Estrutura Conceitual Básica
Profª Suênia Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais
Estrutura Conceitual Básica
Demonstrações contábeis preparadas sob a égide desta Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral;
Não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários;
Finalidade
Estabelece os conceitos que fundamentam a preparação e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a
usuários externos;
Dar suporte ao desenvolvimento de novos Pronunciamentos Técnicos e à revisão de Pronunciamentos existentes quando necessário;
Não deverá haver conflito entre o estabelecido nesta Estrutura Conceitual e qualquer Pronunciamento Técnico.
Estrutura Teórica da Contabilidade
De acordo com Kam (1990): Relação Lógica ou Sintática; Relação Semântica; Relação Pragmática
Segundo Kam (1990): Procedimentos; Métodos Princípios; Padrões; Postulados; Suposições
Teoria da Contabilidade ou ECB?
Nem sempre a lógica é verdadeira; O FASB prefere usar o termo ECB. Miscelânea terminológica;
Prática e Teoria Contábil
Glautier e Underdown (2001) afirmam que a teoria da contabilidade é a expressão de um conjunto de conceitos que visam:
Oferecer um arcabouço de princípios através dos quais as práticas contábeis poderão ser julgadas;
Guiar o desenvolvimento de novas práticas e procedimentos.
Prática e Teoria Contábil
Teorias Contábeis
Não Usuários
Usuários Práticas Contábeis Políticas Contábeis
Abstrações Recomendações Julgamento de
Valores
Relatórios Outras Fontes de Informação
Ciência Natural x Ciência Social
Ciência Natural Objeto de Estudo Ciência Social Objeto de EstudoFonte: Autoria Própria Fonte: Autoria Própria
Alcance
O objetivo das demonstrações contábeis;
As características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis;
As características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis;
Os conceitos de capital e de manutenção do capital.
Objetivo
Servir como fonte dos conceitos básicos e fundamentais a serem utilizados na elaboração e na interpretação dos Pronunciamentos Técnicos;
Guia para preparação e utilização das Demonstrações Contábeis das entidades comerciais, industriais e outras de negócios;
O documento tomado como fonte para esta Estrutura é o
Framework for the Preparation and Presentation of Financial Statements, emitido pelo IASB
Pontos Polêmicos
É importante notar que, por ser o original um documento destinado a uma validade mundial, é de natureza a mais geral possível e considera determinados conceitos que podem, ou não, ser suportados por normas específicas nacionais.
▫Ex: Estrutura Conceitual admite a figura da
Reavaliação de Ativos, mas a Lei 11.638/07 não mais admite esse procedimento a partir de 2008.
Usuários e suas Necessidades de Informação
Teoria Geral dos Sistemas;
Conceito de Sistema;
Consecução de Objetivos
Relação Causa e Efeito
Sistemas Abertos e Fechados
Usuários e suas Necessidades de Informação
Objetivos da Contabilidade;
Tomada de Decisão;
Formulação de estratégias;
Conflito Distributivo.
Teoria dos sistemas em Contabilidade
•Francisco D´Auria, século XX;
•Conhecimentos puros;
•Sistematologia;
•Sistematografia
Teoria da Economicidade
Economicidade é a capacidade de vitalidade patrimonial que garante a sobrevivência da riqueza e que traduz a participação desta, interna e externamente à entidade.
Deve procurar traduzir a participação da riqueza individualizada tanto ao nível interno, quanto ao nível externo, pois a interdependência é indissociável.
Teoria da Economicidade
Especializações da Contabilidade
“Nova” especialidade, a Contabilidade Social, que podeser vista como uma parte da ciência contábil que procura estudar as influências das variações patrimoniais não apenas nas entidades, mas também na sociedade e no meio-ambiente.
Vernon Kam (1990) diz que a APB e o FASB ignoram a sociedade como um usuário específico.
Especializações da Contabilidade
Teoria dos Stakeholders
O resultado final da atividade de uma organização empresarial deve levar em consideração os retornos que otimizam os resultados de todos os stakeholders envolvidos, e não apenas os resultados dos
Teoria dos Stakeholders
Teoria dos Stakeholders - Freeman
Teoria dos Stakeholders - Clarkson
investem recursos humanos ou financeiros na organização Voluntários os que estão sujeitos a risco decorrente da ação da organização Involuntários
Teoria dos Stakeholders – Andrade e Rossetti
Shareholders
Internos
Externos
Entorno
• Quanto ao regime legal • Quanto à participação • Envolvidos com o monitoramento de resultados • Integrados à cadeia de negócios •Restrito •Abrangente
Focos da nova estrutura conceitual
•Definir o objetivo das demonstrações contábeis,
•Estabelecer as características qualitativas da informação contábil e
•Promover as principais definições para reconhecimento e mensuração dos elementos patrimoniais e de resultado.
(Teixeira, Costa e Galdi, 2009, p.79)
Características Qualitativas das
Demonstrações Contábeis
Relevância Representação Fidedigna Comparabilidade Verificabilidade Tempestividade CompreensibilidadeCaracterísticas Qualitativas
Fundamentais
• Uma informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários.
Relevância
Características Qualitativas
Fundamentais
• Para ser útil, a informação não tem só que representar um fenômeno relevante, mas tem também que representar com fidedignidade tal fenômeno. Representação Fidedigna
Características Qualitativas de
Melhoria
Restrição de custo na elaboração e
divulgação DC
Premissa subjacente
Continuidade da
entidade
Resolução CFC 1282/10
Resolução CFC 1282/10 Pronunciament o Conceitual BásicoResolução CFC 1282/10
•A referida Resolução trata dos Princípios de Contabilidade.
•Os PC representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País.
Principais pontos
•Entidade;
•Continuidade;
•Oportunidade;
•Registro pelo valor original;
•Competência;
•Prudência.
Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial.
O Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes
patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.
Determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisão econômica. (CPC - EC)
DC’s se preparadas de acordo com a orientação:
As DC’s também objetivam:
• Apresentar os resultados da atuação da Administração
• Capacitação na prestação de contas
No entanto,
• Retratam os efeitos financeiros de acontecimentos passados
• Não incluem informações não-financeiras
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Atendem às necessidades comuns da maioria dos usuários evitando privilegiar algum grupo.
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
.
Evidenciação é um compromisso inalienável da Contabilidade com seus usuários e com os próprios objetivos. As formas de evidenciação podem variar, mas a essência é sempre a mesma: apresentar informação quantitativa e qualitativa de maneira ordenada, deixando o menos possível para ficar de fora dos demonstrativos formais, a fim de propiciar uma base adequada de informação para o usuário. (Iudícibus, 1997, p. 115)
Divulgação, evidenciação, disclosure são nomes diferentes utilizados para tratar do mesmo tema. (Almeida, 2009, p.266)
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A Divulgação das Informações Contábeis
Para uma divulgação apropriada, Hendriksen e Van Breda (2000, p. 511), propõe respostas à três perguntas fundamentais:
A quem deve ser divulgada a informação? Qual é a finalidade da informação? Quanta informação deve ser divulgada?
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
R. 1 – A acionistas, outros investidores e credores.
R. 2 – Para tomada de decisão de compra, manutenção e venda de investimentos. Funcionários, clientes, órgãos do governo e público em geral – são encarados como destinatários secundários e padecem da ausência de conhecimento a respeito de suas decisões.
Resposta 3 – A necessária para o funcionamento dos mercados eficientes de capitais. Dever permitir:
Predição de tendências futuras e da variabilidade dos dividendos; Associação entre rentabilidade futura e os mercados; Ênfase nas preferências de investidores e analistas financeiros; Riscos relativos a cada empresa;
Condição de construção de carteiras diversificadas.
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Nível de Divulgação
Divulgação Adequada Divulgação Justa Divulgação Completa
Adequada – o volume mínimo para evitar que as demonstrações sejam enganadoras;
Justa – subentende um objetivo ético de tratamento equitativo de todos os leitores em potencial
O OBJETIVO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Num mundo ideal o nível apropriado de divulgação seriam baseadas no aumento de bem-estar social que qualquer divulgação adicional produzisse. (Handriksen e Van Breda, 2000, p. 515) Divulgação Compulsó-ria Divulgação Voluntária Bem-estar social
Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira
Para a tomada das decisões econômicas os usuários precisam:
Avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa
A época em que se realizarão
O grau de certeza dessa geração
Aspectos que afetam a posição patrimonial e financeira da entidade
os recursos econônimos que controla,
estrutura financeira,
liquidez
Solvência
Capacidade de adaptação às mudanças do ambiente
Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira
Utilidade das informações patrimonial e financeira
Previsão de fluxos: prever a capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa no futuro
Necessidade de financiamento: antever necessidade de financiamento
Distribuição: previsão de lucros futuros para distribuição
Liquidez e Solvência: presumir a capacidade de cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos
Posição Patrimonial e Financeira – Balanço Patrimonial
Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira
Utilidade das informações de desempenho
Rentabilidade: avaliação de possíveis mudanças na composição dos recursos econômicos
Resultado: prever a capacidade de gerar fluxos de caixa a partir dos recursos
Potencialidade: avaliar a eficácia de possíveis recursos adicionais
Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira
Utilidade das informações de mutações
Avaliar as atividades de investimento, de financiamento e operacionais
Avaliar a capacidade de gerar fluxos positivos de caixa O grau de precisão de estimativas dos fluxos projetados
Mutações na Posição Financeira – Fluxos de Caixa, Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos
Importante:
As DC’s se inter-relacionam porque refletem diferentes aspectos das mesmas transações ou outros eventos.
Nenhuma se presta a um único propósito e nem fornece todas as informações para necessidades específicas dos usuários.
As DC’s também englobam:
Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira
Notas explicativas, Quadros suplementares
Outras informações: divulgações de riscos e incertezas, recursos e/ou obrigações que não exista obrigatoriedade de serem reconhecidos no BP, informações sobre segmentos de atividades ou geográficos.