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Revista de Guimarães Publicação da Sociedade Martins Sarmento

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Casa de Sarmento

Centro de Estudos do Património Universidade do Minho

Largo Martins Sarmento, 51 4800-432 Guimarães

E-mail: geral@csarmento.uminho.pt URL: www.csarmento.uminho.pt

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

Revista de Guimarães

Publicação da Sociedade Martins Sarmento

B

OLETIM

.

PAÚL, Gaspar L. de A. C.

Ano: 1890 | Número: 7

Como citar este documento:

PAÚL, Gaspar L. de A. C., Boletim. Revista de Guimarães, 7 (3) Jul.-Set. 1890, p.

147-159

(2)

BOLETIM

No cumprimento do DOSSO dever, vamos proseguir na no- ticia dos factos mais importantes da administração da nossa Sociedade, occorrídos no ultimo trimestre.

A nova direcção, na sua sessão de 1 d'abril ultimo, distri- buiu os diferentes cargos sociaes pela forma seguinte :

Dr. Antonio Coelho da Moita Prego, presidente. Abbade João Cindido da Silva, vice-presidente. Gaspar Loureiro d'Allneida Cardoso Paul, secretario. Pedro Pereira da Silva Guimarães, vice-secretario.

Simão da Costa Guimarães, thesoureiro.

Dr. José de Freitas Costa, director dos museus.

Dr. Avelino da Silva Guimarães, director da bibliotheca e

da Revista.

*

Na mesma sessão 0 snr. dr. Avelino Guimarães apresen-

tou as seguintes cinco propostas, que foram approvadas por

unanimidade:

fl_a proposta- Aprendizagem profissional Na categoria das instituições dünstrueção popular comprehende- se toda e qualquer aprendizagem d'arte ou odeio.

(3)

148

minadas; e Guimarães, sobre ter herdado tradições honrosas desde a publicação do celebre-Azemel-, tem modernamente atingido sín- guiar aperfeiçoamento, graças á aptidão distinctamente artística do nosso consocio o sur. Antonio Augusto da Silva Caldas.

.Além disto, a Sociedade tem sempre, mais ou menos, publica- ções impressas a fazer. É possivel que haja de desenvolve-as.

Por estas razões, parece-me altamente conveniente que a Socieda- de, não podendo, na carencia de recursos, estabelecer uma oficina ty- pographica, de propriedade sua, que satisfaça aos dois fins, delibere propor ao sur. Antonio Caldas o seguinte contrato, pelo qual :

1. o

.

A Sociedade cedera sem aluguer ao snr. Antonio Caldas uma das lojas do edifício, á. sua escolha, para o estabelecimento da sua officlua typographíca.

2.0

ajusta a impressão da' Revista por preço não superior ao

actual.

A Sociedade obriga-se a dar-lhe preferencia para a impressão de todas as suas publicações, excepto annuncios' e desde ja contrata ou seu custo 3_o

O snr. Caldas obriga-se áquellas publicações, e a admitir na sua

ofliciua aprendizes, cujo numero a otílcina e conveniencias do seu pro- prietario comportarem, recommendados pela direcção c.. Sociedade, a qual preferira sempre algum alumio da escala industrial, e dentre es- tes 0 que se provar mais pobre.

[ o

O snr. Caldas faeuNara exames d'estudo a alumnos da escala in-

dustrial, ou escolas da Sociedade, sempre que nao haja inconveniente de serviço.

5_o

A offieina terá o titulo do seu proprietario, com um sob-titulo referente à Sociedade.

Proponho que para o estudo desta

de se eonsu dignos eonsoeios os snrs.

Padre José Gomes d'0liveira Guimarães, Antonio A. da Silva Caldas, dr. José da Cunha Sampaio, dr. Antonio Vieira d'Andrade.

proposta e sua exsquibilida- Ile uma eommlssao, composta dos

Avelino Guz'marães.

Q

2_a proposta

--

Ensino militar

Pela lei de 12 de Setembro de 1887 foi declarado ohriaatorio e pes- soal o serviço militar.

Actualmente está organisada uma cor missão militar incumbida de propor as bases duma reforma do exercito.

(4)

M9

portuguezas, como em Hespanha. Segundo se afirma, n'Allemanha, uma das razões de repugnancia é a carencia absoluta de noções ou re-

escala apropriada para ensino dos alumnos das escalas (nffiriaes, Pelo que se deprehende de noticias e artigos, não cessara 0 ser- v1ç0 pessoal.

o

serviço militar e pessoal repugna à maior parte das pepulaçoes França, Suissa, é menor a repugnancia das populações. Entre nós, gras de exercicio e gymnastiea militar: a temporada dfinstrucção, dis- ciplina e obediencia, e 0 que mais apavora os mancebos recrutados. Convém evidentemente que estes motivos de repugnaneia cessem, e por isso Ja no nosso paiz se considera o ensino dos primeiros rlldl- mentos d'exercicio e gymnastica militar como um dos elementos de educaçao popular. Em Lisboa e Porto estao organtsados os hatalhoes escolares.

_

Por estas razões proponho que a direcção consulte uma commis- sao de consecios sobre a conveniencia de se crear nesta Sociedade

uma

.

I

L

as quintas-feiras, pedindo-se

a

eanâara o necessario armamento esco- lar; e lembro para esta commissäo os

I o

da Silva (zalrlas, regando-se-lhes o seu esclarecido parecer.

dr. gnaeio Toixelra de Menezes, José Martins Minutes e Antonio Augusto diabos socos, os snrs.

Avelino Guimarães.

3_a.

proposta

-

Ensino agricola

Segundo a lei de 2 de maio de 1878, o ensino de instrucção prima- ria complementar comprehende noções elemeNtares de agricultura. De~ certo que nos programaras regulamentares não poderá. exigir-se mais do que os primeiros rudimentos, e regras de industria agricola

,

mas como todo o ensino theorico, que se restringe á decoração de regras, sobrecarrega a memoria sem resultado ulterior prolicuo, e semente se comprehende bem, e fixa melhor, juntando a observação

a

regra ou ensino tl1eorico° muito deve convir que a camara deste concelho, quando adquirir edifício para a escola de instrucção primaria comple- mentar, o dote dum trato de terreno que possa servir para comple- mento d'aquelle ensino.

Deverá, au-

xiliar da camara municipal 110 ramo restricto da instrucçao popular, representar 8 illustre vereação, invocando a sua esclarecida atenção para aquella necessidade ?

Trata-se da aquisição do edifico escolar. Parece mesmo que alguma deliberação se tomou a este respeito, discutindo-se as bases e applieações do emprestimo municipal, recentemente deliberado. E

agora portanto a ocasião mais apropriada de estudar o assumpto, con- eentrar no seu estudo espiritos ilustrados e dedicados ao alargamento conveniente das instituições de instrucção popular.

Deve representar-se no sentido indicado

'i

Será conveniente representar acerca de quaesquer outras condi- ções a que deva satisfazer o edifício escolar?

Quaes ?

Proponho, pois, que para o estudo deste assumptoadirecção ro- gue o parecer dos nossos esclarecidos COIISOGÍOS os ex.¡fl°** snrs. conde

7.°

Afixo. 11

(5)

~150

de Margarida, Padre Abilio Augusto de Passos, dr. Alberto da Lenha Sampaio, Domingos Leite Castro, Francisco Ribeiro Martins da Costa, visconde de Sendello.

Avelino Guimarães.

~*i.==* proposta-Ensino de canto e musica Um dos elementos de educação e ensino popular, geralmente ado- ptado, é o de canto coral e rudimentos de musica. É entre nós já in- cluido no programara de estudos de instrucção primaria complemen- tar.

Convem á educação popular cl'este concelho que esta Sociedade fomente ou promova a innovação deste ramo d'ensiuo "I

Será. possivel estabelecer-se nesta Sociedade, como primeira ten- tativa, uma aula semanal de principies de musica e canto coral "Z

Deverá a Sociedade, como preliminar dessa tentativa, adquirir um piano 011 outro instrumento apropriado a ensino geral

"I

Para auxiliar a direcção na deliberação de qualquer iniciativa, proponho se peça aos nossos dignos eonsoeios os snrs. dr. Francisco

armeiro, barão de Pombeiro, João Pinto de Queiroz, se dignem em commissão auxilial-a com o seu authorisado parecer.

Avelino Guimarães.

5." proposta-Ensino infantil

Nos velhos pazes europeus denuncia-se, a par duma crise geral de trabalho industrial e agricola, a eflervescencia dos espiritos, o afo- go da lucra pela instrucção popular, quer primaria, quer especial.

Trava-se entre as nações a lucra viva, a rivalidade intensa no des- envolvimento da instrueção, como base do incremento de riqueza na- cional.

Na França, depois de 1870, chegou a afirmar-se que uma das ra- zões dos seus revezes na campanha com a Allemanha foi o da superio- ridade desta nas instituições de instrucção.

Entre as instituições, que se vulgarisam, incluem-se as escolas in- fantis, como inicio da escola elementar, admitindo-se apenas as crean- ças de quatro a seis 3.l1IlOS. Começam na escola infantil a adquirir, pelo ensino e direcção maternal duma professora, as primeiras noções das coisas existentes, e os primeiros rudimentos da escola primaria, onde a sua admissão, antes dos seis ou sete anhos, é geralmente repro- vada, como inellicaz para o ensino, como prejudicial ao desenvolvimen- to physico e mental das creanças.

Na escola infantil, pelo ensino apropriado, fornecido como brin- quedo, o pequeno alumno, guiado suavemente pela professora, adqui- rira sem esforço, sem opressões, sem fadiga, a noção pelo menos dos primeiros elementos do abecedario

,

e educara pouco e pouco o seu es- pirito fragil à disciplina mental e moral da escola. Ganha tempo, e na escola primaria entra

ja

desembaraçado. O que as mães mais illustra- das, e com a consciencia clara do seu dever maternal, realisam na casa propria, infiltrando docemente no espirita dos alhos os primeiros en-

(6)

151

sinameutos, realisa-o a escola infantil para com os pequenos alumnos, cujas mães não sabem, ou não podem dar-lhes essa primeira lactação da instrucção elementar.

As instituições de instrucção primaria em Guimarães carecem ain- da muito de largos desenvolvimentos, ainda recentemente um digno consocio notou, discursando no dia 9 de março, que na escola Fran- cisco o"Hollanda surgiam, entre outras, diflicuidades no ensino pela ca- rem-ia de instrução preparatoria de numerosos alumnos.

Urge reconstituir pela ínstrucção as forças vitaes desta povoação de trabalhadores : um dos elementos de reconstituição, de fortaleci- mento, é a escola infantil.

Bem sei que esta Sociedade carece de terreno para jardim apro- priado, carece de recursos para estabelecer a escola, desde já, com a largueza conveniente

,

mas tem pelo menos uma sala disponivel, tem pelo menos os recursos para uma tentativa, para a escola, não daria,

mas

,

ro edificio. É assim que esta Sociedade tem feito a sua propaganda beneiica, colhendo para trophcus já. hoje irrecusaveis o levantamento da opinião vimaranense nos assumptos de instrucção popular e a es-

tima das grandes cidades do reino.

Quando não se auferissem outras vantagens do plano desta pro- posta, pelo menos obter-se-hia a vantagem de abrir novo ensejo

a

co- operação eficaz e benemerita, nos nossos trabalhos sociaes, dos nossos re-speitaveis consocios.

Por todas estas razões, proponho :

semanal como primeiro cimento, como pedra angular

dum futu-

Lo

Que se resolva tentar a creação duma escala infantil.

20

Que esta escola seja semanal,

as

quintas-feiras, 011 em mais al- gum dia, conforme os recursos, que poderem colhgir-se para gratmfica- çao de professora, instrumentos escolares e despezas indxspensavels.

3_o

Que para a admissão na escola se prefiranl, com rigorosa oxacção, as Gl'Úfl.l]l;-ILS mas pobres, polo menos ato matado do numero que for lixado.

@_0

Que a cada uma das exeflflflfl eonsoeias se garanta o direito du rei clamar a admissão dum alumno, ou alumna, de que se constitua ma- drinha ou protectora escolar, com o encargo de fornecer :to protegido 0 uniforme ou roupa escolar, que se determinar em disposição regu- lamentar.

Ilavendo superabundaneia de pedidos, que exceda o numero fixa- d0, nas vagas que houver dar-se-ha referencia pela ordem de inscri- peão na lista de seios.

5_o

Que para estudo mais relleotido (Teste plano, e antes de qualquer dehberaçao da dn'ecc.¿Lo, se rogue a uma commissão de GOHSOCIOS nos

(7)

n

152

auxilie com o seu esclarecido parecer, acerca da sua conveniencia, exequibilidade, alterações de bases fundamentaes; e lembro que esta com missão seja constituida pelo sur. dr. Francisco \Iartins Sarmento, os dignos professores da escola industrial, nossos consocios, os snrs. dr. Joaquim José de Meira, Adolpho Salazar, Antonio Augusto da Sil- va Cardoso, drs. Augusto de Mattos Chaves, Avelino Germano da Cos- ta Freitas.

Avelino Guivnarãzes.

*

As commissões, nomeadas nas propostas transcriptas sob

os n.°* 2 e 5, deram os seus pareceres, que são do seguinte

t e o r :

Ill.:*1° e excJfl° snr.--A cor missão nomeada por v. excfi* para dar o seu parecer acerca da necessidade de predispor a mocidade d'es- ta cidade e concelho, por meio de instrucção militar e gymnastiea, para o serviço do exercito, cuja repugnancia cada vez mais se accen- tua, tendo em vista as judiciosas considerações da proposta que v. exc.=* se dignou enviar-lhe, é de opinião que a Socisname liíaivrnvs SAR- mauro lance desde já as bases para a creacão duma escala de instruc- ção. militar, em que a mocidade vimaranense possa, não só instruir-se no manejo das armas, mas perder a repugnancia que mostra ter pelo ser-

\Tl_ ico da fileira.

Como, porém, os exercicios gymnasticos sejam a principal base o o melhor preparatorio para a carreira militar, por isso que desenvol- vem prodigiosamente as forças physieas e moraes, sem o que minguem se pode dedicar com vantagem e prazer ao manejo das armas brancas e de fogo, a eommissão entende que a illnstrada direcção, a que v.

exc." tão dignamente preside, deveria fundar de preferencia um ins-

título de gymnastiea elementar e superior, deixando para mais tarde, e

a

medida dos progressos dos alumnos, a creação duma escola de ins-

trucção militar.

Um outro motivo não men os importante pela economia que sem duvida trará para a Socmuanu MARTINS SANM1~:NrO, e que por isso mes- mo leva a commissão a meueional-0, corroborando assim o seu pare- cer, é o seguinte :

Que para equipar e exercitar convenientemente um batalhão de

cem creanças, por exemplo, tem a Sociedade de despender, ainda mes-

mo que as armas sejam ficticias, uma quantia pelo menos dez vezes maior do que a que seria necessaria para montar um gymnasio com todos os aparelhos indispensaveis para o ensino d u m igual numero de pessoas.

Nos batalhões escolares cada praça tem de ser devidamente ai'- mada e uniformisada, por isso que os exercicios e manobras, quer se considerem na ordem dispersa, quer na ordem unida, são sempre fei- tos colectivamente, enquanto que nos gynmasios um simples trape- zio, umas argolas, umas paralelas, etc., servem para se ensinar indis- tinetamente todos os alunos, porque, além dos exercicios, que se de-

(8)

1.83

nominam livres em razão de não serem precisos aparelhos para se exe- cutarem, todos os outros são individuaes.

Alem da grande diferença de economia, que se acaba de notar, menos importante no custo dos nove prinerpaes appa- accresce a não

relhos de que se compõe um gymnasio, e que uns por OS outros e por melhores que sejam, não excederão o custo de 45500 reis: enquanto

que com igual quantia não é possível equipar-se cada um nos soldados.

Os apparelhos mais necessários, e que custam relativamente pou- eo, são o portico de suspensão dos aparelhos, trampolim, paralelas, escadas de varies feitios, argolas, cavalle de pau, barra fixa, trapezio conve- d0g peque-

e cordas, ao todo nove aparelhos que servem para exercitar nientemente um grande numero de pessoas.

E pois fundada nestas considerações que a cornmissão tem a hon- ra de levar ao conhecimento de v. exc.* o seu parecer sobre a propos- ta que se dignou enviar›lhe, e que sem excluir de forma alguma a

.

€X0.&

tão dignamente representa, uma escola de instrucção militar para crean- ças, dá. a referencia á creação de um instituto de gymnastiea.

-III.=:*° e cxc.=fi° snr. dr. Antonio Coelho i d a de se crear, por lni‹-iativa da henemerita Sociedade que v.

Deus guarde a v. exc.11 da Moita Prego.

Guimarães, 6 de abril de 1890.

A commnssšo

Ignacio Teixeira de Menezes.

José Martins de Sousa Minotes.

Antonio Augusto da Silva Caldas.

Ill.'fl° e exe."1° snr.

-

Os membros da commissão nomeada pela di- recqão da SocIsnànn M.umns SARMENTO, para dar o seu parecer sobre a proposta n.0 5 - Ensino infantil-não podem deixar de a approvar plenamente: a. instituição que se pretende introduzir na nossa terra é duma utilidade tão encarecida pelos competentes, que seria para la- nlentar, se e l a não pudesse passar de projecto.

SÓ o §. 4.0 da proposta suscitou uma observação. Parece que o ensino infantil só pode ser prolixo, quando continuo, uma lição, ou poucas por semana, dar resultados muito escassos- o que é um mal -e, como consequencia, poderá. lançar O descredito sobre a sua iu- eíficacia entre o publico que vê apenas as coisas pela superficie-o que seria um mal ainda maior.

Gonviria pois, a juizo da commissão, que a Sociedade, embora do- brassc os sacrificios, prevenisse estes inconvenientes com o remedo que esta naturalmente indicado.

Guimarães, 3 de maio de 1890.

Ill.tfl° e ex‹:.m°

snr.

presidente da SOGIEDADE MARTINS SARMENTO.

+

Antonio Augusto da Silva Cardoso.

Joaquim José de Moira.

Aoettno Germano da Costa Freitas. FÁrcmcisco Martins Sarmento.

Adolpho Salazar.

(9)

15

*

Na sessão de 15 fabril 0 snr. dr. Avelino Guimarães, sem-

pre solicito e desvelado no engrandecimento da Sociedade, e

no derramamento da iustrucção, submeteu à approvação de

seus

collegas da direcção uma proposta para uma mensagem con-

gratulatoria ao ministro de instrucção publica, a qual foi

una-

nimemente aprovada, e é concebida nos seguintes termos :

Acreação do ministerio especial de instrucção publica é um facto do alta significação das intenções patrioticas do governo em concentrar especiaes cuidados na discussão e aperfeiçoamento dos elementos de ins- trucção geral, especialmente da instrucção popular, como a ascensão dum homem de vontade decidida e superior intelligencia, como v. exc.", is gerencia da nova pasta, é penhor seguro de que a nova crcação des- de breve será justificada com iniciativas fecundas.

A SocIanânn MARTINS Sanmnavro, promotora da insfrucção popu- lar no concelho de Guimarães, satisfeita com tão auspiciosa reforma, dirige a v. exe." nesta mensagem de respeitoso congratulação a viva expressão de confiança nos beneficos elfeitcs para o fortalecimento in- tellectual do povo portuguez, que d'ella não de resultar.

*

Na sessão de 1 de maio deste anuo, o sur. presidente de-

clarou que as commissões nomeadas na sessão de 1 fabril

pelas propostas

n.°S

1, 3 e 4, se haviam reunido, e dos seus

trabalhos resultara o que passarmos a expor.

A cor missão de estudo da proposta para organisação de

oficina typograpliica, ouvindo as razões de dificuldade pessoal emitidas pelo snr. Antonio Augusto da Silva Caldas, para se

incumbir da sua organisação, pedira a este seu digno oollega

se encarregasse de estudar o meio de tornar o projecto mais

exequivel.

A com missão de ensino elementar agricola fora informada

pelo snr. conde de Margarida de que a camara

não projecta por ora adquirir casa propria para o estabelecimento de instruc-

ção primaria complementar, caso em que, conforme a propos-

ta, deveria pedir-se á camara a adquisiçãu de terreno anexo

para o ensino agricola por observação e experiencia, como

para outros fins do programara legal de ensino.

A com missão de ensino de principios de musica e canto co-

ral entende que é conveniente desenvolver este range de ensino

popular; que para este ensino restricto não é indispensavel

(10)

155

no LÃ e 2.° a n o a adquisiçäo de piano ou qualquer

instru-

mento; que, apesar da

utilidade do ensino

de musica, receia

que os esforços da

Sociedade

não sejam

proficuos, enquanto

não se executarem com exacção as leis de instrucção primaria

na

integridade de seus

programaras.

,*

Na mesma sessão o s r . dr. Avelino Guimarães, apresen-

Lou uma proposta

de representação, para pedir a correcção de

diversos defeitos na construção

dos edificios destinados a oiii-

cínas de aprendizagem

pratica, anexa

a

escola industrial Fran-

cisco d'IIol¿anda,

e justificou a

proposta,

que foi approvada.

0 theor da representação é este :

SENHOR.

(( A Secreozxnn M.in1¬ins Sanmsnro, promotora da instrucção popu-

lar no concelho de Guimarães, ouvindo a accusação de defeitos que se

encontram na construcção de edificios para as oficinas de aprendiza- gem pratica annexa

a

escola industrial Francisco d'Hollfmda, e verifi-

cando a evidencia dalguns dos defeitos accusados, vem perante V. M. pedir se digne ordenar que com urgencia se remedeiem, enquanto a

construcção se não concluo, e é mais facil a correcção e emenda. ‹‹ É o edifico destinado ao ensino popular

,

na conquista d'aquel- la instituição empregou a Soencnaou Minruvs Samueuro 0 maior qui- nlião da sua actividade pensante, da sua propaganda legal, desde que se fundou, pedindo, requerendo, esclarecendo, e provando a importan- cia industrial e commercial d'esto centro productor portuauez; são os defeitos accusados inconvenientissimos á proficuidade do ensino

,

eis o conjunto de razões porque a suplicante ousa vir respeitosamente pedir a V. M. o ordenamento de reformas indispensaveis na construc-

ção das oficinas. r

‹‹ Observam-se entre outros muitos, os seguintes defeitos: falta de luz convenientemente distribuída, especialmente nos aposentos desti- nados á tecelagem

,

pouca elevação dos telhados, de modo que o es- eoante das agues pluviaes se fará. mal

,

carencia de meios para con- servar, nas oficinas, o grau de calor constante e indispensavel ao fio de linho.

‹‹ invocando a mui esclarecida atenção de V. M. para a necessi- dade, por utilidade do ensino, de se remediarem aquelles principaes e outros defeitos da eonstrucção, a supplieante ousa ainda pedir se or-

dene maior actividade na conclusão das obras, pelo menos na parte re- lativa

a

colocação da machine, teores e utensílios respectivos, que estão, por se conservarem demeradamente em deposito, e em sitio pou- eo resguardado, em eminente risco de deterioração completa, com gra- ve prejuizo do Estado e do resino publico.

‹‹ Pretende pois a supplicante, e

Pede a V. M. se digna deferir-lhe. e

(11)

156

A representação foi apresentada ao governo, e és-nos gra-

to noticiar aqui que vieram a esta cidade para inspeccionar

aquelas obras, em 6 de maio, os snrs.

conselheiro Ernesto Madeira Pinto, engenheiro Antonio Arroyo, inspector Parada Leitão, e director dobras publicas deste districto, Henrique Freire. Averiguada a existencia dalguns erros de construcção,

foram ordenadas as correcções possíveis no estado adiantado

das obras.

:R

Na sessão de 2 de Junho O s r . presidente communicou que 0 s r . Antonio de Moura Soares Velloso, digno e activo geren- te da Companhia do Caminho do ferro de Guimarães, offere- ceu á Sociedade uma planta do projecto da avenida de liga- ção desta cidade á. estação de Villa Flor, e que S. èxcf' re- metteu ao governo, acompanhando essa

planta com a copia da

memoria, que acompanhou a enviada ao

governo.

Acceite o sur. Velloso os agradecimentos

reiterados o"eeta

Sociedade.

=š=

Na referida sessão, O sur. dr. Avelino Guimarães, submet-

teu á aprovação da direcção

as seguintes duas propostas,

que mereceram ser

unanimemente approvadas

-

Está regularmente adiantada nesta cidade a arte typegraphiea

,

nunca porem houve aqui a lithographiea, seria henefieo introduzir esta nova industria em Guimarães : proponho que se rogue aos nossos dignos consoeios, os snrs. dr. Francisco Martins Sarmento, dr. Augus~ to de Mattos Chaves e Domingos Leite Castro, se dígnein em coinmis- são estudar este assumpto, e prepor ii direcção 0 que julgarein conve- niente e exequivei na parte relativa ao ensino.

Avelino Guimafrães.

A SocIsoane Màurnvs SARMENTO possue actualmente uma abun- dante collecção de publicações correntes, assim de jornaes, como de revistas

,

a maior parte não são lidos, porque de noite a casa está fe- chada, e era de noite que mais facilmente os consocios procurariam a leitura. Esta ahundaneia de publicações, que a Sociedade recebe em troco da sua Revista, deve produzir benefício alem do enrique- cimento da bibliotheca, e assim compensar melhor os trabalhos cuida- dosos e absolutamente gratuitos dos collaboradores da Revista; e facilitaria aquella leitura em sala reservada, os consocios desta ag- gremiação não só continuarão recebendo a Revista gratuitamen-

(12)

157

te, mas poderão escolher distracção instructiva e variada n'aquellas colecções, igualmente gratuita

,

deste modo alargar-se-hão os meios de instrucção, de que esta Sociedade pode dispor, e os dignos consocios serão mais que sobejamente compensados do onus das suas mensali- dades.

Convem igualmente, visto que os nossos consocios não compare- cem

as

nossas sessões de direcção, usando do direito que lhes garan- tem os nossos democraticos estatutos (o que traduz para a direcção li- songeira e absoluta confiança), solicitar a cooperação de comrnisSões para os diversos assumptos a tratar, amém de que, por um modo mais cor modo, todos, revesando-se, colaborem sem sacrifício na consecu- ção dos uns sociaes

,

proponho que se peça a uma commissão de con- socios que se digne emitir o seu esclarecido parecer sobre a conve- niencia ou ineonveniencia do presente projecto, e lembro para esta com- missão os dignos consocios os SDYS. dr. Antonio Manoel Trigo, dr. Caetano Mendes Ribeiro, Antonio de Freitas Ribeiro, Domingos José de Sousa Junior, Bento José Leite, Domingos José Ribeiro Guimarães, Francisco Jaeome, João Ribeiro Jorge.

Avelino Guimarães.

*

Em 4 de junho, reuniu-se a assembleia geral sob a

presi-

dencia do sur. AntoNio da Costa Guimarães.

O snr. dr. Moita Prego, presidente da direcção, deu parte de se haver efectuado no dia 25 fabril ultimo e na nota do tabelião João Joaquim d'0liveira Bastos, a escriptura, pela qual a direcção contratou com a Mesa da Veneravel Ordem Terceira de S. Domingos a mudança da antiga porta da torre e a suppressão do balcão, que dava accesso para a mesma tor-

re, amém de realisar a obra da vedação do claustro e construc-

ção n'elle da galeria para os museus da Sociedade, não tendo

a urgencia, que havia na efectuação do contrato, permitido

que previamente fosse convocada a assembiéa geral para ap- provar as suas bases; e pediu ao sur. presidente que mandas- se léu o tratado, que apresentava,

e o submetesse á approva-

ção e ratificação da assernbléa.

Foi aprovado e ratificado o alludídu contrato.

0 mesmo snr. dr. Moita Prego declarou que a direcção re-

solvera a creação das escolas de ensino infantil, de ensino mili-

tar, ensino typographico, principios de musica, canto coral e

ensino agricola; e pensava em fundar a escola de ensino ii-

thographico, havendo quanto a esses já os pareceres das com-

missões dos consocios e quanto a outros esperava esses pare-

cores.

Frisou que não era intento fundar simultaneamente essas

escolas, mas sim gradual e successivamente, sem nunca exce-

der os recursos da Sociedade.

(13)

153

A assembleia

geral auctorisou a direcção

á. fundação

das

referidas escolas,

consoante a sua couveniencia e opportuni-

dade, regularnentando-as convenientemente e

pedindo a

pro-

tecção ou auxilio da amara ou do Estado e sempre, sem que se excedam os recursos orçarnentaes da Sociedade.

*

Na sessão de 16 de junho, foi apresentada pelo snr. dr.

Avelino Guimarães,

a proposta seguinte, que foi aprovada :

Em vista do parecer favorável da ilustre eommissão de eonsoeios, que se dignou esclarecer esta direeão¬ e vista a auetorisação d'as-

sembleia geral, proponho:

_

tica de elementos de gymnasiiea e exercicio militar, soh as seguintes bases :

que se delibere a creacão (Tuma escala pra- 1. a

A escola é principalmente destinada ao ensino dos primeiros rudi- mentos de gymnastica e exercício militar infantil.

2.8.

Serão admitidos com referencia os alumnos da escala primaria, ou escolas primarias mullicipaes desta cidade e concelho, a quem os paes ou tutores, ou qualquer corporação fornecer o uniforme escolar. Qualquer soco pode exigir a admissão dum desses alum- nos, ou doutros se o numero dá*aquelles não estiver preenchido, cons- tituindo-se seu padrinho ou protector, e fornecendo-lhe o respectivo uniforme.

§.

*2.°

3.

a.°

g.

.Lo

o

numero d'alumnos não poderá exceder a cincoenta. O uniforme consistirá em boneco, blusa e calça de cetim escuro, conforme o padrão que for determinado, e sapatos d'entrada alta.

3.a

Os exercicios terão legar nos dois dias feriados de cada semana, às horas e com duração que ferem oportunamente fixadas.

4_a

.

Será instructor um militar eífeetivo ou reformado, recebendo a gratificação que for combinada.

E proponho tombem que se peça

a

camara municipal um pequeno subsidio para a compra de armamento infantil, e apparelhos de gym- nastíea ; e se incumba o digno presidente desta direcção de ajustar instructor, e organisar e regulamentar a escola en1 harmonia com as

bases propostas.

Aveio Guimarães.

*

É-nos

sobremaneira agradavel ter de consignar aqui que

as obras de

reconstrucção do claustro do extinto convento de

(14)

159

S. Domingos, onde hão de ser colocados os museus de archeo-

logia e numismatica,

estão muito adiantadas.

As despezas doesta tão

elegante construcção

são

patriotica-

`

e

as obras são

dirigidas gratuitamente pelo nosso estimavel con-

socio e

mui illustrade e activo engenheiro, o s r . dr. Ignacio

Teixeira de Menezes.

0 sor. dr. Francisco Sarmento,

que foi quem

planeou esta obra, assumiu O encargo de superior empreiteiro da mesma construcção

,

e com tanta e tão subida generosidade, que of-

fereceu á.

Sociedade a 1.a prestação, para ser applicada

as

es- tantes da galeria archeologica.

Se a

Sociedade pudesse rodear-se de

dez

empreiteiros tão dístinctos e tão generosos,

e de socos

engenheiros tão pres- tantes, toes como os snrs. drs. Sarmento

e Ignacio de Mene-

zes, que vãos

não levantaria

'

mente adiantadas pelo s r . dr. Francisco Martins Sarmento,

*

Durante O trimestre

que hoje

termina,

foram recebidas di-

versas

ofertas de livros para a biblioteca

da Sociedade.

Oflerentes, os snrs.

Augusto Xavier da Silva Pereira, 4 volumes, Carlos Affonso, 1 volume ;

Magalhães & Moniz, 41 volumes ;

Sociedade João de Deus, l volume ;

Dr. Avelino Germano da Costa Freitas, collecção do Reportar

,

José Marques Loureiro, 2 volumes

:

Visconde de Villarinho de S. Romão, 3 volumes

,

Conselheiro Franco Castello Branco, 1 volume

,

Associação Commercial do Porte, 1 volume

,

Atheneu Commercial do Porto, 1 volume,

Dr. Antonio Emilio d'Almeida Azevedo, 1 volume

,

D. Luiz de Castro, 1 volume ;

.

1 vo

Ministerio das Obras Publicas, Coinmercio e Industria, 1 volume. Theophilo Bruxa, lume

,

A todos

os dignos ofilerentes renova

Sociedade os seus

singelos agradecimentos.

Guimarães,

30 de junho de 1890.

a

O secretario,

Referências

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