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Portfólio Sugerido Abril/16

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Academic year: 2021

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Página | 1 A bolsa teve um comportamento atípico no mês de março, acumulando alta de 16,97% num momento de turbulência no campo da política e de deterioração dos indicadores macro econômicos, somado a uma safra mais fraca de resultados de 2015 em relação a 2014. O bom desempenho da bolsa foi determinado pela forte fluxo de capital estrangeiro a partir de fevereiro, somando no mês de março R$ 7,6 bilhões líquidos até o dia 29/03. A desvalorização cambial e a queda quase que generalizada dos preços das ações na Bovespa atraíram novamente os investidores estrangeiros que acumularam ganhos expressivos neste período.

Em março, o tema central foi a discussão em cima do processo de impeachment da presidente Dilma e das investigações da operação Lava Jato que vem acumulando novos nomes a cada uma de suas fases e de delações premiadas. O destaque da Lava Jato ficou por conta do avanço das investigações envolvendo o ex-presidente Lula e a tentativa da presidente Dilma de colocá-lo no Ministério da Casa Civil. A aversão ao governo e o desenrolar deste processo provocou intenso movimento de ruas e consequente volatilidade no mercado de ações e nos principais ativos, juros, dólar, etc, aumentando ainda mais o grau de incertezas em relação ao futuro do país.

Desta vez o cenário internacional teve pouca influência sobre o comportamento do mercado, exceto a recuperação dos preços das principais commodities (petróleo e do minério de ferro) que levaram as ações de Petrobras e Vale a uma valorização expressiva no mês. Destaque também para a alta nos preços das ações de grandes bancos, que juntas com as duas blue chips, compõem boa parte do Ibovespa.

Para o mês de abril, o cenário é um pouco diferente do que vimos em março. Uma vez definida a saída do PMDB da base do governo, os próximos passos serão no sentido de instalação do processo de impeachment da presidente Dilma e a defesa do governo na tentativa de impedir o avanço do processo. O quanto este processo pode se arrastar é ainda uma interrogação. Os indicadores econômicos mostram um arrefecimento da inflação reflexo principalmente da recessão econômica, o que não ajuda a conter o pessimismo instalado, considerando que indicadores como: PIB, taxa de juros, desemprego, inadimplência, etc, continuarão pesando sobre o mercado neste ano.

Este ambiente de incertezas poderá reduzir o apetite dos investidores neste mês de abril, considerando que os preços descontados das ações (em dólares) e a expectativa formada em cima do processo de impeachment foram os fatores que mais motivaram a entrada de capital estrangeiro na bolsa. Assim, optamos pela substituição dos papéis que mais se valorizaram no mês por outras que consideramos ainda atrativas. Contudo, seguimos com visão conservadora para o momento de mercado.

Rentabilidade Acumulada - Carteira Planner

Mês Carteira

Planner Ibov. Dif. (%) Janeiro (5,73) (6,79) 1,06 Fevereiro 3,43 5,91 (2,48) Março 12,28 16,97 (4,69) Abril - - -Maio - - -Junho - - -Julho - - -Agosto - - -Setembro - - -Outubro - - -Novembro - - -Dezembro - - -Acum. 2016 9,48 15,47 (5,99)

Fonte: Planner Corretora e Economatica

Desempenho Acumulado em 2016 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov

Carteira Planner Ibovespa

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Desempenho da Carteira em Março

A Carteira Planner encerrou o mês de março com valorização de 12,28% com destaque para o desempenho de Arezzo, BB Seguridade e Eztec, todas com alta superior ao Ibovespa.

% Contribuição

mar/16 Ano Oscilação

Ambev ON ABEV3 18,82 20,00 6,3 6,69 6,17 7,34 10,0 0,67 295,2 357,0 Arezzo ON ARZZ3 23,35 26,00 11,3 31,11 11,19 0,00 10,0 3,11 2,1 3,3 BB Seguridade ON BBSE3 29,70 37,00 24,6 23,13 26,28 2,51 10,0 2,31 59,3 198,7 BRF ON BRFS3 51,31 70,00 36,4 0,05 -5,99 3,98 10,0 0,01 41,6 134,7 Cetip ON CTIP3 40,15 41,00 2,1 6,16 7,29 1,25 10,0 0,62 10,4 127,1 Eztec ON EZTC3 16,14 22,70 40,6 20,45 26,49 0,00 10,0 2,05 2,5 12,3 Ferbasa PN FESA4 7,50 11,30 50,7 9,17 6,23 0,00 10,0 0,92 0,7 1,2 Grendene ON GRND3 17,10 18,00 5,3 3,83 1,54 0,00 10,0 0,38 5,1 4,7 Kroton ON KROT3 11,48 11,60 1,0 15,61 20,95 2,22 10,0 1,56 18,5 174,9 Weg ON WEGE3 14,01 19,00 35,6 6,62 -5,41 1,00 10,0 0,66 22,6 41,8 Ibovespa IBOV 50.055 48.630 -2,85 16,97 15,47 18,30 100,0 12,28 8.265,7 IBRX IBRX 20.658 15,41 13,92 IBRX50 IBRX50 8.463 16,41 15,03

Fonte : Planner Corretora e Economatica Portfólio Sugerido: Março/16

Empresa Tipo Valor de Mercado (R$ bi) Vol. Méd. Neg. / Dia (R$ milhões) Código Bovespa Cot. Fechto R$ / Ação Preço Justo R$ / Ação Valoriz. Potencial (%) Peso na Carteira Ibovespa Proposto Oscilação - %

Portfólio Sugerido para Abril

A forte valorização da bolsa em março e de alguns papéis da Carteira deu a oportunidade para realização de lucros e algumas trocas por papéis que subiram menos no mês. Seguimos com uma visão conservadora para o mês de abril depois de o mercado ter subido muito, sem base em fundamentos sólidos. A alta motivada pelo cenário político poderá sofrer um revés neste mês, dependendo do andamento do processo de impeachment da presidente Dilma.

BRF ON BRFS3 51,31 70,00 36,4 3,98 10,0 41,6 134,7 CCR ON CCRO3 14,03 16,40 16,9 1,49 10,0 24,8 88,6 Cielo ON CIEL3 34,97 43,00 23,0 3,33 10,0 65,8 220,1 Copel PNB CPLE6 28,65 34,00 18,7 0,36 10,0 6,4 24,6 Embraer ON EMBR3 23,85 28,00 17,4 1,49 10,0 17,6 81,2 Estácio ON ESTC3 11,82 15,70 32,8 0,38 10,0 3,6 29,7 Ferbasa PN FESA4 7,50 11,30 50,7 0,00 10,0 0,7 1,2 Grendene ON GRND3 17,10 18,00 5,3 0,00 10,0 5,1 4,7 Minerva ON BEEF3 11,19 14,50 29,6 0,00 10,0 2,1 13,3 Weg ON WEGE3 14,01 19,00 35,6 1,00 10,0 22,6 41,8 Ibovespa IBOV 50.055 48.630 -2,85 12,02 100,0 8.265,7 IBRX IBRX 20.658 IBRX50 IBRX50 8.463

Fonte : Planner Corretora e Economatica Portfólio Sugerido: Abril/16

Empresa Tipo Valor de Mercado (R$ bi) Vol. Méd. Neg. / Dia (R$ milhões) Código Bovespa Cot. Fechto R$ / Ação Preço Justo R$ / Ação Valoriz. Potencial (%) Peso na Carteira Ibovespa Proposto

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1. Ações mantidas na Carteira

BRF (BRFS3): A despeito de pequena alta no mês passado estamos mantendo suas ações entendendo que existe um bom espaço para valorização. Como pano de fundo os fundamentos da empresa, o bom perfil dos seus negócios, sua sólida posição financeira e liderança em alimentos processados no Brasil e na exportação de aves.

A companhia tem feito diversas aquisições no exterior, em linha com o seu plano estratégico de acessar mercados locais, fortalecer suas marcas, via distribuição e expansão de seu portfólio de produtos. A companhia tem compensado a queda de margem no mercado doméstico com o incremento nas exportações impulsionadas pela expansão dos negócios da companhia (notadamente no Oriente Médio e África), influenciado positivamente pela valorização do dólar.

Seu lucro em 2015 um lucro foi de R$ 3,1 bilhões, com evolução de 46% sobre 2014. O Retorno sobre o capital Investido (ROIC) cresceu de 11,1% em 2014 para 13,2% em 2015. Destaque para sua baixa alavancagem financeira, que ao final de dez/15 era de 1,28x, para uma dívida líquida de R$ 7,34 bilhões.

Ferbasa (FESA4): Mantivemos esta ação na Carteira acreditando que a empresa terá bons resultados em 2016, mesmo neste momento de crise na siderurgia. A Ferbasa produz ligas de ferro cromo e silício, que são usadas na composição de aços inoxidáveis e especiais.

A Ferbasa conta também com boa gestão, excelente histórico de resultados, é boa pagadora de dividendos e não tem dívidas, mas um caixa líquido de R$120 milhões (Dez/15). Vale acrescentar que a empresa tem 93% dos custos em reais, mas 100% de seus preços são referenciados em dólar. Com isso, a taxa de câmbio elevada atual permite à empresa aumentar suas margens operacionais. Como a Ferbasa não tem dívidas em dólares, o câmbio não tem impactado seus custos financeiros.

Em 2015, a Ferbasa lucrou R$174 milhões (R$1,97/ação), valor que foi 89,4% maior que em 2014. Este salto no lucro anual decorreu de maiores exportações e uma taxa de câmbio mais elevada. No 4T15, o lucro líquido teve elevação de 33,8% comparada ao mesmo período de 2014, alcançando R$19 milhões (R$0,22 por ação). O bom resultado do trimestre ocorreu por conta do maior volume das exportações, que compensaram a queda das vendas no mercado interno.

Nossa recomendação para FESA4 é de Compra com Preço Justo de R$11,30/ação, o que indica um potencial de alta em 46% (cotação de 30/março em R$7,73). Considerando nossas projeções, a ação está sendo negociada com uma relação Preço/Lucro de 6,5x para os resultados de 2016.

Grendene (GRND3): A ação da Grendene ficou abaixo do desempenho do mercado em março, mas a companhia confirmou a expectativa de bons resultados para o ano. Mais uma vez seus números foram crescentes mesmo num momento em que a economia brasileira enfrenta recessão. A queda nas vendas domésticas foi compensada com as exportações e com o aumento de preços médio dos calçados tanto no mercado interno quanto no externo. A receita líquida de 2015 caiu 1,4% somando R$ 2,21 bilhões no ano, mas o EBITDA e o lucro líquido aumentaram 13,3% e 22,1% respectivamente. O lucro líquido encerrou o ano em R$ 603,0 milhões. A empresa conseguiu também melhoria em suas margens. A Grendene é bastante capitalizada (R$ 1,1 bilhão de caixa líquido no final do ano). Além disso, a empresa já anunciou o pagamento de JCP e de mais um dividendo trimestral, ficando “ex” no final deste mês.

Weg (WEGE3): Permanecemos com ação na Carteira porque acreditamos que a empresa conseguirá se manter muito lucrativa, mesmo em um ano difícil para economia brasileira como se espera que seja 2016. É muito positivo neste momento de crise nacional, que a Weg tenha mais da metade de suas receitas provenientes de exportações e vendas das subsidiárias no exterior, em mercados que estão em crescimento, além de uma excelente gestão, já comprovada em outros momentos difíceis.

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Página | 4 No ano passado a Weg conseguiu obter bons resultados, mesmo com todos os percalços da economia brasileira. Em 2015, a empresa teve forte crescimento das receitas obtidas no exterior, que propiciaram aumento na geração de caixa e resultado final. O lucro líquido anual foi de R$1.156 milhões (R$0,72/ação), valor que foi 21,2% acima daquele verificado em 2014. No 4T15, comparado ao mesmo período do ano passado, os resultados mostraram aumento de receita e lucro líquido, que atingiu R$384 milhões (R$0,24 por ação).

Vale acrescentar que a Weg é boa pagadora de dividendos, tendo destinado 51,3% do lucro líquido de 2015 para remuneração aos acionistas.

Em março, a empresa anunciou a aquisição da fabricante de motores elétricos Bluffton Motor Works, sediada no estado americano de Indiana. A Weg não informou os valores do negócio. A Bluffton Motor Works é especializada na produção de motores elétricos fracionários, um segmento foco para a Weg nos Estados Unidos. A empresa adquirida conta com 400 empregados, tendo faturado US$64 milhões no ano passado.

Com as dificuldades do mercado interno, a Weg tem intensificado seus negócios no exterior. Em 2015, as receitas da empresa no mercado externo representaram 57% do total (51% em 2014).

Para 2016, a Weg deve continuar aumentando suas vendas no Brasil em geração de energia, principalmente eólica. No exterior, os negócios devem se manter crescendo, com destaque nos mercados mexicano, dos Estados Unidos e na China, onde a empresa inaugurou uma nova fábrica de motores elétricos em dezembro/15.

WEGE3 é negociada com um indicador Preço/Lucro de 18,7x para os resultados de 2016 e 15,9x em 2017, considerando as expectativas do mercado (Bloomberg). O Preço Justo médio é de R$15,87/ação, indicando um potencial de alta em 11%.

2. Ações retiradas da Carteira

Ambev (ABEV3): Retiramos a ação de nossa Carteira, porque vemos uma menor possibilidade de alta em abril, devido aos altos múltiplos atingidos com a valorização recente e o potencial de valorização negativo, em função das revisões para baixo de suas projeções de Preço Justo.

No entanto, continuamos acreditando que a Ambev é uma excelente empresa, devido à dominância no mercado nacional e ao bom desempenho de suas unidades no exterior. Assim, podemos voltar a nos posicionar em ABEV3 em um melhor momento.

A recessão vivida pelo país está impactando também o setor de bebidas. Segundo os dados fornecidos pelo Sistema de Controle da Produção de Bebidas (Sicobe) da Receita Federal, a produção nacional de cervejas no primeiro bimestre de 2016 caiu 1,6% e a de refrigerantes despencou 8,8%, comparado ao mesmo período do ano passado.

No ano passado, a Ambev lucrou R$13,2 bilhões (R$0,84/ação), valor 6,3% maior que no ano anterior. Este crescimento no lucro foi conseguido mesmo com o fraco desempenho do mercado brasileiro, onde a venda de cervejas caiu 1,8% e a de refrigerantes teve redução de 5,2%.

Para 2016, a Ambev espera ter no Brasil uma receita líquida crescendo de um digito médio a um digito alto, com um primeiro trimestre fraco, impactado pela crise e o carnaval antecipado. O Custo dos Produtos Vendidos no Brasil deve crescer entre 13% a 17%, principalmente pela desvalorização do real. As Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas no Brasil devem ter elevação de um digito baixo, por conta da inflação persistente. Os investimentos no Brasil deve ser inferiores aos níveis de 2015 (R$5,3 bilhões).

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Página | 5 As ações da Ambev estão sendo negociadas com indicador Preço/Lucro de 22,7x para os resultados de 2016 e 19,0x para 2017, considerando as projeções médias do mercado (Bloomberg) e as cotações de 30/março. O Preço Justo médio para ABEV3 é de R$18,83/ação, indicando um potencial de baixa em 2%.

Arezzo (ARZZ3): Retiramos a ação da Carteira Mensal para realização de lucro depois de uma valorização de 31,11% no mês de março. Os números divulgados para 2015 mostraram crescimento de 6,4% na receita líquida anual e 2,6% no EBITDA. O lucro líquido de 20125 somou R$ 11,7 milhões também com crescimento de 6,1% em relação a 2014. A empresa conseguiu crescimento nos resultados mesmo com uma ligeira queda no volume de pares vendidos (-1,9%) no comparativo anual, totalizando 10,4 milhões de unidades em 2015 e 897 mil unidades de bolsas, um aumento de 8,4% sobre o volume de 2014. A diversidade e marcas (Arezzo, Shultz, Anacarpi e outras) permite que a empresa trabalhe junto a diversos públicos do horizonte feminino, reduzindo sua exposição ao momento recessivo da economia brasileira.

Brasil Seguridade (BBSE3): A retirada dos papéis reflete um movimento de realização de lucros. A empresa permanece sólida e com boas perspectivas de crescimento. Registrou em 2015 um lucro líquido ajustado de R$ 3,95 bilhões, em linha com o esperado, 22% acima do resultado ajustado de 2014, correspondente a um ROAE de 54,8% (+5,0pp). Para 2016 a companhia forneceu uma expectativa de crescimento do lucro líquido ajustado entre 8% e 12%, correspondente a R$ 4,26 bilhões e R$ 4,42 bilhões. Permanece como nossa opção no setor segurador.

Cetip (CTIP3): Entramos com suas ações na nossa carteira por suas características defensivas e boas perspectivas de resultados no 4T15 o que se confirmou. No cenário também, a nova proposta enviada pela BM&FBovespa, elevando o preço pelas ações da Cetip para R$ 41,00/ação, e aumentando o percentual pago em dinheiro, para 75%, com os 25% restantes em ações da BM&FBovespa. A expectativa de proximidade da decisão para combinação dos seus respectivos negócios, aliado a um preço próximo da oferta, referendam a retirada dos papéis de nosso portfólio.

EZTec (EZTC3): A ação da Eztec encerrou o mês de março com valorização de 20,45% bem acima da alta do Ibovespa que teve um desempenho expressivo no mês. Desta forma, optamos pela sua retirada da carteira para abril, considerando existe espaço para uma realização de lucros na ação. A despeito da qualidade dos números da empresa e de sua confortável situação financeira, o momento negativo vivido pelo setor imobiliário poderá influenciar novamente o resultado operacional deste primeiro trimestre.

No 4T15, a EZtec registrou

redução nas principais contas de resultado, quando optou pela redução no ritmo das

atividades e preservação de suas margens e da confortável posição financeira. A receita líquida caiu 11,5% no

comparativo trimestral em 14,4% no ano e mostrou um aumento nos custos, pesando sobre o EBITDA. Mesmo

assim a margem Ebitda ainda ficou em 48,4% no ano. O resultado líquido do 4T15 caiu 20,9% somando R$ 104,1

milhões e no ano o lucro foi de R$ 444,0 milhões, inferior em 6,4% em relação a 2014.

Kroton Educacional (KROT3): Retiramos a ação de nossa Carteira após acumular ganhos de 15,61% desde sua entrada. Recentemente atualizamos os números da companhia, elevamos o preço justo de R$ 11,67/ação para R$ 12,00/ação e alteramos a recomendação de Compra para Manutenção, justificando também o movimento em relação à Carteira, após a ação encerrar cotada a R$ 11,48 dia 31 de março. Após a instituição das portarias normativas no final de 2014, o cenário para as companhias do setor educacional se tornou incerto, o que nos remete à um posicionamento mais cauteloso para as ações que o compõem, principalmente em relação à Kroton, que se encontrava bastante exposta ao Fies.

Em 2015 a companhia apresentou avanço de 39,5% na receita líquida, para R$ 5,3 bilhões. O EBITDA Ajustado registrou alta de 49,6%, para R$ 2,1 bilhões e ganhos de 2,8 p.p. na margem EBITDA, para 41,4%. Desse modo o lucro líquido Ajustado de 2015 foi de R$ 1,8 bilhão, ante R$ 1,2 bilhão em 2014.

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3. Ações incluídas na Carteira

CCR (CCRO3): Incluímos esta ação em nossa Carteira porque vemos boas possibilidades de valorização da ação em abril, ao lado também de sua boa resiliência em momentos de crise.

As empresas do setor de concessões têm elevadas margens de lucros e são boas pagadoras de dividendos. Porém, nos últimos trimestres os resultados delas têm sofrido com o aumento da inflação e das taxas de juros no mercado interno. Mesmo assim, a CCR tem se mantido lucrativa e com boas expectativas de crescimento de sua receita e resultados em 2016. Neste ano, a CCR está finalizando as obras em quatro novas concessões, que já começam a gerar receitas significativas, com impactos positivos nos resultados dos próximos trimestres. As novas concessões são o Metrô Bahia (Salvador), VLT Carioca (Rio de Janeiro), Transolímpica (Rio de Janeiro) e a MSVia, uma rodovia que cruza os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em 2015, a CCR apresentou lucro de R$874 milhões (R$0,50/ação), com queda de 35,2% em relação ao ano anterior, devido às elevações dos custos operacionais e financeiros. No 4T15, o lucro foi de R$ 245 milhões (R$0,14 por ação), montante 36,2% menor que no mesmo trimestre de 2014.

No 4T15, o volume de tráfego consolidado nas concessões rodoviárias administradas pela CCR teve uma redução de 2,5%, devido à recessão e as mudanças na legislação nas estradas federais (suspensão da cobrança do eixo suspenso). No trimestre, todas as concessões da empresa tiveram diminuição no tráfego, com destaque para a redução de 10,7% na movimentação de veículos da NovaDutra. Pelos cálculos da CCR, expurgando todos os efeitos de calendário, o tráfego comercial caiu 3,9%, enquanto os veículos Leves diminuíram 1,6%.

A tarifa média do 4T15 subiu 9,9%, comparado ao mesmo trimestre de 2014, compensando parte das perdas no tráfego e fazendo com que a receitas com pedágio apresentassem crescimento de 5,4%.

As ações da CCR estão sendo negociadas com indicador Preço/Lucro de 18,9x para os resultados que projetamos para 2016. Nossa recomendação para CCRO3 é de Manutenção com Preço Justo de R$16,40/ação (potencial de alta em 14%).

Cielo (CIEL3): Voltamos com suas ações na nossa Carteira. O cenário tem se mostrado desafiador, com a companhia crescendo abaixo do mercado, explicado por uma concorrência mais agressiva, notadamente por parte da GetNet, que está antecipando aos seus clientes o pagamento de mais de 30% das compras feitas com cartões de crédito pelos consumidores, percentual acima da Cielo e da Rede. Com isso a GetNet tem aumentado sistematicamente sua participação no mercado, passando de 6,5% em 2014 para 8,2% em 2015, com meta de chegar a 14% em 2018. Para este ano as premissas apontam para um crescimento das operações de crédito e débito entre 5,5% e 7,5% com a Cielo crescendo 6%. Quanto aos custos é esperado um incremento entre 4% e 6%. Nesse ambiente a companhia tem procurado manter seus custos controlados e com foco no incremento de eficiência.

Copel (CPLE6): Seus papéis estão sendo negociados na condição “com” dividendos e JCP cujo retorno é da ordem de 4,5%. Some-se um melhor momento setorial com arrefecimento da crise hídrica e menor custo da energia comprada para revenda. Em 2015 a Copel registrou um lucro de R$ 1,3 bilhão (-5%), EBITDA de R$ 2,6 bilhões (+10%) e uma Receita Líquida de R$ 14,7 bilhões (+6%). Ao final de dezembro sua divida líquida com avais e garantias, era de R$ 7,0 bilhões, correspondente a 2,8x o EBITDA. O foco da companhia tem sido a expansão de sua área de geração, através de diversos projetos em andamento, e que devem sustentar seus resultados no médio/longo prazos.

Embraer (EMBR3):

Entramos com a Embraer na carteira depois de a ação registrar uma forte queda no mês de

março, após a divulgação dos resultados de 2015. Pesou fortemente sobre a ação a notícia do pedido de

concordata da cliente Republic Airways dos EUA. A Embraer contabilizou provisões relacionadas ao pedido de

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concordata

e da exposição da Companhia relacionada a certas obrigações de garantia financeira, fazendo com que os resultados do 4T15 fossem diretamente impactados, incluindo uma provisão no valor de R$ 390,6 milhões. Essas obrigações estão relacionadas aos jatos ERJ145 da frota da Republic,

além do impairment destas aeronaves.

Para 2016, a estimativa da Companhia é de atingir Receita líquida de US$ 6,0 a US$ 6,4 bilhões, impulsionada

pelas entregas estimadas de 105 a 110 jatos na Aviação Comercial, de 40 a 50 jatos grandes e de 75 a 85 jatos

leves na Aviação Executiva e pela receita de US$ 0,70 a U$ 0,75 bilhão no segmento de Defesa & Segurança. O

mercado considerou que estas estimativas embutem uma desaceleração no ritmo de negócios. Com isso, a ação

sofreu o impacto de curto prazo. Contudo acreditamos que a ação já caiu bastante. Embora os resultados da

Embraer sejam fortemente influenciados pelo câmbio, nas duas pontas (receita e dívida), acreditamos na

recuperação da ação na bolsa.

Estácio Participações (ESTC3):

Entramos com a ação em nossa Carteira principalmente após a publicação, pelo

Ministério da Educação (MEC), da portaria que autorizou as instituições de ensino superior a redistribuir as

vagas remanescentes do Fies para outros cursos, que apresentarem demanda. O sindicato das instituições

privadas afirmou que, das 250 mil vagas oferecidas neste ano, 60% se encontram ociosas em função das

mudanças nas regras do programa. Desse modo, enxergamos uma boa janela para a alta da ação nesse

contexto, após a companhia apresentar redução de ganhos, mas manutenção em suas aquisições.

Em 2015 a companhia apresentou avanço de 23,4% na receita líquida, para R$ 2,9 bilhões. O EBITDA Ajustado

registrou alta de 40,9%, para R$ 730,3 milhões e ganhos de 3,0 p.p. na margem EBITDA, para 21,6%. Desse

modo o lucro líquido Ajustado de 2015 foi de R$ 512,8 milhões, ante R$ 425,6 milhões em 2014.

Levando em consideração a média das projeções compiladas pela Bloomberg, o preço alvo de 12 meses para

ação é de R$ 15,70, que em relação a última cotação de R$ 11,82 equivale a um potencial de retorno de 32,8%.

Os múltiplos de Preço/Lucro para este anos são de 6,5x e de 5,5x para 2017.

Minerva (BEEF3): Sua entrada reflete a melhora de resultados no curto prazo, notadamente no 4T15, o melhor da sua historia, em Receita e EBITDA, impulsionado pelo incremento das exportações e um câmbio amplamente favorável. Com isso, conseguiu reverter o prejuízo de R$ 304 milhões no 4T14 para lucro de R$ 66,5 milhões no 4T15. Nesse cenário a Minerva reduziu seu índice de alavancagem de 4,8x no 3T15 para 4,1x ao final de dezembro de 2015. A tendência de redução do indicador dívida líquida/EBITDA permanece, por um câmbio ainda favorável no 1T16 aliado à entrada de R$ 750 milhões recebidos da Saudi Agricultural and Livestock Investment (Salic) neste primeiro trimestre no processo de aumento de capital. Em AGE no próximo dia 29 de abril os acionistas devem aprovar a redução do capital social da companhia no valor de R$ 1,56 bilhão, sem cancelamento de ações, para absorção de perdas sofridas, no montante dos prejuízos acumulados referentes ao exercício social findo em 31/12/2015. Vemos assim o posicionamento nos papéis da companhia como uma oportunidade.

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Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI

lcaetano@plannercorretora.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br

DISCLAIMER EQUIPE

Parâmetros do Rating da Ação

Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido

pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação

do analista. Dessa forma teremos:

Compra:

Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do

Índice Bovespa, mais o prêmio.

Neutro:

Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do

Índice Bovespa, mais o prêmio.

Venda:

Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice

Bovespa, mais o prêmio.

Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores.

(*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise.

Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483

O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião(ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo.

Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483

A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Cristiano de Barros Caris

ccaris@plannercorretora.com.br Ingrid Lima de Jesus

Referências

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