PROGRAMA
DE
POS-GRADUAÇAO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUÇAO
LUIZ
CARLOS
DA
SILVA
LANÇA
E
CRÉDITO
E
O
PAPEL
DO
ANALISTA
B
ANCÁRIO
EM
A
ANÁLISE
D` ,RELAÇAO
As
NECESSIQADES
cRED1T1c1AS
DAS
PEQUENAS
E
I I I |
II
II
III
II
II
III
IIII
II
MM
`;?-“> ' ` 042 2545MMM
*M
MM
M
Mi
MM
¡M
.Í ‹_
MMMMMM
M
I I ' I I I ÍÚ 'I II II I rg IMEDIAS
EMPRESAS
ELQRIANÓPOLIS
2001 _UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
~PROGRAMA
DE POS-GRADUAÇAO
EM
ENGENHARIA DE
PRODUCAO
LUIZ
CARLOS
DA
SILVA
LANÇA
W*
* 'A
ANÁLISE
DE
CRÉDITO
E
O
PAPEL
DO
ANALISTA
BANCÁRIO
EM
RELAÇAO
As NEOESSIOADES
CREDITICIAS
DAS PEQUENAS
E
MEDIAS
EMPRESAS
~Dissertação apresentada ao
Programa
de pós-graduaçãoem
Engenharia deProdução
da Universidade Federal de Santa Catarina
como
parte dos requisitos para obtençãodo
título de Mestre
em
Engenhariade
Produção.
Área: Gestão da
Produção
e CustosOrientador: Luiz Carlos de Carvalho Júnior
FLORIANÓPOLIS
LUIZ
CARLOS
DA
SILVA
LANÇA
A
ANÁLISE
DE
CREDITO
E
0
PAPEL
Do
ANALISTA
BANCÁRIO
EM
RELAÇÃO
As NECESSIDADES
cRED1T1c1AS
DAS PEQUENAS
E
,
MÉDIAS EMPRESAS
Esta Dissertação foi julgada adequada e aprovada para obtenção
do
título de Mestreem
Engenharia de Produção no Programa de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produçãoda
Universidade Federal de Santa Catarina. '
Florianópolis, 01V de outubro de . «
V
›
Prof. Ricardo a cia, Ph. D.
Coor
'tadordo
. rso=-BAN CA
EXAMINADORA.,
›Pfof.
Lu¡~
c
alho Júnior, Dr. Orie t r,A
O
UL
Prof. Altairorg
, Dr.. “"*¢>
Q
Q; I ; 'LANÇA,
Luiz Carlos da SilvaA
Análise de Crédito e o papeldo
Analista Bancárioem
relação às necessidadescreditícias das
Pequenas
eMédias Empresas
Florianópolis,
UFSC,
Programa
de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção,2001. ~
Xiii, 75 p.
Dissertação:
Mestrado
em
Engenharia deProdução
Orientador: Luiz Carlos de Carvalho Júnior '
1. Análise de crédito 2.
Funções
do analista 3. Definição de limites de créditoI. Universidade Federal de Santa Catarina II. Titulo
V
"Mas
a Vereda dos justos écomo
a luz da auroraque
vai brilhandomais
e mais até ser dia perfeito".AGRADECIMENTOS
A
Deus, autor econsumador
daminha
fé e razão maiordo
meu
viver.À
minha
esposa, pela atenção, carinho,compreensão
e apoioem
momentos
de alegria ede tristeza.
À
ProfessoraMaria do
Carmo
Schneider, pelas orientações gramaticais e orientaçõesgerais sobre diversas dúvidas referentes ao trabalho.
Ao
Professor Idone Bringhenti, pelas orientações gerais eenquadramento do
trabalhosegundo
asnormas
daABNT.
'A
todos osmeus
professores, responsáveis pelos ensinamentos preciosos transmitidos durante o curso.Ao meu
professor orientador, cuja sapiência,calma
e atenção transmitiu tranqüilidadee luz
que
iluminarammeus
caminhos
em
momentos
de dúvida.Ao
Banco
do
Brasil S.A
, pela ajuda financeira oriunda dosprogramas
de apoio aodesenvolvimento profissional.
E
a todos aqueles que, de maneira diretaou
indireta, contribuíram para a realização deste trabalho.quão boa
é."(Pv.15:23)Dize
uma
palavra só...Palavra que é pertinente
Que
cai naalma
vazia,Reacende, de repente,
A
esperança quase fria! Falauma
palavra, só...Essa palavra - semente
Há
de nascer e florirCaindo
num
solo quenteDela
oBem
há
de provir.Basta
uma
palavra, só...Somente uma,
é oque
bastaAo
aflito coração!Se
ela for sincera e castaFará luz na escuridao.
Uma
palavra,uma
só...Será gota refrescante
No
fogo da provação Pronunciada,num
instante,Faz fugir a tentação. Palavra, a seu tempo, e só!.
Quadro
01
Quadro
02
Quadro
03
Quadro
O4
Quadro
05
Quadro
06
Quadro
07
Quadro
08
Quadro
O9
Quadro
10
Quadro
11Quadro
12LISTA
DE
QUADROS
CRITÉRIOS
PARA
CLASSIFICAÇÃO
DE EMPRESAS
... ..12DEMONSTRAÇÃO DA
ANÁLISE
VERTICAL
... ..4oDEMONSTRAÇÃO DA
ANÁLISE
HORIZONTAL
... ..41CLASSIFICAÇÃO
DE
CONTAS
PATRIMONIAIS
... _. .43CÁLCULO DE
MODELO
DE
CLASSIFICAÇÃO
DE
RISCO...59
PERCENTUAL
DO
RISCO
A
SER
APLICADO SOBRE
A
RE-
CEITA
OPERACIONAL
LÍQUIDA
(ROL)
... ..61
PERCENTUAL
DO
RISCO
A
SER
APLICADO SOBRE
O
PA-
TRIMONIO
LÍQUIDO
(PL)
... ..61
DESEMPENHO
DO
SETOR DE
HIGIENE PESSOAL, PERFU-
MARIA
E
COSMETICOS
EM
1999
... ..7oDEMONSTRATIVO
DO
CÁLCULO
DO
LIMITE
DE
CREDI
_
TO
DO
ESTUDO DE CASO
1 ... ..74DEMONSTRATIVO
DO
CALCULO
DO
LIMITE
DE
CRÉDI
-
TO
DO
ESTUDO DE CASO
2
... ..S3
DEMONSTRATIVO
DO
CÁLCULO
DO
LIMITE
DE
CREDI
_
TO
DO
ESTUDO DE CASO
3 ... ..91
RESUMO
Avalia os beneficios da análise
econômica
e financeirano
crédito bancário, atravésda
comparação de
doismodelos
de análise de crédito utilizado peloBanco
do
Brasil, paraa concessão de crédito às pequenas e
médias
empresasdemonstrado
atravésde
estudos/pareceres emitidos exemplificados
em
três empresas (estudos de casos).Descreve
as ferramentas utilizadas pelo Analista Bancário para obtermelhor
qualidadena
identificação dos riscos queenvolvem
as operações de crédito,maior
condições demensurar
as reais necessidades de crédito das empresas. Verifica se a época é oportunaà operação e analisa as possibilidades de giro e retorno para
novos
empréstimos,solucionando o grande
problema
das instituições bancárias: a eliminaçãoda
dúvidaem
se emprestar e aquem
deve
ser concedido o crédito.Demonstra que
omodelo
de análisede crédito (Sistema
ANS)
efetuada pelo Analista Bancário pennite aoBanco
do
BrasilS.A., estreitar negociações
com
seus clientes e realizar operações de créditocom
basesmais
sólidas e ofereceruma
consultoria econômico-Íinanceiracom
o objetivode
ABSTRACT
It evaluates the benefits of economical and financial analysis in
bank
credit, through thecomparison
of
two modelsof
the credit analysisusedby
theBanco do
Brasil, to conced credit to small andmedium
interprises demonstrated through emitted studies and concepts exemplified in three interprises (studies of cases). It describes the tools usedby
the bank analyst, to obtain the best quality in the identificationof
the risks that involve the credit operation, and also the best conditions to judge the real necessitiesof
credit of the enterprises.The
time is verified is opportune to the operation and itanalyzes the possibilities of the turn over and reciprocity for
new
loans, solving the big problem in thebank
institutions: the fear of loaningmoney
to thewrong
person Itdemonstrates that the pattern
of
credit analyses(ANS
system)done by
thebank
analystallows
Banco do
Brasil S.A., to narrow the negotiations with is clients and to realize credit operations _on solid bases in order to offer an economical and financial consultation to solve doubts and tendencieson
the market for the enterprises trying to strengthen them.RESUMO
... ..ixABSTRACT
... .. 1.-INTRODUÇÃO
... .. 1.1PROBLEMA
DE
PESQUISA
... .. 1.2OBJETIVOS
... .. 1.2.1 Objetivoäral
... .. 1.2.2 Objetivos Especificos ... .. 1.3JUSTIFICATIVA
... .. 1 .4METODOLOGIA
... .. 1 .5ESTRUTURA
... ._ \IU1bJUJ[\.)l\)*-'P-^>< 2.ASPECTOS
HISTÓRICOS
E CONCEITUAIS
... .. 82.1.
CREDITO
... .. 82.1.1
Economicamente
... .. 92.1.2. Contabilmente ... .. 10
2.2.
BANCO
... _. 10 2.3.EMPRESA DE PEQUENO
PORTE
(EPP)E
DE MÉDIO
PORTE
... .. 112.4.
POLÍTICA
DE
CRÉDITO
BANCÁRIO
... ..I3 2.4.1.Mercado
Alvo
... .. 142.4.2. Critérios de
Impedimentos
... .. 142.4.3.
Operações de
Crédito ... .¿ ... .. 152.5
ASSISTENCIA
MAXIMA
E
O
SISTEMA
DE
ANALISE
(ANS)
... .. 153.
A
ANÁLISE
ECONÔMICA
E
FINANCEIRA DE CRÉDITO
E
O
ANALISTA
BANCÁRIO
... .. 193.1.
ANÁLISE
DE
CRÉDITO
... ..193.2
ANÁLISE
ECONOMICA
E
FINANCEIRA
... ._20
3.2.1. AnáliseEconômica
... ..20
__í.__í.íí_í--
3.2.2. Análise Financeira ... ... .. 213.3
O
ANALISTA
DE
CRÉDITO
BANCÁRIO
E
SEU
TRABALHO
... ..22
3.4.
ETAPAS
BÁSICAS
DO
PROCESSO
DE
ANÁLISE
DAS DEMONSTRA-
CÕES
FINANCEIRAS
... ..243.4.1.
Recebimento
dadocumentação
e obj etivo da análise ... ..243.4.2. Conferência da
Documentação
... .. ... ..24
3.4.3. Padronização das
Demonstrações
Financeiras ... ..25
4.
AS
FERRAMENTAS
DE
QUE O
ANALISTA DE CREDITO
DISPÕE.
26
4.1ANÁLISE TRADICIONAL
... ..264.1.1 Índices
de
Estrutura ... ..274.1.1.1 Participação de Capital de Terceiros ... ..
27
4.1.1.2
Endividamento
Geral ... ..28
4.1.1.3
Composição
de Exigibilidades ... ..28
4.1.2 Índices
de
Liquidez ...30
4.1.2.1 Liquidez Corrente ... ..30
4.1.2.2 Liquidez Imediata ... .. 31 4.1.2.3 Liquidez Seca ... ..32 4.1.2.4 Liquidez Geral ... ..32
4.1.3Rotação
... .. 334.1.3.1 Prazo
Médio
dePermanência
dos Estoques ... .. 334.1.3.2 Prazo
Médio
de recebimento ... .. 334.1.3.3 Prazo
Médio
deCompras
... ..344.1.3.4 Ciclo Operacional ... ..
34
4.1.3.5 Ciclo Financeiro ... ..34
4.1.4 Índices de Rentabilidade ... .. 35
4.1.4.1 Giro
do
Ativo ... ..354.1.4.2 Rentabilidade das
Vendas
... ..364.1.4.3 Retorno sobre Patrimônio Líquido ... ..
36
4.1.4.4 Retorno sobre Investimento Total (Poder de
Ganho)
... ..37
4.1.5
Como
Avaliarum
Índice ... ..374.2
ANÁLISE VERTICAL
E
HORIZONTAL
... ..39
4.3.
ANÁLISE
DINÂMICA
... ..424.3.1 Investimento Operacional
em
Giro(IOG)
... ..43
4.3.2 Capital
de
Giro(CDG)
... ..444.3.3 Saldo de Tesouraria (ST)
Ê
Efeito Tesoura ... ..444.4.
OS
“Cs”
DO
CRÉDITO
... ..46
4.4.1 Caráter ... ..47 4.4.2Capacidade
... ..47
4.4.3 Capital ... ..47 4.4.4Condições
... ..48 4.4.5Conglomerado
... ..48 4.4.6 Colateral ... ..494.5.
DADOS
INTERNOS
DO
BANCO
... ..50
4.6.
FATORES
EXTERNOS
... ..514.7.
RELATÓRIO
DE
VISITA
... ..525.
RISCO
DE
CRÉDITO
... ..56
5.1.
O
PROCESSO
NAS
DECISÕES
DO
CRÉDITO
... .. 575.2.
CLASSIFICAÇÃO
DO
RISCO
... .. 575.3.
CRITÉRIOS
DE
RISCOS
... ..595.4.
LIMITES
DE
CREDITO
) ... ..óo 5.4.1 Critérios para definiçãodo
Limite de Crédito ... ..50
6.
ESTUDOS DE CASOS
... ..636.1
ANÁLISE
DO
CASO
1~
(GRUPO
MARCOFARMA)
... ..636.2
ANÁLISE
DO
CASO
2-
(SUPERMERCADO CENTRAL
LTDA)
... ..766.3
ANÁLISE
DO
CASO
3-
(AUTOMÓVEIS
PRIMAVERA
LTDA)
... ..856.4
ASSISTÊNCIA
MÁXIMA
... ..936.4.1 Análise
do Caso
1(GRUPO
MARCOFARMA)
... .. 936.4.3 Análise
do
Caso
3(AUTOMÓVEIS
PRIMAVERA
LTDA)
1 CONCLUSÕES
... N3.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..ANEXOS
... ..¿ ... ..11 1ANEXO
1DEMONSTRAÇOES
FINANCEIRAS
... .. ... ..1 121.1
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
DO
CASO
1 ... ..1 12 1.1DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
DO
CASO
2 ... ..1 151.2
DEMONSTILAÇÕES
FINANCEIRAS
DO
CASO
3 ... ..118ANEXO
2RELATÓRIO
DE
VISITAS
A
EMPRESAS
... _. 122, _
2.1
RELATORIO
DE
VISITAS
DO
CASO
1 ... ..122 ... ..125 ... ...1282.2
RELATÓRIO
DE
VISITAS
DO
CASO
2 ... ..2.3
RELATÓRIO
DE
VISITAS
DO
CASO
3 ... ..G
... ..98
6.5
SINTESE
... .. 100... ..102
1
INTRODUÇÃO
O
problema que
gerou os estudos para a confecçãodo
presente trabalho, partiuda
premissa de que, sendo o crédito
um
fator de relevante destaquena
vidade
uma
empresa,
bem
como
das instituições financeiras, é possível perceber inúmeros casosem
que
sua concessão reflete a inexistência de instrumentaisque quantifiquem
a necessidade real dos tomadores de créditos e da sua capacidade de solvência.Se, por
um
lado, -dependendo
das circunstâncias e condiçõesem
que
se posicionamdentro
do desempenho
de suas atividades, - as empresas sevêem
fragilizadas ecompletamente
subordinadas ao crédito, atémesmo
para a sua sobrevivência,de
outroângulo, é aceitável dizer que as “casas de créditos” igualmente se
tornam
prisioneirasda necessidade de emprestar, haja vista ser condição precípua à sua perpetuação
no
mercado.
O
crédito toma-se, assim, elemento vital paraambos
os lados. Emprestar etomar
emprestado são questões de sobrevivência. Entretanto, o grande
problema
decorreda
questão: “a
quem
deve
se emprestar?Haverá retomo
dos capitais investidos?Existem
garantias viáveis?
O
empréstimo ajudará aempresa ou
contribuirá para a sua ruína? A(s) pessoa (s) envolvida (s)na condução do
crédito possui (em)mecanismos
paramensurar
o riscodo empreendimento?
E
de outro ângulo: deve-se realmentetomar
emprestado?”.
Pode-se dizer
que
“emprestar significa confiar aalguém
(dinheiro), para que faça uso dele durante certo tempo, restituindo-o ao dono; ou, ceder, dar a juros”.A
concessão de crédito assim decorre da“confiança” mútua
entredoador
e tomador. Emprestar passa a significar: “confiar”.Da mesma
forma que
sóemprestamos
nossos bens particulares às pessoas de nossa confiança, de igualmodo
também,
deve ser feito nas concessões dos empréstimosbancários.
l.l
PROBLEMA
DE
PESQUISA
Diante
da
impossibilidade' de se obterum
conhecimento profundo de cada empresa,conhecimento
esse que lhesdêem
confiabilidade para emprestarcom
segurança, osbancos
lançam
mão
da análise de crédito, quetem
como
objetivo identificar, analisar e sistematizar informações sobre o tomador,conhecendo
sua perfomiance e solidezcom
o objetivo de diminuir através de processos próprios, os riscos envolvidos nas operações, principalmenteno
contexto atual,marcado
por períodos de grande turbulênciaeconômica, reflexos de altas taxas de juros intemos e desequilíbrios externos ocasionados por crises mundiais consecutivas.
Neste trabalho, objetiva-se mostrar
como
écomposto
o sistema de análise de créditodo
Banco
do
Brasil S.A, e decomo
é o seu funcionamento para a realização dessasO
modelo,como
um
sistema de aferição de risco, análise e estabelecimentode
limitesde crédito, busca disponibilizar às pequenas e
médias
empresas, empréstimos efinanciamentos
em
bases sólidas objetivando o retorno seguro desses capitais. Para isso, utiliza a figurado
Analista de Crédito Bancário,como
gerenciadordo
sistema.Em
documento
elaborado peloBanco do
Brasil S. A, (1995, p.l4),que
tratada
análisede operações de crédito, têm-se:
“O
Analista de Crédito exerce através das dimensões: técnica, (análises e conhecimentode
seu trabalho), administrativa (organização, planejamento, controle e coordenação
de
suasatividades), interpessoal (controle emocional e grau de segurança) e político-negocial (decisão
e posicionamento
adequado
junto às liderançasorganizacionais), a
conduçao
de suas tarefas”Com
esse perfil, o Analista de Crédito Bancário, dentre outras atribuições, identifica orisco envolvido nas operações propostas, emite conclusões quanto à capacidade
da
empresa
em
cumprir o pactuado e apresentarecomendações
quanto àmelhor forma
eestrutura para conduzir o processo, permitindo
que
o crédito possa ser decididoem
bases objetivas,com
segurança obtendoretomo
líquido e certo das concessõesrealizadas.
O
direcionamentodo
foco lançado sobre as pequenas emédias
empresas deve-se a inúmeras razões. Primeiramente o seunúmero
é superior às de grande porte egeralmente
dependem
de financiamentos para acondução
de suas atividades.O
fatoganha mais
importânciaquando
se considera otempo
reduzido de seu ciclode
vida,muitas vezes acarretado por
má
administração, estrutura inadequada e recursosinsuficientes para sua operacionalização.
Além
do
mais, trazem grandes beneficiossociais principalmente pela quantidade de
empregos que
utilizam.1.2.
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
O
objetivo geral desta pesquisa busca estudar os beneficios da análiseeconômica
efinanceira
no
crédito bancário, através da utilização demecanismos
fomiaisde
aferição para a concessão de crédito às pequenas emédias
empresas.Dentro deste enfoque, o estudo norteia-se
em
ressaltar o papeldo
Analista Bancário, e omodelo
de análiseeconômica
e financeirado
Banco do
Brasil S.A,denominado
“Sistema
ANS”,
como
canais de aplicaçao dessesmecanismos.
1.2.2 Objetivos Específicos
No
aspecto analítico, defonna
mais específica, são colocadosem
evidências, vários pontos relevantes, taiscomo:
- expor a origem, evolução e fatores essenciais
do
crédito, e sua importância para aspequenas e
médias
empresas e instituições financeiras;- apresentar a política de crédito bancário, os critérios de impedimentos, operações
de
crédito, definições das análises
econômica
e financeira, surgimentodo
analistade
crédito e a importância da sua função; .- demonstrar aspectos e resultados obtidos pelo estudo dos índices relativos a análise
tradicional e dinâmica (Fleuriet), apresentando dados conclusivos sobre
equilíbrio/desequilíbrio econômico/financeiro das empresas;
- evidenciar os 6 (seis) “C”;
do
crédito, os fatoresmacroeconômicos,
dados históricos, easpectos extrabalanços,
como
elementos conclusivos adicionais para estabelecimentoda
avaliaçao de crédito.
- descrever sobre
origem
e funcionamentodo
sistema de análise de crédito doBanco
do
Brasil S.A,
(ANS)
demonstrando
em
três estudos de casos a aplicabilidade de seu funcionamento;- e, finalmente, fazer ver o processo decisório dos analistas,
como
o estabelecimentode
limite
de
crédito para as pequenas empresas, respaldadosna
análise realizados pelosmecanismos
retro-mencionados.l .3
JUSTIFICATIVA
O
tema
propostotem
sido abordado, deforma
abrangente e objetiva,em
áreasespecíficas e preferenciais, por alguns autores de
renome
taiscomo
Silva (1988, p.l9), e Baraldi (1990, p.25),que
sintetizam a importânciado
processo, análise e decisãodo
crédito, dentre outros,
no
dia a dia das empresas e casas bancárias. _Para o pesquisador
do
assunto, a evoluçãodo
crédito nos últimos anos é vistade
forma
palpável.
Até
pouco
tempo, ométodo
utilizado peloBanco
do
Brasil S.A, para analisaros processos de créditos,
denominado
de “assistênciamáxima”
considerava asnecessidades de capital de giro, desprezando-se a situação
econômica
e financeira das empresas, oque
incorriaem
riscos elevados aos créditos concedidos.Os
instrumentos eparâmetros utilizados
eram
frágeis e insuficientes paramedir
as condições do clienteem
cumprir as obrigações assumidas.
As
sucessivasmudanças
no
Sistema Financeiro Nacional, abertura demercado,
desenvolvimento tecnológico, globalização e outros
fenômenos
ocorridosna
esfera econômica,causaram
um
desenvolvimentona
política de crédito, inclusive, para fazerfrente às anomalias oriundas pela elevação da inadimplência, reflexos de várias crises
acontecidas
no
país,que provocaram
a evolução de sistemasmodernos
de análises e o aparecimento cada vezmais
consciente deum
analista de crédito tecnicamente capaz, epermanentemente
atento às suas funções,com
o poder delegado de canalizar os recursossuficientes à
manutenção
e sobrevivência das empresas auxiliando a vida de todas as pessoasque
delasdependem.
O
Créditosempre
acompanhou
a existência das empresas.No
início,começou
com
aconfiança mútua
entre as partes envolvidas alicerçadasna
honra eno
comprometimento
da
“palavra penhorada” para o desfecho das questões.Com
o decorrerdo
tempo, surgiram complexidades nas operações, e os problemas advindosdo
não
cumprimento
do
pactuado,que
acarretou evolução dos parâmetros e formas de analisar o crédito,com
o objetivo deretomo
dos bens aplicados.A
contabilidade trouxe grande contribuição para a função. Silva (1990), Iudícibus (1992), Freire (1997) eGitman
(1997),descrevem
sobre a importânciada
análiseconvencional obtida dos demonstrativos contábeis apresentados pelas empresas.
A
partir dessa análise procura-se obter informações importantescom
aplicações de vários índices taiscomo:
os de “Estrutura”,que
mostram
a participação de capitaisde
terceiros,
composição
das exigibilidades, quanto se imobilizoudo
patrimônio líquido e quanto àempresa
possui de dívidas onerosas.Para se ter idéia
no
parâmetro ”liquidez”, pode-se calcular a imediata (valoresdisponiveis), a corrente, (valores circulantes), a liquidez seca
(com
subtração dos estoques) e a geralque
considera dívidas de curto e longo prazo, dentre outras.A
análise dos prazosmédios
utilizadosna
permanência dos estoques, e de recebimento ecompras,
definem
os ciclos operacionais e financeirosda empresa
que, aliado aos índices de rentabilidade, apontam,mesmo
deforma
estática, a posiçãoeconômico-
financeira da analisada.
Em
face das turbulências surgidas por alteraçõesno mercado
econômico,como,
por exemplo,maior
nível de competitividade, inflação e variações sazonais nos preços dos insumos, surgiuno
Brasil,em
1978, a teoria da “análise dinâmica” trazida porMichel
Fleuriet, atualmente bastante difundida.
Ao
contrárioda
análise tradicionalque
pressupõe o fechamento da
empresa
em uma
determinada data, anova
abordagem
preocupa-se
com
amanutenção do
empreendimento, evidenciando a capacidadeda
empresa
em
liquidar seuscompromissos
desenvolvendo suas atividades,em
ritmonormal de
funcionamento.Com
esse modelo, chega-secom
mais
facilidade às causas de desequilíbrio financeiro eformas de obtenção para saneamento, -
uma
vezque
sua análise é baseadano
tempo
decorrido - antes da finalização
do
efeito tesoura, causado pelodescompasso
entre asnecessidades de capital de giro e o capital circulante existente
em
circulação que, senão
corrigido, levará a
empresa
auma
posição de “overtrade” (realização de negóciosacima
da
capacidade financeira de geração de capital de giro).Sobreira
&
Brandão
(1998, p.5-15),'em
seus estudos sobrenovos
gestores, enfatizam aaplicabilidade dos 6 (seis)
“Cs” do
crédito para se obter convicção nas operaçõescom
ênfase
na
qualidade. Essas ferramentas são hoje bastante difundidas e utilizadas,geralmente, por várias instituições bancárias.
São
elas:II-Capacidade: (subjetividade) competências profissionais, aferidas pelo conhecimento, experiência
no
ramo, recursoshumanos,
adaptação a ameaças, etc.III-Capital: (uso de recursos), situação econômico-financeira
do
proponente;IV-Condições: (oportunidades/ameaças), fatores externos e
macroeconômicos do
ambiente
que
interferem nas atividadesdo
postulante de crédito;V-Colateral: capacidade acessória de o proponente oferecer garantias adicionais à operação;
VI-Conglomerado:
avaliação conjuntado
grupo-empresarial aque
pertence àempresa
esócios.
Com
esses instrumentos àmão,
e outrostambém
importantes, citadosno
decorrer dessetrabalho, o Analista de Crédito Bancário possui condições de
mensurar
as reaisnecessidades de crédito das empresas, verificar se a época é oportuna à operação e
analisar as possibilidades de giro e retorno para
novos
empréstimos, solucionando o grandeproblema
das instituições bancárias: a eliminação da dúvidaem
se emprestar e aquem
deve
ser concedido o crédito.Pode-se dizer
que
odesempenho
dessas funções e os resultadosque
advêm
como
frutodo
trabalho desse profissional (através da utilizaçãodo modelo
de análise doBanco
do
Brasil
S.A
-SistemaANS),
responsável pela disponibilizaçãodo
crédito àspequenas
emédias
empresas,com
a segurança e cautela exigidas pela Instituição Bancária para oretomo
dos capitais investidos,foram
a base deste estudo.1 .4
METODOLOGIA
O
método
utilizado procura demonstrar através de estudos de casos fictícios ofuncionamento dos dois sistemas de crédito analisados e
comprovar
que, apesarde
termuitas informações
homogêneas
provindas damesma
origem, pode-se chegar a resultadoscompletamente
diferentes.As
infonnações sobre os sistemas foram obtidas através de materiaisdo
próprioBanco
do
Brasil, utilizados nas análises de crédito (apostilasdo
semináriode
análisede
operações de crédito
em
1996, seminário de disseminaçãodo
processo creditícioem
1997, curso de qualidade
do
crédito, dentre outros) e informações acolhidas junto a pessoas responsáveis nessa Instituiçao.Utilizou-se,
também,
dados oriundos de bases bibliográficas obtidas de livros correntese publicações outras pertinentes a
exemplo
de autorescomo:
Silva (1988, 1990 e 1993),Douat
(1995) eGitman
(1997) os quaisdescrevem
sobre os riscos inerentes ao crédito,relatórios de visitas e análise das demonstrações contábeis.
Procedeu-se
uma
análise minuciosacom
base nessas informações para demonstrar a importânciada
análise de crédito,do
Analista Bancário edo
modelo
“ANS”
(análisede
crédito)
em
comparação
aomodelo
“assistênciamáxima”, do Banco do
BrasilS.A
Tendo
em
vista ter oBanco
do
Brasil S.A, suas atividades de crédito padronizadasem
todos os seus pontos de representações, a coleta de informaçõesem
três agências,projetou,
na
verdade, o procedimentoempregado
em
um
raio de ação de âmbitoestadual/federal,
com
pouca
margem
de desvio deuma
ou
outra agência,em
relação àsdemais.
O
modelo
de análise separado para estudo neste trabalho,ANS
(Análise de Crédito),contempla a utilização dos seguintes materiais e métodos:
Materiais:
Na
coordenação/gerenciamentodo
Analista de Crédito Bancário, são enumeradas:-
Demonstrações
Financeiras: obtidas diretamente das empresas;- Cadastro atualizado
da
empresa/dirigentes/acionistascom
as informaçõesinternas sobre a experiência na agência ,
com
terceiros e junto aos órgãos deproteção
do
crédito: Serviço de Proteção ao Crédito(SPC), Centralde
Restrições (
SERASA),
Cadastro de Inadimplentes(CADIN)
e outros;- Relatório de visitas efetuado in-loco, enfocando a
empresa
num
todo, a fimde obter
uma
visão geral do seu funcionamento, assimcomo
de sua evoluçãoe deficiências.
Em
outras palavras, seriam os raios-x da empresa,que vão
mostrar pontos fracos, fortes e tendências.
- Consultas a jornais, revistas e publicações especializadas, procurando obter
diretrizes sobre a conjuntura internacional, econômico-fiscal, situação
política, característica
do
produto e fatores climáticosque embora
forado
raio de atuação da empresa,
podem
ocorrer independentes de sua vontade einterferir
na
sua lucratividade e atémesmo
suapermanência
nomercado,
dependendo do
seu grau de extensão.- Métodos: Utilizados para a obtenção
do
limite de crédito, riscos e pareceresconclusivos sobre as empresas.
É
preciso alimentar o aplicativocom
dados extraídos dos materiaisacima
descritos. Dentre osmétodos que
sebaseiam
os estudos, destacam-se:
i
I - Análise de Crédito: subdividida em:
a- Análise Tradicional b- Análise Vertical:
c- Análise Horizontal:
d- Análise Dinâmica,
II -Cs
do
Crédito:III - Cadastro, Relatório de Visitas e
Demais
informações.1.5
ESTRUTURA
-Após este capitulo introdutório, o Capítulo 2 apresenta
uma
fundamentação
teórica e histórica sobre o crédito, as instituições financeiras, as empresas depequeno
emédio
porte, política de crédito bancário, o SistemaANS
e a metodologia da AssistênciaNo
capítulo 3, descreve-se sobre os fundamentos da Análise de Crédito(econômica
efinanceira), o papel
do
Analista Bancário e etapasdo
processo de análise das demonstrações financeiras.No
Capitulo 4 discorre-se sobre as ferramentas deque
o Analista de Crédito dispõe paraa execução de suas funções, a saber: análise de crédito tradicional e dinâmica
com
comentários sobre os indices mais utilizadosem
seu trabalho,bem
como
dos "Cs"do
crédito, relatório de visita e outros fatores integrantes das análises realizadas.
No
Capitulo 5 coloca-se a importânciado
risco de crédito das operações - processo,classificação e risco e o estabelecimento dos limites de crédito das empresas-clientes.
No
Capítulo 6 efetua-seuma
comparação
entre o sistema atual(ANS)
e o antigo(assistência
máxima),
com
resultados obtidos pela análise realizada atravésde
estudos de casos efetuadaem
três empresas atravésda
aplicação dos temas abordados.O
Capítulo 7, através das conclusões, salienta-se a necessidade e importânciado
modelo
e a presença desse profissional para os bancos e empresas.
2.
ASPECTOS
HISTÓRICOS
E
CONCEITUAIS
No
decorrerdo
trabalho, são utilizados alguns tennos, cujos conceitos são necessários para o pleno entendimento, fato que originou, introdutoriamente,uma
explanação sobre o significado e a importância de cadaum,
com
o objetivo de facilitar a leitura e a assimilaçãodo que
foi desenvolvido nos capitulos subseqüentes.2.1
CRÉDITO
A
palavra crédito deriva-sedo
latim crederecom
o significado de acreditarou
confiar.Isso significa a confiança
que
o credor depositano
devedorno
sentido de honrar oscompromissos
assumidos.Em
seu sentido amplo, o crédito apareceem
todas as sociedades estruturadas,mesmo
asmais
rudimentares, e suas formas sedesenvolvem
e se multiplicamacompanhando
aevolução geral das distintas formas de organizaçao.
A
simples redistribuição de instrumentos de trabalho feita poruma
autoridade centraldeve ser entendida
como
forma
elementar de utilizaçãodo
crédito nas sociedadesmais
antigas.
As
fonnasmais
elaboradas de crédito, entretanto,surgem
em
sociedadesmais
complexas
e derivam das próprias necessidades da produção. Efetivamente, nassociedades
do
mundo
antigo, de conteúdo rural e agrário, os intervalosde tempo que
necessariamente transcorre entre início
do
plantio e a colheita,bem
como
a subordinação dessas atividades ao ciclo das estações, ditaram as primeiras necessidades de financiamento e o surgimento do crédito.A
enciclopédia Mirador Internacional (1976, p.2.960-4), reporta-se às épocas remotasdo
crédito:“Recuadas no
tempo, essas formas primeirasde
crédito surgiram
no
OrienteMédio
eeram
realizadas por sacerdotes e grandes proprietários
rurais. Consistia
na
simples entrega de sementese instrumentos de trabalho, que
eram
posteriormente
pagos
em
espécie,com
ocorrespondente acréscimo de quantidade (os
juros)”.
O
nãopagamento
da dívida podia significar atéa escravização
do
devedor à pessoa do credor.O
créditono
sentido comercial, pecuniário, sópode
aparecer depoisque
surgiuuma
economia
monetária e o dinheiro passou a
desempenhar
um
importante papel social de riquezaacumulada
em
poder decompra
quepode
seremprestado a outro individuo.
Mas,
por outra parte, tornou-setambém
alcançasse
um
desenvolvimentomínimo
paraque
essa prática encontrasse suas primeiras fonnas institucionais, o que sucedeuna
Gréciaantiga,
onde
as práticas comerciaisgeraram
o aparecimento das primeiras instituiçõescom
finalidades bancárias, as quais, medianteuma
regulamentação minuciosa, estenderam ocrédito, sob múltiplas formas, a atividades
variadas, tanto
econômicas
(agricultura, indústria rudimentar, comérciointemo
e extemo), quanto militares.Tais instituições se transladaram para
Roma,
onde
encontraramnovo
impulso.Em
ambas
ascivilizações a escravização
do devedor
inadimplente permanecia ainda
como
norma.”
Nos
tempos
atuais, o crédito tornou-se elemento essencialna
vida das empresas,não
importando o seu tamanho,
uma
vezque
elas necessitam de capitais para alavancar o seu giro. Por outro lado, as instituições financeiras igualmentedependem
de emprestar para continuar operandono
mercado.Nesse
aspecto, crédito toma-se elemento detenninante para a continuidadeou morte
dasinstituições bancárias e comerciais. Para se emprestar é preciso
que
o credor tenhaem
mãos
elementosque
evidenciem oretomo
dos capitais,minimizando
os riscosenvolvidos. Já as empresas proponentes,
devem
refletir sobre a real necessidade dessescapitais e, se sua utilização, descontando os encargos financeiros, trará resultados
positivos.
Sao
muitos e variados osmodos
pelos quais o crédito é visto, gerandoconseqüentemente
uma
série de conceitos, de acordocom
cada aspecto.No
Novo
Dicionário da
Língua
Portuguesa, AurélioBuarque
deHolanda
Ferreira (1993), trazque: crédito (Sm)- palavra
que
significaconfiança
entre duasou mais
pessoas.Existem, ainda, relações estabelecidas entre pessoas fisicas e jurídicas.
Quando
isso ocorre, diz-seque houve ou
háuma
relação de crédito comercial.Nesse
capítulo,foram
explanados quais os conceitos de créditomais
utilizados.2. l . I
Economicamente
No
aspecto econômico, tem-se que: _crédito é toda transação comercial
em
que
um
comprador
recebe imediatamenteum
bem
ou
serviço adquirido,mas
só farápagamento
depois dealgum
tempo
deter1ninado.O crédito inclui duas
noções
promessa
depagamento
etempo
- entre aaquisição e liquidaçao da dívida.
(Sandroni,l992, p.72).
É
possível observarque
o créditono
aspecto econômico, basicamentetem
amesma
significação.
O
que
o torna diferente é que a confiança, aqui, será estabelecida entrepessoas que
têm
interesse comercialcomum.
Como
veremos,em
outros aspectos,também,
a confiança será ponto de partida e primordial para o estabelecimentodo
crédito,
mesmo
que
os interessesem
questão sejam diversificados.'
2.1.2 Contabilmente
Quando
a transação comercial visa a produção, crédito se classificaem:
comercial ede
investimento.
- Crédito
Comercial
- parapagamentos
em
30
e 120 dias,que
objetiva aformação de
capital de giro da empresa.
Em
função do desenvolvimentodo
crédito, e das necessidades das empresas (clientes), são praticadas, atualmente, linhasde
créditoque
atingem períodos de até
360
dias.-Crédito
de
Investimento - a longo prazo,com
vencimentos previstos para algunsanos.
Tem
o papel de desenvolver determinadas áreas, inclusive proporcionando recursos para pesquisa tecnológica.Esse aspecto (contábil) foi preferido nesse estudo,
uma
vezque
está diretamente relacionadocom
as instituiçoes financeiras,em
especial os bancos e as empresasque
aelas recorrem.
2.2
BANCO
Empresa
cuja atividade básica, consisteem
guardar dinheiroou
valores e concederempréstimos.
Os
bancosexecutam
várias outras operações conexas,como
pagamento
e cobrançaem
nome
de terceiros,venda
e desconto de títulos e operaçoescom
moedas
estrangeiras.
Na
prática, a atividade bancária diminui necessidades de dinheiro para a execuçãode
negócios e transações, sobretudo na
medida
em
que
cria dinheiro, naforma
dachamada
moeda
escritural (os depósitos bancários,movimentados
pormeio
de cheques)Conforme
EnciclopédiaBARSA
(1983, p.448-9), tem-se enunciado que:“A
origem dos bancos, confunde-secom
a própriamoeda,
principalmentequando
estacomeçou
a ser negociadaem
cima de bancos
de madeira nos
mercados
da Antigüidade,comprovam
a existênciade
atividades bancáriasna
Babilônia ena
Fenícia. Tais atividadesdeconiam
as atividadesde
transporte que faziam
com
que muitos negociantesconfiassem
aos 'banqueiros` a incumbência de efetuar ospagamentos
ecobranças
em
lugares distantes”.A
partirdo
séculoIV
a.C.surgem
os banqueiros laicos,chamados
trapezistas (do grego trapezión,que
significa banca,mesa
pequena).Em
Roma,
no
século II a.C., asoperações bancárias
eram
privilégio deuma
categoria de cidadãos, os publicamos,mas
na
época imperial
surgem
os argentariiou
mensarií, cuja principal
ocupação
era ocâmbio de
moedas
estrangeiras,mas
também
aceitavam depósitos e faziam empréstimos. Essa
mesma
obra ressalta que, na Idade Média, a atividade bancária deixou de existir atéo século XI,
quando
ressurgiuem
íntima ligaçãocom
o desenvolvimento do comércio. Judeus lombardos emembros
daOrdem
dos Templários destacaram-sena
nova
atividade.
Os
Templários enriqueceram extraordinariamente o patrimônioda
Ordem,
financiando as Cruzadas. Inclusive, atribui-se à eles a criação dos arbitrios de
câmbio
e a contabilidade por partidas dobradas.Em
grandes feiras comerciais,como
as deChampagne
e Lion, na França, faziam-se diversas operações decâmbio
e, para evitar o transporte de grandessomas
de dinheiro, criou-se a letra de pagamento.Na
atualidade, é possível distinguir vários tipos de bancos,conforme
sua especialidade.Tem-se
oBanco
Comercialou
de Depósitos, oBanco
de Investimentos,Banco
de
Desenvolvimento,
Banco
de Exportação eBanco
Hipotecário, etc.2.3
EMPRESA
DE
PEQUENO
PORTE
(EPP)
DE
MÉDIO
PoRTE
A
Lei Federal n.° 9.317, de 05 dedezembro
de 1996, publicadano
Diário Oficialda
União, de 06.12.96, regulamentou
que
a pessoa jurídica éEmpresa de Pequeno
Porte (EPP),quando
auferir,no
ano-calendário, receita bruta superior aR$
120.000,00 e igualou
inferior a R$l.200.000,00.Quando
se tratar de início de atividade, os limitesmencionados
serão proporcionais aonúmero
demeses
em
que a pessoa jurídicahouver
exercido atividade, desconsideradas as frações de meses.
SANDRONI
(1994, p.15), classifica as empresas focalizando aforma
com
estão organizadas juridicamente: '“Uma
empresa pode
ser organizada de váriasformas,
dependendo da
maneiracomo
ocapital se divide entre os proprietários.
Nas
pequenas e
médias
empresas, a direção éhabitualmente, entregue aos proprietários. Já nas grandes empresas é freqüente a contratação de administradores profissionais
para dirigi-las.
As
pequenas
emédias
empresas organizam-se na
fonna de
sociedades por cotas,
com
responsabilidade limitadaou
não,ou
sob aforma
de sociedadeanônima
de capital fechado.As
grandesempresas organizam-se geralmente
na forma
de sociedades
anônimas
de capital aberto,com
ações (cotas unitárias) livremente negociáveis nas bolsasde
valores”.Existem vários critérios de classificaçao das empresas.
Até
mesmo
nos níveisgovemamentais,
são vários os ângulos para a sua classificação.O
quadro a seguirdemonstra o fato:
Quadro
lCRITERIO
PARA
CLASSIFICAÇÃO
DE EMPRESAS
ENTIDADE
-CRITERIO
SEBRAE-
Serviço Brasileiro deApoio
àsNúmero
de pessoas ocupadasMicro
ePequenas
Empresas
za)Indústria:
~
Micro
até 19 pessoasPequena
de20
a99
pessoasMédia
de 100 a499
pessoasGrande
acima
de500
pessoas_ b) Comércio:
Micro
até 09 pessoasPequena
de 10 a49
pessoasMédia
de50
a99
pessoasGrande
acima
de 100 pessoasIBGE-
Instituto Brasileiro de Geografia eNúmero
de pessoas ocupadasEstatístico
Micro
até 19 pessoasPequena
de20
a 99 pessoasMédia
de 100 a499
pessoasGrande
acima
de500
pessoasMinistério
do
TrabalhoNúmero
de pessoas ocupadasMicro
até09
pessoas'
Pequena
de 10 a99
pessoasMédia
de 100 a499
pessoasBNDES
-
Banco
Nacional de a) Receita operacional liquida anualou
Desenvolvimento
Econômico
anualizadaPequena
atéR$
4 milhõesMédia
atéR$
15 milhõesGrande
acima
deR$
l5milhõesb)
Nos
casos de implantação aclassificação será feita
com
basena
projeção de vendas utilizadas
no
empreendimento
Fonte:
KASSAI
(1996, P.8l)Os
bancos, por sua vez,possuem
limites próprios de classificação das empresas quanto ao porte,normalmente
observando O aspectodo
faturamento bruto anual. Dentre as classificações peculiares de cada banco,foram
destacadas as pesquisadas junto aoBanco
do
Brasil S.A., a seguir descritas:Micro-Empresa:
atéR$
l,2 milhões;Pequena-Empresa:
acima
deR$
1,2 milhões e atéR$5
milhões;Média-Empresa:
acima
deR$
5 milhões e atéR$
20
milhões;Grande-Empresa:
acima
deR$
20
milhões e atéR$
100 milhões e,Mega-Empresa:
acima
deR$
100 milhõesCom
relação àsMicro
- Empresas, a principal diferença estáno
fato deque
estasdispensam
a realizaçãodo
balanço financeiro anual,uma
vezque
ovolume
de capitalenvolvido nas transações comerciais, não atinge O valor
mínimo
necessário para suarealização.
Na
Empresa
depequeno
emédio
porte, porém, Ovolume
de capital já érazoável e, geralmente, se
toma
necessário o balanço.2.4
POLÍTICA
DE CRÉDITO
BANCÁRIO
A
política de crédito deum
banco
é de essencial importância à sua sobrevivência, pois delineiam Ocaminho
para astomadas
de decisõesem
suas atividades, principalmente asde crédito. Geralmente são desenvolvidas pela sua alta administração e deve oferecer
também
força atuanteem
seu controle.Segundo
Baraldi, (1990), políticas são linhas de orientaçãoque
direciona o processode
crédito
buscando
a equalização dos esforçosque
devem
ser desenvolvidos nos níveis hierárquicos deuma
instituição. Geralmente, são fonnuladoscom
abrangênciade
longo prazo enão deve
contemplar minúciasou
detalhes paranão
servirde
empecilho para a consecução dos objetivos da organização. Entretanto, os princípios básicos contidos naspolíticas de crédito são
sempre
seguidos, aindaque
haja necessidadede
desenvolvimento de políticas especificas
em
quaisquer áreas de negócios.A
definição emanutenção
de politicas de créditocomo
forma
de atingir padrõesde
- orientar todos os envolvidos nas aplicações dos ativos
segundo
critérios jápreestabelecidos
que
considera o risco e oretomo
oferecidos pelo cliente e pela operação;- difundir e unifonnizar
métodos
de organização, gestão e racionalização dos trabalhos.Para os bancos, definir e
manter
sua política de crédito é essencial para alcançar padrõesde
desempenho
cada vez melhores, deforma
que, unifonnizando etomando
bem
conhecidos
intemamente
osmétodos
de gestão e racionalização de trabalho entre os envolvidos nas operações de empréstimos,obtenham
melhores resultadosna
condução
do
risco eretomo
de seus capitais. Neste aspecto,um
banco deve
ter políticas específicas queguiem
tanto as atividades comerciaiscomo
as de empréstimos.Dentre os diversos aspectos de
uma
política de empréstimos, destaca-se:a- estrutura básica dentro da qual as decisões de empréstimos são feitas. Respostas
devem
ser dadas às questõesdo
dia-a-dia relacionadascom
os empréstimos;b-
uma
políticabem
concebidadefine
os
limites das decisões relacionadas aos empréstimos,provendo
grau de proteção e reduçãodo
risco de “fingerpointig;”c- representa
um
importante instrumentono
controle da direção geral dos bancos. Assim, pode-se entender por política de crédito bancário, o conjunto de critériosadotados pelos bancos, a
fim
de garantir oretomo
de seus capitais emprestados.2.4.1
Mercado
Alvo
É
estabelecido para se definirque
tipo de cliente terá prioridade nas concessões doscréditos da instituição. Estabelece-se,
também,
o porte de empresas, atividades, setoresda economia
e situação econômico-financeira dos clientes,sem
deixar de lado aspeculiaridades regionais de cada
campo
de sua atuação2.4.2 Critérios de
impedimentos
Cada
instituição possuiuma
política intema de créditocom
critérios para caracterizaros impedidos de operar
além
daquelesque
possuem
impedimentos
legais, aexemplo
dos
menores
de idade,Nonnalmente
são excluídosdo
crédito, clientes quepossuam
nomes
incluídosem
agências de proteção ao crédito,como
CADIN
(Cadastrode
Inadimplentes),
SERASA
(Central de restrições),SPC-
(Serviço de Proteção aocrédito), e
SNI -
Serviço Nacional de Inadimplentes.Além
disso, tomadores de capitaiscom
característicascomuns, que
apresentemfreqüentes problemas de crédito,
como
atrasosno
pagamento, devoluções de cheques,má
experiênciano cumprimento
de suas obrigaçõespode
deixar de ser atendidosem
seus pleitos.De
igual forma, clientescom
posição privilegiada perante as leisou
opinião pública a ponto de causar
dano
à instituição, aexemplo
de televisões e rádios,O
im
ortante a salientar é ue os bancos 9ossuem
olíticas intemas efazem
uso delas 3para decidirem se
concedem
ou
não capitais através de empréstimos. 2.4.3Operação
de CréditoÉ
uma
transação comercialonde
o credor acreditaque
otomador do
crédito (ou devedor) terá condições de utilizar o capital efetuando o seuretomo no
prazo estipulado acrescidoda remuneração
contratada. Portanto, o fundamental é acreditar.Para se acreditar, deve-se aferir pelo conhecimento
do
negócio, aforma
de operação, a capacidadede
gestão e depagamento
proporcionada pelas atividades operacionaisrealizadas.
Em
cada caso, o estudo é importante para dar segurança ao banco, deque
o investimento de seu cliente teráretomo
de acordocom
suas expectativas,não
acarretando à instituição
um
prejuízo que possa vir a ocorrer.Afinal, a missão
do banco
é gerar riqueza e impulsionar a economia, tendocomo
objetivo o comérciodo
dinheiro: emprestar e receber omesmo
produto,mas
issopode
edeve
ser feitocom
segurança.A
avaliação deverá ser feita sob diversos aspectos, desde os deordem
pessoal (onde serão analisados o caráter e ocomportamento do
empresário), até osde
ordem
financeiros (que levarão
em
conta ofimcionamento
e o desenvolvimento da empresa),uma
vez que, cabe ámesma
pagar através de suas operações e não os sócioscom
seusI'€C1lI`SOS p€SSOalS.
A
análisedo
profissional deve permitir à instituição da qual faz parte chegar aalgumas
conclusões, tais
como:
obanco
não deve emprestar quanto aempresa ou
o empresáriodiz querer,
mas
participardo financiamento
com
uma
parcelada
necessidadeda
empresa
em
financiar suas atividades operacionais, enquantopode
gerar recursos parasua continuação,
devendo
diluir os riscoscom
a participação de outros agentesno
processo.
Quando
a instituição decide poruma
concessão de crédito deve estar conscientede
que
a
forma de
retorno se dará exclusivamente através das atividades operacionaisda
empresa, da capacidade já apresentada pela administração e
condução
dos negócios representada pelo históricoda empresa
e pelo caráter dos sócios e administradores, manifestado através dafonna
subjetiva de honrar oscompromissos
assumidos.2.5
Ass1sTÊNc1A
MÁXIMA
E
o
s1sTEMA
DE
ANÁLISE
(ANS)
Até
março de
1994, oBanco do
BrasilS.A
, utilizava o critério da assistênciamáximapara balizamento
do
total das responsabilidadesdo
cliente na carteira de crédito.A
assistênciamáxima
considerava as necessidades de capital de giro não levandoem
conta a situação econômico-financeira do cliente, e, por conseqüência, o risco oferecido.demorasse
a girar seus estoques, assimcomo
para receber suas vendas, tantomais
elevado seria o valor
do
crédito oferecido pelo Banco.Com
isso, empresascom
péssima
saúde financeira, porém,
com
considerávelvolume
de vendas e elevados prazosde
recebimento de vendas e de rotação de estoques
poderiam
receber aportes significativosde recursos
do
Banco
e posteriormente, não teriam condiçao financeirade
saldar oscompromissos
nos vencimentos.Os
parâmetros utilizadoseram
frágeis e atémesmo
inócuos paramedir
a capacidade e as condiçõesdo
cliente de liquidar os créditos a eles concedidos, entendendo-seque
a tônicanão
era a preservação da qualidade das operações de créditodo
Banco,mas
asdemandas
de capital de giro daempresa
cliente.A
cada proposta apresentada elaborava-se análise geralda
situaçãoeconômico-
financeira
do
cliente,sem
avaliar tendências demercado
e a capacidade da atividadede
gerar recursos para saldar seus compromissos, revelando ação reativa voltada aos resultados extraídos
no
passado.No
acolhimento das propostas exigia-se a atualização cadastralda empresa
e dosdirigentes e o preenchimento de
um
modelo
própriono
qualeram
inseridas informações contendo vários dados,bem
como
as pretensões dos clientes.Dentre os dados
mais
significativos impostadosno
formuláriode
proposta,enumera-se
os seguintes:
-
venda
de
bens/serviços: relação de faturamento nos últimos doze meses,discriminando-se,
mês
amês
as vendas efetivadas à vista e a prazo.No
caso de empresas recém-constituídas, previsão de faturamento para ospróximos
doze
meses; _-
prazo
médio
de
recebimento:média
estimada de recebimentosda
totalidade dos negócios (à vista e a prazo) efetivados nos últimos
doze
meses;
-
prazo
médio
de
permanência
de
estoques:tempo
em
que
os estoqueslevam
paraserem
realizados;- previsão
de
venda
de
bens/serviçospara
ospróximos doze
meses: registroda previsão
do
faturamento daempresa
nosdoze
meses
subseqüentes aoda
proposta, excluindo perspectivas inflacionáiias;
-
Gastos
globais nos últimosdoze
meses: despesas relacionadas à atividadeoperacional da empresa,
ou
seja, custo dos produtos vendidos/serviços prestados e despesas operacionais (administrativas, comerciais, financeiras, de vendas)sem
considerar as despesas de depreciação, amortização e exaustão; de correção monetáriado
ativo pennanente/patrimônio líquido e variações monetárias líquidas a longo prazo;- Títulos negociáveis
em
carteira: montante de títulos representativosde
vendas a prazo mantidos
em
carteirana
data de acolhimento da proposta;-
Compromissos
junto a terceiros: registro de todas as dívidas daempresa
existentes