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SETEMBRO 2015 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES 2014 / 2015 SEGUROS EM PORTUGAL PANORAMA DO MERCADO SEGURADOR 14/15

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(1)

SEGUROS

EM PORTUGAL

PANORAMA DO MERCADO

(2)

Rua Rodrigo da Fonseca, 41 1250-190 Lisboa | Portugal T. 213 848 100 F. 213 831 422 aps@apseguradores.pt www.apseguradores.pt

Conceção e paginação /Zincodesign Impressão e acabamentos /Ondagrafe Depósito Legal nº /301861/09 Nº de exemplares /500 SETEMBRO 2015

SEGUROS

EM PORTUGAL

PANORAMA DO MERCADO

SEGURADOR 14/15

SOBRE A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES

A APS é umA ASSOciAçãO de emPregAdOreS FundAdA em 1982, Sem FinS lucrATivOS, que reúne cOmPAnhiAS de SegurOS e reSSegurOS que OPerAm nO mercAdO nAciOnAl, indePendenTemenTe dA SuA nATureZA jurídicA Ou dA SuA nAciOnAlidAde. O cOnjunTO dAS ASSOciAdAS dA APS rePreSenTA ATuAlmenTe mAiS de 99% dO mercAdO SegurAdOr, quer em vOlume de negóciOS, quer em eFeTivOS TOTAiS emPregAdOS.

Para mais informações visite www.apseguradores.pt

SEGUROS EM PORTUGAL

/

04

SEGUROS E A SOCIEDADE

/

08

MERCADO SEGURADOR EUROPEU

/

12

ESTRUTURA DO SETOR

/

15

DIMENSÃO FINANCEIRA E RESULTADOS

/

16

INVESTIMENTOS

/

20

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

/

24

FISCALIDADE

/

27

CUSTOS DE GESTÃO

/

28

RAMO VIDA

/

30

RAMO NÃO VIDA

/

34

(3)

SEGUROS

EM PORTUGAL

No contexto da gestão da crise orçamental e finan-ceira portuguesa iniciado em 2011, 2014 foi um ano marcante. Por um lado, com o fim do programa de assistência financeira das instituições financeiras in-ternacionais (em maio) e o surgimento dos primeiros sinais claros de recuperação da economia, nomea-damente o crescimento do PIB (depois de 3 anos de contração) e a redução das yields da dívida pública nacional. Por outro, com o eclodir da crise do Banco Espírito Santo (BES) que, por intervenção do Banco de Portugal, conduziu à sua profunda reestruturação, mas que teve repercussões bem mais amplas no se-tor financeiro e na imagem do país.

Mas o impacto daquela conjuntura estendeu-se também ao volume de negócios do setor e ao seu desempenho económico e financeiro, ainda que re-gistando evoluções de sentidos diversos.

Com mais um impulso positivo do ramo Vida (+12,9%), a produção total de seguro direto cresceu novamente a um ritmo elevado em 2014 (+9,1%, para 14,3 mil milhões de euros), recuperando, assim, uma boa parte do volume perdido no período mais

complexo da crise financeira (2011 e 2012). Ora, tal como em 2013, este crescimento foi alimentado pela expansão dos produtos de poupança do ramo Vida, com destaque para os PPR (+58,5%), que beneficia-ram de um quadro de reforço global das poupanças individuais mas, simultaneamente, de grande insta-bilidade e incerteza dos mercados financeiros. E no segmento Não Vida, muito dependente da atividade económica, foi já muito ligeiro o decréscimo do vo-lume de prémios em 2014 (-0,2%), tendo a sua evolu-ção sido até marginalmente positiva em termos reais (deflacionados), o que aconteceu pela primeira vez nos últimos 10 anos e anunciou a inversão da longa fase descendente do seu ciclo da produção. Simultaneamente, contudo, a referida conjuntura impulsionou também a sinistralidade nalguns ramos mais expostos à dinâmica da atividade económica, entre os quais o de Acidentes de Trabalho e o de Automóvel. Ambos enfrentaram agravamentos mui-to expressivos da taxa de sinistralidade e do rácio combinado, afetando no mesmo sentido o conjunto do segmento Não Vida, mesmo sem eventos clima-téricos com a gravidade dos testemunhados no ano anterior.

Numa perspetiva financeira, a tendência de conten-ção das yields da dívida pública portuguesa (e não só), ao valorizar a carteira existente, influenciou

po-sitivamente os resultados e os capitais próprios do setor. Em sentido contrário, porém, a crise do BES determinou o registo de imparidades nas contas de algumas seguradoras que, sem abalar a solidez fi-nanceira do setor, não deixaram de condicionar os seus resultados.

No cômputo geral, esta conjuntura ditou uma redução significativa do resultado líquido do setor em 2014. No segmento Vida, o resultado terá caído para cerca de metade do ano anterior, enquanto no segmento Não Vida se manteve em níveis manifestamente insuficien-tes, penalizado pelo reconhecido desequilíbrio das condições de exploração dos seguros de Acidentes de Trabalho e, em menor escala, de Automóvel. São, aliás, sobre estes dois ramos que incidem as maiores preocupações atuais do setor segurador no segmento Não Vida. Ramos onde predominam seguros obrigatórios altamente regulados, mas de forma manifestamente desajustada e desequilibrada nalgumas matérias. E ramos de massa de grande pe-netração no mercado, onde a concorrência condu-ziu a uma erosão expressiva das tarifas médias, que ficaram ainda mais exposta com o relançamento da atividade económica e o consequente agravamento da sinistralidade.

12

RESULTADO

DO EXERCÍCIO

Milhões de Euros

57.576

ATIVO

LÍQUIDO

Milhões de Euros

(4)

PRÉMIOS DE SEGURO DIRETO RAMO NÃO VIDA RAMO VIDA

3.852

-0,2%

14.292

9,1%

10.439

12,9%

24.207

79

11.168

NúMERO DE COMPANHIAS NúMERO DE EMPREGADOS NúMERO DE MEDIADORES Milhões de Euros

/ GRANDES AGREGADOS

2012 2013 2014 +13/12 +14/13 nº de companhias 79 77 79 -2,5% 2,6% nº de empregados 11.180 11.135 11.168 -0,4% 0,3% nº de mediadores 24.624 24.351 24.207 -1,1% -0,6% Ativo líquido 55.198 55.637 57.576 0,8% 3,5% Ativos de investimento 52.705 52.989 54.951 0,5% 3,7% capitais Próprios (S.líq.) 5.181 5.097 4.926 -1,6% -3,4%

Prémios de Seguro direto 10.911 13.105 14.292 20,1% 9,1%

ramo vida 6.924 9.247 10.439 33,5% 12,9%

ramos não vida 3.987 3.858 3.852 -3,2% -0,2%

resultados do exercício 540 692 12 28,1% -98,3%

conta Técnica vida 742 842 404 13,5% -52,0%

conta Técnica não vida 100 25 11 -75,1% -56,9%

conta não Técnica -302 -175 -403 -42,0% 130,3%

capitais Próprios / Ativo líquido 9,4% 9,2% 8,6% -0,2 p.p. -0,6 p.p.

resultados / capitais Próprios 10,4% 13,6% 0,2% 3,1 p.p. -13,3 p.p.

U: Milhões de Euros | Fontes: APS - Associação Portuguesa de Seguradores | ASF - Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões | BdP - Banco de Portugal INE - Instituto Nacional de Estatística

/ PRODUÇÃO VIDA E NÃO VIDA

2012 2013 2014 +13/12 +14/13

TOTAL PRODUÇÃO 10.911 13.105 14.292 20,1% 9,1%

TOTAL VIDA 6.924 9.247 10.439 33,5% 12,9%

Seguros de vida 4.820 7.314 8.401 51,7% 14,9%

Seguros ligados a Fundos investimento 1.954 1.928 2.031 -1,3% 5,3%

Operações de capitalização 150 5 7 -97% 59,7%

TOTAL NÃO VIDA 3.987 3.858 3.852 -3,2% -0,2%

Acidentes e doença 1.262 1.232 1.259 -2,4% 2,2%

Acidentes de Trabalho 556 511 516 -8,0% 0,9%

doença 553 571 589 3,2% 3,3%

incêndio e Outros danos 767 760 751 -0,9% -1,2%

Automóvel 1 569 1.478 1.449 -5,8% -2,0%

Transportes, rc geral e diversos 388 387 393 -0,2% 1,6%

(5)

de seguro, chegamos à conclusão que o custo total suportado pelos tomadores com contratos de seguro no mercado português, ascendeu, em 2014, a cerca de 14,8 mil milhões de euros. Uma parte substancial destes prémios - 13,1 mil milhões de euros - foi, desde logo, devolvida aos segurados e outros beneficiários através:

/ De pagamentos de indemnizações,

nomeada-mente sob a forma de pagamentos imediatos de custos com a saúde, de indemnizações por morte, para recuperação de património e outras compensações por danos materiais e corporais.

/ Da constituição de provisões para pagamentos

futuros relacionados com as eventualidades aci-ma referidas.

/ Da constituição e reforço de responsabilidades

associadas às poupanças de longo prazo dos portugueses.

Adicionalmente, e ignorando, quer o IVA supor-tado com bens e serviços, quer o IRS retido nos rendimentos das poupanças e nos salários dos empregos, o setor entregou ao Estado ou a ins-tituições sob a sua tutela (como, por exemplo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o Institu-to Nacional de Emergência Médica, o Fundo de Garantia Automóvel e o Fundo de Acidentes de Trabalho) um valor da ordem dos 800 milhões de euros correspondente a impostos sobre o rendimento, taxas parafiscais a cargo das segu-radoras e impostos e taxas parafiscais a cargo do segurado.

Por outro lado, em custos com os cerca de 11 mil empregados e comissões pagas aos mais de 24 mil mediadores de seguros, foram ainda despen-didos mais mil milhões de euros, que são a base ou um importante suporte do rendimento desta parte da população portuguesa.

Em conclusão, o setor segurador acabou por

/ INDICADORES

2012 2013 2014 +13/12 +14/13

Ativos de investimento / PiB 31,9% 32,0% 32,0% 0,1 p.p. 0,0 p.p.

Prémios S.d. / PiB 6,6% 7,9% 8,3% 1,3 p.p. 0,4 p.p.

ramo vida 4,2% 5,6% 6,1% 1,4 p.p. 0,5 p.p.

ramos não vida 2,4% 2,3% 2,2% -0,1 p.p. -0,1 p.p.

Prémios S.d. / nº habitantes (euros) 1.030 1.251 1.378 21,5% 10,2%

ramo vida 654 883 1.007 35,0% 14,1%

ramos não vida 376 368 372 -2,1% 0,9%

Fonte: APS, BdP, INE

/ CARTEIRA DOS INVESTIDORES INSTITUCIONAIS

2012 2013 2014 2012 2013 2014

Fim - Fundos de invest. mobiliário e merc. monet. 12.295 12.395 11.581 13,5% 13,4% 12,2%

Fii - Fundos de investimento imobiliário 11.386 12.299 11.398 12,5% 13,3% 12,0%

Fundos de Pensões 14.388 14.970 17.078 15,9% 16,2% 18,0%

empresas de seguro 52.705 52.989 54.951 58,1% 57,2% 57,8%

TOTAL 90.774 92.653 95.008 100% 100% 100%

U: Milhões de Euros | Fonte: APS. BdP. ASF. APFIPP e CMVM.

SEGUROS

E A SOCIEDADE

O crescimento da produção de seguro direto em 2014 gerou uma nova evolução positiva no indica-dor que mede a penetração do setor na economia (rácio de prémios sobre Produto Interno Bruto), que ascendeu 8,3% (+0,4 pp do que em 2013). Uma vez mais, esta evolução é integralmente alcançada pelo ramo Vida, onde o rácio equivale a 6,1%.

Quanto à importância do setor segurador enquan-to investidor institucional, ela pode ser aferida pela dimensão absoluta e relativa da carteira de investi-mentos que gere, nomeadamente em relação a ou-tros intervenientes do setor financeiro. E daí decorre que os quase 55 mil milhões de ativos em gestão nas seguradoras representam 32% do PIB e quase 57% da carteira global dos investidos institucionais em Portugal.

No entanto, mais do que a dimensão do negócio, a atividade seguradora destaca-se das demais ativida-des económicas pela sua forte intervenção em áreas de evidente interesse social, como são a proteção de pessoas e bens e a gestão das poupanças dos aforradores. A isto acresce ainda o relevante papel desempenhado pelo setor na promoção do desen-volvimento económico, em particular através de fi-nanciamentos de médio e longo prazo ao Estado e do setor empresarial privado.

E é graças a uma gestão cuidada e eficiente da sua carteira de investimentos e dos resultados por ela gerados que o setor segurador tem a capacidade de devolver anualmente à sociedade a totalidade – ou até mesmo mais – do volume de prémios que rece-be dos tomadores de seguros.

Se acrescermos ao valor dos prémios emitidos o montante correspondente ao imposto do selo das apólices e a carga parafiscal associada aos prémios

devolver à sociedade cerca de 14,9 mil milhões de euros em 2014, ou seja, um valor superior à ver-ba glover-bal que recebeu dos tomadores de seguros como prémios e respetiva carga fiscal e parafiscal. Refira-se que aos acionistas, a título de resultados gerados pela atividade e como forma de remune-ração do capital investido, foi alocado em 2014 um valor de pequena dimensão, bastante inferior aos padrões habituais.

(6)

/

DEVOLUÇÃO

À SOCIEDADE

U: Mil milhões de Euros

14,8

PRÉMIOS RECEBIDOS

DOS TOMADORES

Mil milhões de Euros // // // Não Vida 3,9 // // // Vida 10,4 // // // Impostos e taxas 0,5

0,5

// //

// Custos com sinistros e Prov. Não Vida 2,7

// //

// Custos com sinistros e Prov. Vida 10,4

// //

// Valores imputados aos Acionistas 0,0

// // // Comissões a mediadores 0,5 // // // Impostos e taxas 0,8 // //

// Custos com pessoal 0,5

0,5

0,8

0,5

10,4

Custos com sinistros e Provisões VIDA

2,7

Custos com sinistros e Provisões NÃO VIDA

0,0

10,4

VIDA

3,9

NÃO VIDA

14,9

DEVOLUÇÃO

À SOCIEDADE

Mil milhões de Euros

/

PRÉMIOS

RECEBIDOS

DOS TOMADORES

(7)

/ MERCADOS DE SEGUROS NA UNIÃO EUROPEIA - PRODUÇÃO

PRÉMIOS BRUTOS EMITIDOS | ESTRUTURA(a)

VIDA NÃO VIDA TOTAL

2014 2014 2014 reino unido 235 24,9% 116 18,8% 351 22,5% França 173 18,3% 98 15,9% 271 17,3% Alemanha 118 12,5% 136 22,1% 255 16,3% itália 145 15,4% 49 8,0% 195 12,5% holanda 22 2,3% 74 12,0% 96 6,1% espanha 33 3,5% 38 6,2% 71 4,6% Portugal 14 1,5% 5 0,8% 19 1,2% TOTAL UE 945 100% 617 100% 1.561 100%

U: Mil milhões de USD | Fonte: Sigma - Swiss Re | (a): Dados provisórios

/ MERCADOS DE SEGUROS NA UNIÃO EUROPEIA - PENETRAÇÃO

PRÉMIOS PER CAPITA | PRÉMIOS PIB(a)

VIDA NÃO VIDA TOTAL

2014 2014 2014 reino unido 3.638 8,0% 1.185 2,6% 4.823 0,0% França 2.552 5,9% 1.350 3,1% 3.902 9,1% Alemanha 1.437 3,1% 1.617 3,4% 3.054 6,5% itália 2.332 6,5% 746 2,1% 3.078 8,6% holanda 1.296 2,5% 4.393 8,5% 5.689 11,0% espanha 708 2,3% 825 2,7% 1.532 5,1% Portugal 1.330 6,0% 491 2,2% 1.821 8,2% TOTAL UE 1.715 4,7% 1.076 3,0% 2.791 7,7%

U: USD | Fonte: Sigma - Swiss Re | (a): Dados provisórios

MERCADO

SEGURADOR

EUROPEU

Em 2014, o volume de prémios dos países membros da União Europeia (UE) registou novo crescimento (4,5%), acendendo a quase 1,6 biliões (milhões de milhões) de USD. Este aumento de produção foi mais acentuado no segmento Vida (6,0%) do que no seg-mento Não Vida (2,2%).

Com segmentos de Vida particularmente desen-volvidos, os mercados seguradores inglês e francês continuam a ser os de maior dimensão no espaço da

União Europeia, com quotas de 22,5% e de 17,3%, res-petivamente. Segue-se o mercado alemão, o terceiro maior em termos globais (com uma quota de 16,3%) mas que continua a ser o maior no que respeita ao segmento Não Vida onde representa mais de 22,1% do mercado europeu.

Neste ranking, Portugal continua a ocupar um lugar in-termédio entre os mercados da UE tendo, no entanto, reduzido a sua quota para 1,2% (era de 1,3% em 2013). No mesmo sentido, assistiu-se também a um de-créscimo do rácio prémios sobre PIB para o merca-do português (8,2%, em 2014, contra 8,7%, em 2013). Ainda assim, para este indicador, Portugal apresenta um valor acima da média da UE (7,7%) e superior ao observado em grandes mercados europeus como a Alemanha (6,5%) e Espanha (5,1%).

O VID

A

| 617

VID

A

| 1.

715

/

MERCADO SEGURADOR

NA UNIÃO EUROPEIA

PRODUÇÃO / PENETRAÇÃO

// //

// // //// Prémios Brutos emitidos | Total U: Mil milhões de USD

// //

// // //// Prémios Per capita | Total U: USD

VID

A

| 945

O-

VID

A

| 1.

076

(8)

/ COMPOSIÇÃO DO MERCADO

2012 2013 2014 Sociedades Anónimas 41 41 44 nacionais 23 23 23 estrangeiras (a) 18 18 21 mútuas 1 1 1 Agências gerais 37 35 34 comunitárias 36 35 34 não comunitárias 1 0 0 TOTAl 79 77 79 comunitárias em lPS (b) 537 547 552

Fonte: ASF e APS | (a) Detidas direta e maioritariamente por entidades estrangeiras;

(b) Sedes ou sucursais de empresas sedeadas noutros Estados-membros que notificaram para o exercício em LPS em Portugal.

/ COMPOSIÇÃO DO MERCADO

2012 2013 2014

Montante % Montante % Montante %

Sociedades Anónimas 10.048 92,1% 12.267 93,6% 13.457 94,2%

mútuas 9 0,1% 8 0,1% 8 0,1%

Agências gerais 853 7,8% 830 6,3% 827 5,8%

TOTAl 10.911 100% 13.105 100% 14.292 100%

U:Milhões de Euros | Fonte: Mapa ASF ( Valores Provisórios_ES)

ESTRUTURA

DO SETOR

Em 2014, o setor segurador português assistiu a uma mudança de controlo acionista em entidades que re-presentam, em termos de quota de mercado, mais de 30% do mercado e que reforçou o universo de se-guradoras sob controlo acionista estrangeiro, que é agora claramente predominante no nosso mercado. Desde logo, a propriedade (prevalecente) de dois dos seus maiores operadores, foi transferida de insti-tuições bancárias nacionais para grandes investido-res estrangeiros: o grupo Caixa Seguros e Saúde, que

o Estado, através da Caixa Geral de Depósitos, alie-nou à empresa chinesa Fosun (numa operação con-cluída em maio de 2014); e a Tranquilidade, que o Novo Banco (decorrente da reestruturação do BES) alienou à empresa norte-americana Apollo (num acordo concluído já em janeiro de 2015). Em sentido inverso, assistiu-se a uma outra operação de dimen-são mais pequena (a seguradora Macif, adquirida por um grupo português).

Apesar do contexto, o número de companhias a operar diretamente no mercado nacional acabou por registar uma subida para as 79 companhias (mais duas que em finais de 2013), integralmente devida ao acréscimo do número de sociedades anónimas detidas maioritariamente por entidades estrangeiras.

SO

cied

A

de

S A

nónim

AS

A

g

Ênci

AS

ger

A

iS

Tu

AS

44

34

01

(9)

U: Milhões de Euros | Nota: Valores extrapolados com base em amostra. 3,5% variação

55.637

ATivO 2013 ATivO 2014 4,2%

50.539

PASSivO 2013

52.650

PASSivO 2014

/

BALANÇO DA ATIVIDADE SEGURADORA

cAPiTAl PróPriO 2013

5.097

cAPiTAl PróPriO 2014

4.926

-3,4%

57.576

DIMENSÃO

FINANCEIRA

E RESULTADOS

As contas do setor segurador em 2014 apresentam um resultado agregado próximo dos 12 milhões de euros1, valor muito abaixo do observado em 2013

(692 milhões de euros). No entanto, este resultado em 2014 está fortemente influenciado por fatores conjunturais que conduziram ao registo excecional-mente elevado de imparidades e outras perdas num número muito limitado de operadores.

Detalhando um pouco mais a análise do resultado do setor, rapidamente se constata que a sua evolu-ção desfavorável é, em termos absolutos, quase in-tegralmente justificada pela substancial deterioração dos resultados da conta técnica Vida e da conta não técnica que, em 2014 e no seu conjunto, apresentam uma quebra de mais de 645 milhões de euros. No caso da conta não técnica, onde se registou uma quebra de mais de 223 milhões de euros, uma par-te significativa desta evolução é devida aos fatores conjunturais anteriormente referidos.

Já na conta técnica Vida foi registada uma quebra de quase 422 milhões de euros. No entanto, ao con-trário do exercício anterior, não foram observadas em 2014 operações extraordinárias de cedência de carteiras de seguros Vida-Risco. Expurgando o efeito destas operações extraordinárias em 2013, a quebra homóloga absoluta do resultado da conta técnica Vida seria de cerca de 182 milhões de euros.

Mesmo assim, esta variação não deixa de ser signi-ficativa e é, em grande medida, justificada por uma inferior performance, embora bastante positiva, da componente financeira desta conta técnica (740 mi-lhões de euros em 2014, contra os 867 registados em 2013).

Embora com uma variação absoluta menos relevan-te para o resultado agregado do setor, o resultado da conta técnica Não Vida sofreu nova deterioração significativa (-56,9%), situando-se em valores muito próximos de zero (cerca de 11 milhões de euros). Já no que respeita à posição financeira, o ativo lí-quido agregado do setor segurador deverá ascender, em dezembro de 2014, a mais de 57,5 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,5% (+1,9 mil milhões de euros) face a período homólogo de 2013.

No entanto, registou-se uma evolução ainda mais significativa (+2,1 mil milhões de euros) do valor do passivo, passando este de pouco mais de 50,5 mil milhões de euros em 2013, para mais de 52,6 mil mi-lhões de euros em finais de 2014.

Assim, face à conjunção das evoluções observadas do lado do ativo e do lado do passivo, o total capital próprio do setor registou, sem surpresa, um decrés-cimo de -171 milhões de euros (-3,4%).

Com isto, em finais de 2014, o rácio de solvência agregado do setor sofreu também uma quebra para os 206%, um decréscimo de 7 p.p. face ao nível ob-servado no período homólogo de 2013 (213%).

variação ∆

variação ∆

1 | Este valor pode não coincidir exatamente aos divulgados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, por força das metodologias de extrapolação utilizadas pela APS.

(10)

/

RÁCIO DE SOLVÊNCIA

Fonte: Mapas ASF (Solvencia_ES)

2012 |

233%

2013 |

213%

201

4 |

206%

/

EVOLUÇÃO DOS GANHOS E PERDAS

U: Milhões de Euros | Nota: Valores extrapolados com base em amostra.

TOTAl cT vidA cT nãO vidA reSulTAdOS nãO TécnicOS

539

692

12

741

842

404

100

25

11

-302

-175

-403

// // // 2012 // ////2013 // ////2014

(11)

55,5

VALOR TOTAL

DA CARTEIRA DE

INVESTIMENTOS

Mil milhões de Euros

106%

TAXA DE COBERTURA TOTAL DAS RESPONSABILIDADES

/ EVOLUÇÃO

DOS ATIVOS

SOB GESTÃO

// //

// TOTAl // ////vida // ////não vida // ////não Afetos U: Milhões de Euros| Fonte: Mapas ASF (Investimestos_ES) | Nota: Dados com base em amostra.

52.705

42.696

7.374

2.634

52.989

43.508

54.951

45.663

7.255

2.227

7.257

2.030

2012 2013 2014

INVESTIMENTOS

Em dezembro de 2014, o valor total da carteira de inves-timentos do setor observou um assinalável crescimento (2,5 mil milhões de euros) face a período homólogo de 2013, ascendendo a cerca de 55,5 mil milhões de euros. Desde logo, tal evolução muito se deveu à performan-ce positiva que o segmento Vida registou ao nível das suas variáveis técnicas durante 2014, com destaque para o significativo crescimento da produção (12,1% em termos homólogos), em particular de PPR (58,5%) e de produtos de capitalização (4,3%), que contribuiu decisi-vamente para o aumento das responsabilidades do seg-mento (5,4%) e, consequentemente, para um auseg-mento do volume de ativos afetos às mesmas.

Por outro lado, este crescimento justifica-se também pela evolução favorável dos mercados financeiros ob-servada durante 2014. Particularmente relevante foi a manutenção da tendência de queda nas taxas médias da rentabilidade da dívida pública portuguesa que, em dezembro de 2014, se continuaram a situar em valores comparativamente baixos.

Em termos globais (Vida e Não Vida), a taxa de co-bertura das responsabilidades registou uma subida (0,7 p.p.), situando-se, em dezembro de 2014, nos 106%. Se adicionarmos os ativos não afetos (que di-minuíram 8%), a taxa de cobertura total passa para os 110,1% (109,9% em 2013).

Por fim, no que respeita ao tipo de ativos, os montan-tes investidos em obrigações continuam a assumir a maior fatia da carteira de investimentos (69,7% do to-tal) tendo mantido praticamente o seu peso global face ao observado no período homólogo. Assim, o valor contabilístico total dos investimentos em obri-gações no final de 2014 ascendia a perto de 38,5 mil milhões de euros, dos quais 19 mil milhões investidos em dívida pública (portuguesa e outra).

(12)

// // // Ações 4,9% // // // Depósitos 10,6% // // // Obrigações Públicas 34,5% // // // Obrigações Privadas 30,6% // // // Obrigações Outras 4,7% // // // Produtos Estruturados 1,8% // // // UP’s 9,8% // // // Outros Ativos 1,1%

34,5%

Obrigações Públicas

10,6%

Depósitos

4,9%

Ações

9,8%

UP’s

/

ESTRUTURA DA CARTEIRA

DE OBRIGAÇÕES EM 2014

Fonte: Mapas ASF (Investimentos_ES)

/

ESTRUTURA

DA CARTEIRA TOTAL

Fonte: Mapas ASF (Investimentos_ES)

// //

// Dívida Estado 47,9 %

// //

// Dívida Mun. / Reg. 1,5%

// // // Entidades Privadas 43,8% // // // Papel Comercial 1,1% // // // Outras 5,0% // //

// Obr. Conv. em Ações 0,7%

// //

// Obr. C./Warr. Conv. Ac. 0,0%

47,9%

Dívida Estado 1,5%

43,8%

Entidades Privadas 1,1% 5,0% 0,7%

4,7%

Obrigações Outras

30,6%

Obrigações Privadas 1,8% 1,1%

/

TAXA DE COBERTURA DOS PASSIVOS COM CONTRATOS

Fonte | Mapas ASF (Investimentos_ES)

rAmO vidA TOTAl

105%

103,8%

104,3%

rAmO nãO vidA TOTAl

114,8%

115,2%

117,9%

TOTAl (com ativos não afetos)

111,9%

109,9%

110,1%

// // // 2012 // ////2013 // ////2014 0,0%

(13)

/

ESTRUTURA DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

VIDA NÃOVIDA TOTAL

2013 2014 2013 2014 2013 2014 mediadores 95,3% 96,5% 89,0% 90,1% 93,4% 94,8% ligados - Tipo i 59,2% 51,5% 16,0% 16,2% 46,4% 41,9% ligados - Tipo ii 17,8% 28,5% 2,2% 2,3% 13,2% 21,4% corretores de seguros 1,1% 1,0% 17,5% 17,9% 6,0% 5,6% Agentes 17,2% 15,6% 53,3% 53,6% 27,9% 25,9% resseguro 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

dos quais: Bancos 76,4% 80,4% 16,1% 16,6% 58,5% 63,1%

dos quais: cTT 8,2% 6,0% 0,0% 0,0% 5,8% 4,4% venda direta 4,5% 3,3% 10,5% 9,1% 6,3% 4,9% Balcões 4,5% 3,3% 8,0% 6,9% 5,5% 4,2% internet 0,0% 0,0% 0,3% 0,3% 0,1% 0,1% Telefone 0,0% 0,0% 2,2% 1,9% 0,7% 0,5% Outros 0,2% 0,2% 0,5% 0,8% 0,3% 0,3% TOTAl 100% 100% 100% 100% 100% 100%

CANAIS

DE DISTRIBUIÇÃO

Dada a sua relevância em termos de volume de produção e as particularidades que apresenta em termos da sua estrutura de distribuição, o significativo crescimento da produção do segmento Vida não poderia deixar de ter repercussões ao nível da estrutura de canais de distribuição do setor segurador como um todo.

Neste contexto, analisando conjuntamente o ramo Vida e os ramos Não Vida, o peso relativo do canal “Bancos” (tradicionalmente mais forte no segmento Vida) voltou a cresceu em 2014, assumindo uma quota de 63,1% na estrutura de distribuição do setor, ou seja, mais 4 p.p. do que o observado em finais de 2013 (e quase mais 11 p.p. quando comparado com o seu peso em 2012). No sentido inverso evoluiu novamente o canal “Agentes” (tradicionalmente como maior presença no segmento Não Vida) que, em 2014, representou cerca

de 26% do volume distribuído, uma quebra de mais de 2 p.p. quando comparado com o peso que assumia em 2013 (e quase menos 5 p.p. em relação a 2012). Analisando exclusivamente o segmento Vida, o canal bancário continua a ser, com larga vantagem, o canal com maior peso, representando, em 2014, mais de 80% das vendas. Neste segmento, de realçar que o canal “Agentes” continuou a assistir a um crescimento do volume distribuído (+2,6%, para os 1,63 mil milhões de euros), crescimento que não foi suficiente para impedir uma quebra do seu peso estrutural na distribuição do segmento (15,6%, em 2014, contra os 17,2% em 2013). Já no que respeita ao segmento Não Vida, a distribuição dos seguros continua a assentar essencialmente no canal “Agentes” que em 2014 foi responsável por 53,6% das vendas, percentagem ligeiramente acima da registada em período homólogo (53,3%). Neste segmento, a penetração do canal bancário é tradicionalmente bastante mais baixa mas tem vindo a crescer de forma sustentada atingindo, em 2014, os 16,6% do volume total de vendas (+0,5 p.p. do que em 2013).

MEDIADORES

VIDA

| NÃO VIDA

96,5%

| 90,1%

VENDA DIRETA

VIDA

|

NÃO VIDA

3,3%

| 9,1%

OUTROS

VIDA

| NÃO VIDA

(14)

FISCALIDADE

Os impostos suportados pelo setor segurador, ou arrecadados através da sua atividade, assumem também um papel de relevo para as finanças públicas nacionais.

Considerando apenas o imposto do selo das apólices (suportado pelos tomadores), o IRC suportado pelas seguradoras e as diversas taxas parafiscais a cargo de tomadores e seguradoras, a receita fiscal e parafiscal gerada por esta atividade ascendeu, em 2014, a cerca de

/ CARGA FISCAL E PARAFISCAL

2012 2013 2014 (e) +13/12 +14/13

A cArgO dOS TOmAdOreS

Selo da Apólice 306 296 295 -3,2% -0,3%

Fundo de garantia Automóvel 23 22 20 -6,2% -6,2%

Fundo de Acidentes de Trabalho 66 64 62 -3,0% -3,0%

Autoridade nacional de Proteção civil 32 32 31 -1,8% -1,6%

instituto nacional de emergência médica 75 73 72 -3,4% -0,2%

Sub-Total 502 486 481 -3,2% -1,0%

A cArgO dAS SegurAdOrAS

certificado rc (apólices de Automóvel) 5 5 5 0,4% 0,4%

Aut. de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões 15 17 17 8,3% 0,0%

Fundo de Acidentes de Trabalho 9 9 9 3,9% -2,6%

irc e derrama 266 285 249 7,5% -12,7%

Sub-Total 294 316 279 7,3% -11,6%

TOTAL 796 801 760 0,7% -5,2%

rÁciOS

Taxa irc (irc e derrama/result. bruto do ex.) 30,5% 29,8% 112,2% -0,7 p.p. 82,5 p.p.

carga Fiscal e Parafiscal / Prémios s.d. 4,8% 6,8% 6,9% 2,0 p.p. 0,1 p.p.

Tomadores de seguros 3,1% 4,1% 4,4% 1,1 p.p. 0,2 p.p.

Seguradoras 1,8% 2,7% 2,5% 0,9 p.p. -0,1 p.p.

carga Fiscal e Paraf. / Prémios s.d. n.v 18,9% 19,2% 18,9% 0,3 p.p. -0,3 p.p.

U: Milhões de Euros Nota: Estes valores são estimativas da APS, exceto os do FAT (total) e FGA, retirados dos seus relatórios. Não incluem os montantes correspondentes ao IRC, IVA ou IRS retido. | (e) Valores totalmente estimados pela APS.

760 milhões de euros. Este montante é equivalente a quase 7% do total da produção de seguro direto, ou a 19% se considerados apenas os prémios Não Vida, sobre os quais incide a maior parte desta carga. Para finalizar, referir apenas que face aos números aqui apresentados, e embora não se conheçam ainda os valores agregados da receita fiscal nacional dos últimos anos, estima-se que setor segurador (incluindo a retenções na fonte de IRS) seja responsável por cerca de 3% do total da receita fiscal nacional (impostos diretos e indiretos) e de 10% da receita do IRC.

(15)

/ CUSTOS DE GESTÃO - POR NATUREZA

mOnTAnTeS vAriAçãO eSTruTurA

2013 2014 +14/13 2013 2014

gastos com pessoal 504 509 1,1% 46,3% 46,2%

Fornecimentos e serviços externos 436 426 -2,2% 40,0% 38,6%

impostos e taxas 35 35 -1,8% 3,2% 3,1%

depreciações e amortizações do exercício 57 59 3,0% 5,2% 5,3%

Outras provisões 4 20 365,1% 0,4% 1,8%

juros suportados 11 13 19,3% 1,0% 1,2%

comissões 41 41 1,5% 3,8% 3,8%

TOTAl 1.088 1.103 1,4% 100% 100%

U: Milhões de Euros | Fonte: Mapas ASF (CRIT_IMPUT) | Nota: Dados extrapolados.

/ CUSTOS DE GESTÃO - POR RAMO

mOnTAnTeS vAriAçãO eSTruTurA

2013 2014 +14/13 2013 2014

Segmento vida 233 249 6,9% 21,4% 22,6%

Segmento não vida 849 842 -0,8% 78,0% 76,3%

Acidentes e doença 246 245 -0,3% 22,6% 22,2%

incêndio e Outros danos 162 157 -3,1% 14,9% 14,2%

Automóvel 349 340 -2,5% 32,1% 30,8% marítimo e Transportes 5 4 -6,6% 0,4% 0,4% Aéreo 0 0 -33,9% 0,0% 0,0% mercadorias Transportadas 4 5 4,1% 0,4% 0,4% r. c. geral 26 25 -2,1% 2,4% 2,3% diversos 58 66 14,4% 5,3% 6,0% não Técnico 6 12 100,9% 0,5% 1,1% TOTAl 1.088 1.103 1,4% 100% 100%

U: Milhões de Euros | Fonte: Mapas ASF (CRIT_IMPUT) | Nota:Dados extrapolados.

CUSTOS

DE GESTÃO

O total dos gastos por natureza a imputar ascendeu, em 2014, a cerca de 1.103 milhões de euros o que representa um acréscimo de +1,4% face aos valores observados em finais de 2013 (1.088 milhões). Apesar destas variações, a estrutura dos gastos por natureza a imputar para o total do mercado não se alterou significativamente quando comparada com os valores obtidos em 2013.

Neste contexto, é a rubrica “Gastos com pessoal” que, com um ligeiro aumento de +1% no seu valor absoluto (de 504, em 2013, para 509 milhões de euros, em 2014), continua a apresentar o maior peso nos gastos por natureza a imputar representando 46,2% do total.

A rubrica “Fornecimentos e serviços externos” mantem, em 2014, o segundo lugar na estrutura de gastos por natureza a imputar representando, para o total do mercado, 38,6% destes. Ainda assim, esta rubrica registou um assinalável decréscimo absoluto face ao ano anterior (cerca de -9,6 milhões de euros) o que contribuiu para uma redução de -1,4 p.p. no seu peso relativo no total de gastos a imputar (40%, em 2013).

Por fim, no que respeita à imputação de gastos por ramos, observou-se que, em termos globais, continua a ser o ramo Automóvel que domina em termos de peso relativo (30,8%), seguido pelo ramo Vida (22,6%) e pelo ramo Acidentes e Doença (22,2%).

(16)

RAMO VIDA

Em 2014, o volume total de prémios e contribuições captados no ramo Vida voltou a superar os 10 mil mi-lhões de euros (10,4 mil mimi-lhões, um crescimento de 12,9% face a 2013), sendo, para este segmento, o ter-ceiro melhor ano de sempre em volume absoluto de produção.

Tal como em 2013, este crescimento foi alimentado pela expansão dos produtos de poupança, que per-manecem no topo das preferências dos aforradores individuais.

Num quadro de reforço global das poupanças indivi-duais mas, simultaneamente, de grande instabilidade e incerteza dos mercados financeiros (sobretudo em Portugal), destacou-se, acima de qualquer outro pro-duto, a expansão dos PPR. Cresceram 58,5%, depois de, no ano anterior, terem já crescido 37,9%, o que elevou o volume de contribuições em 2014 para 2,5 mil milhões de euros (um acréscimo de cerca de 900 milhões de euros face a 2013).

Num segundo plano surgem os restantes seguros de capitalização, que cresceram em 2014 de forma re-lativamente moderada (+4,3%, de acordo com outras fontes estatísticas da APS), bem como as operações de capitalização, que perderam expressão na carteira a partir de 2013.

Numa outra perspetiva, refira-se que os produtos não ligados a fundos de investimento, que normalmente incorporam garantias de capital e/ ou rendimento, evoluíram de forma mais dinâmica do que os denominados Unit-Linked (14,9% e 5,3%, respetivamente), o que reflete uma compreensível preocupação dos aforradores com a estabilidade dos seus investimentos, num clima algo conturbado para o sistema financeiro português.

Ligeiramente negativa foi a evolução dos prémios dos produtos de risco (-0,5%), numa fase em que abran-dou a concessão de crédito às famílias para compra de habitação e outros bens duradouros, vulgarmente acompanhada por um seguro temporário de vida. Já uma análise das causas dos montantes pagos revela um aumento significativo dos resgates e reembolsos (+20,6%) para valores acima dos 4 mil milhões de eu-ros/ano. Em sentido inverso, revela também uma redu-ção, embora muito menos significativa em termos re-lativos, dos montantes pagos por vencimento (-3,9%). Em termos globais, os montantes pagos em 2014 evo-luíram +6,0%, ascendendo a um valor próximo dos 9 mil milhões de euros.

Neste contexto, é sem surpresa que, em 2014, se ob-servou uma diminuição no número de pessoas seguras (-4,4% face a finais de 2013) muito por força da quebra registada nos seguros temporários (-3,9%) e nos segu-ros de capitais diferidos que não PPR (-6,6%).

/ PESSOAS SEGURAS NO RAMO VIDA

(a)

númerO vAriAçãO POr PeSSOA SegurA (€)PrémiO médiO

2012 2013 2014 +13/12 +14/13 2012 2013 2014

Seguros de rendas 23.531 23.888 24.197 1,5% 1,3% 1.798 3.176 2.605

rendas vitalícias 17.086 17.275 17.462 1,1% 1,1% 1.690 2.270 1.483

Temporários 2.237.667 2.075.166 1.993.778 -7,3% -3,9% 496 733 1.198

PPr 1.692.699 1.755.993 1.776.320 3,7% 1,2% 2.637 3.687 3.866

capitais diferidos (excluindo PPr) 4.826.494 4.708.861 4.396.372 -2,4% -6,6% 159 166 179

Outros cont. de capitais

(excluindo PPr) 147.691 137.676 123.763 -6,8% -10,1% 675 568 574 Operações de capitalização 7.518 4.444 5.185 -40,9% 16,7% 19.839 841 1.208 TOTAl 8.935.600 8.706.028 8.319.615 -2,6% -4,4% 742 1.027 1.224 cOnTrATOS individuAiS 4.960.182 4.895.074 4.529.934 -1,3% -7,5% 1.153 1.445 1.485 cOnTrATOS de gruPO 3.982.936 3.815.398 3.794.866 -4,2% -0,5% 229 489 911 Amostra: 96,0% 97,2% 97,5%

(17)

/ CAUSAS DOS CUSTOS COM SINISTROS NO RAMO VIDA

(a)

mOnTAnTeS PAgOS (b) vAriAçãO eSTruTurA

2012 2013 2014 +13/12 +14/13 2012 2013 2014

Por vencimento 3.454.525 4.457.689 4.284.096 29,0% -3,9% 36,2% 52,1% 47,2%

Por morte 576.421 369.666 365.649 -35,9% -1,1% 6,0% 4,3% 4,0%

Por resgates / reembolsos 5.300.208 3.442.380 4.152.515 -35,1% 20,6% 55,6% 40,2% 45,8%

Por rendas pagas 49.472 50.748 51.907 2,6% 2,3% 0,5% 0,6% 0,6%

Por transferências 76.582 41.943 87.748 -45,2% 109,2% 0,8% 0,5% 1,0%

Por invalidez

e outros complementares 65.359 79.291 99.608 21,3% 25,6% 0,7% 0,9% 1,1%

Por outras causas 11.412 117.029 34.749 925,5% -70,3% 0,1% 1,4% 0,4%

TOTAl 9.533.980 8.558.747 9.076.273 -10,2% 6,0% 100% 100% 100%

Amostra: 96,0% 97,2% 97,5%

U: Milhões de Euros | (a) Valores retirados de “Estatísticas do Ramo Vida - Elementos Técnicos” da APS, referentes a uma amostra com a representatividade indicada. | (b) Com exclusão dos custos de gestão de sinistros imputados. Inclui montantes pagos em Contratos de Investimento.

/ PROVISÕES MATEMÁTICAS E PASSIVOS FINANCEIROS DO RAMO VIDA

(a)

mOnTAnTeS vAriAçãO eSTruTurA

2012 2013 2014 +13/12 +14/13 2012 2013 2014

Seguros de rendas 567 598 624 5,5% 4,2% 1,5% 1,5% 1,5%

rendas vitalícias 538 542 549 0,8% 1,3% 1,4% 1,4% 1,3%

Temporários 11.853 11.908 12.939 0,5% 8,7% 31,4% 30,6% 31,3%

PPr 22.635 24.132 25.935 6,6% 7,5% 59,9% 62,1% 62,8%

capitais diferidos (excluindo PPr) 66 67 76 2,0% 14,0% 0,2% 0,2% 0,2%

Outros cont. de capitais

(excluindo PPr) 655 624 579 -4,8% -7,2% 1,7% 1,6% 1,4% Operações de capitalização 1.981 1.532 1.154 -22,7% -24,7% 5,2% 3,9% 2,8% TOTAl 37.758 38.861 41.308 2,9% 6,3% 100% 100% 100% cOnTrATOS individuAiS 32.987 33.658 34.074 2,0% 1,2% 87,4% 86,6% 82,5% cOnTrATOS de gruPO 4.771 5.202 7.233 9,0% 39,0% 12,6% 13,4% 17,5% Amostra: 96,0% 97,2% 97,5%

(18)

/

RÁCIOS COMBINADOS - SEGURO DIRETO

(a) PrémiOS emiTidOS TAxA de SiniSTrAlidAde cArgA de exPlOrAçãO rÁciO cOmBinAdO Acidentes e doença 2014 1.259 91,7% 24,1% 115,9% 2013 1.232 89,0% 24,2% 113,3% 2012 1.262 91,6% 24,7% 116,3% Acidentes de Trabalho 2014 516 115,3% 26,5% 141,8% 2013 511 106,4% 26,4% 132,9% 2012 556 112,8% 26,8% 139,7% doença 2014 589 80,2% 19,5% 99,7% 2013 571 82,5% 19,8% 102,3% 2012 553 82,0% 20,0% 102,0%

incêndio e Outros danos

2014 751 64,3% 38,0% 102,2% 2013 760 72,8% 39,5% 112,4% 2012 767 59,0% 38,8% 97,8% Automóvel 2014 1.449 70,3% 30,2% 100,4% 2013 1.478 67,7% 29,9% 97,6% 2012 1.569 70,8% 29,7% 100,5% marítimo e Transportes 2014 28 151,3% 13,5% 164,8% 2013 32 151,4% 15,4% 166,9% 2012 32 91,0% 20,5% 111,5% Aéreo 2014 6 16,7% 15,1% 31,8% 2013 7 156,2% 27,4% 183,6% 2012 8 15,8% -2,4% 13,4% mercadorias Transportadas 2014 24 52,9% 26,0% 78,9% 2013 25 52,4% 29,9% 82,3% 2012 25 63,0% 26,7% 89,7%

responsab. civil geral

2014 108 40,8% 39,7% 80,5% 2013 106 41,2% 39,9% 81,1% 2012 114 43,1% 38,8% 81,9% diversos 2014 227 59,6% 25,1% 84,7% 2013 217 58,1% 21,2% 79,3% 2012 209 65,0% 23,0% 88,1%

TOTAl de SegurO direTO

2014 3.987 76,1% 29,0% 105,1%

2013 4.133 75,1% 29,0% 104,1%

2012 4.168 75,6% 29,0% 104,6%

U: Milhões de Euros | (a) Os rácios apresentados são calculados sobre prémios adquiridos e líquidos de resseguro.

RAMO

NÃO VIDA

O segmento Não Vida permaneceu em decréscimo em 2014 (-0,2%), numa tendência que decorre quase ininterruptamente desde o ano 2008 e que contraiu, desde então, o respetivo volume anual de prémios em mais de 500 milhões de euros (para 3,9 mil milhões). Não obstante, importa realçar que o decréscimo foi já muito ligeiro em 2014 e que, em termos reais, a evolução foi mesmo marginalmente positiva, pela primeira vez nos últimos 10 anos, anunciando uma inversão desta longa fase descendente do ciclo da produção, que estará realmente a concretizar-se em 2015.

No ramo Acidentes e Doença, aliás, a inversão ocorreu já em 2014 (+2,2%), com contribuições positivas das suas duas principais linhas de negócio. O sub-ramo Doença (+3,3%) mantendo o padrão de crescimento sustentado que vem revelando há muito anos e que é bem a expressão da crescente implantação deste seguro na sociedade portuguesa. E o sub-ramo Acidentes de Trabalho (+0,9%) que viu, pela primeira vez nos últimos 9 anos, o seu volume de prémios crescer, provavelmente abaixo da evolução da massa salarial global da economia, mas já sem uma erosão expressiva das tarifas médias, como sucedeu no passado recente.

No ramo Incêndio e Outros Danos, em contraste, acentuou-se a queda do volume de prémios (-1,2%), com a contração de todos os seus sub-ramos principais. E aqui inclui-se naturalmente o sub-ramo de Multirriscos (-0,3%), cujo decréscimo, ainda que relativamente marginal, é um prolongamento não surpreendente de uma tendência de abrandamento instalada desde 2010. E inclui-se também o seguro Agrícola (-13,7%) que, de forma igualmente expectável, vem perdendo volume de receitas com os constrangimentos inerentes ao sistema de seguro de colheitas.

No ramo Automóvel o volume de prémios permane-ceu também em contração em 2014 (-2,0%),

embo-ra a um ritmo mais modeembo-rado do que nos dois anos anteriores. Com o parque automóvel seguro já em recuperação (estima-se que tenha crescido perto de 1,5%), esta contração da produção, que foi mais acentuada na cobertura de Responsabilidade Civil (-2,9%), tem subjacente uma nova degradação do prémio médio por veículo, numa altura em que a si-nistralidade rodoviária está já a acompanhar em alta o relançamento geral da atividade económica. Em todos os ramos de Transportes (Marítimo e Trans-portes, Aéreo e Mercadorias Transportadas) a evolu-ção dos prémios permaneceu fortemente negativa (-10,3%, -18,5% e -4,6%, respetivamente), mais nega-tiva ainda do que em 2013. Estes ramos não estarão, assim, a aproveitar a recuperação da economia, que tem até um importante polo dinamizador no comér-cio externo.

O resultado da conta técnica Não Vida sofreu nova deterioração significativa (-56,9%), situando-se em valores muito próximos de zero (cerca de 11 milhões de euros). Trata-se de um facto particularmente preocupante num ano em que, ao contrário de 2013, não foram observados fenómenos climáticos extre-mos que dessem origem a perdas técnicas de mon-tante materialmente relevante.

Neste âmbito, cabe destacar, pela negativa, o resul-tado técnico observado no ramo “Incêndio e Outros Danos” que, embora registando um resultado positi-vo, apresenta um saldo muito próximo de zero (perto de 4 milhões de euros). Mais preocupantes, porém, foram os resultados técnicos das modalidades de “Acidentes de Trabalho” (-80 milhões de euros) e “Veículos Terrestres” (-54 milhões de euros), ambos profundamente desequilibrados e praticamente inal-terados face a 2013.

Com isto, foi também observada uma deterioração no valor do rácio combinado global deste segmen-to, calculado sobre prémios adquiridos e líquido de resseguro, que, em dezembro de 2014, subiu para os 105,1%, ou seja, +1 p.p. face ao valor registado em período homólogo de 2013.

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Referências

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