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O JORNALISMO ECONÔMICO E AS VOZES QUE FALARAM NOS JORNAIS NOS ANOS DE DEBATE DAS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

Taianne Santos Moreira de Souza

1

Antônio José Pedroso Neto

2

RESUMO

Analisa como os jornais Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de São Paulo e o Valor Econômico abordaram a Previdência. Considerou-se dois modelos: Capitalização e Repartição simples. Buscou-se perceber se esses veículos, privilegiaram um modelo em detrimento a outro. As reportagens foram analisadas a partir de três períodos: 1998 (reforma de Fernando Henrique Cardoso), 2003 (reforma de Luís Inácio Lula da Silva) e agosto de 2016 a julho de 2017 (principal período de discussão da proposta de Michel Temer). Buscou-se identificar as vozes que falaram sobre a temática. Observou um quantitativo elevado de matérias que não apresentavam vozes, as que apresentavam, tiveram como categorias mais expressivas as ligadas aos parlamentares e ao mercado financeiro, ligados ao modelo de capitalização.

1 Mestra em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Especialista

em Ensino do Jornalismo também pela mesma universidade. Jornalista pela UFT.

taiannejornalista22@gmail.com.

2 É doutor em ciências sociais, docente e pesquisador da Universidade Federal de Tocantins.

ajpedrosoneto@uol.com.br.

ECONOMIC JOURNALISM AND THE VOICES THAT SPOKE IN THE NEWSPAPERS

IN THE YEARS OF DEBATE ON PENSION REFORMS

EL PERIODISMO ECONÓMICO Y LAS VOCES QUE HABLARON EN LOS PERIÓDICOS EN LOS AÑOS DE DEBATE SOBRE LAS REFORMAS DE LAS PENSIONES

O JORNALISMO

ECONÔMICO E AS VOZES

QUE FALARAM NOS

JORNAIS NOS ANOS DE

DEBATE DAS REFORMAS DA

(2)

Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

PALAVRAS-CHAVE: Análise de vozes. Jornais impressos. Jornalismo Econômico. Reforma da Previdência.

ABSTRACT

It analyzes how the newspapers Folha de São Paulo, O Globo, the state of São Paulo and Valor Economico approached the welfare. Two models were considered: capitalization and simple distribution. We sought to understand whether these vehicles favored one model over another. The reports were analyzed from three periods: 1998 (Reform of Fernando Henrique Cardoso), 2003 (Reform of Luís Inácio Lula da Silva) and August 2016 to July 2017 (main period of discussion of Michel Temer's proposal). We sought to identify the voices that spoke about the theme. He observed a high number of subjects that did not have voices, those who presented, had as the most expressive categories those related to parliamentarians and the financial market, linked to the capitalization model. KEYWORDS: Voice analysis. Printed newspapers. Economic journalism. Pension reform.

RESUMEN

Analiza cómo los periódicos Folha de Sao Paulo, O Globo, el estado de Sao Paulo y Valor Económico abordaron el bienestar. Se consideraron dos modelos: capitalización y distribución simple. Tratamos de entender si estos vehículos favorecieron un modelo sobre otro. Los informes fueron analizados de tres períodos: 1998 (Reforma de Fernando Henrique Cardoso), 2003 (Reforma de Luís Inácio Lula da Silva) y agosto de 2016 a julio de 2017 (período principal de discusión de la propuesta de Michel Temer). Tratamos de identificar las voces que hablaban sobre el tema. Observó un gran número de temas que no tenían voces, los que se presentaban, tenían como las categorías más expresivas las relacionadas con los parlamentarios y el mercado financiero, vinculadas al modelo de capitalización.

PALABRAS CLAVE: Análisis de voz. Periódicos impresos. Periodismo económico. Reforma de las pensiones.

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

Introdução: objetivos, questões teóricas e metodológicas

As reformas da Previdência Social impactaram os seus beneficiários e foram palcos de discussões na mídia. Existem no Brasil, dois modelos de Previdência: a) Repartição (MR), de caráter contributivo e filiação obrigatória e b) Capitalização (MC), complementar, facultativo e privado. Mas afinal, através de quais agentes sociais e/ou institucionais, a imprensa trabalha esses dois sistemas? Nesse sentido, os jornalistas dão voz a diferentes agentes da sociedade que se posicionam favoráveis a um ou outro modelo.

O estudo mapeia as “Vozes”, atores que compõem a construção dos textos jornalísticos e subsidiam a construção das narrativas sobre a temática da Previdência nos jornais, sejam elas fontes diretas ou indiretas. Parte do seguinte problema: o jornalismo econômico deu espaço para quais vozes ao noticiarem os modelos previdenciários durante os anos de discussões das reformas? Desenvolve-se a seguinte hipótese: através das Vozes, a mídia legitima a defesa da necessidade de reforma para reafirmar o modelo de capitalização. Assim relaciona além das vozes, quais campos de atuação eles pertencem. Os profissionais do campo jornalístico utilizam de agentes, especialistas ou grupos da sociedade para falarem sobre determinados assuntos.

O objetivo geral é compreender quais vozes foram utilizadas pelos jornais Folha de São Paulo, Valor Econômico, O Estado de São Paulo e O Globo, para debaterem as Reformas da Previdência. Os veículos de comunicação mencionados são locus de realização perene do Jornalismo Econômico no Brasil. Foi necessário atender aos seguintes objetivos específicos:

a) Identificar quais vozes tiveram espaço durante as discussões das Reformas da Previdência.

b) Reconhecer por meio da estatística de frequência, a presença das Vozes privilegiadas nas matérias;

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

Desenvolvem-se 3 (três) períodos: 1998 (ano chave das votações e aprovação da Reforma da Previdência de Fernando Henrique Cardoso; 2003 (reforma de Lula) e o terceiro momento ( agosto de 2016 - quando Michel Temer assumiu o cargo de Presidente, após o processo de Impeachment de Dilma Rousseff - até julho de 2017. Contemplou-se 1 (um) ano para cada governo. No caso do Valor Econômico, foi considerado apenas o segundo e terceiro momento, visto que o foi fundado apenas no ano 2000.

O estudo inclui o conteúdo, na íntegra, que trata da Previdência nas editorias de economia nos anos analisados. Consideraram na FSP, as editorias Dinheiro (nos anos de 1998 e 2003) e Mercado (em 2016 e 2017). No caso do VE, as editorias Brasil e Finanças. No OESP, os cadernos de economia (em 1998 e 2003) e E & N – Economia e negócios (nos anos de 2016 e 2017). Já no OG, levaram-se em conta as matérias da editoria de Economia.

Foram consideradas nas materias, as seguintes palavras-chave: Seguridade Social; Previdência Social; Reforma da Previdência; déficit da Previdência; Previdência Privada; aposentadoria, fundos de pensão e INSS. Os termos foram identificados nos títulos, subtítulos, lead, olho3, chapéu4 nos textos.

Considerou-se o conteúdo dos gêneros informativos (reportagens e entrevistas) e opinativas (editorias e artigos de opinião). Buscou-se contemplar no que Bardin (1977) chama de “exaustividade” na exploração do material. Foram analisadas 852 matérias jornalísticas: 356 da FSP (72 no M1; 80 no M 2 e 204 no M3),219 do OG (31 no M 1; 33 no M2 E 155 no M3), 141 do VE (41 no M2 e 100 no M3 – não existia VE no M1) e 136 do OESP (84 no M1, 21 no M2 e 31 no M3 ).

A pesquisa considerou a organização apresentada por Fonseca Júnior (2005, p. 290): pré-análise, exploração do material e o tratamento dos resultados.

3 Texto jornalístico curto que destaca os pontos mais importantes e que está geralmente

relacionado ao título principal.

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

Também parte de alguns passos apresentados por Bauer (2007): contato com os documentos a serem analisados, escolha da amostra; construção de um referencial teórico; teste piloto do material coletado; codificação dos materiais e a construção de um arquivo de dados. O estudo corresponde a um mapeamento que adota uma metodologia qualiquantitativa (dados quantitativos, por meio de estatísticas, com uma abordagem qualitativa, ou seja, através de interpretações). Traz assim, a recorrência de categorias aliadas as suas análises qualitativas (BARDIN, 1977; VERGARA, 2010).

A catalogação do material foi feita por meio do conteúdo dos jornais impressos digitalizados e disponíveis nos sites dos jornais. Enfatiza-se que apenas a FSP oferece o acervo de forma aberta e gratuita. Para ter acesso aos demais jornais foram necessárias às assinaturas dos mesmos. O processo seguinte foi à tabulação, por meio de planilhas do Excel. Cada coluna apresentava a data, nome do jornal, título da matéria, caderno e as vozes presentes. Posteriormente, se deu a quantificação, análise e a interpretação dos resultados. Os resultados são apresentados de duas formas: frequência absoluta (registra a quantidade de vezes que cada categoria ocorreu) e frequência relativa (traduz por meio de porcentagem, a situação comparativa de cada caso).

Bardin (1977) esclarece que as categorias são compostas de unidades de registros, a partir de características em comum. Esse trabalho classificou os elementos com uma denominação genérica. Baseado na mesma autora, criou-se campos de análises que originaram categorias fixas. A categorização comporta duas etapas: o inventário (isola os elementos) e a classificação (reparte e dividi em grupos). As categorias devem ser homogêneas, esgotarem a totalidade do texto e serem exclusivas (BARDIN, 1977, p. 36). As unidades textuais foram transformadas em categorias, a partir de temas que agrupam elementos em comum, seguindo alguns parâmetros.

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Quadro 2 - Categorias para análise de vozes nos Jornais

Categorias de Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Institutos de Pesquisa (VIP)

Institutos de pesquisa e/ou técnicos/ pesquisadores dessas instituições. a) Institutos de pesquisa; b) Técnicos e/ou pesquisadores de Institutos de pesquisas; c) Dirigentes dos institutos de pesquisa.

“IPEA – Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada” (OG, 10-04-2017)

“IBGE”

(OG, 13-06-2003) (VE, 18-08-2003) “Instituto IPSOS” (VE, 23-12-2016)

“Milto Matijascic – Técnico do IPEA” (FSP, 25-06-2017)

(VE,10-10-2016)

“Kaizô Beltrão – Técnico do IPEA” “Presidente do IPEA” (FSP, 25-06-2017)

Academia

(VAC) representantes de instituições Docentes e de ensino:

Instvan Kasznar, Professor da FGV (OG, 13.06.03)

José Matias Pereira, Professor da UNB (VE, 11.01.17)

Luiz Eduardo Afonso, Professor da USP (VE, 06.03.17)

Simone Fontes, Professora da UFT (FSP, 06.11.16)

Kaizo Beltran, Superintendente da Escola Nacional de Ciências e Estatísticas (OG, 13.06.03)

Carlos Ivan Simonsen, presidente da FGV (VE, 25.02.17)

Mercado Financeiro (VMF)

Consideram-se as fontes do Mercado Financeiro, tais como:

Osvaldo Nascimento- Diretor do Itaú Vida” (VE, 30-01-2003)

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019 a) Diretores, gerentes e superintendentes de bancos; b) Corretores de seguro; c) Bolsa de valores.

Rodrigo Bacellar – Superintender do Grupo Santander” (FSP, 13-01-2003)

Marco Antônio Rossi – Diretor Presidente do Bradesco Previdência”

(FSP, 13-01-2003) (OG, 17-02-2003)

Paulo Cury – Gerente de planejamento do Banco Patrimônio” (OG, 06-04-1998) Ana Lucia Macedo – Diretora do Citibank” (OG, 06-04-1998)

“Walter Hime – Diretor de Seguro e Previdência do Banco Real” (OG, 06-04-1998)

“Luiz Antônio Vaz – Diretor da Planner Corretora” (VE, 07-08-2003)

“Marco Tulli Siqueira – Gerente da Bovespa”

(VE, 20-04-2017) Continuação

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Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Parlamenta res e líderes/presidente de partidos (VPA) Consideram-se os parlamentares (deputados e senadores) além dos representantes dos partidos: a) Dep utados federais e estaduais, exceto Carlos Marum; b) Rep resentantes de partidos; c) Sen adores.

“João Paulo Cunha – Deputado do PT” no Governo Lula (VE, 02-01-2003)

“Deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro” (OG, 29-03-2017)

“Rogerio Rosso – Lider do PSD na câmara” (VE, 06-12-2016)

“José Genoíno – Presidente do PT” no Governo Lula (VE, 03-01-2003)

“Representantes do PP” (FSP, 27-07-2017)

“Antônio Carlos Magalhães – Presidente do Senado” no governo FHC

(FSP, 19-09-1998) (OESP, 12-10-1998)

“Romero Jucá – Senador” no Governo Temer

(FSP, 06-12- 2016) (VE, 13-04-2017)

Cassio Cunha Lima – Vice-presidente do Senado no Governo Temer (OG, 29-03-2017)

“Heloisa Helena – Senadora” (OG, 11-07-2003)

“Renan Calheiros – Senador (OG, 05-04-2017)

Carlos Marum (VCM)

O deputado Carlos Marum aparece em duas situações: a) Parl amentar; b) Pre sidente da Comissão especial

“Carlos Marum – Deputado” (FSP, 27-07-2017)

“Carlos Marum - Presidente da Comissão especial da Reforma da Previdência (OG, 05-04-2003)

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da Reforma da Previdência.

Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Beneficiários (VBE)

Beneficiários do INSS: (a) aposentados; (b) pensionistas.

“Maria Dos Santos – Aposentada” (VE, 26-09-2016)

“Maria Alzira Garcia – Aposentada” (FSP, 12-11-2003)

“Maria Machado – Pensionista” (FSP, 12-11- 2003) Ministério da Previdência (VMPS) Considera-se: a) A fonte utilizada é o próprio Ministério da Previdência Social; b) Sec retária do Ministério da Previdência; c) Rep resentantes das secretárias que compõem o órgão, a saber: Representantes da Secretária de Previdência Complementar “Ministério da Previdência” (VE, 10-01-2003) (OG, 12-03-1998) (FSP, 04-01-1998)

Secretaria de Previdência Social (VE, 27-03-2003)

Adacir Reis - Secretária de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência (VE, 02-01-2003) (FSP,16-11-2003) Álvaro Solon (VAS) Álvaro Solon - Secretário Executivo do Ministério da Previdência Social

“Álvaro Solon – Secretário Executivo da Previdência” no Governo Lula

(OG, 25-08-2003) (VE, 29-08-2003) (FSP, 14-09-2003)

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Marcelo Caetano (VMC)

Marcelo Caetano aparece como vozes em duas situações: a) Secretário da Previdência Social; b) Pesquisador; c) Formulador da Proposta de reforma da Previdência.

Marcelo Caetano - Secretário da Previdência Social” no governo Temer”

(OG, 29-03-2017) (FSP, 07-12-2016) (VE, 08-08-2016) “Marcelo Caetano – Pesquisador do IPEA” (FSP, 25-06-2017)

“Marcelo Caetano - Formulador da Proposta de reforma da Previdência”

(FSP, 11-12-2016) Helmut Schwarzer (VHS) Helmut Schwarzer – Secretário Executivo do Ministério da Previdência Social

Helmut Schwarzer - Secretário da Previdência Social” no governo Lula

(VE, 09-01-2003) (OG, 19-08-2003) (FSP, 21-04-2003)

José Cechin (VJC)

José Cechin aparece em dois momentos, a saber:

a) Secretário Executivo do Ministério da Previdência;

b) Ex- Ministro.

José Cechin - Secretário Executivo do Ministério da Previdência Social no governo FHC

(OG, 10-03-1998) (FSP, 04-01-1998)

José Cechin – Ex-ministro do governo Lula (OG, 07-08-2003)

Governo

Ministérios (VGM)

Quando as fontes são os próprios Ministérios, exceto o da Previdência Social e o Ministério da defesa. Ministério do Planejamento (VE, 13-01-2003) (OG, 15-01-1998) Ministério da Fazenda (FSP, 02-01-1998) (OG, 05-04-2017) (VE, 17-11-2003) Ministério do trabalho (FSP, 20-08-1998) Continuação

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Categorias de

Vozes

Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Ricardo Berzoini (VRB)

Ricardo Berzoini – Ministro da Previdência no Governo Lula

Ministro da Previdência Ricardo Berzoin (VE, 02-01-2003)

(FSP, 03-01-2003) (OG, 13-06-2003)

Waldeck Ornelas (VWO)

Waldeck Ornelas – Ministro da Previdência no Governo FHC

Ministro da Previdência Waldeck Ornelas no governo FHC

(FSP, 20-08-1998) (OG, 02-11-1998) (OESP, 17-09-1998)

Arthur Maia (VAM) Deputado e relator da Reforma da Previdência no governo Temer, Arthur Maia.

Arthur Maia- Relator do projeto de Reforma da Previdência

(OG, 29-03-2017) (FSP, 13-04-2017)

Rodrigo Maia

(VRM) Rodrigo Maia – Presidente da Câmara

Presidente da Câmara dos deputados Rodrigo Maia” (FSP, 07-09-2016) (OG, 11-05-2017) (VE,06-12-2016) Michel Temer (VMT)

Quando a fonte consultada é o próprio Michel Temer, através de pronunciamentos, anúncios oficiais ou entrevistas ou ainda por meio dos porta-vozes. Ele surge como voz em várias situações:

a) Presidente da Câmara no governo de FHC;

b) Presidente do Brasil;

c) Porta voz em nome do Presidente.

Presidente da Câmara Michel Temer (FSP, 19-09-1998)

Presidente Michel Temer (OG, 05-04-2017) (FSP, 06-12-2016) (VE, 06-12-2016)

Assessor do Presidente Michel Temer (OG,08-05-2017)

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Categorias de

Vozes

Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Henrique Meirelles (VHM)

Henrique Meirelles – ele figura em duas situações, a saber:

a) Presidente do Banco Central; b) Ministro da Fazenda

no Governo Temer.

Henrique Meirelles, Presidente do Banco Central (FSP, 12-01-2003)

Ministro da Fazenda Henrique Meirelles (FSP, 07-12-2016)

(OG, 08-12-2016) (VE, 09-11-2016)

Entidades

Patronais (VEP) Instituições patronais

Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) (OG, 05-04-2017)

Associações empresarias (FSP,27-04-2017) Alencar Burti – Presidente da Associação Comercial de São Paulo (FSP,27-04-2017) José Elias- diretor Executivo das pequenas empresas de construção civil (FSP, 27-04-2017) Continuação

Categorias de

Vozes

Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Ministros de

Governo (VMI) Ministros dos Governos, exceto os da Previdência Social.

Paulo Paiva-Ministro do trabalho no governo FHC (OG, 17-02-1998)

Antônio Kandir – Ministro do Planejamento no Governo FHC (FSP, 17-02-1998)

Pedro Malan - Ministro da Fazenda no Governo FHC

(FSP, 17-02-1998) (OESP,29-10-1998)

Raimundo Brito – Ministro de Minas e Energia no Governo FHC (OESP, 11-09-1998)

Dyogo Oliveira – Ministro do Planejamento no governo Temer (VE, 05-05-2017)

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Dilma Rousseff – Ministra de Minas e energia (FSP, 26-07-2003)

Raul Jugmann – Ministro da defesa (VE, 27-03-2017)

Antônio Palocci – Ministro da Fazenda no Governo Lula (VE, 03-01-2003) (OESP, 24-01-2003) (OG, 22-07-2003) (FSP, 18-03-2003) Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Secretários de governo (VSG)

Secretários dos Ministérios, exceto Helmut Schwarzer, Álvaro Solon e Marcelo Caetano.

Fábio Kackzunk - Secretário do Ministério da Fazenda (VE, 25-04-2017)

Mansueto Almeida - Secretário de política econômica do Ministério da Fazenda (VE, 30-05-2017)

Consultorias (VCO)

Consultorias financeiras e prestadores de serviços dessas instituições, a saber:

a) Empresas de consultorias; b) Consultores financeiros e/ou porta-vozes das empresas de consultorias; c) Consultores de Previdência.

Consultoria Financeira ADP (OG,06-04-2017) Fábio Klein – Tendências Consultorias” (OG, 10-04-2017)

Wladimir Novais Martinez (FSP, 15-02-1998)

Francisco de Oliveira - Consultor de Previdência (OG, 27-01-2003)

Economistas (VEC)

Economistas e especialistas na área de economia e/ou finanças:

a) Economistas;

Economista Ana Amélia (OG, 23-04-2017) Economista Paulo Rabello (VE, 17-02-2003) Economista e especialista em finanças Raull Velloso

(OG, 05-04-2017) (VE, 14-10-2016) (OESP,01-11-1998)

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b) Especialista em

finanças. Economista Leonardo Rolim (FSP, 30-07-2017) Economista José Roberto Afonso” (FSP, 26-07-2017)

Economista Paulo Tafner (OESP, 01-08-2016) Economista Carlos Langoni da FGV (OG, 17-02-2003)

Economista Margarida Gutierrez da UFRJ (OG, 17-02-2003)

Valter Police Júnior – Planejador financeiro (VE, 09-12-2016)

Categorias

de Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Sem Vozes (SV) Textos opinativos, nos quais, não na maioria há presença de vozes (FSP, 11-10-1998) (VE, 13-01-2003) (OG,19-02-1998) (OESP,07-04-1998) Entidades da Previdência Privada (VEPP) Entidades, Comitês e Associações ligadas ao mercado da Previdência Privada: a) Associações que reúnem empresas ligadas a Previdência Privada; b) Comitês de apoio às entidades ligadas a Previdência Privada; c) Fundações de apoio a Previdência Complementar; d) Superintendência de Seguro Privado (Susep);

Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp)

(VE, 30-01-2003) (OG, 27-01-2003)

“Abrapp – Associação Brasileira das entidades fechadas de Previdência privada”

(FSP, 13-09-2016) (VE, 09-03-2017)

“Comitê de desenvolvimento do mercado de capitais” (VE, 17-02-3003)

“Carlos Henrique Flory Presidente da Fundação da Previdência Complementar de São Paulo” (FSP, 30-07-2017)

“Superintendia de Seguros Privados (Susep)”

(VE, 18-12-2003) (FSP, 26-07-1998)

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e) Federações ligadas ao

setor. “Renê Garcia – Titular da Superintendência da Susep” (VE, 18-12-2003)

“Federação Nacional das empresas de Seguros privados (VE,18-12-2003)

Mercado de Previdência Privada (VMPP)

Empresas que trabalham com planos de Previdência Privada aberta.

a) Fundos de Pensão b) Porta voz de instituição

de Fundo de Pensão

Rosangela Granato – Presidente da BrasilPrev (FSP, 02-11-1998)

Petros – Fundo de pensão da Petrobras (FSP, 06-09-2016)

Previ – Fundo de Pensão do Banco do Brasil (FSP, 06-09-2016)

Funcef - Fundo de Pensão da Caixa Econômica” Federal (FSP, 06-09-2016)

Sergio Rosa – Presidente da Previ – fundo de Pensão do Banco do Brasil (FSP, 13-03-2003)

Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

INSS (VIN)

Quando a fonte utilizada é o próprio Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) ou porta-vozes do órgão. a) INSS; b) Diretores, representantes, coordenadores e/ou Presidente do INSS. INSS (FSP, 02-01-1998) (OG, 12-03-1998) (VE, 06-05-2003)

Luiz Alberto – Diretor de arrecadação e fiscalização do INSS (FSP, 04-01-1998)

Leonardo Gadelha – Presidente do INSS (FSP, 30-08 -2016)

Mika Komatsu - Coordenadora de seguro Social do INSS (OG, 12-03-1998)

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019

Weber Holanda – Procurador Geral do INSS (OESP, 23-10-1998)

Sindicatos e centrais sindicais (VSI)

Vozes ligadas a entidades que representam as classes trabalhadoras. a) Porta Vozes de entidades ligadas aos trabalhadores, exceto, Paulinho da Força; b) Entidades ligadas aos trabalhadores.

Ricardo Patah - Presidente da União Geral dos trabalhadores (UGT) (FSP, 07-12-2016)

Luiz Marinho – Presidente do Sindicato dos metalúrgicos do ABC (FSP, 10-12-1998)

Central Única dos trabalhadores (CUT) (VE, 11-10-2016)

Central Sindical Pública (FSP, 24-02-2017)

Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força” (VPF)

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força aparece de duas maneiras:

a) Sindicalista; b) Parlamentar.

Paulo Pereira, o Paulinho – Presidente da Força Sindical

(FSP, 14-01-2003) (VE, 09-12-2016)

Paulinho Pereira – Deputado (VE, 05-10-2016)

Governo Federal (VGF)

A voz em questão é o próprio Governo Federal que se manifesta geralmente através de notas à imprensa. Governo Federal (OG, 05-04-2017) (VE, 26-12-2003) (FSP, 02-07-2003) Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Governos estaduais (VGE)

Governos dos estados, além das secretarias estaduais: a) Governadores;

b) Secretários estaduais; c) Secretarias estaduais.

Paulo Souto – Governador da Bahia (OG, 07-08-2003)”

Assis Roberto – Secretário de energia, minas e comunicação do Rio Grande do Sul (FSP, 23-04-1998)

Mario Benevides – Secretário da Fazenda do Ceará (VE, 11-11-2016)

Secretaria da fazenda do Rio de Janeiro (OG, 05-04-2017)

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Ministério da Justiça (VMJ)

Ministérios e Ministros ligados a Justiça, dentre eles: a) Supremo Tribunal Federal; b) Ministros e Presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF).

Supremo Tribunal Federal (FSP, 01-01-2017) Carmem Lucia – Ministra do Supremo Tribunal Federal (OG, 06-04-2017)

Marco Aurélio Melo – Presidente do Supremo Tribunal Federal (OG, 16-01-2003)

Mauricio Correa - Presidente do Supremo Tribunal Federal (FSP, 20-11-2003)

Empresas (VEM)

Empresas, grupos empresarias e representantes das mesmas.

a) Grupos empresariais; b) Representantes de

empresas.

J&F (Empresas de Joesley e Wesley Batista) (FSP, 06-09-2016)

Grupo W Torre (FSP, 06-09-2016) Vale (VE, 15-05-2003)

Roger Agneli – Presidente da Vale (OG, 19-08-2003) Prefeituras (VPR) Prefeituras (e seus representantes) e secretarias municipais: a) Prefeitos; b) Secretários municipais.

João Doria – Prefeito de São Paulo (FSP, 27-04-2017)

Gleison Pereira – Secretário de gestão previdenciária de Belo Horizonte (VE, 09-03-2017)

Categorias de

Vozes

Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Advogados

(VAD) Advogados

“Wladimir Novaes Martinez – Advogado Especializado em Previdência”

(FSP, 27-02-1998) (OESP,12-10-2998)

“Rosangela Galdino - Advogada Especializada em Previdência”

(OG, 12-03-1998)

“Marcio Pestana – Advogado Tributarista” (VE, 15-05-2003)

Outras

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Lúcia Carvalho – Domestica (OG, 13-06-2003) Fernando Fernandes – Atleta (OG,09-05-2017) Luiz Felipe Ponde – Filosofo (VE, 30-11-2016) Gian Milesi-Ferreti – Vice-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) (VE, 19-04-2017) Policia Federal (FSP, 06-09-2016)

Ministério Público (FSP, 06-09-2016)

Rodrigo Janot- Procurador Geral da Republica (OG, 06-05-2017)

Luiz Inacio Lula da Silva – Presidente do país (FSP, 22-11-2003)

Fernando Henrique Cardoso (OESP, 04-11-1998) Eduardo Bacellar – Comandante da Marinha

(OG, 08-08-2016) (OESP, 04-08-2016)

Categorias de

Vozes Definição das Vozes Exemplos (como aparecem nas matérias)

Tesouro Nacional (VTN)

Aparece de duas formas: a) Tesouro Nacional; b) Porta-vozes do Tesouro Nacional. Tesouro Nacional (VE, 03-01-2017) (OESP, 25-01-2003)

Joaquim Levy – Secretário do Tesouro Nacional (FSP, 18-03-2003)

Ana Paula Vescovi – Secretária do Tesouro Nacional (VE, 30-09-2016) (FSP, 31- 08,2016) Indeterminada (VIND) Vozes indeterminadas, ou seja, quando houver referência nominal da voz, mas sim somente a profissão como:

uma fonte do governo (VE, 01-03-2017) especialistas

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a) Uma fonte; b) Especialistas.

Fonte: Dados dos autores (2019).

Biroli e Mantovani (2010) explicam que a Análise de Vozes explicita quais atores são citados e em que perspectivas estão presentes na cobertura jornalística, ou seja, quem fala nesses textos e a partir de que posições sociais.

Schmitz (2011) chama atenção para a multiplicidade de Vozes, relativas às organizações, grupos sociais e agentes individuais. Na construção das notícias, há uma complexidade no relacionamento entre as Vozes e os jornalistas, pois tentam persuadir esses profissionais a divulgarem suas notícias. As Vozes são aquelas pelos quais os jornalistas obtêm informações. Elas apresentam qualificações diferentes de acordo com suas credibilidades, relações com os jornalistas e notoriedade. O jornalismo articula com os campos políticos, econômicos e sociais, e essas Vozes entram para fazerem seus jogos. Na atividade dos jornalistas, as notícias dependem do que essas Vozes irão dizer (SCHMITZ, 2011).

Lene (2006) diz que há uma entidade que agrega múltiplas Vozes, e assim, os meios de comunicação tentam traduzir os fatos econômicos e orientam os consumidores sobre as mudanças em curso.

A gênese do jornalismo econômico

Os Jornalistas Econômicos estão inseridos em uma estrutura social para desenvolver suas carreiras. Exige que estabeleçam relações com outros profissionais da área e agentes de outros campos, em especial, o dos economistas. Enquanto isso, a sociedade deposita uma crença nos discursos econômicos que são reforçados pelos profissionais do jornalismo (ORTIZ, 2006).

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Quintão (1987) esclarece que o Jornalismo Econômico se preocupa em trabalhar com tudo o que envolve economia e o setor de finanças. Schudson (1995) argumenta que essas notícias são dirigidas a públicos específicos, como por exemplo, os investidores. A visão da economia política acaba por relacionar a produção desse conteúdo com a estrutura econômica da disposição dessas notícias (SCHUDSON, 1989).

Ao falar dos fenômenos econômicos, os jornalistas acabam por absorverem a linguagem de economia, mas não sabem traduzi-la para os leitores, e acaba por tornar o texto muito retórico (QUINTÃO, 1987, p. 109).

A linguagem no Jornalismo Econômico deve ser acessível ao público (CALDAS, 2003). A autora explica que o texto de economia exige esforço extra do jornalista para traduzir os termos técnicos. Nas editorias de economia são noticiados assuntos como juros, inflação, tarifas públicas, reajustes de aluguéis ou dos preços de alimentos ou salário. A produção dos textos econômicos deve agregar novos dados aos leitores, mas de modo a facilitar a compreensão. Kucinski (1996) diz que a maioria dos Jornalistas Econômicos demonstram dificuldades de compreensão do conteúdo e da linguagem. O autor reforça que a maior parte do público, mesmo os que possuem formação acadêmica, não consegue decifrar essas notícias.

Basile (2002, p. 9) afirma que “se é difícil interessar-se pela leitura de publicações econômicas, é infinitamente mais difícil produzi-las com integridade”. Esses textos são destinados a indivíduos interessados em saber como consumir, poupar, produzir ou investir, e que precisam se atentar para questões e como o preço do dólar, política econômica, a situação da bolsa de valores, dentre outros assuntos (BASILE, 2002).

Lene (2010) explica que a aquisição de poder simbólico do Jornalista Econômico passa por construções de um texto, que transmite as informações de

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forma objetiva, de modo a ser assimilada pelo público. A autora (2006) defende que o noticiário econômico é pautado pelos relatos de acontecimentos do presente, antecipam situações e provocam mudanças no mercado. Lene enfatiza que a economia são processos singularizados pela linguagem jornalística, que os noticia como se fossem episódios. A autora destaca que a imprensa econômica reluta em aceitar as adversidades da economia.

Segundo Puliti (2009), os agentes do mercado financeiro, aproveitam-se do espaço oferecido pela imprensa para influenciar na agenda político-econômica. A autora defende que os profissionais do campo econômico, por meio das ciências exatas, projeções e uma aparente neutralidade em relação aos fenômenos econômicos, conquistaram credibilidade no mundo jornalístico.

O Jornalismo Econômico é de acordo com Kucinski (1996), displicente quanto a questões como a fome, desemprego e as desigualdades mundiais. Kucinski (2000) argumenta que nesse tipo de jornalismo, os ciclos expansivos sempre ganham uma sobrevida maior, e as crises são em geral subestimadas. O autor (1996) afirma que esse tipo de jornalismo se ressente da pouca autonomia ideológica desses profissionais em relação às classes proprietárias na abordagem dos temas da agenda político-econômica. O Jornalismo econômico pode ser trabalhado, como uma unidade com pouca ou relativa autonomia, determinada por uma estrutura interna, produto de sua história.

Uma instituição chamada Previdência Social

Em outubro de 1988, a Constituição Federal previu um tripé para a Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência Social (Artigo 194), financiados, direta ou indiretamente, por toda a sociedade (Artigo 195).

Segundo Silva (2011), a principal condição para o acesso a Previdência Social é a capacidade de contribuição dos trabalhadores. Gentil (2006) diz que

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visa repor a renda daqueles que, por motivos de acidente ou outras razões justificáveis, foram impedidos de participarem do mercado de trabalho e processo de produção.

Nesse sentido, reforça-se o papel do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Trata-se de um sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado e aos Regimes Próprios dos Servidores Públicos da União e que normatiza as contribuições sociais (GENTIL, 2003). A Constituição brasileira prevê aos trabalhadores que contribuem para a Previdência Social, direitos aos benefícios oferecidos pelo INSS (LAVINAS, ARAÚJO, 2017; ZANELLA, et al, 2014). São eles:

a) Aposentadoria: ela se concretiza, por três formas: invalidez, idade ou por tempo de contribuição (35 para homens e 30 mulheres). Os trabalhadores têm o valor do INSS descontado nas folhas de pagamentos. A contribuição previdenciária é de caráter obrigatório e, tanto o Estado quanto o empregador, realizam aportes à Previdência (GENTIL, 2006; ZANELLA et al, 2014);

b) Auxílio-doença: benefício eventual ou temporário (SILVA, 2011); c) Salário-maternidade: renda mensal paga pela empresa, cujo valor será compensado no recolhimento das contribuições previdenciárias sobre a folha de salário (SOUZA, 2008);

d) Auxílio-reclusão: concedido aos dependentes de segurados de baixa renda (SILVA, 2011). O segurado que está em reclusão precisa ter uma renda familiar igual ou inferior a R$1.364,43 e estar contribuindo, na data da prisão, para que os dependentes recebam o benefício;

e) Pensão por morte: é pago aos dependentes em razão da morte do segurado (SOUZA, 2008).

No Brasil, é previsto pela Constituição Federal que cada Estado possa instituir suas regras e contribuições específicas em relação à Previdência Social.

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Também estabelece dois modelos, considerados no presente trabalho, como M1 (Repartição simples) e M2 (Capitalização). O quadro a seguir traz, as principais características que qualificam esses modelos.

Quadro 2 – Características dos Modelos da Previdência

Modelo de Repartição Modelo de Capitalização

Solidariedade - os segurados ativos contribuem para o pagamento dos benefícios dos inativos (FALEIROS, 2000;

GRUN, 2003; ROCHA, 2015).

Individualidade - os segurados contribuem para o seu próprio benefício. O montante é aplicado hoje para ser sacado no futuro

(GRUN, 2003; GENTIL, 2006).

Natureza redistributiva e assistencial

(GENTIL, 2006). Beneficia os interesses do capital (ROCHA, 2015).

É gerido pelo Estado (GENTIL, 2006). Segue as regras do Mercado Financeiro. Fontes: Faleiros (2000), Grun (2003), Gentil (2006) e Rocha (2015).

Há dois regimes básicos e um complementar, a saber:

a) O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) - sistema destinado aos trabalhadores para que eles e seus dependentes se vinculem, mediante contribuição. Gerenciado pela União, tem suas políticas executadas pelo INSS (GENTIL, 2006; SILVA, 2011; ROCHA, 2015). Nakayodo e Savoia (2008) explicam que a administração cabe ao Ministério da Previdência Social. Quanto maior for à taxa de desemprego e reduzidas às contribuições em função de baixos salários, menores serão as condições do RGPS de proteger os trabalhadores (SILVA, 2011).

Gentil (2003) explica que o RGPS tem como fonte de receita as contribuições sociais dos empregadores e trabalhadores sobre a folha de salários, além do próprio Estado. Segue a seguinte lógica: se há crescimento de emprego com carteira assinada e uma melhoria dos rendimentos médios, consequentemente, o acesso a esse regime é expandido. Se por outro lado, houver uma retração, ocasionará na redução da cobertura. Esse é o regime mais propicio às variações

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da economia e do mercado de trabalho, visto que a sua composição de contribuintes é mais variada (SILVA, 2011).

No RGPS vigora o sistema de Repartição Simples (SILVA, 2011; ZANELLA, et al, 2014). Nele, distribui-se parte da renda de um período dos trabalhadores ativos para cobrir os gastos com benefícios dos inativos (os já aposentados). Depende da razão de uma dependência previdenciária na qual se considera a relação entre os números de beneficiários e contribuintes. As próximas gerações, além dos empregadores e do próprio Estado, financiarão os benefícios dos que estão contribuindo hoje (FERREIRA, SOUZA, 2008; IZERROUGENE, 2009).

b) Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) - destinados aos servidores públicos civis da União, Distrito Federal, Estados e Municípios, além dos militares e organizados pelos indivíduos federados, com a supervisão da União;

c) Regime de Previdência Complementar (RPC) ou Previdência Privada (esse será discutido na seção a seguir)

O Modelo de Previdência Privada

O Regime de Previdência Complementar (RPC) ou Previdência Privada corresponde a uma aposentadoria que garante ao trabalhador ou ao beneficiário uma renda extra. Proporciona um seguro facultativo e adicional ao que é oferecido pelo RGPS ou RPPS. Possui uma contribuição definida. O valor é acertado no momento da contratação do plano (LAVINAS; ARAÚJO, 2017). O trabalhador produzirá um montante para sustentar o seu benefício previdenciário. O pagamento da aposentadoria se dará através de um fundo individual aplicado por instituições financeiras (FALEIROS, 2000).

Rocha (2015) explica que no Brasil, a Previdência Privada foi implementada, nos anos de 1960, sob a forma de fundação de seguridade. Já na década de 1970, com os fundos de pensão. A discussão em torno da regulamentação da

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Previdência Privada no Brasil teve início em 1972, mas só se concretizou em 1977 (JARDIM, 2003; ABREU, MASSONETTO, 2016). O Estado começou a surgir, nesse cenário, com o argumento de que as poupanças geradas pelos fundos de previdência privada seriam investidas na economia (JARDIM, 2003). Em 1977, essas entidades foram divididas em dois grupos: fechadas e abertas (JARDIM, 2003; SILVA, 2011; ROCHA, 2015; LAVINAS, ARAUJO, 2017):

a) Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC): qualquer pessoa pode participar e se subdivide em duas: sem fins lucrativos e com fins lucrativos, organizadas como sociedades anônimas. É incentivada através de deduções tributárias nos impostos de renda das pessoas físicas (JARDIM, 2003; SILVA, 2011; LAVINAS; ARAUJO, 2017). As instituições que oferecem planos individuais de Previdência abertas, como bancos e seguradoras, são fiscalizados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) do Ministério da Fazenda (NAKAYODO E SAVOIA, 2008; SILVA, 2011). Os Planos de Previdência não estão ligados ao INSS. Os mais comuns são: os VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre – seguros de pessoas e não são dedutíveis do imposto de renda) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre – uma espécie de previdência complementar);

b) Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) ou Fundos de Pensão - não podem ter fins lucrativos e são acessíveis exclusivamente aos empregados de uma empresa ou um grupo de empresas, constituídas sob a forma de sociedade civil ou fundação (ROCHA, 2015).

Grun (2003) afirma que os fundos de pensão das empresas estatais iniciaram a capitalização no Brasil há mais de quarenta anos. Essas entidades viabilizam uma aposentadoria complementar aos trabalhadores, além de um auxilio por morte e pensão para a família. Os fundos de pensão podem ser retirados quando os trabalhadores são demitidos ou saem das empresas. São

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supervisionadas pelo Ministério da Previdência Social (JARDIM, 2003; SILVA, 2011; LAVINAS, ARAÚJO, 2017).

Em 2003, criou-se o Funpresp (Fundo de pensão dos servidores públicos). Trata-se de um regime complementar de Previdência que só se tornou realidade em 2012, quando foi regulamentado no governo de Dilma Rousseff.

As vozes presentes nas notícias sobre a Previdência nos anos de discussões das reformas

A análise empírica desenvolvida por esse trabalho nos permite dizer que não houve uma homogeneidade em relação à representatividade do conjunto de vozes nos quatros jornais analisados. Em relação ao problema de pesquisa, podem-se dividir em três grupos: o primeiro envolve agentes individuais e/ou instituições que favorecem o modelo de capitalização. São eles: VMF, VPA, VCM, VAS, VMC, VHS, VJC, VRB, VWO, VAM, VRM, VMT, VHM, VCO, VEPP, VGF e VMPP. Do segundo grupo, destacam-se como categorias que nitidamente são contrarias as mudanças na Previdência e que, portanto são favoráveis ao regime de repartição, as vozes VSI e VPF. As demais categorias não foram identificadas nem como um modelo nem como outro, consideradas, portanto, como vozes neutras ou ambíguas.

A FSP e o OESP apresentaram quantitativos significativos de matérias nas quais não foram utilizadas vozes. A categoria SV atingiu os percentuais de 11,19% e 15,53 % respectivamente. Já no VE, o Mercado Financeiro figurou como o grupo com maior espaço (13,39%). Enquanto isso, o OG deu mais destaque para os parlamentares (9,78 %), considerados os maiores defensores e interessados nas reformas da Previdência.

Os jornais analisados optam, em diferentes oportunidades, por mencionarem em suas reportagens, Vozes indeterminadas (VIND). Isso pode

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causar questionamentos nos leitores acerca da fonte de informação e se ela é, de fato, confiável. A tabela a seguir mostra a frequência relativa e absoluta do conjunto de agentes e instituições que debateram sobre a Previdência, nos principais anos de discussão das reformas, nos 4 jornais analisados.

Tabela 1 – Vozes presentes nos anos de discussões das reformas

VOZES FSP OG VE OESP FR FA FR FA FR FA FR FA VMF 4,91 % 33 4,88 % 24 13,62% 41 2,45 % 5 VEC 4,62 % 31 9,57 % 47 11,96 % 36 5,88 % 12 VCO 2,23 % 15 3,66 % 18 6,64 % 20 1,96 % 4 SV 11,17 % 75 5,09 % 25 5,31 % 16 15,68 % 32 VMPS 3,27 % 22 1,62 % 8 4,98 % 15 7,35 % 15 VEPP 2,83 % 19 1,83 % 9 4,98 % 15 2,45 % 5 VMI 2,98 % 20 4,68 % 23 5,98 % 18 4,90 % 10 VPA 8,04 % 54 9,77 % 48 4,31 % 13 1,47 % 3 VMC 1,63 % 11 1,62 % 8 3,32 % 10 0 0 VOU 9,98 % 67 7,94 % 39 2,99 % 9 8,82 % 18 VHM 1,93 % 13 1,83 % 9 2,99 % 9 0 0 VAC 2,53 % 17 5,29 % 26 2,99 % 9 1,96 % 4 VGE 0,89 % 6 2,03 % 10 2,65 % 8 0,49 % 1 VGF 2,23 % 15 1,83 % 9 2,65 % 8 1,96 % 4 VTN 0,74 % 5 0 0 2,65 % 8 0,98 % 2 VRB 2,23 % 15 0,61 % 3 2,32 % 7 0 0 VIND 0,74 % 5 6,92 % 34 1,99 % 6 0,98 % 2 VHS 0,44 % 3 0,20 % 1 1,66 % 5 0 0 VGM 2,83 % 19 2,64 % 13 1,32 % 4 0,49 % 1 VAD 3,87 % 26 0,81 % 4 1,32 % 4 6,37 % 13 VSI 2,98 % 20 0,81 % 4 1,32 % 4 1,96 % 4 VEM 2,08 % 14 0,81 % 4 1,32 % 4 1,96 % 4 VIP 4,76 % 32 5,70 % 28 1,32 % 4 1,47 % 3 VAM 2,08 % 14 2,24 % 11 0,66 % 2 0,98 % 2 VAS 0,14 % 1 0,81 % 4 1,32 % 4 0 0 VBE 1,19 % 8 1,83 % 9 0,66 % 2 6,86 % 14 VCM 1,04 % 7 2,03 % 10 0,33 % 1 0 0 VIN 2,53 % 17 0,61 % 3 0,66 % 2 5,39 % 11 VJC 0,29 % 2 1,01 % 5 0,33 % 1 1,47 % 3 VMJ 0,44 % 3 0,40 % 2 0,33 % 1 0 0 VMPP 3,27 % 22 4,68 % 23 0,33 % 1 4,90 % 10 VMT 3,42 % 23 4,07 % 20 0,66 % 2 0 0 VPF 0,89 % 6 0,40 % 2 1,32 % 4 0 0 VPR 0,74 % 5 0 0 0,99 % 3 0,49 % 1 VRM 1,63 % 11 1,83 % 9 0,33 % 1 0,49 % 1

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VWO 0,29 % 2 0,81 % 4 0 0 10,29 % 21

VSG 1,93 % 13 0, 81 % 4 1,32 % 4 0,49 % 1 Total 100 % 671 100 % 491 100 % 301 100% 204 Fonte: Dados dos autores (2019).

Vozes presentes no OG nos anos de discussão das reformas

As vozes que expressamente se mostram contrariam as reformas e consequentemente favoráveis ao modelo de manutenção da repartição, VSI e VPF, totalizaram apenas 1,21 %. Já as categorias VMF, VPA, VCM, VAS, VMC, VHS, VJC, VRB, VWO, VAM, VRM, VMT, VHM, VCO, VEPP, VGF e VMPP resultaram em 42,70 % e assim favoreceram posicionamentos favoráveis as reformas e ao modelo de capitalização. Deste modo, 56,09 % foram representados por categorias neutras, ou seja, que não condicionaram a nenhum dos dois modelos. Dentre as vozes que tiveram mais espaço, os parlamentares ocupam o primeiro lugar com uma frequência absoluta de 48 registros e relativa de 9,77 %. Dentre os nomes mencionados estavam os senadores Cassio Cunha Lima, Romero Jucá (OG, 21-02-1017), Nelson Peregrino, líder do governo Lula no congresso e Heloisa Helena (OG, 11-07-2003). Aparecem também os deputados Rogerio Rosso (OG, 25,11-2003) e Arthur Lira (OG, 20-022-17).

O OG registrou um percentual significativo da categoria VIND, correspondendo a 6,92 % do conjunto de vozes. Pode-se citar como exemplo, a reportagem intitulada como “Fim da Paridade de servidores” do dia 24 de agosto de 2016. Nela foram mencionados “técnicos envolvidos nas discussões da reforma” e “um interlocutor”, não deixando claro quem seriam de fato essas vozes. Ainda do mesmo jornal, destacamos a matéria “Idade mínima sem gatilho”, na qual o jornalista teria entrevistado uma “fonte”, cujo nome foi preservado (OG, 10-03-2017).

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Nodia 27 de janeiro de 2017, a pesquisadora em economia, Denise Lobato Gentil, da UFRJ, disse na matéria intitulada “O rombo de 49 bilhões”, que o déficit da Previdência é reflexo das altas taxas de juros, desonerações tributárias e políticas macroeconômicas. Essas vêm ocasionando o desemprego e a informalidade, gerando, assim, um menor número de arrecadações. Denise também trabalhou a ideia de crise no sistema previdenciário e desequilíbrios na aposentadoria. O mesmo debate é sustentado ainda por outras vozes como um especialista em Previdência, uma fonte do Ministério, além de outros economistas.

O Especialista do Instituto de Pesquisa Aplicada, IPEA, Rogerio Naganime, disse que as reformas da Previdência no Brasil até agora, não foram suficientes para levar a convergência de regras entre servidores e setor privado. O pesquisador, que se enquadra na categoria das vozes de institutos de pesquisa (VIP), considera positiva a proposta feita por Michel Temer de mudança no sistema de Previdência pública, o que condiciona ao favorecimento para o modelo da capitalização. Ele ainda argumenta que a queda no quantitativo de filhos e o envelhecimento da população, geram a necessidade de mudança nas regras, o que demonstra que o especialista é, portanto, favorável à reforma em questão (OG, 13-03-2017).

Vozes presentes no VE nos anos de discussão das reformas

Foram identificadas 306 vozes no VE. Observou-se que somente o Mercado Financeiro, nos três períodos estudados, representou 13,62%, o que revela uma parcela significativa no que tange ao espaço reservado a esse setor. Dentre as fontes citadas pelos produtores simbólicos, podem-se mencionar instituições como o Banco do Brasil, além de representantes do Unibanco e Santander.

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Os agentes do campo dos economistas também tiveram um espaço significativo (12,09%). Destaca-se, por exemplo, a presença dos economistas Octavio de Barros, Pedro Schnaider, Mauricio Nakawodo, Mauricio Espirito Santos, dentre outros.

O espaço dedicado as Vozes no OESP nos anos de discussões das reformas da Previdência

Dentre o conjunto de matérias do OESP, 32 não apresentaram vozes (SV), totalizando um percentual de 15,53 %. Diante do problema de pesquisa, pode-se dizer que nespode-se caso a ausência de vozes em um texto, não condicionou a nenhum dos dois regimes da Previdência. A segunda categoria com mais representatividade foi a VWO, que representa o ex-ministro Waldeck Ornellas como fonte em 10,19 % da amostra jornal. É importante frisar que ele figurou como voz diante de diferentes enquadramentos, como: ENERE, ETECO, ETIIN, EEXRE E EPROPS.

As vozes representadas por VSI e VPF e que se mostram favoráveis a manutenção do regime de repartição, totalizaram apenas 1,96 %. Já as categorias que condicionam ao modelo de capitalização, VMF, VPA, VCM, VAS, VMC, VHS, VJC, VRB, VWO, VAM, VRM, VMT, VHM, VCO, VEPP, VGF e VMPP, totalizaram quase 26 %.

As Vozes presente na FSP nos anos de discussões das reformas

Pode-se dizer que as categorias que nitidamente expressam-se favoráveis ao modelo de repartição, a VSI e VPF, resultaram na FSP em apenas 3,8 %. Já as vozes que trazem aspectos voltados para a defesa de reforma da Previdência, o

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que poderia provocar uma expansão na dinâmica do regime de capitalização, resultaram em 38,72 %, representadas pelas categorias VMF, VPA, VCM, VAS, VMC, VHS, VJC, VRB, VWO, VAM, VRM, VMT, VHM, VCO, VEPP, VGF e VMPP. Já 57,48 % não reforçou nenhum dos dois modelos, pois se apresentavam de formas diferentes a depender do conteúdo da matéria.

Foi possível detectar uma frequência absoluta de 670 vozes na FSP, dessas 75 matérias não apresentavam vozes, o que equivale a mais de 11 %, configurando a SV como a categoria que mais teve destaque nesse jornal. Dentre elas, 30 foram registrados no M 1, 17 no M 2 e 28 no M 3. Outra categoria que também teve foi a Outras (VOU), totalizando 67 vozes, o equivalente a 10 % do conjunto da amostra.

Observa-se que outra categoria também teve bastante representatividade em termos de frequência, a VPA, totalizando 54 vozes e um percentual de 8,05 %. Dentre os nomes citados, destacam-se os dos Senadores Antônio Carlos Magalhães, Renan Calheiros e Gleise Roffman; deputados como Nelson Pellegrino, Aldo Rabelo, Rogerio Rosso (FSP, 02-01-2016), o Deputado do Tocantins João Campos (FSP, 17-12-2016), dentre outros parlamentares.

Vozes que falaram sobre a Previdência em cada governo

Em relação à FSP, identificou-se que as vozes tiveram mais espaços no M3. O terceiro momento representou 59,45%, enquanto 27,02 % se sobressaíram no M2 e apenas 13,51 % em M1. Nota-se, por exemplo, a presença de vozes como VPA, VTN, além de VMC, VHS, VAM, VAS, VCM e VRM – essas últimas ligadas a relatores da reforma e ministros da Previdência, favoraveis da mudança do regime de repartição – estiveram presentes apenas no M3.

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Ao analisar o VE é possível identificar que as vozes VMF, VMPP e VEPP, grupo formado por empresas e instituições que tipicamente favorecem o modelo da capitalização, apareceram predominantemente durante o M3. O referido jornal, falou mais sobre a dinâmica do mercado financeiro no governo Temer. De modo análogo, categorias como VSI e VPF, que se mostram contrárias às mudanças no modelo de repartição, também figuraram no M3.

Tabela 2 – Vozes que falaram sobre a Previdência em cada governo

VOZES FSP OG VE OESP M1 M2 M3 M1 M2 M3 M15 M2 M3 M1 M2 M VMF 39,39% (13) 24,24 % (8) 36,36 % (12) 29,16 % (7) 8,33 % (2) 62,5 % (15) - 24,39 % (10) 75,61 % (31) 0 0 100 % VEC 9,67 % (3) 6,45 % (2) 83,87 % (26) 12,76 % (6) 14,89 % (7) 74,46 % (35) - 5,55 % (2) 94,44 % (34) 35,29 % (6) 11,76 % (2) 52,94% (9) VCO 0 0 100 % (15) 11,11 % (2) 5,55 % (1) 83,33 % (15) - 0 100 % 0 44,44 % (4) 55,55 % (5) SV 41,33 % (31) 22,66 % (17) 36 % (27) 32 % (8) 32 % (8) 36 % (9) - 18,75 % (3) 81,25 % (13) 62,16 % (23) 18,91 % (7) 16,21 % (6) VMPS 22,72 % (5) 40,90 % (9) 36,36 % (8) 50 % 50 % 0 - 46,66 % (7) 53,33 % (8) 86,66 % (13) 6,66 % (1) 6,66 % (1) VEPP 26,31 % (5) 21,05 % (4) 52,63 % (10) 0 66,66 % (6) 33,33 % (3) - 33,33 % (5) 66,66 % (10) 80 % (4) 0 20 % (1) VMI 10 % (2) 15 % (3) 75 % (15) 27,27 % (6) 0 72,72 % (16) - 23,07 % (3) 76,92 % (10) 50 % (4) 0 50 % (4) VPA 0 0 100 % (54) 0 20,83 % (10) 79,16 % (38) - 38,46 % (5) 61,53 % (8) 100 % 0 0 VMC 0 0 100 % (11) 0 0 100 % - 0 100 % 0 0 0 VOU 11,94 % (8) 19,40 % (13) 68,65 % (46) 12,82 % (5) 10,25 % (4) 76,92 % (30) - 0 100 % 47,05 % (8) 0 52,94 % (9) VHM 0 23,07 % (3) 76,92 % (14) 0 0 100 % - 0 100 % 0 0 0 VAC 0 17,64 % (3) 82,35 % (14) 0 3,84 % (1) 96,15 % (25) - 0 100% 0 0 100 % VGE 83,3 % (5) 0 16,66 % 0 0 100 % - 62,5 % 37,50 % 0 0 100 % 5 Não existia VE no M1.

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019 (1) (5) (3) VGF 20 % (3) 0 80 % (12) 0 0 100 % - 0 100 % 100 % (4) 0 0 Continua VOZES FSP OG VE OESP M1 M2 M3 M1 M2 M3 M16 M2 M3 M1 M2 M3 VTN 0 0 100 % (5) 0 0 0 - 0 100 % 0 100 % 0 VRB 0 100 % (15) 0 0 100 % 0 - 100 % 0 0 0 0 VIND 0 80 % (4) 20 % (1) 0 0 100% - 0 100% 100 % 0 0 VHS 0 0 100 % (3) 0 100 % 0 - 100% 0 0 0 0 VGM 0 21,05 % (4) 78,94 % (15) 23,07 % (3) 0 76,92 % (10) - 20 % (1) 80 % (4) 100 % 0 0 VAD 30,76 % (8) 38,46 % (10) 30,76 % (8) 25 % (1) 0 75 % (3) - 50 % 50 % 53,84 % (7) 23,07 % (3) 23,07 % (3) VSI 25% (5) 0 75 % (15) 0 0 100 % - 0 100 % 0 0 100 % VEM 0 64,29 % (9) 35,71 % (5) 0 25 % (1) 75 % (3) - 0 100 % 62,5 % (5) 0 37,5 % (3) VIP 0 6,25 % (2) 93,75 % (30) 0 7,14 % (2) % (26) 92,85 - 0 100 % 66,66 % (2) 0 33,3 3 % (1) VAM 0 0 100 % (14) 0 0 100 % - 0 100% 0 0 100 % VAS 0 0 100 % (1) 0 100 % 0 - 100% 0 0 0 0 VBE 25 % (2) 62,50 % (5) 12,50 % (1) 0 55,55 % (5) 44,44 % (4) - 0 100 % 50 % (7) 0 50 % (7) VCM 0 0 100 % (7) 0 0 100 % - 0 100 % 0 0 0 VIN 23,52 % (4) 0 76,47 % (13) 0 100 % 0 - 100 % 0 63,6 3 % (7) 18,18 % (2) 18,1 8 % (2) VJC 100 % (2) 0 0 60 % (3) 0 40 % (2) - 0 0 100 % 0 0 VMJ 0 100 % (3) 0 0 50 % (1) 50 % (1) - 100 % (1) 0 0 0 0 Continuação 6 Não existia VE no M1.

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Revista Observatório, Palmas, v. 5, n. 6, p. 634-667, out.-dez. 2019 Conclusão VO ZE S FSP OG VE OESP M1 M2 M3 M1 M2 M3 M17 M2 M3 M1 M2 M3 VM PP 22,72 % (5) 63,63 % (14) 13,6 3 (3) 30,43 % (7) 39,13 % (9) 30,43 % (7) - 0 100 % 10 % (1) 90 % (9) 0 VM T 17,40 % (4) 0 82,6 0 (19) 0 0 100 % - 0 100 % 0 100 % 0 VP F 0 50 % (3) 50 % (3) 0 0 100 % - 0 100 % 0 0 0 VP R 0 60 % (3) 40 % (2) 0 0 0 - 0 100 % 0 0 100 % VR M 0 0 100 % (11) 0 0 100 % - 0 100 % 0 0 100 % VW O 100 % (2) 0 0 100 % 0 0 - 0 0 100 % 0 0 VS G 0 15,39 % (2) 84,6 1 (11) 25 % (1) 0 75 % (3) - 0 0 0 0 100 %

Fonte: Dados dos autores (2019).

O OESP teve uma diversidade maior na representação das suas categorias. A categoria mais expressiva foi a que não apresenta vozes e não reforçava nenhum dos modelos da Previdência, com uma frequência maior em M1 (62,16%). Já a voz representadas pela sigla VWO que corresponde a Waldeck Ornelas, também registrou uma frequência significativa nesse jornal e figurou apenas em M1, visto que a voz em questão era Ministro da Previdência no governo de FHC.

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Considerações finais

As relações de força disputam espaço no campo jornalístico. Assim, foi possível identificar as vozes presentes no cenário que tange às reformas da Previdência. O jornalismo trabalha o discurso de que a ética da profissão exige que não haja manipulação e que se mantenha a imparcialidade na construção do texto. No entanto, os dados da pesquisa, permite-nos dizer que muitas vezes as escolhas das vozes já condicionam a uma tomada de posição.

As propostas de Reformas Previdenciárias são formas de investimentos e intensificação dos lucros dos bancos, fundos de pensão e seguradoras. Sendo assim, fortalece o mercado econômico. Pode-se dizer que as instituições privadas como bancos, fundos de Previdência e seguradoras reafirmam o Modelo da capitalização. O presente trabalho ao apresentar um elevado quantitativo de vozes do mercado financeiro, ajuda no entendimento de que os jornais analisados se condicionam a trazer mais posicionamentos favoráveis a esse regime.

As análises das vozes não apresentaram resultados homogêneos. Observa-se um quantitativo elevado de matérias que não apreObserva-sentavam vozes, por exemplo. Aquelas que apresentavam, tiveram como categorias mais expressivas a VPA e a VMF. O estudo revela uma predominância de agentes individuais e/ou institucionais que reforçaram a necessidade de reformas nos três momentos, o que possibilitaria em um maior incentivo a adesão dos beneficiários ao Modelo da Capitalização.

Identificou-se que os quatros jornais deram mais destaque as propostas e discussões da reforma da Previdência Social em debate durante o Governo

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Temer. Os dados apresentados nos permitem apontar o percentual de cada conjunto de vozes em cada período.

A mídia se apresenta como importante instituição na promoção ou derrocada das propostas de reformas e como fomentadora do debate. Não se trata apenas de reformas, mas de reorientações das dimensões dos destinos dos recursos públicos, o que interfere na condução da aposentadoria das classes trabalhadoras.

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