Casa de Sarmento
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Revista de Guimarães
Publicação da Sociedade Martins Sarmento
N
OVA ESTELA FUNERÁRIA DO TIPO DA"P
EDRAF
ORMOSA".
CARDOSO, Mário Ano: 1949 | Número: 59
Como citar este documento:
CARDOSO, Mário, Nova estela funerária do tipo da "Pedra Formosa". Revista de
f . i ¿ ' 1 .. : › ' x ‹ os › Í ..` 3 . ) g . . \ . â. . à
Nova estela funerária
Pedra Formosas"
\ .r Eu \ I. â O 0 J I 1 u l s i g ':' 1 I | O J • 1 s ‹ 1. . ä ‹ . .. I I z 1 . m a Í . ‹ ! r \ r u ui 0 c Í I í ‹ , I . . ' . .. . I .¿ .n s I 4 Q. 1 l i | 2, ‹z. H l . ‹ . z . 1. . . | | . \ . , . | _ . * » 1 .¿-‹' * 1 \ .. J Í I Í ‹ 1 \ a l : . ‹ 1: | 0 'â a I -'z ‹ z ‹ ' 1 . . ‹ I i I . I › l l .¡ | s 5 9 \ r . \ . . . . ú x . z . 3 ‹ ¡ ~› ¬ › '. i › ' z - I. z . ‹ \ n ¡ . \ í . : . ¡ ‹ ' r . . ‹ ~‹ â r \ x . z I ; c 'i z . ‹ › . 1 1 0 l | . ‹ » . . |Numa' comunicação Sobre a activi`dade.'arqueoló- gica. de Portugal durante.o -'ano 'de 1947, publicada :
pelo
Sr.
Fernando *Russell' Cortez,' conservador do `Museu Nacional' de .Soares dos Róis, .no..fasciculo' referente ao' -terceiro
-
trimestre ~de . 1948 do ~`~‹ Archivo:-
Espanhol de Arqueologia» publicação ~"madrilena~'do Instituto -Diego Velazquez, 'alude .este arëueólogo ao arecimentoma freguesia de~Sardoura., oncelho . de= astelo de' Paiva, de- un frorztórz de =templo* fui'
nerarío' (sic) identico. .8al=-de Briteiros,
a*
pesar 'de no:
¿presentar llaz pedra rzingunabrzzamentacíórz (I)1
i Esta notícia, mesmos através..do-' seu laconismo,'., .
logo despertou 0 nosso ~interesse,'pelo motivo de a"" suspeitarmos, de facto,'‹=l~igada ~a um".-dos mais impor- tantes problemas da Arqueologia
da
regiãO dos 'd cas- .' .tros › . galaico-portugueses* da 1 Idade
.
do .Ferro,- qual . Seia -o 'da"- 'finalidade' "-dos discutidos . monumentos : . z ‹'em'forma descasa .›, encontrados nesta região, que :
._
ostentam .como =iachada+ as, grandes estelas céltieas=,.~* e a 'que se tem dado o'--nome°l«de' ‹Pediras=FormOsasí›, . . ¿*por analogia. com a designação que,'*~¡á nos começos .~ ~-z. .do .século xvur,-"era dadas primeira aqui aparecida,-'
ê" . proveniente 'ida Citâniaiide Bríteir0sl~(2),' e ~qpe~-'hojez .
*
.1 constitui um.,dos mais¿~lyalios0s.~exemplares'doz .'MUI..=-
z , . ‹ ‹ v , . \ f i ¡ a .I \ I . C :. 1 J' z. . . V \ \ oz 0 .. \ ,` I . r › \ \ , . n . . ‹ 5 ! Í I Í de Arqueologia, -. Mpdfid, .› z r l ¡_.
E u . Í 1) Archivo. "Espanhol 1948, T. XXI, n °" 72. 'p;~279. . r, . . , . .( 2 ) Francisco Xavier da* Serra." Craesbeck, Memórias
.resuscítodas da* Provúzcía de Entre Douro e Minho, 1726, Ms.
"da Bibi. Nac. de~Lisboa,' Secção 1de Res., F. G. n.°'2l7, p. 35 v . ; - D . "Jeronymo Contador de Argote, Memorias para
a "historia ecclesíasnca do Arcebispado de Braga, Lisboa, 173§,
T . I I , p . 4 6 0 . z ~ 1 1 . I . ; I , u r r ;i Y a . . 14 J ‹ \ 1 I I | *Â .. | x I I I I I I i \ 2 I l
¡. 1 11 I I I 4 1 l I I 1 I
'488
I REYISTA DE GVIMARAES I r 'zé I l J | I I 1 I \ J ‹ I I * Í I I 1 › I I › 1 I 1 I r i i I à I I I I I 1 I I I \ I I I Ipela revelação ali .contida do achado
¡ i { Í i 1 1 I
seu Arqueológico de «Martins Sarmento›', em Gui-
marães (l). .
-
, '`
Pedimos' por isso- ao Sr. Russell Cortez mais detalhados informes 'sobre aquela descoberta, 'cuja ,existência ignorávamps, o' qual.'teve az gentileza de comunicar~nos que a notícia do achado vinha men- cionada numa monografia de Castelo.*de..Pa.iva, publi- cada em 1947, .em Esposende, e da qual era-autora
D.~ Margarida
-
Rosa Moreira de Pinho, licenciada, em Letras pela Universidade
de
Coimbra. Procura--mos logo adquirir aquele livro, o que não foi tarefa das mais fáceis, já porque desconhecíamos a sua autora, já porque
ge
tratava de uma edição fora do mercado. Mas, p .r fim, graças aos bons esforços do arqueólogo Sr.' Joaquim Sellés Pais de Vilas Boas, de Barcelos, para cuja amável diligência ape- lamos, sempre conseguimos obter um exemplar. |. ~Tratava-se da monografia, editada pela Câmara
Municipal de Castelo de Paiva, com o título de «Elementos para a História 'de Castelo de Paiva ›
(Esposende, ~Tip. Cávado, 1947), que constituira a dissertação apresentada pela autora à Universidade de Coimbra, no acto da sua licenciatura na Facul- dade de Letras da mesma Universidade. O inte- ressante livro, apesar das .suas deficiências, muito naturais em «trabalhos de investigação feitos em cumprimento de deveres escolares a prazo certo ›>, como aliás a .própria autora reconhece, apresenta um incontestável mérito, ainda que mais não fosse
importante
arqueológico que o
Sr.
Russell Cortez inteligente- mente mencionou na citada» revista madrilena, dan-, do-lhe assim a merecida publicidade, que a restrita edição da monografia daquela distinta aluna. uni- versitária não lograra conceder-lhe. ^ ,I
I
1
^ (1) Sobre a bibliografia da «Pedra Formosa» consul-
te-se principalmente: F. Martins Sarmento, Dispersos, Imprensa da Univ. de Coimbra, 1933, p. 470 e nota correspondente, na
p. 498; . Idem, Correspondência epistolar Hübner-Sarmento,
Guimarães, 1947, nota 7 da p. 24; Mário Cardozo, Catálogo
da Secção Lapidar e de Escultura do Museu da Sociedade Mar-
tins Sarmento, Guimarães, 1935, p. 119, Idem, ‹<O monumento
'funerário da Citânia», in Rev., de Guimarães, LVI, p. 293.
L r n I I : I 1 I I : Í l I I I I u s. I I I I I I I I
I I I r I I I I F 0 f 1 c i 1 I
1 NOVA ESTELA FUNERÁRIA
489
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1
A pág. 51 e seguintes, referindo-se a autora às antiguidades encontradas na freguesia de Sardoura, de Castelo de Paiva, que lhe eram familiares, alude a vários objectos aparecidos no cimo e nas encostas de um monte designado Cresto, existente naquela localidade. Informa que esses objectos constituem propriedade do Sr. Francisco Correia de Melo Osório Sarmento, da Casa do Pedregal, -da mesma fregue- sia, cavalheiro que tem dedicado um grande interesse a diversas escavações ali praticadas por iniciativa própria. E, entre os citados objectos, menciona então, nos seguintes termos, que transcrevemos integralmen- te, a pedra que mais tarde havia de merecer as hon- ras da citação no «Archivo Espanhol de Arqueolo-
gia» (Fzzg. I): . . L \ I I. I ¡ I I J I L. I | I I 1 l I
«Um dos achados mais interessantes
zé um forno crematório, cuja esteira tem mais de
1'",5
de altura e com a forma arre- dondada, dum sem-circulo. Deve tratar-se de um caso idêntico ao da «Pedra For.mosa», originária da Citânia de Briteiros e que Má- rio Cardoso considera como um dos mais : interessantes exemplares arqueológicos dos' \‹=castres» peninsulares. 4
`
O facto de ter despertado tanto *inte- resse, atribui-o~ Mário Cardoso ‹ à sua bi- zarra ornamentação e grandes proporções, e em segundo lugar ao carácter desconhe- cido e misterioso do seu 'primitivo uso» ( ' ) .
Este monumento encontrado' em Sar- doura, conquanto não tenha qualquer orna- mentação, apresentando-se tosco, isento de ornatos e inteiramente em bruto-conforme se vê pela fotografia junta-é, nas suas I I I c ' I I 'z . Q I I I i Í i
(4) A autora cita aqui uma passagem do nosso primeiro estudo sobre a Pedra Formosa (Guimarães, 1929, p. 11›, pa-
recendo portanto que, em 1947, ainda desconhecia os trabalhos que publicamos em 1931, 1934, 1935 e 1946, após a descoberta
do monumento de Briteiros e da segunda «Pedra formosa››,
eM I ' I 1 h i I Í Í i 1 l 1
I 490
Rgvlsm
DE- GVIMARÃES I U r I 1 I 1 u *J 4 r 1, J I I i l 'H r c ¡ ‹ | / I I : 1 , I i ~. 1. I . I I I | I.linhas gerais, absolutamente idêntico ao da Citânia de Briteiros.
.
-
-Enquanto que Martins Sarmento e LeiteÍde Vasconcelos 'assentaram em que a Pedra
Formosa teria sido uma mesa de oferen-
'das religiosas. ou «ara de sacrificios›, este monumento arqueológico, pela maneira como foi encontrado na posição vertical, com a abertura voltada para baixo e pequenas pe- zdras encostadas formando o.forno, devia ter
s,ido
a
esteira, dum torno crematório.. E de lamentar o facto de ter sido retirado
do local onde foi encontrado, o que facilita- ria extraordinariamente .a «sua identificação ›>
.
'I J 4 r L J 1. r l
Esta descrição sumária, 'acompanhada de duas fotogravuras- da pedra, que aliás a . representam
colocada numa posição falsa, isto'é, com a 'abertura
sem-circular voltada para a parte superior, acabou por convencer-nos da necessidade de irmos ao .local analisarão' importante achado, e coligir ali os deta- lhes que ainda nos fosse possivel obter acerca das circunstâncias=-em que a descoberta se efectuou. ' 1 Antes~ disso, porém, havia necessidade de estabele-
' .cermos prévio contacto com o proprietário da pedra,
Sr. Correia de Melo, tanto mais que a sua residên- cia permanente é em. Vila Nova de Gaia, e não em Sardoura. Por «amável interferência da ilustre autora
da monografia e de seu marido, Sr.. Dr. Sobral
Torres, a quem, ap.ós conseguirmos saber a sua mo- rada, nos dirigimos, ficou -aprazado um encontro em
Sardoura com o Sr. Correia de Melo.
-
Teve então lugar a nossa visita àquela ridente e airosa povoação, que fica situada, um pouco a,sul da margem esquerda do Douro, cerca de' uns 3 qui-
lómetros distante da , ponte metálica de Entre-os-Rios, sobre o Douro. E terra fertilíssimo, que produz em abundância óptimas frutas, cereais, legumes, vinho, azeite e afamado mel. Não admira, portanto, que, desde remotos tempos, fosse lugar de habita- ção preferido e densamente povoado, quer devido a esta riqueza úbere do seu solo, quer à proximidade da confluência de .dois rios,'Douro e Támega, o ,pri- I l a l l I I J Í L 1 r I 1 J I T i 1 i I l
EST.
Fig. I - A estela aparecida em Sardoura (Castelo de Paiva).
.
(Dimensões : 1-11,85 × 1 m,39 × 0 m,22)
5
Fig. 2 - Vestígios do monumento a que a `estela pertencia, hoje
desaparecidos.
EST.
II
I
Fig. 3 - O s trabalhos de desaterro, mostrando a grande profundi-
dade a que se encontrava o monumento de Sardoura (no canto inferior direito).
Fig. 4 - A estela de Sardoura, na ocasião das escavações, com
I L Á l v P ¡ ç nó i |
I NOVA ESTELA FUNERÁRIA
491
I z I ¡ 1 r : s r I I š I I ~‹. 1. I J I L I I I l I 1 I lu
mero dos quais de grande caudal e abundantemente píscoso. Assim se explicam também os numerosos vestígios do ' passado, encontrados 'com/Itanta fre-
quência naquela região, uns remontando à'‹época da .Romanizaçãoà outros nitidamente ante-romanos, tais como restos de muitas ' ‹ na moas›, infelizmente já violadas pelo saque vandálico dos pesquisadores de
tesouros encarztados. I : I
Uma das mais valiosas aras votivas que se guar-
dam no Museu de « Martins Sarmento ››, oferecida
em 1887 ao insigne pré-historiador vimaranense por
Eduardo Guedes de Melo, 'de Castelo de Paiva, apareceu na margem direita do Douro., na freguesia de Várzea do Douro, já no Concelho do Marco de Çanaveses, mas também muito próxima de Sardoura.
E dedicada -essa ara a TAMEOBRIGVS. velha divin-\ dade indígena romanizada, pois da influência dos
dominadores nem mesmo os antigos deuses lusitanos foram isentos, os' quais passaram' a .ser venerados sob as fórmulas rituais 'do .Panteão romano.- Acerca* deste importante monumento, já mencionado por João Pedro Ribeiro em fins do século xvm, numa carta dirigida ao arcebispo D. Frei Manuel do Cenáculo e, mais tarde, nas suas «Dissertações chronol.ogicas e criticas» (1), existe hoje uma extensa bibliografia (2):
O nome Tameobrzjgus parece ser céltico, e referir-se az um deus fluvial, tutelar das águas do Tâmega (Tá-
i
.maga ou Tárrzaca), o que até certo ponto se con-
firma pelo aparecimento da ara muito perto da margem .desse rio, junto da sua confluência com o Douro.
O Sr. Francisco Correia de Melo, que é um
inteligente coleccionador de antiguidades e'de objectos
de Arte, e cuja Casa do Pedregal,
em
Sardoura, pode considerar-se, pelo seu valioso recheio, umautêntico' museu, recebeu-nos ali =com fidalga hospi-
talidade, facultando-nos imediatamente o estudo não'
só
L
da pedra' cuja. obse.rvação alí nos levava, e'que
I
4 I
¡
m
( 1 ) Vol. I. p. 347.
( 2 ) Vide Leite de Vasconcelos, Religiões da Lusitania,
vol. II, Lisboa, 1905, p. 319-320; Correspondência Hübrzer-Sar-
mento cit., p. '
logo cit., p. 19.
108, 115, 116 e 161; Mario Cardozo, Catá-
r \ ‹ I r J I I I lr l 1 r a l .
I I I | F I Í 1 I . ' s \ | I ‹ I I 1 492 REVISTA DE GVIMARÃES i c \ I I Í l I 1 í I ¡ 1 I 1 1 r r f \ I s I l 1
tão viva curiosidade nos havia despertado, mas ainda todos os ,objectos arqueológicos aparecidos na escavação que pusera a descoberto aquela pedra, nos escombros do monumento, hoje desaparecido, de que ela fazia parte. Desse monumento, com efeito, nada resta actualmente, por infelicidade. .Apenas uma fotografia que o Sr. Correia de Melo
amàvelmente nos cedeu, feita na ocasião das esca- vações, ficou constituindo o único testemunho ida passada existência de tal construção, fotografia que, apesar de muito deficiente, deixa ainda perceber bem a parede interior do tholos, de planta circular, que fazia parte do edifico, com a superficie inclinada para dentro, como que a fechar em falsa cúpula (Fig. 2). |
-
Ascendem, portanto, já hoje, a um ~número rela-tivamente elevado as descobertas destes -curiosos
monumentos, cuja finalidade desconhecemos em de-
talhe, mas que teriam necessàriamentel um destino religioso. e cultual, obedecendo talvez, segundo' a .maioria ..das -opiniões autorizadas (Ê), às exigên-
a | I \ n *1 J c \ I I l , I 0 l r I I . I I r I r I I l i fl r I 1 I I I De V. Ex." 1
J dia-nos' «EX.M° Amigo e Sr.
l 'I
(1)= Em 1931, na monografia que então demos a lume
sobre o monumento ›descoberto~em Briteiros no ano anterior,
e ainda em 1934, noutro estudo sobre o mesmo assunto, que
publicamos na revista «Brotaria», afirmamos que o Profes- sor Leite de Vasconcelos havia repudiado a sua antiga hipó-
tese, na qual considerava a «Pedra formosa» como ara sacrifí-
catória (Vide Rel. da Lua., III, p. 616-618). Transcrevemos hoje aqui, já que novamente abordamos este assunto, três in- teressantes cartas que o insigne Mestre nos dirigiu, por oca- sião da descoberta do referido monumento da Citânia.
Carta de 12-10-1930, escrita pouco após a descoberta do monumento, que Leite de Vasconcelos havia observado em Se- tembro desse mesmo ano, por ocasião do Congresso Inter-
nacional de Antrop. e Arqueologia?
«Ex."1°
Amigo e Sr. Capi-tão-:
.
.
. .
.
.
Se V. Ex." me der a honra de se referir a mim,no que vai escrever acerca da segunda Pedra Formosa, rogo o favor de acrescentar que eu lhe disse que julgava agora
prejudicada a minha antiga hipótese.
. . . .
. .
amigo obg.°, José Leite de Vasconcelos ». Quatro meses
após, em l 5 d e Fevereiro de 1931, ao pedirmos-lhe a sua es- elarecida opinião sobre a finalidade do monumento, respon- : Começo por dar os parabéns a V. Ex." pelo importante descobrimento, pelas finas observa- ções que faz.~ e pela aptidão que mostra para o desenho, tão proveitosa em estudos arqueológicos e etnográficos. Quanto
ao assunto, muito dificil é responder. Pergunta V. Ex! se o L I I I l r I * › : r
I I . . l ' › \ 1 E i i z . I'I É, cias de um ritual incineração (I). 1 í I \ \ I
NO VA eSTE .1.A É1=un;zRÁn!¿\ funerário, s Í I I I I ,. i * , r . 11 É . 1. o , | prática z
-
. J Í « , . . V z493
I r « r. . ' l _ I . ¡da
z. À . › I ¡ ‹ . i i 4 . w f i .. , i â 1 . !‹' L 2 1 I l .n s. z '. ú ú | I F_.
z I \ s a I â . i I : I I 1 , I ! ¡ricas de casas¡, por outro lado, os antigos ligavam às I
I 1 x I ,e I I I I . 1 I r I I z I , I I L . í \ .‹. . 1 . . I I I z l I I I I | › Í
monumento será um mithraeum. Efectivamente nessa região,
tiveram culto divindades orientais e africanas.(Relzgiões »l.Il, 1342 e 358 ss..), mas o suástica e figuras congéneres têm entre
nós carácter muito castrejo e também.-muito funerário para que .
eu possa desligar dele O monumentoCitaniense. ..Que aguise
praticaram sacrifícios. não parece duvidoso, porque os des- gastes nas paredes do tanque, tão inteligentemente ~notados
por V, Ex.fl, revelam que. de' facto, se afiaram nelas instru- mentos cortantes, que não deviam servir senão para imolar vitimas. Ora, quando se realizou o funeral de Viriato, sácri- ficaram-se vítimas ao morto, ao mesmo tempo que o cadáver ardia numa pira (Relzgiões III, I4-l:5). Não serviria o forno,' para recolherá restos incinerados do cadáver, e sobretudo deÂ*
cadáveres ide pessoas aue haviam sido notáveis (forno colec-
"
`tivo, como :OS 'dolmens, não individual)? O: desaparecimento
dos restos da incineração, (cinzas, ossos) 'explica-se com facial › i
lidade pelo arrastamento para fora, causado: por águas de . .
Í =.chuvas, etc. O monumento, diz V. Ex.', revela alguma opulên-
cia, que não condiz com a pobreza dos achados da Citânia'.
Por um lados, porém, na 'Citânia apareceram esculturas artís-
vezes maior importância aos mortos do que aos vivos, como no Egito, onde não se encontram senão *sepulcros complicadís-
simos não palácios ( j á não assim; em Creta!).~ Muito va-
riado é o monumento de Sá (Relig. Ill, 448-449),te pertence ao culto dos mortos, com *um sacrifício e Iibaçâo; V.{Ex." compara o monumento citaniense com o da Saia,'e Sarmento
correlaciona este com o culto das águas. O ligarão povo,:
ainda hoje, como ele diz a pág. 14 do Relatório da *Estrela, «
superstições com a água que ali corre és=#importante, sem dú- vida ; todavia não bastará para que possamos. estabelecer aquela correlação, pois o povo a cada passo cerca de supersti- ções minas antiga s e coisas estranhas.. Em'suma: no meu
entender, acho que por ,enquanto não é descabida .a hipótese
que V. Ex a enuncia de ser funerário e de incineração o mo-
numento. e terá talvez maior .plausibilidade do* que o de ser
ele monumento propriamente religioso. l
SeÍ V.;Ex." quer tor- nar público o meu humilde parecer, só encontro nisso uma prova de amizade de V. Ex.fl, de quem sou com a maior estima amigo obg.°, Leite de Vasco:ncelos». E, meses depois, publicada já ia nossa monografia, agradecia-nos nesta carta, de 21-6-31 O; exemplar que lhe ofereceremos. ‹‹EX.M° Amigo e Sr. : Muito agradeço 0 seu formoso trabalho, com cuja conclu- são estou de acordo, e dou a V.. Ex." os parabens. Também
agradeço a referência que me faz.'
. .
.
..
Vai a lista de alguns..nomes que me lembram. Do Siret não sei a morada. O jalhay
deve saber. De V. Ex.*"* amigo e adm.°' obg.°, José Leite.›› .
( 1 I _}. Uria y Riu, «Ritos funerários en las cambras de J
Briteiros y Coaña ».~› in Revista de la Universidade de Oviedo, 1941, ' * .› ‹ : I . . |¡ ' . i i I I i 1 I I c I I Í 1. * I / 1 Í i J i 1 I I i i I l I I I ~. J 1 i I l I i i az I | 1 I i 1 1 i l ê I I 1 1 ê i
I I I | . ‹ l I ii f á
494
REVISTA DE GVIMARÃES I f › à 1 I I I a I J I aí s .I s i I ¡ I r f :No local onde apareceu 0 monumento de Sar- doura, a terra apresentava-se então fortemente im- pregnada de cinzas, e, ainda hoie, não obstante o
sítio ter sido já muitas vezes revolvido pelos traba- lhos agrícolas, a terra mostra- ali 'uma tonalidade ..queimada, mais escura 'do que a observada
na
TIS'ante superfície 'do mesmo campo. ' '
O monumento, segundo a informação do Sr. Cor- reia de Melo, encontrava-se coberto por uma alta ca- mada de terras de aluvião, soterrado a uns 6 a 7 me- tros de profundidade, numa encosta de forte declive, não longe da sua casa de habitação, e apareceu na ocasião em que ali mandara proceder a uma grande remoção 'de terras (Fig: 3 ) , para seguidamente cons- truir um elevado muro de suporte do socalco que hoje está transformado em terreno de cultura. Esse terreno liga com a encosta do Monte Crasto, que lhe fica sobranceiro e a curta distância. . '
A estela, que servia de fachada anterior da cons- .trução desmantelada, COTlS€l'Va°a' aquele proprietário
.ao fundo do quintal da sua casa, encostada a *um
muro, e ainda na posição em que, no momento da sua deslocação para' aquele lugar, os operários empre- gados na escavação ali a colocaram, com o rasgo sem-circular da base voltado para cima, ao inverso, portanto, da sua posição natural. Apresenta as se-
.guintes dimensões: ` ' ' v I l I 1, I I i I.
mas
' 1,39 0,22 | I Í 1 Largura máxima Altura máxima ‹ .Espessura (muito irregular )
Abertura sem-circular : Largura média Altura 0,30 0,25 I i 1 i s Í J ! I a â I I l I
Tem pois, como ressalta da comparação com as duas pedras idênticas procedentes da Citânia de Briteiros, dimensões bastante inferiores `às de
estas (Fig. 5). .
De harmonia ainda com` a descrição oral do Sr. Correia de Melo, a pedra, que é um tosco las- cão em bruto, bastante mutilado na periferia, sem ornamentação alguma, e apenas com a abertura se-
\ I I I I I I i I Í I I I l I I g I i I Í z é I 1 I
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I I I I \ I I I n I !mi-circular rasgada an pico, apareceu na posição ver- tical.. assente numa. outra colocada horizontalmente e tendo encostadas a.
ela
mais duas, que faziam parte das paredes laterais. No.›lado posterior -da edifica- ção, que estava já"quase todas desmorpnada quando foi .posta a descoberto, distinguiam-se ainda os res- tos da câmara 'redonda a, que atrás nos referimos(Fzg. 2), e, à mistura com esseS-escombros, encon-
traram-se também algumas mós Manuais, trituradores do tipo neolitico, restos de cerâmica,.-'pequenas pe- dras de granito, de. forma esferoidal, muito polidas, e ainda diversas placas de xisto, umas de .forma alongada, perfuradas numa ou nas 'duas extremidades, outras circulares, com perfuração central (Fig. 4).
' Estes objectos encontram-se actualmente coloca-
dos no topo superior do muro a que a estela está apoiada, e alguns outros, de menores dimensões, conserva-os o Sr. Correia de Melo' no interior da sua casa, guardados numa ' vitrina, juntamente com 'diversas flbulas, uma' das 'quais 'bastante' rara, do tipo que José Fortes' classificou de anular, isto é, formada 'por' um aro fechado, em posição perpen- dicular ao plano do seu arco normal (1)z numerosas vasilhas de formas variadas e outros' objectos recolhi- dos numa escavação que o mesmo Sr. praticou numa ,necrópole lusitano-romana.localizada num terreno de 'mato das proximidades.
Após esta nossa visita a Sardoura, não mais perdurou no nosso espírito a menor .dúvida de que o monumento ali aparecido, e tão lamentàvelmente destroçado, era de facto 'da Mesma- classe do des- coberto em Briteiros em 1930, e de que a estela salva
na escavação pertence'i'gualmente» ao mesmo tipo das
«Pedras formosas›, tratando-se, muito embora, no =caso presente, de um exemplar menos rico, dada a sua completa falta de ornamentação, e de mais mo- destas dimensões que as dos aparecidos na Citânia.
. A localização desta classe.de monumentos quase
sempre no interior ou nas proximidades de ‹castres >>
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José Fortes, « A s fábulas do Noroeste da Per insula>>,
in Portugalia, Porto, 1905-1908, vol. II, p. 18, e f i g . 13 e 14.
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NOVA ESTELA FUNERÁRIA
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da Idade do Ferro, onde os vestígios da-~ Romaniza- 'ção afloram mais ou menos claramente, e.ainda a
natureza dos objectos avulsos que junto desses mo-
numentos tem sido recolhidos, contribuem para nos esclarecer, com suficiência bastante, acerca- do pe-
. ríodo que convém atribuir a tais construções, por
certo de origem céltica, mas que talvez hajam per- durado pelo menos até o final do século m de
J.
C.Contudo estes monumentos devem terzuma tradição muito mais longinqua, constituindo uma espécie de sobrevivência tardia de épocas distantes, reminiscên- cias do período megalítico, pois o traçado geral de
tão singulares- edificações castrejas ainda nos faz
lembrar os monumentos dolménicos, com seu corre- dor e câmara circular. Tenhamos esperança de que, em face -de novas 'descobertas mais frutuosas que o
acaso nos ponha diante~'dos' olhos,' ainda um dia se possa esclarecer por' completo, com segurança documental e- demonstrativa, quais os ritos praticados nestes interessantes monumentos, que em número de dez foram já revelados até hoie na região dos ‹‹castros› do Noroeste da«península, a saber:
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I
I dois na-Citânia de Briteiros (Guimarães) ( * ) um no Castro de Sabroso (Guimarães)'(9) um no Monte da Saia (Barcelos) (3) um no Castro de Vermoím (Famalicão) (4)
I I 1 Á z I 1 I I : I 1
( 1 ) Mário Cardoso, A última descoberta arqueológica
na Citánzkz de Briteiros e a interpretação da Pedra Formosa,
Guimarães. 1931; A Pedra Formosa da Citânia de Briteiros
e a sua interpretação arqueológica, Lisboa, 1934, Possível identificação do primitivo local da ‹‹Pedra Formosa» na Cira-
nia de Briteiros, Guimarães, 1935.
( 2 ) F. Martins Sarmento, «Materiais para a Arqueolo- gia' do Concelho de Guimarães››, in Revista de Guimarães,
vol. XXIII, p. 41, 43 e 49, vol. XXIV, p. 59 e 117, vol. XXVI.,
p. 129.
( 3 ) João Torres, ‹< As ruínas existentes no Monte da
Saia››, in Comércio do Lima
n.°
52 e 59 (1876-77); Rev. deGuimarães, vol. XIII, 84, 89, 145, e vol. XV. 134; F. Martins Sarmento. Relatório da Expedição cientifica à Serra da Estrela Lisboa, 1883, p 14. nota 1
( 4 ) F. Martins Sarmento, Mss. inéditos, de 1880, Cad. 40,: p. 68 (Arquivo de Res. da Sociedade Martins Sarmento).
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.. !um no* Cast-ro «;šde».,"Coaña;Ê›,.( Astúrias) 1)
dois no Castro"~ de* Pendia Astúrias-)
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" =.=à em Santa- Marinha' -de, Agues «Santas
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i v v s .., . n s n n i Pendia », in ‹ ry Belli'do ~e°Juan Urra y Riu, Avance
A. Garcia y Bellido, EI castro
Guimarães, el Castel-
Rev. .de la
Arch. Esp. de Arqueologia,
Lorenzo
¿
. (*-) António Garcia . :
.ízaf las. excavacíorzes de Castellon de Coar, Oviedo, 1940
,
-
, z de Coaña (Astúrias) y algumas*Çznotas sobre el posible origem de esta cultura», in Archivo Es-
.. .¿pañol de Arqueologia, Madrid. 1941, e anteriormente na~Rev. de
. 1940, J. Urra y Riu,= «Excavaciones -en Ion de Coaña. .Nuevos datos y consideraciones ››,.» in.
I Univ. *de .Oviedo, . 1942. - '
( 2 ) A. Garcia y Bellído, . «El Castro *de
' Madrid, 1942. `
; . ( 3 ) Joaquín Fernández; El monumento pro-
tohistorico de Augas Santas y=los ritos'funerarios en los Cas- tros ››, in Cziadernos 'de Estudios Gallegos, .°Madríd, 1948. ›
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