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FICHA TÉCNICA 5 SIGLAS E ACRÓNIMOS 7 PARTE I INTRODUÇÃO Sumário executivo Enquadramento no âmbito do projeto Get in Business 13

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ÍNDICE

FICHA TÉCNICA 5 SIGLAS E ACRÓNIMOS 7 PARTE I – INTRODUÇÃO 11 1. Enquadramento 11 1.1. Sumário executivo 11

1.2. Enquadramento no âmbito do projeto Get in Business 13

2. As regiões – Beira Baixa e Alto Alentejo 16

2.1. Beira Baixa 16

2.2. Alto Alentejo 22

2.3. O caminho para uma Especialização Inteligente 27

3. Metodologia 30

PARTE II – ECOSSISTEMAS DE APOIO AO EMPREENDEDORISMO 33

1. O que é e como funciona um Ecossistema Empreendedor? 33 2. Ecossistemas empreendedores em Portugal – Casos de sucesso 34 3. Ecossistemas empreendedores no Mundo – Casos de sucesso 39 4. Ecossistema Empreendedor da Beira Baixa e do Alto Alentejo – Dimensões de análise 44

4.1. Mercados/Estrutura empresarial local 44

4.2. Políticas locais 47

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4.4. Suporte 51 4.5. Capital humano: talento - pessoas e qualificações 55

4.6. Capital financeiro 59

4.7. Cultura 64

PARTE III – LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DO ECOSSISTEMA DE APOIO AO

EMPREENDEDORISMO DA BEIRA BAIXA E ALTO ALENTEJO 68

1. Visão macro da oferta do ecossistema empreendedor da Beira Baixa e do Alto Alentejo 70

2. Ecossistema Empreendedor da Beira Baixa 71

3. Ecossistema Empreendedor do Alto Alentejo 103

PARTE IV – CICLO EMPREENDEDOR E O PAPEL DO ECOSSISTEMA REGIONAL DE APOIO AO

EMPREENDEDORISMO 145

4. Fase 1 – A ideia 146

5. Fase 2 – O empreendedor 147

6. Fase 3 – O modelo de negócio 149

7. Fase 4 – O plano de negócios 150

8. Fase 5 – O financiamento 151

9. Fase 6 – A criação da empresa 152

10. Fase 7 – O arranque/aceleração do negócio 153

PARTE V – SÍNTESE E RECOMENDAÇÕES 156

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Autoria:

Catarina Dinis, Joana dos Santos, Lurdes Morais

Coordenação Geral

Monstros & Companhia, Lda. Lurdes Morais, Raquel Ribeiro

Edição

AEBB – Associação Empresarial da Beira Baixa

Parceria

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SIGLAS E ACRÓNIMOS

ACICB - Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa

ACIS - Associação Comercial e Industrial dos Concelhos da Sertã, Proença-a-Nova, Vila de Rei e Oleiros AEBB - Associação Empresarial da Beira Baixa

ADER-AL - Associação para o Desenvolvimento em Espaço Rural do Norte Alentejo ADRACES - Associação para o Desenvolvimento da Raia Centro Sul

ADERES - Associação de Desenvolvimento Rural Estrela-Sul

ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto AECBP - Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor

AFTEBI - Associação para a Formação Tecnológica e Profissional da Beira Interior; CATAA - Centro de Apoio Tecnológico Agroalimentar

CCDRC - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro CEi - Centro de Empresas Inovadoras

CIM - Comunidade Intermunicipal

CIMBB - Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa CIMAA - Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo CIEBI - Centro de Inovação Empresarial da Beira Interior DNA - Desenvolvimento de novas atitudes

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EPABI - Escola Profissional de Artes da Beira Interior EREI - Estratégia Regional de Especialização Inteligente FAME – Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

FNB - Federação Nacional de Associações de Business Angels GACE - Gabinete de Apoio à Criação de Empresas

GAEP - Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo e Planeamento GEM - Global Entrepreneurship Monitor

GIP - Gabinete de Inserção Profissional

IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, I.P. I&D - Investigação e desenvolvimento

ID&D - Investigação, desenvolvimento e demonstração I&DT - Investigação e desenvolvimento tecnológico IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional , I.P. IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis

IMT - Imposto Municipal sobre Transações INE - Instituto Nacional de Estatística

Inovcluster - Cluster Agroindustrial do Centro IPCB - Instituto Politécnico de Castelo Branco IPN - Instituto Pedro Nunes

IPP - Instituto Politécnico de Portalegre

NERPOR - AE - Associação Empresarial da Região de Portalegre NUTS - Nomenclatura de unidade territorial para fins estatísticos PIB - Produto Interno Bruto

PIH - Porto Innovation Hub

RIS3 - Research and Innovation Smart Specialisation Strategies SI - Sistemas de Incentivos

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SIAC - Sistema de Apoio a Ações Coletivas SCT - Sistema Científico e Tecnológico UBI - Universidade da Beira Interior UE - União Europeia

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PARTE I – INTRODUÇÃO

1. ENQUADRAMENTO

1.1. SUMÁRIO EXECUTIVO

A economia portuguesa, em particular nas regiões do interior, como é o caso da Beira Baixa e Alto Alen-tejo, precisa de novos motores de crescimento assentes no empreendedorismo e na inovação, indutores de novos produtos e serviços capazes de competir à escala global. Este estudo aborda as componentes que constituem os ecossistemas empreendedores, as relações entre eles e como podem influenciar a criação de novas empresas e, ainda, como diferentes configurações produzem resultados com especi-ficidades e características próprias.

O objetivo passa por saber como será possível fortalecer o ecossistema empreendedor destas regiões para possibilitar e potenciar a criação e o crescimento de novas empresas com potencial e elevado im-pacto económico, em linha com as estratégias de especialização inteligente definidas para ambas as regiões.

O território em causa assume‐se com características de baixa densidade, que comporta em si mesmo um conjunto de fragilidades, mas que, por outro lado, se distingue no contexto nacional através dos seus recursos endógenos e das suas riquezas naturais e patrimoniais. O presente estudo pretende ser um instrumento para um melhor aproveitamento das mais‐valias territoriais, contribuindo assim para o aparecimento de novas empresas, para o aumento da taxa de empregabilidade e para a fixação de mão‐de‐obra qualificada.

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Neste contexto, a Associação Empresarial da Beira Baixa e as Comunidades Intermunicipais da Beira Baixa e do Alto Alentejo desenharam o projeto Get in Business, no qual se inscreve o estudo que agora se apresenta, e que consagra os seguintes objetivos específicos:

1. Identificar e caracterizar as entidades que compõem o ecossistema de apoio ao empreendedorismo nas duas regiões;

2. Avaliar as condições da oferta e sugerir aspetos que permitam fortalecer o sistema de apoio ao empreendedorismo;

3. Estimular a cooperação através do conhecimento mútuo e aproveitamento de sinergias importantes para potenciar as condições de oferta;

4. Preparar informação necessária à sistematização da informação, para efeitos da elaboração de um diretório.

Na senda destes objetivos, o estudo encontra-se estruturado da seguinte forma:

Parte I: nesta primeira parte é feito o enquadramento do estudo no âmbito do projeto de

empreendedorismo Get In Business; a contextualização económica e social das regiões visadas e do caminho para uma especialização inteligente; e ainda a apresentação da metodologia adotada para a estruturação e desenvolvimento do estudo.

Parte II: neste capítulo é feita uma abordagem conceptual a um ecossistema de apoio ao

empreendedorismo, analisando-se as variáveis/dimensões contextuais que tornam o ambiente mais propício ao surgimento de novas ideias e novos projetos empresariais. São ainda analisados alguns exemplos de ecossistemas de empreendedorismo, quer a nível nacional (com exemplos de outros ecossistemas fora das duas regiões), quer internacional, procurando evidenciar-se os fatores críticos que fizeram destes exemplos casos de sucesso no apoio ao empreendedorismo.

Parte III: a terceira parte do estudo debruça-se sobre as variáveis/dimensões de análise que

compõem o ecossistema de apoio ao empreendedorismo da Beira Baixa e do Alto Alentejo. É apresentada uma visão macro da oferta do ecossistema empreendedor e, posteriormente, é feito o levantamento das entidades, organizações, projetos e políticas que poderão impactar positivamente o nascimento de novas empresas nestes territórios, por região e por município.

Parte IV: neste capítulo identificam-se as principais fases do processo empreendedor – a ideia; o

empreendedor; a formatação do projeto; a estruturação de um plano para o negócio; o financiamento; a constituição da empresa; e o início/consolidação do negócio – analisando-se o papel e potencial contributo das várias entidades que compõem o ecossistema empreendedor, assim como o apoio que podem prestar aos empreendedores em cada uma destas etapas.

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Parte V: o último capítulo compreende uma síntese de todos os aspetos anteriores, enunciando

algumas conclusões e recomendações, nomeadamente por comparação com os ecossistemas de “referência” analisados nos casos de sucesso (através dos exercícios de benchmarking de boas práticas) e com as fases do ciclo empreendedor.

1.2. ENQUADRAMENTO NO ÂMBITO DO PROJETO GET IN BUSINESS

1.2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO

O projeto Get in Business é promovido por um agrupamento de três entidades – AEBB, CIMBB e CIMAA – que visa incrementar o empreendedorismo de qualidade e potenciar oportunidades de negócio mais dinâmicas e inovadoras, induzindo a geração de novas ideias e novas empresas intensivas em tecno-logia e conhecimento, com alto valor acrescentado e para os setores transacionáveis das Regiões da Beira Baixa e do Alto Alentejo.

Estas duas sub-regiões são muito idênticas, quer do ponto de vista geográfico, quer ao nível empresa-rial, sendo caracterizadas por uma enorme concentração de população e empresas nos espaços urba-nos e desertificação das zonas rurais.

Embora a reduzida densidade populacional seja uma das principais debilidades destes territórios, tem havido nos últimos anos uma forte aposta na criação de condições favoráveis ao aumento das dinâ-micas empresariais, designadamente pela criação de novas empresas e sobretudo na constituição de redes de infraestruturas (Politécnicos, Centros de Inovação e Tecnologia, entre outros), capazes de pro-mover a qualificação e a fixação de jovens qualificados.

Com o objetivo de potenciar estas forças, tirando partido das oportunidades geradas pelos setores estratégicos enquadrados nas prioridades regionais de especialização inteligente, tais como Tecnolo-gias de Informação e Comunicação, Agroalimentar, Floresta, Turismo, Indústrias Culturais e Criativas e Indústrias de Automação e Aviónica, os promotores assumiram a liderança da estratégia de promover o espírito empresarial, consubstanciada no projeto Get in Business.

1.2.2. OBJETIVOS

Constituem objetivos do projeto Get in Business:

1. Identificar e caracterizar o ecossistema de apoio ao empreendedorismo na Beira Baixa e Alto Alen-tejo, sistematizando as suas potencialidades e os aspetos a melhorar por forma a melhor promover a criação e o crescimento de novos produtos / serviços / empresas nas regiões nas regiões, sendo sobre este objetivo que incide o presente estudo;

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2. Identificar, sistematizar e divulgar um conjunto de tendências de negócio, que permitam alavancar iniciativas empresariais inovadoras de origem territorial, tendo como base de sustentação as RIS3 regionais;

3. Promover a capacitação dos agentes de estímulo ao empreendedorismo pertencentes ao ecossis-tema, municiando conhecimentos em áreas relevantes, divulgando informação pertinente e disse-minando ferramentas e outros outputs desenvolvidos no âmbito do projeto;

4. Conceber ferramentas de apoio ao empreendedorismo, à inovação e à captação de investimento nestas regiões;

5. Estimular o espírito empreendedor e promover a formulação e validação de ideias de negócio;

6. Fomentar o networking e encorajar a interação, a partilha de experiências e agilização de parcerias com as diversas entidades e instituições que compõem o ecossistema empreendedor de cada uma das regiões;

7. Facultar acompanhamento e coaching às ideias de negócio, que permitam o amadurecimento das iniciativas empreendedoras e o desenvolvimento de competências empreendedoras;

8. Disseminar informação de valor e robustecer as competências dos futuros empreendedores e dos projetos empresariais (soft skills, gestão, aspetos legais, trâmites, etc.);

9. Levar a cabo um conjunto de ações de promoção, comunicação e disseminação do projeto e dos seus resultados.

1.2.3. ATIVIDADES

1. Levantamento e caracterização do ecossistema de apoio ao empreendedorismo

Nesta atividade pretende-se fazer um diagnóstico do ecossistema de apoio ao empreendedorismo existente que permita conhecer as condições oferecidas por estas regiões, identificar os aspetos em que será necessário intervir para o fortalecer e sistematizar toda a informação relevante para os em-preendedores que pretendam investir nestas regiões.

Outputs desta atividade: Estudo de levantamento e caracterização do ecossistema [materializado no presente estudo]; Diretório da oferta do ecossistema; Workshops de capacitação dos agentes do ecos-sistema.

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2. Estudo de tendências de novos negócios

Pretende-se identificar e caracterizar ideias de negócio em áreas estratégicas de origem territorial, com potencial de desenvolvimento e dinamismo empresarial, capazes de estimular a criação de novas em-presas e a aceleração do crescimento de startups criadas há menos de 2 anos.

Outputs desta atividade: Estudo de Tendências de Novos Negócios e duas sessões de apresentação (uma na Beira Baixa e outra no Alto Alentejo).

3. Ferramentas de apoio ao empreendedorismo

O objetivo é construir um conjunto de ferramentas de apoio ao empreendedorismo assentes numa plataforma web com diversas funcionalidades, que vão desde a divulgação de oportunidades a instru-mentos de autoavaliação e validação prévia de novas ideias de negócio.

Output desta atividade: Plataforma Get in Business online.

4. Capacitação para o empreendedorismo

Nesta atividade pretende-se estimular a geração de ideias inovadoras e proporcionar aos empreende-dores o seu amadurecimento e consolidação, para que possam vir a originar negócios sustentáveis com impacto territorial e competitivos à escala global.

Outputs desta atividade: Ateliers de negócios, Workshops de capacitação para empreendedores, 2 eventos de Brokerage (um na Beira Baixa e outro no Alto Alentejo) e Elaboração de Planos de Negócio.

5. Divulgação de resultados, disseminação de outputs e avaliação do impacto

Pretende-se realizar um conjunto de ações de ampla divulgação do projeto, no sentido de garantir uma elevada notoriedade do mesmo nas regiões da Beira Baixa e do Alto Alentejo, bem como efetuar a sua ampla divulgação e promoção junto dos públicos-alvo visados, por forma a garantir a elevada adesão ao mesmo. Numa segunda fase pretende-se promover as importantes e imprescindíveis iniciativas de dis-seminação dos resultados do projeto e dos seus outputs, garantindo a sua apropriação generalizada por parte dos destinatários e a geração de externalidades positivas e indutoras de uma maior dinâmica do tecido empresarial regional e de estímulo ao empreendedorismo e à concretização de novas empresas. Outputs desta atividade: seminários de lançamento do projeto, identidade gráfica do projeto, pressbook do projeto, relatório de avaliação do projeto, seminários de encerramento do projeto.

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2. AS REGIÕES – BEIRA BAIXA E ALTO ALENTEJO

As regiões da Beira Baixa e do Alto Alentejo apresentam elementos do território idênticos, partilhando grande afinidade topográfica, geológica, ambiental, paisagística e de povoamento. Ambas apresentam uma forte dicotomia entre centros urbanos e o mundo rural, caracterizada por uma concentração ur-bana de grande parte da população e desertificação do espaço rural. Para além da continuidade geo-gráfica entre si, ambas as sub-regiões têm fronteira com o território espanhol, apresentando idênticos níveis de desenvolvimento, qualificado pela baixa densidade populacional e empresarial, esta última composta essencialmente por micro e pequenas empresas em atividades de baixo valor acrescentado.

2.1. BEIRA BAIXA

A Beira Baixa é uma província histórica (ou região natural) situada na região do Centro de Portugal, originalmente criada no século XIX a partir de parte do território da anterior Província da Beira. A Beira Baixa abrange as sub-regiões da Beira Interior Sul e da Beira Interior Norte, da Cova da Beira e par-cialmente do Pinhal Interior Sul e Pinhal Interior Norte, englobando grande parte do Distrito de Castelo Branco (Wikipedia, 2020). Alguns dos seus municípios associaram-se a outras NUTS III da Região Centro, pelo que no contexto do projeto Get in Business, considera-se a região coincidente com o distri-to de Castelo Branco, que integra os seguintes concelhos: Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Ródão.

É um território que apresenta uma enorme fragilidade social e económica que se tem refletido num êxo-do populacional significativo nas últimas décadas, conforme o demonstra a variação êxo-dos censos (2001 a 2011). Por outro lado, verificam-se elevados níveis de envelhecimento da população, com tendência para um agravamento, tendo-se registado variações de 2011 a 2018 que chegam a atingir os 36% no concelho de Oleiros e que tornam esta região, no seu conjunto, uma das menos jovens do País. Castelo Branco e Covilhã são os concelhos em que existem menos idosos por cada centena de jovens, por ofe-recem um conjunto de atributos característicos dos centros urbanos, com destaque para a existência de estabelecimentos de ensino superior. Estas são as únicas cidades que possuem mais de 50 mil habitan-tes, em contraste com Vila de Rei ou Vila Velha de Ródão, cuja população residente não chega aos 5 mil.

População residente (censos)

População - Total Índice de envelhecimento

2011 (Nº) 2001 (Nº) Variação (%) 2018 (Nº) 2011 (Nº) Variação (%)

Belmonte 6 859 7 592 -10% 265,5 216,1 23%

Covilhã 51 797 54 505 -5% 252,1 192,7 31%

Fundão 29 213 31 482 -7% 269,3 222,9 21%

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População residente (censos)

População - Total Índice de envelhecimento

2011 (Nº) 2001 (Nº) Variação (%) 2018 (Nº) 2011 (Nº) Variação (%) Idanha-a-Nova 9 716 11 659 -17% 431,0 420,4 3% Oleiros 5 721 6 677 -14% 684,4 503,3 36% Penamacor 5 682 6 658 -15% 621,8 530,7 17% Proença-a-Nova 8 314 9 610 -13% 379,8 330,2 15% Vila Velha de Ródão 3 521 4 098 -14% 638,0 695,1 -8% Sertã 15 880 16 720 -5% 267,4 212,7 26% Vila de Rei 3 452 3 354 3% 439,1 412,6 6% Total 196 264 208 063 -6%

Informação extraída de http://datacentro.ccdrc.pt em 19/05/2020 Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro

Ao nível das qualificações existem grandes divergências ao longo do território, registando-se taxas de analfabetismo que variam entre os 20% em Penamacor e Idanha e os 7% nas duas grandes cidades (Censos, 2011). Também é na Covilhã e em Castelo Branco que se regista a maior percentagem da po-pulação a frequentar o sistema de ensino, com taxas muito próximas da região centro (à volta dos 20%). Contudo, no resto do território, essa percentagem baixa para os 11%, o que revela as enormes lacunas educacionais de um território com características marcadamente rurais.

Ainda assim, se analisarmos o número de diplomados no ensino superior, verifica-se que a Covilhã regista uma média, nos últimos três anos, de 125 alunos por mil habitantes e Castelo Branco uma mé-dia de 28 alunos, o que constitui um enorme potencial num cenário de atração e retenção de capital humano qualificado.

Na primeira década do ano 2000 a região assistiu a um decréscimo médio de 12% da população em-pregada em todos os concelhos, valor mais acentuado sobretudo nos concelhos de Vila Velha de Ró-dão, Oleiros e Idanha-a-Nova, com taxas superiores a 20%. Conforme é visível no gráfico, este com-portamento registou-se no setor primário e secundário, havendo globalmente um ligeiro aumento da população empregada no setor terciário. De referir que a quebra de população empregada no setor secundário durante esta década é extremamente relevante nos concelhos a norte da região (Covilhã, Fundão e Belmonte) onde o fenómeno da terciarização da atividade económica foi mais acentuado, resultando em decréscimos que rondaram os 38% (Covilhã: 42%, Belmonte: 38% e Fundão: 35%).

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Fonte: PORDATA

Genericamente todos os concelhos apresentam uma baixa densidade empresarial, sendo a Covilhã o município que mais se aproxima deste indicador para a Região Centro, com uma taxa de 8,1 empresas por Km2 (a Região Centro tem 9,4 empresas por Km2). No ano 2018 registava-se um total de 19.196

empresas, com uma elevada concentração em Castelo Branco, Covilhã e Fundão, onde se encontravam instaladas 70% do número total de empresas. Esta distribuição geográfica coincide com a percentagem de volume de negócios gerado nestes centros, sendo de destacar a reduzida atividade económica nou-tros concelhos, como sejam Vila de Rei ou Penamacor, quer em termos de número de empresas, quer no volume de negócios.

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Fonte: PORDATA

O tecido empresarial é bastante heterogéneo e, em termos de atividades económicas, esta região evi-dencia a importância do setor do comércio por grosso e a retalho seguido das indústrias transformado-ras no total de volume de negócios gerado. Também a construção, o alojamento, restauração e similares e as atividades ligadas ao setor primário, como a agricultura, a pecuária e a silvicultura, registam impor-tantes desempenhos, com volume de negócios superiores a 100 milhões de euros, em 2018.

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Fonte: PORDATA

Analisando a distribuição das atividades económicas por concelho, verifica-se claramente a heteroge-neidade ao longo da região, com zonas mais industrializadas e outras de índole rural. O caso de Vila Velha de Ródão espelha a enorme dependência económica da indústria papeleira, que tem conferido uma grande dinâmica e capacidade de inovação, com a instalação das empresas âncora como a CEL-TEJO e AMS. Do lado oposto, constata-se uma predominância das atividades do setor primário noutros concelhos, como Idanha-a-Nova e Penamacor, este último com atividade de natureza industrial muito residual. Os concelhos pertencentes à região da Serra da Estrela (Covilhã, Belmonte e Fundão) mantêm uma forte tradição associada à indústria (sobretudo têxtil e vestuário), não obstante se ter acentuado uma diminuição do seu contributo para o desempenho da economia ao longo das últimas décadas. Importa ainda salientar o desempenho do setor energético no concelho de Oleiros, com a aposta na construção de parques eólicos realizada nos últimos anos, que tem contribuído fortemente para o VAB da região.

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Fonte: PORDATA

Em suma, a região da Beira Baixa apresenta uma grande heterogeneidade ao nível das principais ativi-dades económicas, sendo notória uma desindustrialização nas últimas décadas em favor de ativiativi-dades terciárias, como o comércio e serviços, que têm vindo a ganhar uma expressão transversal a todos os concelhos. Contudo, as indústrias transformadoras continuam a vigorar no conjunto das atividades económicas, com destaque para os setores tradicionais como o agroalimentar, o têxtil-vestuário-con-feções e as madeiras (nos concelhos da zona do Pinhal), assim como o setor primário ainda se revela importante para alguns concelhos, marcadamente rurais, constituindo a principal fonte geradora de riqueza.

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2.2. ALTO ALENTEJO

A NUTS III Alto Alentejo é uma sub-região do Alentejo, que corresponde à totalidade do Distrito de Por-talegre. É constituída por quinze concelhos (Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre, Sousel), sendo que apenas três são cidades, porém, com uma reduzida densidade populacional. São elas Portalegre, Elvas e Ponte de Sor que, em conjunto, acolhem cerca de 55% da população desta sub-região alente-jana.

População residente (censos)

População - Total Índice de envelhecimento

2011 (Nº) 2001 (Nº) Variação (%) 2018 (Nº) 2011 (Nº) Variação (%) Alter do Chão 3562 3938 -10% 264,7 309,6 -15% Arronches 3165 3389 -7% 388,7 322 21% Avis 4571 5197 -12% 309,9 270,9 14% Campo Maior 8456 8387 1% 151 139,2 8% Castelo de Vide 3407 3872 -12% 326,5 328,2 -1% Crato 3708 4348 -15% 380,9 371,2 3% Elvas 23078 23361 -1% 179,6 142,9 26% Fronteira 3410 3732 -9% 240,3 219,2 10% Gavião 4132 4887 -15% 417 470,7 -11% Marvão 3512 4029 -13% 347 348,3 0% Monforte 3329 3393 -2% 182,1 195,3 -7% Nisa 7450 8585 -13% 395 400,9 -1% Ponte de Sor 16722 18140 -8% 227,4 200,9 13% Portalegre 24930 25980 -4% 212,4 178,9 19% Sousel 5074 5780 -12% 282,5 246,4 15% Total 118506 127018 -7%

Fonte: INE – Recenseamentos Gerais da População; Anuários Estatísticos Regionais

A região tem vindo a perder população globalmente em todos os concelhos (excetuando Campo Maior) conforme o demonstram os últimos censos de 2011, registando-se quebras que chegam a atingir os 15% no Crato e Gavião. Os índices de envelhecimento também são bastante elevados, quando com-parados com a média da região do Alentejo, havendo no entanto alguns concelhos com bons registos neste indicador, situando-se abaixo do índice de envelhecimento da região do Alentejo, que ronda os 209 idosos por cada centena de jovens. Importa salientar que as maiores cidades em termos de

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popu-lação registam uma tendência de agravamento, como o caso de Elvas e Portalegre mas, ainda assim, abaixo deste valor médio em 2017.

A taxa de analfabetismo rondava os 11% no ano 2011, denotando-se enormes gaps de género em alguns concelhos como Arronches e Gavião, em que as mulheres apresentam o dobro da taxa de anal-fabetismo em relação aos homens, chegando a atingir os 20%. A única cidade que se encontra acima da média do Alentejo é Portalegre, que se deve sobretudo à existência de uma oferta de ensino mais alargada. No ano 2018, verifica-se a existência de apenas 450 indivíduos (em Portalegre e Elvas) a frequentar o ensino superior, o que contribui também para a fragilidade ao nível das habilitações da população desta região.

A densidade empresarial desta região rondava os 2,1 no ano 2018, valor muito abaixo da média da NUTS II do Alentejo, sendo uma das regiões com menos empresas instaladas, logo a seguir ao Baixo Alentejo, com uma densidade empresarial de 1,8.

Fonte: PORDATA

Conforme se verifica no gráfico acima, a população empregada tem vindo a decrescer em todos os setores de atividade, sendo mais expressivo no setor secundário, devido à forte desindustrialização verificada nas últimas décadas, sem que se tenha assistido a uma transferência para outros setores, nomeadamente para o terciário, cujos níveis de empregabilidade se mantiveram na década de 2001 a 2011, segundo os últimos censos.

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Confirmando a importância dos aglomerados populacionais na dinâmica empresarial e conforme se pode verificar no gráfico seguinte, Portalegre, Elvas e Ponte de Sor são os concelhos que acolhem mais empresas e que mais contribuem para o volume de negócios gerado na região, em termos percentuais. É também evidente a realidade de Campo Maior, onde se encontra instalado o Grupo Delta que, por si só, contribui para as receitas geradas quase tanto como todo o concelho de Portalegre. Do lado oposto, registam-se concelhos com uma elevada atomização empresarial, em negócios de reduzida expressão no contexto regional, mas que se revestem de elevada importância nas respetivas localidades.

Esta região é assim caracterizada por uma elevada concentração de micro empresas que representam 97,6% do tecido empresarial, registando-se apenas 34 médias empresas e oito grandes empresas, no final de 2018.

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O perfil de especialização produtivo organiza-se em torno das atividades de comércio por grosso e a retalho, indústrias transformadoras e exploração de atividades agrícolas, porém de forma muito hete-rogénea ao longo da região. O concelho de Campo Maior é responsável por mais de 30% do volume de negócios gerado pelo comércio, enquanto que Portalegre representa 37% do total gerado pela ativida-de industrial. Já o setor primário resiativida-de essencialmente nos concelhos ativida-de Sousel e Elvas, representando 44% do volume de negócios gerado, de onde se destaca o cultivo de azeitona e cereais.

Fonte: PORDATA

As atividades de consultoria, científicas e técnicas surgem com alguma expressão no contexto regional, maioritariamente instaladas em Campo Maior, e muito acima de outras atividades relevantes como a construção, o alojamento, e restauração, estas últimas instaladas no concelho de Elvas e Portalegre. Importa salientar que, na última década, a região assistiu a um elevado acréscimo das atividades li-gadas ao setor primário, sobretudo em Sousel, que quase quintuplicou o volume de negócios gerado. Em contrapartida, o setor do alojamento e restauração não revelou desempenhos de crescimento que mereçam destaque, não obstante o turismo ser um dos setores com maior potencial de crescimento na região do Alentejo.

O gráfico seguinte, que revela o contributo de cada uma das principais atividades económicas para a riqueza de cada um dos concelhos, é demonstrativo da heterogeneidade acima referida. Com efeito, verifica-se a importância do setor primário para a sobrevivência de regiões marcadamente rurais, como Arronches, Fronteira e Alter do Chão, embora não sejam os concelhos onde esta atividade é mais

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ex-pressiva em termos de volume de negócios. É ainda bastante expressivo o setor do turismo em Marvão, vila medieval muralhada em plena Serra de S. Mamede e com um vasto património alusivo a um vasto contributo para a história, desde a época dos romanos.

Fonte: PORDATA

O comércio por grosso e a retalho é a atividade que mais contribui para a geração de riqueza em vários concelhos desta região do Alto Alentejo, nomeadamente em Monforte, Castelo de Vide e Campo Maior, ao invés dos concelhos de natureza mais rural acima mencionados, cuja importância é residual.

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Já no que respeita às indústrias transformadoras, destaca-se a sua importância em concelhos como Portalegre e Ponte de Sor (com expressão no setor da aeronáutica), sendo ainda de realçar o contri-buto desta atividade para a riqueza gerada em Alter do Chão e Avis, com indústrias ligadas ao setor agroalimentar.

Genericamente, o Alto Alentejo é a sub-região que menos contribui para o VAB da NUTS II Alentejo, com pouco mais de 12%, segundo dados de 2018, o que demonstra a enorme fragilidade do tecido em-presarial no contexto regional, não obstante o elevado potencial de desenvolvimento nomeadamente em atividades suportadas nos seus recursos endógenos. Importa salientar que Campo Maior contribui significativamente para o VAB desta sub-região (26,6%), seguido de Portalegre (19,2%), Elvas e Ponte de Sor (ambas com 15,5%).

2.3. O CAMINHO PARA UMA ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE

As NUTS II do Centro e do Alentejo, onde se inserem as sub-regiões objeto de intervenção do Get in

Business, orientam-se segundo uma estratégia regional perfeitamente definida pelos seus principais

atores, em resposta a um compromisso alargado de construção de regiões mais competitivas e ino-vadoras em linha com os desígnios da Europa 2020, promovendo um crescimento inteligente (através da promoção de uma economia baseada no conhecimento e na inovação), sustentável (através da promoção de uma economia competitiva, de baixo carbono e mais eficiente em termos de utilização de recursos) e inclusivo (através de melhores taxas de emprego, aumento das qualificações e combate à pobreza) e que assegure a coesão social e territorial.

A definição desta trajetória passou por identificar um conjunto de domínios que revelam uma diferen-ciação positiva, baseada na capacidade produtiva instalada e no potencial de conhecimento científico e tecnológico, capaz de gerar um desenvolvimento competitivo destas regiões de forma consolidada. Este exercício, multidimensional e colaborativo, resultou na construção das Estratégias Regionais de Espe-cialização Inteligente (EREI), cujo objetivo é a promoção de uma espeEspe-cialização regional que identifique vantagens competitivas e comparativas e permita dotar a região de capacidades e de oportunidades de desenvolvimento para uma rápida modernização e internacionalização das atividades económicas e dos mercados associados, bem como dos benefícios societais que importa valorizar.

Em ambas as regiões, a EREI procura potenciar o capital existente, tirando partido dos seus múltiplos recursos endógenos, das infraestruturas existentes, dos territórios e dos agentes regionais, potencian-do a capacidade de criação de conhecimento, assente em recursos humanos qualificapotencian-dos (pela atração e retenção), reforçando a intensidade tecnológica na produção de bens e serviços e, ainda, aproximan-do o sistema científico das atividades económicas, sociais e criativas.

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Ao longo dos últimos anos, tem havido uma aposta clara na criação de ambientes favoráveis à ino-vação, através do apoio a investimentos materiais e imateriais de reforço da capacidade instalada e emergente ao nível dos ecossistemas regionais, na procura de respostas qualificadas e que permitam o surgimento de atividades inovadoras e de maior valor acrescentado, como forma de alavancar a competitividade territorial. Fazendo uma análise cruzada às duas regiões (Beira Baixa e Alto Alentejo), é possível identificar prioridades temáticas comuns, passíveis de gerar uma atuação conjunta destes dois territórios adjacentes, no apoio ao desenvolvimento de novos negócios e ao empreendedorismo qualificado e inovador, como forma de alavancar atividades emergentes e de maior valor acrescentado em torno desses mesmos domínios. São eles Agricultura/Alimentação, Floresta e Turismo, que co-mungam das mesmas características distintivas, vantagens competitivas e oportunidades, conforme detalhado de seguida:

Agricultura / Agroalimentar

Características distintivas

• Condições edafoclimáticas que propiciam excelentes produções agrícolas e pecuárias

• Existência de produtos de denominação de origem protegida

• Presença de instituições importantes e reconhecidas internacionalmente em termos de I&DT

• Existência de um grupo dinâmico de empresas e de organizações de produtores

Vantagens competitivas

• Experiência na criação de fileiras produtivas diferenciadoras e de sucesso, como a atividade pecuária, o vinho, o azeite

• A atividade agrícola e agroalimentar contribui para a coesão social e terriorial, en-quanto geradora de emprego e fixação de quadros nos territórios de menor densidade

• Existência de áreas significativas com grande potencial para a exploração agrícola e silvopastorícia

• Existência de vários produtos de reconhecida qualidade (arroz, enchidos, carnes fres-cas e queijos) associados aos recursos endógenos que detêm uma grande criatividade, herança cultural e capacidade de inovação em alguns domínios

Oportunidades

• Aumento da qualidade e valor acrescentado dos produtos agro-alimentares

• Existência e abertura para acolher novos atores, alguns dos quais virados para práti-cas “amigas do ambiente”

• (Re)ganhar de produções de qualidade para o “mercado da saudade” (comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo) e para exportação

• Desenvolvimento do setor do turismo nas suas diferentes vertentes (gastronómico, enológico, rural, etc.) afirmando estas sub-regiões como regiões de excelência susten-tada na diversidade e qualidade dos seus recursos

• Recurso à investigação e tecnologia para redução da sazonalidade de algumas produ-ções.

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Floresta

Características distintivas

• Condições edafoclimáticas favoráveis à exploração florestal competitiva em diferen-tes espécies, nomeadamente sobreiro no Alentejo, pinheiro bravo e eucalipto na Beira Baixa

• Ampla expressão territorial, sendo determinante para assegurar uma sustentabilidade estratégica, ao nível económico e ambiental, contribuindo ainda para a coesão territo-rial

• Insere-se em cadeias de valor relevantes no contexto da economia nacional

Vantagens competitivas

• Existência de áreas florestais significativas com grande potencial de exploração, as-sim como para o desenvolvimento de atividades cinegéticas, de recreio e lazer

• Liderança do Alentejo na produção de cortiça, com potencial para incrementar as ativi-dades ligadas a este produto

• As empresas da indústria transformadora de madeira, pasta e papel da região da Bei-ra Baixa apresentam igualmente fatores distintivos

• Existe alguma capacitação técnica, organizacional e de investigação e inovação na rede de agentes locais, que defende um papel de liderança para uma maior especiali-zação, determinante para o futuro desta atividade

Oportunidades

• Reforço da integridade e da multifuncionalidade da paisagem

• Perspetivas de ampliação de novos modelos de gestão de espaços florestais, poten-ciando a multiplicidade dos recursos e da sua utilização eficiente, numa vertente de sustentabilidade

• Desenvolvimento do setor do turismo nas suas diferentes vertentes (gastronómico, enológico, rural, etc.) afirmando estas sub-regiões como regiões de excelência susten-tada na diversidade e qualidade dos seus recursos

Fonte: EREI do Centro e Alentejo

Turismo

Características distintivas

• Vasto e rico património histórico-cultural (arquitetónico, arqueológico) em razoável estado de conservação. Elvas é classificado Património Mundial da UNESCO

• Património natural e paisagístico expresso na qualidade e diversidade de recursos na-turais, sobretudo na Beira Baixa, com zona de montanha, de planície e pinhal, propor-cionando uma oferta variada e de qualidade

• Existência de competências científicas e tecnológicas, na região, com especificidade e reconhecimento internacional

Vantagens competitivas

• Existência de produtos agroalimentares endógenos (vinho, queijos, enchidos) de eleva-da qualieleva-dade e excelência

• Valores culturais e patrimoniais dotados de uma forte identidade que suportam a estruturação de uma oferta qualificada e alinhada com segmentos específicos mais sofisticados

• Variedade do portfólio de produtos turísticos sustentados nos recursos endógenos (cultura, vinhos e gastronomia, natureza, equestre, identidade, património…) adequa-dos à crescente procura

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Turismo

Oportunidades

• Crescente procura, nacional e internacional, por locais de interesse patrimonial, relacio-nados com sítios e circuitos arqueológicos, arquitetónicos, artísticos e gastronómicos

• Recuperação, reabilitação e refuncionalização das artes e ofícios tradicionais através das indústrias culturais e criativas

• Crescimento sustentado do turismo, com destaque para os novos padrões de consumo e motivações que privilegiarão destinos que ofereçam experiências diversificadas e com elevado grau de autenticidade e qualidade ambiental (património, cultura, artes, desporto, ambiente,...)

Fonte: EREI do Centro e Alentejo

Para além destes três domínios prioritários, que ressaltam da análise objetiva dos documentos oficiais que descrevem a Estratégia Regional de Especialização Inteligente de ambas as regiões, existem ou-tras atividades emergentes e relevantes do ponto de vista do potencial de captação de investimento e fixação de quadros qualificados, que poderão configurar no futuro próximo, um novo cenário de espe-cialização regional. De entre essas atividades, merece destaque o setor da aeronáutica/aeroespacial, cujo desenvolvimento se encontra presente em alguns pontos geográficos das duas regiões, nomea-damente no cluster em fase de crescimento em Ponte de Sor (com base no aeródromo municipal), na oferta de formação especializada de nível superior na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, com o curso de Engenharia Aeronáutica e na existência de uma infraestrutura tecnológica de apoio ao setor no Pólo do ISQ – Instituto Superior de Qualidade, em Castelo Branco. A consolidação de uma estraté-gia coletiva no sentido de reforçar o crescimento deste cluster antecipa o surgimento de um conjunto de empresas de base tecnológica, para as quais o ecossistema de empreendedorismo regional deverá estar preparado.

Em suma, tomando como ponto de partida os recursos existentes nestes dois territórios ao nível das in-fraestruturas e capital de conhecimento, os ecossistemas de inovação e empreendedorismo existentes deverão convergir para estes domínios prioritários, num esforço conjunto de capitalizar o potencial de crescimento competitivo que lhes está associado.

3. METODOLOGIA

Reconhecendo o papel central do empreendedorismo no fomento do crescimento económico, este pode ser facilitado com ecossistemas empreendedores bem desenvolvidos e coordenados. Assim, em termos metodológicos, adotou-se uma abordagem integrada ao ecossistema empreendedor destas regiões, interessando analisar não apenas as entidades presentes e com responsabilidades diretas no proces-so, mas também as relações que estabelecem entre si e a importância dos estímulos que os diversos atores encontram e os fatores que impelem a criação de novas empresas e contribuem para a criação de um ambiente cada vez mais favorável ao empreendedorismo.

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Neste contexto, este estudo centra-se nos fatores contextuais, a partir de uma perspetiva sistémica e interdisciplinar, adotando uma visão holística do processo empreendedor, através da sistematização e exame profundo das configurações regionais, temporais e sociais e das estruturas e processos cultu-rais, sociais, políticos e económicos associados a estas regiões, que apresentam potencial para atuar como impulsionadores do empreendedorismo.

Assim, numa primeira fase, aplica-se uma metodologia qualitativa para conceptualizar as diferentes dimensões com relevância para o empreendedorismo local, nomeadamente a capacidade das regiões captarem fundos, as diferentes iniciativas públicas, a existência de infraestruturas para apoiar as ati-vidades empresariais e sociais e a disponibilização de apoio e serviços necessários às atiati-vidades em-presariais. Este trabalho preliminar foi realizado tendo como fontes diversos estudos científicos relacio-nados com empreendedorismo, bem como uma análise a casos de sucesso nacionais e internacionais no âmbito da temática, que permitiram conhecer as melhores práticas de alguns dos melhores e mais inovadores clusters de empreendedorismo.

Foi assim possível identificar as dimensões relevantes sobre as quais, numa segunda fase, se fez uma análise exaustiva de inventariação das diferentes dimensões do ecossistema empreendedor das re-giões, em termos da existência, qualidade e potencial destes territórios, através de pesquisa documen-tal, na internet e junto das diferentes entidades das regiões (municípios, associações, entidades do sistema científico e tecnológico, etc.). Adicionalmente, foram recolhidos dados secundários relativos a cada município, disponibilizados por entidades oficiais.

Numa última fase procedeu-se à redação de conclusões e recomendações, para as quais se contou com o painel de especialistas responsáveis por este estudo e com os valiosos contributos dos parceiros do projeto Get in Business.

Definição do modelo de caracte-rização e análise do ecossistema

das regiões – reflexão sobre as variáveis críticas

Inventariação das diferentes dimensões do ecossistema em-preendedor da Beira Baixa e Alto

Alentejo

Conclusões e recomendações

• Análise científica relacionada com ecossistemas empreen-dedores

• Estudo de ecossistemas de su-cesso no contexto nacional e internacional – benchmarking

• Focus group equipa de projeto

• Desk research

• Contactos com as entidades regionais

• Sistematização

• Focus group equipa de projeto e parceiros do projeto Get in Business

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PARTE II – ECOSSISTEMAS DE

APOIO AO EMPREENDEDORISMO

1. O QUE É E COMO FUNCIONA UM ECOSSISTEMA

EMPREENDEDOR?

Nas últimas décadas têm vindo a ser repensadas as estratégias de desenvolvimento territorial aplica-das às regiões do interior, registando-se alterações importantes tanto na morfologia destes territórios, como também na respetiva (re)valorização e dinamização. Neste contexto, o empreendedorismo é con-siderado uma estratégia vital para o desenvolvimento das regiões, procurando-se através da promoção do espírito empresarial sustentar o rejuvenescimento do tecido empresarial, promover a inovação, a competitividade e a internacionalização, com vista a assegurar mais emprego e coesão social.

Assim, é importante perceber quais os mecanismos que podem contribuir para a aceleração do pro-cesso de dinamização territorial através do empreendedorismo, o que remete necessariamente para uma abordagem ao ecossistema, ou seja, perceber como os contextos podem afetar positivamente o empreendedorismo. Com efeito, se durante muito tempo o empreendedorismo era sobretudo explicado pela personalidade e características do empreendedor, reconhece-se agora o papel das forças sociais, culturais e económicas no processo.

Tendo por base esta ideia, este estudo aborda os componentes que constituem os ecossistemas em-preendedores, as relações entre eles e como podem influenciar a criação de novas empresas e, ainda, como diferentes configurações dessas componentes produzem resultados com especificidades e ca-racterísticas próprias. Entende-se por ecossistema de apoio ao empreendedorismo o ambiente que

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favorece a criação e o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras de alto potencial, carac-terizado por uma elevada mobilidade e interação de recursos, incluindo pessoas, capital e infor-mação. Os ecossistemas representam a presença de múltiplos atributos, entidades, instituições e configurações regionais e sociais que estimulam a atividade empreendedora e fornecem recursos críticos, em primeiro lugar para suscitar novas ideias empreendedoras e, depois, para os empreen-dedores poderem crescer e evoluir. Assim sendo, o principal objetivo de um ecossistema de apoio ao

empreendedorismo é potenciar o desenvolvimento de novos negócios, desde a conceção da ideia até à sua concretização num negócio sustentável, e o seu nível de sucesso depende das características económicas, sociais e culturais do território e da capacidade de atuação e cooperação dos agentes e entidades que integram o ecossistema.

Neste sentido, um ecossistema de apoio ao empreendedorismo deve integrar um conjunto de

entida-des e organizações especializadas num conjunto de serviços, capazes de responder às necessida-des no decorrer do ciclo empreendedor - necessida-desde a identificação e avaliação da ideia de negócio até ao acompanhamento a empresas em processo de maturação - participando, de acordo com a sua

vocação, competência e missão.

2. ECOSSISTEMAS EMPREENDEDORES EM PORTUGAL –

CASOS DE SUCESSO

As regiões da Beira Baixa e do Alto Alentejo precisam de novas abordagens e de estar alinhadas com o que de mais moderno se está a fazer noutras regiões de Portugal, em termos de estímulo ao em-preendedorismo. Este estudo de levantamento e caracterização do ecossistema de apoio ao desenvol-vimento de novas empresas visa a melhoria da envolvente contextual favorável à inovação e à criação e crescimento de novas empresas, considerando-se, por isso, pertinente analisar e conhecer algumas das melhores práticas neste domínio.

LISBOA – “CAPITAL” EUROPEIA DO EMPREENDEDORISMO

Lisboa apostou estrategicamente no desenvolvimento de um ecossistema empreendedor nos últimos anos, através de um conjunto de ações levadas a cabo por decisores políticos e decisores no espaço ur-bano, bem como por uma política de mapeamento e interligação de atores e entidades com o propósito comum de promover o empreendedorismo em Lisboa. Lisboa oferece, atualmente, infraestruturas (tais como as incubadoras de empresas, aceleradoras, centros de pesquisa, Universidades, FabLabs, espa-ços de coworking, business angels e investidores de capital de risco, etc.) e um ambiente de negócios marcado por tendências internacionais, pela criatividade e pela disponibilidade de recursos humanos qualificados, aliada a indicadores de qualidade de vida que tornam a cidade atrativa e agradável em

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termos de localização de residência. Esta estratégia pretendeu transformar Lisboa numa cidade inova-dora, aumentando o número de novas empresas e de empreendedores estrangeiros, oferecendo para esse efeito infraestruturas de suporte, menores taxas de licenciamento, aumentando o I&D e facilitando a ligação das startups com as universidades e institutos de investigação.

Em 2015 Lisboa recebeu o selo de Cidade Empreendedora Europeia, um prémio que distingue as me-lhores estratégias regionais para a promoção do empreendedorismo e da inovação junto das pequenas e médias empresas, vendo reconhecidos os esforços realizados pela capital portuguesa para conquis-tar uma posição no Atlântico como polo de negócios e cidade de ‘sconquis-tartups’.

Atualmente, Lisboa é reconhecida internacionalmente como um destino privilegiado para os empresá-rios e foi apontada pela revista Entrepreneur como uma das melhores cidades do mundo para o em-preendedorismo.

Fatores críticos de sucesso do ecos-sistema empreendedor em Lisboa

• 51 incubadoras e aceleradoras

48 espaços de coworking

• 7 Fablabs

• + 7200 empresas criadas (2018)

• + 740 empresas criadas na área tecnológica (2018)

• 475 startups em incubadoras (2016)

PORTO - EMPREENDEDORISMO CULTURAL E CRIATIVO

Como uma das principais áreas urbanas do sul da Europa, o Porto destaca-se como uma cidade com forte potencial para se tornar uma referência nacional e internacional nos domínios da inovação e em-preendedorismo. Foi neste contexto que, desde 2015, tem vindo a ser concretizada a “Estratégia Sca-leUp Porto”, que pretende ser um instrumento para a promoção do potencial das cidades enquan-to catalisadoras do crescimenenquan-to das empresas, impulsionando projeenquan-tos inovadores para uma escala mundial, permitindo ao Porto afirmar-se como um laboratório vivo, no qual todos são convidados a ser parte ativa na criação de ecossistemas sustentáveis de empreendedorismo e inovação. Com o mes-mo objetivo, há também que considerar a iniciativa Porto Innovation Hub (PIH), lançada em 2016 pelo Município do Porto, e que é mais uma plataforma para o fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo da cidade.

Com efeito, a necessidade de encontrar novos setores de atividade, mais inovadores e com maior ca-pacidade de servir de interface entre o meio académico e científico e o meio empresarial, coadjuvada com a existência de uma rede de universidades e estabelecimentos de ensino politécnico, que criam uma população com apetência para serem dinamizadores de indústrias da criatividade, motivaram o propósito de requalificação, de revitalização e até de regeneração urbana nas cidades da região Norte, designadamente no Porto, através do reforço do sistema de suporte ao empreendedorismo qualificado

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e criativo. Este propósito implicou uma nova abordagem à promoção da criatividade nas agendas edu-cativas e a criação de um ambiente favorável à promoção de uma cultura capaz de assumir a economia criativa como fator de inovação, competitividade e coesão social.

Atualmente, a cidade do Porto destaca-se no panorama nacional e internacional como uma cidade de inovação e criatividade (em 2018 a cidade foi considerada o terceiro ecossistema tecnológico com maior crescimento europeu), reforçando cada vez mais a massa crítica do capital criativo da região, em torno de três eixos estratégicos: capacidade e empreendedorismo criativo, crescimento dos negócios criativos e atratividade dos lugares criativos, sendo um ecossistema particularmente profícuo que, entre empresas, municípios, agentes da política cultural, entidades do Sistema Científico e Tecnológico, entre outros, são capazes de estimular os laços de cooperação e parceria e, assim, o desenvolvimento articu-lado de novos projetos empresariais.

Fatores críticos de sucesso do ecos-sistema empreendedor no Porto

• 69 Centros de I&D

• 20 Incubadoras e Aceleradoras

• 2 Incubadoras de indústrias criativas e culturais: INSerralves e UPTEC/PINC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto/ Pólo de Indústrias Criativas)

33 Espaços de coworking

• 38 Associações empresariais

• 8 Centros de transferência de tecnologia e conhecimento

+ de 390 startups e scaleups

BRAGA - EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICA

O apoio ao empreendedorismo e ao investimento é um eixo fundamental da visão para a região de Braga, que tem unido diversos atores na construção de um ecossistema de apoio ao investimento e ao empreendedorismo, com destaque para o empreendedorismo de base tecnológica.

A Startup Braga é um hub de inovação desenhado para apoiar a criação e o desenvolvimento de pro-jetos com elevado potencial empreendedor nos mercados internacionais. Em parceria com a Microsoft disponibiliza programas de aceleração para startups com ambições globais.

De modo a apoiar os projetos de empreendedorismo, com uma forte componente de inovação e tecno-logia, a StartupBraga dispõe de programas específicos que oferecem apoio aos empreendedores, nas diferentes fases do ciclo de vida das startups e nas mais variadas áreas da inovação e tecnologia.

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Fatores críticos de sucesso do ecos-sistema empreendedor em Braga

• Universidade do Minho (40 spin-offs, + de 200 pedidos de registo de patentes desde 2010)

• Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL)

11 scaleups, + de 110 startups, + de 360 empreendedores

• 7 parceiros no ecossistema (Microsoft, NOS, Bright Pixel, INL, Uni-versidade do Minho, Centro Clínico Académico, CENTI)

• Rede de parceiros (Município de Braga, AICEP, IAPMEI, IEFP, Uni-versidade do Minho, Associação Comercial de Braga, INL)

ÓBIDOS - CRIATIVA E TECNOLÓGICA

Óbidos escolheu a criatividade como eixo da sua estratégia de desenvolvimento e através deste posi-cionamento global, tem procurado apostar nas pessoas, no seu talento e nas suas capacidades em-preendedoras, sendo as indústrias criativas um meio privilegiado para a concretização desta aposta. Áreas como a cultura, a comunicação, a informática, a arquitetura, o design e a gastronomia integram uma componente criativa preponderante, geradora de valor. Neste ecossistema empreendedor, a incu-badora do Parque Tecnológico de Óbidos oferece condições privilegiadas para a instalação e acompa-nhamento de pequenas empresas, nestas áreas, promovendo a sua inovação, crescimento e compe-titividade. Através de uma interligação dinâmica entre empresas, mercado, atividade académica e de investigação, Óbidos oferece um ecossistema de inovação favorável ao desenvolvimento de projetos de base criativa, tecnológica e digital, quer estejam numa fase embrionária, nascente, ou numa fase avançada de maturação.

Fatores críticos de sucesso do ecos-sistema empreendedor em Óbidos

• Parque Tecnológico de Óbidos

Espaço Ó (coworking)

• + de 50 projetos apoiados através do projeto piloto Colab

CASCAIS - DESENVOLVIMENTO DE NOVAS ATITUDES

Em Cascais o ecossistema de apoio ao empreendedorismo teve na sua base a existência de estruturas habilitadas à promoção do espírito empresarial e apoio à dinâmica. Como ponto de partida à constru-ção deste ecossistema esteve o projeto “Desenvolvimento de Novas Atitudes” (DNA – Cascais), que significou a criação de uma agência e o desenvolvimento de projetos de apoio ao empreendedorismo local (bem como de outras entidades/organismos), que atuam articuladamente na criação e desen-volvimento de uma atitude positiva face ao empreendedorismo e à cultura empreendedora. A aposta no talento, na criatividade, numa dinâmica geradora de empresas inovadoras, com educação para o empreendedorismo, valorização, apoio e suporte aos empreendedores, incrementou a atividade econó-mica inovadora e, em simultâneo, respondeu a questões de inclusão social e desemprego.

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Fatores críticos de sucesso do ecos-sistema empreendedor de Cascais

• DNA Cascais – Ecossistema Empreendedor

• 1500 ideias de projetos

• + de 165 empresas apoiadas

• Rede de parceiros consistente (Microsoft, IAPMEI, CM Cascais, Artsoft, Founder Institute, Portugal Ventures, entre muitas outras entidades)

COIMBRA – INCUBADORA DE REFERÊNCIA NUMA CIDADE HISTÓRICA

O sentimento de comunidade e as relações de proximidade conferem à cidade de Coimbra um am-biente propício para o desenvolvimento do espírito empreendedor. O tecido empresarial aliado ao co-nhecimento proveniente dos diversos institutos de ensino de Coimbra permitem a promoção de uma verdadeira cultura de inovação, qualidade e empreendedorismo. Esta cidade tem vindo a desenvolver, ao longo dos anos, um ambiente repleto de iniciativas direcionadas a jovens e empresários, com contri-butos de e para o estímulo à incubação e aceleração de empresas. Com cerca de 150 unidades de I&D, Coimbra apresenta um ecossistema de empreendedorismo já bastante consistente, no qual existe uma clara ligação entre a investigação e o tecido económico, sendo já considerado um dos maiores hubs de Portugal.

É possível destacar, neste contexto, o Instituto Pedro Nunes (IPN) e o Coimbra Inovação Parque (i-Par-que), duas estruturas muito relevantes para a consolidação da estratégia de empreendedorismo e ino-vação que a cidade pretende levar a cabo, com o objetivo de se tornar cada vez mais moderna e desen-volvida, capaz de internacionalizar a economia local, regional e até nacional. O IPN é uma instituição que “visa promover a inovação e a transferência de tecnologia” e, entre muitas outras iniciativas, criou uma incubadora histórica, em 2002, que constitui um exemplo de referência, uma vez que serviu de “ninho” a empresas que atualmente dão cartas dentro e fora de portas (como é o caso da Feedzai). Já apoiou mais de 330 empresas, com uma taxa de sobrevivência de cerca de 75%, garantindo 2600 postos de trabalho altamente qualificados e gera um volume de negócios anual de cerca de 190M€. É também possível recordar a organização de eventos ligados ao empreendedorismo em Coimbra, tais como o “Explorer Day 2019” (o maior evento de empreendedorismo universitário de Península Ibéri-ca) ou a Conferência “Região de Coimbra, Empreendedorismo e Sustentabilidade”. Importa também salientar a criação do “INOPOL – Academia de Empreendedorismo”, um espaço inovador de apoio ao espírito empreendedor, desenvolvido pelo Politécnico de Coimbra. Estes são apenas alguns exemplos que comprovam a relevância e forte aposta nesta temática. Para além disso, a centralidade geográfica, o grande número de jovens recém-graduados, a existência de empresas âncora e de todo um conjunto de instituições de relevo fazem com que Coimbra apresente, então, características e condições únicas que permitem que esta cidade de média dimensão se possa afirmar, de forma cada vez mais convicta, como uma das mais inovadoras e com maior espírito empreendedor.

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Fatores críticos de sucesso do ecos-sistema empreendedor de Coimbra

• Universidade de Coimbra

• Instituto Pedro Nunes (+ de 330 empresas, + de 2600 postos de trabalho)

• Coimbra iParque

• Localização geográfica privilegiada

• Empresas-âncora existentes no município

3. ECOSSISTEMAS EMPREENDEDORES NO MUNDO –

CASOS DE SUCESSO

Para além dos casos de sucesso nacionais, apresenta-se neste tópico um TOP 10 mundial de exemplos de cidades/regiões que constituem referências em termos de empreendedorismo, ecossistemas em-preendedores e comunidades empreendedoras, representando verdadeiras inspirações. Os exemplos encontram-se ordenados alfabeticamente, não se pretendendo, neste contexto, apresentar um ranking, mas sim exemplos de sucesso e boas práticas.

AMESTERDÃO, PAÍSES BAIXOS

Amesterdão é uma cidade que se encontra muito recetiva à inovação e constitui o local ideal para testar novos conceitos. É já considerada um dos mais importantes ecossistemas de inovação e empreende-dorismo do mundo e tem vindo a atrair cada vez mais jovens empreendedores. O sucesso da cidade deve-se, em grande parte, a uma aliciante perspetiva fiscal (uma branda regulamentação tributária), tornando-se um local bastante atrativo e com condições únicas e flexíveis para pequenas empresas e freelancers. Existe ainda um forte envolvimento público, mas também fortes incentivos por parte do setor privado e de aceleradoras, com vista a aumentar o apoio a novas empresas. Assim, Amesterdão é considerada uma das melhores cidades para trabalhar.

Casos de sucesso: Grandes empresas como a Philips e a ING têm as suas sedes em Amesterdão. Por

outro lado, muitas outras empresas possuem escritórios nesta cidade, como é o caso da Uber e da Tri-padvisor.

BANGALORE, ÍNDIA

Conhecida atualmente como a capital da tecnologia da Índia, Bangalore já foi considerada o “backoffi-ce” do mundo e constitui, atualmente, uma cidade com um enorme potencial para a geração de novas ideias. É um caso de sucesso cada vez mais citado uma vez que é uma cidade cheia de talento, tendo começado por utilizá-lo para empresas estrangeiras e, posteriormente, evoluindo para um verdadeiro ecossistema de startups. As iniciativas do próprio governo também permitiram que tal acontecesse: os preços são muito acessíveis e as dinâmicas da cidade crescem a um ritmo espantoso. Considerado um

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dos maiores ecossistemas de startups do mundo (mais de 400 multinacionais e grandes empresas de tecnologia), tem vindo a atrair cada vez mais investimento.

Casos de sucesso: Bangalore é a sede de duas empresas mundialmente famosas, a Infosys e a Wipro,

duas organizações ligadas a serviços digitais e tecnologias de informação.

BERLIM, ALEMANHA

Caracterizada pela diversidade e inclusão, a cidade de Berlim criou um ecossistema maduro para aco-lher startups e é mesmo considerada um paraíso para estas empresas. Esta cidade oferece condições únicas para o empreendedorismo, desde apoio financeiro e coaching, até à disponibilização de espaços de coworking e de contactos com grandes empresas. Este hub assume uma relevância ímpar e atrai cada vez mais talento de todo o mundo. Estima-se que as startups da capital alemã representem cer-ca de 40 mil postos de trabalho, numa enorme comunidade: mais de meia centena de aceleradoras e incubadoras, mais de cem espaços de cowork e mais de quinhentas startups criadas por ano, números que comprovam a importância da geração de negócios com enorme potencial nesta cidade. O conhe-cimento, a tecnologia, a sustentabilidade e o capital constituem os pilares desta cidade enquanto ecos-sistema empreendedor.

Casos de sucesso: Berlim é a sede de um alargado leque de empresas mundialmente conceituadas,

como é o caso da Axel Springer SE, da Soundcloud e da ResearchGate.

LONDRES, REINO UNIDO

A aposta no empreendedorismo e no desenvolvimento de novos negócios em Londres é cada vez mais expressiva e esta cidade é considerada, por muitos, a capital tecnológica da Europa. Exemplo disso é a Tech City UK, uma incubadora criada pelo governo para apoiar negócios ligados à área digital. A aliar aos recursos tecnológicos existentes, Londres caracteriza-se ainda por uma forte cultura empreende-dora e por enormes níveis de criatividade. Em 2018, Londres era a detentora de 37% das empresas unicórnio da Europa. Por outro lado, a relação próxima com países como os Estados Unidos da América constitui uma porta aberta para um sem número de oportunidades ao nível da geração e atração de negócios. A “Fortune Global 500”, uma lista publicada anualmente pela revista Fortune que compila e classifica as 500 maiores empresas de todo o mundo com base nas suas receitas, permite perceber que cerca de 75% das empresas que habitualmente constam neste ranking possui escritórios em Londres, o que demonstra a importância desta cidade no que diz respeito ao mundo dos negócios.

Casos de sucesso: São inúmeras as empresas que escolheram Londres como a cidade ideal para

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PARIS, FRANÇA

Paris dispõe de um ecossistema muito expressivo em termos de startups que tem vindo a evoluir a passos largos nos últimos anos. As startups e a inovação têm mesmo vindo a tornar-se segmentos muito importantes da cultura dos negócios da capital francesa. É possível destacar o número de ne-gócios B2B, a atividade das aceleradoras da cidade e ainda o trabalho prestado pelas instituições públicas para apoiar os empreendedores. Os interessados em constituir os seus negócios em Paris têm à sua disposição diversas hipóteses de financiamento, muitas incubadoras, aceleradoras e espaços de coworking. Foi ainda criado o French Tech Visa, um programa que pretende atrair empreendedores, investidores e outros players relevantes de todo o mundo. O ambiente vibrante da capital francesa é o palco de inúmeras startups reconhecidas internacionalmente, o que tem contribuído para uma verda-deira “explosão” no empreendedorismo da cidade, que conta com mais de 7 mil startups.

Casos de sucesso: A capital francesa é a sede de inúmeras multinacionais, como por exemplo o Grupo

PSA, o BNP Paribas, a Orange e a companhia AXA.

SILICON VALLEY, ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Silicon Valley é uma região mundialmente conhecida como um hub de inovação, que engloba as cida-des de São Francisco, São José e Oakland, e que é verdadeiramente potenciadora do cida-desenvolvimento de novos negócios. Mais de ¼ das startups unicórnio do mundo teve a sua origem em Silicon Valley. Esta região encontra-se nas primeiras posições dos rankings ao nível dos salários e do espírito em-preendedor, ainda que o custo de vida seja muito superior a outros ecossistemas em todo o mundo. Ainda assim, Silicon Valley possui um sem número de organizações e instituições capazes de criar um ambiente de negócios sem igual, altamente propício à criação de startups, de modelos de negócio bem-sucedidos e à vanguarda no que diz respeito às questões de tecnologia. As características-chave que conferem um enorme sucesso ao ecossistema empreendedor de Silicon Valley prendem-se com os elevados níveis de retorno financeiro; com a existência de mão-de-obra altamente qualificada; com a oferta de qualidade ao nível das infraestruturas; com a forte ligação a diversas instituições de ensino (como é o caso da Universidade de Stanford); com a existência de clusters de recursos humanos capa-zes de dar resposta a todas as necessidades; e ainda com o próprio papel do governo.

Casos de sucesso: Considerada a “Meca” do empreendedorismo, foi aqui que nasceram empresas

como a HP (um dos grandes pilares do progresso tecnológico da região), a Apple, a Google, o Facebook, entre muitas outras.

SINGAPURA, SINGAPURA

Esta cidade-estado é hoje em dia um dos principais centros financeiros do mundo e é já considerada uma das mais importantes do mundo ao nível da geração de talento. Este local possui, logo à partida,

Referências

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