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Educ. Pesqui. vol.29 número1

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Academic year: 2018

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E m F o c o : D e s ig u a ld a d e s r a c ia is n a e s c o la

A p r e s e n t a ç ã o

A despeit o de lideranças negras e de alguns est udiosos das relações raciais há muit o virem apon-t ando aos educadores a necessidade de o sisapon-t ema educacional considerar os pro-blemas de desigualdade racial, só recent ement e se percebem indícios do reco-nheciment o, no campo educacional, da import ância e pert inência dos est udos que art iculam a educação e as relações raciais. Ainda não se pode dizer que esse t ema se inclua de f at o na agenda at ual dos educadores brasileiros, haja vist a as poucas t eses produzidas no âmbit o dos programas de educação e o reduzido número de art igos publicados a respeit o nas revist as especializadas, mas sem dúvida ele est á cada vez mais present e em f óruns de discussão na área da Educa-ção, t endo recebido o endosso do seu órgão represent at ivo, a ANPEd (Associação Nacional de Pós- graduação e Pesquisa em Educação), por meio do concurso “ Negro e Educação” , que já segue em sua t erceira edição.

Nesse cont ext o, EDUCAÇÃO E PESQUISA considerou pert inent e publicar uma seção “ Em Foco” sobre desigualdades raciais na escola. São result ados de pesquisas e ref lexões que t razem cont ribuições import ant es para o conjunt o do campo educacional, sobret udo para aqueles que ref let em ou at uam na educação básica. Dado que o debat e mais recent e t em privilegiado a quest ão das ações af irmat ivas, at endo- se mais especif icament e à quest ão das cot as, com dest aque para o ensino superior, pensamos ser de suma import ância desvendar e apont ar t ambém quest ões que af et am ou que podem minorar os problemas enf rent ados por negros e negras na educação básica, como f azem os art igos aqui reunidos, pois, embora não se iniciem na escola, nela as desigualdades raciais começam a se reproduzir.

Temos consciência de que os est udos que art iculam os campos da educação e das relações raciais não se esgot am nas ref lexões sobre a população negra, est endendo- se para ou-t ros segmenou-t os. Enou-t reou-t anou-t o, inclusive por quesou-t ões de espaço, opou-t amos nesou-t a seção por privilegiar quest ões relat ivas à desigualdade ent re negros e brancos, embora t enham sido f ocalizados t emas import ant es t ambém para os est udiosos que ref let em sobre out ros segment os ét nico- raciais e sobre a desigualdade racial em geral present e na escola.

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Ainda no campo das ref lexões, Luiz Albert o de Oliveira Gonçalves e Pet ronilha Beat riz Gonçalves e Silva abordam o t ema do mult icult uralismo, discorrendo sobre as caract eríst icas das sociedades em que f loresceu e a maneira como vem sendo engendrado. Abor-dam ainda os dilemas impost os pelo mult icult uralismo às sociedades modernas, mais especif icament e o reconheciment o do direit o à dif erença e, f inalment e, suas diversif icadas f eições no campo da educação.

Três out ros art igos discut em result ados de pesquisas. O primeiro, de aut oria de Fúlvia Rosemberg, Chirley Bazilli e Paulo Vinícius Bapt ist a da Silva, com base em levant ament o bibli-ográf ico de pesquisas e est udos realizados nas últ imas cinco décadas, ef et ua uma revisão da lit erat ura sobre “ expressões do racismo” em livros didát icos bra-sileiros e seu combat e. O est udo não só aborda as quest ões analisadas e as lacu-nas const ant es nessa produção, como apont a as ações que vêm sendo desenvol-vidas, t ant o pelo moviment o negro como pelos órgãos of iciais, no sent ido de combat er o racismo nos livros didát icos.

A part ir de um out ro enf oque, José Francisco Soares e M aria Teresa Gonzaga Alves analisam, com base nos dados do Saeb (Sist ema de Avaliação da Educação Básica), o desempe-nho escolar de alunos brancos, “ pardos/ mulat os” e “ negros” na disciplina de mat emát ica, na 8a série do Ensino Fundament al. Por meio de recursos quant it

a-t ivos, os aua-t ores demonsa-t ram que não basa-t a a melhoria da qualidade do ensino em geral para combat er a desigualdade racial.

Finalment e, Nilma Lino Gomes t raz para o campo da educação quest ões levant adas em pesquisa que ef et uou em salões de beleza ét nicos de Belo Horizont e. A aut ora most ra como a incorporação, na f ormação de prof essores, de discussões sobre a est ét i-ca, o corpo e a ident idade de negros e negras pode cont ribuir para uma compre-ensão mais aprof undada da diversidade ét nico- cult ural e para a art iculação de ações escolares capazes de valorizar a ident idade negra.

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