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A avaliação

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Academic year: 2018

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Cam pinas (UNICAM P). iniciou o desenvolvim ento do "Projeto M aterial Didático". Suas m etas básicas são:

- Construir um "Setor Referencial" e de acervo das pu-blicações sobre o livro didático no Brasil: livros, teses, arti-gos, docum entos e legislação;

- Categorizar e analisar as publicações sobre o livro didático no Brasil;

- Divulgar os dados disponíveis no "Setor Referencial" e as análises das publicações catalogadas sobre o livro didá-tico, aos pesquisadores, professores e dem ais interessados.

A realização das 'm etas previstas deverá ser obtida pelas atividades articuladas de vários subprojetos que analisarão diversos aspectos relacionados

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à produção e com ercialização dos livros didáticos; características dos m anuais escolares; escolha e form a de uso do livro didático nas escolas de 1 . 0 e 2.° graus; propostas alternativas ao uso do livro didático em sala de aula.

De um lado deve-se considerar que a constituição de um "Setor Referencial" é im prescindível tanto para a análise qualitativa das publicações sobre o livro didático e conse-qüente divulgação dos estudos disponíveis, com o para viabill-zar e otim iviabill-zar estudos e ações posteriores.

Por outro lado, a discussão dos resultados obtidos nos diversos subprojetos perm itirá m elhor caracterizar os conhe-cim entos atualm ente disponíveis sobre os m anuais escolares no Brasil. Com isso pode-se proceder a revisão crítica das principais propostas de pesquisa e de ação para o livro didá-tico, que tem sido praticadas no país.

Entretanto, deve-se considerar que a realização deste "Projeto M aterial Didático" depende da colaboração de todos aqueles que dispõem de inform ações ou publicações sobre o livro didático brasileiro. Assim , se você, leitor, conhece ou tem em seu poder publicações sobre os m anuais esr.nlares poderá colaborar com o envio da publicação ou da inform a-ção disponível para o endereço abaixo:

PROJETO M ATERIAL DIDATICO Biblioteca Central

Universidade Estadual de Cam pinas Cidade Universitária "Prof. Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Cx. Postal 6136

13.081 - Cam pinas - São Paulo - Brasil

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A AVALIAÇÃO

-Terezinha Gonzaga Pereira

A avaliação com o term inologia específica de Pedagogia tem diversos significados que colocam diferentes questões a serem exam inadas.

Para algum as escolas significa aferir m atem aticam ente ou m elhor objetivam ente, os resultados da apreensão do co-nhecim ento pelos alunos. Para outras, significa a form ação da personalidade, para outras, ainda, significa adaptar o aluno à estrutura de poder e à estrutura de classe.

Outras visam com a avaliação a form ação dos tecnocratas e os liberais pretendem a form ação de personalidades dem ocrá-ticas, objetivando através do indivíduo, criar um a sociedade dem ocrática. O m ais puro representante desse pensam ento é John Dewey.

No Centro Educacional Anísio Teixeira, o CEAT, escola de 1.° e 2.° graus, a avaliação tem um histórico que evoluiu do liberalism o, passando por sua antítese, a taxonom ia de Bloom para desem bocar num tipo de avaliação que envolve os alunos bem com o todos os adultos que trabalham na

es-cola. ' 1

Partim os do princípio de que cabe à escola a função dia-lética de dar continuidade à herança cultural, bem com o de transform á-Ia. Assim , o que orientou a evolução da avaliação adotada, foi a finalidade estabelecida para o CEAT: criar con-dições para que o aluno possa se autoconhecer e conhecer criticam ente a realidade social e física para que os nossos

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alunos possam se tornar agentes da mudança social: uma sociedade mais justa e mais humana.

Ora, para que esse discurso passe para a prática, tor-nando-se praxis pedagógica, partimos do princípio de que todas as pessoas, os alunos e os adultos, devem avaliar-se e serem avaliadas.

Na avaliação dos alunos consideramos o seu desempe-nho acadêmico com bastante rigor. Com bastante rigor porque "o saber é poder". Consideramos também as atitudes que nos parecem fundamentais (freqüência, pontualidade, cumprimen-to dos trabalhos acordados com o professor, bem como as ha-bilidades desenvolvidas e a auto-avaliação).

Como atitudes valorizamos a seriedade nos estudos, a solidariedade com os companheiros e a postura crítica em relação ao consumismo,

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à competição, ao individualismo. enfim aos valores sobre os quais se assenta a sociedade capitalista.

Montamos uma sistemática de avaliação Que compreende dois miniconselhos e dois Conselhos de Classe. Nos mini-conselhos, realizados no final de abril e de agosto. participam os professores, a coordenação p e d a o ó o l c a . os orofessores de cada turma e o psicólogo escolar. Os Conselhos de Classe são realizados em julho e dezembro com a nar+lcloacão dos profissionais já citados e também com a participação dos alunos.

Ouando convidamos os alunos oara participarem dos Con-selhos de Classe, o fizemos, oriqinalmente. pedindo que ele-gessem dois representantes, por turma. No entanto. fomos percebendo que a riqueza do Que discutiam como turma. per-dia-se muito na fala do reoresentante. Passamos. en+ão, a promover o encontro de todos os professores com todos os alunos de cada série.

Nos miniconselhos, os profissionais levantam os nomes dos alunos que vêm apresentando oualouer tipo de dificulda-de. seja de aprendizagem, de agressividade, de timidez. de defasaqem em relação à coordenacão motora etc. Deoenrlen-do da dificuldade que se apresente fazemos uma entrevista com o aluno ou com o aluno e com os pais. Essas entrevis-tas. em geral, são feitas pela coordenadora e alournas vezes com a coordenadora e a professora. Casos mais comolexos são da alcada do pslcóloqo escolar Que depois do "e~tlfdo do caso" orienta os pais encaminhando-os para o especialista ade-quado para a dificuldade apresentada.

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Nos Conselhos de Classe os alunos são orientados para se caracterizarem como um grupo: como se avaliam em rela-ção à aprendizagem das diferentes disciplinas, às atitudes e às habilidades específicas. Ao mesmo tempo avaliam os pro-fessores em relação ao manejo de classe, à clareza, às exi-gências, à colocação de limites etc.

Os professores, por sua vez, apresentam a visão que têm da turma como um todo, obedecendo os mesmos critérios utilizados pelos alunos. O resultado dessa prática tem sido excelente: cai por terra o autoritarismo do professor que atri-buía o conceito sem o aluno saber quais os critérios adotados, transformando-os numa autoridade legítima. Os alunos têm oportunidade de criticarem abertamente o que consideram ne-gativo e o que consideram positivo na atuação de cada pro-fessor.

Num dos Conselhos de Classe, ocorrido no 2.° grau, os alunos colocaram para os professores que eles eram, tão bri-lhantes nas aulas expositivas que predominam nesse segmen-to, que não Ihes restava nada mais a não ser repetir "a fala" do professor. Reclamaram, com desenvoltura, do pouco estí-mulo que recebiam para pensar, criticar e refletir.

A reação dos professores foi de concordância com o exposto pelos alunos, pedindo "tempo" para se modificarem, pois, haviam se tornado famosos justamente pelas aulas "shows" que davam.

Prosseguindo na descrição da sistemática de avaliação por nós adotada falta falar da avaliação dos adultos que tra-balham na administração, (manutenção, limpeza, babás) e administração /I (tesoureira, recepcionista, agente de pessoal, secretária). Do Corpo Docente, das Coordenações Pedagógi-cas, da Diretoria e da Consultoria Pedagógica.

Os critérios adotados são os mesmos adotados para os alunos: a auto-avaliação grupal - de cada categoria profis-sional - e a apresentação de como se caracterizam para as outras categorias.

Essa apresentação óportuniza a 3 . " fase da avaliação, quando na reunião geral, têm a oportunidade de concordar ou discordar da auto-avaliação grupal, discordando, concordando e sugerindo soluções para as dificuldades que tenham sido apontadas. E mesmo apontando dificuldades que o próprio grupo não percebeu.

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alunos possam se tornar agentes da m udança social: um a sociedade m ais justa e m ais hum ana.

Ora, para que esse discurso passe para a prática, tor-nando-se praxis pedagógica, partim os do princípio de que todas as pessoas, os alunos e os adultos, devem avaliar-se e serem avaliadas.

Na avaliação dos alunos consideram os o seu desem pe-nho acadêm ico com bastante rigor. Com bastante rigor porque "o saber é poder". Consideram os tam bém as atitudes que nos parecem fundam entais (freqüência, pontualidade, cum prim en-to dos trabalhos acordados com o professor, bem com o as ha-bilidades desenvolvidas e a auto-avaliação).

Com o atitudes valorizam os a seriedade nos estudos, a solidariedade com os com panheiros e a postura crítica em relação ao consum ism o, à com petição, ao individualism o. enfim aos valores sobre os quais se assenta a sociedade capitalista.

M ontam os um a sistem ática de avaliação que com preende dois m iniconselhos e dois Conselhos de Classe. Nos m ini-conselhos, realizados no final de abril e de agosto. participam os professores, a coordenação

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o e d a o ó q l o a . os orofessores de cada turm a e o psicólogo escolar. Os Conselhos de Classe são realizados em julho e dezem bro com a p a r + l c l o a c â o dos

profissionais já citados e tam bém com a participação dos alunos.

Quando convidam os os alunos oara participarem dos Con-selhos de Classe, o fizem os, oriqinalm ente. pedindo que ele-gessem dois representantes, por turm a. No entanto. fom os percebendo que a riqueza do aue discutiam com o turm a. per-dia-se m uito na fala do reoresentante. Passam os. en+ão. a prom over o encontro de todos os professores com todos os alunos de cada série.

Nos m iniconselhos, os profissionais levantam os nom es dos alunos que vêm apresentando oualcuer tipo de dificulda-de. seja de aprendizagem , de agressividade, de tim idez. de defasaoem em relação à coordenacão m otora etc. Deoenrfen-do da dificuldade que se apresente fazem os um a entrevista com o aluno ou com o aluno e com os pais. Essas entrevis-tas. em geral. são feitas pela coordenadora e alqum as vezes com a coordenadora e a professora. Casos m ais com olexos são da alcada do pslcóloqo escolar que depois do "e~tlldo do caso" orienta os pais encam inhando-os para o especialista ade-quado para a dificuldade apresentada.

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Nos Conselhos de Classe os alunos são orientados para se caracterizarem com o um grupo: com o se avaliam em rela-ção à aprendizagem das diferentes disciplinas, às atitudes e às habilidades específicas. Ao m esm o tem po avaliam os pro-fessores em relação ao m anejo de classe, à clareza, às exi-gências, à colocação de lim ites etc.

Os professores, por sua vez, apresentam a visão que têm da turm a com o um todo, obedecendo os m esm os critérios utilizados pelos alunos. O resultado dessa prática tem sido excelente: cai por terra o autoritarism o do professor que atri-buía o conceito sem o aluno saber quais os Critérios adotados, transform ando-os num a autoridade legítim a. Os alunos têm oportunidade de criticarem abertam ente o que consideram ne-gativo e o que consideram positivo na atuação de cada pro-fessor.

Num dos Conselhos de Classe, ocorrido no 2.° grau, os alunos colocaram para os professores que eles eram . tão bri-lhantes nas aulas expositivas que predom inam nesse segm en-to, que não Ihes restava nada m ais a não ser repetir "a fala" do professor. Reclam aram , com desenvoltura, do pouco estí-m ulo que recebiam para pensar, criticar e refletir.

A reação dos professores foi de concordância com o exposto pelos alunos, pedindo "tem po" para se m odificarem , pois, haviam se tornado fam osos justam ente pelas aulas "shows" que davam .

Prosseguindo na descrição da sistem ática de avaliação por nós adotada falta falar da avaliação dos adultos que tra-balham na adm inistração, (m anutenção, lim peza, babás) e adm inistração 11 (tesoureira, recepcionista, agente de pessoal. secretária). Do Corpo Docente, das Coordenações Pedagógi-cas, da Diretoria e da Consultoria Pedagógica.

Os critérios adotados são os m esm os adotados para os alunos: a auto-avaliação grupal - de cada categoria profis-sional - e a apresentação de com o se caracterizam para as outras categorias.

Essa apresentação oportunlza a 3.· fase da avaliação, quando na reunião geral, têm a oportunidade de concordar ou discordar da auto-avaliação grupal, discordando, concordando e sugerindo soluções para as dificuldades que tenham sido apontadas. E m esm o apontando dificuldades que o próprio grupo não percebeu.

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A troca franca, aberta e honesta, favorece o relacionamento sadio e confere a todos a consciência de que todos acertam e erram, evitando-se dessa forma, o "não dito", o acusar na ausência do acusado etc.

~ claro que a nossa sistemática de avaliação não está pronta, acabada, e que os resultados que apontei não são a tônica geral que prevalece. No entanto, nos parece que é por esse caminho democrático e sério que poderemos ir corrigin-do as falhas que percebemos.

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A PROFESSORA NORMALlSTA:

DADOS PARA UMA

POSSIVEL PRATICA

PEDAGóGICA

CONSEQOENTE

Creusa Fernandes Correia Lima

o

nosso trabalho é o resultado de uma pesquisa feita com a clientela dos cursos de formação de professoras para as séries iniciais do 1.° grau, precisamente com a professo-randa normalista de Fortaleza. O nosso interesse maior em estudar esta clientela adveio não só por ter trabalhado 10 anos no ensino normal e primário concomitantemente mas também pela preocupação por parte de alguns estudiosos e administradores escolares pela mudança que se operava na clientela dos cursos normais, a qual estaria ocasionando o baixo nível na qualidade do ensino normal.

Tais preocupações e afirmativas nos levaram a refletir sobre esta clientela; se não estaria a mesma mais identifica-da com o alunado da escola pública, se não teria esta profes-soranda uma visão mais realista deste alunado em virtude de sua situação de classe; se o seu interesse pelo magistério não seria mais significativo do que o das professorandas das camadas sociais mais altas.

Partindo destas reflexões hipotetizou-se que: A professo-randa dos estratos sociais mais baixos apresenta condições pessoais e sócio-culturais mais favoráveis para exercer o ma-gistério na escola

públlceprvie

se encontra o alunado de nível social equivalente ao seu. Com base nesta hipótese coloca-mos as seguintes questões para investigação:

- Como se distribui do ponto de vista da estratiflcação social a professoranda normalista em Fortaleza? - Existe relação entre o estrato social da professoranda

Referências

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