• Nenhum resultado encontrado

QUALIFICADO E QUALIFICADOR: GUARDA NACIONAL, ALEMÃES E SEUS DESCENDENTES (SÃO LEOPOLDO/RS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "QUALIFICADO E QUALIFICADOR: GUARDA NACIONAL, ALEMÃES E SEUS DESCENDENTES (SÃO LEOPOLDO/RS"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

QUALIFICADO E QUALIFICADOR: GUARDA NACIONAL, ALEMÃES E SEUS DESCENDENTES (SÃO LEOPOLDO/RS - 1850-1870)

Miquéias Henrique Mugge Mestrando PPGH-UNISINOS Bolsista CNPq-GM miqueias@gmail.com

Resumo: Este artigo tem como objeto de análise principal os sujeitos participantes da Guarda Nacional de São Leopoldo, no decurso dos anos de 1850 a 1870. Versa sobre como a Guarda Nacional (e, especialmente, questões ligadas à qualificação) era operacionalizada por atores sociais como instrumento para formação de redes, principalmente aquelas ligadas ao clientelismo político, em uma época em que as tensões sociais tornar-se-iam mais sensíveis, os conflitos amadureceriam e ganhariam mais relevo naquela região cuja população era majoritariamente de alemães e descendentes. Para tanto, trabalhamos com questões inerentes à instituição, como recrutamento, qualificação, tentativas de dispensas e isenções. Outrossim, buscamos percorrer fios e rastros de um exemplo em particular, que ajuda a entender a dinâmica social na qual estavam inseridos tais atores.

Palavras-chave: Guarda Nacional – Isenções – Dispensas – São Leopoldo – Século XIX

Em 11 de junho de 1827 nascia a quadragésima sétima criança luterana, naquele ano, em São Leopoldo. Trata-se de Johann Philipp Peter Dreyer, da localidade chamada de Campo Bom, pertencente à Imperial Colônia, Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Seus pais, o colono e marceneiro Johann Jacob Dreyer e a senhora Margaretha, nascida Wolff, batizaram seu terceiro filho na Comunidade Evangélica em 20 de junho do mesmo ano. Como padrinhos, foram selecionados vizinhos da família: o rapaz Heinrich Philipp Deuner, o colono e moleiro Johannes Blos, o colono Johann Philipp

(2)

Schneider e o colono Johann Peter Kautzmann, além das senhoras Maria Louise Hirt, Katharina Elisabetha Müller e Sophia Lorenz.1

As famílias Dreyer e Wolff eram do território alemão de Saxônia-Coburgo. A primeira emigrou de Ober Göchenbach, a seguinte, de Langweiler. Faziam parte, ambas, do projeto de imigração do Governo Imperial do Brasil. A política de estabelecimento de colônias agrícolas iniciou-se em 1808. No entanto, nossos personagens, até agora, inserem-se na, considerada como, primeira fase da colonização alemã no Rio Grande do Sul (1824-1830). Uma série de questões que já muito abordadas por um grande número de historiadores permeou o projeto de colonização: formação de uma classe media na estrutura social brasileira, capaz de desenvolver policultura; povoação dos extremos do país recém-independente, que carecia de moradores em espaços fronteiriços; supressão do tráfico negreiro; e, principalmente, necessidade de soldados capazes de defender a Independência, diante das probabilidades de contra-revoluções por parte do grande número de portugueses residentes em território brasileiro.

A localidade de São Leopoldo, a partir de 1824 denominada de Imperial Colônia, havia sido palco da Real Feitoria do Linho Cânhamo. Com a chegada de imigrantes destinados ao cultivo policultor em pequenas propriedades rurais, a Colônia viveu um período de improviso, permeado por discussões econômicas em âmbito provincial, haja vista que à Província eram exigidos subsídios para manutenção dos colonos nos primeiros anos.

O foco deste artigo não é este. Questões sobre a imigração, o estabelecimento dos imigrantes e os pioneiros do projeto colonizador já foram constitutivas da agenda dos historiadores, principalmente da região sul do país, muitas vezes e em diferentes épocas. É claro que as complexidades eram muito maiores do que as aqui brevemente explicitadas.2 No entanto, se faz necessária essa breve reconstituição do contexto no

1 Livros de Registro da Comunidade Evangélica de São Leopoldo. Batismos (1824-1844), pelo Pastor

Johann Georg Ehlers. Registro número 47 do ano de 1827.

2 Cf. TRAMONTINI, Marcos Justo. A organização social dos imigrantes: a colônia de São Leopoldo na

fase pioneira (1824-1850). São Leopoldo: Editora Unisinos, 2000.; OBERACKER Jr., Carlos H. A contribuição teuta à formação da nação brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1968.; ROCHE, Jean. A colonização alemã e o Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Globo, 1969. 2 v.; SCHRÖDER, Ferdinand. A imigração alemã para o sul do Brasil até 1859. São Leopoldo: UNISINOS, 2002.; AMADO, Janaína.

(3)

qual se inseria nosso personagem, que pode ser chamado de “estrela de primeira ordem” ou first-order star (BARTH, 1978, p. 163-183).3

***

Adotamos como escopo principal deste artigo, e do projeto de dissertação de mestrado, que está em curso, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos,4 não trabalhar tão-somente com a Guarda Nacional como instituição, mas, sobretudo, com os homens que dela participavam, enfocando suas estratégias e experiências cotidianas. Especialmente aqui, trataremos dos processos de qualificação, isenção e dispensa, em período marcado pela tentativa de centralização do poder por parte da Corte e pelo rearranjo da elite local diante de uma tentativa de manutenção de anteriores hegemonias.

A questão da conscrição e da qualificação para Guarda Nacional pode ser entendida no contexto do processo de construção de um Estado e das mudanças que se operavam nas relações entre o poder central e seus agentes. Sabe-se, a partir de uma historiografia já consolidada, que, em âmbito local, a obediência aos mandatos do poder central foi problemática, sujeita à barganha e traição, à formação de redes sociais de amizade, de camaradagem, de parentesco e de clientelas. Se o acesso à Guarda Nacional representava uma forma de sobrevivência para alguns (ou um pacto clientelar), para outros, o ato engendrava-se a um intricado jogo de disputas em torno da ampliação de fortunas e da capacidade de alguns homens influírem sobre a vida de muitos daqueles novos colonos ou dos descendentes dos antigos.

Recordamos que a Guarda Nacional foi criada em 1831, com o intuito de defender a constituição, a liberdade, a independência e a integridade do Império recém-independente. Foi organizada em todo o território brasileiro, sob tutela dos municípios, a fim de estabelecer e resguardar a ordem e a tranquilidade pública, auxiliar o Exército na manutenção da paz em fronteiras e costas. Subordinava-se aos juízes de paz, juízes criminais, presidentes de província e ministros da Justiça.

Jean Roche, talvez o autor de maior influência na historiografia sobre imigração alemã, desconsiderou inclusive os contatos políticos, tanto nas guerras (Cisplatina,

3 Para outro exemplo dessa abordagem e uma discussão teórica aprofundada, ver: COMISSOLI, Adriano. Os “homens bons” e a Câmara Municipal de Porto Alegre (1767-1808). Porto Alegre: Editora da

UFRGS, 2008, p. 83-86.

(4)

Farroupilha, contra Oribe e Rosas, Paraguai, Federalista) quanto na disputa político-partidária, nas quais houve o envolvimento direto de colonos alemães. Esse viés apolítico do imigrante foi difundido, tanto no senso comum quanto em parte da historiografia, que Tramontini (2000) denomina “de louvação étnica”, na qual não se encontram estudos e relatos de conflitos, principalmente na fase pioneira (1824-1850). Witt (2008) e o próprio Tramontini (2000) direcionaram seus estudos a esta participação política.

O diletantismo, comum à prática administrativa no Império, poderia unir-se à cristalização de tradições locais e ao domínio dos processos orais, na Colônia. Altamente problemática, tanto por parte do “povo” quanto por parte de chefes locais e de abastados regionais, a obediência aos mandatos do poder central é trazida à luz nos requerimentos acerca do recrutamento. “As diretivas do poder central serão objeto de contínua tradução local pelos notáveis” (MENDES, 1998, s/p.). O recrutamento nas Colônias era, pois, instrumento de poder econômico, social e político. As ordens do governo central eram traduzidas e interpretadas ao modo do poder local, tornando-o elemento na produção de clientelas. Fertig (2003) destaca que a Guarda Nacional “era um dos principais veículos da política clientelista” (FERTIG, 2003, p. 45). Ao serem qualificados como Guardas Nacionais, sujeitos quaisquer entravam no jogo e nas tramas políticas de determinadas localidades e passavam a ser vistos como “clientes em potencial”.

A Guarda Nacional, assim, favoreceu, transitando entre a centralidade e a localidade, o exercício do poder privado em nível local e a centralização da governança imperial. Articulação não-harmônica (FERTIG, 2003, p. 52), antes dinâmica. Entretanto, concordamos com Graham (1997) quando afirma que a centralização não se dá por uma imposição da Corte para o campo, mas vai se consumando com base em uma ativa participação política em todos os níveis. O clientelismo, assim, além de aparecer como a trama constituinte da ligação política no Brasil do século XIX, também seria o sustentáculo de todo ato político.

Os apolíticos ou não afeitos à participação, como são considerados os imigrantes alemães e seus descendentes, por algumas vertentes da historiografia sobre a imigração alemã, reclamavam das arbitrariedades do recrutamento e inseriam-se na dinâmica trama política local, atuações que algumas vezes transitavam para o poder central

(5)

provincial e, em outras, chegavam à Corte. Notícias disto podem ser encontradas em fontes diversas: de ofícios aos administradores locais a “a pedidos” em jornais de ampla tiragem e recepção.

Qualificado e qualificador: uma experiência em São Leopoldo (1850-1870)

Em 1850, ano da nova lei de regulamentação da Guarda Nacional, no âmbito das reformas centralizadoras do Estado Imperial brasileiro, mais precisamente em 4 de abril, encontramos uma petição produzida por colonos de São Leopoldo, dirigida ao Imperador do Brasil.5

Três suplicantes, João Dick, Felipe Dreyer e Pedro Wolf, da Imperial Colônia de São Leopoldo, chamados ao serviço da Guarda Nacional, levaram à Corte, diretamente, petição na qual “muitos chefes de família” assinavam declaração representativa do grande prejuízo que a Colônia sofreria caso os filhos seus viessem a ser chamados para o serviço da Guarda Nacional e da Primeira Linha. Para José Antonio Pimenta Bueno,6 Presidente da Província, que responde à representação dos alemães,7 os suplicantes são instrumentos de homens mal intencionados. Que homens eram esses? Qual a ligação entre os suplicantes Johannes Dick, Philipp Dreyer e Peter Wolff, que foram ao Rio de Janeiro em 1850 reclamar das arbitrariedades do recrutamento militar, entre si e os homens mal-intencionados? Foram eles escolhidos ou selecionados para ir à Corte? Por que?

Já sabemos que inseriam-se em uma sociedade que em um ritmo acelerado de desenvolvimento trouxe consigo rápidas mudanças nas formas como aqueles sujeitos

5 AN. Série Justiça – Gabinete do Ministro – IJ1850 (1850/1856) – Ofícios da Presidência da Província

do RGS dirigidos ao Ministério dos Negócios da Justiça. Requerimento de João Dick, Felipe Dreyer e Pedro Wolf ao Imperador do Brasil. 4 de abril de 1850. Agradeço ao Prof. Dr. Paulo R. S. Moreira, pelo envio deste documento

6 José Antonio Pimenta Bueno, ou Marquês de S. Vicente, foi jurista e político. Nascido em Santos/SP,

bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, na primeira turma. Exerceu diversos cargos públicos em sua cidade natal. Foi Presidente da Província do Rio Grande do Sul no ano de 1850. À época, ainda era aliado aos liberais. Ver: FERREIRA, Ricardo Alexandre. Livres, escravos e a construção de um conceito moderno de criminalidade no Brasil Imperial. História, Franca, v. 28, n. 2, 2009 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742009000200012. Accesso em 12 de Julho de 2010. Doi: 10.1590/S0101-90742009000200012.

7 AN. Série Justiça – Gabinete do Ministro – IJ1850 (1850/1856) – Ofícios da Presidência da Província

do RGS dirigidos ao Ministério dos Negócios da Justiça. Ofício reservado N. 9, do Presidente da Província, José Antonio Pimenta Bueno ao Conselheiro Euzébio de Barros Coutinho Mattos de Câmara, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Justiça. 26 de junho de 1850. Agradeço ao Prof. Dr. Paulo R. S. Moreira, pelo envio deste documento.

(6)

passaram a se relacionar entre si. A Capela de São Leopoldo, pouco antes de se tornar Vila, destacava-se pelo seu “desenvolvimento comercial, artesanal e agrícola, assim como a formação de práticas sociais (lúdicas, religiosas, econômicas e familiares) próprias” (TRAMONTINI, 2000, p. 302). Abastecia, escoando sua produção agrícola em crescimento, a capital da província. Esta assertiva é presença unânime em todas as seções da historiografia brasileira acerca da imigração alemã no Brasil meridional. Em 1846, ao desmembrar-se de Porto Alegre e se tornar “Villa de S. Leopoldo”, promoveu-se eleição para a Câmara Municipal, que passava a promoveu-ser centro administrativo da localidade. Para Tramontini, se adotarmos a concepção de Max Weber, a dimensão política da comunidade étnica leopoldense não se faz somente em relação ao outro, em busca de afirmação do grupo, mas também como “dinâmica interna, de disputa de legitimidades, normas, símbolos e autoridades” (TRAMONTINI, 2000, p. 306). Destacamos que é um tempo de pleitos e litígios “que marcaram a própria organização interna do heterogêneo grupo imigrante no interior da sociedade brasileira” (TRAMONTINI, 2000, p. 309) e de disputas políticas, processos conflituosos e reivindicatórios. Neste aspecto, “a sociedade colonial seria marcada por uma rede de ajuda e obrigações, baseada na família” (TRAMONTINI, 2000, p. 323). Entretanto, não necessariamente tais laços de parentesco, solidariedade e auxílio eram pacíficos. Não era só de harmoniosas e solidárias relações entre supostos “iguais” que se dava a organização política dos imigrantes. A sociedade local era composta por uma gama diversa de atores/sujeitos que agiam/interagiam de formas diferentes, dependente e interdependentemente, nem sempre de maneira unânime ou não conflituosa. Outrossim, esse desordenado sistema era caracterizado pela ausência de fechamento. As complexidades da organização social não podem, diante do relatado nos processos, ser aprisionadas em totalidades ou ordenadas em hierarquias unitárias (BARTH, 2000, p. 170). Partiremos, portanto, para uma análise mais verticalizada, enfocando um caso em particular.8

8 Em 1845, a população de São Leopoldo foi estimada em 5.393 indivíduos, estimativa que em 1857 se

aproximaria dos 12.500 indivíduos. Devemos observar que os dados se referem apenas à população alemã e teuto-brasileira da localidade. Ainda em 1845, o valor total dos produtos exportados de São Leopoldo representou trezentos e vinte sete contos, quinhentos e trinta e oito mil, quatrocentos e quarenta e quatro réis (327:538$440). Em 1857, os gêneros exportados representaram um montante total de oitocentos e vinte e dois contos, oitocentos e trinta e sete mil réis (822:837$000).

(7)

Phillip Dreyer, ou Felipe Dreyer, era um desses atores, e frequentemente apareceu em nosso corpus documental. Filho de pais alemães, nascido na Imperial Colônia de São Leopoldo em 11 de junho de 1827, inseriu-se (e foi inserido) no complexo jogo político que envolvia a Guarda Nacional. Seu pai, Jacob, participou de contendas judiciais complicadas: em janeiro de 1855, acusado de invadir propriedade privada de João Pedro Schmitt e João Kramer (negociante e dono de fábrica destacados localmente, respectivamente) e fazer derrubadas de matas, junto de outro seu filho, transparece uma acusação sorrateira: de aconchavar-se com o vice-presidente da Província, e seu representante no processo, Dr. João Capistrano de Miranda e Castro. Em 20 de agosto daquele ano, o pai de nosso personagem novamente troca farpas com os donos daquela área. Desta vez, a coisa se deu em via pública, quando Jacob valendo-se do “ignominioso epíteto de ladrão”, buscou, publicamente, manchar a reputação do vendeiro Schmitt e de seu sócio Kramer, na frente da casa de negócios do primeiro, quando conversavam com o juiz de paz do quarto distrito, Jacob Datsch.

Por óbvio, essa e tantas outras famílias locais participaram de processos judiciais, seus integrantes foram qualificados à Guarda Nacional e como votantes, recrutados ao Exército, etc. E, assim, teceram alianças que transcenderam o universo intrafamiliar, acionando ligações interpessoais e participando de complexas redes de relações. Temos, pois, realidades circunstanciais, onde transparecem comportamentos, decisões e vivências de sujeitos imersos no sistema social do Brasil oitocentista, permeado por tensões e conflitos. Entretanto, não só de breves alianças eram tecidas essas redes. As mais duradouras também nos interessam. Igualmente aquelas que desenvolveram-se durante transações de interesses.

Sabemos, claro, que Philipp Dreyer foi apenas um dos sujeitos envolvidos em um conjunto de fatos que desencadeavam práticas que, mesmo que ilegais, faziam parte de regras do jogo social “aceito”. Este descendente de imigrantes, brasileiro, qualificado como Guarda Nacional, no serviço da ativa, instigou-nos a tentar aproximação a alianças e interesses surgidos em um local importante da Província do Rio Grande de São Pedro. Elegemos este personagem como poderíamos ter elegido seus amigos e compadres, Johannes Dick ou Peter Wolf, por exemplo, ou ainda outros suplicantes junto ao Imperador, os filhos de colonos Jorge Henke e Filippe Diefenthäler.

(8)

Selecionamos Dreyer. Decidimos pela metodologia da social network analisys, para melhor explorarmos as possibilidades de análise do caso. Obtivemos dados consistentes e planejamos duas matrizes principais: aquela referente à vida social do então ferreiro e fundidor de sinos Philipp Dreyer (1827-1861) e outra, após tornar-se parte do oficialato da Guarda Nacional leopoldense, quando teve sua nomeação aceita pelo Presidente da Província (1861-1889) e, portanto, elevado a alferes.

Em linhas gerais, segundo Hanneman (s/d), isto pode ser definido como um método de análise de redes sociais no qual, com frequência, o pesquisador se vale de conjuntos de dados para descrever os nodos (atores/sujeitos/indivíduos) e as relações (vínculos) entre os membros de uma determinada unidade social. Ainda segundo esse autor, no âmbito de uma determinada rede e/ou unidade social, existem outras subredes que, por sua vez, também são formadas por outras subredes, o que indica diferentes níveis e estruturas de relacionamento. Assim sendo, à análise das redes se impõe um exercício de observação focado na identificação do modo como o(s) indivíduo(s) interage(m) em uma determinada configuração social e como ela emerge das microrrelações tecidas entre as partes individuais que a constituem.

Philipp Dreyer foi qualificado à Guarda Nacional, provavelmente no interstício dos anos de 1845 a 1848. Resgatamos, a partir de então, suas relações parentais rituais (de compadrio) partindo de fontes eclesiásticas.9 De 1848, ano de nascimento de um seu sobrinho, filho de seu irmão, a 1861, ano em que foi elevado ao oficialato local, contabilizamos o nascimento de dois filhos seus (dois padrinhos para cada) e oito apadrinhamentos. Ainda, é padrinho de casamento de quatro casais nubentes.

Podemos, então, chegar a conclusões parciais: no período inicial, é comum o compadrio intra-familiar (o núcleo familiar dos Dreyer está destacado) e entre vizinhos seus. Peter Wolff é um deles, peticionário com Philipp, em 1850, na Corte. Os Recke,

9 Livro de Registros 1 da Comunidade Evangélica de Campo Bom (1848-1905). Elaborado pelos pastores

Otto Henrich Theodor Recke, Johann Peter Christian Haesbart, Johann Caspar Schmierer, Paul Julius Dohms, Johann Conrad Schwartz e Johann Friedrich Pechmann. Traduzido por Gaspar Henrique Stemmer; Livro de Registros 1 da Comunidade Evangélica de Hamburgo Velho (1845-1886). Registro da Comunidade Evangélica dos Três Reis Magos, em Hamburgo Velho, no quarto distrito de São Leopoldo. Elaborado pelos pastores Johann Peter Haesbart e Johann Conrad Schwarz. Transcrito do original por Gaspar Henrique Stemmer; Livros de Registro da Comunidade Evangélica de São Leopoldo. In: Núcleo de Estudos Teuto-Brasileiros - Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Livros de Registro da Comunidade Evangélica de São Leopoldo. Rio Grande do Sul - Brasil (Século XIX). 2ª. edição revista e ampliada. Traduzidos e editados por Martin N. Dreher.

(9)

os Müller, os Nadler, os Kaiser e os Scherer são vizinhos seus e aparecem na relação de moradores da Fazenda do Padre Eterno e são nomes comuns nos livros de registro da comunidade local (Campo Bom).

Antes de adentrarmos aos pormenores das conclusões pretendidas com a exposição e explicação dos resultados obtidos a partir dos dados seguintes, faremos uma reconstituição prévia. Em 1849, a primeira notícia que temos do personagem central desta trama provém de um Processo Criminal.10 Philipp presenciara um ato de agressão ocorrido na “Villa de S. Leopoldo”, na casa de Jacob Ermel. Gabriel Schneider, suplicado e réu, deu bofetadas em Jacob Bier, por tê-lo provocado primeiramente, e, depois, segundo uma testemunha, por uma “continha que devia ao velho Dreyer”. Inicialmente acusado, o nome de Dreyer é descartado do processo e ele sequer é chamado como testemunha. Após correr pelos trâmites convencionais, o processo tem fim em meados de 1850, quando Gabriel Schneider é absolvido em júri popular, após ter sido declarado culpado em primeira instância. Ao recorrer, passa a ser defensor do réu o Dr. Israel Rodrigues Barcellos.11

Passariam despercebido, inicialmente, tais fatos. Processos como este enchem as caixas do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, no mesmo ano de 1850, recordamo-nos que Philipp Dreyer recebera licença, por parte de seu comandante local, de sete meses.

Ainda temos, neste mesmo conturbado ano de 1850, a ida de Dreyer à Corte, juntamente com seu compadre Wolff e seu vizinho Dick. Sua petição (datada de dias antes da data da autorização da licença) é enviada ao então presidente da Província, que deveria respondê-la ao Conselheiro Euzébio de Queirós Coutinho Matoso de Câmara, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Justiça. E assim o faz José Antonio Pimenta Bueno, em 26 de junho. Para ele,

Os suplicantes nenhuma razão tem e pelo contrário, não são senão instrumentos de alguns homens mal intencionados. [...] Eles não consentem

10 APERS. Comarca de Porto Alegre. Cível e Crime de São Leopoldo. Processo Crime: Jacob Bier x

Felipe Drayer (sic) e Gabriel Schneider. N 8, M 1, E 77.

11 O Dr. Israel Rodrigues Barcellos nasceu em 1817 e bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela

Academia de São Paulo. Em 1848, assumiu a chefia do Partido Conservador. Em 1868, quando os conservadores assumiram o governo, foi nomeado Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Exerceu o cargo até 1869. Em 1866 foi eleito deputado geral. Faleceu em 1888, em Porto Alegre. Ver: PORTO ALEGRE, Aquiles. Homens ilustres do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Erus, [1917].

(10)

casamentos com pessoas brasileiras, nem querem que estas tenham datas de terras entre as deles. [...] Em suma, ao menos nesta Província, é muito melhor ser alemão do que brasileiro [...]. Um pequeno grupo anárquico que há nesta província, capitaneado pelo Bacharel Israel Rodrigues Barcellos, movido pelo interesse eleitoral daquele importante e populoso município, tem lisonjeado os colonos por todos os modos possíveis, não recuando dos futuros perigos que assim cria. Ele é quem sugere aos colonos as idéias de insurreição da Guarda Nacional e da 1a Linha, ele é quem as difunde de todo

e qualquer crime perante o Juiz, e finalmente quem os incita contra o Diretor da Colônia e autoridades brasileiras, que são fiéis ao Governo Imperial.12

Vemos, pois, ligações estreitas entre o local e o central, pelas quais Dreyer transita desde 1850, mas que se intensificam a partir de 1861. Até então, ele tem seus principais laços de parentesco ritual com vizinhos e parentes próximos. Entretanto, tem também contato com bacharéis renomados na província. Lembremo-nos que João Capistrano de Miranda e Castro esteve, em outro processo, ao lado de seu pai, em 1855. A despeito de seus compadrios registrados inicialmente, a partir de 1861, quando teve seu cargo elevado, amplia suas relações.13

Desde 16 de novembro de 1861, Dreyer não mais é referido como ferreiro & fundidor de sinos nos registros eclesiásticos. Sempre que aparece, é nomeado por alferes, primeira patente militar do oficialato (ou como Capitão, depois da Guerra do Paraguai). Daquela data até 1877, tem, com Louise Hirt, seis filhos. Todos têm padrinhos. Totalizam 28 compadres e comadres. Também apadrinha oito crianças (1863-1878). Ainda contabilizamos o apadrinhamento de 10 casais de nubentes.

Analisemos com mais detalhes estas ligações: se, antes de 1861, seus compadres eram vizinhos próximos e amigos da família, desde então ele tem suas relações ampliadas para além, participando de círculos mais restritos da sociedade local. Seu filho, nascido em 1863, tem como padrinhos Carlos Hosking, José Alves e Christian Karst (suas esposas como madrinhas). Hosking tem ligações com a Cia. de Colonização Hosking&Miranda, autorizada a adquirir terras devolutas localizadas nas imediações da

12 AN, Série Justiça – Gabinete do Ministro – IJ1850 (1850/1856) – Ofícios da Presidência da Província

do Rio Grande do Sul dirigidos ao Ministério dos Negócios da Justiça. Ofício reservado nº. 9, Porto Alegre, 26 de junho de 1850.

13 Philipp Dreyer é elevado a alferes. Ver: AHRS, Guarda Nacional, Comando Superior da Guarda

(11)

Fazenda do Padre Eterno.14 Franzisco Jorge Henrique Dreyer (*11/7/1865) é apadrinhado pelo Alferes Francisco Coelho de Souza, pelo vendeiro João Jorge Schreiner, pelo doutor Heinrich Adolf Lindenberg (tem como madrinhas as esposas dos referidos). Outrossim, ele continua solicitado para tornar-se padrinho, e, logo, compadre, de vizinhos seus, adquirindo prestígio na localidade onde mora. Aparecem sobrenomes como Keiper, Wolff, Schmidt, Dreyer, Schneider, Sperb e Weidle.

Na mesma época em que amplia seus laços de parentesco fictício, participa da Guerra do Paraguai. É nomeado Capitão da 3a Companhia do 1o Regimento da 4a Brigada de Caçadores Montados. Um relato de guerra confirma o fato (SANT’ANA, 2004, p. 191). Infelizmente, ainda não encontramos evidências empíricas que datam a volta de Dreyer do destacamento de campanha.

Mesmo assim, em 16 de junho de 1871, quando é reunido o Conselho de Qualificação de São Leopoldo, ele ressurge: é citado como Capitão Vogal da mesa.

Àquele mesmo rapaz, que em 1850 reclamava das “arbitrariedades do recrutamento para a Guarda Nacional”, é destinada a tarefa de inserir sujeitos no jogo e nas tramas políticas de tal localidade, e estes passariam a serem vistos como “clientes em potencial” (FERTIG, 2003, p. 45). Agora ele goza de influência e destaque locais, tanto que é selecionado para participar de um momento-chave. Ao qualificar moradores da Vila de São Leopoldo, o Conselho de Qualificação da Guarda Nacional determinaria a quem competia ser cidadão, que nível de respeitabilidade social àqueles sujeitos era destinado, que condições sociais, principalmente relativas ao exercício da cidadania, lhes eram de direito.

Instrumento político-eleitoral, a instituição era reconhecida possuidora deste papel, principalmente se analisarmos ofícios dos Presidentes da Província, relativamente aos Conselhos da Guarda Nacional, intrincadamente ligados às concessões, seja de isenções, seja de dispensas, com a finalidade da formação de grupos de apoio político localmente. Líderes locais rivais lutavam pela formação de bandos políticos, disputando sujeitos passíveis a inserirem-se em uma rede clientelar de relações assimetricamente

14 Cf. COSTA, M. A. S. da; MUGGE, M. H. Tecendo alianças, transacionando interesses: disputas

fundiárias na antiga Fazenda do Padre Eterno – São Leopoldo (1851-1864). In: CARVALHO, E. M. de; COSTA, M. A. S. da; DREHER, M. N. Explorando possibilidades: experiências e interdependências sociais entre imigrantes alemães, seus descendentes e outros mais no Brasil Meridional. Santa Cruz do Sul/RS: EdUNISC, 2009.

(12)

organizadas e, algumas, ainda remanescentes do intercurso das disputas entre farroupilhas e legalistas.

Forças políticas oriundas da organização da Guarda Nacional poderiam ser mobilizadas em disputas eleitorais ao nível local, ou convencer autoridades centrais da idoneidade e retidão de chefes locais, oferecendo-lhes mercês, nomeações e inserções no complexo aparelho burocrático imperial.15 Outrossim, o contexto belicoso permitia que as Juntas qualificativas selecionassem para o serviço ativo inimigos políticos ou pessoas a eles vinculadas.

O exemplo de Philipp Dreyer foi eleito como norteador do estudo por demonstrar o processo de tessitura de laços que implicavam em compromisso entre partes. Deparamo-nos com emaranhados de ligações entre sujeitos imersos em um sistema social complexo. Laços que poderiam se tornar importantes em momentos distintos das trajetórias daqueles atores: um exemplo é o fato de Dreyer, já como Capitão, participar da mesa de qualificação da Guarda Nacional, 21 anos após sua tentativa de resistência. Philipp transitou entre essas esferas. Mostrou-nos quão dinâmica pode ser a instituição que, a partir de 1850, é considerada instrumento primordial nas tentativas de centralização do Estado Imperial.

Tivemos aqui, pois, oportunidade de investir em cruzamento de informações, de fazer transparecer futuras investigações, focadas em investigar e percorrer os “fios” e os “rastros” das redes políticas configuradas em uma área de colonização/imigração alemã no Rio Grande de São Pedro do Sul, no decurso das décadas de 1850 a 1870, utilizando a análise de laços socialmente estabelecidos por migrantes e descendentes seus, mesmo que circunstanciais.

Siglas

15 Um exemplo é a disputa, em São Leopoldo, documentada em 1860, entre o Major do 12o Corpo de

Cavalaria e seu comandante: “O Comandante diz-me ‘precisava ter uma entrevista particular com o senhor, com armas’. Respondi: ‘aceito o convite de V. Sa., à espada’. Dirijo-me a casa para buscá-la. O Sr. Comandante engatilha e aponta-me uma pistola. É nesta ocasião que minha família grita, aparece o Snr. Coronel Hillebrand com mais o Snr. Major João Coelho. O Sr. Comandante, vociferando, retira-se, o Sr. Coronel Hillebrand diz-me ‘queremos uma eleição de paz’, e eu lhe respondi que S. Sa. deve dirigir-se e dizer isso ao Sr. Comandante, que me havia vindo provocar”. AHRS, Guarda Nacional, Comando Superior de Porto Alegre e São Leopoldo. Maço 24. Ofício dirigido ao General e Comandante Superior da Guarda Nacional da Comarca da Capital, pelo Major do Corpo No. 12 da Guarda Nacional, em São Leopoldo, José Alvez de Moraes. 15 de setembro de 1860.

(13)

AN – Arquivo Nacional/RJ

AHRS – Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul

APERS – Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul GN – Guarda Nacional

Fontes

AHRS, Guarda Nacional, Comando Superior de Porto Alegre e São Leopoldo. Maço 24. Ofício dirigido ao General e Comandante Superior da Guarda Nacional da Comarca da Capital, pelo Major do Corpo No. 12 da Guarda Nacional, em São Leopoldo, José Alvez de Moraes. 15 de setembro de 1860.

AN, Série Justiça – Gabinete do Ministro – IJ1850 (1850/1856) – Ofícios da Presidência da Província do Rio Grande do Sul dirigidos ao Ministério dos Negócios da Justiça. Ofício reservado nº. 9, Porto Alegre, 26 de junho de 1850.

AN, Série Justiça – Gabinete do Ministro – IJ1850 (1850/1856) – Ofícios da Presidência da Província do RGS dirigidos ao Ministério dos Negócios da Justiça. Requerimento de João Dick, Felipe Dreyer e Pedro Wolf ao Imperador do Brasil. 4 de abril de 1850.

APERS, Comarca de Porto Alegre. Cível e Crime de São Leopoldo. Processo Crime: Jacob Bier x Felipe Drayer (sic) e Gabriel Schneider. N 8, M 1, E 77.

Livro de Registros 1 da Comunidade Evangélica de Campo Bom (1848-1905). Elaborado pelos pastores Otto Henrich Theodor Recke, Johann Peter Christian Haesbart, Johann Caspar Schmierer, Paul Julius Dohms, Johann Conrad Schwartz e Johann Friedrich Pechmann. Traduzido por Gaspar Henrique Stemmer; Livro de Registros 1 da Comunidade Evangélica de Hamburgo Velho (1845-1886). Registro da Comunidade Evangélica dos Três Reis Magos, em Hamburgo Velho, no quarto distrito de São Leopoldo. Elaborado pelos pastores Johann Peter Haesbart e Johann Conrad Schwarz. Transcrito do original por Gaspar Henrique Stemmer; Livros de Registro da Comunidade Evangélica de São Leopoldo. In: Núcleo de Estudos Teuto-Brasileiros - Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Livros de Registro da Comunidade Evangélica de São Leopoldo. Rio Grande do Sul - Brasil (Século XIX). 2ª. edição revista e ampliada. Traduzidos e editados por Martin N. Dreher.

(14)

Referências Bibliográficas

BARTH, F. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2000.

BARTH, Fredrik. Scale and Network in Urban Western Society. In: BARTH, Fredrik (ed.). Scale and Social Organization. Oslo: Universitetforlaget, p. 163-183, 1978. BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

CARVALHO, J. M. de. A construção da ordem: a elite política imperial. Brasília: UNB, 1981.

COMISSOLI, Adriano. Os “homens bons” e a Câmara Municipal de Porto Alegre (1767-1808). Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008, p. 83-86.

COSTA, M. A. S. da; MUGGE, M. H. Tecendo alianças, transacionando interesses: disputas fundiárias na antiga Fazenda do Padre Eterno – São Leopoldo (1851-1864). In: CARVALHO, E. M. de; COSTA, M. A. S. da; DREHER, M. N. Explorando possibilidades: experiências e interdependências sociais entre imigrantes alemães, seus descendentes e outros mais no Brasil Meridional. Santa Cruz do Sul/RS: EdUNISC, 2009.

FERREIRA, Ricardo Alexandre. Livres, escravos e a construção de um conceito moderno de criminalidade no Brasil Imperial. História, Franca, v. 28, n. 2, 2009 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742009000200012. Accesso em 12 de Julho de 2010. Doi: 10.1590/S0101-90742009000200012.

FERTIG, A. A. Clientelismo político em tempos belicosos. A Guarda Nacional da Província do Rio Grande do Sul na defesa do Estado imperial centralizado (1850-1873). Porto Alegre/RS. Tese (Doutorado em História) – UFRGS, 2003.

GRAHAM, R. Clientelismo e Política no Brasil do Século XIX. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.

HANNEMAN, R. A. Introducción a los Métodos del Análises de Redes Sociales. Disponível em http://revista-redes.rediris.es/webredes/text.htm. Acesso em 10 de janeiro de 2010.

KRAAY, H. Repensando o recrutamento militar no Brasil Imperial. In: Diálogos – Revista do Departamento de História da UEM. Maringá, vol. 3, n. 3: 113-151, 1999.

(15)

MENDES, Fábio Faria. A economia moral do recrutamento militar no Império Brasileiro. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol. 13, n. 39, São Paulo, Outubro 1998.

PORTO ALEGRE, Aquiles. Homens ilustres do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Erus, [1917].

RIBEIRO, J. I. Quando o serviço os chamava: os milicianos e os guardas nacionais gaúchos (1825-1845). Santa Maria/RS: Ed. da UFSM, 2005.

SANT’ANA, Elma. Minha amada Maria: cartas dos Mucker. Canoas/RS: EdULBRA, 2004.

TRAMONTINI, M. A organização social dos imigrantes: a colônia de São Leopoldo na fase pioneira – 1824-1850. São Leopoldo/RS: Editora Unisinos, 2000.

URICOECHEA, Fernando. O minotauro imperial: a burocratização do Estado patrimonial brasileiro no século XIX. Rio de Janeiro: Difel, 1978.

WITT, Marcos Antônio. Em busca de um lugar ao sol: estratégias políticas, imigração alemã, Rio Grande do Sul, Século XIX. São Leopoldo/RS: Oikos, 2008.

Referências

Documentos relacionados

Na análise específica para implementação das ações do Plano de Saneamento, que são de responsabilidade da Administração Municipal, como os serviços de drenagem e

O termo “demanda” em se tratando de drenagem urbana pode ser entendido como uma futura exigência planejada para o sistema, prevendo-se a evolução da

Para seguir neste rumo, a fim de que não deixemos esmorecer nossa esperança e para nos fortalecer em nossa caminhada, vamos até a profecia no povo de Israel e beber um pouco da

4.1 As inscrições serão realizadas conforme o cronograma previsto no item 3 deste Edital, exclusivamente pela internet, no endereço

Neste caso, os dois pesquisadores se preocuparam tanto com o processo de ensino-aprendizagem como a usabilidade, porém mais espe- cificadamente para sistemas educacionais

Para essa divisão do município em 18 bacias hidrossanitárias o Plano Diretor de 1997 do SEMAE considerou que a bacia B1, denominada Vicentina, já era dotada parcialmente de redes

91 - O adicional de insalubridade somente será concedido quando reconhecida a insalubridade da atividade desenvolvida pelo servidor, em laudo pericial,

(iv) estimate technological profile for Brazil and BLUM regions considering zoo technical indexes and calculated productivities (beef and dairy sectors); (v) estimate costs