagens, a diversidade e a autenticidade natural e cultural – que proporcionam as condições ideais à prática de atividades desportivas na natureza (Borges e Lima, 2006) como BTT, percursos pedestres, trails, orientação, entre outros.

Relativamente à Serra do Marão, é a sétima maior elevação de Portugal Continental, com 1 415 metros de altitude. Situa-se na região de transição do Douro Litoral para Trás-os-Montes e Alto Douro, entre os concelhos de Amarante, Baião, Vila Real, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião e Régua.

Oferece locais de descanso/sossego, tendo à disposição parques de merendas (Parque das Lameiras), bastante procurado no verão para piqueniques.

No ponto mais alto – Senhora da Serra, encontra-se o vértice geodésico do Marão. Na Segunda Guerra Mundial a exploração mineira de volfrâmio era abundante, apresentando-se agora ao abandono (Câmara Municipal de Amarante, 2016).

No que diz respeito à Serra da Aboboreira, é um local onde se mistura a natureza e a cultura, com lugares de interesse arqueológico, pois estudos realizados mostram a

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23

existência de uma necrópole megalítica (conjunto de sepulturas), das maiores que é conhecida em Portugal. Situa-se entre Amarante, Baião e Marco de Canavezes, tendo Amarante uma pequena percentagem.

O facto de existirem locais de habitação próximos de ambas as serras, permite aumentar a oferta turística, facilitar o acesso e ainda facilitar a prática de atividades desportivas com maior segurança.

Tanto o rio Tâmega como as serras do Marão e da Aboboreira são locais privilegiados, pois o contacto com a natureza funciona como fator de desenvolvimento e de atração da região de Amarante. Deste modo, os três espaços de oferta turística natural podem servir de epicentro para atividades desportivas na natureza.

Segundo informações apresentadas recentemente pela Câmara Municipal de Amarante, é ainda de destacar:

 Aprovação da candidatura ao “Património Natural” do Norte 2020 que irá transformar o rio Ôlo (afluente do rio Tâmega) em laboratório de turismo sustentável. O objetivo é proteger e valorizar o património natural e cultural e ainda, classificar o vale do rio Ôlo como “local turístico único e inovador”. Permitirá experiências de turismo de natureza e de desportos, tanto para os turistas como para a população local (Câmara Municipal de Amarante, 2017).

 Parque Linear de Amarante, que já se encontra em projeto, ligará o centro histórico da cidade à freguesia de Vila Caiz, pela margem do rio Tâmega com 7Km de extensão. Esta estrutura funcionará como parque fluvial, mas também como percurso para peões e ciclistas (Câmara Municipal de Amarante, 2017).

3.3.

Atrativos Culturais da região

Existe um valor cultural que é preciso manter, pois a tradição e a cultura são essenciais para o conhecimento de uma região. O património histórico e cultural é para Camilo e Bahl (2017) fundamental para o crescimento do turismo, podendo ser visto como fonte de sustentabilidade para a atividade.

O património cultural tornou-se um dos principais elementos no processo de planeamento de crescimento das cidades, sendo um elemento estratégico na criação de

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24

identidade de uma região (Camilo e Bahl, 2017), não sendo exceção no caso de Amarante.

Rico em termos ambientais e paisagísticos, reúne também um conjunto admirável de edifícios e monumentos (Câmara Municipal de Amarante, 2016).

O centro histórico de Amarante é motivo de visita. Encontra-se bem preservado e apresenta uma variedade de monumentos e pontos turísticos como a Ponte Velha, o Convento e Igreja de São Gonçalo, as Igrejas de São Pedro e São Domingos, o Solar dos Magalhães, o Museu Amadeo de Souza Cardoso, e muito mais, não esquecendo todo o património existente nos arredores da cidade, que fazem parte da Rota do Românico.

As referências históricas de Amarante surgem nos períodos Megalítico e Paleolítico, datando os mais antigos monumentos (Câmara Municipal de Amarante, 2017).

É de salientar também, a área de artesanato, com destaque para o barro negro, a cestaria, as rendas e os bordados, as mantas e as meias de lã (Câmara Municipal de Amarante, 2016).

Para além da oferta de património histórico, a animação cultural também faz parte da estratégia de afirmação da cidade nos últimos anos, colocando o foco da atenção no plano da cultura, do turismo e da juventude.

Movimentos como o Há Fest!, que consiste em um conjunto de iniciativas culturais, desportivas e lúdicas, visa destacar a valorização da participação dos jovens nos movimentos de cidadania da cidade; o Band`Arte, um festival de bandas que pretende valorizar os novos talentos.

Ainda sobre eventos/diversão, é de salientar o MIMO Festival, que ocorreu em 2017 no segundo ano consecutivo. É uma marca forte no Brasil que se internacionalizou pela primeira vez em Amarante. É um evento, com atividades gratuitas, tendo concertos, cinema, workshops e poesia. Constitui-se como uma ponte cultural entre o Brasil e Portugal, valorizando, o património nacional e promovendo Amarante no plano internacional.

Este festival tem sido um sucesso a nível de atração de turistas, sendo visíveis os efeitos económicos e sociais que o festival tem na cidade e no turismo da região Norte.

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25

Um local de referência também no verão é o Parque Aquático de Amarante, que proporciona variadas atrações aquáticos, sendo um local de forte visita turística.

Por fim, é importante fazer referência, que a cidade de Amarante tem associado ao seu património cultural a gastronomia tradicional, que continua ainda, a ser motivo de visita à região, destacando os doces conventuais de Amarante.

No entanto, a sazonalidade é ainda um problema em regiões do interior, pois apenas existe uma maior aposta no verão.

3.4.

Eventos Desportivos

A iniciativa ACD - Amarante Cidade Desportiva, que acolhe mais de 40 eventos desportivos de várias modalidades como atletismo, canoagem, ténis, ciclismo, automobilismo, natação, trail, golfe, polo aquático, voleibol, futsal, futebol, BTT e caminhadas tanto pela cidade como pelos percursos pedestres. A Câmara Municipal de Amarante em parceria com a Associação Desportiva de Amarante e todas as outras associações desportivas locais, desenvolvem eventos com vista a abranger todas as modalidades para atingir um público-alvo cada vez maior (Câmara Municipal de Amarante, 2016).

Figura 3 – Logótipo Amarante Cidade Desportiva

Fonte: http://www.amarantecidadedesportiva.pt

Amarante Cidade Desportiva é uma iniciativa que tem como objetivo, divulgar e

promover o desporto que ocorre em Amarante. Para além disso, é uma iniciativa que pretende aumentar a atratividade turística, numa perspetiva de dinamização da economia local (Câmara Municipal de Amarante, 2016).

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26

3.5.

Síntese

Os recursos existentes permitem uma diversificada oferta, pois há a reunião de recursos naturais e culturais, que lhe conferem um fator de competitividade a ter em conta.

É possível falarmos da existência de um trinómio entre turismo, desporto e ambiente.

Seja na exuberância de mosteiros e igrejas, na abundância de espaços verdes e naturais, nos sítios de convívio e de degustação da gastronomia tradicional, Amarante tem um atrativo de uma cidade antiga. No entanto, sobre essa origem histórica, Amarante assume-se como uma vertente de desenvolvimento regional face aos desafios do futuro através da criação de condições de acessibilidade, da aposta na qualificação de produtos e serviços de excelência na área do turismo, da oferta cultural e ambiental, bem como da criação de infraestruturas urbanas que dão prioridade ao bem-estar dos seus habitantes (Câmara Municipal de Amarante, 2017).

De acordo com o trabalho realizado por Alves (2010), em muitos destinos turísticos comete-se o erro de apenas confiar no valor natural dos recursos naturais para atrair os turistas, baseado apenas por exemplo, na beleza dos lugares, acabando por não criar as condições necessárias para que, o turista possa usufruir de experiências locais. Em muitos casos, a experiência de Natureza é limitada à simples observação de paisagens naturais como rios e montanhas, o que não deixa de ser uma experiência positiva, embora seja muito superficial para o que é pretendido. Perante esta situação, o objetivo é aproveitar os recursos naturais disponíveis nas áreas escolhidas, criando condições para desenvolver experiências, que façam tanto do turista, como da população, protagonistas ativos no desenvolvimento dos locais.

O objetivo é então interligar os atrativos naturais e culturais, existentes na região de Amarante, com os eventos desportivos, permitindo, diversificar a oferta turística, tendo em conta a sustentabilidade em todas as vertentes.

Para Wunder (2000), a renda do turismo local facilita os incentivos para uma gestão dos recursos mais sustentável, substituindo as atividades degradantes, por atividades mais sustentáveis, aumentando a capacidade de proteção local. Deste modo, a gestão turística equilibrada permite a valorização das tradições de cada lugar.

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27

4.

Metodologia

Neste capítulo pretende-se descrever o processo metodológico utilizado no presente estudo, de forma a perceber as técnicas de recolha de informação.

4.1.

Técnica de recolha de informação

A metodologia utilizada neste estudo é de natureza quantitativa, sendo usada como técnica de recolha de dados o inquérito por questionário.

Foram elaborados três inquéritos diferentes, com algumas perguntas semelhantes entre eles.

Os inquéritos foram disponibilizados na Internet, através da rede social “Facebook”. Em alguns casos, foram entregues diretamente na rua, e recolhidos após o seu preenchimento.

Devido à especificidade do tema em estudo, as principais questões do inquérito resultaram da pesquisa bibliográfica anteriormente apresentada e dos objetivos propostos para a realização do trabalho.

No inquérito, as questões estão distribuídas por perguntas de resposta fechada e aberta, sendo na maioria de reposta fechada, o que simplifica o seu tratamento.

Para a análise de dados dos questionários utilizou-se o programa Microsoft Excel, com o qual foram calculadas as estatísticas descritivas apresentadas e elaborados os respetivos gráficos; e o programa PAST 3.0, com o qual foram calculadas as matrizes de correlação (foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman, com um nível de significância de 5%), e efetuadas as análises em componentes principais. Para o cálculo das matrizes de correlação e das análises em componentes principais, às matrizes de dados originais foram retiradas as colunas correspondentes a respostas que não apresentavam nenhuma variação, ou que só apresentavam dois tipos de resposta, sendo a resposta diferente da resposta modal inferior a 10%. Junto com a apresentação dos resultados destas análises é apresentada uma legenda que indica as variáveis efetivamente utilizadas na mesma.

(41)

28

4.2.

Caracterização da amostra

Este estudo tem como população alvo os residentes no concelho de Amarante; os praticantes de desporto no concelho de Amarante; os turistas portugueses de visita ao concelho de Amarante.

A amostra obtida era constituída, por N= 93 indivíduos. A distribuição dos indivíduos pelas populações alvo está indicada no quadro 3.

Quadro 3 – Distribuição dos inquéritos

Fonte: Elaboração própria

Residentes no concelho de Amarante 48

Turistas portugueses de visita ao

concelho de Amarante 32

Praticantes de desporto no concelho de

Amarante 13

(42)

29

5.

Apresentação e discussão dos resultados

Para distinguir os três inquéritos elaborados, estes serão designados da seguinte forma:

Inquérito 1 – Residentes no concelho de Amarante

Inquérito 2 – Turistas portugueses de visita ao concelho de Amarante

Inquérito 3 – Praticantes de desporto no concelho de Amarante

Os três inquéritos aplicados encontram-se na secção dos Anexos.

5.1.

Inquérito 1 – Residentes no concelho de Amarante

Dos 48 inquéritos respondidos, 67% foram por pessoas do sexo “feminino” e 33% por pessoas do sexo “masculino”. A faixa etária com maior destaque é a dos “31 -

40 anos”, com 27% de respostas.

Gráfico 2 – Género Gráfico 3 – Faixa Etária

Fonte: Elaboração própria Fonte: Elaboração própria

6% 21% 10% 27% 19% 15% 2% ≤ 18 anos 19 - 25 anos 26 - 30 anos 31- 40 anos 41 - 50 anos 51 - 66 anos ≥ 67 anos 67% 33% Feminino Masculino

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Figura 1 – Percurso do desporto e do turismo ao longo do tempo.
Gráfico 1 – Fatores de sustentabilidade turística
Figura 2 – Enquadramento da cidade de Amarante  Fonte:
Gráfico 4 – Grau de escolaridade
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