SONDAGEM
INDUSTRIAL
RIO GRANDE DO SUL
IV Trimestre de 2010 – www.fiergs.org.br
Atividade desacelera, mas mercado interno sustenta
otimismo para 2011
Confirmando a tendência sazonal, verificou-se desaceleração na produção industrial e no crescimento do emprego na comparação com o terceiro trimestre do ano, enquanto a utilização da capacidade instalada manteve-se dentro do usual e os estoques ficaram pouco acima do planejado.
A carga tributária, a competição acirrada de mercado e a taxa de câmbio foram os principais problemas enfrentados no último semestre e na maior parte do ano. A falta de mão-de-obra qualificada também foi um obstáculo adicional importante em 2010.
Apesar da desaceleração da atividade industrial no último trimestre, as condições financeiras das empresas permaneceram boas. Segundo as mesmas, o acesso ao crédito foi considerado normal e as margens de lucros satisfatórias.
Assim, a indústria gaúcha inicia o ano com otimismo expresso nas expectativas positivas em relação à demanda e emprego industrial. Novamente, tal sentimento sustenta-se no dinamismo do mercado doméstico, uma vez que não há perspectiva de expansão nas vendas externas.
Nível de atividade
A produção desacelera no último trimestre do ano passado
O indicador de produção industrial, no ultimo mês do ano, atingiu 43 pontos. Como valores abaixo de 50 pontos representam evolução negativa frente ao mês anterior, o dado confirma a redução da produção em dezembro, após crescer moderadamente nos meses de outubro e novembro. No conjunto do trimestre, entretanto, percebe-se uma desaceleração no indicador em relação trimestre anterior. No entanto, o último trimestre habitualmente registra
No mês, houve uma avaliação distinta entre os portes de empresas: as pequenas observaram estabilidade na produção (49,5 pontos), as médias e as grandes, queda (39 e 40,9 pontos, respectivamente).
O arrefecimento da expansão atividade industrial no período contribuiu para uma diminuição no ritmo de abertura de postos de trabalho. De fato, o indicador de emprego, embora tenha recuado 2 pontos em relação ao valor observado no terceiro trimestre, alcançou 52,0 pontos, o que indica evolução positiva.
Mesmo com a perda de intensidade do setor, o número de pedidos em carteira no trimestre continuou acima do usual, conforme indica o valor alcançado pelo indicador específico: 72,3 pontos. Esse fato corrobora o fato de que a redução da atividade no trimestre deveu-se a questões sazonais.
Volume de produção no mês Volume do emprego no trimestre
50 55 53 43 58 68 47 53 53 49 54 53 ja n -1 0 fe v -1 0 m a r-1 0 a b r-1 0 m a i-1 0 ju n -1 0 ju l-1 0 a g o -1 0 s e t-1 0 o u t-1 0 n o v -1 0 d e z -1 0 P o n to s AUMENTO QUEDA 62 55 54 52 41 54 59 35 51 46 52 57 2 0 0 8 /1 2 0 0 8 /2 2 0 0 8 /3 2 0 0 8 /4 2 0 0 9 /1 2 0 0 9 /2 2 0 0 9 /3 2 0 0 9 /4 2 0 1 0 /1 2 0 1 0 /2 2 0 1 0 /3 2 0 1 0 /4 P o n to s EVOLUÇÃO POSITIVA EVOLUÇÃO NEGATIVA
Pedidos em carteira no trimestre
72 64 72 78 71 2 0 0 9 /4 2 0 1 0 /1 2 0 1 0 /2 2 0 1 0 /3 2 0 1 0 /4 P o n to s ACIMA DO USUAL ABAIXO DO USUAL
Em resposta a expansão da atividade industrial no período, a Utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria gaúcha alcançou 79,8% no último trimestre do ano, 2,4 pontos percentuais superior ao anterior. O grau médio de utilização da capacidade produtiva foi considerado pelas empresas dentro do usual para período.
74,9 77,0 77,4 79,8 73,3 75,8 77,6 64,4 72,6 70,9 76,3 78,2 2 0 0 8 /1 2 0 0 8 /2 2 0 0 8 /3 2 0 0 8 /4 2 0 0 9 /1 2 0 0 9 /2 2 0 0 9 /3 2 0 0 9 /4 2 0 1 0 /1 2 0 1 0 /2 2 0 1 0 /3 2 0 1 0 /4 P er ce n tu al M éd io 50 51 51 49 55 56 47 49 50 49 51 51 ja n -1 0 fe v -1 0 m a r-1 0 a b r-1 0 m a i-1 0 ju n -1 0 ju l-1 0 a g o -1 0 s e t-1 0 o u t-1 0 n o v -1 0 d e z -1 0 P o n to s ACIMA DO USUAL ABAIXO DO USUAL Estoques
Estoques ficaram pouco acima do planejado
No último trimestre de 2010, o setor industrial gaúcho manteve seus estoques de produtos finais praticamente estáveis em relação ao terceiro trimestre, conforme o indicador de evolução dos estoques que registrou 50 pontos. Apesar da estabilidade, os mesmos foram considerados acima do planejado pelas empresas, com o indicador chegando a 52 pontos.
Estoques de produto final no trimestre Estoques de produtos finais - Planejado
52 53 53 49 46 47 52 43 54 53 49 50 2 0 0 8 /1 2 0 0 8 /2 2 0 0 8 /3 2 0 0 8 /4 2 0 0 9 /1 2 0 0 9 /2 2 0 0 9 /3 2 0 0 9 /4 2 0 1 0 /1 2 0 1 0 /2 2 0 1 0 /3 2 0 1 0 /4 P o n to s EVOLUÇÃO POSITIVA EVOLUÇÃO NEGATIVA 52 52 52 51 51 53 50 50 51 51 49 54 ja n -1 0 fe v -1 0 m a r-1 0 a b r-1 0 m a i-1 0 ju n -1 0 ju l-1 0 a g o -1 0 s e t-1 0 o u t-1 0 n o v -1 0 d e z -1 0 P o n to s ACIMA DO PLANEJADO ABAIXO DO PLANEJADO Principais problemas
Mão-de-obra qualificada torna-se um grande problema para a indústria
Avaliação compartilhada por 56,3% das empresas, a carga tributária continua sendo o maior problema enfrentado pelas empresas industriais gaúchas no trimestre, especialmente entre para as de pequeno porte. Para as grandes empresas, o principal obstáculo do último trimestre foi a taxa de câmbio (59,1% das respostas).
A competição acirrada de mercado, com 47,6% das assinalações, atravessou e encerrou o ano passado sendo o segundo maior problema, principalmente, para as pequenas e médias pelas empresas. No caso das grandes, o segundo principal problema foi a carga tributária.
enfrentado pela indústria gaúcha. Afeta, especialmente, o setor exportador formado, tipicamente, por médias e grandes empresas.
Relacionado a uma economia aquecida, a falta de trabalhador qualificado é outro problema que se consolida como barreira importante, sendo apontado 29,4% das empresas. O item passou a ser o terceiro maior obstáculo para as empresas de pequeno porte e o quarto para as grandes. Nesse cenário, o alto custo da matéria-prima também ganha importância e assume o quinto lugar no ranking.
Principais problemas enfrentados no trimestre
Total Pequeno Médio Grande
Elevada carga tributária 56,3% 64,8% 50,0% 50,0%
Competição acirrada de mercado 47,6% 50,0% 48,0% 40,9%
Taxa de câmbio 31,7% 16,7% 36,0% 59,1%
Falta de trabalhador qualificado 29,4% 33,3% 26,0% 27,3%
Alto custo da matéria-prima 26,2% 29,6% 28,0% 13,6% Falta de demanda 23,0% 18,5% 32,0% 13,6% Taxas de juros elevadas 18,3% 27,8% 12,0% 9,1% Falta de capital de giro 15,9% 16,7% 18,0% 9,1% Capacidade produtiva 11,1% 9,3% 16,0% 4,5%
Outros 9,5% 8,1% 8,8% 15,4%
Falta de matéria-prima 8,7% 7,4% 8,0% 13,6% Falta de financiamento de longo prazo 7,1% 7,4% 10,0% 0,0% Inadimplência dos clientes 5,6% 7,4% 4,0% 4,5% Distribuição do produto 1,6% 3,7% 0,0% 0,0%
Porte
Situação financeira
Situação financeira demonstra pequena melhora
No quarto trimestre no ano passado, a evolução positiva da atividade repercutiu na avaliação das empresas quanto à situação financeira, que melhorou para todos os portes, especialmente, para as grandes. Por outro lado, as margens de lucro foram consideradas ruins para pequenas e médias empresas, e boas para grandes. Com relação ao acesso ao crédito também houve diferença nas avaliações entre os portes de empresas, melhorando às condições à medida que aumenta o porte de empresa: pequenas consideraram as condições ruins, as médias, normais e as grandes fáceis.
48 54 54 57 33 39 49 49 50 38 39 48 50 47 36 50 46 54 57 41 5044 49 51 2 0 0 9 /1 2 0 0 9 /2 2 0 0 9 /3 2 0 0 9 /4 2 0 1 0 /1 2 0 1 0 /2 2 0 1 0 /3 2 0 1 0 /4 Po n to s
Margem de lucro Situação Financeira Acesso ao crédito
Expectativas
Mercado interno sustenta o otimismo
Sem a expectativa de retomada das vendas externas (49 pontos), o otimismo dos empresários gaúchos com relação demanda (58,8 pontos) para os próximos seis meses, disseminado por todos os portes de empresa, segue limitado ao mercado interno.
Expectativas de demanda Expectativa de quantidade exportada
61 62 59 37 47 58 67 65 65 63 62 61 6157 59 54 51 64 60 48 59 J a n 0 8 A b r0 8 J u l0 8 O u t0 8 J a n 0 9 A b r0 9 J u l0 9 O u t0 9 ja n /1 0 fe v /1 0 m a r/ 1 0 a b r/ 1 0 m a i/ 1 0 ju n /1 0 ju l/ 1 0 a g o /1 0 s e t/ 1 0 o u t/ 1 0 n o v /1 0 d e z /1 0 ja n /1 1 P o n to s EXPECTATIVA DE AUMENTO EXPECTATIVA DE QUEDA 50 535551 52 53 54 52 49 484544 52 50 42 43 43 50 41 47 49 J a n 0 8 A b r0 8 J u l0 8 O u t0 8 J a n 0 9 A b r0 9 J u l0 9 O u t0 9 ja n /1 0 fe v /1 0 m a r/ 1 0 a b r/ 1 0 m a i/ 1 0 ju n /1 0 ju l/ 1 0 a g o /1 0 s e t/ 1 0 o u t/ 1 0 n o v /1 0 d e z /1 0 ja n /1 1 P o n to s EXPECTATIVA DE AUMENTO EXPECTATIVA DE QUEDA
Num cenário esperado de crescimento da atividade industrial nos próximos seis meses, as empresas de todos os portes deverão continuar demandando mão-de-obra, conforme sinaliza os 57 pontos alcançados pelo índice geral, bem acima de sua média histórica. Mais de dois terços dos respondentes esperam manter o atual quadro de empregados nos próximos seis meses, enquanto 28,2% pretendem aumentá-lo. Somente 4,0% pretendem fechar postos de trabalho. O otimismo com a demanda e os estoques ligeiramente acima do planejado determinam as expectativas positivas (58,8 pontos) para as compras de matérias-primas para os próximos seis meses.
57 52 57 59 53 53 57 45 49 39 57 53 47 J a n 0 8 A b r0 8 J u l0 8 O u t0 8 J a n 0 9 A b r0 9 J u l0 9 O u t0 9 ja n /1 0 a b r/ 1 0 ju l/ 1 0 o u t/ 1 0 ja n /1 1 P o n to s EXPECTATIVA POSITIVA EXPECTATIVA NEGATIVA 6165 65 63 60 60 57 55 56 535159 47 57 61 37 54 47 56 59 57 J a n 0 8 A b r0 8 J u l0 8 O u t0 8 J a n 0 9 A b r0 9 J u l0 9 O u t0 9 ja n /1 0 fe v /1 0 m a r/ 1 0 a b r/ 1 0 m a i/ 1 0 ju n /1 0 ju l/ 1 0 a g o /1 0 s e t/ 1 0 o u t/ 1 0 n o v /1 0 d e z /1 0 ja n /1 1 P o n to s EXPECTATVA DE AUMENTO EXPECTATIVA DE QUEDA
Perfil da amostra: 126 empresas sendo 54 pequenas, 50 médias e 22 grandes. Período de coleta: De 3 a 20 de janeiro de 2011.
NOTA
A Sondagem industrial é elaborada pela unidade de Política Econômica da CNI em conjunto com as Federações de Indústria de 23 estados do Brasil (no caso do RS – Unidade de Estudos Econômicos - FIERGS), embora sejam consultadas empresas de todo o território nacional. As informações solicitadas são de natureza qualitativa e resultam do levantamento direto com base em questionário próprio. Cada pergunta permite cinco alternativas excludentes a respeito da evolução ou expectativa de evolução da variável em questão. As alternativas estão associadas, da pior para a melhor, aos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As perguntas relativas ao nível de atividade, aos estoques e à situação financeira têm como referência o trimestre anterior. As questões de expectativas referem-se aos próximos seis meses. O indicador de cada questão é obtido ponderando-se os escores pelas respectivas freqüências relativas das respostas. Os resultados gerais para cada uma das perguntas são obtidos mediante a ponderação dos indicadores dos grupos de empresas “Pequenas” (entre 20 a 99 empregados), “Médias” (entre 100 e 499 empregados) e “Grandes” (500 empregados ou mais) utilizando-se como peso a variável “Pessoal Ocupado em 31/12/2004”, segundo a CEE/MTE.