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PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO AMAZONAS

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Academic year: 2021

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Centro de Desenvolvimento e Panejamento Regional – CEDEPLAR / UFMG

AVALIAÇÃO FINAL DA DISCIPLINA APLICAÇÃO DAS ANÁLISES DEMOGRÁFICAS

PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO AMAZONAS

1990-2020

ALUNO:

Jerônimo Oliveira Muniz

PROFS.:

Laura R. Wong

José Alberto M. de Carvalho

Diana T. O. Sawyer

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PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO AMAZONAS – 1990-2020

INTRODUÇÃO

As projeções demográficas são fundamentais para a definição de políticas e para o planejamento econômico e social, na medida em que o tamanho e a estrutura da população têm papel importante na determinação da mão-de-obra, na definição do mercado consumidor de bens e serviços (como saúde e educação, por exemplo), na determinação do do orçamento destinado à investimentos públicos, etc.

O tamanho e as estruturas etárias de populações futuras são determinadas pela estrutura etária presente e pelas tendências futuras dos três componentes demográficos básicos: fecundidade, mortalidade e migração. Apesar de serem apenas três os fatores considerados para se determinar o tamanho das populações futuras, a tarefa de projetar cada um dos componentes não é das mais fáceis. A elaboração de uma projeção populacional implica necessariamente na análise profunda das variáveis componentes da dinâmica demográfica que, por sua vez, são condicionadas pelas relações sociais associadas com uma série de incertezas futuras. Nenhuma projeção é definitiva, pois ela é baseada em pressupostos que poderão ou não se concretizar. Portanto, é importante que se adote mecanismos de ajuste sempre que elementos novos se manifestarem, fazendo com que as variações das tendências atuais dos componentes demográficos sejam alteradas.

Este trabalho está organizado da seguinte forma: a seção 1 tece algumas considerações metodológicas a respeito o método utilizado para se projetar a população do Amazonas. A seção 2 discorre sobre a tendência da fecundidade no Amazonas e elabora as hipóteses de queda da fecundidade futura. A seção 3 analisa alguns dos aspectos relacionados com a mortalidade neste Estado e explica os pressupostos adotados para se projetar a mortalidade futura. A seção 4 leva em conta os fluxos migratórios do Amazonas e explica as hipóteses adotadas neste componente para se incorporar tais fluxos na projeção. A seção 5 apresenta comentários sobre a projeção e analisa alguns dos resultados obtidos e, por fim, a seção 6 conclui o trabalho avaliando as principais mudanças futuras que virão a ocorrer no Amazonas, e algumas das oportunidades que surgirão para a ampliação dos investimentos públicos.

1. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS

O objetivo deste trabalho é projetar, com base no Censo Demográfico de 1991 (IBGE), a população do Estado do Amazonas para os períodos qüinqüenais, entre os anos de 1990 a 2020.

Para se realizar tal projeção optou-se pela utilização do Método dos Componentes, que tem por base o comportamento das variáveis componentes do crescimento demográfico (fecundidade, mortalidade e migração) para projetar a população no futuro. Através deste método é possível obter-se a participação de cada um dos componentes no crescimento da população.

A aplicação do Método dos Componentes impõe a seguinte condição: uma população inicial (ou população base) desagregada por grupos de idade e por sexo, além de indicadores atualizados e confiáveis das funções de fecundidade, mortalidade e migração. Da confiabilidade destes indicadores dependerá a qualidade da projeção.

No caso do Amazonas, a maioria das informações utilizadas foram extraídas ou elaboradas a partir dos Censos Demográficos de 1970, 1980 e 1991 produzidos pelo IBGE.

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Mais especificamente, as informações sobre fecundidade foram elaboradas utilizando-se métodos indiretos (P2/F2), as probabilidades de morte e as esperanças de vida, assim como as taxas líquidas de migração, são as mesmas utilizadas pelo PRONEX/ Cedeplar (uso restrito)1.

Uma vez disponível a população que se deseja projetar, ou seja, a população base, ajustada para o meio do período (em geral, 1° de julho) e desagregada por grupos de idade e por sexo, parte-se para a construção de hipóteses de comportamento dos componentes demográficos para o período objeto da projeção.

2. PROJEÇÃO E PERSPECTIVAS DE FECUNDIDADE

A variável Fecundidade é composta de indicadores de dois tipos: os que medem o nível da fecundidade (observado através da TFT) e os que permitem visualizar sua estrutura (medida pelas TEFs por idade). Sendo assim, a projeção da fecundidade envolve basicamente duas etapas: a estimativa do nível da fecundidade e a obtenção da estrutura correspondente ao nível estimado.

Para estimar o nível da fecundidade, tomou-se como marco de referência a Teoria da Transição Demográfica, cujo pressuposto é que, a partir do momento em que a fecundidade começa a cair, esta queda ocorre indefinidamente até atingir um nível próximo ou menor que o de reposição (TFT = 2,105), fazendo com que a população, em algum momento, se torne estável e com crescimento nulo (estacionária). Tal pressuposto é útil para apontar a direção da tendência, mas não oferece elementos para determinar a trajetória concreta até o equilíbrio final, e nem os anos necessários para se atingir tal equilíbrio, no qual TLR=1 (CELADE, 1984).

Inicialmente foram escolhidos dois pontos de referência conhecidos, representados pelos Censos de 1980 e 1991, para os quais foram calculadas as Taxas Específicas de Fecundidade (TEF), a partir das seguintes informações:

- n° de mulheres de 15-49 anos por grupos qüinqüenais de idade - n° de filhos tidos nascidos vivos

- n° de filhos tidos nascidos vivos nos últimos 12 meses, todos por grupos de idade das mulheres.

As TEFs foram corrigidas pela Técnica Indireta da Razão P/F, pelo grupo etário de 20-24 anos (P2/F2), considerado o mais indicado para minimizar o erro de declaração dos nascidos vivos nos últimos 12 meses.

Em seguida, foram definidos os limites ou assíntotas para, em conjunto com as Taxas de Fecundidade Total (TFT) calculadas para os dois pontos observados (1980 e 1991), traçar a trajetória de queda da fecundidade através da curva logística. Adotou-se como limite superior a TFT do Amazonas de 1970 (8,5) e, como limite inferior utilizou-se como referência a taxa mínima de reposição esperada para o Amazonas no futuro (2,1). Tomando esta taxa como a hipótese média, formularam-se mais duas hipóteses: uma em que a fecundidade esperada no final do período projetado seria superior a ela (2,8) e outra em que seria inferior (1,4).

Admitiu-se também que, dada a tendência observada no passado e aceitando que ela continuará no futuro, a fecundidade no Estado do Amazonas atingirá em 2023 a média de

1

Espera-se portanto que o problemas de sub-registro de óbitos tenha sido corrigido através de técnicas indiretas.

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2,9 filhos por mulher, pela hipótese máxima; 2,2 na hipótese média e no caso da hipótese mínima, 1,5 filhos por mulher.

Com estes pontos definidos, ajustou-se a Curva Logística, obtendo assim as TFT estimadas para todos os quinquênios do período (1991 a 2023) e para cada uma das hipóteses.

Conhecido o nível da fecundidade, partiu-se para definição da sua estrutura, esta, dada pelas TEF para todos os quinquênios e para cada uma das hipóteses, a partir das TFT estimadas.

2.1- Estimativa da Estrutura da Fecundidade

Uma vez projetado o nível da TFT, foram calculados os padrões de fecundidade futura, ou seja, as Taxas Específicas de Fecundidade por faixas etárias das mulheres entre 15 e 49 anos. Para tanto, estabeleceu-se o pressuposto de que a estrutura da fecundidade do Amazonas atingiria em 2023 a mesma estrutura observada neste Estado em 1991. Ao se tomar a estrutura do Amazonas em 1991 como padrão admite-se que a distribuição da fecundidade por grupos etários das mulheres residentes no Estado em 2023 seguirá as mesmas proporções da fecundidade da média das mulheres amazonenses observadas em 1991.

Dispondo-se dos níveis e da estrutura da fecundidade em cada qüinqüênio da projeção, tornou-se possível estimar os nascimentos futuros, ou seja, as novas coortes, que serão agregadas à população em cada período projetado.

2.2 - Comportamento da Fecundidade no Amazonas

No Amazonas, assim como no Brasil de modo geral, a fecundidade que por muito tempo se caracterizou pela sua estabilidade em níveis elevados, vem experimentando um declínio acentuado, principalmente a partir da década de 70, tendo registrado em 1980 a média de 6,73 filhos por mulher. Esta tendência se manteve no período seguinte (80/91), cuja TFT de 4,51 representa uma variação de -33% em 11 anos. (Quadro 01).

Quadro 01 - TAXAS DE FECUNDIDADE TOTAL, BRASIL, REGIÃO NORTE E AMAZONAS- 1940/2000

Taxas de fecundidade total Grandes Regiões

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

Brasil 6,2 6,2 6,3 5,8 4,4 2,9 2,3

Norte 7,2 8,0 8,6 8,2 6,4 4,2 3,2

Amazonas 6,9 (b) 7,3 (b) 8,26 (c) 8,5 (a) 6,73 (a) 4,5 (a) Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940-2000.

(a): – Valor extraído dos cálculos realizados em exercícios passados, a partir dos Censos Demográficos de 1970, 1980 e 1991 produzidos pelo IBGE.

(b): Estes valores se referem às estimativas intercensitárias da Amazônia, 1930/1940 e 1940/1950 e foram extraídas de CARVALHO (1974).

(c): Este valor se refere à estimativas intercensitárias, 1960/1970, extraídas de CARVALHO (1978).

É de se esperar, entretanto, que embora ela continue em queda, sua velocidade tenda a diminuir até que se estabilize novamente, desta vez em níveis provavelmente abaixo ao de reposição que é de 2,105 filhos por mulher, em média. (TABELA 01 e GRÁFICO 01).

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Tabela 01- TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL, SEGUNDO AS TRÊS HIPÓTESES. AMAZONAS – 1991/ 2023

Mínima Média Máxima

1991 4,51 4,51 4,51 1993 4,08 4,17 4,28 1998 3,14 3,47 3,80 2003 2,45 2,95 3,45 2008 2,00 2,61 3,22 2013 1,74 2,40 3,06 2018 1,58 2,27 2,96 2023 1,50 2,20 2,90 ANO HIPÓTESES

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE - Censos Demográficos de 1970, 1980 e 1991

Gráfico 01- TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL, SEGUNDO AS TRÊS HIPÓTESES. AMAZONAS – 1991/ 2023 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 1991 1993 1998 2003 2008 2013 2018 2023 Ano TFT Mínima Média Máxima Fonte: Tabela 01

Várias são as causas explicativas destas mudanças, entre as quais destacam-se aquelas decorrentes do aumento da população urbana do Amazonas, e da maior adoção de métodos contraceptivos entre as mulheres.

A intensificação da urbanização que vem ocorrendo no Estado também tem contribuído para a queda da fecundidade, pois a população rural tende a assumir os padrões do local de destino que no caso é a cidade, onde a fecundidade em geral tem níveis mais baixos. Segundo MOREIRA (1996), as expressivas taxas de crescimento da população urbana refletem o fato de grande parte dos fluxos migratórios que se dirigem para a Região destinarem-se às áreas urbanas. Em 1991, o grau de urbanização do Amazonas era de 71,4%, contra 60% em 1980, enquanto que na Amazônia esta porcentagem era de 57,3%.

Os resultados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Demografia - PNDS - 1996, (BEMFAM, 1996) mostram que nada menos do 72,3% das mulheres urbanas da Amazônia, atualmente unidas, estão utilizando algum método anticoncepcional, sendo que, entre estas,

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o número de mulheres esterilizadas (51,3%) é quase 5 vezes maior do que o daquelas que fazem uso de pílulas (11,1%). Esta tão alta proporção de mulheres esterilizadas confere à região a primeira posição no rank nacional de esterilizações, quando medida pela razão entre o número de esterilizadas e de usuárias de métodos, superando inclusive a região Centro-Oeste, onde, para as 84,5% das usuárias de métodos anticonceptivos, a contribuição das esterilizadas ascende a 59,5 pontos percentuais (BEMFAM, 1996).

O elevado percentual de mulheres optando por um método anticoncepcional definitivo mostra que não tem nada de conjuntural o movimento de queda dos níveis de fecundidade na Região, uma vez que a escolha da esterilização pressupõe uma postura em relação à reprodução, distinta daquela quando os métodos são reversíveis (MOREIRA, 1996).

Estas mudanças ocorridas nos níveis da fecundidade vieram acompanhadas de alterações também na sua estrutura, num processo de concentração nas faixas entre 20 e 34 anos. As mulheres destas faixas etárias respondiam em 1980 por 66% da fecundidade total e por 64% em 1991, sempre com maior concentração no grupo de 20-24 anos, porém, mais acentuada em 1991, correspondendo respectivamente a 22% e 26% de participação na fecundidade total.

Verificou-se, também, a importância crescente do grupo de 15-19 anos – que representava 9% da fecundidade em 1980 e 16% em 1991 - e a conseqüente perda de representatividade dos grupos acima de 35 anos (TABELA 02).

Tabela 02- TAXAS DE FECUNDIDADE TOTAL E ESPECÍFICAS, SEGUNDO AS TRÊS HIPÓTESES. AMAZONAS – 1991/ 2023

Mínima Média Máxima

15-19 0,13 0,14 0,07 0,10 0,11 20-24 0,30 0,23 0,08 0,12 0,15 25-29 0,32 0,21 0,06 0,09 0,13 30-34 0,27 0,14 0,04 0,06 0,08 35-39 0,20 0,10 0,03 0,04 0,06 40-44 0,10 0,06 0,02 0,03 0,03 45-49 0,04 0,02 0,01 0,01 0,01 TFT 6,73 4,51 1,50 2,20 2,90 GRUPOS ETÁRIOS 1980 Ano-base 1991 HIPÓTESES 2023

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE - Censos Demográficos de 1970, 1980 e 1991

Desta forma, pode-se afirmar que no Amazonas a fecundidade apresenta um comportamento típico de regiões que estão passando de uma situação de alta para baixa fecundidade. Principalmente como decorrência do aumento da urbanização e da conseqüente mudança no comportamento reprodutivo das mulheres que vivem no Amazonas. O declínio da fecundidade também se torna evidente quando se compara a participação dos diversos grupos etários na fecundidade total em dois momentos: 1980 e 1991, destacando-se o crescimento acentuado da representatividade dos dois primeiros grupos (15-19 e 20-24 anos). Paralelamente, todos os demais grupos etários apresentaram variação negativa da fecundidade, inclusive os de 25-29 e 30-34 anos que, em geral, figuram entre os de maior concentração da fecundidade.

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Portanto, em 1991, o Amazonas apresentava um padrão de fecundidade do tipo jovem, cujo ápice da curva se encontrava na faixa de 20-24 anos, caracterizando uma população de baixa fecundidade (GRÁFICO 02).

Gráfico 02- TAXAS ESPECÍFICAS DE FECUNDIDADE. AMAZONAS – 1991/ 2023

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 Grupo etário TEF 1980 Ano-base 1991 Hip. Mínima (2023) Hip. Média (2023) Hip. Máxima (2023) Fonte: Tabela 02.

3. PROJEÇÃO E PERSPECTIVAS DE MORTALIDADE

Como no caso da fecundidade, a projeção da mortalidade também se faz em duas etapas: primeiro projeta-se a esperança de vida ao nascer para todos os quinquênios da projeção, obtendo assim os níveis da mortalidade, em seguida, projetam-se as relações de sobrevivência por sexo e idade, revelando então sua estrutura.

A projeção da mortalidade exige os seguintes requisitos: - uma Tábua de Vida inicial

- definição do tempo horizonte da projeção, que no caso é o ano de 2020

- escolha da Tábua de Vida Limite – neste caso adotou-se a do CELADE (1984). Deve-se lembrar que na presente projeção estão implícitos o pressuposto de que a população do Amazonas é fechada, ou seja, não sofre influência da mortalidade dos migrantes e, a hipótese de que a mortalidade no Estado está em declínio e vai continuar assim até atingir as características da Tábua Limite no futuro distante, provavelmente por volta do ano 2045.

O conhecimento dos dados de mortalidade são fundamentais para o setor de saúde, em particular para o planejamento, execução e avaliação das ações. A questão central a ser considerada no uso destes dados é a sua relativa falta de consistência. Em outras palavras, o sub-registro, isto é, o fato de haver mortalidade mas ela não ter conhecimento oficial, é significativo no Estado do Amazonas. Por este motivo, os dados para confecção dos indicadores de mortalidade podem não retratar a realidade, daí a necessidade de considerar o sub-registro e utilizar técnicas indiretas para correção desses dados antes de se realizar as projeções.

3.1- Estimativa do Nível da Mortalidade

Para se estimar o nível da mortalidade no Amazonas considerou-se a tábua de vida por sexo deste Estado em 1991, extraída do PRONEX/ CEDEPLAR e a tábua de vida limite do CELADE (1984). A partir destas duas tabelas de sobrevivência, projetou-se a

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mortalidade mediante a utilização do sistema logito2, obtendo-se assim as esperanças de vida de homens e mulheres por grupo etário, até os 70 anos, de 1995 à 2020 (Tabela 03 e Gráfico 03).

Tabela 03- ESPERANÇAS DE VIDA AO NASCER DE HOMENS E MULHERES. AMAZONAS – 1991/ 2020 Masculina Feminina 1991 61,5 69,1 1995 63,0 71,2 2000 64,8 72,8 2005 66,4 74,1 2010 67,9 75,4 2015 69,3 76,5 2020 70,5 77,4 2045 75 82,5 ANO e 0

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE - Censos Demográficos de 1970, 1980 e 1991

Gráfico 03 - ESPERANÇAS DE VIDA AO NASCER DE HOMENS E MULHERES. AMAZONAS – 1991/ 2020 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 Ano Esp.

vida ao nascer (anos

)

Masculina

Feminina

Fonte: Tabela 03.

A Tabela 03 e o Gráfico 03 apresentam as esperanças de vida ao nascer projetadas para o Amazonas para os qüinqüênios de 1995 a 2020. Tais indicadores são considerados importantes por refletirem a qualidade de vida de uma população. Observa-se, entretanto, que os valores obtidos com a projeção são um tanto otimistas, explicados em parte pelo elevado grau de sub-registro da mortalidade entre os menores de 1 ano.

3.2 - Estimativa da Estrutura da Mortalidade

Uma vez estimado o nível da mortalidade, expresso através da esperança de vida ao nascer para cada quinquênio, foi possível determinar a mortalidade por idade correspondente, através da interpolação entre a Tábua de Vida Observada (1991) e a Tábua Limite, produzindo assim a estrutura da mortalidade, visualizada nas Tábuas de Vida correspondentes aos períodos da projeção através das razões de sobrevivência (Tabela 04).

2

A suposição básica deste método é que o logito de (1-lx) da tábua de vida inicial (YxI ) varia linearmente no

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Tabela 04 - RAZÕES DE SOBREVIVÊNCIA PROJETADAS PARA OS PERÍODOS DA

PROJEÇÃO, HOMENS E MULHERES. AMAZONAS, 1991/2020

1990-95 1995-00 2000-05 2005-10 2010-15 2015-20 1990-95 1995-00 2000-05 2005-10 2010-15 2015-20 0 0,9645 0,9719 0,9777 0,9824 0,9861 0,9890 0,9741 0,9798 0,9843 0,9878 0,9905 0,9926 5 0,9961 0,9964 0,9967 0,9971 0,9974 0,9977 0,9974 0,9977 0,9980 0,9983 0,9986 0,9988 10 0,9915 0,9926 0,9936 0,9945 0,9953 0,9960 0,9970 0,9973 0,9977 0,9980 0,9983 0,9985 15 0,9841 0,9864 0,9884 0,9902 0,9917 0,9930 0,9955 0,9960 0,9965 0,9970 0,9975 0,9979 20 0,9804 0,9834 0,9859 0,9881 0,9901 0,9917 0,9941 0,9949 0,9956 0,9963 0,9968 0,9973 25 0,9794 0,9823 0,9848 0,9871 0,9890 0,9907 0,9932 0,9940 0,9948 0,9955 0,9961 0,9967 30 0,9772 0,9797 0,9821 0,9843 0,9863 0,9882 0,9898 0,9911 0,9922 0,9933 0,9942 0,9950 35 0,9705 0,9732 0,9758 0,9784 0,9807 0,9830 0,9866 0,9880 0,9893 0,9906 0,9917 0,9928 40 0,9603 0,9631 0,9660 0,9689 0,9717 0,9745 0,9798 0,9818 0,9837 0,9856 0,9872 0,9888 45 0,9497 0,9520 0,9546 0,9574 0,9603 0,9632 0,9700 0,9729 0,9756 0,9782 0,9806 0,9828 50 0,9325 0,9345 0,9370 0,9398 0,9429 0,9461 0,9608 0,9638 0,9668 0,9697 0,9725 0,9752 55 0,9044 0,9067 0,9094 0,9126 0,9161 0,9198 0,9432 0,9472 0,9511 0,9550 0,9588 0,9624 60 0,8592 0,8623 0,8659 0,8699 0,8742 0,8787 0,9185 0,9232 0,9280 0,9327 0,9374 0,9420 65 0,6652 0,6697 0,6742 0,6787 0,6830 0,6872 0,7048 0,7089 0,7128 0,7164 0,7198 0,7230 70 e mais 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 HOMENS MULHERES Idades

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE - Censo Demográfico de 1991, PRONEX/ CEDEPLAR e Tábua de vida limite do Celade (1984)

4. PERSPECTIVAS DE MIGRAÇÃO

A migração constitui o terceiro elemento da dinâmica populacional, tendo como característica básica o fato de implicar necessariamente na mudança do lugar de residência.

Sempre que se trabalha com migração, é necessário definir seus atributos com clareza, devido à imprecisão que envolve o conceito. O ponto mais polêmico gira em torno da identificação da condição de migrante. Seria por comparação entre o lugar onde reside e o lugar de nascimento? Ou o lugar da última residência? Ou ainda o lugar da residência anterior numa data fixa? Cada um destes conceitos tem vantagens e limitações, sendo mais adequado à determinadas situações, pois o número de migrantes é diverso segundo cada um deles.

No caso de projeção populacional, é recomendável a utilização do conceito de migração segundo o lugar de residência anterior numa data fixa, sendo o migrante definido como aquele cuja residência na data do censo é distinta da que teria na data anterior especificada. Este conceito tem a vantagem de ter o intervalo de migração definido com precisão, porém permite computar apenas os migrantes que sobreviveram a tal período, ou seja, os que estavam vivos no início e no final, não computando portanto, aqueles que morreram no intervalo da migração, assim como aqueles que saíram e retornaram ao lugar de realização do censo, antes de concluir o período.

4.1 - Comportamento da Migração no Amazonas

Dentro do contexto do crescimento populacional do Estado do Amazonas, a componente Migração sempre teve papel primordial, sendo responsável pelas altas taxas verificadas nas últimas décadas. O ciclo da borracha, que se estendeu desde o final do século passado até a década de 1920/30, e a implementação da zona Franca de Manaus, já na década de 60, foram preponderantes no processo de atração dos fluxos migratórios para

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o Amazonas3. Estes dois acontecimentos históricos foram responsáveis pela atração de um enorme contigente de pessoas, que vieram em busca de trabalho, sobretudo no Distrito Industrial localizado em Manaus (SANTOS et al, 2000).

Atualmente, tem-se argumentado que os fluxos migratórios do Amazonas estariam relacionados com um terceiro ciclo de desenvolvimento, baseado em ações governamentais orientadas para o desenvolvimento agropecuário (principalmente com base no cultivo da soja) e industrial no interior do Estado. Do ponto de vista social, este programa teria como objetivo estimular a fixação da população residente em áreas rurais, possibilitando a atenuação ou até mesmo alguma reversão dos fluxos migratórios do tipo urbano-rural que se originam em todo o interior do estado (SANTOS et al, 2000).

Tabela 05 - TAXAS LÍQUIDAS DE MIGRAÇÃO POR SEXO E GRUPO ETÁRIO DO

AMAZONAS PARA OS DECÊNIOS 1960-70, 1970-80 E 1980-90, E PARA O QUINQUÊNIO 1985/1990.

1960-1970 1970-1980 1980-1990 1985-1990 1960-1970 1970-1980 1980-1990 1985-1990 0 a 4 anos -6,62 2,03 4,77 2,25 -6,61 2,03 4,77 2,25 5 a 9 anos -8,56 1,37 4,56 2,35 -8,56 1,37 4,56 2,33 10 a 14 anos -6,07 5,48 6,30 3,30 -6,71 4,89 4,75 2,62 15 a 19 anos -6,60 2,00 5,67 2,29 -2,43 2,70 4,52 1,85 20 a 24 anos -11,73 1,70 5,17 2,43 -6,89 1,16 1,17 -0,24 25 a 29 anos -6,86 5,85 8,54 5,01 -6,34 0,69 6,38 4,46 10 a 34 anos -7,73 6,93 11,76 6,49 -11,66 1,17 10,91 6,41 35 a 39 anos -9,08 3,80 4,54 0,56 -10,26 2,55 3,80 0,22 40 a 44 anos -5,20 8,13 6,34 3,56 -7,77 5,29 2,79 1,14 45 a 49 anos -7,60 1,16 4,53 1,79 -11,12 -2,81 1,22 0,21 50 a 54 anos -8,07 -3,21 -4,78 -4,71 -12,80 -6,01 -7,04 -5,63 55 a 59 anos -13,93 -7,33 -9,55 -6,11 -12,28 -8,45 -5,76 -2,59 60 a 64 anos* -9,93 -3,97 -3,09 0,17 -8,41 -2,42 0,71 2,03 65 a 69 anos 4,51 3,07 3,24 1,97 70 anos e mais 3,57 1,83 1,30 1,12 Total -7,75 2,65 5,31 2,48 -7,38 1,63 3,98 1,94

* Em 1960-70 e 1970-80 este grupo etário se refere às pessoas que possuíam "60 e mais".

Mulheres

Grupo etário Homens

Fonte: 1960-1980: CARVALHO e FERNANDES (19??) e 1980-90: PRONEX/ CEDEPLAR (uso restrito).

A Tabela 05 mostra que, a partir da década de 70 há uma retomada das imigrações fazendo com que a população continue a crescer, provavelmente como decorrência dos investimentos e das boas condições e oportunidades de desenvolvimento oferecidas pelo estado, sobretudo no setor primário. Sendo um estado que ainda dispõe de espaços para serem ocupados e com economia em crescimento, espera-se que no futuro os saldos migratórios do Amazonas continuem sendo positivos e constantes ou crescentes.

Portanto, foram formuladas duas hipóteses de tendência da migração no período da projeção, tendo como referência a taxa líquida de migração (TLM) do período 1985-19904.

Hipótese 1: A migração no Estado do Amazonas se mantêm estável e constante, ou seja, permanece tal como observada no quinquênio 1985-90, atingindo em 2020 uma TLM correspondente a 100% da taxa líquida registrada no período 85/90, conforme abaixo:

3

Entretanto, a implantação da Zona Franca parece ter contribuído mais fortemente com os fluxos migratórios rurais-urbanos intra-estaduais na direção de Manaus, já que as taxas líquidas de migração do estado são negativas no período 1960-1970, tal como demostra a tabela 05.

4

(11)

1990 / 1995: TLM = 100,0% da TLM 85/90 1995 / 2000: TLM = 100,0% da TLM 85/90 2000 / 2005: TLM = 100,0% da TLM 85/90 2005 / 2010: TLM = 100,0% da TLM 85/90 2010 / 2015: TLM = 100,0% da TLM 85/90 2015 / 2020: TLM = 100,0% da TLM 85/90 Hipótese 2:

A migração no Amazonas continua como está até 2005, porém, retoma seu crescimento em ritmo lento e progressivo a partir deste ano, atingindo em 2020 uma TLM correspondente a 150% da taxa líquida registrada no período 85/90:

1990 / 1995: TLM = 100,0% da TLM 85/90 1995 / 2000: TLM = 100,0% da TLM 85/90 2000 / 2005: TLM = 100,0% da TLM 85/90 2005 / 2010: TLM = 120,0% da TLM 85/90 2010 / 2015: TLM = 130,0% da TLM 85/90 2015 / 2020: TLM = 150,0% da TLM 85/90 5. RESULTADOS E COMENTÁRIOS

Para se projetar a população por grupos de idade e sexo foi utilizada a técnica "The Rural Urban Projection" – RUP (1994)5, que permite fazer a junção dos três elementos da dinâmica demográfica (fecundidade, mortalidade e migração), tal como preconiza o Método dos Componentes.

A aplicação da técnica requer alguns requisitos básicos: população inicial ajustada para o meio do período; informações sobre as funções de fecundidade e de mortalidade e ainda, informação sobre migração, podendo ser esta, o Saldo Migratório ou a Taxa Líquida de Migração.

Neste trabalho, para se projetar a população até 2000 estabeleceu-se como população inicial, a população de 1990 ajustada para 1°/07/90, utilizando a taxa média de crescimento anual referente ao período 80/91. Este primeiro exercício serviu para se realizar o ajuste inter-censitário de 1990 para 2000 e para se avaliar a qualidade das informações declaradas em 1991. Esta primeira projeção gerou os seguintes resultados:

5

A planilha utilizada para fazer a junção dos componentes também foi cedida pelo PRONEX/ Cedeplar (uso restrito).

(12)

Gráfico 04 – POPULAÇÃO MASCULINA PROJETADA E OBSERVADA NO AMAZONAS,

SEGUNDO A HIPÓTESE BAIXA DE FECUNDIDADE E A HIPÓTESE 1 DE MIGRAÇÃO

0 50000 100000 150000 200000 250000 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 e m ais Grupo etário População 1990 Pop. projetada (2000) Pop. observada no Censo de 2000

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE - Censos Demográficos de 1990 e 2000

O gráfico 04 mostra que a população masculina6 projetada para 2000 apresenta distorções significativas nos primeiros grupos etários, principalmente no de 10-15 anos, provavelmente como decorrência do sub-registro do grupo etário 0-5 em ocorrido no Censo demográfico de 1991. Para verificar tal hipótese, aumentei o tamanho do grupo etário 0-5 anos observado em 1990 em 13%, o que forneceu as seguintes estimativas para a população masculina:

Gráfico 05 – POPULAÇÃO MASCULINA PROJETADA E OBSERVADA NO AMAZONAS,

SEGUNDO A HIPÓTESE BAIXA DE FECUNDIDADE E A HIPÓTESE 1 DE MIGRAÇÃO, e O GRUPO ETÁRIO 0-5 DE 1990 AUMENTADO EM 13% 0 50000 100000 150000 200000 250000 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 e ma is Grupo etário População 1990 Pop. projetada (2000)

Pop. observada no Censo de 2000

Fonte: Elaboração própria a partir de IBGE - Censos Demográficos de 1990 e 2000

Entretanto, mesmo com a correção de 13% no grupo etário de 0-5 em 1990 tornando os valores projetados e observados de 2000 praticamente idênticos, optou-se por utilizar a população censitária observada em 2000 para se realizar as projeções até 2020.

6

(13)

A seguir, as informações utilizadas na projeção: a) Fecundidade:

Foram informados o nível e o padrão da fecundidade, estimados segundo as três hipóteses formuladas anteriormente:

- Hipótese Máxima - TFT = 2,9 a ser alcançada em 2023 - Hipótese Média - TFT = 2,2 a ser alcançada em 2023 - Hipótese Mínima - TFT = 1,5 a ser alcançada em 2023. b) Mortalidade:

Também foram informados o nível e o padrão de mortalidade, estimados segundo a seguinte hipótese:

Hipótese Única: A mortalidade no Estado do Amazonas, no período 1990/2023, vai declinar progressivamente até atingir as características da Tábua Limite (Celade, 1984) no ano de 2045.

c) Migração

No caso da migração utilizou-se como referência a TLM do período 85/90, cujo valor total foi de 2,5% para homens e 1,9% para mulheres.

Para o Amazonas foram formuladas duas hipóteses de tendência da migração no período da projeção. A primeira considera que a migração se manterá de forma constante, e a outra considera que haverá um ligeiro aumento dos fluxos migratórios para o Amazonas até 2020.

Da combinação das hipóteses de fecundidade, mortalidade e migração, obteve-se 9 projeções resultantes:

PROJEÇÃO I PROJEÇÃO II PROJEÇÃO III

Mortalidade - Hipótese Única Mortalidade - Hipótese Única Mortalidade - Hipótese Única Fecundidade - Hipótese MáximaFecundidade - Hipótese Média Fecundidade - Hipótese Mínima Migração - Hipótese 1 Migração - Hipótese 1 Migração - Hipótese 1

PROJEÇÃO IV PROJEÇÃO V PROJEÇÃO VI

Mortalidade - Hipótese Única Mortalidade - Hipótese Única Mortalidade - Hipótese Única Fecundidade - Hipótese MáximaFecundidade - Hipótese Média Fecundidade - Hipótese Mínima Migração - Hipótese 2 Migração - Hipótese 2 Migração - Hipótese 2

5.1 - Crescimento Populacional no Amazonas - Dinâmica Demográfica no Passado Recente

Como parte da Amazônia Legal, o Amazonas foi favorecido pelos incentivos fiscais e demais benefícios previstos na Lei que criou a SUDAM, além de outros planos que tinham como objetivo promover o desenvolvimento da Amazônia através de sua ocupação, sua valorização e sua integração ao restante do País.

Paralelamente às transformações no plano econômico e social, ocorreu a intensificação da ocupação do seu território, pois o Estado permaneceu por muito tempo como um grande vazio demográfico. O crescimento populacional começou a acelerar-se na década de 50/60 e se tornou intenso nas décadas seguintes, chegando a aumentar cerca de 50% entre as décadas de 80/90, conforme a Tabela abaixo:

(14)

Tabela 06 – CRESCIMENTO POPULACIONAL, AMAZONAS, 1970 A 1991 ABSOLUTA RELATIVA 1970 955.235 1980 1.430.089 474.854 49,71 4,12 1991 2.103.243 673.154 47,07 3,93 1996 2.389.279 286.036 13,60 2,58

VARIAÇÃO NO PERÍODO TAXA MÉDIA DE CRESCIMENTO ANO POPULAÇÃO TOTAL

Fonte: IBGE- Censos demográficos 1970, 1980, 1991 e Contagem Populacional 1996

Obviamente, esse aumento populacional não pode ser explicado apenas pelo crescimento vegetativo. Fica evidente a condição do Estado do Amazonas como área receptora de migrantes, condição esta que permaneceu na década seguinte (80/91), cuja variação (47%), embora menor, representa em número absoluto uma população maior (673.154 habitantes).

A situação começou a modificar no quinquênio (91/96), registrando um acréscimo populacional de apenas 286.036 habitantes, que corresponde a variação de 13,6% em 5 anos. Esta situação sugere que os movimentos migratórios em direção ao Amazonas foram interrompidos, pelo menos até que surjam novos atrativos capazes de despertar novamente interesse pelo Estado.

5.2 - Perspectivas para o Futuro

Com base na população de 1996 foram produzidas 6 projeções, resultantes das combinações entre as hipóteses de mortalidade, fecundidade e migração - conforme especificadas anteriormente - para o período de 1990 a 2020, cujos resultados encontram-se no Anexo 1.

Foram selecionadas para análise apenas duas projeções. Considerando que no Amazonas a migração tem um peso importante na velocidade de crescimento populacional, e ao mesmo tempo representa um dos fatores mais voláteis e de maior incerteza futura, optou-se pela escolha das projeções onde as hipóteses de mortalidade e de fecundidade fossem as mesmas (hipótese única e hipótese baixa, respectivamente) e apenas as hipóteses de migração fossem variadas (hipóteses 1 e 2) - Tabela 07:

Tabela 07

– AMAZONAS – POPULAÇÃO PROJETADA, SEGUNDO AS DUAS HIPÓTESES

DE MIGRAÇÃO E HIPÓTESE BAIXA DE FECUNDIDADE

Hipótese 1 (proj. III) Hipótese 2 (proj. VI) Hipótese 1 (proj. III) Hipótese 2 (proj. VI)

1990 (*) 2.068.075 2.068.075 - -1995 2.419.863 2.419.863 3,19 3,19 2000 2.758.926 2.758.926 2,66 2,66 2005 3.132.499 3.132.499 2,57 2,57 2010 3.428.262 3.442.668 1,82 1,91 2015 3.715.482 3.754.881 1,62 1,75 2020 3.979.387 4.058.949 1,38 1,57

(*) população obervada - IBGE/ Censo demográfico HIPÓTESES DE MIGRAÇÃO

ANOS TX. MEDIA EXPONENCIAL DE CRESC. ANUAL

A tabela acima expressa a dimensão do crescimento populacional no período, através da taxa média exponencial de crescimento anual. Verifica-se que as taxas de crescimento apresentam declínio no período considerado, o que não significa que a população, em números absolutos, tenha diminuído como de fato não ocorreu conforme pode ser verificado nas tabelas 06 e 07. Na tabela 7, a principal observação se refere às taxas de

(15)

crescimento anual. No caso da projeção III, o crescimento populacional do Estado declina mais rapidamente do que no caso da projeção VI, já que nesta última considera-se que haverá aumento dos fluxos migratórios a partir de 2005, fazendo com que as taxas de crescimento de mantenham em patamares mais elevados.

6. CONCLUSÃO

A população do Amazonas, à semelhança do que ocorre em todo o País, experimenta um forte declínio nos níveis de fecundidade e mortalidade com amplas repercussões demográficas e sócio-econômicas. A taxa de fecundidade total dos amazonas, que nos anos 50 era superior a 7, nos anos 90 reduz-se a 4 filhos por mulher. As mais importantes conseqüências desta queda são a redução na taxa de crescimento populacional e as mudanças na composição da população por idades.

O declínio da fecundidade implica em redução da taxa de crescimento demográfico regional. Entretanto, em razão do volume das coortes nascidas anteriormente e pelo efeito das migrações, o Amazonas continuará a crescer a taxas acima da média nacional. Nota-se ainda, que apesar da forte ampliação do contingente populacional da Região e a redução gradativa na sua taxa de crescimento, a mais importante transformação resultante da transição da fecundidade tende a ocorrer na composição etária.

Em função das mudanças na estrutura etária, com o aumento da população idosa e redução da população jovem (ver ANEXO 2), o Estado experimenta um processo de envelhecimento populacional que modifica substancialmente as demandas sociais. Desta forma reduzem-se as pressões sobre os gastos sociais no que respeita às necessidades de investimento em saúde orientados para recém-nascidos e suas mães, tratamento de doenças infeciosas e parasitárias e gastos com educação. Por outro lado, aumentam as demandas por tratamento de saúde de doenças cronicodegenerativas, próprias da população idosa, assim como ampliam-se as pressões sobre a previdência social.

Portanto, tendo-se em vista o quadro futuro da população amazonense, deve-se atentar para o fato de em períodos posteriores (2000-2020) a população jovem passar a representar uma parcela menor da população total, e a população de idosos ainda não representar um contigente númerico tão significativo e problemático (ANEXO 2). Neste sentido, os primeiros 20 anos deste século podem estar representado uma “janela de oportunidade” para a realização de investimentos na melhoria educacional e na geração de empregos, já que, durante este período, as pressões sociais representadas pela variação nas taxas de dependência de jovens e idosos, não se farão sentir com a intensidade que ocorreram nos períodos anteriores e que virão a ocorrer posteriormente.

(16)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. ALBUQUERQUE, Fernando R. P. de C. (1996). “Movimentos migratórios: grandes regiões e unidades da federação, 1986-1991”. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), DEPIS, Projeto UNFPA/ BRASIL (BRA/94/P08). Rio de Janeiro.

2. BEMFAM-DHS. Brasil; Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde, 1996 -

Relatório Preliminar. Rio de Janeiro: BEMFAM- DHS/Macro International, Inc., 1996.

3. CARVALHO, José A. M. de (1974).

4. CARVALHO, José A. M. de (1978). “Fecundidade e mortalidade no Brasil – 1960/1970”. CEDEPLAR/ UFMG, mimeo.

5. CARVALHO, José A. M. de e PINHEIRO, Sílvia de M. G. (1986). “Fecundidade e mortalidade no Brasil – 1970/1980”. CEDEPLAR/ UFMG, mimeo.

6. CARVALHO, José A. M. de e FERNANDES, Fernando. (19??) “Estimativas de saldos migratórios e taxas líquidas de migração das unidades da federação e grandes regiões do Brasil, pro sexo, idade e setores rural e urbano: 1960-1970 e 1970-1980”. CEDEPLAR/ UFMG, mimeo.

7. CARVALHO, J.A.M. de (1981) “Migrações Internas: mensuração direta e indireta”. Anais 2º Encontro Nacional de Estudos Populacionais; São Paulo: ABEP, Vol. 1, p.533-577.

8. CARVALHO, J.A.M. de. "Estimativas Indiretas e Dados sobre Migrações: uma avaliação conceitual e metodológica das informações censitárias recentes". Revista Brasileira de Estudos de População, 2(1): 31-73.

9. CARVALHO, J.A.M. de e MACHADO, C.C. - "Quesitos sobre Migrações no Censo Demográfico de 1991". Revista Brasileira de Estudos de População, 9(1): 22-34.

10. CENTRO LATINOAMERICANO DE DEMOGRAFIA (CELADE). (1984) “Métodos para proyecciones demográficas.” San José, Costa Rica.

11. MOREIRA, Morvan de Mello (1996). “O Novo Padrão Demográfico e as Conseqüências Sócio-Econômicas da Transição Demográfica na Amazônia Brasileira”. Seminário Populações Amazônicas: tendências recentes e perspectivas. Instituto de Pesquisas sobre a Amazônia - Fundação Joaquim Nabuco. Manaus, 18-20 de Novembro de 1996.

12. ORTEGA, Antonio. (1987) “Tablas de mortalidad”. Centro Latinoamericano de

Demografía, San José, Costa Rica.

13. PRONEX/ CEDEPLAR. “Projeção populacional, por sexo e grupos de idades quinquenais, das unidades da federação. Brasil, 1990-2020”. Uso restrito.

14. SANTOS, Carlos A. dos; BRASIL, Marilia C. e MOURA, Hélio A. (2000) “‘Personae non Gratae?’: A imigração indocumentada no estado do Amazonas”. XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Anais....23 a 27 de outubro de 2000.

(17)

ANEXO 1

PROJEÇÃO I PROJEÇÃO II PROJEÇÃO III

ANO POP. TOTAL ANO POP. TOTAL ANO POP. TOTAL 1995 2.435.668 1995 2.427.551 1995 2.419.863 2000 2.841.749 2000 2.800.177 2000 2.758.926 2005 3.259.070 2005 3.196.625 2005 3.132.499 2010 3.734.535 2010 3.583.270 2010 3.428.262 2015 4.249.051 2015 3.985.062 2015 3.715.482 2020 4.789.770 2020 4.386.809 2020 3.979.387

PROJEÇÃO IV PROJEÇÃO V PROJEÇÃO VI

ANO POP. TOTAL ANO POP. TOTAL ANO POP. TOTAL 1995 2.435.668 1995 2.427.551 1995 2.419.863 2000 2.841.749 2000 2.800.177 2000 2.758.926 2005 3.259.070 2005 3.196.625 2005 3.132.499 2010 3.750.364 2010 3.598.395 2010 3.442.668 2015 4.294.573 2015 4.027.551 2015 3.754.881 2020 4.887.223 2020 4.475.374 2020 4.058.949

(18)

ANEXO 2 – Projeção III

FONTE: Projeções demográficas a partir dos Censos demográficos de 1970, 1980 e 1991

HIPÓTESE BAIXA DE FECUNDIDADE E HIPÓTESE 1 DE MIGRAÇÃO

PROJEÇÕES POPULACIONAIS POR SEXO E GRUPO ETÁRIO, AMAZONAS 1990-2020

Amazonas, 1995 -300.000 -200.000 -100.000 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens Amazonas, 2005 -300.000 -200.000 -100.000 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens Amazonas, 2015 -300.00 0 -200.00 0 -100.00 0 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens Amazonas, 2010 -300.000 -200.000 -100.000 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens Amazonas, 2020 -300.000 -200.000 -100.000 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens Amazonas, 2000 -300.000 -200.000 -100.000 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens Amazonas, 1990 -300.000 -200.000 -100.000 0 100.000 200.000 300.000 0 15 30 45 60 Mulheres Homens

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