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THE STRUCTURED OF THE BOOKLETS OF INFORMATION OF THE NEONATAL INTENSIVE CARE UNIT

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LA ESTRUCTURA DE LOS FOLLETOS IN UCI NEONATAL

THE STRUCTURED OF THE BOOKLETS OF INFORMATION OF THE NEONATAL

INTENSIVE CARE UNIT

A ESTRUTURA DAS CARTILHAS INFORMATIVAS DA UTI NEONATAL

Júlia Carmo Bezerra*; Pollyanna Ferreira Santana**; Priscilla Cristhina Bezerra de Araújo (UFRN)***; Maihana Maíra Cruz Dantas (UFRN)****; Eulália Maria Chaves Maia (UFRN)*****.

* Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Participante da Base de Pesquisa Grupos de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS). Bolsista de Extensão na Maternidade Escola Januário Cicco (UFRN). Natal-RN, Brasil.

** Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Participante da Base de Pesquisa Grupos de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS). Estagiária na Maternidade Escola Januário Cicco (UFRN). Natal-RN, Brasil.

*** Psicóloga da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN). Especialista em Psicologia da Saúde: Desenvolvimento e Hospitalização (UFRN). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRN/PPPsiUFRN. Pesquisadora do Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde (GEPS) da UFRN. Natal/RN, Brasil.

**** Psicóloga pela UFRN. Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia (UFRN). Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia (UFRN). Especialista em Psicologia da Saúde: Desenvolvimento e Hospitalização (UFRN).

***** Psicóloga. Professora Doutora do Departamento de Psicologia e dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia e em Ciências de Saúde, da UFRN. Líder da base de Pesquisa Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde (GEPS) da UFRN. Natal-RN, Brasil.

july850@hotmail.com polly-anna@hotmail.com

priscilla_cristhina@yahoo.com.br maihana_cruz@yahoo.com.br eulalia.maia@yahoo.com.br

Folletos, UCI neonatal, Prematuro, Hospitalización, Informacion Booklets, NICU, Premature baby, Hospitalization, Information. Folletos, uci neonatal, prematuro, internação, informacion.

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14º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2013 www.interpsiquis.com - Febrero 2013 Psiquiatria.com -2- RESUMEN:

Se considera prematuro todo bebé que nace antes de las 37 semanas de gestación y el nacimiento siendo una crisis imprevista en cualquier familia. La mayoría de estos bebés, al nacer, son

inmediatamente llevados a la Unidad de Cuidados Intensivos neonatales (UCIN), donde hay atención médica adecuada para su recuperación y el desarrollo. Por lo tanto, el uso de folletos se presenta como un dispositivo para ayudar a fin de proporcionar información y orientación y promover la reducción de los síntomas y factores de estrés de los padres ansiogénicos. Este es uno trabajo teorico trabajo y tiene como objetivo presentar cómo están estructurados las cartillas. Este es un estudio teórico mediante el análisis de 10 producciones. Como resultado, se encontró que, en general, proporciona son información o guía para los lectores. Las centrais cuestiones abordadas fueron los cuidado com o bebê prematuro específica na UCIN, o equipamento utilizado en la UCIN, el papel de la família en la UCI, la ligacion entre la família, la amamentacion prematura canguru bebê cuidado, o papel dos pais no contexto da internação de prematuro e apoio aos pais. Em suma, a análise detalhada e apresentação desses folletos são de importância essencial para a compreensão do tipo de la informacion dada a los pais de crianças internadas na unidade de terapia intensiva neonatal.

ABSTRACT:

It is considered premature baby every child that born before 37 weeks gestation. The birth of a premature baby is an unexpected crisis in any family. Most of these babies, at birth, are

immediately taken to the neonatal intensive care unit (NICU), where he receive medical care appropriate to their recuperation and development. Therefore, the use of booklets appears as a device to assist the information, providing information and guidance to promote the reduction of symptoms of anxiety and stress of parents. Thus, this paper aims to present how it are structured such booklets. This is a theoretical study by analyzing the 10 booklets. As a result, it was found that in general, the booklets are information or guidance to readers. The central themes addressed in these booklets is more about the premature baby, care specific to this baby, the neonatal intensive care unit, the devices used in NICU, the role of family in this intensive care unit and family ties established with the premature baby, breastfeeding, the kangaroo mother care, the father's role in this context of hospitalization of premature baby, the moment to leave the hospital and support for parents. Finally, apprehended that the analysis and reporting of these booklets are of essential importance for the understanding of the type of information being offered to parents of newborn babies admitted in the NICU.

RESUMO:

É considerado prematuro todo bebê que nasce antes das 37 semanas de gestação e esse nascimento é uma crise imprevista em qualquer família. Grande parte desses bebês, ao nascerem, são imediatamente levados à unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN), onde recebe os cuidados médicos apropriados à sua recuperação e ao seu desenvolvimento. Diante disso, a utilização de cartilhas surge como um dispositivo de auxílio a fim de fornecer informações e orientações adequadas e promover a diminuição dos sintomas ansiogênicos e estressores por parte dos pais. Face ao exposto, o presente trabalho tem como objetivo relatar como são estruturadas tais cartilhas. Trata-se de um estudo teórico mediante a análise de 10 cartilhas. Como resultado, identificou-se que de um modo geral, as cartilhas são informativas ou de orientação aos leitores. Os temas centrais mais abordados nestas versam sobre o bebê prematuro, os cuidados específicos a este bebê, a uti neonatal, os aparelhos utilizados nela, o papel da família na uti, o vínculo estabelecido da família com o bebê prematuro, o aleitamento materno, o método mãe-canguru, o papel do pai nesse contexto de hospitalização do prematuro, a alta hospitalar e o apoio aos pais. Em suma, apreendeu-se que a análise e relato dessas cartilhas são de essencial importância para a compreensão do tipo de informações que está sendo oferecida aos pais dos bebês internados na UTI neonatal.

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14º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2013 www.interpsiquis.com - Febrero 2013 Psiquiatria.com -3- INTRODUÇÃO

De acordo com Erikson1 apud Papalia et al2, todas as pessoas seguem a mesma sequencia básica de mudanças sociais e emocionais relacionadas com a idade, ou seja, todos os seres humanos passam por crises semelhantes durante toda a sua vida, são chamadas de crises normativas por serem esperadas para a maioria dos membros de uma população. Essas mudanças surgem em períodos sucessivos e é marcado, na maioria das vezes, por crises emocionais que preparam a pessoa para um maior desenvolvimento2.

A gravidez é um período de transição na vida da mulher e que faz parte do seu desenvolvimento normal. Nesse sentido a gestação é uma crise normativa durante o período da vida adulta, ou jovem adulto, que segundo Papalia et al2 compreende o período dos 20 aos 40 anos de idade.

Em contrapartida, a vida também é marcada por acontecimentos inesperados e que modificam o curso normal do desenvolvimento, ou eventos esperados (normativos) que acontecem fora da hora, tais acontecimentos são conhecidas como crises não-normativas e são incitadoras de estresse2. Dentre essas crises não-normativas podemos citar o nascimento de um recém-nascido

prematuro.

A Organização Mundial de Saúde define o bebê prematuro ou recém-nascido pré-termo (RNPT) como aquele que nasce antes das 37 semanas completas de gestação3. Diante do

nascimento prematuro, a maioria dos bebês nesta condição são imediatamente levados após o parto à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) onde são internados a fim de receberem os cuidados médicos apropriados à sua recuperação e ao seu desenvolvimento4. A carga emocional do

nascimento prematuro sob os pais é considerável, visto que este é um momento de crise5.

Diante disso, surge a necessidade de oferecer à família do bebê prematuro recursos para lidar com essa situação de crise de uma forma menos traumática. Assim a utilização de cartilhas informativas na UTIN surge como um dispositivo de auxílio a fim de fornecer informações e orientações adequadas aos pais e familiares do bebê internado.

O presente trabalho tem como objetivo relatar como são estruturadas tais cartilhas direcionadas aos pais de bebês internados na UTIN. Trata-se de um estudo teórico realizado a partir da análise de dez cartilhas publicadas na internet. Identificou-se que de um modo geral, as cartilhas são informativas ou de orientação aos leitores. Os temas centrais mais abordados nestas versam sobre o bebê prematuro, os cuidados específicos a este bebê, a uti neonatal, os aparelhos utilizados nela, o papel da família na uti, o vínculo estabelecido da família com o bebê prematuro, o aleitamento materno, o método mãe-canguru, o papel do pai nesse contexto de hospitalização do prematuro, a alta hospitalar e o apoio aos pais. Aspectos que serão retratados de modo mais abrangente a seguir.

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14º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2013 www.interpsiquis.com - Febrero 2013 Psiquiatria.com -4- O BEBÊ PREMATURO

As cartilhas analisadas buscam informar aos pais sobre alguns aspectos da prematuridade, foi visto que elas definem os recém-nascidos prematuros como aqueles que nascem antes das 37 semanas de gestação, e os recém-nascidos de baixo peso como aqueles que apresentam ao nascer peso igual ou inferior a 2.500g4. A ocorrência dessa prematuridade tem diversos fatores, podendo ser citados entre eles a gestação múltipla, infecções ou doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial ou mesmo uma influência genética3.

De acordo com o relatório da Acción Global sobre Nacimientos Prematuros3, 15 milhões de bebês nascem prematuramente a cada ano, ou seja, mais de 01 em cada 10 bebês nascem prematuros, o que afeta famílias em todo o mundo. O nascimento prematuro é a principal causa de mortes de crianças (bebês durante as primeiras quatro semanas de vida) e é atualmente a segundo maior causa de morte, depois da pneumonia, em crianças menores de 5 anos. Os 10 países com os maiores números de nascimentos prematuros incluem Brasil, Estados Unidos, Índia, Nigéria, demonstrando que esse acontecimento é um problema global3.

O nascimento de um bebê de risco ou pré-termo é uma crise imprevista em qualquer família. Em um nascimento prematuro, os pais também podem ser considerados pais prematuros e enfrentam dificuldades ao lidarem com as suas expectativas e com a realidade4, pois estavam esperando um bebê advindo de uma gestação de 39 a 42 semanas, ou seja, tanto eles como o bebê não tiverem tempo suficiente para amadurecem nessa gestação. Assim, os pais não tiveram tempo para elaborarem a vinda desse bebê e formarem uma imagem real deste.

O recém-nascido pré-termo ou baixo peso (RNPT/BP) é menor que um bebê a termo, ou seja, advindo de uma gestação completa de 39 a 42 semanas. É também mais vulnerável que um bebê a termo, devido a sua imaturidade orgânica e necessita, muitas vezes, de cuidados especiais6.

Por ter nascido antes do tempo previsto e não ter tido condições de se desenvolver completamente o seu pulmão ainda não está fortalecido; ainda não é capaz de manter seu corpo aquecido; ele pode, por vezes, “esquecer” de respirar e ficar pálido e até cianótico (roxo); muitas vezes regurgita, ou seja, o leite volta do estômago para a boca; dorme muito; a maioria ainda não consegue sugar o leite do peito da mãe, sendo necessárias formas alternativas de amamentação e é mais susceptível ao adoecimento, infecções e anemia7.

OS CUIDADOS ESPECÍFICOS A ESTE BEBÊ

O bebê prematuro, ou RNPT, não teve condições de se desenvolver completamente e por isso pode apresentar sinais e sintomas diferentes de outros bebês. Dessa forma, é necessário observar esses sinais como a hipotermia, que é a temperatura baixa (menos que 36ºC) e hipertermia que é a febre (mais que 37,5ºC); observar também mudanças no padrão respiratório; falta de apetite acentuada; tremores; choro fraco e gemência; sonolência, com baixa resposta a estímulos;

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convulsões; vômitos frequentes; urina com menos frequência e de cor mais escura e pele pálida ou cianótica (roxa)6.

Além disso, o neonato pré-termo pode se engasgar com facilidade, pois ainda não consegue coordenar muito bem a sucção, deglutição e respiração. Esse engasgo também pode se dar pela quantidade de leite na boca do bebê, se essa quantidade for maior que sua capacidade de engolir6.

Ademais, como foi supracitado, esse bebê é mais susceptível a adoecer e contrair infecções. Isso ocorre porque nos primeiros meses de vida, os bebês têm suas defesas corporais diminuídas contra as infecções, especialmente o bebê prematuro, que tem a pele mais fina e a imaturidade de vários outros sistemas6.

A UTI NEONATAL E OS APARELHOS UTILIZADOS NELA

Alguns bebês prematuros, ao nascer, são levados à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) para serem internados. É nela que eles recebem o cuidado médico apropriado à sua recuperação e ao seu desenvolvimento. Nesta unidade, os bebês são assistidos por uma equipe de saúde especializada e contam com equipamentos que, nestes primeiros dias de vida, lhe garantem as funções vitais4.

A UTIN é o lugar que reúne os principais recursos, humanos e materiais, necessários para dar o suporte necessário e ininterrupto às funções vitais dos recém-nascidos que estão internados. Nela há equipe de profissionais especializados e equipamentos modernos, de modo a garantir todos os cuidados que o bebê necessita4.

Ao ser internado na Unidade Neonatal, o bebê está sujeito a muitos procedimentos de acordo com a necessidade e gravidade de cada caso9, para tanto esta unidade conta com vários aparelhos e equipamentos tais como: o oxímetro, que é importante para medir os batimentos do bebê; a bomba de medicação, para o bebê receber seu remédio na quantidade e hora certas; a bomba de infusão de dieta por onde passa o leite ou outra alimentação que o nutricionista tenha indicado; o eletrocardiográfico, por onde os médicos olham todos os batimentos que o coração do bebê faz; o monitor de pressão arterial, que mede a pressão; o respirador ou ventilador mecânico, que leva oxigênio e ajuda o bebê a respirar. Além desses também tem a máscara ou cateter de oxigênio, eles oferecem mais oxigênio para o bebê, além de umidificarem o ar; a sonda vesical, que serve para medir o controle e ver a cor da urina do bebê. Quando necessário também há o cateter central, que serve para dar remédio, sem precisar ficar toda hora furando o bebê com a injeção8. Esses são alguns dos aparelhos encontrados em uma UTI neonatal, seu aparecimento depende da necessidade de cada bebê.

As cartilhas analisadas abordam os instrumentos que compõem a UTIN para que os pais se sintam mais aliviados. Nesse sentido, a UTI não deve assustar tanto, ela é uma aliada à vida. É um

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-6- setor do hospital criado especialmente para tratar pessoas que precisam de mais atenção e onde a observação da criança é total8.

O PAPEL DA FAMÍLIA NA UTI

Na UTIN o bebê recebe os cuidados necessários a sua saúde e seu desenvolvimento. No entanto, além dos cuidados da equipe de saúde e desse ambiente totalmente direcionado ao desenvolvimento do recém-nascido, o bebê também necessita da presença dos pais4.

Muitos estudos já indicam que a estimulação do bebê proporciona um ganho de peso mais rápido e uma resposta mais imediata dos estímulos afetivos, sensoriais e motores desse bebê. Dessa forma é importante a presença dos pais na UTI neonatal de forma que estes possam tocar no seu bebê, sempre que as condições de saúde deste permitir, além de conversar com ele, estimula-lo sensorialmente4.

Durante toda a gestação os pais ficaram pensando em como seria seu bebê e esperaram, ansiosamente, pelo dia em que finalmente estariam com ele no seu colo. Dessa forma, mesmo na UTIN, com esse contato restrito, o primeiro encontro entre a mãe e o bebê é um momento único, que deve ser incentivado e estimulado10.

No entanto, para algumas mães esse encontro não é fácil, nem todas estão prontas para lidar com a situação de forma positiva, às vezes é difícil enxergar o bebê por trás de tantos aparelhos e sons. Por isso, o apoio a essas mães é fundamental por parte da equipe multidisciplinar da UTIN, aproximando essa mãe do seu bebê para que esta se torne segura e confiante ao lidar com ele10.

É importante lembrar, no entanto, que, como qualquer outro setor do hospital, a UTIN tem regras que devem ser seguidas e respeitadas. Estas funcionam de maneira a facilitar o trabalho desenvolvido pela equipe e proteger os bebês de possíveis riscos8.

Nesse sentido, as cartilhas são de grande importância ao fornecer informações do papel da família na UTIN, ao facilitar o contato entre a família e o bebê, resgatando para eles esse suporte emocional.

O VÍNCULO ESTABELECIDO DA FAMÍLIA COM O BEBÊ PREMATURO

A internação de um bebê em uma Unidade Neonatal representa, para todos os envolvidos, uma situação de crise. Essa situação pode repercutir na interação entre pais e seus bebês e vir a interferir na formação e no estabelecimento dos futuros vínculos afetivos familiares10.

Ao lidarem com a realidade concreta da prematuridade, os pais podem se sentir culpados ou angustiados por verem seu bebê pequeno e dependente de cuidados especiais6. Eles raramente são

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-7- pais se dá com a equipe de saúde da unidade e não com seus bebês e assim vai se iniciando uma relação precoce entre os pais e seus filhos4.

Por não terem a possibilidade de lidar mais intensamente com o recém-nascido, alguns têm dificuldade inclusive de iniciar uma aproximação com eles, os pais se sentem alienados no cuidados de seus filhos. Eles precisam, portanto, iniciar uma aproximação mais eficaz, com contato físico mais próximo e visitas regulares, para sentir que aquele bebê realmente é seu6.

Sabe-se, no entanto, que para um bebê prematuro nem sempre esse contato físico, pele-a-pele, é possível. No entanto isso não deve impedir a proximidade e continuidade dos cuidados familiares. É importante lembrar que a intensidade da ligação afetiva entre os pais e seus bebês reflete o grau de envolvimento destes10.

O ALEITAMENTO MATERNO

A alimentação dos recém-nascidos pré-termo é um processo complexo. Ela envolve aspectos físicos, cognitivos e emocionais e que implica tanto na adequação de nutrientes que irão interferir na sobrevida do bebê, como também no processo de interação social e formação do apego10.

Algumas mães costumam acreditar que seu leite não bom o suficiente para o bebê. No entanto, o leite materno é sempre o melhor alimento para o bebê, é o alimento mais forte que existe, ele protege o bebê de várias doenças e o faz crescer mais forte e saudável, além de ajudar na prevenção de infecções, desnutrição, alergias e outras doenças. A mãe de um bebê prematuro produz um leite especial para as necessidades de seu filho, que ajuda o bebê a crescer e se desenvolver mais rápido6,7,9.

A amamentação supre todas as necessidades dos primeiros meses de vida, para o bebê crescer e se desenvolver sadio. Ela é alimento completo porque contêm vitaminas, minerais, gorduras, açúcares, proteínas, todos apropriados para o organismo do bebê. Possui, também, muitas substâncias nutritivas e de defesa, que não se encontram no leite de vaca e em nenhum outro leite. O leite da mãe é adequado, completo, equilibrado e suficiente para o seu filho. É um alimento ideal11.

Além disso, a amamentação cria a possibilidade do contato direto entre a mãe e o bebê. Ela se apresenta como mais uma oportunidade para favorecer o estabelecimento de vínculos afetivos, indispensáveis ao desenvolvimento físico, emocional e social do bebê6.

Nesse sentido, as cartilhas são muito importantes para incentivar e informar sobre o aleitamento materno. Elas fornecem orientações sobre o leite, seus nutrientes e sua eficácia para a saúde do bebê pré-termo.

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14º Congreso Virtual de Psiquiatria.com. Interpsiquis 2013 www.interpsiquis.com - Febrero 2013 Psiquiatria.com -8- O MÉTODO MÃE-CANGURU

O Método Canguru (MC) consiste em manter o bebê em contato pele-a-pele com o peito da mãe ou de outro familiar, amarrado com uma faixa, em posição vertical, como se estivesse de pé. Quando o bebê estiver em posição canguru, deve sempre estar vestido somente com fralda, touca e meia. Esse método de inúmeras vantagens como a diminuição do tempo de separação entre pais e filho, a possibilidade de um menor tempo de internação do bebê, maior segurança dos pais ao cuidar do bebê, períodos mais longos de amamentação, ganho de peso mais rápido, menor chance de pegar uma infecção hospitalar, menor risco de problemas após a alta, além de proporcionar ao bebê calor, ficando aquecido e mais calmo na posição canguru7.

O MC é realizado em três etapas. Na primeira etapa o bebê ainda está na UTIN, em recuperação, e é colocado em contato pele-a-pele com a mãe ou o pai, por períodos crescentes (aumentando gradativamente). A segunda etapa se inicia quando o bebê atingir peso maior que 1500g e estiver muito bem clinicamente, nesta fase o canguru é feito em uma unidade específica da maternidade onde mãe e bebê permanecem internados juntos e o bebê mantém-se em canguru até a alta hospitalar. Na terceira fase o bebê já está de alta e a posição canguru é mantida em casa, podendo ser revezada entre a mãe, o pai e outros familiares9.

O pai também deve ser estimulado a colocar o bebê em posição canguru. Isso permite a todos (mãe, pai e bebê) uma forma de interação compartilhada. Para o bebê, nessa experiência do canguru, feita pelo pai, são possibilitadas novas experiências perceptivas e cognitivas. Para o pai, isso facilita um contato diferente que traz como repercussão uma proximidade maior com seu filho. No caso da mãe, é possível sentir-se acompanhada nessa tarefa e segura quanto ao apoio de que necessita10.

A participação no método canguru é opcional e este tem como vantagem ser adaptado às necessidades de quem opta por ele. Quando forem detectadas dificuldades para a participação no Método Canguru, tanto o casal quanto a família deverão ser trabalhados e auxiliados e as decisões deverão ser acordadas entre a família e a equipe de saúde de forma que todos (pai, mãe e bebê) possam sentir-se bem10.

O PAPEL DO PAI NESSE CONTEXTO DE HOSPITALIZAÇÃO DO PREMATURO

É importante lembrar que o pai é cuidador e não visita, o seu acesso aos setores responsáveis pela criança deve ser facilitado12. Normalmente, por possuir uma licença maternidade maior, a mãe acompanha toda a internação do bebê, enquanto o pai volta a trabalhar mais rapidamente. Por isso, muitas vezes está distante do hospital e não acompanha tão intensamente a rotina do bebê8.

A paternidade é um momento de transformação, e tal como a maternidade, é um período de mudanças e adaptação que geram medo e ansiedade. Descobrir-se pai numa UTIN não é uma

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-9- situação fácil, gera uma grande insegurança encontrar seu filho numa situação de risco. Muitos homens acabam se distanciando desse universo assustador do hospital e UTI, alguns por falta de informações, outros por falta de tempo e outros ainda por puro medo. É preciso entender, portanto, que cada um reage de formas diferentes às situações de tensão8.

Ainda há homens que não vão ou raramente aparecem na UTI. É preciso compreender que cada um tem seu limite, e que mesmo sendo difícil é necessário aceitar8.

A ALTA HOSPITALAR

A literatura aponta a importância do preparo das mães para a alta hospitalar durante toda a internação. Essa atitude permite a redução da ansiedade materna e o aumento da confiança das mães no cuidados do seu bebê prematuro em casa, além de facilitar a adaptação da família à criança e estimular o relacionamento mãe-filho após a alta hospitalar6.

O momento da alta é sempre o mais esperado. Os pais ficam ansiosos para levar o filho para casa, no entanto, é necessário alguns cuidados nesse momento. O primeiro deles é a informação, todas as dúvidas devem ser tiradas antes da alta. É imprescindível lembrar que mesmo depois da alta hospitalar a criança ainda necessita de cuidados especiais8.

Deve-se lembrar que os bebês que participavam do método mãe canguru devem permanecer em canguru mesmo após a alta hospitalar. Caso contrário o bebê corre o risco de ter sérios problemas respiratórios, não manter a temperatura do corpo, aspirar leite, perder peso7.

O APOIO AOS PAIS

Como já foi supracitado, são muitos os sentimentos dos familiares e em especial da mãe, que envolvem o nascimento prematuro. Estes podem provocar alterações na dinâmica familiar e nos relacionamentos interpessoais, gerando medo, estresse e ansiedade nos pais6.

Nesse sentido, é importante o apoio formal da equipe de saúde no sentido de atenuar esses sintomas nos pais, promovendo a ligação entre eles e seu bebê, aumentando a segurança e autonomia nos cuidados com o seu recém-nascido prematuro, além de buscar um atendimento mais humanizado a todos (pai, mãe e bebê). Além disso, a equipe pode auxiliar os pais durante todo o processo, desde a hospitalização do bebê, na alta através do encaminhamento para os serviços ambulatoriais e no seguimento em serviços básicos de saúde através de consultas médicas e de outros serviços oferecidos pela unidade básica de saúde6.

Diante da necessidade, os pais podem ainda procurar outros serviços ou profissionais do hospital que possa lhe dar suporte como assistente social, psicóloga, dentre outros. Esse apoio também pode ser informal através da ajuda da família e outras pessoas da comunidade, formando o ambiente social das mães e família de prematuros6. Nesse sentido, as cartilhas incentivam aos

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-10- pais buscarem sempre apoio nesse momento, de forma a se sentirem mais estabilizados, seguros e confiantes para lidar melhor com a situação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A influência do nascimento prematuro sob os pais é considerável, visto que este é um momento de crise, diante disso, esses pais necessitam de recursos para lidarem com essa situação de forma mais saudável, visto que se encontram em um momento peculiar de suas vidas. Diante disso, a utilização de cartilhas informativas surge como um dispositivo de auxílio a fim de fornecer informações e orientações adequadas para esses familiares e permitir, dessa forma, que esse momento seja superado de forma menos traumática.

As cartilhas analisadas nesse estudo são, em sua maioria, cartilhas informativas ou de orientação aos leitores, apresentavam linguagem clara e de fácil compreensão, necessário para um bom conhecimento do método por parte dos usuários de saúde, as demais cartilhas, duas, são cartilhas de orientação técnica voltada para a equipe de saúde e gestores, objetivando a implantação e/ou melhoria do serviço nas instituições, estas cartilhas, por sua vez, apresentam linguagem técnica e texto denso, de compreensão não tão fácil pelos usuários em geral, mas necessários para a compreensão e execução das ações pela equipe de saúde e gestores e que poderia ser indicada a leitura para aqueles usuários que possuem uma maior compreensão acerca do contexto analisado.

Verificou-se que os assuntos mais abordados nestas cartilhas são temas esses que por vezes se constituem como dúvidas para os cuidadores, causando, assim, sintomas de ansiedade e estresse nesses. Além disso, as cartilhas abordam tanto as características biológicas do bebê, como também aspectos sociais e econômicos. Dessa forma, estas atendem ao principio da integralidade do cuidado ao ser humano, tornando-se, também, veículo da humanização da assistência ao recém-nascido pré-termo.

Em suma, apreendeu-se que a análise e relato dessas cartilhas são de essencial importância para a compreensão do tipo de informações que está sendo oferecida aos pais dos bebês internados na UTI neonatal. No entanto, tais cartilhas são instrumentos auxiliares de informação aos familiares. Assim, destaca-se a relevância da importância do apoio à família por parte da equipe de saúde no sentido de atenuar os sintomas de ansiedade e estresse nos pais, promovendo a ligação entre eles e seu bebê, aumentando a segurança destes nos cuidados ao seu bebê prematuro, buscando sempre favorecer um atendimento mais humanizado.

Esse estudo traz a discussão a cerca da qualidade das informações prestadas através da utilização de cartilhas informativas, no entanto, não temos, com isso, o objetivo de esgotar o tema e sim de abrir espaço para uma análise crítica do material produzido para tal finalidade. Ademais, buscamos também, através deste, visar à melhoria da qualidade do serviço prestado pelos

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-11- profissionais de saúde das UTIN´s através da compreensão da importância do apoio aos pais e demais cuidadores de bebês internados nessa unidade. Ressalta-se, ainda, que os aspectos elencados nas cartilhas não devem se esgotar no material informativo, mas devem ser norteadores para esclarecer as dúvidas iniciais dos pais que acompanham as crianças na UTIN, principalmente pela equipe de saúde.

REFERÊNCIAS

1. Erikson EH. The life cycle completed. New York: Norton, 1982.

2. Papalia DE, Olds SW, Feldman RD. Desenvolvimento humano. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2006.

3. Organización Mundial de la Salud. Resumen ejecutivo de Nacidos Demasiado Pronto: Informe de Acción Global sobre Nacimientos Prematuros. Nueva York: Organización Mundial de la Salud; 2012.

4. Dias NM, Malzone PHP, Soares C, Pianowinsky G, Torres JC, Pimentel CA. A UTI Neonatal - A Educação no Ambiente Hospitalar: Proposta de esclarecimento a pais e acompanhantes. Universidade São Francisco; 2006.

5. Schmücker G, Brisch Kh, Köhntop B, Betzler S, Sterle M, Pohlandt F, et al. The influence of

prematurity, maternal anxiety, and infants’ neurobiological risk on mother–infant interactions. INFANT MENTAL HEALTH JOURNAL. 2005;26(5): 423–441.

6. Fonseca LMM, Scochi CGS. Cuidados com o bebê prematuro: orientações para a família.

Ribeirão Preto-SP: FIERP; 2005.

7. Ministério da Saúde. Família Canguru: guia de Orientações - As aventuras de um bebê prematuro. S.D.

8. Instituto Abrace. Cartilha das Mães de UTI: Guia do Instituto Abrace para ajudar mães e familiares em ummomento de aflição. Obtido em http://www.institutoabrace.org.br/

9. Secretaria Municipal de Saúde - Prefeitura da Cidade de São Paulo - Hospital Municipal Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva. Cartilha de orientação aos pais participantes da unidade neonatal e da metodologia mãe canguru. 5ª ed. São Paulo: 2008.

10. Brasil. Ministério da Saúde. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso: Método Canguru. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

11. Brasil. Ministério da Saúde. Promovendo o Aleitamento Materno. 2ª ed., revisada. Brasília: 2007.

12. Branco VMC, Carvalho MLM, Coutinho AP. Unidade de Saúde Parceira do Pai. 1ª ed. Rio de Janeiro: Secretário municipal de saúde e defesa civil; 2009.

Referências

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