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Felipe Emmanuel Ferreira de Castro. Motor de Indução Trifásico Sem Mancais com Bobinado Dividido: otimização do sistema de posicionamento radial

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Academic year: 2021

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(1)

Motor de Indu¸

ao Trif´

asico Sem Mancais

com Bobinado Dividido: otimiza¸

ao do

sistema de posicionamento radial

Natal

(2)

Motor de Indu¸

ao Trif´

asico Sem Mancais

com Bobinado Dividido: otimiza¸

ao do

sistema de posicionamento radial

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica, no Centro de Tecnologia da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Norte, como requisito parcial `a obten¸c˜ao do grau de Mestre.

Orientador:

Andres Ortiz Salazar

Co-orientador:

Andr´e Laurindo Maitelli

Natal

(3)

Motor de Indu¸

ao Trif´

asico Sem Mancais

com Bobinado Dividido: otimiza¸

ao do

sistema de posicionamento radial

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Engenharia El´etrica, no Cen-tro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial `a obten¸c˜ao do grau de Mestre e aprovada pela banca examinadora composta pelos pro-fessores:

Dr. Andres Ortiz Salazar (UFRN) Orientador

Dr. Andr´e Laurindo Maitelli (UFRN) Co-orientador

Dr. Ricardo L´ucio de Ara´ujo Ribeiro (UFRN) Membro da banca

Dr. C´ıcero Marcos Tavares Cruz (UFC) Membro da banca

(4)

Agradecimentos

Agrade¸co a Deus e aos amigos que contribu´ıram em a¸c˜ao ou em pensamento, espiritual ou materialmente para a realiza¸c˜ao deste trabalho. Em especial, agrade¸co a:

Meus av´os, Ione e Joca, que muito ajudaram em minha educa¸c˜ao;

Minha m˜ae, pela ajuda sobre a normatiza¸c˜ao, al´em da dedica¸c˜ao e carinho; Meu pai, que tamb´em muito contribuiu para minha forma¸c˜ao;

Meu orientador, que me apoiou sempre com entusiasmo e ao mesmo tempo rigor cient´ıfico sobre novas id´eias;

Meu co-orientador, com seu crivo apurado e valioso;

Atual equipe da base de pesquisa sobre m´aquinas sem mancais: Jossana, Jean, Stella, ´

Alvaro e Cleiton;

Prof. Ricardo Ribeiro, com suas sugest˜oes de ´ultima hora;

TRANSNOR Com´ercio e Ind. Ltda., pela constru¸c˜ao do prot´otipo; CNPQ, pelo apoio `a pesquisa;

(5)

Resumo

Esta disserta¸c˜ao trata do sistema de controle de suspens˜ao magn´etica ativa do rotor de um motor de indu¸c˜ao sem mancais na configura¸c˜ao com bobinado dividido. Analisa um modelo dinˆamico para as for¸cas magn´eticas radiais atuantes sobre o rotor. A par-tir disso, prop˜oe um novo esquema de composi¸c˜ao das correntes impostas ao estator da m´aquina. Mostra os testes realizados sobre um prot´otipo, provando a utilidade da nova estrutura de atua¸c˜ao para o controle de posi¸c˜ao radial. Por fim, indica a importˆancia de se adaptar esta estrutura a t´ecnicas de controle rotacional consagradas, dando continui-dade ao desenvolvimento da pesquisa sobre este tipo de equipamento, que ´e realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte desde 2000.

(6)

Abstract

This dissertation deals with the active magnetic suspension control system of an induction bearingless motor configured with split windings. It analyses a dynamic model for the radial magnetic forces actuating on the rotor. From that, it proposes a new approach for the composition of the currents imposed to the machine’s stator. It shows the tests accomplished with a prototype, proving the usefulness of the new actuating structure for the radial positioning control. Finnaly, it points out the importance of adapting this structure to well-known rotational control techniques, continuing this kind of equipment research, which is carried out at Federal University of Rio Grande do Norte since 2000.

(7)

Sum´

ario

Lista de Figuras p. ix

Lista de Tabelas p. xii

Lista de S´ımbolos p. xiii

1 Introdu¸c˜ao p. 1

2 Vis˜ao Geral do Sistema p. 4

2.1 Caracteriza¸c˜ao do prot´otipo . . . p. 4 2.2 Configura¸c˜ao do estator . . . p. 5 2.3 Princ´ıpio de obten¸c˜ao das for¸cas radiais . . . p. 6 2.4 Configura¸c˜ao do rotor . . . p. 8 2.5 Necessidade da transforma¸c˜ao rotacional para a aplica¸c˜ao dos sinais de

controle de posi¸c˜ao . . . p. 10 2.6 Diagrama do sistema de controle . . . p. 12 2.7 Processamento para o controle . . . p. 13

3 For¸ca Magn´etica Radial p. 14

3.1 Equa¸c˜oes gerais . . . p. 15 3.2 Resultado para a for¸ca magn´etica radial aproximada . . . p. 19

4 Modelagem p. 22

(8)

4.1.2 Discretiza¸c˜ao . . . p. 24 4.1.3 Equa¸c˜ao de estado . . . p. 25 4.2 Posi¸c˜ao radial do rotor . . . p. 25 4.2.1 An´alise da for¸ca magn´etica radial . . . p. 25

4.2.1.1 Separa¸c˜ao entre as componentes de torque e de

posicio-namento radial . . . p. 26 4.2.1.2 Transforma¸c˜ao de atua¸c˜ao da for¸ca radial . . . p. 27 4.2.1.3 Corrente de levita¸c˜ao magn´etica . . . p. 29 4.2.1.4 Influˆencia de pequenos deslocamentos do rotor sobre a

for¸ca resultante . . . p. 30 4.2.2 Equa¸c˜ao dinˆamica . . . p. 31 4.2.3 Fun¸c˜ao de transferˆencia . . . p. 33 4.2.4 Discretiza¸c˜ao . . . p. 34 4.2.5 Influˆencia da corrente de magnetiza¸c˜ao sobre a estabiliza¸c˜ao do

sistema . . . p. 35 4.2.6 Equa¸c˜ao de estado . . . p. 35

5 Controle p. 37

5.1 Correntes no estator . . . p. 37 5.2 Posi¸c˜ao radial do rotor . . . p. 38 5.2.1 An´alise . . . p. 39 5.2.2 Otimiza¸c˜ao . . . p. 40 5.2.3 Simula¸c˜ao . . . p. 41

6 Implementa¸c˜ao p. 44

(9)

6.2.1 Organiza¸c˜ao . . . p. 50 6.2.2 Comando e inicializa¸c˜ao . . . p. 52 6.2.3 Tarefas auxiliares . . . p. 53 6.2.4 Controle de posi¸c˜ao . . . p. 53 6.2.5 Controle de correntes . . . p. 55 7 Resultados Experimentais p. 56 7.1 Correntes no estator . . . p. 56 7.2 Posi¸c˜ao radial do rotor . . . p. 58 7.2.1 Resposta ao degrau . . . p. 59 7.2.2 Area de dispers˜ao do posicionamento . . . .´ p. 60 7.2.3 Desbalanceamento das correntes . . . p. 64 7.2.4 Potˆencia de controle radial . . . p. 66 7.2.5 Conclus˜oes . . . p. 68

8 Perspectivas de Desenvolvimento p. 70

Referˆencias p. 71

Apˆendice A -- Estrutura do Motor de Indu¸c˜ao Sem Mancais p. 73

A.1 Estrutura mecˆanica . . . p. 73 A.2 Momento de in´ercia do rotor em rela¸c˜ao aos pontos de sustenta¸c˜ao . . . p. 73 A.3 Esquema de liga¸c˜ao dos circuitos rot´oricos . . . p. 78

Apˆendice B -- Medi¸c˜ao de parˆametros p. 79

(10)

B.1.4 Tens˜ao cont´ınua do barramento do inversor . . . p. 81 B.2 Sistema de controle de posi¸c˜ao . . . p. 82 B.2.1 Constante K . . . . p. 82 B.2.2 Constantes K1 e K2 . . . p. 83

B.2.3 Constantes K3 e K4 . . . p. 83

B.2.4 Fun¸c˜ao de transferˆencia dos sensores de posi¸c˜ao . . . p. 83

Apˆendice C -- C´alculo da Matriz de Indutˆancias p. 85

(11)

Lista de Figuras

1 Graus de liberdade de movimentos do rotor . . . p. 5 2 Disposi¸c˜ao dos estatores e rotores dentro da m´aquina . . . p. 5 3 Diferen¸ca entre a liga¸c˜ao convencional e a com bobinado dividido . . . p. 6 4 Disposi¸c˜ao dos grupos de bobinas no estator . . . p. 6 5 Fluxo magn´etico devido a uma bobina . . . p. 7 6 Fluxo magn´etico devido a duas bobinas opostas . . . p. 7 7 Configura¸c˜ao de um dos circuitos do rotor . . . p. 8 8 Circula¸c˜ao de correntes induzidas dentro do rotor . . . p. 9 9 Indu¸c˜ao no rotor devido ao aumento do fluxo magn´etico . . . p. 9 10 Anula¸c˜ao das correntes no rotor frente `a varia¸c˜ao diferencial do fluxo

magn´etico . . . p. 10 11 Diagrama do sistema de controle de corrente e de posi¸c˜ao radial . . . . p. 12 12 Distribui¸c˜ao aproximada dos enrolamentos no estator . . . p. 16 13 Disposi¸c˜ao de dois enrolamentos quaisquer i e j no motor . . . . p. 17 14 Percurso fechado para a aplica¸c˜ao da Lei de Amp`ere . . . p. 18 15 Diagrama de blocos do sistema de controle de correntes no estator, em

(12)

21 Lugar das ra´ızes para o modelo de posi¸c˜ao em realimenta¸c˜ao unit´aria . p. 39 22 Resposta ao degrau unit´ario para o controle de posi¸c˜ao . . . p. 43 23 Sinal de controle de posi¸c˜ao para o degrau unit´ario . . . p. 43 24 Diagrama de blocos el´etrico . . . p. 44 25 Retificador de potˆencia . . . p. 45 26 Inversor de potˆencia . . . p. 46 27 Desalinhamento angular entre o estator e os sensores de posi¸c˜ao . . . . p. 48 28 Fluxograma do programa controlador do sistema . . . p. 51 29 Diagrama temporal da distribui¸c˜ao das tarefas de controle . . . p. 52 30 Resposta ao degrau para a corrente em uma das bobinas do estator. . . p. 57 31 Onda senoidal de 60 Hz em uma das bobinas do estator . . . p. 57 32 Limite mecˆanico imposto ao deslocamento lateral do rotor . . . p. 58 33 Resposta a uma varia¸c˜ao em degrau para o controle radial ao longo de

(13)

46 Esquema de liga¸c˜oes dos circuitos el´etricos no rotor . . . p. 78 47 Filtro passa-baixa na sa´ıda dos sensores de corrente . . . p. 81 48 Filtro passa-baixa na sa´ıda dos sensores de posi¸c˜ao . . . p. 84 49 Diagrama para o c´alculo de g(α, β, θ) . . . . p. 85 50 Indutˆancia pr´opria da bobina 1, em fun¸c˜ao do deslocamento do rotor . p. 99 51 Indutˆancia m´utua entre as bobinas 1 e 2, em fun¸c˜ao do deslocamento do

rotor . . . p. 100 52 Indutˆancia m´utua entre as bobinas 1 e 3, em fun¸c˜ao do deslocamento do

rotor . . . p. 100 53 Indutˆancia m´utua entre as bobinas 1 e 4, em fun¸c˜ao do deslocamento do

rotor . . . p. 101 54 Indutˆancia m´utua entre as bobinas 1 e 5, em fun¸c˜ao do deslocamento do

rotor . . . p. 101 55 Indutˆancia m´utua entre as bobinas 1 e 6, em fun¸c˜ao do deslocamento do

(14)

Lista de Tabelas

1 Potˆencias dissipadas nos enrolamentos do estator . . . p. 67 2 Potˆencias dissipadas nos enrolamentos do estator, pelas correntes de

(15)

Lista de S´ımbolos

Fα, Fβ determinam a for¸ca magn´etica resultante no rotor;

W (α, β, i) ´e a fun¸c˜ao co-energia magn´etica armazenada no entreferro do motor; α, β definem a posi¸c˜ao radial do rotor em rela¸c˜ao ao centro da m´aquina;

i ´e o vetor das seis correntes aplicadas aos enrolamentos do estator;

lij(α, β) = Lij , s˜ao as fun¸c˜oes indutˆancias pr´oprias, quando i = j ; e s˜ao as fun¸c˜oes

indutˆancias m´utuas, quando i 6= j;

λij(α, β) ´e o fluxo concatenado pela i-´esima bobina do estator devido `a corrente da

j-´esima bobina;

Ni ´e o n´umero de espiras da i-´esima bobina do estator; como todos os enrolamentos s˜ao

iguais, Ni = N para qualquer i;

φij(α, β) ´e o fluxo concatenado por uma das espiras do i-´esimo enrolamento devido `a

corrente no j-´esimo enrolamento;

µ0 ´e a permeabilidade magn´etica do ar, cujo valor ´e praticamente igual `a do v´acuo;

h ´e a altura do cilindro rot´orico;

r ´e o raio interno do estator, que ´e aproximadamente igual ao raio do rotor; ai e bi s˜ao os ˆangulos inicial e final que localizam a bobina i;

Hj(α, β, θ) ´e a fun¸c˜ao campo magn´etico no entreferro devido `a corrente que circula no

enrolamento j;

θ ´e a coordenada angular do sistema de coordenadas cil´ındricas, utilizada para definir

algumas fun¸c˜oes ao longo do entreferro;

Vj(α, β) ´e o potencial magn´etico escalar do rotor devido `a corrente que circula no

(16)

ij(θ) ´e a corrente de uma das espiras da bobina j que ´e envolvida por um percurso

fechado −−−−−−→ACF GA;

g(α, β, θ) ´e espessura do entreferro no ˆangulo θ devido ao deslocamento (α, β) do rotor; K ´e uma constante que est´a definida pela eq. (C.61), p. 97;

g0 ´e a espessura m´edia do entreferro, definida na se¸c˜ao C.1, p. 85;

Vcc ´e a tens˜ao do barramento de tens˜ao cont´ınua do inversor (barramento CC);

Ia, Ib e Ic s˜ao as correntes senoidais trif´asicas aplicadas ao estator, respons´aveis pelo

torque da m´aquina;

∆ia, ∆ib e ∆ic s˜ao as correntes de controle de posicionamento radial, respons´aveis pela

centraliza¸c˜ao do eixo do rotor;

Im ´e a amplitude das correntes senoidais no estator;

f ´e a freq¨uˆencia el´etrica de varia¸c˜ao senoidal das correntes, em Hertz; t ´e o tempo decorrido, em segundos;

θe ´e o ˆangulo el´etrico que define o estado do sistema fasorial de correntes;

∆ix ´e o sinal de controle aplicado sobre a dire¸c˜ao X de deslocamento do rotor, a qual

est´a alinhada com os enrolamentos da fase A do estator;

∆iy ´e o sinal de controle aplicado sobre a dire¸c˜ao Y de deslocamento do rotor, que ´e

perpendicular `a dire¸c˜ao X;

Ti ´e uma matriz de transforma¸c˜ao inversa `a matriz Td;

Fp ´e o peso do rotor aplicado a cada ponto de suspens˜ao do eixo;

mr ´e a massa do rotor;

gt´e a acelera¸c˜ao gravitacional da Terra;

∆iy ´e a componente m´edia da corrente para a suspens˜ao magn´etica do rotor;

l1 ´e o bra¸co de alavanca entre o ponto de apoio e o de aplica¸c˜ao da for¸ca magn´etica;

l2 ´e a extens˜ao do bra¸co de alavanca at´e o ponto de fixa¸c˜ao dos sensores de

(17)

Ir ´e o momento de in´ercia do rotor em rela¸c˜ao ao eixo paralelo ao eixo X, passando pelo

ponto de apoio, `a direita na figura 16;

θβ ´e o ˆangulo de deslocamento do rotor em rela¸c˜ao ao ponto de apoio;

τβ ´e o torque aplicado ao rotor em rela¸c˜ao ao ponto de apoio;

ys ´e o deslocamento radial do ponto de sensoriamento, ao longo da dire¸c˜ao Y;

Kpc ´e o ganho da parte proporcional do controlador de corrente;

Kic ´e o ganho da parte integrativa do controlador de corrente;

Kpp ´e o ganho da parte proporcional do controlador de posi¸c˜ao;

Kdp ´e o ganho da parte derivativa do controlador de posi¸c˜ao;

y(∞) ´e o valor final da sa´ıda em resposta a um degrau unit´ario;

e(k) = [y(∞) − y(k)] ´e o erro entre o valor final e o valor atual da sa´ıda no instante k; u(k) ´e o sinal de controle aplicado no instante k;

Pte s˜ao as perdas totais no cobre devidas `as correntes de magnetiza¸c˜ao e de levita¸c˜ao

combinadas;

Pme s˜ao as perdas no cobre pelas correntes de magnetiza¸c˜ao;

(18)

1

Introdu¸

ao

Este trabalho descreve parte da pesquisa sobre motores el´etricos de indu¸c˜ao sem mancais desenvolvida na UFRN. Os motores de indu¸c˜ao s˜ao os equipamentos el´etricos rotativos mais vers´ateis e robustos usados na ind´ustria moderna. Em algumas aplica¸c˜oes bem espec´ıficas ´e interessante eliminarem-se os mancais mecˆanicos que sustentam o rotor. A tecnologia de motores sem mancais ´e um ramo de pesquisa para aplica¸c˜oes que requerem velocidade rotacional incomum (acima de 3600 rpm), opera¸c˜ao suave, sem ru´ıdo, livre de manuten¸c˜ao mecˆanica; bombeamento de fluidos em circuitos hermeticamente fechados, etc. Para isso j´a existe uma solu¸c˜ao bem conhecida: os mancais magn´eticos. Outro tipo de solu¸c˜ao, que leva a um sistema mais compacto, ´e aquela dos motores sem mancais expl´ıcitos. Neste caso, a fun¸c˜ao de sustenta¸c˜ao do rotor fica embutida: o mesmo campo magn´etico que produz torque tamb´em ´e usado na obten¸c˜ao de for¸cas laterais para fixar radialmente o rotor. Juntando-se a robustez de um motor de indu¸c˜ao `a peculiaridade dos motores sem mancais, chega-se `a m´aquina de indu¸c˜ao sem mancais.

Particularmente, as aplica¸c˜oes a que se destinam os mancais magn´eticos ou as m´a-quinas sem mancais s˜ao aquelas onde uma ou mais das seguintes condi¸c˜oes devem ser satisfeitas:

1. O atrito entre as partes girante e fixa deve ser minimizado para se atingir r´apidas rota¸c˜oes sem deteriora¸c˜ao da eficiˆencia;

2. N˜ao pode haver a emiss˜ao de part´ıculas contaminantes devido ao atrito mecˆanico de rolamentos comuns;

3. Necessidade de se isolar hermeticamente algum fluido a ser bombeado, evitando a contamina¸c˜ao do mesmo ou vazamento para fora;

(19)

Com rela¸c˜ao `a configura¸c˜ao do estator, atualmente duas estruturas s˜ao usadas para as m´aquinas de indu¸c˜ao sem mancais. A primeira ´e chamada de sistema com dois enrola-mentos; a segunda ´e chamada de sistema com enrolamentos divididos (CHIBA; SALAZAR, 2000). A diferen¸ca entre as duas reside em como ´e controlada a distribui¸c˜ao do fluxo magn´etico dentro da m´aquina, de modo a se obter as for¸cas de posicionamento radial. O sistema com dois enrolamentos foi o primeiro proposto (CHIBA; POWER; RAHMAN, 1991), onde ´e acrescentado um conjunto de enrolamentos que altera a distribui¸c˜ao do fluxo atrav´es de superposi¸c˜ao magn´etica, produzindo as for¸cas de posicionamento radiais, al´em do torque para a rota¸c˜ao. O segundo esquema proposto (SALAZAR; STEPHAN, 1993) divide os enrolamentos do estator em grupos opostos espacialmente e controla a distribui¸c˜ao do fluxo pelo desbalan¸co de correntes entre estes pares de grupos, ou seja, a soma das componentes de torque e for¸ca radial ´e efetuada previamente, antes de se aplicar as correntes aos enrolamentos do estator.

O sistema com enrolamentos divididos ´e o adotado na pesquisa aqui referida. Os primeiros trabalhos com esse tipo de sistema usaram um motor de quatro p´olos bif´asico, onde o enrolamento de uma das fases era divido em quatro grupos, que eram dispostos sim´etrica e ortogonalmente entre si (SALAZAR; STEPHAN; DUNFORD, 1993). Mais tarde, surgiu a proposta de implementa¸c˜ao com um motor de quatro p´olos trif´asico, onde cada uma das fases era separada em um par de grupos opostos, totalizando seis bobinas no estator (FERREIRA, 2002). A implementa¸c˜ao desta ´ultima foi realizada com sucesso (SALAZAR; FERREIRA; CASTRO, 2003), tendo-se mostrado fact´ıvel (FERREIRA et al., 2003). O esfor¸co de otimiza¸c˜ao deste ´ultimo sistema levou a algumas modifica¸c˜oes sobre a estrutura de controle digital, a configura¸c˜ao do rotor e a estrat´egia de aplica¸c˜ao dos sinais de posicionamento radial. A maior contribui¸c˜ao desta disserta¸c˜ao de mestrado ´e descrever essas ´ultimas altera¸c˜oes e mostrar o desempenho alcan¸cado com elas.

Dentre os principais objetivos deste trabalho destacam-se, ent˜ao, as otimiza¸c˜oes rea-lizadas sobre os seguintes itens:

Modelagem da for¸ca magn´etica radial, com o estudo dos parˆametros que mais influ-enciam na estabilidade do posicionamento radial do rotor;

Atua¸c˜ao do posicionamento radial, usando transforma¸c˜oes rotacional e bif´asica-tri-f´asica adequadas, de modo a manter a amplitude da for¸ca magn´etica no rotor inde-pendente da posi¸c˜ao do fluxo dentro da m´aquina;

(20)

Sig-nal Processor”) para alcan¸car uma velocidade de processamento adequada `as exi-gentes tarefas de controle, aplicadas `as v´arias malhas de realimenta¸c˜ao (FERREIRA et al., 2003;PAIVA et al., 2003);

Configura¸c˜ao do rotor, com circuitos de 4 p´olos para minimizar a rea¸c˜ao rot´orica `a varia¸c˜ao do fluxo magn´etico de posicionamento (CHIBA et al., 1996), permitindo a obten¸c˜ao de maiores for¸cas radiais;

O primeiro e o segundo itens baseiam-se na metodologia de modelagem usada para o sistema com dois enrolamentos (CHIBA; POWER; RAHMAN, 1991; CHIBA et al., 1994;

RAHMAN; FUKAO; CHIBA, 1995;CHIBA et al., 1996). O mesmo m´etodo pode ser aplicado para o sistema com enrolamentos divididos, eliminando a maior desvantagem que at´e ent˜ao este apresentava: n˜ao era poss´ıvel se fazer o controle radial para baixas freq¨uˆencias de acionamento do campo girante (CHIBA; SALAZAR, 2000). A nova estrat´egia de controle apresentada aqui estende a opera¸c˜ao do motor at´e a velocidade nula de rota¸c˜ao.

A valida¸c˜ao est´a baseada na experimenta¸c˜ao sobre um prot´otipo. A parte inicial da disserta¸c˜ao descreve o sistema f´ısico usado na pesquisa e a fundamenta¸c˜ao te´orica para as t´ecnicas adotadas1. A organiza¸c˜ao do texto segue de acordo com as etapas cl´assicas

de projeto de um sistema de controle: modelagem, an´alise, crit´erios de desempenho, simula¸c˜ao, implementa¸c˜ao e verifica¸c˜ao2. Por fim discutem-se os resultados com suas

poss´ıveis conseq¨uˆencias e apresentam-se sugest˜oes para a continua¸c˜ao da pesquisa.

1A referˆencia Hayt Jr (1994) foi adotada como base te´orica sobre eletromagnetismo; a ref. Schweitzer,

Bleuler e Traxler (1994) como fundamenta¸c˜ao sobre mancais magn´eticos; e sobre m´aquinas el´etricas foram consultados: El-Hawary (1986), Ong (1998).

2Sobre sistemas de controle as seguintes obras foram consultadas: D’azzo e Houpis (1978), Astr¨om e

(21)

2

Vis˜

ao Geral do Sistema

Um motor de indu¸c˜ao sem mancais requer a sustenta¸c˜ao de um corpo no espa¸co, o rotor, atrav´es do controle de for¸cas magn´eticas. Estas for¸cas que atuam sobre o rotor podem ser de dois tipos: for¸cas de Lorentz, que agem em dire¸c˜ao tangencial `a sua superf´ıcie cil´ındrica e que aqui s˜ao usadas somente para gerar o torque que o rotaciona; for¸cas de relutˆancia, que agem em dire¸c˜ao normal `a sua superf´ıcie cil´ındrica e s˜ao aproveitadas para posicion´a-lo radialmente.

A for¸ca de relutˆancia ´e derivada a partir da energia armazenada no campo magn´etico, a qual pode ser convertida em energia mecˆanica. Esta for¸ca sempre surge sobre a superf´ıcie de meios de diferentes permeabilidades magn´eticas, como o ar e o ferro. E ela atua no sentido de diminuir a energia magn´etica armazenada. Nas pr´oximas se¸c˜oes ser´a mostrado como este tipo de for¸ca ´e empregado no sistema de estabiliza¸c˜ao da m´aquina de indu¸c˜ao trif´asica sem mancais.

2.1

Caracteriza¸c˜

ao do prot´

otipo

O motor aqui empregado baseia-se em um prot´otipo anterior mais simples, que j´a demonstrara a viabilidade de se implementar a fun¸c˜ao de mancal impl´ıcito na m´aquina trif´asica com bobinado dividido (FERREIRA, 2002). No novo prot´otipo, o eixo longitu-dinal ´e mantido na dire¸c˜ao horizontal. S˜ao duas m´aquinas fixadas e alinhadas com o eixo principal de rota¸c˜ao, possibilitando assim a levita¸c˜ao do rotor por dois pontos de sustenta¸c˜ao. Os estatores fixam-se `a base atrav´es de um cilindro em comum e os rotores s˜ao montados em um eixo ´unico.

(22)

liberdade: dois para cada extremidade do rotor, compondo movimentos radiais, os quais s˜ao sensoriados e limitados mecanicamente.

A fig. 1 mostra todas estas possibilidades de movimenta¸c˜ao de um eixo, destacando os que ser˜ao controlados: x1, y1, x2 e y2.

Figura 1: Graus de liberdade de movimentos do rotor

A figura 2 mostra um corte vertical sobre o prot´otipo, detalhando as disposi¸c˜oes dos dois estatores e rotores. N˜ao est˜ao mostrados os enrolamentos de cobre, somente a estrutura simplificada do motor. Basicamente, o sistema funciona como dois motores acoplados mecanicamente por um eixo em comum. Para simplificar a an´alise, somente uma das extremidades deste prot´otipo ser´a levada em considera¸c˜ao, assumindo-se que o outro lado funciona como um mancal de apoio que restringe os outros dois graus de liberdade do deslocamento radial.

Figura 2: Disposi¸c˜ao dos estatores e rotores dentro da m´aquina

2.2

Configura¸c˜

ao do estator

(23)

Figura 3: Diferen¸ca entre a liga¸c˜ao convencional e a com bobinado dividido Nesta liga¸c˜ao, a ´unica diferen¸ca com rela¸c˜ao `aquela de um motor convencional ´e que os pares de grupos opostos n˜ao s˜ao ligados em s´erie. Ao inv´es disso, dividem-se estes pares, alimentando cada um independentemente. Da´ı o motivo para o nome desta configura¸c˜ao: com bobinado dividido.

2.3

Princ´ıpio de obten¸c˜

ao das for¸cas radiais

Para se entender a configura¸c˜ao das for¸cas radiais que atuam sobre o rotor deve-se visualizar a distribui¸c˜ao do fluxo magn´etico internamente. A disposi¸c˜ao dos enrolamen-tos dentro do estator est´a esquematizada na figura 4, por um corte transversal sobre a m´aquina.

Figura 4: Disposi¸c˜ao dos grupos de bobinas no estator

Alimentando-se somente a bobina A1, tem-se uma configura¸c˜ao de fluxo representada aproximadamente na figura 5. Somente uma linha de fluxo est´a desenhada, indicando genericamente o caminho preferencial.

(24)

Figura 5: Fluxo magn´etico devido a uma bobina

o rotor ao estator porque facilita assim a passagem de fluxo pelo circuito magn´etico, acomodando o conjunto em um estado com menor energia magn´etica armazenada.

Alimentando-se tamb´em o grupo oposto, A2, a configura¸c˜ao do fluxo muda para aquela mostrada na figura 6.

Figura 6: Fluxo magn´etico devido a duas bobinas opostas

Surge aqui uma componente de for¸ca para a esquerda, contrabalanceando a da direita. Se as correntes nas duas bobinas forem iguais, as duas for¸cas opostas se anulam quando o rotor est´a perfeitamente no centro. No entanto, esta n˜ao ´e uma configura¸c˜ao est´avel: qualquer pequeno deslocamento para a direita faz a for¸ca neste sentido aumentar em rela¸c˜ao `a outra for¸ca; o mesmo acontece para qualquer movimento para a esquerda. Ou seja, a for¸ca magn´etica passiva atua quase sempre no sentido de fazer o rotor se aproximar do estator. Neste caso, somente o controle ativo desta for¸ca pode estabilizar o sistema.

(25)

s˜ao iguais, para obter uma for¸ca para a esquerda, basta aumentar a corrente deste lado e diminuir do outro. Assim, a densidade de fluxo magn´etico fica maior na regi˜ao de entreferro da esquerda e o rotor ´e atra´ıdo para l´a. Atrav´es dessa atua¸c˜ao diferencial sobre as correntes que fluem pelas duas bobinas pode-se, ent˜ao, gerar for¸cas que estabilizem a posi¸c˜ao do rotor no centro. Isso vale para qualquer par de bobinas opostas e a for¸ca obtida atua ao longo do eixo que passa pelo centro delas. Ou seja, pode-se controlar for¸cas de posicionamento para qualquer dire¸c˜ao do plano transversal, superpondo-se os efeitos ao longo dos trˆes eixos de atua¸c˜ao, os quais est˜ao representados na figura 4 pelas setas desenhadas dentro do rotor.

2.4

Configura¸c˜

ao do rotor

O rotor utilizado ´e composto por circuitos el´etricos fechados, os quais n˜ao se op˜oem `a varia¸c˜ao diferencial do fluxo magn´etico entre dois grupos opostos. A geometria de um destes circuitos est´a mostrada na figura 7. Por simplicidade, somente 4 das 48 ranhuras est˜ao representadas, para indicar como cada um dos 12 circuitos fecham-se ao longo delas.

Figura 7: Configura¸c˜ao de um dos circuitos do rotor

A maneira como uma corrente induzida pode fluir em um destes circuitos est´a indicada atrav´es de um corte transversal no rotor. A figura 8 mostra que a corrente deve obedecer o percurso fechado que o circuito el´etrico restringe dentro do rotor.

(26)

Figura 8: Circula¸c˜ao de correntes induzidas dentro do rotor

(27)

No entanto, ao se modificar o fluxo de uma maneira diferencial em rela¸c˜ao `as duas regi˜oes opostas no entreferro, n˜ao mais haver´a indu¸c˜ao sobre o circuito no rotor. A figura 10 mostra um exemplo de tal varia¸c˜ao. O aumento na corrente do grupo da direita reflete um aumento no fluxo magn´etico deste lado. A linha de fluxo mais fina representa este aumento, com seu sentido sendo o mesmo do fluxo principal (efeito aditivo). O mesmo se d´a para a diminui¸c˜ao da corrente sobre o lado esquerdo, com o sentido da linha fina sendo inverso ao da linha grossa (efeito subtrativo). O desenho indica duas correntes que fluem em sentidos opostos no mesmo circuito, o que seria absurdo (assim como na figura 8-b). E assim, conclui-se que a resultante de corrente no rotor ´e nula neste caso.

Figura 10: Anula¸c˜ao das correntes no rotor frente `a varia¸c˜ao diferencial do fluxo magn´etico Esta configura¸c˜ao dos circuitos do rotor favorece o controle da distribui¸c˜ao do fluxo dentro da m´aquina, supondo-se a aplica¸c˜ao do modo de atua¸c˜ao diferencial descrito antes. Com isso a estabiliza¸c˜ao do sistema pode ser mais facilmente obtida, pois o fluxo de posicionamento radial atua rapidamente, sem a rea¸c˜ao direta de correntes no rotor. As causas para a indu¸c˜ao eletromagn´etica ficam restritas a: a rota¸c˜ao do fluxo magn´etico em rela¸c˜ao ao rotor; a varia¸c˜ao total da amplitude desse fluxo. Portanto, correntes induzidas que exercem algum efeito sobre o controle de posi¸c˜ao radial s´o aparecem pela aplica¸c˜ao de torque de carga ao eixo da m´aquina.

2.5

Necessidade da transforma¸c˜

ao rotacional para a

aplica¸c˜

ao dos sinais de controle de posi¸c˜

ao

(28)

em fase e alternam-se de acordo com a freq¨uˆencia de acionamento da m´aquina. Na se¸c˜ao 2.3 analisou-se o surgimento das for¸cas radiais sem considerar a rela¸c˜ao fasorial entre as correntes no estator. Se esta freq¨uˆencia for relativamente alta, pr´oxima da nominal (60 Hz), isso n˜ao representa impedimento ao controle posicional simples (FERREIRA, 2002), pois aproveita-se a componente m´edia da for¸ca pulsante gerada. No entanto, para freq¨uˆencias mais baixas isto se torna imposs´ıvel, dado que a falta de controle durante os instantes de troca de polaridade prejudica muito a estabiliza¸c˜ao do sistema.

Esta falta de controle ocorre durante os momentos em que se anula a componente principal dos fluxos que passam pelas regi˜oes do entreferro correspondentes a um par de bobinas opostas. Nestes instantes, a componente diferencial de corrente para gerar for¸cas radiais cria concentra¸c˜oes de fluxos magn´eticos de igual magnitude, mas com sentidos opostos (entrando no rotor de um lado e saindo dele do outro). E isso n˜ao contribui para definir uma for¸ca magn´etica ´util, pois esta surge somente quando os valores absolutos dos fluxos opostos s˜ao desbalanceados. Para evitar este lapso, deve-se considerar a intera¸c˜ao entre todas as fases, aproveitando-se a diferen¸ca de 120 entre elas e usando todas as trˆes

dire¸c˜oes de atua¸c˜ao poss´ıveis para gerar a for¸ca magn´etica sobre o rotor.

A partir da motiva¸c˜ao anterior, busca-se uma maneira alternativa de se distribuir as componentes da for¸ca radial entre os trˆes pares de bobinas opostas. No entanto, sabe-se que para se compor for¸cas em um plano, somente duas dire¸c˜oes s˜ao suficientes. Disso, conclui-se que existe um grau de liberdade para a solu¸c˜ao encontrada, a qual consiste em se aplicar uma transforma¸c˜ao sobre os dois sinais de controle posicionais que permita distribuir a for¸ca radial entre as trˆes dire¸c˜oes de atua¸c˜ao. Esta transforma¸c˜ao deve fazer a for¸ca instantˆanea aplicada ao rotor seguir a referˆencia comandada pelo controlador po-sicional, independentemente da configura¸c˜ao do fluxo magn´etico. Ser´a mostrado que esta transforma¸c˜ao ´e fun¸c˜ao do ˆangulo de acionamento trif´asico e incorpora termos senoidais de uma matriz de transforma¸c˜ao rotacional.

(29)

2.6

Diagrama do sistema de controle

O sistema de controle para o prot´otipo descrito nas se¸c˜oes anteriores est´a mostrado es-quematicamente na figura 11. Todas as vari´aveis contendo a letra i referem-se a correntes el´etricas.

Figura 11: Diagrama do sistema de controle de corrente e de posi¸c˜ao radial O motor sem mancais recebe seis comandos de corrente para as bobinas do estator. Estas correntes s˜ao controladas com o uso amplificadores de potˆencia chaveados (inverso-res com IGBT’s - Insulated Gate Bipolar Transistor ) e de senso(inverso-res isolados eletricamente (por efeito Hall). As seis malhas de controle independentes para estas correntes s˜ao im-plementadas em um algoritmo dentro de um processador digital de sinais (DSP - Digital

Signal Processor ).

As referˆencias para o controle das correntes el´etricas s˜ao dadas pela combina¸c˜ao entre os comandos de torque e de for¸ca radial. Os comandos de torque s˜ao gerados pela varia¸c˜ao do ˆangulo de referˆencia de um sistema trif´asico equilibrado, criando assim o efeito do campo magn´etico girante. O controle de torque e rota¸c˜ao ainda mant´em-se em malha aberta. A referˆencia trif´asica ´e gerada atrav´es de uma tabela senoidal dentro do DSP.

(30)

2.7

Processamento para o controle

Pelo esquema da se¸c˜ao anterior, nota-se que toda a parte do sistema referente ao controle est´a concentrada em um dispositivo de processamento digital. Isto ajuda muito a tornar o conjunto mais compacto e ao mesmo tempo diminuir seu custo. O DSP ´e um dispositivo muito vers´atil e com boa velocidade de c´alculo. J´a ´e indispens´avel a muitas aplica¸c˜oes industriais, comerciais ou at´e mesmo dom´esticas. A m´aquina sem mancais certamente ´e uma de tais aplica¸c˜oes. Pois existem v´arias tarefas de controle a serem realizadas em um tempo muito restrito, da ordem de algumas centenas de microssegundos. A incorpora¸c˜ao de um grande n´umero de perif´ericos para a entrada e sa´ıda de sinais facilita muito a implementa¸c˜ao digital de controladores usando este dispositivo. O DSP usado para este sistema tem algumas caracter´ısticas bem espec´ıficas ao acionamento de m´aquinas el´etricas:

• Alta velocidade de processamento: freq¨uˆencia b´asica de 40 MHz para seu rel´ogio; • Palavras de dados de 16 bites;

• Aritm´etica em ponto fixo;

• Conversor anal´ogico com 16 canais: tens˜ao de entrada na faixa de 0 a 3,1 V e

resolu¸c˜ao em 10 bites;

• Gerenciador de eventos temporais vers´atil: 8 canais independentes com sinais

mo-dulados por largura de pulso (PWM - Pulse Width Modulation), necess´arios para chavear os inversores de potˆencia;

O DSP deve tratar todas as tarefas no menor tempo poss´ıvel para aumentar a ra-pidez de rejei¸c˜ao a perturba¸c˜oes (ru´ıdo t´ermico, vibra¸c˜oes mecˆanicas, pulsa¸c˜oes da for¸ca magn´etica, etc) que prejudiquem a estabiliza¸c˜ao do rotor no centro da m´aquina. Uma correta distribui¸c˜ao de tempo de processamento e o sincronismo entre as tarefas ´e um fator muito importante para o bom funcionamento do sistema.

(31)

3

For¸

ca Magn´

etica Radial

Aqui est´a demonstrado o c´alculo da for¸ca magn´etica radial resultante no rotor em fun¸c˜ao das correntes nos enrolamentos do estator. Procura-se chegar a uma express˜ao simples para esta fun¸c˜ao. Para isso, as seguintes considera¸c˜oes s˜ao feitas:

• A permeabilidade magn´etica do ferro ´e muito maior que a do ar; pode-se, ent˜ao,

assumir que os potenciais magn´eticos dentro do estator e rotor s˜ao constantes e que o campo magn´etico nestas regi˜oes ´e insignificante em rela¸c˜ao ao campo no entre-ferro; e al´em disso, despreza-se qualquer tipo de dissipa¸c˜ao de energia no material ferromagn´etico (perdas no ferro);

• A influˆencia do fluxo magn´etico disperso ´e insignificante em rela¸c˜ao ao fluxo que

passa diretamente atrav´es do entreferro, de modo que toda a energia magn´etica armazenada no sistema concentra-se nesta regi˜ao;

• A distribui¸c˜ao de cada um dos seis enrolamentos pode ser aproximada por bobinas

concentradas em pares de ranhuras “filamentares”; assume-se, ent˜ao, que a parede interna do estator ´e completamente lisa, sem as reentrˆancias das ranhuras reais;

• O rotor ´e um cilindro liso, sem ranhuras ou condutores de corrente el´etrica; esta

considera¸c˜ao restringe a an´alise para o caso em que o motor n˜ao est´a com nenhum carregamento de torque, ou seja, o escorregamento da m´aquina permanece pequeno e as correntes induzidas no rotor podem ser desprezadas;

• A dimens˜ao m´edia do entreferro ´e insignificante em rela¸c˜ao ao raio externo do

(32)

3.1

Equa¸c˜

oes gerais

Da teoria da convers˜ao eletromecˆanica de energia, tem-se

     = ∂α W (α, β, i) = ∂β W (α, β, i) (3.1) onde:

Fα, Fβ determinam a for¸ca magn´etica resultante no rotor;

W (α, β, i) ´e a fun¸c˜ao co-energia magn´etica armazenada no entreferro do motor;

α, β definem a posi¸c˜ao radial do rotor em rela¸c˜ao ao centro da m´aquina (ver figura 13

adiante);

i ´e o vetor das seis correntes aplicadas aos enrolamentos do estator.

Para o caso linear, assumindo-se que o ferro est´a longe do estado de satura¸c˜ao, a co-energia W (α, β, i) pode ser escrita como:

W (α, β, i) = 1

2 i

T· L(α, β) · i (3.2)

L(α, β) ´e a matriz de indutˆancias pr´oprias e m´utuas entre os seis enrolamentos do estator. Utilizando uma nota¸c˜ao simplificada para os elementos desta matriz, tem-se:

L(α, β) =          l11(α, β) l12(α, β) · · · l16(α, β) l21(α, β) l22(α, β) · · · l26(α, β) ... ... . .. ... l61(α, β) l62(α, β) · · · l66(α, β)          =          L11 L12 · · · L16 L21 L22 · · · L26 ... ... ... ... L61 L62 · · · L66          (3.3) onde:

lij(α, β) = Lij , s˜ao as fun¸c˜oes indutˆancias pr´oprias, quando i = j ; e s˜ao as fun¸c˜oes

(33)

E a nota¸c˜ao para as correntes no estator ´e: i =                ia1(t) ib1(t) ic1(t) ia2(t) ib2(t) ic2(t)                =                I1 I2 I3 I4 I5 I6                (3.4) Substituindo (3.2) em (3.1), obt´em-se:      = 12 iT· ∂α L(α, β) · i = 12 iT· ∂β L(α, β) · i (3.5)

A figura 12 detalha a aproxima¸c˜ao considerada para a distribui¸c˜ao dos enrolamentos no estator.

Figura 12: Distribui¸c˜ao aproximada dos enrolamentos no estator

(34)

Figura 13: Disposi¸c˜ao de dois enrolamentos quaisquer i e j no motor

Pela teoria dos campos magnetost´aticos, a indutˆancia pr´opria de um circuito ou entre dois circuitos el´etricos ´e calculada por:

Lij = λij(α, β) Ij = Niφij(α, β) Ij = Nφij(α, β) Ij (3.6) onde:

λij(α, β) ´e o fluxo concatenado pela i-´esima bobina do estator devido `a corrente da

j-´esima bobina;

Ni ´e o n´umero de espiras da i-´esima bobina do estator; como todos os enrolamentos s˜ao

iguais, Ni = N para qualquer i;

φij(α, β) ´e o fluxo concatenado por uma das espiras do i-´esimo enrolamento devido `a

corrente no j-´esimo enrolamento.

Pela defini¸c˜ao de fluxo magn´etico e pela simetria cil´ındrica do problema, calcula-se:

φ = Z S ~ B · d ~A = Z S(µ0 ~ H) · (~urdA) = µ0 Z S( ~H · ~ur) dA = µ0 Z SHr dA φ = µ0 Z Hr[h(r dθ)] = µ0hr Z Hrdθ φij(α, β) = µ0hr Z bi ai Hj(α, β, θ) dθ (3.7) onde:

(35)

h ´e a altura do cilindro rot´orico;

r ´e o raio interno do estator, que ´e aproximadamente igual ao raio do rotor; ai e bi s˜ao os ˆangulos inicial e final que localizam a bobina i;

Hj(α, β, θ) ´e a fun¸c˜ao campo magn´etico no entreferro devido `a corrente que circula no

enrolamento j;

θ ´e a coordenada angular do sistema de coordenadas cil´ındricas, utilizada para definir

algumas fun¸c˜oes ao longo do entreferro.

Conv´em ressaltar que o vetor campo magn´etico ~H , de acordo com as considera¸c˜oes

feitas inicialmente, s´o apresenta a componente radial, Hr = Hj(α, β, θ) , em coordenadas

cil´ındricas.

Na equa¸c˜ao anterior, Hj(α, β, θ) ´e a fun¸c˜ao que precisa ser determinada para se

cal-cular a integral. Para isso, aplicam-se a Lei Circuital de Amp`ere e a Lei de Gauss para o

Magnetismo: I ~ H · d~l = NI (3.8) I S ~ B · d ~A = 0 (3.9)

Para aplicar a Lei de Amp`ere, eq. (3.8), escolhe-se um percurso adequado, definido completamente pela vari´avel θ, assim como mostrado na figura 14.

(36)

Quando se percorre uma regi˜ao dentro do estator ou do rotor o campo magn´etico ´e desprez´ıvel, s´o existindo contribui¸c˜oes significativas nos trechos atrav´es do entreferro. Portanto, as integrais ao longo dos caminhos −−−→BCD e −−−−→EF GA s˜ao consideradas nulas.

Tomando-se somente os percursos −→AB e −−→DE, o resultado a que se chega ´e

I ~ H · d~l = Z B A ~ H · d~l + Z E D ~ H · d~l = Z g(α,β,0) 0 Hj(α, β, 0) dr + Z 0 g(α,β,θ)Hj(α, β, θ) dr = = Hj(α, β, 0) Z g(α,β,0) 0 dr − Hj(α, β, θ) Z g(α,β,θ) 0 dr = Njij(θ) Hj(α, β, 0) g(α, β, 0) − Hj(α, β, θ) g(α, β, θ) = Nij(θ) Vj(α, β) − Hj(α, β, θ) g(α, β, θ) = Nij(θ) Hj(α, β, θ) = Vj(α, β) − Nij(θ) g(α, β, θ) (3.10) onde:

Vj(α, β) ´e o potencial magn´etico escalar do rotor devido `a corrente que circula no

en-rolamento j do estator; o ponto A ´e tomado como referˆencia, onde o potencial ´e nulo;

ij(θ) ´e a corrente de uma das espiras da bobina j que ´e envolvida pelo percurso−−−−−−→ACF GA;

g(α, β, θ) ´e espessura do entreferro no ˆangulo θ devido ao deslocamento (α, β) do rotor;

ou: ´e o tamanho do segmento de reta −−→DE, na figura 14.

A partir de agora devem ser calculadas todas as fun¸c˜oes apresentadas, com subs-titui¸c˜oes retroativas das mesmas at´e se chegar novamente `a equa¸c˜ao (3.5). O c´alculo anal´ıtico da matriz de indutˆancias da eq. (3.6) ´e bastante longo, mesmo com todas as simplifica¸c˜oes adotadas. Por este motivo, omite-se seu detalhamento aqui, deixando-o sob a forma de apˆendice, ao final desta disserta¸c˜ao (ver apˆendice C). Uma alternativa que evitaria a aproxima¸c˜ao anal´ıtica seria medir experimentalmente os valores das entra-das dessa matriz de indutˆancias. No entanto, este procedimento experimental n˜ao pˆode ser adotado por falta de uma estrutura de medi¸c˜ao apropriada sobre o motor.

3.2

Resultado para a for¸ca magn´

etica radial

aproxi-mada

(37)

equa¸c˜oes do sistema (3.5) chega-se a: ' K 2 g2 0 iT· Ã Lα+ Lαα g0 α +Lαβ go β ! · i (3.11) ' K 2 g2 0 iT· Ã Lβ+ Lββ g0 β +Lαβ go α ! · i (3.12) onde:

g0 ´e a espessura m´edia do entreferro, definida na se¸c˜ao C.1, p. 85;

K ´e uma constante que est´a definida pela eq. (C.61), p. 97.

(38)

Lββ '               1, 065 0 0 0 0 0 0 1, 493 0 0 0 0 0 0 1, 493 0 0 0 0 0 0 1, 065 0 0 0 0 0 0 1, 493 0 0 0 0 0 0 1, 493              

As express˜oes (3.11) e (3.12) vˆem da lineariza¸c˜ao de equa¸c˜oes anal´ıticas complexas obtidas no apˆendice C. Foram aproximadas pela s´erie de Maclaurin1, truncada nos termos

de 2a ordem. Com esta simplifica¸c˜ao, um modelo para a dinˆamica de deslocamento radial

do rotor pode ser obtido mais facilmente, assim como visto no pr´oximo cap´ıtulo.

(39)

4

Modelagem

4.1

Correntes no estator

O acionamento do motor ocorre pela imposi¸c˜ao de correntes el´etricas independentes sobre os seis enrolamentos do estator. Isso facilita o controle de posi¸c˜ao radial, pois a for¸ca magn´etica gerada relaciona-se diretamente a este conjunto de correntes el´etricas. ´E necess´ario, ent˜ao, definir e projetar o tipo de controlador para as correntes do estator. Os requisitos da imposi¸c˜ao de correntes relacionam-se com o tempo de resposta aos sinais de referˆencia.

Para se projetar esses controladores, estuda-se um modelo matem´atico baseado na impedˆancia das bobinas do estator, pois admite-se que as correntes que fluem nelas n˜ao apresentam influˆencias significativas entre si. E ainda, cada enrolamento pode ser tratado como um sistema isolado, bastando modelar um deles e aplicar o mesmo resultado para os outros. Al´em disso, admite-se que as correntes induzidas no rotor tamb´em n˜ao causam grandes perturba¸c˜oes no valor das indutˆancias, para efeito de controle das correntes do estator. Esta abordagem facilita bastante a implementa¸c˜ao desta parte.

A seguir, adota-se a descri¸c˜ao entrada-sa´ıda para esta modelagem, buscando-se obter uma fun¸c˜ao de transferˆencia (F.T.) em malha aberta que seja simples.

4.1.1

Fun¸c˜

ao de transferˆ

encia

O diagrama de blocos para o sistema de controle de corrente em malha aberta est´a mostrado na figura 15. Por ele fica claro como est˜ao acopladas as diversas partes desse sistema, faltando ainda fechar o la¸co de realimenta¸c˜ao com uma compensa¸c˜ao em cascata.

(40)

Figura 15: Diagrama de blocos do sistema de controle de correntes no estator, em malha aberta

s´erie com uma resistˆencia. A vari´avel de entrada ´e a tens˜ao aplicada sobre o enrolamento e a de sa´ıda ´e a corrente que flui por ele. Portanto, a fun¸c˜ao de transferˆencia buscada ´e sua admitˆancia no dom´ınio da Transformada de Laplace:

Gc(s) =

1

Ze(s)

= 1

sLe+ Re

Os valores da indutˆancia e da resistˆencia das bobinas do estator foram medidas atrav´es de m´etodos bastante simples (ver apˆendice B):

  

Le' 0, 112 H

Re' 1, 903 Ω

Sendo assim, fica-se com:

Gc(s) '

8, 929

s + 16, 964

Na implementa¸c˜ao de qualquer controlador digital, faz-se necess´aria a filtragem dos sinais sensoriados, de modo a evitar os efeitos de sobreposi¸c˜ao de freq¨uˆencias. Para isso, s˜ao suficientes filtros passa-baixa anal´ogicos de primeira ordem. A fun¸c˜ao de transferˆencia dos sensores de corrente e seus filtros est´a dada abaixo (ver apˆendice B):

Hc(s) = Vc(s) Ib(s) ' 0, 2052s 5119 + 1 ' 1050 s + 5119 (4.1)

A escolha da freq¨uˆencia de corte desse filtro relaciona-se com o per´ıodo de amostragem dos sinais de corrente. Para n˜ao haver batimento de freq¨uˆencias, a teoria de Nyquist exige o seguinte: a largura de banda dos sinais amostrados deve ser pelo menos 2 vezes menor que a freq¨uˆencia de amostragem.

(41)

corrente pela aplica¸c˜ao de um ganho dado por:

Kad =

1024 “passos”

3, 1 V ' 330, 3 (4.2)

J´a na etapa de convers˜ao digital-anal´ogico, o sinal de controle ´e o ciclo de trabalho para o inversor de potˆencia. A resolu¸c˜ao do modulador por largura de pulso (MLP) foi configurada em 1500 passos discretos, correspondentes `a varia¸c˜ao do ciclo de trabalho entre os valores 0 e 1. Isto implica em um ganho igual a:

Kmlp=

1

1500 “passos” ' 6, 667 · 10

−4

O inversor de potˆencia tamb´em ´e respons´avel pela aplica¸c˜ao de outro ganho ao sinal de controle. Da teoria de eletrˆonica de potˆencia, o ganho de um inversor do tipo Buck ´e dado por:

Kinv = Vcc Kinv ' 200

onde:

Vcc ´e a tens˜ao do barramento de tens˜ao cont´ınua do inversor (barramento CC).

Fazendo-se a multiplica¸c˜ao em cascata dos blocos descritos, obt´em-se a F.T. em malha aberta para o controle de corrente:

GHc(s) = Kmlp· Kinv · Gc(s) · Hc(s) · Kad

GHc(s) '

4, 129 · 105

(s + 16, 964)(s + 5119) (4.3)

4.1.2

Discretiza¸c˜

ao

A partir do modelo cont´ınuo, aplica-se a taxa de amostragem para se chegar ao modelo discretizado atrav´es de um segurador de ordem zero1. O per´ıodo de amostragem para o

controle de corrente, Ta, foi fixado a partir da configura¸c˜ao do algoritmo de controle (ver

cap´ıtulo 6). A taxa mais r´apida obtida foi fa = 2, 667 kHz, que corresponde a um per´ıodo

de amostragem igual a:

Ta= 375 µs

(42)

Usando este valor, o modelo fica assim:

GHc(z) '

0, 0167612(z + 0, 535076)

(z − 0, 993659)(z − 0, 146662) (4.4)

4.1.3

Equa¸c˜

ao de estado

Uma poss´ıvel representa¸c˜ao da fun¸c˜ao de transferˆencia em malha aberta da se¸c˜ao anterior sob a forma de equa¸c˜ao de estado ´e obtida pela realiza¸c˜ao canˆonica control´avel:

             ˙x =   1, 14032 −0, 145732 1 0  x +   1 0  u y = h 0, 0167612 0, 00896851 ix (4.5)

De posse deste modelo simplificado, pode-se simular o sistema realimentado com um compensador em cascata e ajustar parˆametros para otimizar o tempo de resposta das correntes no estator. Ao se representar o sistema diretamente sob a forma matricial, reduz-se o tempo de processamento computacional para sua simula¸c˜ao.

4.2

Posi¸c˜

ao radial do rotor

Para se projetar o controlador de posicionamento radial deve-se partir de um mo-delo apropriado para o deslocamento do rotor. Procura-se chegar a um equil´ıbrio entre simplifica¸c˜ao e exatid˜ao. Estas s˜ao caracter´ısticas que se contrap˜oem na obten¸c˜ao de qualquer modelo matem´atico de um dado sistema f´ısico. O n´ıvel de simplifica¸c˜ao usado aqui ´e o suficiente para se obter um modelo linear que permita a aplica¸c˜ao de t´ecnicas de controle cl´assicas, j´a bem conhecidas.

4.2.1

An´

alise da for¸ca magn´

etica radial

A primeiro passo para se chegar ao modelo matem´atico consiste em se obter a for¸ca magn´etica que atua no rotor em fun¸c˜ao das varia¸c˜oes moduladas sobre as correntes do estator. A parte inicial desse c´alculo foi desenvolvido no cap´ıtulo 3. Chegou-se a uma ex-press˜ao aproximada para a for¸ca magn´etica em fun¸c˜ao das correntes dos seis enrolamentos do estator. A partir de agora, procura-se decompor estas correntes em fun¸c˜ao de vari´aveis diretamente relacionadas `as duas for¸cas ortogonais para o posicionamento radial: Fα e

(43)

4.2.1.1 Separa¸c˜ao entre as componentes de torque e de posicionamento radial Como visto no cap´ıtulo 2, as correntes de posicionamento s˜ao superpostas sobre as correntes trif´asicas do estator e o resultado ´e enviado como referˆencia para os controladores de corrente (figura 11, p. 12). O vetor dessas correntes de referˆencia pode ser escrito como:

i =                I1 I2 I3 I4 I5 I6                =                Ia+ ∆ia Ib+ ∆ib Ic+ ∆ic Ia− ∆ia Ib− ∆ib Ic− ∆ic                (4.6) onde:

Ia, Ib e Ic s˜ao as correntes senoidais trif´asicas aplicadas ao estator, respons´aveis pelo

torque da m´aquina;

∆ia, ∆ib e ∆ic s˜ao as correntes de controle de posicionamento radial, respons´aveis pela

centraliza¸c˜ao do eixo do rotor.

Assim fica caracterizado o modo diferencial de atua¸c˜ao de bobinas opostas em um sistema de levita¸c˜ao magn´etica (SCHWEITZER; BLEULER; TRAXLER, 1994). A posi¸c˜ao oposta das bobinas do estator pode ser verificada pela figura 4, p. 6.

E a referˆencia trif´asica para as correntes ´e definida por:

     Ia Ib Ic     =      Imsen(2πf t) Imsen(2πf t −2π3 ) Imsen(2πf t + 3 )     =      Imsen(θe) Imsen(θe− 3 ) Imsen(θe+ 3 )      (4.7) onde:

Im ´e a amplitude das correntes senoidais no estator;

f ´e a freq¨uˆencia el´etrica de varia¸c˜ao senoidal das correntes, em Hertz; t ´e o tempo decorrido, em segundos;

θe ´e o ˆangulo el´etrico que define o estado do sistema fasorial de correntes.

A varia¸c˜ao do ˆangulo θe cria o efeito de campo magn´etico girante dentro do motor,

(44)

4.2.1.2 Transforma¸c˜ao de atua¸c˜ao da for¸ca radial

Para se obterem for¸cas de atua¸c˜ao independentes da posi¸c˜ao do campo, analisa-se a for¸ca magn´etica para o caso onde o rotor est´a centralizado, assumindo-se que esta ´e a situa¸c˜ao usual de funcionamento do sistema. Para isso, basta fazer α = β = 0 nas equa¸c˜oes (3.11) e (3.12). Assim, as express˜oes para a for¸ca sobre o rotor s˜ao reescritas:

' K1 iT·                2 13 14 12 0 12 1314 13 14 1 0 12 0 −1 1 2 0 −1 1314 1 0 0 1 2 13 14 −2 13 14 1 2 1 2 0 1 1314 −1 0 13 14 −1 0 12 0 1                · i ' K1 iT·                0 −2−√3 2 3 2 0 3 2 2− 3 2 −2−√3 2 3 −(2−√3) 3 2 0 0 −√3 2 −(2− 3) 3 −2−√3 2 0 0 0 −√3 2 2−√3 2 0 2−√3 2 3 2 3 2 0 0 2− 3 2 3 (2−√3) 2−√3 2 0 0 3 2 (2− 3) 3                · i

onde a constante K1 ´e usada para compactar as equa¸c˜oes:

K1 =

0, 555 K 2 g2

0

(4.8) Aplicando-se as defini¸c˜oes (4.7) e (4.6), obt´em-se o seguinte resultado para a for¸ca magn´etica radial:    ' K1Td      ∆ia ∆ib ∆ic      (4.9)

onde Td ´e chamada de matriz de transforma¸c˜ao direta:

Td = 4 Im " 24 7 sen θe ³ 3 7 sen θe+ 3 cos θe ´ ³ 3 7 sen θe− 3 cos θe ´ ³ 3 − 3´cos θe 3 ( sen θe+ cos θe) 3 ( sen θe− cos θe) # (4.10) Neste ponto cabe aplicar uma transforma¸c˜ao que relacione os sinais de controle ∆ia,

∆ib e ∆icaos sinais de controle nas dire¸c˜oes dos sensores de posicionamento, ∆ixe ∆iy. O

(45)

par de vari´aveis de controle para posicion´a-lo. No conjunto {∆ia, ∆ib, ∆ic}, uma das trˆes

pode ser eliminada sem afetar a controlabilidade do sistema. A seguinte transforma¸c˜ao ´e,

ent˜ao, definida:     ∆ia ∆ib ∆ic     = Ti   ∆ix ∆iy   (4.11) onde:

∆ix ´e o sinal de controle aplicado sobre a dire¸c˜ao X de deslocamento do rotor, a qual

est´a alinhada com os enrolamentos da fase A do estator;

∆iy ´e o sinal de controle aplicado sobre a dire¸c˜ao Y de deslocamento do rotor, que ´e

perpendicular `a dire¸c˜ao X;

Ti ´e uma matriz de transforma¸c˜ao proporcional `a inversa da matriz Td

Substituindo-se isto na eq. (4.9), tem-se:

   ' K1 Td Ti | {z }   ∆ix ∆iy      ' K1k?   ∆ix ∆iy   k?I 2x2 (4.12)

E assim mostra-se que as duas vari´aveis de controle ∆ix e ∆iy s˜ao diretamente

pro-porcionais `as componentes ortogonais da for¸ca radial que atua sobre o rotor. Falta agora especificar a matriz de transforma¸c˜ao proporcional inversa Ti. Pela defini¸c˜ao

Td Ti = k?I2x2=   k? 0 0 k?  

pode-se demonstrar que:

(46)

Com isso, o valor de k? fica definido:

Td Ti = k?I2x2 = (12 Im) I2x2 k? = 12 Im

E finalmente a equa¸c˜ao (4.12) para a for¸ca de atua¸c˜ao pode ser expressa assim:

   ' 12 K1Im   ∆ix ∆iy   (4.14)

4.2.1.3 Corrente de levita¸c˜ao magn´etica

Tendo-se medido a massa do rotor, calcula-se a for¸ca peso que deve ser anulada pela suspens˜ao ativa do rotor. Assumindo-se a simetria perfeita entre os dois extremos do rotor, garante-se que o peso ´e igualmente distribu´ıdo entre os dois pontos de apoio:

Fp =

mrgt

2 onde:

Fp ´e o peso do rotor aplicado a cada ponto de suspens˜ao do eixo;

mr ´e a massa do rotor;

gt´e a acelera¸c˜ao gravitacional da Terra.

De acordo com a disposi¸c˜ao dos sensores de posi¸c˜ao, esta for¸ca atua somente ao longo da dire¸c˜ao Y de controle, na vertical. Portanto, s´o a componente Fβ deve atuar em rea¸c˜ao

ao peso: Fp = Fβ mrgt 2 = 12 K1Im∆iy ∆iy = mrgt 24 K1Im (4.15) Aqui as barras sobre os termos Fβ e ∆iy s˜ao usadas para enfatizar a componente

m´edia da for¸ca de controle que deve atuar em contraposi¸c˜ao ao peso constante. Portanto: ∆iy ´e a componente m´edia da corrente para a suspens˜ao magn´etica do rotor.

(47)

4.2.1.4 Influˆencia de pequenos deslocamentos do rotor sobre a for¸ca resul-tante

Aplicando-se as defini¸c˜oes (4.6), (4.7), (4.11) e (4.13) nas eqs. (3.11) e (3.12) chega-se ao caso mais geral, onde o rotor pode sofrer pequenos deslocamentos em torno do centro. As equa¸c˜oes da for¸ca ficam assim:

   ' 12K1Im∆ix+ K2(kAα + kBβ) ' 12K1Im∆iy + K2(kBα + kCβ) (4.16) onde: K2 = K 2 g3 0 (4.17) e ainda:

kA = 4, 052(Im2 + ∆i2x+ ∆i2y) − 0, 856(sin 2θe)∆ix∆iy − 0, 428(cos 2θe)(Im2 + ∆i2x− ∆i2y)

kB = 0, 856(cos 2θe)∆ix∆iy+ 0, 428(sin 2θe)(Im2 − ∆i2x+ ∆i2y)

kC = 4, 052(Im2 + ∆i2x+ ∆i2y) + 0, 856(sin 2θe)∆ix∆iy+ 0, 428(cos 2θe)(Im2 + ∆i2x− ∆i2y)

Este resultado mostra que surgem algumas interferˆencias cruzadas entre os sinais de controle das duas dire¸c˜oes ortogonais de sensoriamento quando o rotor n˜ao est´a exata-mente centralizado. E surgem tamb´em perturba¸c˜oes pulsantes dadas pelos termos senoi-dais de freq¨uˆencia duas vezes maior que aquela do campo girante.

Para simplificar, desprezam-se os termos dependentes de θe, mantendo-se somente os

termos constantes, de maior magnitude:

kA' 4, 052(Im2 + ∆i2x+ ∆i2y)

kB ' 0

kC ' kA

A existˆencia da for¸ca peso sobre o rotor deve fazer com que o sinal de controle que atua na dire¸c˜ao vertical assuma um valor m´edio diferente de zero. J´a o sinal de controle ao longo da dire¸c˜ao horizontal deve manter uma m´edia nula. Considerando que a amplitude desta componente m´edia ´e bem maior que suas varia¸c˜oes, utiliza-se seu valor como ponto de opera¸c˜ao. Portanto, pode-se desprezar o termo ∆i2

xna simplifica¸c˜ao anterior, mantendo-se

apenas o valor m´edio de ∆iy:

(48)

Observa-se, ent˜ao, que as duas dire¸c˜oes de controle podem ser tratadas independen-temente e os modelos simplificados para a for¸ca atuante s˜ao idˆenticos.

4.2.2

Equa¸c˜

ao dinˆ

amica

Come¸cando-se com a Segunda Lei de Newton para Rota¸c˜ao, obt´em-se agora um mo-delo dinˆamico para os movimentos laterais do rotor. As seguintes considera¸c˜oes s˜ao ado-tadas:

• Assume-se que os posicionamentos radiais dos dois extremos do rotor n˜ao se

influen-ciam entre si; ou seja, a extremidade `a direita funciona como um mancal de apoio, somente restringindo os dois graus de liberdade referentes a seu movimento radial;

• Despreza-se qualquer efeito girosc´opico do rotor, de modo a manter o tratamento

independente entre as dire¸c˜oes vertical e horizontal de posicionamento radial;

• Despreza-se qualquer atrito entre o rotor e o ar que o envolve, dentro do entreferro.

Como o modelo para as duas dire¸c˜oes em cada ponto de apoio s˜ao consideradas in-dependentes e iguais, basta analisar uma delas. Escolhe-se o posicionamento ao longo da dire¸c˜ao vertical do eixo Y. Um esquema que descreve o deslocamento do rotor ao longo desta dire¸c˜ao est´a desenhado na fig. 16. Lembrando-se que a an´alise est´a sendo realizada sobre somente uma das extremidades do rotor, nesta figura est˜ao mostradas as vari´aveis referentes ao movimento do lado esquerdo.

Figura 16: Diagrama de corpo livre para o rotor Nesta figura:

l1 ´e o bra¸co de alavanca entre o ponto de apoio e o de aplica¸c˜ao da for¸ca magn´etica;

l2 ´e a extens˜ao do bra¸co de alavanca at´e o ponto de fixa¸c˜ao dos sensores de

(49)

Pela 2a Lei de Newton para movimentos rotacionais:

Ir θ¨β = τβ

onde:

Ir ´e o momento de in´ercia do rotor em rela¸c˜ao ao eixo paralelo ao eixo X, passando pelo

ponto de apoio, `a direita na figura 16;

θβ ´e o ˆangulo de deslocamento do rotor em rela¸c˜ao ao ponto de apoio;

τβ ´e o torque aplicado ao rotor em rela¸c˜ao ao ponto de apoio.

Pela figura, nota-se que β ' (θβ · l1), pois a varia¸c˜ao do ˆangulo θβ ´e sempre muito

pequena. Ou seja, o deslocamento linear β pode ser aproximado pelo comprimento do arco descrito ao se deslocar o ponto de atua¸c˜ao, quando θβ varia. E tamb´em, τβ = (Fβ·l1).

Aplicando-se estas defini¸c˜oes, substituem-se θβ e τβ na equa¸c˜ao de Newton:

Ir

l1

¨

β = l1

Aplicando-se a eq. (4.18) aqui, tem-se:

Ir l1 ¨ β = l1 h 12 K1Im∆iy+ 4, 052 K2 ³ I2 m+ ∆i 2 y ´ βi

E usando-se a rela¸c˜ao de transforma¸c˜ao mecˆanica abaixo,

β ' l1 l1+ l2 ys tem-se: Ir (l1+ l2) ¨ ys= l1  12 K1Im∆iy+ 4, 052 K2 l1 ³ I2 m+ ∆i 2 y ´ (l1+ l2) ys   ¨ ys =  4, 052 K2l 2 1 ³ I2 m+ ∆i 2 y ´ Ir   | {z } ys+ " 12 K1Iml1(l1+ l2) Ir # | {z } ∆iy K4 K3 (4.19) onde:

(50)

4.2.3

Fun¸c˜

ao de transferˆ

encia

O diagrama de blocos para o sistema de controle de posi¸c˜ao em malha aberta est´a mostrado na fig. 17.

Figura 17: Modelo para o controle de posi¸c˜ao radial do rotor

A equa¸c˜ao dinˆamica que rege o movimento radial do rotor, eq. (4.19), foi calculada na se¸c˜ao anterior. Aplica-se a Transformada de Laplace sobre ela para obter:

Gp(s) = Ys(s) ∆Iy(s) = K3 (s2− K 4) (4.20) onde: K3 = 12 K1Iml1(l1+ l2) Ir (4.21) K4 = 4, 052 K2l21 ³ I2 m+ ∆i 2 y ´ Ir (4.22) Seguindo com a descri¸c˜ao, os sensores de posi¸c˜ao radial s˜ao aproximados por filtros passa-baixa de primeira ordem e, portanto, influenciam na dinˆamica do sistema. Sua fun¸c˜ao de transferˆencia ´e obtida de medi¸c˜oes de ganho e c´alculo de constantes de tempo (apˆendice B):

Hp(s) '

1, 702 · 107

s + 4255

O ganho do conversor anal´ogico-digital ´e o mesmo usado no controle de correntes:

Kad = 330, 3 .

Deveria-se incluir a dinˆamica da malha de controle de correntes, pois suas referˆencias n˜ao s˜ao instantaneamente impostas `as bobinas do estator. No entanto isto levaria a uma complexidade maior para o modelo. Prefere-se, ent˜ao, desprezar-se este efeito de atraso, j´a que ´e poss´ıvel assumir isto: o controle de correntes atua bem mais rapidamente que o de posi¸c˜ao radial. Portanto, usa-se somente o ganho est´atico dos controladores de correntes como modelo para suas atua¸c˜oes:

Kcc=

1

(51)

onde Ksc foi determinado no apˆendice B: Ksc ' 0, 2052 .

Cascateando-se todos as fun¸c˜oes de transferˆencia e ganhos determinados at´e aqui, chega-se `a F.T. em malha aberta:

GHp(s) = Gp(s)Hp(s)KadKcc= Gp(s)Hp(s) Ksc GHp(s) ' 8, 294 · 107 K 3 (s2− K 4)(s + 4255) (4.23) Percebe-se a instabilidade inerente ao sistema em malha aberta, dada pela presen¸ca de um p´olo com parte real positiva, no plano s. Desta equa¸c˜ao e das defini¸c˜oes de K3 e

K4, vˆe-se tamb´em que: tanto o ganho quanto os p´olos reais sim´etricos variam em rela¸c˜ao

direta com o valor de pico da corrente de acionamento, Im. Este ´ultimo parˆametro est´a

ligado ao fluxo principal da m´aquina: ´e a corrente de magnetiza¸c˜ao.

4.2.4

Discretiza¸c˜

ao

Antes de se aplicar a discretiza¸c˜ao, os seguintes valores num´ericos s˜ao usados para os parˆametros ainda n˜ao especificados (apˆendice B):

  

K3 = 50, 234

K4 = 2, 5840 · 104

A taxa de amostragem ´e a mesma que a do controle de correntes. Os dois subsistemas est˜ao sincronizados para aproveitar melhor os recursos de temporiza¸c˜ao do processador de sinais digital:

Ta= 375 µs

Com isso, a fun¸c˜ao de transferˆencia em malha aberta discretizada pode ser escrita assim:

GHp(z) =

0, 0256743(z + 0, 171228)(z + 2, 65183)

(52)

4.2.5

Influˆ

encia da corrente de magnetiza¸c˜

ao sobre a

estabi-liza¸c˜

ao do sistema

A corrente de magnetiza¸c˜ao ´e uma vari´avel que pode ser alterada dentro de certos limites durante o funcionamento da m´aquina, quando se aplica o controle de torque e fluxo. Por exemplo, ao se acionar o motor em velocidades acima da nominal, um procedimento comum ´e o enfraquecimento do campo de modo a n˜ao deformar as tens˜oes aplicadas sobre o estator.

Para avaliar a influˆencia da amplitude da corrente de magnetiza¸c˜ao sobre a esta-biliza¸c˜ao do sistema, faz-se com que ela varie dentro da faixa limitada pelo valor de satura¸c˜ao, que foi medido em 1,5 A. Na figura 18, para 50 valores de corrente nas abs-cissas, plotam-se os p´olos do sistema em malha aberta. Como todos os trˆes p´olos em malha aberta s˜ao reais, somente o eixo real ´e mostrado, para as ordenadas, na vertical. Pelo gr´afico, quanto maior a corrente de magnetiza¸c˜ao, mais dif´ıcil ´e a estabiliza¸c˜ao do sistema, pois existe um p´olo que progressivamente se afasta de 1, que neste gr´afico repre-senta o cruzamento do c´ırculo unit´ario com o eixo real, no plano complexo para o sistema discretizado.

Figura 18: P´olos do sistema em malha aberta em fun¸c˜ao da corrente de magnetiza¸c˜ao

4.2.6

Equa¸c˜

ao de estado

Expressando-se a eq. (4.24) na forma padr˜ao, tem-se:

GHp(z) =

0, 0256743z2+ 0, 07248z + 0, 0116578

z3 − 2, 20642z2+ 1, 4063z − 0, 202782

(53)

control´avel:                    ˙x =      2, 20642 −1, 4063 0, 202782 1 0 0 0 1 0     x +      1 0 0     u y = h 0, 0256743 0, 07248 0, 0116578 ix (4.25)

Aqui tamb´em as vari´aveis de estado n˜ao tˆem significado f´ısico direto. A representa¸c˜ao matricial ´e usada somente para facilitar a simula¸c˜ao do sistema, ao se testar seu desem-penho no dom´ınio do tempo, durante a etapa de projeto dos controladores.

Referências

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