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Expectativas acerca do acesso à justiça às vítimas de violência doméstica contra a mulher: os juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher na efetivação da Lei 11.340/2006 (“Maria da Penha”)

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(1)

EXPECTATIVAS ACERCA DO ACESSO À

JUSTIÇA: OS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

NA EFETIVAÇÃO DA LEI Nº 11.340/2006

(“MARIA DA PENHA”)

EXPECTATIONS ABOUT THE ACCESS TO

JUSTICE: THE COURTS OF DOMESTIC AND

!"#$%&'#($)*+)&!,!#*-.&/(")*&#*&.0)&

EFFECTIVENESS OF THE LAW NO. 11.340/2006

12"!3#!&4!&5)*0!67

Mário Lúcio Garcez Calil

*

RESUMO

A Lei nº 11.340 criou os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Há, porém, o risco de que tais órgãos enfrentem os 89:8;:&<=;>?98@:&AB9CDAEF@B;:&C@&@DG@HI;&B;:&JGAK@B;:&):<9FA@A:L& (& ;>M9DAN;& B9:D9& D=@>@?O;& P& BA:FGDA=& @& @<?AF@HI;& B@& $9A& CQ& RLSRRTRU& à violência de gênero e estudar as expectativas acerca dos Juizados de Violência Doméstica, por meio de pesquisa bibliográfica e MG=A:<=GB9CFA@?L&JG:DAEF@V:9&@&<9:WGA:@X&<;A:&@&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@&P& G8&<=;>?98@&:;FA@?&Z=@N9L&+;CF?GAV:9&WG9&@&@DG@HI;&B;:&JGAK@B;:&B9& Violência deve ocorrer de forma diversa do processo comum, levando em conta a natureza social do fenômeno.

Palavras-chave: Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Juizados Especiais. Expectativas.

[& 4;GD;=@CB;&98&4A=9AD;&<9?@&#C:DADGAHI;&.;?9B;&B9&)C:AC;&1\@G=GV-57]&89:D=9&98&4A=9AD;&<9?;& +9CD=;&^CAN9=:AD_=A;&.;?9B;&1!=@H@DG>@V-57X&@<=;N@B;&F;8&BA:DACHI;]&9:<9FA@?A:D@&98&4A=9AD;& Público; especialista em Direito Processual; bacharel em Direito pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); professor efetivo (assistente) da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Paranaíba. Contato: mario.calil@yahoo.com.br

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MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

ABSTRACT

The Law number 11.340 created the Courts for Domestic and Family Violence Against Women. There is however a risk that such agencies `@F9&DO9&:@89&<=;>?98:&AB9CDAE9B&AC&DO9&a;=b&;`&DO9&-<9FA@?&+;G=D:L& The objective of this paper is to discuss the uses of the Law number 9.099/95 to gender violence and study the expectations about the Courts for Violence, by means of literature and precedent research. .OA:& a;=b& A:& MG:DAE9B& >9F@G:9& B;89:DAF& NA;?9CF9& A:& @& :9=A;G:& :;FA@?& problem. We conclude that the performance of Violence Courts must occur differently from the common process, taking into account the social nature of the phenomenon.

Keywords: Courts for Domestic and Family Violence Against Women. Special Courts. Expectations.

INTRODUÇÃO

!&$9A&CQ&ccLdeSTfSSgX&@<9?AB@B@X&2$9A&"@=A@&B@&59CO@6X&B9D9=8AC;G& @&F=A@HI;&B;:&JGAK@B;:&B9&'A;?YCFA@&4;8P:DAF@&9& @8A?A@=&F;CD=@&@&"G?O9=X& C;&h8>AD;&B@&JG:DAH@&):D@BG@?X&N;?D@B;:&@<9=`9AH;@=&@&@DG@HI;&B;&5;B9=& Judiciário no que tange ao problema da violência doméstica de gênero.

A referida lei também retirou a aplicabilidade da Lei nº 9.099/95, que criou os Juizados Especiais Criminais, no que concerne aos casos de violência doméstica, tendo em vista os diversos problemas diagnos-DAF@B;:&98&=9?@HI;&i&GDA?AK@HI;&B@&=9`9=AB@&$9A&@;:&F@:;:&B9&@Z=9::j9:& baseadas no gênero.

Ocorre que existe o claro risco de que os Juizados de Violência 4;8P:DAF@&9& @8A?A@=&F;CD=@&@&"G?O9=&9C`=9CD98&@:&89:8@:&BA:D;=Hj9:& F@G:@B@:&<9?;&<=;F9BA89CD;&Ek@B;&<9?@&$9A&CQ&RLSRRTRU&<@=@&;:&JGAK@-B;:&):<9FA@A:&+=A8AC@A:X&;&WG9&F;CEZG=@=A@&NA;?@HI;&B@&+;C:DADGAHI;& e de vários tratados internacionais de direitos humanos.

Assim, é objetivo do presente trabalho discutir as principais ques-Dj9:&@::;FA@B@:&i&@<?AF@HI;&B@&$9A&CQ&RLSRRTRU&@;:&F@:;:&B9&NA;?YCFA@& doméstica de gênero, bem como estudar as expectativas e possíveis <=;>?98@:&=9?@FA;C@B;:&F;8&@&F=A@HI;&9&GDA?AK@HI;&B;:&JGAK@B;:&):<9-ciais de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

(3)

)k<9FD@DAN@:&@F9=F@&B;&@F9::;&i&MG:DAH@l&;:&MGAK@B;:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@& 9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&C@&9`9DAN@HI;&B@&?9A&CQ&ccLdeSTfSSg&12"@=A@&B@&59CO@67& 5@=@&D@CD;X&`@=V:9V_&<9:WGA:@&>A>?A;Z=_EF@&9&MG=A:<=GB9CFA@?&98& =9`9=9CFA@A:&9:<9FmEF;:L&(&<=9:9CD9&D=@>@?O;&P&MG:DAEF@B;X&D9CB;&98& conta o fato de ser a violência doméstica de gênero um problema social Z=@N9X&ACF?G:AN9X&;>M9D;&B9&D=@D@89CD;&9:<9FmEF;&<;=&BAN9=:;:&<@FD;:& internacionais.

CRÍTICAS AOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

!&?9A&B;:&JGAK@B;:&):<9FA@A:X&FGM@&F=A@HI;&`;A&B9D9=8AC@B@&<9?@& +;C:DADGAHI;& 9B9=@?X&B9&@F;=B;&F;8&>;@&<@=D9&B@&B;GD=AC@X&`;A&=9:<;C-:_N9?&<;=&BAN9=:@:&BA:D;=Hj9:&B;:&AB9@A:&8@ZC;:&C;&<?@C;&B;:&`@D;:L& \G:F;G&@F9?9=@=&@&8@=FO@&MGBAFA@?X&8@:&@;&FG:D;&B9&BAN9=:@:&AC`=@Hj9:& a vários direitos fundamentais.

-9ZGCB;&J@FACD;&+;GDACO;X&@&9`9DAN@HI;&AC`=@F;C:DADGFA;C@?&B;:& JGAK@B;:&):<9FA@A:&+=A8AC@A:&F;CEZG=@&G8@&`@=:@L&(&<=n<=A;&AC:DADGD;& B@&D=@C:@HI;&<9C@?&CI;&D98&G8&:G:D9CD_FG?;&D9n=AF;L&!&?9A&D=@K&=9:G?D@-B;:&D=_ZAF;:X&=9::G:FAD@&2AC`=@Hj9:&>@Z@D9?@=9:6&9:WG9FAB@:X&>98&F;8;& cria cargos públicos desnecessários.1

Assim, apesar de ter o constituinte buscado acelerar o processo judicial e inserir no sistema jurídico medidas despenalizadoras, na busca por maior isonomia nos casos concretos, a Lei dos Juizados Es-peciais Criminais consagrou um modelo procedimental escuso, voltado i&B9:;C9=@HI;&B;&JGBAFA_=A;X&<;=&89A;&B@&<=;?@HI;&WG@:9&2`;=BA:D@6& B9&:9CD9CH@:L

A hediondez do modelo ultrapassa as questões meramente ritu-@A:L&!&BA:D;=HI;&@kA;?nZAF@&F@G:@B@&<9?@&9CD=@B@&B@&$9A&CQ&RLSRRTRU&C;& D9FAB;&MG=mBAF;&C@FA;C@?&=9N9?@&@DP&89:8;&G8@&8;BAEF@HI;&C;&F;CF9AD;& de bem jurídico penal, em desfavor do modelo constitucional de Estado Democrático e Social de Direito.

*9::9&:9CDAB;X&B9&@F;=B;&F;8&@&<=9FA:@&@E=8@HI;&B9&$YCA;&-D=9-Fb&2oLLLp&;:&>9C:&MG=mBAF;:&:GM9AD;:&i&DGD9?@&<9C@?&CI;&:I;&8@A:&:;89CD9& @WG9?9:&WG9&F;8<j98&;&=;?&B9&>9C:&WG9&9:D=GDG=@=@8&;&@=F@>;GH;& N@?;=@DAN;&F;C:DADGACD9&B;&BA=9AD;&<9C@?&?A>9=@?VA?G8ACA:D@6L2 !&9WGA<@=@HI;&B9&>9C:&MG=mBAF;:&DI;&BAN9=:;:X&89:8;&C@&D9CD@-DAN@&B9&F;CD;=C@=&;&F?@=;&B9:F=PBAD;&B@&<;<G?@HI;&WG@CD;&@;&:A:D98@&

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MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

<9C@?X&P&<=9MGBAFA@?L&!&D=@C:@HI;&9:D9CBAB@&@&>9C:&MG=mBAF;:&BA`9=9CD9:X& 2oLLLp&A=_&F;==;8<9=&@?ZGC:&N@?;=9:&B9&=9?9N@CD9&A8<;=DhCFA@&B9CD=;&B;& C;::;&<@FD;&:;FA@?&9&MG=mBAF;6L3

A hipocrisia da lei não termina aí. O diploma busca, a todo o 8;89CD;X&ACF9CDAN@=&@&F;CFA?A@HI;X&C@&D9CD@DAN@&F?@=@&B9&=9<=AN@DAK@=& =9?9N@CD9:&F;CqAD;:&:;FA@A:&WG9&FO9Z@8&@;&JGBAFA_=A;&<;=&ACD9=8PBA;&B;:& MGAK@B;:X&BA:D@CFA@CB;V:9&@ACB@&8@A:&B@:&C9F9::AB@B9:&B@&<;<G?@HI;L& Não fosse suficiente, o objetivo conciliatório enfrenta uma >@==9A=@& AB9;?nZAF@& WG@:9& ACD=@C:<;CmN9?L& (& MGAK& CI;& D98& `;=8@HI;& conciliatória transdisciplinar, limitando-se, no mais das vezes, à sua 2<=9Fm<G@6&`GCHI;&B9&2B9FA:;=6X&2oLLLp&`;=8@?A:D@&9&?A8AD@B@&i&:G>:GCHI;& B@&?9A&@;&F@:;&<9C@?6L4 Segundo Rodrigo Azevedo:

*;&\=@:A?X&;&<=;F9::;&B9&@>9=DG=@&9&AC`;=8@?AK@HI;&B@&<=9:D@HI;&9:D@D@?& B9&MG:DAH@&;F;==9&98&G8@&:ADG@HI;&C@&WG@?&@ACB@&CI;&O_&B9&`@D;&G8&):-tado de Direito funcionando plenamente sob critérios racionais-legais B9&?9ZADA8@HI;L&(&):D@B;&>=@:A?9A=;&@ACB@&CI;&=;8<9G&F;8&=9?@Hj9:& D=@BAFA;C@A:&B9&<;B9=X&WG9&<;GF;&9:<@H;&F;CF9B98&<@=@&@&=9<=9:9C- D@HI;&B;:&ACD9=9::9:&9&=9ANACBAF@Hj9:&<;<G?@=9:&C;&WG@B=;&AC:DADGFA;-nal. Particularmente, o poder judiciário, pelo distanciamento que lhe confere um discurso especializado e somente acessível aos estudiosos do direito, permanece hermético ao senso comum e seletivo em suas B9FA:j9:X&@?P8&B9&BA:<GD@=&9:<@H;&F;8&8PD;B;:&AC`;=8@A:&B9&=9:;?G-HI;&B9&F;CqAD;:X&WG9&NI;&B9:B9&`;=8@:&F;8GCAD_=A@:&B9&89BA@HI;&@DP& @&@DG@HI;&B;&<=n<=A;&:A:D98@&<;?AFA@?X&WG9&98&8GAD@:&:ADG@Hj9:&F=A@&@& sua própria legalidade.5

!& $9A& CQ& RLSRRTRUX& <;=& ACD9=8PBA;& B@& F;C`G:I;& 9CD=9& 2:9=6& 9& 2B9N9=&:9=6&9&B;&BA:D@CFA@89CD;&B;:&@C:9A;:&:;FA@A:&9&B@&AZG@?B@B9X& B9:9CF@B9;G&=9q9k;:&C9Z@DAN;:&98&=9?@HI;&@&BAN9=:;:&:9D;=9:&B@&<;<G-?@HI;L&^8@&<@=F9?@&9:<9FA@?89CD9&@`9D@B@&<9?@&9NAB9CD9&OA<;F=A:A@&B@& @<?AF@HI;&B;&BA<?;8@&`;A&@&B@:&8G?O9=9:&NmDA8@:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@L&

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS E A QUESTÃO

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DE GÊNERO

A Lei dos Juizados enquadra na categoria de crimes de “menor

(5)

)k<9FD@DAN@:&@F9=F@&B;&@F9::;&i&MG:DAH@l&;:&MGAK@B;:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@& 9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&C@&9`9DAN@HI;&B@&?9A&CQ&ccLdeSTfSSg&12"@=A@&B@&59CO@67&

lência doméstica contra a mulher, que apenas podem ser percebidas, em sua plenitude, por intermédio da análise do diploma legal a partir do paradigma de gênero.

A análise jurídico-feminista da questão permite compreender que a lei desconsiderou as vítimas reais, substituindo-as por vítimas

abstratasX&;&WG9&C9Z@&@&=9@?&F;CF=9DGB9&B;&<=;>?98@l&2oLLLp&8G?O9=9:&WG9& O_&@C;:&F;CNAN98&F;8&8@=AB;:TF;8<@CO9A=;:&NA;?9CD;:6L6 Segundo

Carmen Campos:

A análise da Lei 9.099/95 na perspectiva de gênero aponta para a sua F;C:D=GHI;&:;>&;&:9C:;&F;8G8&8@:FG?AC;X&G8@&N9K&WG9&`;A&F=A@B@&<@=@& punir a conduta criminosa masculina ou, como diriam nossos penalis-tas tradicionais, a conduta de ‘Tício contra Caio’, uma criminalidade de natureza eventual e não habitual. No entanto, os dados atuais dos juizados demonstram que esses julgam não a criminalidade de Tício contra Caio, mas de Tício contra Maria, de Caio contra Joana, de José contra Marlene, etc.7

Revela-se, a partir daí, a neutralidade e o “tecnicismo dogma-DAK@CD96& B;:& =9FG=:;:& MG=mBAF;:& WG9& ?9ZADA8@8& @& NA:I;& <=9B;8AC@C-temente masculina, demonstrando, assim, que a Lei nº 9.099/95 não D=@D@&B9&;`9C:@:&F;8GC:X&8@:&B9&NA;?YCFA@&9:<9FAEF@89CD9&BA=AZAB@& às mulheres.8

A exclusão do paradigma de gênero, mesmo antes da Lei nº RLSRRTRUX&>@C@?AK;G&@&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@X&CI;&;`9=9F9CB;&:;?GHI;&B9-NAB@&i&NmDA8@l&2oLLLp&;&WG9&8;NA@&@&B9FA:I;&B9&F;CB9C@HI;&;G&@>:;?NAHI;& 9=@&@&<=9:9=N@HI;&B@&`@8m?A@&;G&B;&F@:@89CD;X&F;C`;=89&@&9k<9FD@DAN@& :;FA@?&98&=9?@HI;&i&ACD9=N9CHI;&MGBAFA@?6L9 (&F;CF9AD;&B9&AC`=@HI;&B9&89C;=&<;D9CFA@?&;`9C:AN;&<=;<;:D;&<9?@& ?9A&B9N9&:9=&BA:FGDAB;X&<;A:&B9:=9:<9AD@&@&N@?;=@HI;&C;=8@DAN@&B;&>98& jurídico tutelado e, aplicada indistintamente aos casos de violência con-jugal, nega a tutela jurídica aos direitos fundamentais das mulheres.10

!&$9A&B;:&JGAK@B;:&):<9FA@A:&CI;&@>@CB;C;G&@&2?nZAF@6&B9&<=9-:9=N@HI;&B;&F@:@89CD;X&WG9&:9&B98;C:D=;G&<;=&89A;&B;&@=WGAN@89CD;& 8@::AN;&B;:&<=;F9::;:&<;=&=9CrCFA@X&`@D;=&WG9&2oLLLp&>@C@?AK@&@&NA;?YCFA@& B;8P:DAF@X&=9<=AN@DAK@&;&F;CqAD;&9&=9BA:D=A>GA&;&<;B9=&B@&=9?@HI;&98& `@N;=&B;&@Z=9::;=6L11

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MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

Nos juizados, pouco importava a defesa da mulher como sujeito B9&BA=9AD;:X&8@:X&:A8X&@&<=9:9=N@HI;&B@&`@8m?A@&9&B@&=9?@HI;&28@=AB;&9& 8G?O9=6L&.@?&AC:DADGAHI;X&<;=D@CD;X&2=9AEF@N@6&@&OA9=@=WGA@&9CD=9&F@:@A:& 2oLLLp&B9&8;B;&@&CI;&A8<;=DGC@=&;&D=@>@?O;&B@&JG:DAH@6L12

!:& @GBAYCFA@:& B9& F;CFA?A@HI;& 9=@8& 9:<@H;:& <=ANA?9ZA@B;:& B9& ACBGHI;&B@:&NmDA8@:&i&B9:A:DYCFA@&B@&=9<=9:9CD@HI;X&=9DA=@CB;X&B9ECA-DAN@89CD9X&2oLLLp&;&F@=_D9=&F=A8AC;:;&B@&NA;?YCFA@&B9&ZYC9=;&B;:&F@:;:& WG9&FO9Z@8&@;&J)+=A86L13 Conforme Alexandre Wunderlich:

*I;& :9& <;B9& B9:F;CO9F9=& @& Z=@NAB@B9& B;:& F;CqAD;:& WG9& 9CN;?N98& NA;?YCFA@&B;8P:DAF@&oLLLpL&*@:&AC`=@Hj9:&<=@DAF@B@:&F;8&NA;?YCFA@&F;CD=@& a mulher, especialmente aquelas praticadas no lar, o processo conci-liatório é, de regra, infrutífero, pois o Estado não promove qualquer @F;8<@CO@89CD;&B@:&<@=D9:&@<n:&@&=9:;?GHI;T89BA@HI;&<=9?A8AC@=& B;& F;CqAD;L& !& F;CFA?A@HI;& ?9Z@?TMG=mBAF@X& `;=8@?AK@B@& 98& @GBAYCFA@X& é desacompanhada de qualquer outra forma de assistência (social, econômica, psicológica, etc.). Desamparada a mulher é duplamente NADA8@B@X&:9CB;&WG9&<@=@&;&):D@B;&;&F;CqAD;&9:D_&=9:;?NAB;L14

Como é plenamente visível, a Lei nº 9.099/95 causou um re-trocesso de décadas no que concerne à luta por reconhecimento dos direitos das vítimas de violência doméstica contra a mulher, em sen-DAB;&;<;:D;&i&+;C:DADGAHI;&9&@&BAN9=:@:&F;CN9CHj9:&ACD9=C@FA;C@A:&B9& direitos humanos.

A INAPLICABILIDADE DA LEI DOS JUIZADOS

ESPECIAIS CRIMINAIS (LEI Nº 9.099/1995) AOS

CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA

A MULHER

A Lei nº 11.340 (Lei Maria da Penha) volta-se à violência contra @&8G?O9=&C@:&=9?@Hj9:&F;CMGZ@A:&9&`@8A?A@=9:X&2oLLLp&=9DA=@CB;&B;&h8>AD;& B9::@:&AC:DADGAHj9:&@&NA;?YCFA@&A8<9D=@B@&F;CD=@&@:&8G?O9=9:X&<9?;& `@D;&B9&:9=&8G?O9=X&C;:&9:<@H;:&<r>?AF;:X&C@:&=9?@Hj9:&B9&D=@>@?O;X& 9CD=9&;GD=@:6L15

49&8;B;&@&9NAD@=&@:&BA:D;=Hj9:&F@G:@B@:&<9?@&@DG@HI;&B;:&JGA-zados Especiais Criminais, a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha)

(7)

)k<9FD@DAN@:&@F9=F@&B;&@F9::;&i&MG:DAH@l&;:&MGAK@B;:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@& 9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&C@&9`9DAN@HI;&B@&?9A&CQ&ccLdeSTfSSg&12"@=A@&B@&59CO@67&

retirou permanentemente a aplicabilidade da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais) aos casos de crimes praticados mediante violência doméstica contra a mulher, nos claríssimos termos de seu art. 41.

(&BA:<;:ADAN;&@&WG9&:9&=9`9=9&D98&@&:9ZGACD9&=9B@HI;l&2!=DL&ecL&& Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no

RLSRRX&B9&fg&B9&:9D98>=;&B9&cRRU6L16 Tal retirada de competência é

<?9C@89CD9&MG:DAEF_N9?l

O Trato diferenciado das ocorrências (procedimentos) está atrelado @&G8@&MG:DAEF@DAN@&FA9CDmEF;V:;FA@?X&F;C`;=89&OA:Dn=AF;&=9?@D@B;l&@& violência de gênero secularmente impingida à mulher. Assim, a Lei CL&ccLdeSTfSSg&;>9B9F9G&@;:&D9=8;:&B;:&@=D:L&fQ&@;&eQ&B@&+;CN9CHI;& +)4!/X&>98&F;8;&@=D:L&cQ&9&sQ&B@&+;CN9CHI;&B9&\9?P8&B;&5@=_X& inexistindo qualquer irregularidade em seu conteúdo ou contexto. 5;=& :9=& @& NA;?YCFA@& B9& ZYC9=;& G8@& ;`9C:@& BA=9D@& i& F;CF=9HI;& B;:& direitos humanos das mulheres, os referidos atos não podem ser concebidos como de menor potencial ofensivo, visto que os mes-mos inviabilizam o próprio exercício dos direitos fundamentais, derrogando, de tal forma, qualquer norma de pretensa igualdade C;&@=F@>;GH;&MG=mBAF;L17

Segundo Guilherme Nucci, os crimes praticados com violência B;8P:DAF@&9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&CI;&:I;&8@A:&AC`=@Hj9:&B9&89-nor potencial ofensivo, de modo que, não importando o quantum da <9C@X&CI;&:9&:G>89D98&i&$9A&CQ&RLSRRTRUX&2oLLLp&@`@:D@CB;X&ACF?G:AN9X&;& >9C9`mFA;&B@&:G:<9C:I;&F;CBAFA;C@?&B;&<=;F9::;6L18

Deve-se ressaltar que, apesar de divergências doutrinárias e ju-risprudenciais, o referido dispositivo teve (ao menos incidentalmente) sua constitucionalidade e, portanto, sua aplicabilidade, reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal no Habeas Corpus nº 106.212/2011, de relatoria do ministro Marco Aurélio.19

Referida hipótese de inaplicabilidade do procedimento da Lei nº RLSRRTRU&P&G8@&F?@=@&9N;?GHI;&C;&WG9&F;CF9=C9&i&<=;D9HI;&B;:&BA=9AD;:& das vítimas de violência doméstica contra a mulher, contudo ainda CI;&:GEFA9CD9&<@=@&@G89CD@=&@&9EFAYCFA@&B;&5;B9=&JGBAFA_=A;&C;&D=@D;& de ocorrências do tipo.

(8)

MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

OS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E

FAMILIAR CONTRA A MULHER (ART. 14 DA LEI

Nº 11.340/2006)

!&$9A&CQ&ccLdeSTfSSgX&98&:9G&@=DL&ceX&E=8;G&F;8<9DYCFA@&9:<9FmE-ca aos Juizados de Violência Domésti!&$9A&CQ&ccLdeSTfSSgX&98&:9G&@=DL&ceX&E=8;G&F;8<9DYCFA@&9:<9FmE-ca e Familiar contra a Mulher, bem como estabeleceu, em seu art. 33, que, enquanto não fossem estrutura-dos tais órgãos, por sua competência responderiam as varas criminais:

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu-?O9=X& n=ZI;:& B@& JG:DAH@& (=BAC_=A@& F;8& F;8<9DYCFA@& FmN9?& 9& F=A8AC@?X& poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e <9?;:&):D@B;:X&<@=@&;&<=;F9::;X&;&MG?Z@89CD;&9&@&9k9FGHI;&B@:&F@G:@:& decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. oLLLp

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões B;&.mDG?;&#'&B9:D@&$9AX&:G>:ABA@B@&<9?@&?9ZA:?@HI;&<=;F9::G@?&<9=DAC9CD9L20

De acordo com Amini Campos: “A partir daí, há competência híbrida (cível e penal) – arts. 13 e 14 da Lei nº 11.340/06 – dos Juízos Especializados de Combate à Violência de Gênero, instituído um novo critério de conexão processual (a ocorrência da violência doméstica e `@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=76L21

+;C:9ZGACD989CD9X&2oLLLp&;&8@ZA:D=@B;&<;B9=_&B9D9=8AC@=&@&:9<@-=@HI;&B9&F;=<;:X&F;8&;&F;8GCAF@B;&B@&@Z=9::I;]&B9:D@&N9KX&;&@GD;=&B;& `@D;&B9?ADG;:;&CI;&:9=A@&>9C9EFA@B;&<9?@&>G=;F=@FA@&?9Z@?X&WG9&@<9C@:& D=@K&<@=@&@&8G?O9=&G8@&`;=D9&AC:9ZG=@CH@&MG=mBAF@6L22

Conforme Guilherme Nucci, é uma norma inédita que, se efeti-N@B@X&:9=_&<;:ADAN@X&<;A:&9NAD@&@&BA::;FA@HI;&B@&JG:DAH@X&WG9&;>=AZ@N@& a mulher agredida a percorrer tanto o juízo criminal quanto o cível, <@=@&=9:;?N9=&:9G&<=;>?98@&F;8&;&@Z=9::;=L&!Z;=@X&2oLLLp&GC98V:9&@:& F;8<9DYCFA@:&9&G8&:n&8@ZA:D=@B;&9:D_&@<D;&@&D@CD;6L23

(9)

)k<9FD@DAN@:&@F9=F@&B;&@F9::;&i&MG:DAH@l&;:&MGAK@B;:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@& 9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&C@&9`9DAN@HI;&B@&?9A&CQ&ccLdeSTfSSg&12"@=A@&B@&59CO@67& B@:&'@=@:&B9& @8m?A@&<@=@&MG?Z@=&@&F@GD9?@=&B9&:9<@=@HI;&B9&F;=<;:& 8;DAN@B@&<;=&NA;?YCFA@X&F;8;&@E=8@&;&:9ZGACD9&MG?Z@B;&B;&.=A>GC@?& B9&JG:DAH@&B;&):D@B;&B;&5@=@C_l 5=;F9::;l&++&ecssgSS&53&SecssgSVSL&39?@D;=1@7l&"9CB;CH@&B9&!CGC-FA@HI;L&JG?Z@89CD;l&ffTStTfSSsL&u=ZI;&JG?Z@B;=l&ccv&+h8@=@&+mN9?&98& +;8<;:AHI;&#CD9Z=@?L&5G>?AF@HI;l&4Jl&seeUL&)89CD@l&+;CqAD;&C9Z@DAN;& B9&F;8<9DYCFA@&FmN9?&V&+@GD9?@=&B9&:9<@=@HI;&B9&F;=<;:&V&5=;<;:ADG=@& perante Vara de Família - Referência a agressões físicas perpetradas pelo cônjuge varão - Remessa dos autos ao Juizado de Violência Do-méstica e Familiar contra a Mulher - Lei nº 11.340/06 que não retirou a competência das Varas de Família, também especializadas, para o F;CO9FA89CD;&9&MG?Z@89CD;&B@&=9`9=AB@&89BAB@&F@GD9?@=&oLLLpL24

!&?9A&D@8>P8&<;::A>A?AD@&@&A8<?@CD@HI;&B9&9WGA<9:&8G?DABA:FA<?A-nares de atendimento: “Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por pro-E::A;C@A:&9:<9FA@?AK@B;:&C@:&_=9@:&<:AF;::;FA@?X&MG=mBAF@&9&B9&:@rB96L25

+;8;&:9&B9C;D@X&9kA:D98&:;?GHj9:&@<=9:9CD@B@:&<@=@&F@:;:&WG9& @CD9:&CI;&DACO@8&=9:G?D@B;:&:@DA:`@Dn=A;:X&2oLLLp&;&WG9&?9N@&@&F;CF?GA=& que a democracia brasileira está evoluindo, e o grande indicador disso P&@&@8<?A@HI;&B;&@F9::;&9`9DAN;&@;&5;B9=&JGBAFA_=A;&9&i&JG:DAH@6L26

!<9:@=& B@& 9N;?GHI;& C;& =9`9=AB;& WG@B=;& <=;F9BA89CD@?X& 8GAD;& @ACB@&B9N9&:9=&BA:FGDAB;&9&9:<9FAEF@B;&C;&WG9&F;CF9=C9&@;:&JGAK@B;:&B9& 'A;?YCFA@&4;8P:DAF@&9& @8A?A@=L&39`9=AB@&C;=8@DAK@HI;&`;A&ACAFA@B@&<;=& n=ZI;:&B9&Z9:DI;&MGBAFA_=A@&9:D@BG@?&9&<9?;&+;C:9?O;&*@FA;C@?&B9&JG:DAH@L&

PERSPECTIVAS E DESAFIOS NA EFETIVAÇÃO

DA LEI MARIA DA PENHA POR MEIO DOS

JUIZA-DOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CONTRA A MULHER

49&@F;=B;&F;8&@&39F;89CB@HI;&CQ&RTfSSs&B;&+;C:9?O;&*@FA;-C@?&B9&JG:DAH@X&;:&JGAK@B;:&B9&'A;?YCFA@&4;8P:DAF@&9& @8A?A@=&F;CD=@&@& Mulher devem ser criados e estruturados, implementando-se, simul-taneamente, equipes multidisciplinares, nos termos dos arts. 14 e 29 da Lei nº 11.340/2006.27

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MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

!?P8&BA::;X&B9D9=8AC@&@&<=;8;HI;&B9&FG=:;:&B9&F@<@FAD@HI;&8G?-DABA:FA<?AC@=&98&BA=9AD;:&OG8@C;:&9&NA;?YCFA@&B9&ZYC9=;X&BANG?Z@HI;&B@& Lei nº 11.340 aos operadores de Direito, preferencialmente magistrados, >98&F;8;&@&ACD9Z=@HI;&2oLLLp&B;&5;B9=&JGBAFA_=A;&@;:&B98@A:&:9=NAH;:& B@&=9B9&B9&@D9CBA89CD;&i&8G?O9=6L28

O CJN editou, no ano de 2010, um “Manual de Rotinas e Es-D=GDG=@HI;&B;:&JGAK@B;:&B9&'A;?YCFA@&4;8P:DAF@&9& @8A?A@=&F;CD=@&@& "G?O9=6X&WG9&@E=8@&WG9&B9N98&F;CD9=&Z@>AC9D9X&:@?@&B9&@GBAYCFA@:X& 9:<@H;&<@=@&@&:9F=9D@=A@X&:@?@:&B9&@D9CBA89CD;&<@=@&@&9WGA<9&8G?DABA:-ciplinar, brinquedoteca, entre outros.29

(&=9`9=AB;&8@CG@?&D=@K&G8&Dn<AF;&9:<9FmEF;&WG9&D=@D@&B@:&ACD9=-N9CHj9:&=9?@DAN@:&i&NmDA8@X&B9D9=8AC@CB;&:9G&@D9CBA89CD;&ACBANABG@?& ;G&98&Z=G<;:X&>98&F;8;&@&=9@?AK@HI;&B9&9CD=9NA:D@:&F;8&@:&NmDA8@:& antes da audiência prevista no art. 16 da Lei nº 11.340/2006.

5;B98&:9=&=9@?AK@B@:&NA:AD@:&B;8AFA?A@=9:&B9&N9=AEF@HI;X&F;CD@D;:& D9?9`wCAF;:X&;=A9CD@Hj9:X&AC`;=8@Hj9:&:;>=9&:;?DG=@&B9&@FG:@B;:X&98A:-:I;&B9&?@GB;:&9&<@=9F9=9:&N;?D@B;:&@&<9BAB;:&B9&=9:D=AHI;&;G&:G:<9C:I;& B9&NA:AD@:&@;:&E?O;:&B9&<@=D9&B;&@Z=9::;=L30

Além disso, o referido manual recomenda ao juiz que procure se articular com a rede de atendimento à mulher já consolidada na +;8@=F@&:;>&:G@&MG=A:BAHI;X&2oLLLp&C;D@B@89CD9&F;8&@:&49?9Z@FA@:&B9& 49`9:@&B@&"G?O9=X&@:&F@:@:V@>=AZ;&9&;:&F9CD=;:&8G?DA<=;E::A;C@A:6L31

(:&B;FG89CD;:&B9&WG9&:9&D=@D@&D=@K98&C;=8@DAK@Hj9:&9&9:<9FA-EF@Hj9:&WG9&>G:F@8&@<=A8;=@=&@&@DANAB@B9&B;:&JGAK@B;:&B9&'A;?YCFA@& 4;8P:DAF@& 9& @8A?A@=& +;CD=@& @& "G?O9=X& ;>M9DAN@CB;& 2<G>?AFAK@=6& ;& F;CqAD;& B;8P:DAF;X& @DACZACB;& ;& <=;>?98@& 98& :9G:& @:<9FD;:& :;FA@A:& mais relevantes.

Apesar disso, é necessário observar que o Conselho da Magis-D=@DG=@&B;&3A;&,=@CB9&B;&-G?&9k<9BAG&@&39:;?GHI;&CQ&UgfTfSSgX&WG9& estrutura os Juizados Especiais de Violência Doméstica e Familiar F;CD=@&@&"G?O9=X&WG9&@E=8@&WG9&;&=9`9=AB;&MGmK;&`GCFA;C@=_&MGCD;&i:& varas judiciais e, no Foro Central, será um Juizado Adjunto.32

!;& B9D9=8AC@=& @& @DG@HI;& F;CMGCD@& B;:& 8@ZA:D=@B;:& C;& MGmK;& F;8G8&9&C;:&MGAK@B;:X&@&39:;?GHI;&BA:D;=F9&Z=@N989CD9&;:&;>M9DAN;:& B@&$9A&CQ&ccLdeSTSgL&!?P8&BA::;X&CI;&:9&;FG<@&B@:&9:<9FAEFAB@B9:&;G&

(11)

)k<9FD@DAN@:&@F9=F@&B;&@F9::;&i&MG:DAH@l&;:&MGAK@B;:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@& 9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&C@&9`9DAN@HI;&B@&?9A&CQ&ccLdeSTfSSg&12"@=A@&B@&59CO@67&

89:8;&B@&C9F9::AB@B9&B9&AC:D@?@HI;&B@:&9WGA<9:&8G?DABA:FA<?AC@=9:& nos Juizados de Violência.

A violência doméstica de gênero é um problema social grave e complexo, e o CNJ reconheceu tais características com a Recomen-B@HI;& CQ& RTfSSsL& #C:D=G89CD;:& C;=8@DAN;:X& F;8;& @& 39:;?GHI;& CQ& 562/2006 do Conselho da Magistratura do Rio Grande do Sul, con-tudo, ignoram tais fatores e retornam à lógica formal e individualista do direito processual.

É evidente que o Juizado de Violência deve ser uma vara espe-FA@?AK@B@X&;FG<@B@&<;=&8@ZA:D=@B;:&9:<9FAEF@89CD9&<=9<@=@B;:&<@=@& lidar com o problema social que é a violência doméstica de gênero, o que jamais poderá ocorrer se não funcionar como um juízo autônomo e :9&@&:G@&@DG@HI;&CI;&9:DAN9=&@F;8<@CO@B@&<;=&9WGA<9&8G?DABA:FA<?AC@=L&

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Lei dos Juizados Especiais consagrou a lógica formalista do processo clássico, bem como equiparou a violência doméstica a infra-Hj9:& B9& 89C;=& <;D9CFA@?& ;`9C:AN;L& .@?& <=;<;:D@& OA<nF=AD@& D9=8AC;G& <;=&F@G:@=&G8&ZAZ@CD9:F;&=9D=;F9::;&B@&9`9DAN@HI;&B;:&BA=9AD;:&B@:& mulheres vítimas de violência doméstica.

A Lei nº 11.340/06, em sentido oposto, extirpou a aplicabilidade B@&$9A&CQ&RLSRRTRUX&>98&F;8;&B9D9=8AC;G&@&F=A@HI;&B;:&JGAK@B;:&B9& 'A;?YCFA@& 4;8P:DAF@& 9& @8A?A@=X& <9=8ADACB;& @& @DG@HI;& F;CMGCD@& B9& 9WGA<9&8G?DABA:FA<?AC@=L&(&+;C:9?O;&*@FA;C@?&B9&JG:DAH@&FGAB;G&B9& 9:<9FAEF@=&;:&BA:<;:ADAN;:&B@&?9AX&<;=&89A;&B@&39F;89CB@HI;&CQ&RTSsL& &0_X&F;CDGB;X&C;=8@DAK@Hj9:&98&:9CDAB;&;<;:D;X&@&9k98<?;&B@& 39:;?GHI;&CQ&UfgTfSSg&B;&+;C:9?O;&B@&"@ZA:D=@DG=@&B;&3A;&,=@CB9& do Sul, que produzem um evidente retorno à lógica de minimalismo, Z9C9=@?AK@HI;&9&B9:AZG@?B@B9X&<=9:9CD9&C@&$9A&CQ&RLSRRTRUX&@;&B9D9=-8AC@=&@&AC:D@?@HI;&B9&JGAK@B;:&B9&'A;?YCFA@&@BMGCD;:L

Deve-se ter em mente, contudo, a dimensão social do problema da violência doméstica de gênero, o que se demonstra impossível sem a F;C:FAYCFA@&B9&WG9&@&@DG@HI;&B;:&JGAK@B;:&B9&'A;?YCFA@&B9N9&;F;==9=&:;>& uma lógica muito diferente da que permeia o direito processual comum.

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MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

NOTAS

1 COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Manifesto contra os juizados especiais criminais. In: WUNDERLICH, Alexandre; CARVALHO, Salo de (Org.). Novos diálogos sobre os juizados especiais criminais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 3-6.

2 STRECK, Lênio Luiz. Os juizados especiais criminais à luz da jurisdição constitucional: @&E?D=@Z98&O9=89CYGDAF@&@&<@=DA=&B@&@<?AF@HI;&B@&DPFCAF@&B@&CG?AB@B9&<@=FA@?&:98&=9BGHI;& de texto. 2007, p. 4. Disponível em: <www.leniostreck.com.br> Acesso em: 15 abr. 2012. 3 Idem, p. 4-5.

4 WUNDERLICH, Alexandre. A vítima no processo penal: impressões sobre o fracasso da Lei nº 9.099/95. In: WUNDERLICH, Alexandre; CARVALHO, Salo de (Org.). Novos diálogos sobre os juizados especiais criminais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 38-39.

5 AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de. Juizados Especiais Criminais: uma abordagem so-FA;?nZAF@&:;>=9&@&AC`;=8@?AK@HI;&B@&MG:DAH@&<9C@?&C;&\=@:A?L&Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 16, n. 47, p. 108, out. 2001.

6 CAMPOS, Carmen Hein de; CARVALHO, Salo de. Violência doméstica e Juizados Especiais Criminais: análise a partir do feminismo e do garantismo. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 4, n. 2, p. 414, maio/ago. 2006.

s& +!"5(-X&+@=89C&09AC&B9L&JGAK@B;:&):<9FA@A:&+=A8AC@A:&9&:9G&BPEFAD&D9n=AF;L&Estudos Feministas, Florianópolis, v. 11, n. 1, p. 158-159, jan./jun. 2003.

8 Idem, p. 413. 9 Idem, p. 159-160. 10 Idem, p. 414. 11 Idem, p. 161.

cf& ($#')#3!X&"@=F9??@&\9=@?B;&B9]&4)\)3.X&,GAD@&,=ACL&(:&8;B9?;:&F;CFA?A@Dn=A;:&B9&:;?GHI;& B9&F;CqAD;:&9&@&2NA;?YCFA@&B;8P:DAF@6L&Cadernos Pagu, n. 29, p. 328, jul./dez. 2007. 13 OLIVEIRA, Marcella Beraldo de. Da delegacia de defesa da mulher ao juizado especial

F=A8AC@?l&:AZCAEF@B;:&B@&NA;?YCFA@&B9&ZYC9=;&C;&qGk;&<=;F9::G@?L&&#Cl&($#')#3!X&"@=F9??@& Beraldo de; DEBERT, Guita Grin; GREGORI, Maria Filomena (Org.). Gênero, família e gerações: juizado especial criminal e tribunal do júri. Campinas: Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero da Unicamp, 2008. p. 31.

14 WUNDERLICH, Alexandre. A vítima no processo penal: impressões sobre o fracasso da Lei nº 9.099/95. In: WUNDERLICH, Alexandre; CARVALHO, Salo de (Org.). Novos diálogos sobre os juizados especiais criminais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 40-41.

15 Idem, p. 332.

16 BRASIL. Lei 11.340/2006. Disponível em: <www.presidenciadarepublica.gov.br>. Acesso em: 15 abr. 2012.

17 CAMPOS, Amini Haddad. Violência institucional de gênero e a novel ordem normativa: AC;N@Hj9:&<=;F9::G@A:&C@&$9A&"@=A@&B@&59CO@L&#Cl&$#"!X& @G:D;&3;B=AZG9:]&-!*.(-X&+?@G-diene (Org.). Violência doméstical&NG?C9=@>A?AB@B9:&9&B9:@E;:&B@&ACD9=N9CHI;&F=A8AC@?&9& multidisciplinar. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009. p. 37.

18 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. p. 1.147.

19 _____. Supremo Tribunal Federal. H.C. nº 106.212-MS. 2011. Disponível em: <www.stf.jus. br>. Acesso em: 15 abr. 2012.

20 BRASIL. Lei nº 11.340/2006. 21 Idem.

22 CARNEIRO, Valnêda Cássia Santos. Análise conjuntural dos juizados especiais de prote-HI;&i&8G?O9=&9&@&B98;F=@DAK@HI;&B;&@F9::;&i&MG:DAH@L Sitientibus: Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana, n. 38, p. 18, jan./jul. 2008.

23 Idem, p. 1.137.

fe& 5!3!*xL&.=A>GC@?&B9&JG:DAH@L& !"#$%!&'(& !)*(%+",$-& ./(0&"1&2344566. 2007. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br>. Acesso em: 17 abr. 2012.

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)k<9FD@DAN@:&@F9=F@&B;&@F9::;&i&MG:DAH@l&;:&MGAK@B;:&B9&NA;?YCFA@&B;8P:DAF@& 9&`@8A?A@=&F;CD=@&@&8G?O9=&C@&9`9DAN@HI;&B@&?9A&CQ&ccLdeSTfSSg&12"@=A@&B@&59CO@67& 26 CAMPOS, 2009, Idem, p. 21.

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28 Idem.

fR& \3!-#$L&+;C:9?O;&*@FA;C@?&B9&JG:DAH@L&Manual de rotinas e estruturação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília: CNJ, 2010. p. 20.

30 Idem, p. 52. 31 Idem, p. 52.

32 RIO GRANDE DO SUL. Conselho da Magistratura. Resolução nº 562/2006. Disponível em:

<www.tjrs.jus.br>. Acesso em: 15 abr. 2012.

REFERÊNCIAS

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MÁRIO LÚCIO GARCEZ CALIL

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Artigo recebido em: 21-8-2012 Aprovado em: 4-11-2013

Referências

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