Por
|Sara Oliveira
Já
seconheciam antes
de ser desafiadas para esta produção?
Débora Monteiro
-Conhecemo-nos há
cer-cade duas ou três
sema-nas,
num evento
daAdidas, emLisboa. Essa
foi
aprimeira vez emque estivemos juntas.
Mariana
Monteiro
-Antes, sónos conhecíamos de vista...Equal
foi
aprimeira
impressão?Ainda não aconheço bem, mas a
Déboraémuito bonita. Lembro-me
até daparticipação em "Oúltimo a
sair" em que mostrava bema versa-tilidade dela. Aquilo era nabase do
improviso egostei muito deaver. Débora
-
Sabia que aMariana era simpática pelo que me diziam. E, cla-ro,tambémé muito bonita. Aminha impressão foi muito boa!Eainda estavam longe de
imagi-nar
queiriam
estarjuntas
para celebrar oprimeiro
aniversáriodonr...
Mariana
-
Sim, mas édaquelascoi-sas que sabemos que pode
aconte-cer. Na área onde trabalhamos, há sempre ahipótese de nos cruzar-mos, embora tenhamos estado
qua-sesempre em canais diferentes.
Entre
outras coisas que possamter
em comum,partilham
omes-mo
apelido...(risos) Mas não somos primas...
Débora
-
Engraçado... Ainda nemtinha pensado nisso.
Jávos perguntaram seeram fami-liares, até por serem as duas no Norte?
Mariana
-
Poracaso, não, maspodia ter acontecido. O que me acontece e éuma das coisas que mais tenhoex-plicado éemrelação àMariana Rey
Monteiro, pois imensas pessoas pen-sam que era neta dela. Mas não te-nho qualquer ligação. Sóestou a di-zer isto, pois foi uma abordagem constante, atédepessoas domeio. AMariana éatriz exclusiva daTVI, masaDéboranão tem exclusivida-de comaSIC, ouseja,épossível que,
um
dia,venham a contracenar...Débora -Claro! É mais fácil eu
vir
afazer algo naTVIdo que aMariana
virpara aSIC.Nunca sesabe,
embo-ra esteja bem onde estou.
Tentam
vir
aoPorto
ou aGaia com assiduidade?Mariana
-
Tento vir pelo menos de quinze emquinze
dias, pois.os meus pais eaminha irmã estão no Porto. Pode acontecer, em algummês, não conseguir
vir
com tantaassiduidade, mas tento. Nesse sen-tido, até parecemos hospedeiras, pois ora faço a mala evenho para
cima, como volto para Lisboa, mas
éimportante voltar àsbases. Débora
-
Eu não venho com tanta regularidade, mas venho aGaia demês amês ou, no máximo, de dois
emdois meses, pois também sinto
necessidade deestarcomaminha
fa-mília. E,mesmo tendo amigos ou
na-morado em Lisboa, àsvezes, bate
aquela solidão, nem quesejapela fal-tade acordar aodomingo eter o
al-moço de família. Devez quando,
preciso devir àsraízes, iraosenhor
damercearia que, ainda ontem, me deu uma caixinha de morangos. Co-nheço-o desde pequenina e émuito bom!
ADébora
também foi
mais tardepara Lisboa...
Fuiaos19 anos, masnãofui propria-mente para fazer uma novela... Saí
àmaluca para ir àprocura do meu
destino.
Mariana
-
(risos) Eufui maispreci-pitada. Tinha 16 anos (iaacaminho
dos 17)quando deixei oPorto para ir
fazer os"Morangos com açúcar".
E
têm
algum hábito em cadare-gresso àInvicta?
Mariana
-
Quando venho aoPorto,raramente saio. Quando chego, o
tempo parece que voa, por isso
pre-firo ficar emcasa. E, depois, os ami-gos que tenho no Porto não são as-sim tantos... Saídaqui muito nova e
criei muitos laços emLisboa, mas os
amigos que tenho são dehámuito
tempo, de quando tinha 4anos. É umnúcleo muito fechado e,às ve-zes, tenho pena de não estar com
eles. Acabo por parecer um bocado
bicho do mato. Mas, quando está bom tempo, gosto deir ter com uma
amiga minha que trabalha num bar na praia doMolhe ouiraosushi com
aminha irmã.
A vossa base é,atualmente, a
ca-pital. Haverá hipótese de, algum
dia,
voltarem
ao Porto?Débora
-
Sinceramente, acho que não. Espero continuar atrabalharcomo atriz e,neste momento,
ain-da não hátantas oportunidades no Porto. Etambém já me habituei, de
tal maneira, aestar em Lisboa que me parece queascoisas no Porto
es-tão maisparadas. Para alémdeficar aqui com afamília, já nãoseio que fazer quando estou no Porto. Gosto disto para respirar, para receber mi-minhos eregressar aLisboa com toda aenergia. É claro que defendo
Gaia, oPorto e oF.C.Porto sempre,
maschego aquiesinto-me perdida. Mariana
-
Isso temavercom o fac-todetermos feito anossa vida nou-tracidade. Nunca digo nunca enãoseioque vaiacontecer daqui adez
anos, mas também não me vejo a
voltar aviver cá.O Porto será sem-preanossa cidade eabomba de oxi-génio onde venho para estar comos
meus, Ah! etambém sou portista,
apesar de nunca terido verumjogo
aoestádio.
Orgulhosamente nortenhas?
Isso sim! O povo do
Norte
éum
povo hospitaleiro è recebe bem. Sinto isso egosto de passar essa
mensagem, apesar de também me
sentir bem no Sul.
Sentem que aspessoas vosolham como mulheres doNorte?
Débora
-Sim,
eu sinto isso, mas eu também sempre mostrei que sou doNorte e gosto mesmo daminha
pro-núncia. Depois, sou uma mulher
grande e, quando chego, dizem logo "Vem aíaDébora. Ela bate opé e acabou". Gosto de mostrar que
quem manda sou eu. Mas, cha-mam-me
"mulher
doNorte"
de maneira positiva. Nas brincadeiras,aspessoas riem-se imenso
-
não seise pela pronúncia
-
enoto que me vêem assim.Mariana
-
Não fazmuito sentido, mas aindaexiste muita rivalidadeNorte-Sul evice versa. Quando che-guei aos "Morangos", ouvia piadas
atoda ahora, principalmente quan-do dizia "aperta as sapatilhas"ou "pendura na cruzeta"...
Jáquefalanisso, agora dizem sa-patilhas outénis?
(risos) Agora, hácoisas que me saem àmoda de Lisboa, mas ainda digo
sa-patilhas. A cruzeta éque passou a
ser cabide. Também deixei de dizer
fino, agora éimperial ...
Débora
-
Lá, se não quiser ouvir,digo ténis, masgosto dedizer
sapa-tilhas. Jáme aconteceu estar a
aju-dar no restaurante do meu
namora-do (Miguel Mouzinho) edizer "está aqui oseu fino", mas acho que as pessoas gostam. Tenho uma
discus-são constante sobre oque é o para-lelo, oque é aestrada, oasfalto pois,
no Porto, chamamos paralelo à
es-trada deparalelo, enquanto lá em baixo chamam calçada. Então, ex-plico que acalçada éaparte branca. Mariana
-
E é,apedra da calçada éo clássico português.
Débora
-
Essa discussão levahorasedáemconstatações engraçadas... Mariana -"Mas isso éque tem
pia-da. Nãosomos melhores ou piores,
somos diferentes.
Vocês
fizeram parte
de"Moran-goscom açúcar" em alturas
dife-rentes...
Débora
-Fiz
sóumasérie deverão, em Odeceixe, efoiumaépocamui-to feliz. Estava com receio, por ser
mais velha doque amaior parte do
elenco, mas adorei enão senti qual-quer tipo depreconceito.
Mariana-Eu
estive lá mais tempo. Para mim, foi uma escola e amu-dança que marcou atransição
defi-nitiva doPorto para Lisboa. ADébora
tem
29anos e a Maria-natem
24.Sentem-se realizadas?Débora
-
Não, falta-me ser mãe, mas isso játinha dito. Esse é omeu sonho desde pequena, mas tem de sercom calma. Desde que fui tia, há16anos, que tive acerteza queé ma-ravilhoso. Falta-me isso, mas tam-bém me falta fazer teatro, viajar...
Ainda sou muito nova!
Mariana
-
Também ainda me faltamuita coisa. Aos 24anos, penso se
vou estudar, sevou viajar, precisa-mente por ainda não ter filhos, ou seja,aquilo que vou poderfazer nes-tafase em que estou mais liberta, pois acho que terum filho éamaior responsabilidade quesepode ter.
Sao
vaidosas?
Mariana Monteiro -Q. b., mas sempre fui. A profissão não mudou nada, até porque me exige um certo cuidado com a
imagem.
Débora Monteiro
-
Também sou suficientemente vaidosa, mas gosto de, no dia a dia, não pensar na questão da imagem, pois não quero deixar-meinfluenciar com isso.
Débora elogia prestação
de
Mariana
como Bárbara
"Acho que ela
já
merecia assimuma personagem que fosse